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METODOLOGIAS ATIVAS PARA O ENSINO REMOTO

MEDIADAS POR TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO


E COMUNICAÇÃO: RELATOS DE PESQUISA

METODOLOGÍAS ACTIVAS PARA LA ENSEÑANZA A


DISTANCIA MEDIADAS POR TECNOLOGÍAS DIGITALES DE
LA INFORMACIÓN Y LA COMUNICACIÓN: INFORMES DE
INVESTIGACIÓN

Cleice Helena Sena de Araújo1


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – Campus Castanhal/
cleicesena5@gmail.com

Talison Costa da Silva2


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – Campus Castanhal/
talisoncosta.sv@gmail.com

Nathália da Costa Cruz3


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – Campus Castanhal/
nathaliacruz87@gmail.com

Área Temática: 07 Tecnologia da Informação

Modalidade: Artigo Completo

1. Introdução

Durante a pandemia de Covid-19 que se prolonga já por mais de dois anos


letivos inteiros, nós, professores, fomos abruptamente solicitados, e sem qualquer
preparo, para atuar no chamado “ensino remoto emergencial”. Assim o fizemos e
encontramos muitos percalços pelo caminho, muitas vezes, por falta de conhecimento
de ferramentas e/ou de metodologias que nos dessem efetivo suporte para trabalhar
remotamente, uma vez que fomos forçados ao distanciamento social e ao home office.
Apesar de todos os esforços, da formação continuada, dos cursos e das oficinas
realizadas durante esse período, muitos de nós, professores da educação básica e do
ensino técnico e tecnológico, ainda encontramos adversidades para a realização do
trabalho docente de forma remota. Do outro lado, os estudantes também sentiram
igualmente essas dificuldades no processo de aprendizagem e estudos, o que culminou
no grande número de evasão escolar, sem precedentes na história da educação
brasileira.
Diante desse cenário educacional ainda pandêmico, adveio a ideia de elaborar
um projeto de monitoria para se investigar o que e quais são as metodologias ativas
mediadas por Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs), e de como
podemos aplicá-las ao ensino remoto e se produzir uma cartilha que apresentasse aos
docentes da educação básica, de forma didática, métodos e TDICs para se trabalhar
nesse novo formato de ensino remoto, que pouco a pouco vem deixando de ser
“emergencial”, para se tornar efetivo e cotidiano no sistema educacional brasileiro.
A cartilha serviria não somente aos professores, mas também, em certa medida,
aos estudantes que já poderiam conhecer novas formas de educação mediadas pelas
TDICs que fundamentam e estruturam as razões do seu processo formativo,
favorecendo a articulação entre a teoria e a prática, na busca da apreensão das
diferentes formas de apresentação do saber e da autonomia (FREIRE, 2007).
O que ora se apresenta são relatos da experiência de pesquisa no exercício do
projeto de monitoria desenvolvido no segundo semestre letivo de 2021, relacionados à
pesquisa de campo com a aplicação de questionários enviados aos docentes do campus
Castanhal do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA),
para se saber sobre as metodologias ativas utilizadas durante o ensino remoto,
mediadas por TDICs.
Portanto, este trabalho se vincula à área de Tecnologia da Informação, mais
especificamente às Tecnologias Digitais Educacionais, como mediadoras de
conhecimentos nos processos de ensino e aprendizagens, as quais constituem um dos
maiores, se não o maior, desafios da educação nas adaptações ao denominado “novo
normal”.

2. Metodologia

Para a elaboração da cartilha sobre metodologias ativas para o ensino remoto


mediadas por TDICs, estruturada no projeto de monitoria da disciplina de Português
Instrumental, do curso de Licenciatura em Informática do campus Castanhal do IFPA,
executado no segundo semestre letivo de 2021, seguimos algumas encaminhamentos
metodológicos, que compreenderam desde o levantamento bibliográfico e revisão da
literatura; seguidos de pesquisa de campo, que envolveu as entrevistas realizadas com
os docentes da instituição que atuaram durante o ensino remoto, e da observação em
sala de aula, durante o ensino presencial híbrido; à análise qualitativa e a
sistematização dos dados de pesquisa, fundamentais à escrita e edição da cartilha
propriamente dita, bem como à elaboração e entrega dos relatórios finais do projeto.
Os bolsistas do projeto de monitoria elaboraram um formulário de pesquisa
através da ferramenta digital Google Formulários, com 12 (doze) perguntas, destinado
aos 140 (cento e quarenta) professores do quadro efetivo do campus Castanhal do
IFPA, com o objetivo de identificar o nível de conhecimento desses profissionais sobre
as metodologias ativas. No dia 25 de novembro de 2021, o formulário foi
encaminhado via e-mail aos docentes, cuja participação foi livre e esclarecida (vide
Imagem 1). O prazo para o envio de resposta foi finalizado no dia 11 de dezembro de
2021.
Imagem 1 – Arquivo em PDF do Google Formulários com a pesquisa sobre Metodologias Ativas para
o Ensino Remoto.

Fonte: Elaborado pelos autores (2021).

Todas essas etapas foram necessárias para se compreender o que foi e como se
deu o ensino remoto em tempos de pandemia; investigar quais as metodologias ativas
utilizadas pelos professores do campus Castanhal do IFPA durante o ensino remoto
emergencial; identificar quais metodologias ativas são mais viáveis de serem
trabalhadas por intermédio de TDICs no contexto educacional atual; e, finalmente,
sistematizar o conhecimento e as informações sobre metodologias ativas mediadas por
TDICs para a elaboração da cartilha.

3. Resultados/Discussões

Após duas semanas da postagem do formulário, no dia 11 de dezembro de


2021, foi realizada a coleta dos dados de pesquisa, para a qual obtivemos as respostas
de 11 (onze) docentes, dentre os 140 (cento e quarenta) que atuam no campus
Castanhal do IFPA. Os professores que responderam ao formulário demonstraram
conhecimento ao descrever sobre as metodologias ativas e do papel que executam na
educação, voltadas à participação mais ativa dos estudantes, colocando-os como
protagonistas da aprendizagem:
Aprendi sobre metodologias ativas durante a pandemia em um curso
promovido pelo CTEAD chamado Metodologias Inovadoras para uma
Aprendizagem Ativa. O curso foi um divisor de águas, pois me apresentou
um universo de possibilidades de ferramentas e estratégias para dinamizar
minhas aulas. (Docente A)
São aquelas que colocam o estudante como protagonista do ensino através da
autonomia. (Docente B)
Sim. São metodologias onde o aluno torna-se o autor principal do processo
ensino-aprendizagem. O aluno passa a ser mais ativo na busca para adquirir
conhecimento, através principalmente das pesquisas e, nos dias atuais,
assistindo [a] videoaulas. (Docente C)
Uma alternativa para proporciona aos estudantes meios [para] que eles
consigam guiar o seu desenvolvimento educacional, fugindo do modelo de
ensino em que o professor detinha todo o conhecimento dentro da sala de
aula. (Docente D)
Sim. São metodologias que trabalham com a construção de uma
aprendizagem significativa para alunos e docentes. (Docente E)
Sim. São diferentes práticas pedagógicas que colocam o aluno como
protagonista da própria aprendizagem. (Docente F)
São metodologias que possibilitam aprendizado de forma integrativa, com
maior envolvimento do discente. (Docente G)
Sim. Metodologias que buscam maior protagonismo dos alunos nas aulas.
Visam criar maior independência do aluno em relação aos professores.
(Docente H)
Sim. São métodos que valorizam o estudante, o deixam sempre como centro
do processo de aprendizagem. Semana passada fiz a sala de aula invertida e
foi possível perceber o quanto os estudantes evoluem. As metodologias
ativas impulsionam bastante os resultados nas aulas. Durante a pandemia
também utilizei a gamificação e como alguns dos prêmios foram notebooks
da Lenovo, o empenho deles foi fantástico. (Docente I)
Sim. Resumidamente, são métodos utilizados para tornar os alunos mais
ativos/participativos durante as aulas, tornando-os verdadeiros protagonistas
no processo de ensino-aprendizagem. (Docente J)
São metodologias que estimulam o protagonismo dos estudantes. (Docente
K)

Note-se que os participantes da pesquisa são aqui registrados com o termo


“Docente”, seguido por uma letra do alfabeto, conforme a ordem em que responderam
ao questionário. Assim o fizemos de modo a preservar suas identidades. É interessante
observar também que as respostas dos docentes, ainda que não estejam fundamentadas
teoricamente, convergem para o que conceitua José Moran (2018), atualmente um dos
mais influentes pesquisadores sobre metodologias ativas e educação digital no Brasil:

Metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação


efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma
flexível, interligada e híbrida. As metodologias ativas, num mundo
conectado e digital, expressam-se por meio de modelos de ensino híbridos,
com muitas possíveis combinações. A junção de metodologias ativas com
modelos flexíveis e híbridos traz contribuições importantes para o desenho
de soluções atuais para os aprendizes de hoje. (MORAN, 2018, p. 41)

Durante essa rotina atípica de isolamento social provocado pela pandemia do


novo coronavírus, os docentes optaram em deixar suas aulas mais dinâmicas, visto que
a evasão escolar foi muito grande durante esse período. Pensando nisso, os professores
fizeram o uso de metodologias ativas em suas aulas, com o intuito de amenizar a
problemática e deixar as aulas mais interativas, por meio da gamificação, da sala de
aula invertida, de mapas mentais, gravação de vídeos, podcasts, entre outros.
O pacote de aplicativos de produtividade e colaboração oferecidos pelo GSuíte
disponibilizados pelo IFPA aos servidores da instituição viabilizou aos professores,
por exemplo, a utilização do Google Sala de Aula, onde puderam criar suas salas de
aula virtuais para postagem de materiais e para o envio e recebimento de atividades.
As aulas ocorreram pelo Google Meet – plataforma de videoconferências – para
elaborar avaliações orais e ministrar aulas on-line de modo síncrono. O Google
Formulários serviu, entre tantas outras possibilidades, para fins de pesquisas e
avaliações.
Além dessas ferramentas todas disponíveis pelo Google Educação, os docentes
responderam que utilizaram outras plataformas para dinamizar suas aulas. Kahoot,
Youtube, aplicativos para celulares smartphones como Duolingo, e de redes sociais,
para a criação de perfis acadêmicos, como o Instagram, estão entre outros mediadores
do ensino remoto. Os professores usaram métodos diversificados para levar até os
estudantes as aulas de forma remota, e muitos deles utilizaram do aplicativo de
mensagens instantâneas WhatsApp para se comunicar por meio de mensagens escritas
e/ou de áudio, ou até mesmo por ligações diretas, quando necessário, com os
estudantes que tinham dificuldades em determinado conteúdo.
Gráfico 1 – Metodologias Ativas utilizadas pelos docentes do campus Castanhal do IFPA.

Fonte: Elaborado pelos autores (2021).

A utilização de todas essas plataformas acima descritas foi mediada por TDICs,
tais como: celulares smartphones, notebooks, computadores de mesa e tablets. No
entanto, é preciso destacar que esses aparelhos precisavam estar conectados à internet
para que os estudantes tivessem acesso aos conteúdos digitais. Logo, esse foi o grande
desafio enfrentado pelos professores – saber como aplicar metodologias usando as
TDICs, visto que uma grande parcela dos discentes não tinha acesso a uma boa
conexão. Vale dizer ainda que esse problema afetou tanto estudantes quanto os
docentes, tanto para o envio, quanto para o recebimento das atividades propostas.
Alguns professores, tendo conhecimento dessa realidade, optaram por métodos
diversificados para atender às necessidades dos discentes e evitar uma possível evasão
escolar, e tiveram que estender os prazos das atividades e fazer recuperações paralelas
para que os estudantes não viessem a repetir de semestre ou mesmo de ano letivo, para
os que estavam em processo de finalização de curso.
A esse respeito, Moran (2018), compreende que o acompanhamento por parte
do docente é fundamental para o desenvolvimento acadêmico do discente, no entanto,
segue argumentando o autor, a estruturação da aprendizagem, seja ela individual ou
coletiva, está intimamente ligada ao comprometimento dos estudantes, fruto “[...] da
qualidade, riqueza e iniciativas concretas dos grupos, dos projetos que desenvolvem,
do poder de reflexão e da sistematização realizada a partir das atividades
desenvolvidas.” (MORAN, 2018, p. 43)
Ainda de acordo com os dados levantados, as respostas dos estudantes em
relação à educação on-line têm sido regular, com o relato de que muitos deles estão
saturados de tantas informações chegando pelos diferentes componentes curriculares.

Gráfico 2 – Autoavaliação dos docentes do campus Castanhal do IFPA quanto ao uso de plataformas
digitais.

Fonte: Elaborado pelos autores (2021).

Segundo os dados obtidos no formulário (vide Gráfico 2), 63,60% dos


professores responderam que tem um conhecimento bom (plenamente satisfatório),
quanto ao uso de plataformas digitais para mediar as aulas de modo remoto.
Gráfico 3 – Avaliação do conhecimento dos estudantes do campus Castanhal do IFPA quanto ao uso
de plataformas digitais.

Fonte: Elaborado pelos autores (2021).

Já a avaliação dos docentes quanto o conhecimento das/os estudantes em


relação ao uso de plataformas digitais durante as aulas de modo remoto, teve um
resultado de 45,50%, considerado regular (parcialmente satisfatório) (vide Gráfico 3).
Esse dado pode ser um reflexo da inclusão digital ou infoinclusão1, que, segundo o
dicionário, se refere ao processo de democratização do acesso às Tecnologias Digitais
da Informação e Comunicação (TDICs), com o objetivo de inserir pessoas e
comunidades carentes na sociedade da informação.
Ora, se a inclusão deve ser entendida como meio de garantia de direitos,
a inclusão digital pode ser compreendida como uma estratégia de garantia dos direitos
de todos ao acesso às TDICs, mas o que se observa de fato em nossa sociedade é o
oposto disso – a exclusão digital, agravada ainda mais durante a pandemia e a
educação on-line. Estudantes sem acesso à internet e/ou a equipamentos para a efetiva
garantia desses direitos.
Quanto à avaliação dos docentes em relação a essa dicotomia inclusão x
exclusão durante o ensino remoto, notou-se que o maior impasse observado foi a

1
Disponível em: <https://www.dicio.com.br/inclusao-digital/>. Acesso em: 13 dez. 2021.
questão da desigualdade social, uma vez que muitos alunos não possuíam uma
conexão à internet e/ou aparelhos eletrônicos digitais (celular, notebook ou
computador) para participarem das aulas, fato esse que contribuiu para a exclusão de
alguns indivíduos, especialmente os que moravam em zonas rurais de difícil acesso ou
de baixa renda, em situação de vulnerabilidade social. Nesse momento, foi
fundamental aos professores o exercício da sensibilidade, para se pensar e entender as
necessidades de cada estudante.

A aprendizagem é mais significativa quando motivamos os alunos


intimamente, quando eles acham sentido nas atividades que propomos,
quando consultamos suas motivações profundas, quando se engajam em
projetos para os quais trazem contribuições, quando há diálogo sobre as
atividades e a forma de realizá-las. Para isso, é fundamental conhecê-los,
perguntar, mapear o perfil de cada estudante. Além de conhecê-los, acolhê-
los afetivamente, estabelecer pontes, aproximar-se do universo deles, de
como eles enxergam o mundo, do que eles valorizam, partindo de onde eles
estão para ajudá-los a ampliar sua percepção, a enxergar outros pontos de
vista, a aceitar desafios criativos e empreendedores. (MORAN, 2018, p. 43)

Ademais, já em relação ao trabalho docente, os relatos dos professores


revelaram que, em meio a tantas outras dificuldades enfrentadas durante o período de
ensino remoto, como o de acesso à internet, nenhuma outra foi maior do que trabalhar
em casa, com jornadas triplicadas, mais particularmente para as mulheres professoras,
que foram obrigadas a assumir diferentes funções ao mesmo tempo, com tarefas do
trabalho e as tarefas domésticas, além de se dividirem na tarefa como mães e
companheiras, e tiveram que se desdobrar mais ainda para garantir o ensino de
qualidade e significativo em meio ao caos da pandemia.

4. Considerações

O ponto inicial da análise realizada deu-se desde a apresentação do perfil dos


professores inseridos no estudo, do que se pode evidenciar algumas características
observadas nas informações inseridas por eles. Uma delas foi a diversidade da área de
formação dos docentes, dos 11 (onze) participantes da pesquisa, 03 (três) são formados
na área da informática (ciência da computação e tecnologia da informação e
comunicação), 03 (três) são formados em letras, 02 (dois) são engenheiros (agrônomo
e florestal), 01 (um) é formado em história, 01 (um) em ciências agrárias e 01 (um)
formado em agronomia.
Quanto ao conhecimento sobre metodologias ativas, os professores do estudo
realizado demonstraram o entendimento sobre o conceito e responderam, de modo
geral, que elas são métodos de ensino cujo objetivo é tornar o estudante o protagonista
de sua aprendizagem, produzindo uma formação mais efetiva e significativa tanto para
os discentes quanto para os docentes.
Assim, durante o período de ensino remoto, os professores buscaram por
metodologias mais dinâmicas para as aulas, e, para tanto, utilizaram TDICs para a
mediação desses conteúdos, com o uso de aplicativos e site com jogos, mapas mentais,
gravação de podcasts, criação de páginas em redes socias, canais no Youtube, etc., a
fim de tornar as aulas mais interativas e os estudantes mais participativos e
estimulados.
Os docentes compartilharam suas experiências exitosas alcançadas com as
metodologias ativas, mediadas por TDICs, como, por exemplo, com a criação de
memes educativos no Instagram, ou o compartilhamento de vídeos curtos com ideias
importantes, outros criaram jogos educativos, entre outros conteúdos para serem
postados em redes sociais. Aqui os estudantes exercitaram a pesquisa, que é um
princípio educativo por excelência, e se mostraram mais ativos e engajados.
A problemática da ausência de acesso à internet de qualidade para grande parte
dos discentes foi um ponto comum percebido pelos professores, como sendo um dos
principais motivos de exclusão social durante o ensino remoto, e um dos principais
fatores de ainda ser tão lento o desenvolvimento das metodologias ativas no ensino.
Diante de todo o exposto, compreende-se que a maior parte dos docentes que
participaram da pesquisa possuem o conhecimento sobre as metodologias ativas e
concordam de que elas ajudam a construir, de forma gradativa, um ensino mais
dinâmico e interativo por meio do uso das TDICs, ainda que as desigualdades sociais
sejam um entre vários obstáculos a serem vencidos.
Diante de tudo o que experimentamos durante o ensino remoto, concordamos
com Moran (2018, p. 58), quando defende que, em tempos atuais, “é absurdo educar
de costas para um mundo conectado, educar para uma vida bucólica, sustentável e
progressista baseada só em tempos e encontros presenciais e atividades analógicas
(que são, também, importantes)”. É preciso e se faz urgente olhar para esse futuro
presente. As combinações entre metodologias ativas, ensino híbrido e tecnologias
digitais constituem hoje estratégias para uma real e necessária renovação e inovação
pedagógica, pois elas ampliam as possibilidades de pesquisa, autoria, comunicação e
compartilhamento em rede, publicação, multiplicando tempos e espaços educativos.
As professoras e os professores têm se redobrado em seu tempo e
disponibilidade para aprender e contribuir para o ensino e a aprendizagem dos
estudantes constantemente, para que o menor número possível de discente seja
atingido pela chamada “exclusão digital” que é, em nosso tempo, mediatizado por
tecnologias digitais, a mais abissal das exclusões sociais. Então, mesmo que seja um
processo não tão célere quanto gostaríamos todos, o uso de metodologias ativas
mediadas por TDICs representam a tela inicial para uma revolução na educação para o
modo on-line, em que os estudantes estarão mais próximos de alcançar a verdadeira
autonomia e serem incluídos nesse universo digital de maneira mais humanizado.

5. Referências

MORAN, José. Metodologia ativas para uma aprendizagem mais profunda. In:
BACICH, Lilian; MORAN, José (orgs.). Metodologias ativas para uma educação
inovadora: uma abordagem téorico-prática [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Penso,
2018. p. 35-76. e-PUB. Disponível em: <https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-
content/uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao- Inovadora-
Bacich-e-Moran.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2022.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.


36. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

SANTOS, Taciana da Silva Santos. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem.


Olinda: IFPE, 2019. Disponível em:
<https://educapes.capes.gov.br/handle/capes/565843>. Acesso em: 11 ago. 2021.

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