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Geografia

O surgimento da indústria e seus fatores de localização

Teoria

O que foi o processo industrialização?


Nas sociedades pré-industriais, a economia estava intrinsecamente ligada ao comércio de produtos
naturais, e a lucratividade, bem como a produção, dependiam diretamente dos ciclos da natureza.
A maioria da população residia no campo, o principal gerador de empregos na época. Esse
momento que vem desde o surgimento da nossa espécie até o final do século XVIII era denominado
de meio natural. Um exemplo desse momento de hegemonia do meio natural pode ser visualizado
na própria história do Brasil Colônia e como sua “descoberta” e o desenvolvimento das atividades
em solo brasileiro ocorreu a partir do cultivo e exportação de gêneros agrícolas. Toda a sociedade
brasileira se desenvolveu a partir dessa lógica em que o tempo da natureza predominava.

Com o início da Revolução Industrial (RI) no final do século XVIII, passamos a viver no meio técnico.
Importante pontuar que a atividade industrial é um processo de transformação de matérias-primas
em produtos manufaturados. A partir desse momento o meio natural, anteriormente central na
produção econômica, passa a ser progressivamente substituído pelo meio técnico, alterando a
definição de lucratividade e produtividade, que agora está atrelada ao desenvolvimento de novas
técnicas e tecnologias. Esse fenômeno cria oportunidades nas áreas urbanas, atraindo um grande
contingente populacional para trabalhar nas indústrias. Esse fluxo populacional em direção às
cidades marca o início de um intenso processo de urbanização, que ocorre paralelamente à
industrialização de um país, conforme podemos visualizar na imagem abaixo.

Fonte: https://jornaletc.wordpress.com/2012/03/21/reflexao-a-proposito-das-cidades-da-revolucao-industrial/.
Acesso em 03/01/2024.
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Cabe relembrar que a Primeira Revolução Industrial (1789) deriva de um momento caracterizado
pela mudança dos processos artesanais (produção manual sem uso de máquinas) para as
maquinofaturas (intenso uso de máquinas no processo de fabricação). A Segunda Revolução
Industrial (1850) é a evolução produtiva dessa primeira fase, com a incorporação de um modelo
produtivo. A Terceira Revolução Industrial (1970) corresponde a introdução do meio-técnico-
científico-informacional na estrutura produtiva das empresas. Nas próximas semanas iremos
estudar detalhadamente cada uma dessas fases.

Por fim, é importante perceber que essa transformação não apenas redefine a paisagem física, com
o crescimento de centros urbanos, mas também modifica as relações sociais e econômicas. O
espaço urbano, agora um polo de atração de recursos humanos e financeiros, torna-se o epicentro
da vida moderna, enquanto o meio natural é cada vez mais visto sob a ótica de sua exploração e
preservação em um contexto de desenvolvimento sustentável. Esse último tópico ainda iremos
estudar mais para frente.

Fatores locacionais da indústria


Nesse contexto, já percebemos a importância gigantesca da indústria na sociedade, contudo, é
interessante perceber que não é em qualquer lugar que uma indústria pode ser instalada. Por isso,
estudamos os fatores locacionais da indústria que se referem aos diversos elementos que
influenciam a decisão de onde instalar uma unidade industrial.

Esses fatores são importantíssimos, pois determinam não apenas a viabilidade econômica, mas
também a eficiência operacional da atividade industrial. Ao longo das diversas fases da Revolução
Industrial, esses fatores sofreram alterações significativas, influenciando decisivamente na escolha
das localizações. Inicialmente, por exemplo, no contexto da 1ª fase da Revolução Industrial, esses
fatores estavam direcionados para a proximidade de recursos naturais e de mão de obra. Com o
passar do tempo e já no contexto do desenvolvimento tecnológico dos transportes, esses fatores
locacionais evoluíram para incluir outros aspectos como políticas regulatórias e até
sustentabilidade ambiental da indústria, como é possível observar nas 3ª e 4ª fase desse processo.
Existem inúmeros fatores que contribuem para decisão de onde instalar uma indústria, entre os
principais fatores locacionais, podemos citar:

● Matérias-Primas: A disponibilidade de recursos como minerais e produtos agropecuários é


fundamental, pois reduz os custos de aquisição e transporte. No início da RI devido ao baixo
desenvolvimento dos transportes a localização próximo da fonte de matéria-prima ou de
energia reduzia significativamente os custos;
● Energia: Fontes de energia, como carvão mineral, petróleo, gás natural e eletricidade, são
essenciais para o funcionamento da indústria. A proximidade a essas fontes pode diminuir
significativamente os custos operacionais, conforme destacado acima. A primeira fase da RI
es;
● Mão de Obra: A disponibilidade de trabalhadores qualificados (geralmente com salários mais
elevados) e pouco qualificados (com salários mais baixos) afeta tanto a qualidade da produção
quanto os custos laborais. Cada indústria pode demandar um tipo específico de mão de obra.
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● Tecnologia: A proximidade a parques tecnológicos, universidades e centros de pesquisa e


desenvolvimento facilita a inovação e a adoção de novas tecnologias. Esse fator é muito mais
significativo atualmente, onde a inovação ganhou um papel central na produção. Um exemplo
excelente disso é o Vale do Silício, Califórnia (Estados Unidos). O lugar conta com
universidades de ponta, acesso a capital, rede de empreendedores, cultura de inovação e risco,
além de uma legislação e infraestrutura favoráveis. Isso faz com que a região se torne um
grande polo de indústrias e empresas do setor. Por exemplo, algumas unidades de
desenvolvimento ou sedes de empresas como Google, Apple, Microsoft, Uber, Netflix, LinkedIn,
Nvidia, Tesla estão há alguns minutos de carro;
● Mercado Consumidor: O tamanho e o poder aquisitivo do mercado consumidor local
influenciam diretamente a demanda pelos produtos da indústria;
● Logística: A disponibilidade de opções de transporte e armazenagem eficientes e a preços
competitivos é crucial para o escoamento da produção e recebimento de insumos. Um país “A”
que não consegue desenvolver uma boa infraestrutura de logística pode ser superado por um
país “B”, que passa a atrair (“roubar”) as indústrias desse país “A”. Um exemplo muito vívido
disso é o investimento massivo da China em infraestrutura de transportes. A partir disso, a
China passou a ser uma opção barata para várias empresas que levaram suas indústrias para
território sino, não só pela mão de obra mais barata, mas pela capacidade de exportar seus
produtos a baixo custo para todo o mundo;
● Rede de Telecomunicações: A infraestrutura de telecomunicações, incluindo telefonia fixa e
móvel e acesso à internet, é vital para comunicações eficientes e operações comerciais;
● Complementaridade: A proximidade de outras indústrias pode criar sinergias, como o fácil
acesso a fornecedores e a oportunidade de parcerias;
● Incentivos Fiscais: Benefícios como redução ou isenção de impostos oferecidos pelos
governos nas esferas federal, estadual e municipal podem ser decisivos para a escolha de um
local, reduzindo significativamente os custos operacionais.

Fases da Revolução Industrial e seus fatores


Novamente, a localização das indústrias está diretamente associada às suas necessidades e
capacidades técnicas. Por exemplo, na primeira fase da Revolução Industrial os fatores de
localização eram muito regulados pela disponibilidade de matéria-prima, dada a dificuldade do
desenvolvimento dos transportes naquele período. Sem essa infraestrutura as indústrias
precisavam encontrar um meio termo entre disponibilidade de matéria-prima, existência de um
mercado consumidor e disponibilidade de fontes de energia. Lembre-se que na primeira fase da
Revolução Industrial o carvão mineral era a principal fonte energética.

No contexto da segunda fase da Revolução Industrial esses fatores passam a ter uma importância
diferenciada. Com uma melhor infraestrutura de transportes, conforme na imagem abaixo, e novas
técnicas produtivas a indústria aumentou sua produtividade e com isso criou a possibilidade de
produzir um produto em determinado país e comercializá-lo em áreas cada vez mais distantes.
Assim, passa a ser buscar novos mercados consumidores e novas fontes de matéria-prima fora do
país de origem da produção industrial. É nesse contexto que ocorrem os projetos imperialistas
sobre a África e Ásia.
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Fonte: https://historiadocumentada.wordpress.com/2013/09/29/segunda-revolucao-industrial/.
Acesso em 03/01/2024.

Importante destacar que a invenção da locomotiva e do barco a vapor, foi um dos mais importantes
avanços tecnológicos surgidos antes da segunda fase da Revolução Industrial, mas foi durante
essa, que seu impacto se tornou mais pronunciado e amplamente sentido. A primeira locomotiva a
vapor foi desenvolvida no início do século XIX, e seu papel foi fundamental para catalisar mudanças
significativas na logística, no comércio e no movimento de pessoas.

Dessa forma, essa evolução nos transportes e na capacidade de produzir gerou uma crescente
concorrência entre as empresas e a busca por novos mercados, foi exigida uma melhor
infraestrutura de transportes. Com isso, cada vez mais esse fator locacional passou a ser
importante e aqueles países que detinham uma melhor infraestrutura de transportes conseguiam
se inserir melhor na economia. No contexto da terceira fase da Revolução industrial, o
desenvolvimento dessa infraestrutura possibilitou que as indústrias se localizassem em novas
áreas com outras vantagens locacionais, como uma mão de obra mais barata.

Especialização produtiva
Acabamos de estudar que fatores locacionais se referem aos elementos que influenciam a decisão
de onde uma indústria deve se estabelecer e que esses fatores mudam ao longo do tempo. Por
outro lado, é interessante perceber que a partir do momento que algumas indústrias passam a
escolher determinado lugar para se instalar, elas próprias acabam funcionando como um fator
locacional. É o que chamamos de especialização produtiva. Essa característica refere-se à
concentração de indústrias de um setor específico qualquer, como o têxtil, tecnológico,
cinematográfico etc., dentro de uma região geográfica específica. A partir dessa concentração de
indústrias elas passam a ser beneficiar mutuamente reduzindo custos de comercialização e
aumentando a eficiência.

Essa especialização produtiva pode levar ao desenvolvimento de clusters industriais, onde


empresas relacionadas e complementares se beneficiam mutuamente através da proximidade. Isso
pode criar um ciclo virtuoso, onde a especialização atrai mais empresas do mesmo setor,
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fortalecendo ainda mais a posição da região naquela indústria específica. Um exemplo disso é o
Vale do Silício, no setor tecnológico. Mas quando pensamos, por exemplo, na indústria
cinematográfica. Qual é a maior indústria desse tipo no mundo? Hollywood, localizado em Los
Angeles, é famoso por ser o centro da indústria cinematográfica americana, com uma grande
concentração de estúdios de cinema, empresas de produção e talentos relacionados a essa
indústria. Imagine que você queira abrir uma empresa de efeitos visuais, de câmeras, de dublês, de
escola de atuação ou de roteiristas... Qual seria a melhor região para fazer isso? Hollywood! Perceba
que a especialização é frequentemente impulsionada pelos fatores locacionais. Prefere-se à
concentração de indústrias em um setor específico ou em atividades de produção particular, dentro
de uma região geográfica.

Desconcentração industrial e os incentivos fiscais


É importante destacar que existe uma certa tendência de concentração industrial, mas também se
observa a ocorrência de um fenômeno oposto: a desconcentração industrial. Como pode ocorrer
tal desconcentração diante do contexto que acabamos de examinar? Aqui é essencial reconhecer
que os avanços nos sistemas de transporte e comunicações têm reduzido os custos logísticos em
diversos países, permitindo assim a redistribuição da produção entre diferentes países. Lógico que,
não se trata apenas de progressos no transporte, mas também da implementação de uma lógica
econômica que promova e facilite o fluxo global de mercadorias e capitais, que ainda vamos estudar
mais para frente, denominada neoliberalismo. Esse, corresponde a uma filosofia política que
preconiza um modelo de "Estado mínimo", defendendo uma redução da intervenção estatal na
economia e privilegiando a livre atuação das empresas.

Sob este modelo, o papel do Estado é de proporcionar condições que favoreçam as atividades
empresariais tanto em âmbito nacional quanto internacional. Foi nesse contexto que, durante a
década de 1990, o conceito de Globalização ganhou força. Mas fica calmo, que o conceito de
Neoliberalismo e Globalização são temas complexos que serão abordados em aulas futuras. O
crucial, nesse momento, é apenas pontuar essa relação entre o processo de desconcentração
industrial e a fase contemporânea do Capitalismo globalizado, caracterizada por uma maior
liberalização na movimentação de capitais e no comércio internacional.

Assim, as indústrias, se aproveitando desse incremento nos transportes e das condições políticas
e econômicas favoráveis, começaram a buscar outros países. Esse processo foi impulsionado mais
ainda pelos incentivos fiscais. Esses são uma ferramenta econômica utilizada por governos para
estimular o desenvolvimento em áreas específicas ou setores da economia, como o setor industrial.

No contexto dos fatores locacionais, estes incentivos são um componente estratégico,


influenciando a decisão de empresas sobre onde localizar suas operações. Veja só, esses
incentivos podem incluir reduções de impostos, créditos fiscais, subsídios diretos ou indiretos, e
isenções de tarifas de importação e exportação. Ao oferecer esses benefícios, as autoridades
buscam atrair investimentos, isto é, atrair as empresas e as indústrias, ao mesmo tempo que
possibilitam estimular a criação de empregos e fomentar o desenvolvimento econômico local. Essa
estratégia dos Estados acaba sendo superinteressante para as indústrias para tornar sua produção
mais barata e é por isso que observamos nas últimas décadas do século XX e início do século XXI
um significativo processo de redistribuição da indústria pelo mundo, especialmente para países do
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Leste e Sudeste Asiático que souberam melhor que ninguém em oferecer infraestrutura de
transporte, mão de obra barata e outros incentivos fiscais.

É importante ressaltar que esse fenômeno não se restringe ao cenário internacional, mas ocorre
também dentro das fronteiras nacionais. Um exemplo é o processo de desconcentração industrial
observado nas grandes metrópoles brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde indústrias
migraram para o interior desses estados ou para outras regiões como o Nordeste, Norte, Sul e
Centro-Oeste, atraídas por benefícios como mão de obra acessível e incentivos fiscais. Tais
benefícios são referidos como vantagens locacionais e são temas recorrentes em exames
vestibulares. Na imagem abaixo, as setinhas do mapa indicam o caminho da desconcentração
industrial no Estado de São Paulo. O mapa destaca várias cidades com círculos pretos e utiliza
linhas pontilhadas para indicar rodovias. As setas sólidas partem da região metropolitana de São
Paulo, localizada aproximadamente no centro inferior esquerdo do mapa para a borda do mapa do
estado, indicando os principais novos eixos de industrialização, caracterizando o processo de
desconcentração industrial do centro para outras regiões do estado.

Fonte: https://questoes.grancursosonline.com.br/questoes-de-concursos/geografia/23166. Acesso em 24/12/2023.

Sustentabilidade como novo fator de localização industrial


Esse fator é significativamente mais novo do que os outros e alguns discutem até que ponto a
sustentabilidade é um fator determinante na localização das indústrias. Mas a questão é que a
sustentabilidade tem ganhado força como fator locacional, refletindo uma crescente consciência
ambiental pelas indústrias e empresas frente a necessidade de adotar práticas de negócios mais
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responsáveis. Nesse cenário, aspectos como a eficiência energética, a minimização da pegada de


carbono, o uso de recursos renováveis e a gestão de resíduos tornaram-se critérios importantes na
seleção de um local para indústrias. Entre os principais critérios que definem a localização das
indústrias a partir da sustentabilidade podemos destacar:

● Proximidade a Recursos Sustentáveis: Empresas procuram locais onde possam ter acesso
facilitado a energias renováveis, como solar, eólica e hidrelétrica, que não apenas reduzem o
impacto ambiental, mas também oferecem vantagens econômicas a longo prazo devido a
menores custos operacionais e potenciais incentivos governamentais, além também de acesso
a matéria-prima reciclada, barateando seu custo produtivo;
● Demanda do Consumidor: À medida que os consumidores se tornam mais conscientes sobre
questões ambientais, eles demandam produtos que sejam produzidos de maneira sustentável.
Isso pressiona as empresas a considerarem a sustentabilidade como um fator locacional para
atender às expectativas do mercado;
● Incentivos para Práticas Sustentáveis: Muitos governos oferecem incentivos fiscais e
subsídios para empresas que implementam práticas sustentáveis, tornando certas regiões
mais atraentes para essas empresas.

Tipos de indústria
Nesse texto falamos de como a atividade industrial é marcada pela transformação de matérias-
primas em produtos e dos diferentes fatores locacionais que guiam a instalação das indústrias.
Contudo é fundamental falar também que a indústria não é uma coisa única e existem diferentes
etapas no processo produtivo. Essa informação será importante para te ajudar na compreensão
das próximas aulas sobre indústria, vamos lá?!

Dessa forma, como existem diferentes etapas existe também uma variedade de tipos de indústria,
cada uma com características e necessidades específicas. Entre as principais categorias,
destacam-se:

● Indústrias de Base: conhecidas como indústrias pesadas, estas formam a espinha dorsal do
setor industrial, fornecendo insumos essenciais para outras indústrias. Um exemplo é a
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que fabrica diversos produtos metálicos. Estes
produtos são utilizados como matéria-prima por outras indústrias, como a automotiva e a de
construção civil. As indústrias de base geralmente requerem grandes quantidades de matérias-
primas e energia, o que justifica sua localização próxima a recursos naturais e fontes de
energia, para otimizar a logística e reduzir custos;
● Indústrias Intermediárias: Estas são responsáveis pela produção de maquinário, equipamentos
e ferramentas utilizados por outras indústrias, razão pela qual são referidas como indústrias de
bens de capital. Elas são fundamentais para o desenvolvimento e a manutenção do parque
industrial de um país, pois fornecem a tecnologia necessária para a produção de bens de
consumo e outros produtos;
● Indústrias de Consumo: Direcionadas para a produção de bens destinados diretamente ao
consumidor final, estas indústrias dividem-se em dois subtipos: indústrias de bens de consumo
duráveis e não duráveis. As indústrias de bens duráveis produzem itens como
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eletrodomésticos, eletrônicos e automóveis, produtos que são utilizados por longos períodos
antes de serem substituídos. Já as indústrias de bens não duráveis são focadas em produtos
que têm um ciclo de vida mais curto, como alimentos e vestuário. Idealmente, essas indústrias
se beneficiam de estar próximas a seus mercados consumidores para responder rapidamente
às demandas e reduzir custos de distribuição. Contudo, com uma infraestrutura de transporte
eficiente, é possível que se situem mais distantes sem prejuízo significativo à logística e à
distribuição.
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Exercícios de fixação

1. Qual a principal mudança destaca no texto que se observa da Primeira para a Segunda
Revolução Industrial?
(A) Adoção da maquinofatura no processo produtivo.
(B) Utilização das redes mundiais de comunicação.
(C) Incorporação de um modelo produtivo.

2. Qual a relação da indústria com o processo de urbanização?

3. As vantagens competitivas no processo de industrialização são importantes, pois


(A) diminui os impactos do consumo de combustíveis fósseis.
(B) atrai as indústrias para um determinado lugar.
(C) amplia a produção industrial devido a adoção do Fordismo.

4. São fatores locacionais


(A) energia, mão de obra e logística.
(B) tecnologia, incentivos fiscais e modelo produtivo.
(C) complementaridade, sustentabilidade e energia.

5. Explique a importância dos transportes como fator locacional das indústrias


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Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2017) A instalação de uma refinaria obedece a diversos fatores técnicos. Um dos mais
importantes é a localização, que deve ser próxima tanto dos centros de consumo como das
áreas de produção. A Petrobras possui refinarias estrategicamente distribuídas pelo país. Elas
são responsáveis pelo processamento de milhões de barris de petróleo por dia, suprindo o
mercado com derivados que podem ser obtidos a partir de petróleo nacional ou importado.
Murta, Energia: o vício da civilização, crise energética e alternativas sustentáveis. Rio de Janeiro Caramond 2011

A territorialização de uma unidade produtiva depende de diversos fatores locacionais. A partir


da leitura do texto, o fator determinante para a instalação das refinarias de petróleo é a
proximidade a
(A) sedes de empresas petroquímicas.
(B) zonas de importação de derivados.
(C) polos de desenvolvimento tecnológico.
(D) áreas de aglomerações de mão de obra.
(E) espaços com infraestrutura de circulação.

2. (Enem, 2016) Em virtude da importância dos grandes volumes de matérias-primas na indústria


química – eram necessárias dez a doze toneladas de ingredientes para fabricar uma tonelada
de soda –, a indústria teve uma localização bem definida quase que desde o início. Os três
centros principais eram a área de Glasgow e as margens do Mersey e do Tyne.
LANDES, D. S. Prometeu desacorrentado: transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa ocidental, desde
1750 até a nossa época. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

A relação entre a localização das indústrias químicas e das matérias-primas nos primórdios
da Revolução Industrial provocou a
(A) busca pela isenção de impostos.
(B) intensa qualificação da mão de obra.
(C) diminuição da distância dos mercados consumidores.
(D) concentração da produção em determinadas regiões do país.
(E) necessidade do desenvolvimento de sistemas de comunicação.
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3. (FATEC, 2015) A escolha de um local para a instalação de uma planta industrial não é
aleatória. Essa escolha, geralmente, recai sobre um lugar que ofereça mais rentabilidade para
o empreendimento. Cada empresa avalia os elementos mais importantes para tomar a
decisão. Esses elementos são chamados de fatores locacionais e variam dependendo do tipo
de indústria.
As empresas que produzem tecnologia vestível procuram se instalar nos chamados
tecnopolos como o Vale do Silício nos Estados Unidos que, além de outras vantagens,
oferecem
(A) mão de obra barata e contiguidade às redes bancárias, comerciais e hospitalares.
(B) proximidade de universidades e centros de pesquisa e de tecnologia.
(C) amplo mercado consumidor e grande quantidade de matéria-prima.
(D) energia abundante e barata e informalidade da mão de obra.
(E) incentivos fiscais e legislação ambiental deficiente.

4. (Unesp, 2013) Assinale a alternativa que indica corretamente o fator considerado


determinante para a localização das indústrias durante a Primeira Revolução Industrial (final
do século XVIII a meados do século XIX).
(A) Reservas de petróleo.
(B) Incentivos fiscais.
(C) Mão de obra especializada.
(D) Jazidas de carvão mineral.
(E) Disponibilidade de água.

5. (Enem PPL, 2012) O fechamento de seis unidades de uma empresa calçadista na Bahia deve
resultar na demissão de 1 800 funcionários. Enquanto demite no Brasil, a empresa abre uma
fábrica na índia. Nas seis unidades fechadas na Bahia eram produzidos cabedais de calçados
esportivos que serão fabricados também na índia.
O Globo. 17 dez 2011 (adaptado).

A estratégia produtiva adotada pela empresa, que explica o processo econômico descrito,
está indicada na:
(A) Redução dos custos logísticos.
(B) Expansão dos benefícios sociais.
(C) Planificação da produção industrial.
(D) Modificação da estrutura societária.
(E) Ampliação da qualificação profissional.
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6. (UPF, 2012) Observe na figura os diversos modelos locacionais da indústria siderúrgica e


analise as afirmativas que seguem.

Terra e Araújo, 2008, p. 410.

I. Nos modelos locacionais da figura, a usina é atraída pelas reservas de ambas as


matérias-primas (carvão e ferro).
II. Nos modelos locacionais da figura, a usina é atraída pelas reservas de ambas as
matérias-primas (carvão e ferro), pelas reservas de uma dessas matérias-primas ou pelo
mercado de consumo.
III. No modelo locacional “G”, a localização da usina está relacionada à presença de
matérias-primas.
IV. Nos modelos locacionais “G” e “I”, a localização da usina não está relacionada à presença
de matérias-primas, o que acontece com frequência em siderurgias implantadas nas
últimas décadas.
São incorretas as afirmativas:
(A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
(C) I e III.
(D) II e IV.
(E) I, II, III e IV.
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7. (Enem PPL, 2011) A cada 80 dias, 20 mil gravatas chegam a uma lojinha do Brás, bairro
comercial de São Paulo. É o fim de uma viagem e tanto para elas — navegam por um mês
desde Shengzhou, uma cidade no leste chinês. Mas a parada no Brás não deve demorar. Pelo
menos se depender de Márcio, o dono da loja. Ele costuma vender todo o estoque até a
chegada da carga seguinte. Márcio não conhece muito de Shengzhou, mas sabe de algo
importante: “Lá estão as gravatas mais baratas do mundo. Na índia, são 15% mais caras. Na
Europa, 300%".
Superinteressante. N° 271, nov. 2009.

A coesão é uma estratégia espacial adotada pelas indústrias para reduzir o custo de
comercialização. No caso chinês, a interação socioespacial ocorre com diversas partes do
mundo, inclusive com São Paulo. De acordo com as informações da reportagem, é possível
identificar essa coesão na
(A) diminuição do custo da mão de obra intelectualizada.
(B) redução das redes de telecomunicações mundiais.
(C) distribuição global da montagem do produto.
(D) ampliação das distâncias continentais.
(E) especialização produtiva da indústria local.

8. (UFSM, 2001) Com relação aos fatores locacionais da indústria, pode-se afirmar:
(A) Independentemente do tipo de indústria, os fatores locacionais, em ordem crescente de
importância, são a mão de obra, as fontes de energia e as matérias-primas.
(B) A qualificação da força de trabalho foi mais importante nos setores típicos da Primeira
Revolução Industrial, o que caracterizou as zonas industriais até meados do século XIX.
(C) Na Segunda Revolução Industrial, as jazidas de carvão mineral condicionavam a
localização das fábricas, surgindo grandes regiões industriais em torno das bacias
carboníferas de Londres e do Reno/Ruhr.
(D) O mercado consumidor é um dos fatores determinantes da localização da indústria, o que
explica a ligação histórica entre o fenômeno industrial e as concentrações urbanas.
(E) Em virtude dos avanços tecnológicos, a indústria contemporânea já pode prescindir das
redes de transportes e comunicações, o que explica o atual processo de desconcentração
espacial.
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9. (Enem, 2012) A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção
industrial, uma das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no
Brasil. A produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se, sobretudo, para novas
áreas do Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte.
SANTOS. M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2002
(fragmento).

Um fator geográfico que contribui para o tipo de alteração da configuração territorial descrito
no texto é:
(A) Obsolescência dos portos.
(B) Estatização de empresas.
(C) Eliminação de incentivos fiscais.
(D) Ampliação de políticas protecionistas.
(E) Desenvolvimento dos meios de comunicação.

10. (Uerj, 2013) Os fatores locacionais da indústria passaram por grandes modificações, desde o
século XVIII, alterando as decisões estratégicas das empresas acerca da escolha do local
mais rentável para seu empreendimento. O esquema abaixo apresenta alguns modelos de
localização da siderurgia, considerando os fatores locacionais mais importantes para esse
tipo de indústria: minério de ferro, carvão mineral, mercado e sucata.

TERRA, Lygia e outros. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2008.

No caso dos modelos C e D, as mudanças socioeconômicas que justificam as escolhas de


novos locais para instalação de usinas siderúrgicas nas últimas décadas são,
respectivamente:
(A) Dispersão dos mercados consumidores – revalorização das economias de aglomeração
(B) Eliminação dos encargos com a mão de obra – generalização das redes de
telecomunicação
(C) Diminuição dos preços das matérias-primas – substituição de fontes de energia
tradicionais
(D) Redução dos custos com transporte – ampliação das práticas de sustentabilidade
ambiental
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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
A Primeira Revolução Industrial (1789) deriva de um momento caracterizado pela mudança dos
processos artesanais para as maquinofaturas. A Segunda Revolução Industrial (1850) é a
evolução produtiva dessa primeira fase, com a incorporação de um modelo produtivo.

2. Nesse contexto, a indústria é um importante fator de atração demográfica e econômica e é


parte fundamental do processo de urbanização.

3. B
No momento de optar por uma localidade as indústrias são atraídas pelas vantagens
competitivas, que são características de um lugar que garantem àquela indústria maior
competitividade no mercado.

4. A
O erro da alternativa B é falar de modelo produtivo. Eles surgiram com a evolução da indústria
e aumentaram sua produtividade, mas não são responsáveis por atrair a indústria para um ou
outro lugar, pois a indústria carrega o modelo consigo. O erro da C é falar sobre
sustentabilidade. Aqui até podemos pensar que futuramente ela seja um fator atrativo, mas na
verdade, países que buscam maior sustentabilidade tentam afastar indústrias poluidoras de
seus territórios e, portanto, não é um fator atrativo.

5. Com a crescente concorrência entre as empresas e a busca por novos mercados, foi exigida
uma melhor infraestrutura de transportes. Com isso, cada vez mais esse fator locacional
passou a ser importante e aqueles países que detinham uma melhor infraestrutura de
transportes conseguiam se inserir melhor na economia.

Exercícios de vestibulares

1. E
A necessidade exposta no texto gira em torno de uma localização que facilite a busca por
matéria-prima, o abastecimento do mercado e a conexão com mercados de suprimento
internacional e nacional. Para tal, a existência de uma rede de transportes eficiente é
fundamental para permitir que a empresa desloque seus produtos e atenda à sua necessidade.

2. D
O texto explica a necessidade da indústria química de se localizar próximo à fonte de matéria-
prima. Assim, a localização industrial era determinada pela matéria-prima, o que gerava uma
concentração da produção em determinadas regiões do país, uma vez que, no passado, o custo
de transporte era muito elevado ou tecnicamente impossível.

3. B
As empresas de tecnologia procuram se localizar em tecnopolos, pois são os principais centros
de inovações, produzindo pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, tal como demandam
as empresas de tecnologia vestível.
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4. D
Na Primeira Revolução Industrial, dada a ineficiência da rede de transporte, a proximidade com
a fonte de energia (carvão mineral) era um fator determinante na localização das indústrias.

5. A
Desde os anos 90, sob a influência do neoliberalismo, houve uma tendência global de
liberalização dos mercados. Combinada com o modelo de produção toyotista, que promove a
subcontratação e a flexibilidade produtiva, isso possibilitou às empresas a realocação de suas
operações ao redor do mundo. Neste quadro, as empresas que se estabelecem na Índia estão
em busca de diminuir seus custos operacionais para se tornarem mais competitivas
internacionalmente. As outras opções mencionadas não são precisas: a opção [B] não é válida
porque o objetivo das empresas é a redução dos custos trabalhistas; a opção [G] é imprecisa
pois não existe uma relação direta com políticas de controle econômico estatal; a opção [D] é
incoerente, já que é possível deduzir que o interesse das empresas é reduzir gastos de
produção; e a opção [E] não é correta pelo fato de que as empresas estão à procura de trabalho
a custos mais baixos.

6. C
Nos modelos locacionais, a usina é atraída por diferentes fatores. No modelo locacional G, a
usina está próxima ao mercado consumidor e distante da matéria-prima e da fonte de energia,
o que torna as afirmativas I e III incorretas.

7. E
A coesão mencionada no texto pode ser identificada na especialização produtiva da indústria
local, ou seja, a opção (E) é a correta. A cidade de Shengzhou, na China, é especializada na
produção de gravatas, que são vendidas a preços competitivos em comparação com outros
mercados como a Índia e a Europa, o que evidencia a estratégia de coesão através da
especialização e foco na produção de um produto específico para reduzir custos de
comercialização e aumentar a eficiência.

8. D
Os fatores locacionais possuem ordem de importância de acordo com o tipo de indústria.
Historicamente, o fenômeno industrial está ligado às concentrações urbanas. É nesse sentido,
que o mercado consumidor é um fator importante da localização de indústrias de bens de
consumo.

9. E
O fator geográfico que contribui para a desconcentração da produção industrial e a
consequente alteração da configuração territorial do Brasil, conforme descrito no texto, é o (E)
Desenvolvimento dos meios de comunicação. Este desenvolvimento facilita a gestão e
operação de atividades produtivas em regiões distantes, permitindo que a produção industrial
se estenda para novas áreas do país.

10. A
No passado, só havia viabilidade econômica para uma indústria siderúrgica se estivesse
situada próximo a determinados fatores locacionais. Com a redução de custos de transporte e
sua maior eficiência, as siderúrgicas não precisam se localizar próximo à matéria-prima
(minério de ferro) e à fonte de energia (carvão mineral), explicando o modelo C. Já o modelo D
é fruto da ampliação das práticas de sustentabilidade ambiental, uma vez que a usina passa a
utilizar sucata no processo produtivo, isto é, reutilizar determinados materiais.

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