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Programação do Retiro (Kerigma)

Caro Pastor de grupo de oração,


Estamos enviando para você a programação e o conteúdo do retiro.
Dúvidas ou modificação da programação e do conteúdo, fale com o seu Coordenador do Pastoreio.
As manhãs devem ser de silencio.
Estaremos rezando pelo seu retiro.

Sábado
Despertar: ___:___h (duração: 30 minutos)
Missa: ___:___h duração
Café: ___:___h (duração: 40 minutos)
Louvor/laudes: ___:___h (duração: 45 minutos)
Pregação: ___:___h(duração: 1 hora)
Deserto: ___:___h(duração: 40 minutos)
Adoração: ___:___h (duração: 40 minutos).

Almoço
Louvor: ___:___h(duração: 30 minutos;);
Pregação: ___:___h(duração: 1 hora;);
Lanche: ___:___h (duração)
Dinâmica: ___:___h (duração: 1 hora) Canto das Irias;
Intervalo: ___:___h (duração: 1 hora)
Jantar: ___:___h duração
Celebração da fase: ___:___h(1hora e meia).

Domingo
Despertar: ___:___h
Missa: ___:___h
Café: ___:___h
Louvor/Laudes: ___:___h 45 minutos 45 minutos
Pregação: ___:___h 1 hora
Deserto: ___:___h 40 minutos;
Adoração: ___:___h 40 minutos.

Almoço
Louvor: ___:___h(duração: 30 minutos;);
Dinâmica: ___:___h (partilha geral do retiro e orientações finais);
Retiro da fase kerigma

Tema: “E vós, quem dizeis que eu sou?”.

Objetivo: O desejo deste retiro é de mergulhamos as nossas ovelhas neste caminho de


intimidade com Deus, nesta amizade entre Deus e o homem.

1º pregação: “E vós, quem dizeis que eu sou?”.


 Passagem (MT 16, 13 - 20);
 Vida de oração;
 As graças da vida de oração;
 A vida de oração é encantadora;
 Rezar é estar com quem nós amamos.
 Senhorio de Jesus;
 Decisão por Cristo;
 Generosidade; (o querer estar com Deus)
 Intimidade com Deus que me leva a reconhecê-lo.

2º pregação: Amizade com Deus


 Relacionamento de Cristo com o homem;
 Enfocar alguns personagens bíblicos (Pedro; João; Madalena; Lazaro...)
Amizade de Cristo com estes;
 Perseverança nesta amizade.
 Cristo amigo fiel.
 (Texto em anexo).

3º pregação: Amigo de Deus, amigo dos homens


 Recurso para o pregador: pregação do Moysés no Congresso da
Juventude em 2014 – Texto em anexo
 Adaptar a linguagem da pregação diante da realidade do grupo
(Mistos, Casais, Jovens)
 Dar ênfase ao engajamento e comprometimento com a Obra
Texto destinado ao pastor/pregador

AMIZADE COM DEUS

“Buscar-me-eis e me encontrareis: procurar-me-eis do fundo do coração”,


E eu me deixarei encontrar por vós. ”(Jer 29,13s )

Santa Teresa nos diz que “a oração é um trato de amizade com Deus”.

Nossa motivação para a oração deve ser sempre o amor a Deus. É o amor a Deus que nos
impulsiona aos desafios de tão grande bem. Orar é, portanto um diálogo de amor. A oração é um Dom de
Deus e não um esforço nosso e, podemos afirmar até mesmo que o primeiro passo é sempre Dele. É o
Senhor que toma a iniciativa de se relacionar conosco. Por isso, a oração não só é um sadio desejo do
nosso coração, mas, mais do que isto, é um DESEJO DE DEUS.

Cada um de nós tem um coração de oração que precisa ser trabalhado, desenvolvido para crescer
no Dom da oração. Este trabalho consiste num acolhimento da graça de Deus. O coração de oração não é
algo que vamos comprar com os nossos esforços, mas que vamos acolher com a nossa liberdade. Este
coração orante vai se realizando na nossa história. É um exercício, contínuo e assíduo. É um trato de
fidelidade e sinceridade com Deus.

Na oração Deus é que inicia o diálogo. Nosso primeiro passo é pedir o Espírito Santo e abrir o
coração para que agindo em nós Ele nos ensine a falar com Deus. Quando clamamos de coração sincero, o
Espírito Santo começa a arrumar as coisas, pois nossa alma na maioria das vezes se encontra bagunçada,
e sem a ajuda do Espírito que vem para ordenar e silenciar o nosso ser é impossível agradar a Deus.
Quando o Espírito Santo começa a agir eu me esqueço de mim e das coisas a minha volta e me volto para
Deus. Quando eu me disponho a ter uma vida de oração, Deus não vai permitir que eu continue a mesma
pessoa, pois a cada encontro com o Senhor o Espírito vai com a sua luz me revelando QUEM É DEUS E
QUEM SOU EU.

Este conhecimento de nós mesmos é essencial para percebermos que não somos perfeitos e que
não precisamos ser perfeitos para nos relacionarmos com Deus. Na oração não temos que nos preocupar
em não se distrair, em não ter pensamentos vãos, em multiplicar as palavras, em ser isso ou aquilo para
Deus, mas em AMARMOS MUITO, isto é o essencial.

Se vamos para junto de Deus usando uma máscara de bonzinhos e não vou com os meus pecados
e a maldade que há no meu coração, eu já levo a casa arrumada, então eu já não preciso do Espírito para
arrumar tudo e nem mesmo posso agradar a Deus na mentira, pois um relacionamento de amizade requer
acima de tudo sinceridade e confiança para conhecer o outro e deixar-se conhecer. Devemos ser como o
publicano que batia no peito diante de Deus e rezava: “Tem piedade de mim que sou pecador” e não como
fariseu que se justificava com as suas obras e negava a sua verdade. A humildade é uma virtude essencial.
Ela nos leva a permitir que o Senhor dê o primeiro passo e inicie este diálogo de amor conforme Ele
deseja.

No início de uma amizade são necessários alguns passos:

 O primeiro deles é a escolha mútua: Ser escolhido sem que eu tenha escolhido esta pessoa, ou
escolher e não ser aceito na escolha pelo outro não levam adiante uma amizade. Quando escolho e
sou escolhido, a amizade acontece na alegria e na tristeza. Deus é o amigo que estará sempre
escolhendo e acolhendo. Dele vem a possibilidade de acolhê-Lo.
 O segundo passo é a abertura: a amizade é uma doação de igual para igual. Não posso pensar
que não tenho nada para dar a Deus e me colocar somente como aquele que acolhe. Deus não é o
amigo máximo, nem o amigo protetor mas, o amigo que eu amo, o qual, sou chamado a acolher.

 O terceiro passo é a honestidade: para Santa Teresa a verdade é fundamental na oração.

 O quarto é a fidelidade: sabemos que da parte de Deus isto nunca faltará e, será até mesmo Sua
fidelidade para conosco que nos ensinará a sermos fiéis a Ele. Com certeza se marcamos com o
Senhor às quatro horas para rezar, às três horas, Ele já estará ansioso esperando por nós. Então
sentiremos impulsionado o nosso coração para não permitir que o nosso amigo fique a nos esperar.
Quando nos elegeu o Senhor nos fez um convite para sermos seus amigos. A nós cabe responder
com compromisso e interesse a divina proposta. Esta sem dúvida é uma resposta de amor e alguém
que ama e se sabe amado por Aquele que com tanto zelo nos escolheu e nos amou primeiro.
Anexo II

Congresso de Jovens Shalom- 2014

Domingo, 28 de setembro de 2014

Felizes os pobres porque deles é o Reino dos céus


Moysés Azevedo

Boa tarde! Louvado Seja Nosso senhor Jesus Cristo, para sempre seja Louvado!
Estamos continuando nosso caminho dentro do Congresso, refletindo sobre esta grande graça de
Deus, este grande chamado que o Papa Francisco nos faz. Ainda estamos sob o impacto da JMJ do Rio de
Janeiro.
Ontem de manhã vimos o Padre João começar a falar sobre a carta que o Papa Francisco nos
escreveu. Vocês sabem que o Papa escreveu uma carta para vocês! E o forte dessa carta, porque depois
da JMJ do Rio de janeiro, onde vivemos aquela experiência magnifica, forte para aqueles que estiveram lá
ou para todos aqueles que acompanharam de alguma forma, porque ainda está impactada no nosso
coração a visita do Papa Francisco! Está ainda impactada no nosso coração aquela praia de Copacabana
lotada, cheia de jovens de todas as nações! Está ainda impactada no nosso coração aquela experiência
forte que todos fizemos com Jesus Cristo e com a igreja. Temos até algumas imagens do Papa no Rio de
Janeiro, passando por entre os jovens, um mar de gente, um mar e o outro mar! Um mar de gente e um
mar de jovens, de jovens que tendo feito a sua experiência com Jesus faziam também essa maravilhosa
experiência de ser igreja, de ser família de Deus no mundo.
Dentro dessa experiência contínua, porque a igreja continua caminhando conosco, o Papa escreveu
esta carta para estas JMJ que acontecem nas dioceses em cada cidade. E por isso nós também estamos
aqui meditando esta carta, que tem o tema: Felizes os pobres de espirito, porque deles é o Reino dos céus!
Primeiro, recordando um pouco o que o Padre João nos falou no primeiro dia. A primeira coisa com
esta carta é que o Papa nos faz um chamado à felicidade. Quem quer ser feliz aqui? Eu também, todos nós
queremos ser felizes. O Papa nesta carta diz que precisamos de uma coisa para vivermos e acolhermos
esta felicidade! Vou ler e está lá na carta do Papa: “Jovens, tende a coragem de ser felizes! Tende a
coragem de ir contra a corrente! Tende a coragem da verdadeira felicidade! Dizei não à cultura do
provisório, da superficialidade e do descartável, que não vos considera capazes de assumir
responsabilidades e enfrentar os grandes desafios da vida”. Vamos repetir juntos: tenham a coragem da
verdadeira felicidade! Mas, nos diz o Santo Padre, para viver a verdadeira felicidade temos de ter a
coragem de ir contra a corrente.
O mundo aí propõe felicidade fácil, felicidade barata para os jovens, mas essa felicidade a baixo
custo, como diz o Papa, é uma mentira. A felicidade é um caminho que Jesus nos deixou muito claro. É um
caminho que passa pela cruz, e como discípulos de Jesus Cristo precisamos nos deixar atrair pela felicidade
que brota, porque é da cruz que brota a ressurreição, de não nos acomodar com o pensamento do mundo
que aí está, mas acreditar que o amor, a misericórdia de Deus, que o evangelho vivido na sua radicalidade
pode fazer um jovem plenamente feliz! Sim, porque no seu coração jovem arde um desejo imenso de
felicidade! Sim, em todo homem arde um desejo imenso de felicidade, e imagine principalmente no
coração de um jovem! O coração de um jovem pulsa, o que ele mais almeja é ser feliz!
O problema é que buscamos muitas vezes a felicidade nos caminhos e nas portas erradas, fáceis, e
as portas fáceis podem nos dar um prazer momentâneo, podem nos dar uma felicidade que não é
verdadeira, não é autêntica, uma satisfação momentânea, mas não enchem a inspiração profunda que
existe na nossa alma, que existe no seu coração. O seu coração é muito grande! A sua alma é imensa e a
sede que existe de felicidade em você não se sacia num segundo de prazer, não se sacia simplesmente
num gastar, num comprar, num satisfazer-se, abraçar-se, beijar-se. É muito efêmero tudo isso, e isso tudo
passa, e o amargor do vazio interior fica no nosso coração, porque o coração deseja mais, quer mais, e
como nos recordava Santo Agostinho: “Só Deus pode dar”. E Deus te convida a um caminho de felicidade
te entregando a cruz.
Que coragem o Papa São João Paulo II teve! Em 1985, antes de começar as JMJ, na Praça de São
Pedro, quando ele se reuniu com os jovens, o que ele deu de presente, confiou aos jovens, foi a cruz de
Cristo. E ele disse: “Jovens, eu vos dou, eu vos confio!”. Atenção jovem! O Papa, a igreja nos confia, confia
a você a cruz de Cristo, mas ela não confia essa cruz só para você carregar aqui no seu peito não. Sim,
para carrega-la sim, mas não só para carrega-la, mas para abraça-la, para acreditar que ela lhe leva a um
caminho de plenitude, um caminho de felicidade, de renunciando aos valores do mundo, de renunciando a
si mesmo e de se entregando, se ofertando a Cristo e Nele aos outros, trilharmos um verdadeiro caminho
de felicidade.
E por isso o Papa nestes anos que prepara a JMJ de Cracóvia vai nos mostrando as bem
aventuranças. Esta é a maneira concreta de eu e você abraçarmos esse caminho da cruz, abraçarmos
Jesus na cruz e acreditar que ali, ali brota a vida, brota a felicidade, brota a força da ressurreição que pode
encher a nossa vida, encher essa juventude de sentido e lhe encher de felicidade. Quem quer ser feliz?
Pois é, a felicidade que Jesus nos dá tem um caminho, e esse caminho passa pela cruz. Não é um caminho
masoquista, não é ser masoquista não, não é o sofrimento pelo sofrimento, mas aquele necessário
despojamento de nós mesmos, aquela necessária renúncia de nós mesmos. Renúncia dos nossos
egoísmos, da nossa centralização sobre nós mesmos, renúncia de uma vida vivida para si mesmo, para
passando pela cruz ressuscitar com Cristo, ter uma vida nova, vivida com Ele e para ele, e Nele para os
outros, e aí encontrar o sentido mais profundo da felicidade. Isto exige coragem. Por isso eu digo para
vocês hoje: coragem! Coragem! Coragem na escolha de uma vida verdadeiramente feliz, que passa pela
cruz e leva à ressurreição.
E nesse convite de uma vida verdadeiramente feliz o Papa nos convida a primeira bem aventurança:
felizes os pobres em espirito, porque deles é o Reino dos céus. E o Papa diz, tentando nos explicar essa
bem aventurança: “Nós precisamos ligar e compreender bem o conceito hebraico de pobres de espirito,
que é anawim (os «pobres de Iahweh»), que evoca humildade, consciência dos próprios limites, da própria
condição existencial de pobreza”. Os anawins, estes que serão felizes porque herdarão o Reino dos céus,
nós somos e nos identificamos com eles quando temos a consciência dos nossos próprios limites, da nossa
pobreza existencial. Por isso, quando temos consciência da nossa pobreza, diz: “Os anawins confiam não
neles próprios, mas confiam no Senhor. Os anawins dependem de Deus”. Eles são felizes porque
descobrem o seu nada, descobrem a sua debilidade, a sua fraqueza, e descobrindo a sua fraqueza
reconhecem o quanto necessitam de Deus, reconhecem em Deus a sua riqueza, em Deus a sua fortaleza.
Na verdade, os pobres em espirito são como mendigos. Olham para a sua realidade humana não
cheios de orgulho, não cheios de vaidade, de arrogância, não cheios de prepotência “eu posso tudo, faço
tudo”, não! Eles fazem a experiência da sua fraqueza, da sua debilidade, e sabem que só são homens
plenamente, só encontram a felicidade plenamente se se abandonarem em Deus, se confiarem em Deus, e
se transformam assim em mendigos de Deus.
O exemplo de um mendigo de Deus no mundo de hoje: o Papa Francisco. É impressionante! Disse
ontem para vocês que tive a oportunidade de estar com ele algumas vezes e tive a oportunidade de estar
meia hora conversando com ele. No final dessa conversa, a última coisa que o Papa fez foi segurar nos
meus braços, olhar para mim, fixar os olhos dele em mim, e dizer: “Moysés, reze por mim”, mas ele não
disse como dizemos “reze por mim, viu?”, não! Ele disse: “Reze por mim”. Em seus olhos víamos a
necessidade do pedido que ele trazia, “reze por mim”. Este é um Papa que tem nas suas entranhas mais
profundas uma consciência da sua pobreza humana e que sem Deus ele não pode nada, e que por isso ele
é um homem que reza, e é assim que nós nos transformaremos em homens de oração. Quando temos a
consciência da nossa pobreza humana e quanto precisamos da graça de Deus, e por isso precisamos da
oração. Um dos sinais que reconhecemos a nossa pobreza humana é quando sabemos erguer o nosso
olhar para o céu, dobrar os nossos joelhos, nos prostrar e buscar a oração, a oração! Ser um mendigo de
Deus!
Vocês sabem como é a vida de oração do Papa Francisco? Vou descrever o que ele mesmo disse
quando uns jovens estavam com ele fazendo perguntas. Perguntaram a ele como era a vida espiritual dele.
O Papa disse o seguinte: acordo-me as 4:30 da manhã, faço as Laudes, a liturgia das horas, e depois
ponho me em meditação, faço um momento de oração pessoal, de me relacionar com Deus. Depois faço a
Lectio Divina, pego a palavra de Deus e vou rezando com ela, e isso mais ou menos até 6:30 hs. Fica duas
horas em oração, e qualquer coincidência, né? Uma hora de oração pessoal, uma hora de Lectio Divina... E
aí as 7:00 horas ele celebra a missa, aquela missa que de maneira tão rica faz as meditações cotidianas
que saem todos os dias e quão é importante ler! Uma grande riqueza brota da experiência espiritual, da
vida de oração do Papa! Ele celebra a missa e começa então suas atividades normais, ordinárias. Depois,
diz o Papa, chega a hora do almoço, com uma meia hora de descanso, e às 15:00 horas ele faz as
vésperas, faz também a liturgia das horas, o oficio das leituras do outro dia, continua o trabalho dele, e às
19:00 horas para tudo e vai para diante do Sacrário. Depois de um dia intenso de trabalho, diz ele, vou
para diante de Jesus no Santíssimo Sacramento e fico mais ou menos uma hora, e é nessa hora que
muitas vezes bato a minha cabeça no sacrário, eu cochilo, mas Jesus entende. Ali ele coloca todo aquele
dia de trabalho dele diante de Jesus. Depois desse momento de Adoração ele reza o rosário. Antes de
dormir faz sua liturgia das horas e vai dormir. Ou seja, o Papa é verdadeiramente um mendigo de Deus,
como nós também precisamos ser.
Uma das características dos pobres em espirito é a necessidade de Deus, a necessidade da vida de
oração. A vida de oração não é um mandamento simplesmente, não é um dever simplesmente, é uma
necessidade da alma! E se você quer ser feliz precisa fazer essa experiência da sua debilidade, encontrar
na sua debilidade a força de Deus, uma relação autêntica, profunda e intensa com Deus. A pobreza
espiritual nasce do relacionamento com Jesus Cristo, da vida de oração.
Olha essa palavra do Papa falando sobre isso! Ele nos diz: “Não sejamos cristãos aguados”, como
quando pegamos um suco e colocamos água, tirando o sabor do suco, ou um vinho e colocamos água e
tira o sabor. Evangelho, Eucaristia e oração, não se esqueçam, diz o Papa! Evangelho, Eucaristia e oração!
Graças a esses dons, podemos conformar-nos não ao mundo, mas a Cristo, e seguir o Seu caminho, o
caminho de perder a própria vida para reencontra-la novamente purificada. O caminho de perdê-la no
sentido de doá-la, oferecê-la por amor, isso envolve os sacrifícios, até mesmo a cruz, para receber a vida
novamente purificada, livre do egoísmo e da hipoteca da morte, cheia de eternidade. Evangelho, Eucaristia
e oração, para perdermos a nossa vida, para doarmos a nossa vida, e reencontrarmos a nossa vida cheia
de eternidade. Quem quer viver isso?
E aí o nosso relacionamento com Deus vai gerando um coração verdadeiramente pobre, que vai se
despojando de si mesmo, vai renunciando a si mesmo para ir se enchendo de Deus, porque um coração
cheio de coisas, um coração preso a si mesmo não tem como se encher de Deus, não tem como se encher
de eternidade. Um coração que está preso ao que passa não tem como se encher de eternidade.
Diz o Papa: “O Senhor nos chama a um estilo de vida evangélico, caracterizado pela sobriedade.
Chama-nos a não ceder à cultura do consumo”. Porque que você procura a novidade? Porque que tem de
ser o celular mais caro? Por quê? Por quê? Porque que tem de ser a roupa da marca cara? Para se
amostrar? Por quê? Porque que tem de estar trocando e tem de ser o máximo, por quê? Porque que você
tem de se encher com o que passa, por quê? Porque trabalhar, trabalhar, se formar para ter mais dinheiro,
e para quê? Para se dar como aquele homem que constrói seus celeiros e diz: agora pronto, posso
repousar em paz, e o Senhor olha e diz: insensato. Chama o homem carinhosamente, delicadamente de
idiota. No nordeste dizemos abestado. Perdeu a vida, e o Senhor diz: hoje mesmo eu vou te tirar tudo isso
e o que tanto juntaste para quem será? Hoje mesmo te chamarei na minha presença e o quê tu vais
trazer? O que adiantará uma vida vivida nessa vida quando pomos a nossa vida, o nosso coração no que
passa? Vazio já nesta vida e vazio na eternidade.
Mas o que valerá, ah o que valerá uma vida aonde vamos passando por ela sem nos prender ao
que passa! Sim, precisamos nos vestir, trabalhar, estudar, precisamos ter o necessário e vamos de uma
maneira sóbria testemunhado que a felicidade não está nos adereços da vida, mas na essência da vida que
é Deus, e Deus no coração! Deus no meu, no seu coração! Jovens, nós precisamos testemunhar ao mundo
de hoje que a felicidade não está no shopping, não está no carro, no celular, nem na paixão, mas que a
felicidade é algo muito maior! Seria muito mesquinha a sua vida se se reduzisse a isso. Que tristeza de vida
seria a minha e a sua se reduzíssemos simplesmente aos nossos finais de semana de prazer, se
reduzíssemos simplesmente a uma paixão que vem e que depois some! Se reduzíssemos simplesmente a
dinheiro no bolso ou a titulo na mão! Algumas coisas dessas podem ser até saudáveis, boas, mas na sua
medida, mas na hora em que se transformam no centro das nossas vidas é uma idolatria destruidora que
não nos enche, que não nos faz feliz. Por isso Jesus nos adverte: felizes os pobres em espirito, felizes
aqueles que deixam se despojar! Felizes aqueles que colocam no centro das suas vidas Ele, Jesus Cristo,
Deus, a Sua palavra, e Nele os outros! Esses serão felizes, esses terão o Reino dos céus, esses saberão o
que é a felicidade por inteiro.
Quem quer ser um pouquinho feliz aqui? Um pouquinho? Tenho pena de você. Eu não quero ser
um pouquinho feliz! Pouquinho? Não. Quem quer ser mais ou menos feliz? Quem quer ser plenamente
feliz? Sim, porque você foi feito para isso! Você não foi feito para as beiradas! Você foi feito para o tudo!
Tudo! Você não foi feito para o pouco, não foi feito simplesmente para debruçar a sua vida e ter cédulas
de dinheiro no bolso ou uma poupança gorda. Você não foi feito para isso. Você não feito para ficar aí mais
reluzente de coisa de ouro no pescoço do que sei nem o quê. Não, você não foi feito para isso. Você foi
feito para a eternidade, e por isso precisamos colocar o nosso coração no que é essencial, e todas as
coisas que estão ao redor administra-las a partir do que é o essencial, que é Deus. Por isso o Senhor nos
chama a essa conversão, a esse caminho de felicidade.
Bem aventurados os pobres em espirito, porque deles é o Reino dos céus, porque serão plenamente
felizes! E esse é o convite, é o desígnio de Deus para a tua vida! Deus não quer que você tenha pouca
felicidade sabe por quê? Porque pouca felicidade não é felicidade, é enganação, é ilusão, é ilusão! E os
meios de comunicação, as redes sociais estão cheias de ilusão, e o que é ilusão passa, mas o que é eterno
fica, e fica para sempre. Onde está o teu tesouro está o teu coração, e o nosso tesouro tem um nome, é
uma pessoa: Jesus Cristo! Bem aventurados os pobres em espirito, porque deles é o Reino dos céus!
Diz o Papa: “O Senhor chama-nos a um estilo de vida evangélico caracterizado pela sobriedade.
Chama-nos a não ceder à cultura do consumo. Trata-se de buscar a essencialidade, aprender a despojar-
nos de tantas coisas supérfluas e inúteis que nos sufocam. Desprendamo-nos da ambição de possuir, do
dinheiro idolatrado e depois esbanjado. No primeiro lugar da nossa vida coloquemos Jesus. Ele pode
libertar-nos das idolatrias que nos tornam escravos”. Sim, vai ser difícil nos despojarmos da idolatria do
consumo, do dinheiro, por elas mesmas, porque elas nos dão a satisfação, pouca, ilusória, mas é alguma.
Mas quando descobrimos o tesouro, a riqueza que é Jesus, a beleza que é Jesus, aí sim, colocando Jesus
no centro.
Por isso a importância da vida de oração. Jovens, a importância da vida de oração! Vamos dizer mil
vezes, mil e uma, um milhão de vezes: a importância da vida de oração! Centrar-se no tesouro, centrar-se
em Jesus Cristo, e Ele vai nos dando esse coração de pobres no espirito que sabem se despojar e de
partilhar, e partilhar com os que sofrem, partilhar com os mais necessitados. Partilhar os nossos bens
espirituais e materiais, partilhar o nosso tempo e a nossa vida.
O Papa nos chama nessa carta a outra conversão, a outra dimensão da conversão, uma conversão
a Jesus e uma conversão aos pobres. Diz o Papa: “Em segundo lugar, para viver esta bem aventurança,
todos necessitamos de uma conversão em relação aos pobres. Para nós, cristãos, os pobres são uma
oportunidade concreta de encontrar o próprio Cristo e de tocar a Sua carne sofredora”. O Papa está nos
dizendo: para nós, cristãos, nós somos chamados a uma conversão a Jesus Cristo e em Cristo uma
conversão aos que sofrem, uma conversão aos pobres. Seremos bem aventurados se nos deixarmos entrar
numa relação com os que sofrem, tocar a carne de Cristo sofredora nos pobres.
A pobreza tem 3 categorias. Uma, a pobreza espiritual. Há bilhões, bilhões de homens pobres,
miseráveis espiritualmente, no sentido de miséria, sofrimento, um grande padecimento espiritual.
Recordava-nos o Papa Bento XVI e Francisco confirmava e recordava que a pior miséria deste mundo é o
desconhecimento de Jesus Cristo, o desconhecimento da misericórdia de Deus. Há uma multidão que
desconhece, que não fizeram a experiência que sem nenhum mérito eu e você fizemos, a experiência com
Jesus Cristo. Há um sofrimento, a humanidade padece e sofre espiritualmente, existencialmente pelo
desconhecimento de Cristo.
Há uma segunda categoria de pobres: a pobreza moral. Quantos estão em situações dolorosas, em
profundo sofrimento, por dolorosas situações morais, por famílias destruídas, por feridas na sexualidade,
vitimas muitas vezes do seu próprio pecado. Essas pessoas não são para ser condenadas. Nós não
podemos ir ao encontro dessas pessoas com um olhar de juízo e condenação, porque não foi assim que
Jesus fez. E somos os membros do Corpo Ressuscitado de Cristo e seremos felizes se tivermos um olhar
para estas pessoas que vivem situações morais violentas, sofrem! Sofrem por um casamento destruído,
sofrem por famílias separadas! Sofrem por uma sexualidade ferida, desordenada! Sofrem porque muitas
vezes têm dentro de si, na sua natureza ferida, coisas que não gostariam de ter! Sofrem porque estão em
situação de risco moral, sofrem por nem saber por que sofrem, mas porque estão na lama do pecado.
Somos enviados por Jesus Cristo para irmos ao encontro dessas pessoas não como pessoas cheias de
superioridade, não!
Eu gosto sempre de recordar e volto aqui a lembrar de como foi com Jesus. Imagine como foi
quando Jesus encontrou-se com a Samaritana. Quando Ele se encontrou com ela, começou a falar e ela
disse que não tinha marido, Ele gritou: “Adultera!”. Foi assim? Não. Ele se encheu de misericórdia por
aquela mulher. Quando Jesus se encontrou com Mateus. Mateus estava na banca roubando, ladrão,
desonesto. Jesus chegou e começou a dizer: “Ai de ti Mateus, ladrão sem vergonha”, foi assim? Não. Jesus
olhou para Mateus e o amou.
Zaqueu subiu na árvore, e todo mundo sabia quem era Zaqueu. Todo mundo sabia que ele era um
pecador publico, e talvez ele não conseguiu chegar perto de Jesus porque olhavam para ele e
perguntavam: “O que você está fazendo aqui? Aqui não é seu lugar”. Mas Jesus olha para Zaqueu e diz:
“Ei Zaqueu, hoje eu vou na tua casa”. É assim o coração de Jesus! É misericórdia viva, Ele se compadece
da pobreza da humanidade, da pobreza moral da humanidade. Ele não vai esfregando o pecado na cara do
pecador. Ele vai esfregando sabe o que é? É o seu coração aberto, que jorra sangue. Ele vai esfregando a
Sua compaixão, vai mostrando qual é a alegria.
Os fariseus ficaram indignados quando Jesus foi para a casa de Mateus, “o que ele está fazendo na
casa de um pecador?”, mas Jesus já foi logo dizendo: “Vocês estão chateados comigo porque eu estou
fazendo isso? porque vocês não conhecem o meu Pai. Se conhecessem o meu Pai, porque a alegria do
meu Pai é ir ao encontro de um pecador e trazê-lo de volta para casa, abraça-lo, beijá-lo, colocar um anel
no dedo e fazer festa por um pecador que volta para casa! Esta é a alegria do meu Pai!”. E esta deve ser a
nossa alegria, irmos ao encontro dos pobres que sofrem espiritualmente, irmos ao encontro dos pobres
que sofrem moralmente, e anunciarmos que o pecado não é a ultima palavra, anunciarmos a misericórdia
de Deus! Anunciarmos que pode ser o pior pecado, mas há uma resposta, há uma saída! Talvez aqui no
meio de nós tenham muitos que se acham sem saída, e eu quero dizer para você querido jovem: há saída
para a sua vida! Há uma resposta para a sua vida! Você pode ter esperança, porque a misericórdia de
Deus nunca desistirá de ti, e nós somos testemunhas! Nós somos testemunhas!
Há uma terceira categoria de pobres que o Senhor nos convida a irmos ao encontro deles, como
pobres que somos, porque dependemos de Deus. Todos somos pobres, todos somos pecadores. Quem é
pecador aqui diga eu? Se você não disse eu cuidado, você pode ser o pior, porque a pior situação de
alguém é quando não se acha pecador. Esse é um fariseu, hipócrita. A esse sim Jesus era forte com eles.
Todos nós somos pobres e o Senhor nos convida para, a partir da nossa pobreza e da nossa experiência
com a bondade e a misericórdia de Deus, irmos ao encontro dos que sofrem e desconhecem, vivem a
miséria espiritual, a moral, e vivem a miséria material também.
Uma conversão aos mais pobres também, o Papa Francisco nos pede. Ouçamos a palavra do Papa
Francisco: “Em segundo lugar, para viver esta bem aventurança, nós todos necessitamos uma conversão
em relação aos pobres. Os pobres são a carne sofredora de Cristo na humanidade”.
O Papa diz que há dois santuários para o cristão sair de si mesmo e para ser feliz. Um santuário é o
da oração, é o Corpo de Cristo, são as chagas de Cristo, as chagas gloriosas de Cristo, que na oração
entramos nestas chagas gloriosas e contemplamos o Pai e somos visitados pela misericórdia divina. O
outro santuário é entrando no Corpo de Cristo, sendo lavados por esta misericórdia, irmos para outro
santuário, que são as chagas da humanidade, as chagas, os homens que sofrem, e encontrar Deus nos
homens que sofrem, espiritualmente, moralmente e materialmente falando. Os homens que sofrem a sua
pobreza material, os que estão nas indigências, que estão no meio das ruas, as crianças abandonadas, os
excluídos da sociedade, os que sofrem! Os dependentes químicos, aqueles que quando vamos andando
desviamos, porque já temos trezentos juízos a respeito deles, quando qualquer um de nós poderia ser um
deles, qualquer um de nós!
Quero dizer uma coisa para vocês que é importante, e isso foi muito importante para mim, chegar a
essa consciência é fundamental na vida cristã. Pensem no pior criminoso, o que você já viu ou já ouviu
falar. Pensou? Eu sou pior do que ele. Sou. Não se espantem não e nem achem que é demagogia. Sou. Eu
sem a graça de Deus faria pior, muito pior do que ele, e chegar a essa consciência é fundamental para
nós. Nós não somos melhores do que ninguém! O evangelho hoje disse: “Julgai todos superiores a si
mesmo”, mas nós não! Na nossa arrogância achamos que somos os melhores, achamos que somos
melhores! Talvez se estivéssemos tido a história que eles tiveram, talvez se nós não tivéssemos a
oportunidade que tivemos de conhecer Jesus Cristo, faríamos coisas piores do que podíamos imaginar. Eu
faria, talvez você seja melhor, mas eu faria. A misericórdia de Deus foi que me salvou, e se a misericórdia
de Deus me salvou, sou devedor da misericórdia a todos os homens, especialmente aqueles que estão na
condição pior.
O Papa Francisco diz uma coisa muito interessante. Ele diz: “Toda vida que eu visito um presidio
olho para aqueles homens e digo: porque não sou eu? Porque não sou eu que estou ali? Porque não sou
eu? Poderia ser eu.”, se poderia ser o Papa, será que não poderia ser você também? Nenhum de nós pode
se julgar superior a ninguém, pelo contrario! Quanto mais nos conhecemos mais sabemos. Quanto mais
conhecemos a Deus na Sua bondade, a misericórdia de Deus mais faz conhecer a nossa debilidade, e mais
somos conscientes da nossa fraqueza, nos tornamos compassivos com a fraqueza da humanidade. E aí vai
nascendo dentro de nós, vamos nos aproximando de Jesus na oração e Ele vai nos dando um coração
semelhante ao Dele, vivemos dizendo: “Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração
semelhante ao vosso”, e Ele vai fazendo, e o coração de Jesus é um coração compassivo e misericordiosos,
e aí vamos começando a olhar as pessoas como Jesus olha, não com os nosso olhares, mas com o olhar de
Jesus, o olhar compassivo de Jesus. Essa compaixão vai nos tirando de nós mesmos. Não podemos mais
ficar passivos! Temos de servir, temos de nos doar, de nos entregar, temos de servir a Deus servindo aos
irmãos, servindo aos que padecem, aos que sofrem!
(Moysés pede que coloquem no telão a imagem do Papa Francisco). Vejam! É assim que Jesus quer
que nós vivamos, debruçados sobre a miséria da humanidade, sobre os que sofrem espiritualmente, sobre
os que sofrem moralmente, materialmente, os enfermos, os pobres, os indigentes, os desprezados pelo
mundo, os desprezados por nós mesmos! Neles se encontra Cristo! Neles podemos encontrar Cristo! Não
foi isso que São Francisco viveu? Tendo feito a sua experiência com Cristo, ao abraçar o leproso, ele
sentiu-se abraçando o próprio Cristo.
Queridos jovens, Jesus nos convida a uma radical saída de nós mesmos, e aí se encontra a
felicidade. Não se enganem! A felicidade não está numa centralização em si mesmo. A felicidade está
quando saímos de nós mesmos para Deus, para o grande santuário da oração, da misericórdia, e com
Deus sairmos para os outros. Sairmos para evangelizar, para anunciar a misericórdia de Deus para aqueles
que não conhecem. Sairmos para ir ao encontro daqueles que são vitimas morais dos seus pecados, não
julgando, não condenando, mas amando! Sair para o encontro daqueles que sofrem, que estão no vício, na
dependência química, na pobreza material, na indigência, as vítimas nos hospitais, nos presídios, sair ao
encontro de uma humanidade que geme, sofre e espera a manifestação dos filhos de Deus! Sair ao
encontro dos jovens, os nossos jovens, seus jovens, meus jovens! Jovens da igreja, jovens de Cristo, que
estão na sua escola, na sua universidade, que estão ao seu redor, que vivem na escravidão do
desconhecimento de Deus, na escravidão da idolatria do consumo, na escravidão da idolatria dos vícios, na
escravidão da dependência das drogas ou da indiferença religiosa. Nós não podemos ficar imóveis,
centralizados em nós mesmos! A igreja clama, o Papa pede, Cristo nos mandou: ide! Ide, igreja em saída!
Igreja em saída! Sair, sair, sair, sair! Este é o grande mandato de Cristo e da igreja para nós hoje, sair.
Não tenhamos medo de adentrar na lama da nossa sociedade de hoje, e lá na lama encontrar o
homem. Não tenha medo de se sujar na lama, porque se você entrar nessa lama por amor a Cristo e por
amor aos jovens, às famílias, aos pobres, à humanidade sofredora, aos construtores da sociedade, aos que
padecem a miséria espiritual, moral e material, se você adentrar lá, saiba: você é o primeiro que será
limpo. Quando entramos na lama da humanidade, o primeiro que é lavado somos nós! “Não, não vou
entrar, não vou evangelizar não! Não vou nessa vigília de evangelização, depois eu sou assaltado, não vou!
Não vou aos hospitais, tenho horror a sangue! Não! Não vou falar de Jesus Cristo para aquele menino não,
depois ele vai me engolir! Não”. Quando você sai de você mesmo por amor a Deus e por amor ao outro,
você é o primeiro beneficiado, é o primeiro atingido pela misericórdia de Deus, é o primeiro purificado!
Evangelizar, anunciar, servir, entrar na lama da humanidade, não tenha medo de se sujar, porque
entrando por amor a Cristo e por amor aos outros você é que vai ser limpo! Você é que vai ser lavado, e
lavado vai jorrar a agua da misericórdia de Deus para todos aqueles a quem for enviado. Não tenha medo!
Não tenha medo!
Não tenhamos medo, sabe por quê? Quando entramos nesses lugares, sabe quem encontramos? O
próprio Deus que lá está a nos esperar. Deus nos antecipa. E lá onde sofre um homem, espiritualmente
falando, lá onde sofre um homem, uma mulher, um jovem, moralmente falando, lá você encontrará Deus
que te antecipa, e você terá uma forte experiência de Deus que transformará você e aquele a quem você é
enviado.
Engraçado, às vezes pensamos em encontrar Deus nos lugares óbvios, mas Deus não se encontra
nos lugares óbvios. Diz no evangelho que quando Deus enviou Seu filho ao mundo, que o lugar que a
Sagrada Família escolheu para Jesus nascer, porque não tinha lugar para eles, aonde foi que Jesus
nasceu? Manjedoura é uma palavra bonita que criamos, mas Jesus nasceu numa estrebaria, o lugar onde
comem os cavalos, bois, burros, uma estrebaria! Não é um lugar óbvio para encontrarmos o filho de Deus,
e nem o odor. Imagina aquela estrebaria. Ele nasceu ali e onde Ele consumiu a vida Dele? Na cruz. Lá
também não é um lugar obvio para encontrarmos o filho de Deus. Crucificado, despido, ensanguentado.
Diz o profeta Isaías: “Ao passar por sobre ele os nossos olhos baixavam, porque parecia um verme”.
Queridos irmãos, Deus se esconde em lugares não óbvios.
Tem um amigo nosso que diz o seguinte. Ele tem uma sensibilidade muito particular com os pobres
e às vezes ele vai servindo aos pobres, um pobre passa por ele e dá um desaforo, ele fica com raiva, olha
para o pobre e diz: “Jesus você não vai me enganar. Eu sei que você está aí. Não vai me enganar não,
viu?”, e aí ele diz que renova as suas forças e procura se derramar mais ainda em amor, porque se há
alguém arrogante na vida somos nós que temos tudo e muitas vezes vivemos sem a capacidade de
partilhar com os que necessitam. Nós sim precisamos de conversão. Saber encontrar Jesus nos lugares não
óbvios da nossa vida. Naquele colega chato, naquela pessoa que você não aguenta, naquele fedorento,
naquele que você tem antipatia, “não tenho nada contra ele, mas”, e aí começa. “Já perdoei, não quero é
ver”, por favor! Jesus se encontra naquela sarjeta fedida, tem Deus escondido! E isso não é poesia. Se nós
não soubermos descobrir Cristo aí, diz o Papa Francisco, nós não contemplaremos a gloria de Cristo, a
carne de Cristo Ressuscitada se não soubermos reconhecer a sua carne dolorosa nos que sofrem.
Bem aventurados os pobres em espirito, porque deles é o Reino dos céus. Deixando-nos
transformar por Cristo, nos unindo a Ele, sendo um só com Ele, nos libertando das nossas idolatrias e
saindo de nós mesmos para evangelizar, para servir, para doar a nossa vida aos outros, nós entenderemos
o que é a pobreza, seremos felizes! E compreenderemos o que é o Reino dos céus, que é o próprio Jesus
que se entrega a nós.
Diz o Papa: Há uma ligação profunda entre pobreza e evangelização. Há uma ligação entre a JMJ
do Rio de Janeiro, “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”, e o tema deste ano, “felizes os pobres em
espirito, porque deles é o Reino dos céus”. Porque o Senhor quer homens, mulheres, jovens, uma igreja
que seja pobre em espirito, uma igreja pobre, que evangelize os pobres, que evangelize os que sofrem a
miséria espiritual, moral, material! Só quem se deixa transformar por Jesus Cristo terá essa comoção,
saberá contemplar Deus no sofrimento da humanidade.
Como nós obra Shalom nascemos? Tendo feito a minha experiência com Jesus, quando eu olhava
os jovens daqui de Fortaleza, da minha cidade, e quem é de Fortaleza sabe. Eu passava ali na Beira Mar no
tempo da minha juventude, e ali era o point da cidade, era uma multidão de jovens. Eu passava por ali,
contemplava aqueles jovens. Ao contemplar aqueles jovens o meu coração doía. Eu olhava e dizia: “Jesus,
esses jovens são como eu, como um dia buscava a felicidade em endereços errados, e você sem nenhum
mérito da minha parte, mas com imensa misericórdia, você me tirou do mundo e me fez conhecer-te.
Esses jovens buscam a felicidade, eles não sabem onde ela está, mas eles buscam”. E contemplando
aqueles jovens, porque eu fui alcançado pela misericórdia, o meu coração me impelia a sair de mim
mesmo em direção a eles. É impossível quem foi visitado pela misericórdia que não tenha compaixão de
quem não conhece a misericórdia de Deus.
Eu convido vocês, jovens, a voltando para as missões de vocês, para os estados do Brasil, a
voltando para os países de vocês, contemplem Jesus. Firmes na oração, o santuário da oração, e
contemplem a humanidade ao redor de vocês. Contemplem os jovens ao redor de vocês. Veja a miséria
espiritual, a miséria moral, a miséria material, e deixem Deus tirar vocês de vocês mesmos! E vocês vão
descobrir o que é a felicidade.
Terminamos com uma coisa importante. O Papa diz: “A igreja em saída é uma igreja de portas
abertas. Sair em direção aos outros para chegar às periferias existenciais da humanidade e anunciar: existe
perdão para qualquer mal cometido! Deus é maior do que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e
sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e para a vida eterna”. Uma igreja de portas abertas não
só para acolher, mas para sair, para ir a encontro, para anunciar a misericórdia de Deus.
Por isso Shalom, sejamos homens e mulheres, sejamos uma comunidade, sejamos uma obra de
portas abertas! Sejamos templos vivos do Espírito Santo, de portas abertas para não só acolher quem vem
ao nosso encontro, mas para sairmos, irmos ao encontro de todos aqueles que gemem, sofrem e esperam
a manifestação dos filhos de Deus. O que acontece com a humanidade? A humanidade geme, sofre e
espera, esperando a manifestação dos filhos de Deus, e quem é filho de Deus aqui? Pois a humanidade
tem uma face, não é uma coisa subjetiva e abstrata não. Ela tem uma face, e a face da humanidade que
geme, sofre e espera a manifestação dos filhos de Deus não é uma face bonitinha não. É uma face
desfigurada, que não temos nenhuma atração humana por ela, mas que se olharmos com os olhos de
Jesus descobriremos que ela espera a manifestação dos filhos de Deus, de mim e de você. A humanidade
padecente, que espera uma igreja em saída, que espera uma comunidade Shalom em saída, que espera
jovens em missão! E o Papa diz: nós devemos ensinar os nossos jovens a serem cacheiros viajantes, a
partirem em missão! Por isso, saiamos de nós mesmos! Saiamos de nós mesmos! Sejamos um povo em
movimento, um povo com o coração inquieto, alcançado pela misericórdia de Deus, que não cessa de sair
de si mesmo para dar de graça o que de graça recebemos!
Quem quer ir para o céu? Só que tem uma coisa. Ninguém entra no céu sozinho! Só entramos
levando muitos conosco. Só entramos no céu carregando um monte de gente atrás de nós, porque as
portas do céu se alargam na medida em que levamos muita gente conosco, e se estreita na medida em
que chegamos sozinhos. Saiba disso! Quem quer ir para o céu? Pois leve muitos com você! Evangelize,
sirva, saia de si mesmo!
Vale a pena ofertar a vida! Felizes os pobres em espirito, porque deles é o Reino dos céus. O Papa
nos confiou a cruz de Cristo e é com ela que queremos terminar esse momento em oração. Sair de si
mesmo é passar pela cruz. A nossa experiência de paz, Shalom, é uma paz aonde fazemos uma
experiência com o Ressuscitado que passou pela cruz. Temos que com Ele passar pela cruz para
experimentarmos a força da Sua ressurreição.
Convido-vos a acolher, a abraçar a escolher a cruz de Cristo, para despojar-se com Cristo, para que
com Ele possamos dar a nossa vida a Deus e aos outros. Pensem em Cristo agora, é Ele, a cruz de Cristo.
Recebamo-la cantando e rezando juntos.
Que esse momento do nosso congresso seja o momento da nossa resposta, aonde livremente
queremos dizer a Jesus com sinceridade e com verdade o que queremos. Se escolhemos a verdadeira
felicidade, a eternidade, a ressurreição que brota da cruz, por isso a cruz estará cheia de flores, de rosas,
porque da cruz gera e brota a beleza e a vida. Se nós escolhemos perder a nossa vida, ofertar a nossa vida
para Nele e com Ele reencontrá-la, e darmos a nossa vida. Felizes os pobres em espirito, porque deles é o
Reino dos céus. Que o Senhor nos dê a graça de acolher esta cruz hoje, cantando e rezando. Reze, por
favor, reze.

Quero corresponder
Com a oferta do meu viver
Ao apelo de Deus em meu coração
A humanidade a chorar, sofrendo a esperar
Que o meu canto, que o meu grito,
Se faça escutar

Quero ofertar minha vida,


Gastar os meus dias,
Minha juventude, por amor,
Por que o meu perfume não se espalhará
Se não se derramar, por amor a Deus

Quero ofertar minha vida,


Gastar os meus dias,
Minha juventude, por amor

Pela igreja, pelos jovens, pelos homens,


Me consumirei,
Pela igreja, pelos jovens, pelos homens,
Cada dia hei de viver,
Pela igreja, pelos jovens, pelos homens,
Me consumirei,
Pela igreja, pelos jovens, pelos homens,
Minha alegria e o meu sofrer,
Pela igreja, pelos jovens, pelos homens,
Por cada um eu ei de viver,

Pela igreja, pelos jovens, eu me oferto

Oração Moysés:
Quero corresponder, cantando com o coração. E se você puder se aproxime dela, e você pode tocar
em quem a toca, porque assim é a cruz. Não aperte, toque quem a toca e nos unamos à cruz de Cristo,
tocar a cruz ou quem toca na cruz, seja a oferta da nossa vida! Espontaneamente faça a sua oferta de
vida. Espontaneamente responda a Jesus que diz: aquele que quiser ganhar a sua vida perdê-la-á, mas
aquele que por amor a mim perder a sua vida, a encontrará. Quem quiser me seguir renuncie a si mesmo,
tome a sua cruz e siga-me. O que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perde a sua própria alma!
Sim Jesus, tu nos chamaste e nós queremos te seguir. Nós queremos contigo ofertar a nossa vida,
cremos que em ti está a felicidade. Queremos nos despojar, te pedir que Tu nos despojes, a graça do
despojamento! A graça de um coração pobre que se entrega, que se doa, que se perde e que sai de si
mesmo, que vai ao encontro dos pobres, dos que padecem a miséria espiritual de não conhecer o Teu
nome e o Teu evangelho. Da miséria moral, escravos do pecado. Da miséria material na indigência na
sociedade.
Jesus, eis nos aqui. Assim Senhor, só assim nós seremos felizes, não vivendo para nós mesmos,
mas para ti e para os outros. Sim, felizes os pobres em espirito, porque deles é o Reino dos céus. A eles Tu
Jesus se entrega sem medidas. Tu és a nossa felicidade!
Estendendo a sua mão direita para a cruz, você pode dizer comigo: Jesus, eu creio em ti. Eu creio
que Tu és o caminho. Eu creio que Tu és a verdade. Eu creio que só em ti nós temos a plenitude da vida.
Jesus, eis-me aqui, recebe a minha vida. Que o Teu Espirito Santo Senhor, me una a Tua cruz, a tua oferta
de vida, ofertando a minha própria vida contigo, para que eu possa experimentar na minha carne a força
da Tua ressurreição e testemunhá-la no coração do mundo, no coração da humanidade que Tu estás vivo,
que tu reinas, que Tu és o Senhor! Eis me aqui Jesus! Eis me aqui Jesus!
Mas há alguém que permaneceu de pé ao lado dessa cruz, e Ela está junto conosco aqui, no meio
de nós, a Mãe de Jesus, a Virgem Maria. É Nela que nós somos Seus filhos. Podemos continuar olhando
para a cruz, porque ali é o lugar dela, aos pés da cruz. Ela está aqui no ícone, mas na verdade está sempre
ao lado da cruz. Ela entendeu o mistério de Cristo na cruz. Ela deu o Seu filho, Ela se ofertou com Cristo na
cruz. Maria, nossa Mãe!

Oração Emmir:

Maria nossa Mãe, nós sabemos que o Teu coração é unido ao coração de Jesus mais forte e
profundamente do que nenhum outro. E por isso Mãe nós queremos te ofertar o nosso coração. Você pode
estender a sua mão com o seu coração. Recebe Mãe, aos pés da cruz, o nosso coração, e reze, pede a
Jesus que aumente a nossa fé, a nossa generosidade, o nosso olhar fixo Nele, o nosso desejo de céu, a
misericórdia para com os que sofrem. Mãe nenhum ser humano foi pobre como Tu. Tu que te despojastes
até do Teu filho, ajuda-nos a entender o segredo da felicidade escondido nesta pobreza de anawim, nessa
pobreza que se despoja inteiramente de si para que o outro tenha vida como Tu fizeste.

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