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Aula 1 - O Trabalho na História

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A trabalho na história
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Material
l de estudo para Aula 1
Texto 1: Trabalho e educação fundamentos ontológicos e históricos Dermeval Saviani
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“Ora, o ato de agir sobre a natureza transformando-a em função das necessidades humanas é o que
conhecemos com o nome de trabalho. Podemos, pois, dizer que a essência do homem é o trabalho. A
essência do- homem não é, então, dada ao homem; não é uma dádiva divina ou natural; não é algo que
precede a existência do homem. Ao contrário a essência humana é produzida pelos próprios homens. O
que o home O é, é-o pelo trabalho. A essência do homem é um feito humano. É um trabalho que se
desenvolve, que se aprofunda e se complexifica ao longo do tempo: é um processo histórico”.
2. À medida que o trabalho foi se tornando complexo, foi se intensificando o controle privado sobre a
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propriedade da terra e demais meios de produção. Disso resultou uma divisão da sociedade em classes:
aqueles quer possuem e os que nada têm, apenas a sua força de trabalho. O surgimento da instituição
“escola” foia uma necessidade quando houve a separação entre educação e trabalho.
b portanto, que o desenvolvimento da sociedade de classes, especificamente nas suas formas
“Conclui-se,
escravistas ae feudal, consumou a separação entre educação e trabalho. No entanto, não se pode perder de
vista que isso só foi possível a partir da própria determinação do processo de trabalho. Com efeito, é o
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modo como se organiza o processo de produção – portanto,, a maneira como os homens produzem os seus
h – que permitiu a organização da escola como um espaço separado da produção. Logo, a
meios de vida
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separação também é uma forma de relação, ou seja: nas sociedades de classes a relação entre trabalho e
educação tenda a manifestar-se na forma da separação entre escola e produção.” (p. 157)

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3. Quando a
o modo capitalista de produção se torna hegemônico, estabelecem-se primeiro as manufaturas e
depois as fábricas modernas. Com o advento da indústria moderna os conteúdos de trabalho foram
simplificados, isto é, os operários passam a executar nas linhas de produção tarefas mais simples,
repetitivas.HAs máquinas conduzem a rotina de trabalho e determinam os movimentos. Esta nova forma de
i define um novo tipo de instituição:
produzir bens
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“A universalização da escola primária promoveu a socialização dos indivíduos nas formas de convivência
própria da t sociedade moderna. Familiarizando-os com os códigos formais, capacitou-os a integrar o
processo produtivo.
ó A introdução da maquinaria eliminou a exigência de qualificação específica, mas
impôs um patamar mínimo de qualificação geral, equacionado no currículo da escola elementar.” (p. 159)
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4. Saviani conclui seu artigo trazendo a contribuição de Antonio Gramsci. O conceito de politecnia é
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apresentado como ruptura da formação linear de técnicos especializados. Trata-se aqui de devolver ao
a ensino médio conteúdos que a linha de produção fordista sonegou ao trabalhador.
estudante do
“O ensino médio envolverá, pois, o recurso às oficinas nas quais os alunos manipulam os processos
práticos básicos da produção; mas não se trata de reproduzir na escola a especialização que ocorre no
processo produtivo. O horizonte que deve nortear a organização do trabalho médio é o de propiciar aos
alunos o domínio dos fundamentos das técnicas diversificadas utilizadas na produção, e não no mero
adestramento em técnicas produtivas. Não a formação de técnicos, mas de politécnicos.” (p. 161)

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Aula
T 2 - Trabalho e Educação em Gramsci
r Educação e Trabalho em Gramsci
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Prezados Alunos e Alunas:
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Nessa aula vocês devem atentar para os principais conceitos
a
formulados pelo pensador italiano Antonio Gramsci, apresentados
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pelas autoras na primeira parte do texto; especialmente os conceitos
h de Estado ampliado, sociedade civil, intelectuais orgânicos e
o hegemonia. Gramsci reformula e amplia os conceitos formulados por
Marx no século XIX, com o intuito de entender o contexto histórico
e vivido por ele nas primeiras décadas do século XX. Busca refletir
sobre os novos mecanismos que possibilitam a dominação burguesa,
a reprodução da sociedade de classes e do sistema capitalista, com
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vista a sua radical transformação. Para Gramsci, a dominação não
d ocorre apenas pela coerção, mas também por meio do consenso, isto
u é, com a adesão da maioria aos valores, concepções de mundo e aos
c projetos políticos e societários burgueses. Desse forma, o
a economicismo não é a única dimensão que nos permite compreender
ç as estratégias da classe burguesa em permanecer-se dominante e
dirigente, mas também a dimensão cultural.
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o A escola, assim como as demais instituições da sociedade civil, possui
relevância nessa disputa por hegemonia. Daí Gramsci criticar
incisivamente a estrutura dual da educação defendida pelos liberais;
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escolas diferenciadas de acordo com a classe social dos sujeitos. Para
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os futuros dirigentes é oferecida uma escola com ênfase no
desenvolvimento do trabalho intelectual, e para os trabalhadores uma
G escola com ênfase no trabalho manual.
r O sistema dual de ensino defendido pelos liberais, ao privilegiar para
a os filhos das classes dominantes e dirigentes a formação geral e
m humanista, reservando às classes trabalhadoras a educação
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profissional vinculada aos interesses do mercado, não garante aos
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trabalhadores o desenvolvimento dos conhecimentos científicos-
tecnológicos necessários para uma atuação política e social de forma
autônoma e3 consciente, além de contribuir para o aumento da
desigualdade social. Por isso, Gramsci defende um outra concepção
de formação - e de escola para as classes trabalhadoras - a
denominada escola unitária - que integra a formação geral e a
formação profissional, com vista à superação da alienação do
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trabalho e a construção de uma nova organização política, econômica
e
e social, que não seja baseada na centralidade do capital, no acúmulo
de riquezasoe na exploração do trabalho.
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Bons estudos!!
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s e precarização do trabalho
Aula 3 - Neoliberalismo
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Neoliberalismo e precarização do trabalho
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Prezadxs Alunxs:
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No texto do sociólogo Ricardo Antunes, vocês deverão atentar para a as mudanças provocadas pela
reestruturação produtiva, isto é, a mudança do modelo de produção (do taylorismo/fordismo para o
p
toyostismo – também chamando de acumulação flexível –, que inicialmente aconteceu nos países de
r adotado nos países de capitalismo periférico. No texto vocês irão perceber
capitalismo central e depois
que a reestruturação produtiva
e foi uma das orientações dada pelos economistas aos governantes como
forma de superar a crise estrutural do capitalismos, iniciada em 1973 com a chamada crise do petróleo.
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Além da reestruturação produtiva, outras medidas foram orientadas, entre elas, a adoção da política
a
neoliberal e a reconfiguração do Estado neoliberal. A adoção do neoliberalismo irá incidir numa série
de mudanças no mundordo trabalho, já que as relações de trabalho serão reconfiguradas. Sairemos da
“era das certezas” e do “pleno emprego” para a “era das incertezas” e do alto desemprego, conjugada
i
com a adoção de relações precarizadas do trabalho, como a terceirização, o part-time, empregos por
tempo determinado etc. zA questão é: a flexibilização, apresentada como algo positivo no discurso
a
governamental e empresarial, é realmente bom para os trabalhadores? Quais as consequências para os
trabalhadores nesse contexto
ç de flexibilização? Quais as principais consequências sociais da adoção da
política neoliberal? Essas consequências sinalizadas no texto de Ricardo Antunes são percebidas no
ã
atual contexto brasileiro?
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A resposta para essas questões e a compreensão desse contexto de mudanças, iniciado nos países de
capitalismo central e depois espraiado aos demais países, são importantes para se compreender os
d na educação.
efeitos da política neoliberal
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Esse será o conteúdo a ser estudado nas próximas aulas.
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Bons estudos!!
Carlos Soares 4

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Aula 4 - Novas formas da subordinação
s estrutural do trabalho
• Novas formas da subordinação estrutural do trabalho
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o Uberização: do empreendedorismo para o autogerenciamento
r subordinado
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Prezadas Alunas e Prezados Alunos:
s trabalho tem relação com um conjunto de mudanças econômicas e sociais
“O termo precarização do
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no mundo do trabalho, geralmente caracterizado pela desqualificação nas relações de contrato
trabalhista. Essa questãobsitua-se num contexto de mudança no padrão de acumulação de capital, que
engendra transformações importantes na organização da produção de mercadorias. O fenômeno
o
demonstra, mais uma vez, a velha tendência do processo de produção capitalista quando, diante das
contradições sistêmicas rque impedem a manutenção das taxas de lucro, intensifica a produtividade do
d
trabalho vivo, potencializando um nível mais elevado de exploração da mais-valia do trabalhador.”
i em desemprego. É precisamente essa massa de desempregados ou
Estamos focando, portanto,
trabalhadores não formalizados
n na economia (sem carteira de trabalho) que irá permitir novas formas
de contratações, terceirizações e demais relações sem proteção da legislação trabalhista. Em resumo:
precarização.
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Entre as atuais relações de trabalho precarizado encontra-se a uberização do trabalho - uma nova
ã
forma de gestão, organização e controle, compreendida como uma tendência que atravessa o mundo
do trabalho globalmente.o O artigo de Ludmila Abílio faz uma crítica ao uso da noção de empreendedor
para o trabalhador uberizado, propondo-se seu deslocamento para a definição de autogerente
subordinado e analisa o fenômeno em tela a partir da própria experiência dos trabalhadores .
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Vale a pena conferir!
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Boa leitura.
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AulaP5 - Precarização do trabalho naAera da flexibilização


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 Precarização do trabalho na era da flexibilização
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Aula 6 - A reforma educacional da década de 1990 e seus impactos na educação dos trabalhadores
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2.A reforma da educação brasileira no Governo Fernando Henrique Cardoso
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r 3.Com a adoção do o país a política neoliberal durante a década de 1990, iniciada no
governo de Fernando Collor de Melo e intensificada no governo de Fernando Henrique
a n
Cardoso, foi adotado um conjunto de reformas (fiscais, administrativas e estruturais), sob a
b a medidas eram necessárias para tirar o Brasil da crise econômica
justificativa de que essas
a que se arrastava porlquase uma década e possibilitar uma nova inserção competitiva do
l país no mercado globalizado.
Assim, a fim de atender as demandas produzidas pela nova configuração do capitalismo
h (transnacional) e as mudanças d efetuadas no mundo do trabalho, com a instituição de novas
o relações de trabalho (leia-seaprecarizadas, a exemplo da terceirização, da subcontratação, dos
contratos temporários de trabalho, part-time etc), um conjunto de reformas foi efetuado na
educação (no financiamento, no currículo e na gestão) com o intuito de formar o trabalhador de
n d
"novo tipo", a saber: polivalente, adaptável as mudanças, conformado com a perda de direitos e
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com o fato de ser admitido/demitido facilmente, sem burocracia.
Desse modo, questionem-se:c no conjunto da reforma efetuada na educação brasileira na década de
e a para formar o trabalhador de novo tipo demandado pelos
1990, qual a pedagogia adotada
r detentores do capital? Que mudanças
d foram efetuadas no financiamento e na gestão com o intuito
de enxugar (reduzir) os gastos públicos? Que impactos essas medidas tiveram na qualidade da
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educação ofertada às massas de trabalhadores? Diante do contexto de alto índice de desemprego,

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justificado pelo governo e pela classe empresarial como decorrente da baixa qualificação
a que ações foram tomadas para possibilitar uma maior condição de
profissional dos trabalhadores,
inserção dos brasileiros no mercado de trabalho? Que resultados essas medidas tiveram?
7 a compreensão do texto. Porém, mais do que responder essas
Essas questões podem auxiliar
questões, que tal você produzir suas próprias questões a partir da leitura do texto? Afinal, muitos
dos aspectos da reforma na educação implementada na década de 1990 ainda continuam em
-
vigência no século XXI.
Bons
estudos!!
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Aula 7 - Finalidades (des)veladas do novo ensino médio brasileiro
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• Finalidades (des)veladas do novo ensino médio brasileiro
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Aula 8 - Uberização do Trabalho d Docente
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Aula 9 - Futuro do trabalho na Era Digital
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