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Q eS mario ETS ‘Autorla: André Olvira de Guadlupe, Eas Avarcil de Si, Ester Putra Sioa Rosato, ‘bet Elias Sebmko, Guilherme fulino Bests Joge, Marcelo Miguel Matins Pelsson, rei Alberto de Fane Pies, Munlo Meda Nowra Griz, Necku Arbee Sark, Renate ‘Azelo Focrigiee Tio), Renato Gomes de Carvalhe, Redigo Fulginla Mauro, Umbero| ‘Céear Chacon Walang, Dieter geal: Roger Tm. (Gerénciaedtoia:Joo Carlos Pug Coordenag de ecg teniea: Mara L dos Sanlos @. 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PETS n Cera aol fue toon [a Tile ve | OU tua tots: aise Pr dubs7 038 subse 70 sl 700 Wee) 5 ssa M6) se ke We 02 BO | hb) 150 sus 002 180 >) kes 9640.07 wees 18 bees SO | dupes 188 dupes 105 165016 eA este A me bss? 9 16H Data de Provas materia data ‘matéria data i f i f f = i ae ni DWV Ao fol Tle Ede a Tle tsoto ta Tide fou hese 6 hese bsi7 99256 Ase4...228 2) Ase... 85 2 bs 0 0.2582 J wen: mo Ppuisvwe wr Reese wr Nese. 8 Nesess 89 sS080 268 Asie. BT Ase BP Nees... 9 Nese8..258 2 Lise fol Tin Eds ii Ti Eo fal Tis End esiie) 268 Neste 002 bs700 908 ese? Neste) 85 dbs 90 206 || tise. moo Piven me Buse so 9 Nese. 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Os exames madernos 1ém trabalhado com questdes que envolvem a interpre- tago eo conhecimento das regras, Tipos de pontuagao Ha trés tipos de pontuagao: a) Sinais que indicam que a frase no foi concluida: + Virgula(, ) + Travessio (-) + Parénteses (( )) + Pontoe virgula (; ) + Dois-pontos (: ) b)_ Sinais que indicam o término do discurso ou parte dele: + Ponto simples (.) + Ponto parigrafo (. ) + Ponto-final (.) ©) Sinais que indicam intengdo ou estado emocional + Ponto de interrogcio (? ) + Ponto de exelamagto (1) + Retiegneias (..) Exemplo do emprego estilistico da pontuagto: “Oro (direis) ouvir estelas! Certo Perdeste 0 sensol” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouv-las, muita vez desperto, E abro as jonelas, palido de espanto. Clove Bilae "Via Licee" Virgula Regra geral A associagao légica entte as palavras pode set concebida como um critétio (regra) geral: se entre duas palavras vizinhas nao houver virgula, € porque esto em relagdo, em associagao légica (AB); todavia, se entre elas houver uma virgula, € porque nao esto em associagao, Em suma: + AB=hé associagao logica. — Assisti a uma pega linda. ) &) (linda é a pega, A e B esto em associagao) + A, B=nio hd associagio logiea —Assisti a uma pega, linda. a) iB) (linda 60 interlocutor, A € B niio esto em associagiio) A regra geral descrita explica a auséneia da vingu- la entre certos termos da orago, por exemplo’ a) Nao ha virgula entre sujeito e predicado, pois es- tio em associagio légica b) Nao ha virgula entre verbo ¢ objeto, pois esto em associagao Wgica. ©) Nao ha virgula entre oadjunto adnominal ¢ 0 nicleo, pois esto em associagao Wgica, 4) Nao hé virgula entre o nome (substantive abstrato, adjetivo ou advérbio) ¢ 0 seu complemento, pois estdo em associacao légica. Por ser uma regra geral, convém observar as demais regras. Regra geral Il A intercalagdo também sera tratada como regra geral, por isso convém observar algumas excegdes — as oragdes subordinadas adjetivas restrtivas intervaladas, por exemplo, niio recebem virgula (vide item das subordinadas no Cademo 2). A interealagio pode ser traduzida como uma interrupgio sintética; a ordem natural [sujeito + verbo + objeto (+ adjunto adverbial)] tem sua sequéneia interrompida por uma palavra, expressfio, orago ete. Se retirarmos 0 termo interealado, a sequéncia natural seri recuperada. O temo intercalado receberd duas virgulas (uma antes © outra depois). Veja os prineipais casos 1. conjungao interealada: Nao trabalham; querem, ¢odavia, ganhar muito, adjunto adverbial intercalado: Vi, na semana passada, 0 fogo amigo. 3. orapdo intercalada: —José, disse 0 artesdo, voc’ jd motreu para o povo! 4. aposto explicativo intercalado: Aldo Rebelo, o deputado comunista, foi presidente da UNE. 5. ptedicativo do sujeito: O ambiente, tenso e téirico, expulsava os convi- dados. 6. expressdes de carter explicativo: As palavras, por exemplo, sto etemas, Emprego das reticén As reticéneias sfo utilizadas para indicar pensa- mento incompleto, omissio de partes de um texto, interrupgaio da fila ou do pensamento, hesitagio da personagem, interrupgao da narrativa a fim de que © leitor dé asas d imaginagio, Emprego dos parénteses Os parénteses so empregados para indiear, prin- cipalmente, um comentirio, uma reflexto, uma infor- uma explicagaio, uma observagaio, uma nota emocional. Observa-se, ainda, 0 sew empre- go em referencias a datas, i es bibliogra indicagdes cénicas magio acesséri Emprego do travessio O travessio ¢ indicado para introduzir o discurso direto, para isolar palavras ou fiases, para realgar ‘uma conclusdo, para substituir as virgulas em frases € expressdes de cardter explicativo, sobretudo se 0 petiodo jé contiver um bom mimeto de virgulas. Emprego das aspas 1. No inicio e no fim de uma citagio; ir um estrangeirismo: Para indicar um neologismo; tizar 0 valor significative de uma palavra; Para indiear uma ironia da enunciagao. Para indi Emprego dos dois-pontos 0s dois-pontes podem introduzir o discurso direto, um comentirio, um eselarecimento, uma enumera: Em requerimentos, colocam-se 05 dois-pontos (ou a virgula) apés 0 vocativo, Emprego do ponto e virgula © ponto € vitgula, segundo Celso Cunha, é um sinal intermedidrio entre a virgula e 0 ponto; equivale a um ponto reduzido ou a uma virgula mais alongada. ‘Veja alguns empregos: 1. Separar oragdes de mesma natureza, que possuem certa extensao; 2. Separar partes do periodo, que se apresentam sub- divididos por virgula; 3. Separar uma emumeragdo de itens (listas, leis, dectetos, portarias etc.). Se (cio (CSc. HEB Verma 2015 Leia com atencao o parigrafo que se- gue. Nele a kinguagem emprogada pela autora foge dos padres da norma culta (0s sinais de pontua raticamente estio ausentes, assim como alguns acen- tos grificos), Verifique “Quando cu era menina 6 meu sonho era ser homem para defender o Brasil por sil e ficava sabendo que existia guerra, $6 lia nomes masculinos como defensor da patria, En para a minha mie:” u liaa Historia do Bra- 9 cu dizia Reescreva o referido pardgrafo, pontuando-o ade- quadamente, mantendo as relagdes Iégicas existentes entre 0s periodos. Faga as adaptages necessarias, ptescritas pela notma-padrao, Terra IIL HEM nitesp 2015 Vocé conseguiria ficar 99 dias sem 0 Facebook? Uma organizagéo ndo governamental holandesa esté propondo um desafio que muitos poderéo considerar im- possivel:ficar 99 dios sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir 0 grau de felicidacle dos usudries longe da rede social O projeto tombém & uma resposto aos experimentos psicoldgicos realizados pelo préprio Facebook A diferen- qa neste caso & que o teste ¢ completamente valuntério. Ironicomente, pare poder participar, 0 usuério deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar um contador na rede sociol. Os pesquisadores irdo ovaliar © grau de satisfagte @ felicidade dos participantes no 33° dio, no 66° eno titimo dia da abstinéncia. Os responséveis apontam que os usuirios do Facebook gastam em média 17 minutes por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso, 0 soma média seria equi volente a mais de 28 horas, que poderiom ser utilizadas «em “atividades emocionalmenie mais realizadoras”. Dispanivel em: . (Aap!) Considere o enunciado a seguir: “[.] ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook.” (1.2 parigrafo) “{..] que poderiam ser utilizadas em ‘atividades emo- cionalmente mais reatizadoras””, (4.2 parigrafo) Nos dois trechos, utilizam-se as aspas, respectiva- ‘mente, para (0) indiear o sentido metaférico @ marcar a fala coloquial. (b) enfatizar o discurso diteto e marear uma citagio. (©) marear o sentido pejorativo e enfatizar o sentido metafirico. (0) assinalar a ironia e indicar a fala de uma pessoa. (©) realgar o sentido do substantivo e indicar uma transcrigao. rane Fuvest 2014 (Adapt) A civilizocdo “pés-modema” cul- minou em um progresso inegével, que néo foi percebido ntecipadamente, em sua intereza. Ao mesma tempo, sob © "mau uso” do ciéncio, do tecnologia e da copacidade de invencéo nos precpitou na miséria moral inexordvel. Os que condenam a ciéaca, a tecnologia e a invengdo cfativa por essa miséria ignoram os desatios que explodi- rom com 0 capitalsmo menapolista de sua tercero fase. £m paginas secas premonitéias, E. Mandel! epontara tas riscos. © “livre jago dle mercado” (que néo 6 e nunca {61 "livre”) rasgou © vente das vitimas: milhdes de seres fhumanos nos paises ricos @ umo corrada maior de milhes nos paises pobres. © centro acabou fabricando o sua pert feria intrinseca € apossou-se, como néo sucedev nem sob © regime colonial direfo, das outras periferios edernas, que abrangem quase todo 0 “resto do mundo” "Ernest ora Mandel (192341995) seano ris c ilare police beg Ferortan Famandes,Fotho do S.Paule, 27 doz 199 (O emprego de aspas em uma dada expressio pode ser- vit, inclusive, para indicar que ela 1 foiutilizada pelo autor com algum tipo de testrigao; IL. peitence ao jargao de uma determinada Area do conhecimento; IIL contém sentido pejorativo, ndo assumido pelo autor. Considere as seguintes ocorténcias de emprego de as- pas presentes no texto: ‘A. “pés-modema” (L. 1); B. “mau uso” (L. 2); C. “livre jogo do mereado” (L. 6): D. “livre” (L. 7) E, “resto do mundo” (L. 10). As modalidades 1, Il e III de uso de aspas, elencadas. acima, verificam-se, respectivamente, em ©) ACER ()) B.CeD. (DA Ber () B,DeA. MERE une 2015 “Crusis convengies nos convocam: es- tor em forma, ser competente, ser produtivo, mostrar ser- vigo, prover, pagar, e ainda ter tempo para temura, cuidados, amor O curso da existéncio comeca 0 ser para ‘muitos uma omeoca real A sociedade & uma mée tert- vel, 0 vida um corredor estreito, 0 fempo um persequidor Jmplacével: belos e competentes, ou belos ou competen- 1es, atordoads entre deveres e frestas estreitas demois de liberdade ov sonho. 1Nés construimos isso S6 néo previomos as corredeiras, os gorgontas, os 1e- demeinhos, 9 noite 16 no fundo dessos dguos. E quando toda a competéncia, a eficiéncia, o poder, se encolhem € ficamos nus, e 86s, na nossa frégi! moturidade, sob império das perdas que comecgum a se apresentar sem LUeT, 2014.» 79 Em gramiticas ¢ em manuais de lingua portuguesa, costuma-se recomendar 0 uso da virgula para indicar a elipse (omissao) de um verbo, como neste exemplo: “Ble prefere filmes de suspense; a namorada, filmes de aventura”, ‘Com base nessa regra, seria necessério alterar a pon- ‘tuagdo da seguinte passagem: (0) “Crugis convengdes nos convocam: estar em for ‘ma, ser competente, ser produtivo, mostrar servi 0, prover, pagar, ¢ ainda ter tempo para temura, cuidados, amor” (b) “A Sociedade 6 uma mie terrivel, a vida um corredor estreito, © tempo um perseguidor implacdivel [..]” (©) “S6 niio previamos as comedeiras, as gargantas, os redemoinhos, « noite Iino fundo dessas gua.” (4) “E quando toda a competéncia, a eficiéncia, o po- der, se encolhem e ficamos nus, ¢ 6s, na nossa frigil maturidade [..J” Terra UT HEB 17.2014 0 emprego da virgula no trecho “A dé- cada era a de 1870 e o aparelho que ele usava para ‘mandar e receber mensagens, um telégrafoo.” & seme- Ihante em: (0) Para quem busca uma diversiio na tirde de domin- go, este filme é 9 mais recomendado. ()) Ainda que nfo sejam os de menor custo, os ali- mentos orginicos sio os mais indicados pelos nuutricionistas, (©) O professor de desenho prefere os alunos criativos: ‘© ode légica, os usados na teoria. (1) Os testes de QI (Quociente de Inteligéncia), atual- mente, sio desacreditados por diversas correntes ‘teéricas da Psicologia. (©) POr circuitos eletrénicos em envoltérios é uma pratica comum, conhecida como encapsulamento. EMV Portucués ] a Colocagao pronominal Nestas aulas, serd estudada a colocagio dos pro- nomes abliquos dtonos. A difieuldade do brasileiro ocorre, sobretudo, no emprego da meséelise (rara na linguagem oral) e no uso da énelise (em fingéio de os criterias fonéticos estarem mais ligados ao portugues de Portugal). Quanto & priclise, mesmo em situ informal, © brasileiro erra muito pouco. Observe os exemplos a seguir — Me passa 0 cinzeito, (coloquial) —Passa-me 0 cinzeiro, (culto) Os pronomes obliquos Atonos sao os seguintes: ime, te, se, 0, a, Ihe, nos, vos, 05, as, Ihtes. As trés po- sigdes de colocagao dos obliquos sao: a) préclise: antes do verbo, Nao me avisaram do ocomtido. b)_meséelise: meio do verbo. Dar-te-ei pétolas de geleia, clise: depois do verbo. Diz-me quem és, criatura! ° Emprego da préclise ‘A gramatica normativa toma como ctit réneia de determinados elementos gramaticais para que haja a préctise. Seguem os elementos gramaticais {que atraem 0 pronome para antes do verbo: 8) particula negativa ¢ pronome indefinido; b)_pronome relativo e conjungto subordinativa; ©) pronomes demonstrativos e advérbios; Obs.: Se oadvérbio for seguido de pausa, teremos a énelise. 4) oragdes interrogativas e exclamativas (optativas); 2) genindio e infinitivo flexionado precedidos de preposigio. io a ocor- Emprego da meséclise ‘A meséclise 86 € possivel com o futuro do pre- sente e com 0 futuro do pretérito; o fato de ser futuro, contudo, nao garante a meséclise. E preciso observar alguns fatores: a) com o futuro do presente Nao precedido de palavra atrativa (negacdo, advérbio ete.), no inicio do periodo ou da oracao, © futuro do presente exigira meséclise — Entregar-fe-ei os meus pulmdes para que grites. rT b) com 0 future do pretérito Nao precedido de palavra atrativa (negagio, advérbio ete.), no inicio do periodo ou da oragio, 6 futuro do pretérito exigird meséclise. — Oferecer-me-ia se me conhecesse. Atente, todavia, para das situaybes: 1. precedido de palavra atrativa: priclise; 2, no meio do periodo, sem palavra atrativa: prs clise ou meséclise. Emprego da énclise a) Quando 0 verbo é precedido de pausa (inicio de petiodo, virgula, ponto, ponto virgula). b) Com infinitivo impessoal: precedido de preposi- go ou negagao, pode haver préclise ou énclise; a énclise & todavia, obrigatéria, se o pronome for 08) ou a(5), 0 infinitivo vier regido da preposi- ao “a” =Comecei a amécla, ©) Com imperativo. 4) Com gerindio, desde que nao precedido de prepo- sigho. Colocagao pronominal nas locugées verbai Nao ha Gnelise ao particfpio; havendo palavra atrativa, nfo é possivel a colocagio do pronome no meio da locugéo (qualquer que seja a locugio: eom infinitivo, gerindio ou participio) + Tenho-o trazido sempre, + Que se teria pasado? HEB Leia o texto a seguir: Enfim, chegou o horo da encomendacdo e da porto. Son- cha quis despedir-se do marido, ¢ 0 desespero ckiquele lan- ce constemou « todos. Muitos homens choravam também, cos mulheres todos. 5 Capit, omparando a vitwa, parecio vencer-se si mesmo. Consolave o outro, queria orraned-la dali. A confusi0 era geral. No meio delo, Capitu olhou al- ‘uns instantes para 0 cadéver 160 fxo, 180 apoxonadamen- te fia, que néo admir Ihe saliassem olgumos kagrimas. Machado de Assis “Copilo XIN ~ Clos de Ressocc (Dom Casmuna, Dispanvel em: , 08 on 2073 * guia ~ meio-fio da caleada * bigorna —blaca de ferro para confeoedo de instrumentos Acerdnica um género textual que frequentemente usa uma linguagem mais informal e proxima da oralidade, pouco preocupada com a rigidez da chamada norma culta, ‘Umi exemplo claro dessa linguagem informal, presen- te no texto, esté em: (0) “O medo é um evento poderoso que toma o nosso corpo,” (1 1-2) “Me lembrei dessa histéria por conta de outra completamente diferente,” (I. 11-12) “De repente, vejo um menino encostado. mum muro.” (1. 15-16) “ele também nao podia imaginar que eu pedisse desculpas.” (1. 42-43) EER Fovest 2015, 0 operério no mar Na rua passa um operdrio. Como vai firme! Néo tem bluse. No conto, no droma, no discurso politico, o dor do operdrio esté na sua bluso azul, de pano grosso, nos _mGios grossas, nos pés enormes, nos desconfortos enor mes. Esse & um homem comum, apenas mais escuro que 5 outros, @ com uma significagdo estranho no corpo, que carrega designios e segredos. Para onde vi ele, pi- sando assim t60 firme? Noo sei. A fabrica ficou I6 atrés. Adionte & 56.0 compo, com olgumos érvores, 0 gronde “oniincio de gasolina americana e os fos, 0s fios, 0s Fios. CO operério ndo the sobra tempo de perceber que eles le- vom e irazem mensagens, que coniam da Russia, do Ara- guaia, dos Estodos Unidos. Nao ouve, na Camara dos Deputades, 0 lider opesicionista vociferanda. Caminha no campo @ apenas repare que ali cone éguo, que mais cdiante faz color. Para onde vai 0 operério? Teria vergo- nha de chamé-lo meu irméo. Ele sabe que nao & nunco foi meu imo, que ndo nos entenderemos nunce. E me despreza... Qu talvez seja eu proprio que me despreze a seus olhos, Tenho vergonha e vontade de encaré-lo: uma ‘oscinagio quase me obriga a pular a janelo, a cair em frente dele, sustarlhe o marcha, pelo menos implororshe que suste @ marche. Agora esti cominhando no mor Eu pensava que isso fosse privilégio de olguns santos e de rnovios. Mas néo hé nenhuma santidade no opersrio, € 1n80 vejo rods nem hélices no seu corpo, aparentemente banal. Sinto que 0 mar se acovardou € deixou-o possor Onde estio nossos exércitos que ndo impedam 0 mila are? Mas agora vejo que 0 operério esté cansado e que se molhou, ndo muito, mas se molhou, e pebxes escorrem de suas mos. Vejo-o que se volta e me dirige um soriso Uimide. A polidez € confusao do seu rosto ste a prépria torde que se decompde. Doqui a um minuto serd noite e-estaremos iremediavelmente separados pelas circuns- ‘8ncias atmesféricas, ev em terra firme, ele no meio do mor. Unico e precério agente de ligagdo entre nés, seu somiso cada vez mais fio alravessa as grandes massos liquidas, choca-se contra os formagées solinas, os forta- lezos da costo, as medusas, otravessa tudo e vem beijar- me 0 rosio, irazer-me uma esperanca de compreenséo. Sim, quem sabe se um dia © compreenderei? Carlos Drsmmone! de Andtode.Seriimento do mundo. Dentre estas propostas de substituigao para diferentes trechos do texto, a tiniea que NAO esti correta do ponto de vista da norma-padrao é: Fy (0) “Para onde vai ele, [..]?”= Aonde vai ele, [..}? (5) “0 operirio no Ihe sobra tempo de pereeber” = Ao operario nfo Ihe sobra tempo de pereeber. (0) “Teria vergonha de chamé-lo meu irmio” = Teria vergonha de chamd-lo de meu irmao, (4) “Tenho vergonha e vontade de encaré-lo” = Tenho vergonha e vontade de 6 encarar. (©) “quem sabe se um dia 0 compreenderei” = quem sabe um dia compreenderei-o. ZI er] 2014 Observe que, nos fragmentos abaixo, ‘0 pronomes o ¢ elas desempenham a mesma fungio sintatica: objeto direto. a) Soprou-o de leve, ele encolheu-se e vergou 0 cor- po para o lado do sopro, como faz uma pessoa na ventania. b) Serd_que quem manda elas olha para nés como Doril estava olhando para o louva-deus? Explique a diferenga de formas entre os pronomes, com base na diversidade de usos da lingua, Reescreva integralmente cada construgao sublinhada, de modo que o item a passe a ter a forma caracteristica de b, € b passe a ter a forma caracteristica de a. ENT Ortografia Na maioria das vezes, 0 erro de ortografia nfo interfere na mensagem, porém prejudica a imagem do enunciador, pois ¢ bastante perveptivel. A melhor forma de estudar 6 por meio de exercicios de fixa- @20, 0 aluno pode, inclusive, refazer os que foram resolvidos em sala de aula, visto que a memoriza- so & necessaria, Quando possivel, deve wt raciocinio: se “aniilise” & com “s”, “analisar” tam- ‘bam serd (0 radical da palavra primitiva possui *s"). Nomenclatura + Sinénimos: palavras que se assemelham no sentido. + Anténimos: palavras que se opdem quanto ao sentido, + Homénimos: palavras que possuem o mesmo nome; denominan-se homénimos perfeitos os vo- cabulos que so iguais no som (homéfonos) e iguais na escrita (homégrafos). + Heterénimos: nomes diferentes atribuidos a uma mesma pessoa. * Parénimos: palavras semelhantes no som e/ou na eserita (cagaleassa), AReforma Ortografica Resamo sic: reps do ilen Com prefixos, usa-se sempre o hifen diante de pa- lavra iniciada por fi: anti-heroico, proto-histéria, super-homem, ultra-humano. Excegio: indbil (a palavra hdbil perde 0 h). + Nao se usa o hifen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal que inicia o segundo elemento: aeroespacial, agroindustrial, antiaéreo, antieducativo, coautor, infraestrutura, Exceed: 0 prefixo co- aglutina-se, em geral, com © segundo elemento, mesmo quando este se inicia por 0: eoobrigar, coobrigagao, coordena. + Nao ha hifen quando o prefixo termina em vogal € 0 segundo elemento comega por consoante dife- rente de r ou s: antipedagégico, autopega, copto- dugao, geopolitica, Exeegao: Com o prefixo vice-, usa-se sempre hifem: vice-rei, vice-almirante ete. Terra IIL Nio hi hifen se prefixo terminar em vogal & © segundo elemento comegar por r ou s. Neste caso, duplicam-se essas consoantes: antirracismo, antirreligioso, antissocial. Quando o prefixo termina por vogat, emprega-se 0 hifen se o segundo elemento comega pela mesma vogal: anti-imperialista, auto-observagio, contra- -almirante, Quando o prefixo tetmina por consoante, empre- ga-se o hifen se o segundo elemento comega pela ‘mesma consoante: inter-racial, sub-bibliotecitio, supet-racista, super-resistente, Excegdes: Nos demais casos, nao se usa hifen: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superprotegdo. Com 0 prefixo sub-, usa-se o hifen também diante de palavra iniciada por r: sub-regido, sub-raga. Com os prefixos circum e pan-, usa-se o hifen dian- te de palavra inieiada por m,n e vogal: circum- nave gagao, pan-americano, cirewm-murados. Quando 0 prefix termina por cansoante, niio se emprega o hifen se 0 segundo elemento comea por vogal: hiperacidez, interescolar, superamigo, superinteressante. Com os prefixos além., aguéme, ex, sem-, recém s-, pré, pré-, empregi-se sempre o hifen: além- -timulo, aquém-mar, ex-aluno, pés-graduagio, pré- -histéria, pr6-curopeu, reeém-nascido, sem-terra, Com os prefixos pre-e re- nio se emprega hifen (mesmo se a palavra seguinte comegar pot ¢): preexistente, reescrever. No emprego dos prefixos ab-, ob-, ad-, haverd hifen se a palavra seguinte comegar por b, de r: ad-renal, ob-rogar, ad-digital 10 se emprega o hifen em palavras formadas por quase ou ndo: =O que se viu foi um quase delito, —Houve um pacto de nao agressao. for + Como prefixo mal, emprega-se hifen se a palavra seguinte comegar por vagal, h ou /: mal-entendido, mal-humorado, mal-limpo Exceco: O prefixo bem deve ser separado porhifen sempre que se ligar a um elemento que possui exis- {@ncia auténoma na lingua: hem-aventurado, bem- -casado, bem-educado, bem-vindo, bem-humorado, Mas hi casos mais delicados, como as grafias hem-feito, benfeito © bem feito, Recomen usar benfeito como substantivo, bem-feito como adjetivo, e bem feito como interjeigio (ex.: Bem feito para 0 José!) se + Deve-se usar 0 hifen com os sufixos de origem tupi-guaranis agu, guacu € mirim: amoré-guacu, anajé-mirim, capim-agu. + Emprega-se o hifen para ligar duas ou mais pa- lavras que formam encadeamentos vocabulares: ponte Rio-Niterdi, eixo Rio-Sao Paulo. + 0 prefixo co- junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este iniciar por 0 ou i (neste caso, corta-se 0 /), Se a palavra seguinte comeyar pot rou s, dobram-se essas letras: cosseno, cocditar, cofundador, coetdeiro, coobrigacao. Uso do hifen nos compostos + Usa-se hifen nas palavras compostas que nfo em- pregam elementos de ligacdio: guarda-civil, arco- -iris, quarta-feira, porta-joias, Excegtio: Nao se usa o hifen em palavras que per- deram a nogio de composigio, como mandachuva, girassol, paraquedista, paraquedismo e pontapé. duro, ea Entretanto, para-brisa, para-chogue & para-lama reeebem hifien, Usa-se hifen em compostos de palavras iguais ou quase iguais: zum-zum, reco-reco, come-comre, pingue-pongue, 7igue-zague. Usa-se hifen nos compostas em que hi 6 emprego da apéstrofe: pé-dagua, gota “agua. Usi-se hifen nos compostos indicadores de espé- cies animais ou botdinicas, com ou sem elementos de ligagio: peroba-do-campo, bem-te-vi, erva- ~doce, cravo-da-india. Excegao: Nao se emprega hifen quando esse tipo de composto assume outro sentido, que nao o de origem: olho-de-boi (peixe), olho de boi (selo postal). ‘Nao se usa hifen em compostos que empregam. elementos de ligagdo € que possuem base oracio- nal: ponto e virgula, camisa de forga, cara de pau, pé de moleque, maria vai com as outras, diz que diz, Deus me livre, Execegdes: agua-de-colénia, cor-de-rosa, mais- -que-perfeito, & queima-roupa. Observagio: Se no final da linha a partigaio de uma palavra ou combinagao de palavras coincidir com 0 hifen, este deve ser repetido na linha se- guinte Hoje, em todo 0 territ6rio nacional, cont -se com uma grande ajuda dos intelectuais HEB Unicamp 2013 Millér Fernandes foi dramaturgo, Jjornalista, humorista e autor de frases que se tormaram célebres. Em uma delas, 16-se: Por qué? éfilosofio. Porque é pretenséo a) Explique a diferenca no funcionamento linguist co da expresso porque indicada nas duas formas de grafi-la b)_ Explique o sentido do segundo enunciado do texto (Porque & pretensio), levando em consideragio a forma com ele se contrapde ao primeiro enunciado, Considere em sua resposta apenas o sentido atribui- do a palavra pretensao que se encontra abaixo. pretensao: vaidade exagerada, presungao. EME Fovest 2015 Leia 0 seguinte texto jornalistico: Para para Numa de suos recentes crticas internas, «ombudsman desta Folha propés umo companha pore devolver 0 acento que 0 reforma ortogréfico roubou do verbo “po- rar” For todo sentido. Oque nfo faz nenhurn sentido & ler *Séo Poulo pora para vero Corinthians jogor”. Por indo que ler é er de escrever Juco Kor otha de 5 Polo, 22 set 2014. Ado) a) Noprimeiro petiodo do texto, existe alguma palavra cujo emprego conota a opiniao do articulista sobre a reforma ortogrifica? Justfique sua resposta EEE 0 excerto a seguir foi extraido do poema “A flor do maracuja”, de Catulo da Paixdio Cearense, loin. ‘Ab, pols entéo eu thi conto, Acstévio que ouvi conti, A roz60 pro que nasci brance I 0x0, Alré do moracujé I. Onivel de linguagem empregado aponta para uma camada social ¢ para uma determinada regio do pais Il. Osertos de ortografia devem ser entendidos como uma traducdo da expressao oral, o que melhor ca- racteriza 0 universo retratado. IIL A transformagao do “e” em “i”, assim como a tro- ca do “I” pelo “r”, seja em linguagem oral, seja em linguagem escrita, sao marcas de um falante de pouca instrugao, Estdo corretas: (0) apenas I ») apenas I (©) apenas Te IIL, (6) apenas Te IL (©) todas. Terra IIL b) Paraevitar o“para para” que desagradou ao jornalista, pode-se teesctever a fiase “Sao Paulo para para ver 0 Corinthians jogar”, substituindo a preposicao que nela ccomre por outra de igual valor sintitico-semantico ou alterando a ordem dos termas que a compiem. Voeé concorda com essa sfirmagdio? Justifique sua resposta. ENE Unesp 2014 Compaixéo Consideraela @ maior de todas os vitudes por religises como budismo e o hinduismo, a compaixio é a capocidade humana de comparithar (ou experimentar de forma parcial) © senfimentes alheios ~ principalmente 0 sofmento. Mas «@ oniresenca da miséria humana faz da compaixtio uma Virtude potencianente poralsanie. Afogados na enchente das dores alhoios, podemes faciimente cair no desespero na inagie. Por sso, a piedade tem uma repuiagio con- turbade na histéria de pensamento: se olguns a qpontaram como o alicerce da ética € da moral, outros viram nels uma armodiha, um mero acréscimo de tristeza a um Universo jf suftcientemenie amargo. Porém, vole kambrar que os virtues, para funcionarem, devem se encaberr umas ds outas: quon- do oliado & temperanga, 0 sentimento de comiseragéo pelas cores do mundo pod ser um dos caminhos que nes afastam dh cretera de Averno". Dosando cam prudéncia uma com poikéo potencialmente infinta, & possivel sentimos de forma mois infensa « felcdade, 0 nossa e a dos outros — come ‘olguém que se delcia cam um gole de dua fresca, lembran- dose do deserio que arde Is fora. Isso tudo pode parecer cetranho, mas o foto 6 que « dentincia da compaixbo seque um raetoctnio bastante rigoroso. O sofrimento — e todos concordam — & algo rim. A compaixto muttiplica 9 sofimento do mundo, fazendo com que 0 dor de uma criatura seja sentida também por outro. E 0 que & pior: ao passar a infelicidade adionte, ela noo corrige, nem remedia, nem olivia a dor original. Como essa infiltacdo universal da tristeza poderia ser uma virtude? No século 1 aC, Cicero escreveu: “Por que sentir piedade, se em vez disso podemas simples- mente ojudar os sofredores? Devemos ser jusios @ cori dhsos, mas sem softer © que os ouiros sofrem’. * Os romanos consideravam @ eratera vuledniea de Averno, Situada perto de Népoles, como entrada para o mundo infe- rior, 0 mundo dos mortos, governado por Phitao, Devido a um problema de revisdo, aparece no artigo ‘uma forma verbal em desacordo com a chamada nor- ‘ma-padrao. Trata-se do emprego equivocado de (0) corrige em ver de corrije. (b) remedia em vez de remedeia. (c) experimentar em ver de exprimentar. (6) alivia em ver de alivia. (¢) encaixar em vez de incatxar. HEE rR 2014 Ene as stuagbes linguisticas que o port .gués jd viveu em seu contato com outras linguas, cabe consi- deror uma stvodo que se realza em nossos dias: aquela em que ele 6 uma lingua de emigrantes Pera 0 letor brasileiro, soar falver esronho que folemes aqui do porugués como uma lingua de EMIGRANTES, pois © Brasil foi antes de mais nade um pajs para 6 qual se dirigiam em massa, durante mois de dis séculos, pessoas nascidas em veri parses eu ropeus e asiticos; assim, pora © moiorio dos brasieiros, ‘epresentagdo mais natural é 0 da convivéncia no Brasil com IMIGRANTES vindos de outros paises. Sobemos, entretanto, que, nes ities cen anos, muitos falontes do portugues fo- sam buscor melhores condigées de vido, partindo néo s de Fortugal para e Brasil, mas também desses dois palses para a América de Norte e para vérios paises da Europa: em certo momento, na década de 1970, viviam na regido parisiense mais de um milhéo de portugueses - uma populagéo supe- nor @ que tinha eniéo @ cidade de Lisboa. Do Brasil, tem t nas ultimos décadas muitos jovens ¢ irabalha- dores, dirigindo-se aos quatro cantos do mundo. 16 A exsténcio de comunidedes de imigrontes € sempre uma sitogée delicoda pero os prépves imigrantes e para ‘pats que os recebeu nomalmente, 0 imigrontes vio @ paises que tém interesse em usar sua forgo de trabalho, mas qualquer osclogbo no economia faz com que os na vos”__sua presenga como indesejével; as aife- rengos na culture e na flo podem olimentar preconceites ce desencadear problemas reais de citerenes ordens Fm gera, protegero cultura eo lingua do migrate ro éum objetivo prioritério dos paises hospedeiras, mas no caso ‘do portugués tem havido © . Em cerlo momento, ‘oportagués foi uma dos nguos esrangeros mo'sextdodas 1m Franca; e, em algumas cidades do Canadé e dos Estados Unidos, um minimo de vide associative fem garantide @ s0- Lrevivéncia de jomais editados em portugués, mantidos pelas _préprias comunidades de origem portuguesa e brasileira, Rodolfo lori; Renate Bosto. O portgués come lingua de emigrontes Ihs___- O portugus tr gente: lingua gue extudomos olingve Gis flames. $60 Poulo: Conte, 2006. p 42.3. (Adopt) Assinale a alternativa que preenche corretamente as Jacunas das referéncias 1, 2 ¢ 3, nesta ordem. (0) imigrado — incarem — excegdes (b) emigrado — incarem — excegdes (c) emigrado— encarem ~ excegdes (<)) imigrado — enearem — excessdes (©) emigrado— enearem — exeessdes HE utPel A apresentactio do primeiro projet de lei ‘que prevé a discriminacéo da maconha, ou seja, 0 sua legolizocd0, far emergir na sociedode uma discuss6o ne- cessério para que seja enfrentado com lucider 0 proble- mma do uilizagéo de drogos no Brasil. [..] a) Que palavra foi empregada indevidamente? b) Que palavra deveria ser empregada? ©) Que passagem do texto nos leva a confirmar a ina- dequagao? EMA Verbo I © assunto serd desenvolvido em trés etapas: 0 pre- sente do indicative ¢ derivados, © pretérito perfeito © detivados ¢ 0 emprego metafirico dos tempos. Os exames costumam cobrar « conjugagiio dos irregulares ‘mais famosos (ver, vir, ter, entre outros), o paralelismo entre os verbos (combinagio dos tempos) e a troca de tempos como efeito de sentido (emprego metafético) As flexées do verbo Nomero O verbo admite dois nimeros: singular e plural. Pessoa O verbo possui trés pessoas relacionadas diteta- mente com a pessoa gramatical: + primeira pessoa (aquela que fala) = eu, nds, + segunda pessoa (a quem se fala) = tu, vés. + terveira pessoa (de quem/que se fala) eles, elas, le, ela, Modo Sto as diferentes formas que o verbo toma para indicar uma atitude. + indicativo: exprime, de modo geral, certeza. — 0s eémodos sao ridiculamente pequenos! + subjuntivo: exprime, de modo geral, possibilida- de, divide — Talvez haja paz + imperativo: exprime sugestio, conselho, pedido, ondem, — Sosseguem a alma ‘AcZo antorior a Ago concomitanto a Apdo postotior a 4 4 4 tartan) Cane) (united) Modos e tempos Prosone:canto Inpetet caniva Sipoc: cate Preto Pevteio Campost: lero cartado Indesivo eissuerpereno | STIS crtara ‘Camposte tnt canta Sines: cantare! copresene Se Compost: fel canted Futuro ‘Smpls: catia opretiio Conpost: tra crtado Provert: cae Imperieto: cantase Pretesio 4 Peret: tenta cantago Mals-quo porto: sesso cantaco Siejurvo rau Smlos: cantar Compost: hor cantaco Vozes do verbo 0 fato expresso pelo verbo pode ser representado de trds formas: a) praticado pelo sujeito: vor ativa. nor DE FLITE TATA | CHEFE DO TRARCO O presente ¢ indivisivel, mas o pretérito e o futuro subdividem-se. Terra HII fon ©) praticado ¢ softido pelo sujeito: voz reflexiva. _——— ASSASSINO DE ESTEMANTES- MATHSE APOS OL hssifcagéo dos verbos Quanto a flex, os verbos poxlem ser regulates, irregulares, andmatos, defectives ou abunklantes, Funsio dos verbos verbo pode exercer a funcao de auxiliat ou de principal. Aeento tonico Em relagdo ao acento ténico, podemos ter as for- mas rizoténicas (acento recai no radical) e as formas atrizoténicas (acento recai fora do radical). Presente do indicativo e tempos derivados a) Presente do subjuntivo (que cu...): + terminagdo AR: ¢, es. e, emos, eis. em: + terminagdo ER/IR: a, as, a. amos, ais, am. Dicporivl om: ) prova € coloca sao formas de 3* pessoa que de: vam do presente do modo subjuntivo e se cotrela- cionam ao pronome de 3* pessoa vo: iT ORTUG b) Imperative afirmativo: + segundas pessoas: conjugar as segundas pessoas do presente do indicative e tirar a letra “s + demais pessoas: igual ao presente do subjuntivo, ©) Imperativo negative: + igual ao presente do subjuntivo, antecedido pelo advérbio “nto”, imp. ey ay eusonto us eu sonhe tusonhas)->| sorha@u) | quotwsannes—|#°SO™OS o | quow o no sonte ete soma | sone vot) | que ete sorte | Me Set 0 és conhamos|sonhomas (nds) «| quo nds sonnemes >) sonomos (nis) véssonhai(s) +] sonhai wis) | que ves sonteis = "#0 sanre's ‘ a (6) ‘es sonham —sonem (voo8s) | que eles sone |™ SOnnem 8 (oot) Tabela do imperatvo, (©) prova e caloca sto formas de 2* pessoa correla- cionadas a0 pronome tn; mate e peca sto formas de 38 pessoa correlacionadas 10 pronome vocd: (4) mate e pega sto formas de 2 pessoa correlaciona- das ao pronome tx; prova e coloca sto formas de 3° pessoa correlacionadas ao pronome vocé. HEB uty 2015 Assinale a alternativa cujo termo em negrito exprime um fato que no pertence a um tempo determinado. (0) Em 2014, uma tendéncia se consolidou: produtos digitais estao cada vez mais sendo vendidos do mesmo jeito que a maioria das churrascarias serve carne: em sistemas de rodizio. Mas isso nao quer dizer que 0 modelo esteja decidido. (Superinteres- sante, ed. 34, fev. 2015, p. 20) (b) As inovagdes dao félego A civilizagto: quando um novo passo da ciéneia origina um produto disrup- tor, surgem mercados que alimentam a economia, (Veja, 3 dez. 2014) Espevialistas t@m desenvolvido treinos que aju- dam a restaurar o equilibrio, A reabilitagio ves- tibular, por exemplo, envolve atividades para os olhos e a cabega que buseam estimular 0 eérebro 4 lidar com sinais distoreidos que vém da orelha interna, (Mente e eérebro, Ano XXI, n. 265, p. 31) (<) A busca por inovar, uma capacidade (até onde se sabe) exclusiva do Homo Sapiens, & 0 motor das engrenagens da civilizagio. Inovagies, sempre nascidas para solucionar necessidades pulsantes da humanidade, atualmente levam a transforma- oes definitivas no modo como produzimos e dao inicio a mudangas profundas nas relagdes huma- nas, (Veja, 3 dez. 2014) ED Fuvest 2014 Revelagtio do suborbio Quando vou pare Minas, gosto de ficar de pé, contro a vidraga do BBS, vendo 0 subbibio passer O subérbio todo se condensa para ser visto depresso, com medo de nao reparormes suficientemente ‘em suas luzes que mal tém tempo de brilhar Anaite come © subitbio e logo 0 devolve, ele reoge, luto, se estorca, ‘oté que vem o campo onde pela manhé repentom Iloranjois 8 noite 56 existe o tristeza do Brasil Clos Drummond de Andrade. Sentiment do mundo, 1940, Considerados no contexto, dentre os mais de dez verbos ‘no presente, empregados no poema, exprimem ideia, respectivamente, de habitualidade e continuidade: (0) “gosto” e “repantam”, (b) “eondensa” e “esforga”. ou” € “existe”, tem” € “devolve”. eage” € “Luta”, ©) @ otro: vogée ferroviéio para posagsioe, haute couture: ofa costira TeTRA IIL ZN Fovest 2012 (Adapt.) Receita de mulher ‘As muito feias que me perdoem ‘Mos beleza é fundamental. & precise Que hojo qualquer coisa de flor em tudo isso Qualquer coisa de danco, qualquer coisa de KAUR couture Em tudo isso fou entéo Que @ mulher se socialize elegantemente em azul, [como na Repttlico Popular Chinesa). Néo hé meio-termo possivel. £ preciso Que tudo iss0 seja belo. € preciso que stbito Tenha-se a impressdo de ver uma graca openos Ipousada e que um rosio Adguira de vez em quando essa cor sé encontrével no fterceiro minuto de aurora. Vinicius de Moroes Tendo em vista 0 contexto, © modo verbal predominan- te no excerto e a razao desse uso sao: (6) indicative: expressar verdades universais. (>) itmperativo; traduzir ordens ou exortagies. (©) subjuntivo; indicar vontade ou desejo. (©) indicativos relacionar agdes habituais. (©) subjuntivo; sugerir condigdes hipotéticas. FEB Unicamp 2009 Encontram-se. a seguir, a transeri- cdo de parte de uma transmissiio de jogo de futebol, um trecho de uma cang%o e uma manchete de noticia, xto 1 Ne marca de 36 minutos do primeiro tempo do jogo, pode abrir © mareador o time do ltopirense. A Esportiva preciso da vitéria. Tomando posigio © camisa 9 Juary E a batide de penolidade mévima. For festa 0 torcida. Fico 1no centro do gol 0 goleiro Cléber Parti Juary com 0 bola para a esquerda, focou, 6 gol. Gol da Esporival Eo Mogi ‘Mirim tem posse de bola agora, esconteio pelo direito. 39 ‘minutos, Juan na cobronga do escanteio para 0 Mogi Mim, chutou, cruzou, cabeceia Anderson Conceigio e & gol. Foi aos 39 minuios do primero tempo, Juan pro co: bronga do lado direto, subiu, desviou de cabeco o zo: gueiro Anderson Conceigéo, bola pro fundo da rede do goleiro Bris da Itapirense. Cutucou pro fundo da rede Anderson Conceigéo, comisa 4. “Fmctigio adoploda de Hecho da konsmséo do portida enke ‘Mogi Miri Esporte Clube Hopitense erm 4 out. 2008. Disponivel no Podcast “Mogi Mim Ezaors Clube. Sinwsemogiritim com br> Texto 2 Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode ds seis horas da manhé ‘Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortel [| (Chico Buaraus. "Cotidione'. ‘Texto 3 Presidente visita omanhé a Estagéo Antértico ‘prensa Nocional Oisponivl em: . ‘Acon0 om: 15 fx 2008. 4a) Nos trés textos ocorrem verbos no tempo presente, Entretanto, seu uso descreve as agdes de formas diferentes. Compare 0 uso do presente nos textos 1 e 2, € mostte a diferenga, Faga 0 mesmo com os textos 2 ¢ 3. Explique. b) Oencadeamento natrativo do texto 1 € construido pela alternancia entre verbos no presente eno pas- sado. Justifique a presenga exclusiva do passado no tltimo pardgrafo, considerando que se trata de ‘uma transmissao de jogo de futebol. HEN rs 2015 Uma revolucéo em cinco minutes Usar @ tecnologia para construir um mundo melhor tem seu lado frivolo. 'Mas, felizmente, “também tem um Jado bem sério. rincipalmente no politica. A tecnologia, "bode ajudar governas « adotar medidas que “benefi- ciom @ pepulacéo. ‘Avangos tecnolégicos faclitaram a criagdo de ferra- mentos que ajudam ndo s6 0 promover a cidadanio, mas também a vigiar, a reporiar @ a agir contra o restrigdo dos direitos civis. Por isso, pode-se argumentar que esta coda vez mais dificil manter um governo injusto e cada vez mais fécil se rebelor contra regimes antidemocrdticos. *Se vocé quiser monitorar os paises onde ha desres- peito a demecracia, uma das ‘melhores ferromentas é ‘9 projeto ChokePoint. Inspirado nos acontecimentos no Egito @ na Libia, 0 ChokePoint (chokepoiniproject.net) é uma plataforma que expée o intercmbio de informagao ‘entre paises. Se houver uma porada subita no tréfego 20 ORTUGL de dodos, 0 sistema alerta sobre um provivel corte da iberdade de expresstio naquele pals. |...) E7se vocé quiser organizar um protesto? Aqui entra ‘tecnologia também. Em agosto, manifestontes contra 0 gover usaram em Londres 0 API do Google!Maps para mostrar, em tempo real, por quais nas o policia estova se aproximando. |...) ‘Mas *se vocé néo mora em éreas de conflito e pro- testo ndo é seu estilo, hé vérias maneiras de usar a tec- nologia para fociltor © engajamento. Em sites como 0 Chonge.org (change.org) & possivel reunir milhores ‘de pessoos paro assinor uma petigéo. Em sites locais, como 0 FixMyStreet {fixmysteet.com) ou eDemocracy (forums.e-democracy. org/abou'), & possivel discutir pro- blemas de comunidade e acionor as autoridades. E claro que o tecnologia também pode ser usada para forrorismo, mas @ maioria da populacdo & conta esse tipo de atividede. E gratificante saber que °bodemos contr ‘com a fecnologia para engojar grupes que vio provocar smudangas, sejam para a dentnea de buracos ne sua rua ‘ey.0 demrubada de regimes ditaioriais. O mundo conecta- do é cupaz de construir uma sociedade mais Sjusio. Alessandra Lary. Uma revolugao em cinco rinulos INFO, now 2011. 52. [Adept Otexto é um artigo de opinido que apresenta recursos li uisticos tipicos de estruturas dissertativo-argumentativas. Assinale a altemativa em que o elemento linguistico esta corretamente analisado no contexto em que ocorre. (0) “Mas” (ref 1) associado a “também” (ref. 2) ressalta ‘lado "sério" da teenologia e elimina o lado "ffivolo". (b) Os elementos “beneficiam” (ref 3), “melhores” (ref. 4) ¢ “justa” (ref. $) sinalizam avaliagdes po- sitivas & sociedade. (©) O elemento “se” (refs. 6, 7 € 8) introduz possibi- idades de ages que prescindem do uso de recur sos teenolé gicos. (4) O emprego de “podemos” (ref. 9), em I* pessoa, ‘marca incluso da autora e dos leitores na possibi- dade de uso da tecnologia para engajamento de ‘grupos sociais. (©) © emprego de “pode” (ref. 10), em 3* pessoa, ‘marca conviegao da autora sobre 0 uso da tecno- logia para a pratica de tetrorismo. Car) Verbo IT Nestas aulas, serio estudados pretérito perfeito derivados. © pretérito perfeito, tempo primitivo, 6 responsiivel por tr8s outros tempos: o pretérito mais- ~que-perfeito do indicativo, © pretérito imperfeito do subjuntivo e o futuro do subjuntivo. E preciso ficar aten- to 4 funcionalidade do pretérito perfeito do indicative (por oposigio ao pretérito imperteito do indicativo) 2 conjugagio do futuro do subjuntive. O destaque ‘também fica por conta do paralelismo entre os tempos vetbais. Terminagiio do pretérito perfeito + | ste |u| mos | ates | ram Obs.: Cuidado com a primeira e a terceira pessoa em verbos irregulares. Diferenga entre o perfeito e o imperfeito Joti frequemtava a aula, t imperfeito: pasado durativo Joao frequentou a aula 4 perfeito: passado pontual Terra UT Derivados do pretérito perfeito Para o aluno obter os trés tempos derivados do pretérito perfeito, tira-se o “ste” da forma verbal da segunda pessoa do singular do pretérito perfeito & agregam-se as desinéneias de cada tempo. Veja os trés tempos ¢ as respectivas desinéncias. 1. Pretérito mais-que-perfeito do indicative: ra-ras— ra-ramos-reis-ram (pasado anterior a outro pas- sado). Joao jé sentara quando Leo chegou. 4 (forma simples) Joao ja tinha sentado quando Leo chegou. 1 (forma composta) 2. Pretérito imperfeito do subjuntivo: sse—sses-sse— ssemos-sseis-ssem (uma probabilidade no pre- sente, no passado ou no futuro). Observe a combi- ragdo desse tempo com o futuro do pretétito: Se ele viesse, eu faria a sua vontade. + + (imp. do subj.) (fut. do pret.) 3. Futuro do. subjuntivo: rres-r-rmas-rdes-rem (uma possibilidade no futuro). Observe a combi- ‘ago desse tempo com o futuro do presente: Se ele vier, eu fare’ sua vontade. + 4 (ut. do subj.) (fiat. do pres.) Aulas EBB FV 2009 A iinica frase em que o verbo sublinha- do esti (0) Se nosso time reouvesse « autoconfianga, obteria- ‘mos melhores resultados. (b) Os dnimos s6 se acalmaram, quando et discussto. (©) Dou-me por satisfeito, se correr quinhentos me- {ros e transpor cinco obsticulos. (©) Todas as tardes, ela entretia-se a espiar a mua pela janela (©) O govemno tem intervido demais na economia. corretamente flexionado & ervi na HEB Enem 2015 Em junho de 1913, embarquei par a Europa a fim de me tratar num sanatirie suiga. Escolhi o de Clavadel, perto de Davos-Platz, porque a respeilo dele me falara Joo Luso, que ali passara um inverio com a senhora. Mais tarde vim a saber que ontes de existir no lugar um sanatério, Ié estivera por algum tempo Anténio Nobre. “Ao cair das folhas”, um de seus mais belos sonetos, talvez 0 meu predileto, esté datado de “Clovadel, outubro, 1895". Fiquel na Suiga até outubro de 1914, Manvel Bonds. Poesia complete prose. Re de Jno: ‘Nowe Aguile 1985 No relato de memdrias do autor, entre os recursos usa- dos para organizar a sequéncia dos eventos narrados, destaca (0) constru o de frases curtas a fim de conferir dina- micidade ao texto. (b) presenga de advérbios de lugar para indicar a pro- sresstio dos fatos, (©) alteméneia de tempos do pretérito para ordenar os acontecimentos. (¢) inelusio de enunciados com comentirios e avalia- Bes pessouis (©) alustio a pessoas mareantes na trajetéria de vida do escritor. Uer{ 2015 Nao hé castelo mais vasto do que a vi- vende destes bons amigos, nem tratament mais obse- quioso do que 0 que eles sobem dar as suas héspedes Cada ver que D. Camilo queria inse embora, eles pe- dliamhe muito que ficasse, ¢ ela ficave, Vinhom entéo rows folguedos, cavalhodas, mvsica, dango, uma suces- so de cousas belas, inventadas com o inice fim de imn- pedir que esta senhora seguisse 0 sev eaminho Machado de Asis Ob completa io de nek: tse Agu, 1962 Observe as formas verbais flexionadas do trecho aci- sma: as duas primeiras, hd e sabem, esto no tempo pre- semte, a0 passo que as restantes esto no tempo pretérito, Apresente uma justificativa para o emprego de cada uum desses diferentes tempos verbais e reescrevao tre- cho integralmente, passando todas as formas verbais pretéritas para 0 tempo presente, sem alterar os res- pectivos modos, pessoas e mimeros. HER vece 2015 Agaragem de casa Com 0 porto enguicado, e num convite a ladkées de litos, a goragem de casa lembra uma biblioteca publica permanentemente aberto para a rua. Mas née séo adep- 408 de literatura os indivdues que ali se abrigam da chu- vo 0u do sol a pino de verso. Esses desocupedos motam ‘© tempo jogando porrinha, ou lendo os jomais velhos {que mamée amenioa num canto, sentados nos degraus do escadote com que ela aleanga as proteleiras altas. Jé quando fazem o obséquio de me liberor 0 espaco, de tempos em tempos entro para olhor os estantes onde hé de tudo um pouco, em boo parte remessos de editores ‘estrongeiros que 1ém opreco pelo meu pai. Num reduto de literatura 180 sortida, como bem sabem os habitués de sebos, fascina a perspective de por puro acaso dar com um livro bom. Ou by serendipity, como dizem os ingleses quando ne caga 9 um tesouro se tem a felicidade de de- porar com outro bem, mais preciso ainda. Hoje revejo na mesma prateleira velhos conhecides, algumas deze- ‘nas de livros turces, ou bilgaros ou hingoros, que papal é capaz de um dia querer destrinchar. Também continua ‘em evidéncia o livro de poeta romene Eminescu, que pa- poi co menos Nentou ler, como ¢ fécil inferir das folhos cortadas a espétula. Hé uma edigao em alfobeto drobe dos Mille Uma Noites que ele ndo “leu, mas cujas ilustra- <6es Sadmireu longamente, como denunciam os filetes de cinzas no juncéo dos suas paginas coloridas. Hoje tenho experiéncio para sober quontas vezes meu pai “leu um mesmo liv, posso quase medir quantos minutos ele se “deteve em cada pagina. E néio costume perder tempo com livres que ele nem sequer “abriu, entre os quais uns pouces eleitos que mamée ‘teve 0 copricho de empilhar ‘puma ponte de proteleir, confiando numa future reden- 60. Muitas vezes 0 vi de manhdzinha compodecido dos limos estatelodos no eseritério, com especial carinho pe- los que trazem 0 foto do autor na capa e que papoi des- preza: parece disco de cantor de rédio. Chico Buorque. Ome aleméo. S60 Faulo: Comporkio dos leas 2014. Ved. p 60-1. (Texto edopiado com 0 acrxcimo do Ilo). A obra O irmao alemdo, iltimo livro de Chico Buar- que de Holanda, tem como mével da narvativa a exis- téncia de um desconhecido inmao alemao, fruto de ‘uma aventura amorosa que o pai dele, Sérgio Buarque de Holanda, tivera com uma alema, la pelo final da década de 30 do século passado. Exatamente quando Terra UT Hitler ascende ao poder na Alemanha, Esse fato é real: 6 jomalista, historiador e socidlogo Sérgio Buarque de Holanda, na época, solteiro, deixou esse filho na Alemanha, Na familia, no entanto, niio se falava no assunto, Chico teve, por acaso, conhecimento dessa aventura do pai em uma reunifio na casa de Manuel Bandeira, por comentirio feito pelo proprio Bandeira, Foi em torno da pretensa busca dese pretenso irmio que Chico Buarque desenvolveu sua narrativa ficcio- nal, © seu romance. Sobre a obra, diz Femando de Barros e Silva: “o que © Ieitor tem em mas [..] nao é um relato histérico. dade e ficgdo esto aqui entranhadas numa nar tativa que embaralha sem cessar meméria biogratfica € fies Apesar de em nimero muito menor, o pretétito perfei- to do indicativo, tempo da narrativa tradicional, esta presente no texto: “tentou ler” (ref. 1), “leu” (ref. 2), “admirou” (ref. 3), “leu” (ref. 4), “deteve” (ref. 5), abriu (ref. 6), “teve” (ref. 7). Assinale o que estiver correto sobre as formas verbais, destacadas. (6) Sao formas verbais do passado que indicam estar ‘© enunciador na velhice, recordando fatos da ju- ventude, (») Sao formas verbais que, estando no passado, fa- vem contraponto iis outras formas verbais do tex- to, a8 quais indicam outro tempo e revelam certa confusio mental do enunciador, (©) So formas verbais no pasado, que mostram 0 ‘enuneiador, que enuncia do presente, de vez em quando recordando fitos de um passado priximo. (\) Sao formas verbais no pasado, que indicam es- tur o enuneiador falando em um tempo posterior morte do pai. GUIA DE ESTUDO Portucués ] a Verbo IIT Nesta semana, ser estudado 0 emprego metafii- rico dos tempos (ou embreagens verbais); trata-se da substituigio de um tempo por outro ¢ seus efeitos de sentido, Esse procedimento no se restringe a textos literdrios; no cotidiano é comum a troca de tempos. Em 2013, Poliedro bate recorde de aprovacao no ITA. A wai de aprover alunos ft © itt Tercligico de Peronutia (TA) se monteve.O oleate concuitou 410% das 120aga do wetbulat 2013 No {ota form 50 aprovacos Corn ‘ese tesultado, © Poiesio se ‘onsagra como aquele que mas ‘preva 701TH. Vestibular ITA 2013 316% ‘Veja a diferenga entre o emprego literal e 0 empre- _g0 metaférico no periodo a seguir. Em 2006, o Brasil perdeu a copa ¢ 0 status de me- Ihor equipe do mundo, — pretérito perfeito (emprego literal) Em 2006, 0 Brasil perde a copa e 0 status de me- Ihor equipe do mundo, ~ presente do indicativo no Iu- gar do pretérito perfeito (emprego metaférico) No segundo period, o presente destaca o passado, jd que este possui ressondincia até os dias de hoje. Veja outros exemplos. 1. O imperteito no lugar do presente do indicativo: (€feito: polidez, educagao) —O senhor podia tirar o seu revélver de meu pes- ogo? (podia em vez de pode) imperfeito no lugar do futuro do pretétito: (feito: certeza) — Este jantar até meu marido fazi de faria) 3. O perfeito no lugar do futuro do presente: (feito: certeza) — USP? O ano que vem? Jé passeil (passei no lugar de passarei) (facia no lugar HE Fuvest 2014 CAPITULO LXXI O senao do livro Comeco @ arependerme deste livre, Néo que ele me conse; ev néo tenho que fazer; ©, realmente, expedir al uns magros copitulos pora esse mundo sempre 6 tarefa que distrai um pouco do eternidade. Mas o livro & enfa- donho, cheira © sepulcro, traz certa contragtio cadavé- ‘ica; vicio grave, e aliés infimo, porque 0 maior defeite cksie livro 6s tu, leitor Tu tens pressa de envelhecer, eo livro anda devagar; tu amos @ narragéo direta e nutrida, o estilo regular e fuente, ¢ esie livro @ 0 meu estilo so como os ébries, guinam & direita e 6 esquerda, andam parom, resmungam, urrom, gargolham, ameagam 0 céu, escoregam e caem. 24 E caem! — Folhos misérrimas do meu cipresie, heis de eniz, come quoisquer outros belos e vistosas; e, se eu f= vesse olhos, darvos-ia uma Iégrima de soudade. Esta é.a {gronde vantagem do morte, que, se ndo deixo boca para fit, também ndo deixo olhos pare chorar... Heis de cair Mochode de Asis Memévas péstumos de Brés Cobos No contexto, a locugo “Heis de eair”, na tiltima linha o texto, exprime: (©) resignagao ante um fato presente, (b) suposigao de que um fato pode vir a ocorrer. (©) certeza de que uma dada agao iri se realizat. (4) agdo intermitente ¢ duradoura. (©) desejo de que algo venha a acontecer. HER vece 2015 Agaragem de casa Com 0 pertéio enguicado, e num convite a ladrées de livros, a goragem de casa lembro uma biblioteca piiblica permonentemente aberto para a ruc. Mos néo séo adep- tos de literatura os indlividues que ali se abrigam de chu- va 04 do sol a pino de verda. Esses desocupados matam © tempo jogando porrinha, ou lendo os jomais velhos ‘que mamée amenioa num conto, sentados nos degraus do escadote com que ela alcanga os proteleiros altos. 46 quando fazem 0 abséquio de me liberor © espaco, de fempos em fempos entro para olhor as estantes onde hé de tudo um pouco, em boo parte remessos de editores esirangeiros que tém oprego pelo meu pai. Num reduto de literatura to sortida, como bem sobem os hobitués de sebos, fascina a perspective de por puro acaso dar com um livro bom. Qu by serendipity, como dizem os ingleses ‘quando na cago 9 um fescuro se tem felicidade de deparar com outro bem, mais precioso ainda, Hoje revejo ng mesma proteleira velhos conhecidos, algumas deze- ras de limos turces, ov bilgares ou hingoros, que pepai & capaz de um dia querer destrinchar. Também continua ‘em evidéncia o livro do poeia romeno Eminescu, que pa: poi 00 menos teniou ler, como é facil inferir das folhos cottades 0 espétulo. Hé uma edigdo em alfabeto érobe dos Nile Umo Neites que ele nao leu, mas cys ilustra- g6es odmirou longamente, como denunciam os filetes de Ginza na jungéo das suas paginas coloridas. Hoje tenho experiéncia paro sober quantas vezes meu poi leu um mesmo livro, posso quose medir quantos minutos ele se deteve em cada pagina. E ndo costumo perder tempo com limos que ele nem sequer abr, entre os quais uns pouces eleitos que mamae teve © capricho de empilhar numa pento de proteleira, confiondo numa futuro reden- ¢60. Muitas vezes a vi de manhézinha compadecida dos livros estatelados no escrito, com especial carinho pe- los que trazem a foto do autor no capa e que papei des- preza: parece disco de cantor de rédlo. Chico Buorque. Oiméo olemée. S60 Palo: Companhio dos eke. 2014 Ted p 60-1. (evo edopiado com o acréscimo do tivo}. A obra O inno alemdo, itimo livro de Chico Buarque de Holanda, tem como mével da natrativa a existéncia de ‘um desconhecido indo alemdo, fiuto de uma aventura amorosa que o pai dele, Séigio Buarque de Holanda, tive- racom uma alema, Id pelo final da década de 30 do século passado, Exatamente quando Hitler ascende ao poder na Alemanha, Esse fatoé real: 0 jomalista, histotiadore socié- logo Séigio Buarque de Holanda, na época, solteiro, Terra IIL ceixou esse filho na Alemanha, Na familia, no entanto, ro se fava no assunto. Chico teve, por acaso, conhe- cimento dessa aventura do pai em uma reunifio na cas de Manuel Bandeira, por comentirio feito pelo proprio Bandera Foi em torno da pretensa busca dese pretenso irmio que Chico Buarque desenvolveu sua narrativa fi nal, 6 seu romance. Sobre a obra, diz Femando de Barros ¢ Silva: “o que 0 Ieitor tem em mios [..] nio é um relato hist6rico, Reali- dade e ficgdo estio aqui entranhadas numa narrativa que cembaralha sem cesar memoria biogrfica e fiegio”. Lendo 0 texto com atengao, verifica-se que quase to- dos 05 verbos estdo no presente do indicative. Am- parado por essa constatagdo, assinale o que estiver corteto sobre o enunciador do texto. (6) Ble enuncia, isto & expressa-se, de um lugar no pasado, valendo-se de lembrangas. (>) Ble enuncia de um lugar no presente, observando, ‘© que acontece a sua volta, (©) Ble enuncia de um lugar no passado, langando mao das informages dos parentes. (©) Ble enuncia de um lugar no presente, ctiando a ilusdo de que escreve enquanto vive. FEMI Fovest 2012 Nao era e nao podio © pequeno reino lusitano ser uma poténcia colonizadora a feigéo da antiga Grécio. O surto marttimo que enche sua histéria do século XV nGo resultara do extravasamento de nenhum excesso de populagéo, mas fora apenas provocado por uma burguesio comercial sedenta de lucros, e que no encontrava no redu- ido teritério patrio satislagtio & sua desmedida ambigéo. A ‘ascenstio do fundlador da Casa de Avis ao trono portugués trouxe esta burguesio para um primeiro plano. Fora elo ‘quem, para se livrar da ameaca castelhana e do poder do nobreza, representaco pela Rainha Leonor Teles, cingira 0 Mestre de Avis com a corca lusitana. Era ela, portato, quem devia merecer do novo cei o melhor das suas aten- ‘562s. Esgotadas as possibilidades do reino com as prédigas dlidivas reais, restou apenas o recurso da expansao externa para contentar os insaciéveis companheiras de D. Jodo | Caio Prado Jinios Evol police do rel [Ao No contexto, 0 verbo enche indica (0) habitualidade no pasado. (») simultaneidade em relagao ao tetmo ascensio. (©) ideia de atemporalidade. (6) presente histérico. (©) anterioridade temporal em relagao a “reino lusitano”, [EM Fev2014 Capitulo XXI Na estagdo de Vassouras, entraram no trem Sofia e o morido, Cristono de Almeida e Polha. Este era um rox pagéo de trinta e dois anos; ‘ela ia entre vinte e sete e inte @ oito. Vieram sentor-se nos dois bancos frnteires 00 do Ru- bid {1 {Rubiéo] — O senhor é lovrador? [Palho] — Nao, senhor [Rubio] — Mora na cidade? [Palho] — De Vassouras? Néo; viemos aqui passar uma semana. Moro mesmo no Core. Néo teri jello para lavrader, “conquanto ache que é uma posigéo boa e honrado. Do lavoura passaram ao gado, @ escravatura e & po- litica. Cristiano Palha maldisse o govemo, que iniroduzi- 1a-na fala de trone uma polavra relativa & propriedade senvil; mas, com grande espanto seu, Rubiéo nao acudiv {@ indignagéo. Era plano deste vender os escravos que o Jestador Ihe deixaro, exceio um pojem; se clguma coisa perdesse, o resto da heranga cobriria o dasfalque. De- ingis, a fola do trono, que ele também lera, mandova res- peitaro propriedade atval. Que lhe importavem escravos fuluros, se os ndo compraria? O pojem io ser forro, logo que ele entrosse na posse dos bens. Palha desconversou, @ possou @ politica, as cémaras, & guerra do Poraguai, tudo assuntos gerais, 20 que Rubido atendia, mais ov rmencs. Sofia escutovs apenas; movio tio somente os calhos, que sobio bonitos,fitondo-0s ora no marido, oro 10 interlocutor — Voi ficar na Corte *ou volta para Barbacena? per- guntou 0 Palha no fim de vinte minutos de conversacéo. — “Meu desejo & fica, e fico mesmo, acudiv Rubio; estou cansado do provincia; “quero gozar a vide. Pode ser ofé que v6 8 Europa, mas néo se’ ainda. Os olhas do Palha brilharam instantaneamente. Machado de Assis Quiros Bobo. Empregou-se o presente com ideia de futuro no se- guinte excerto do texto: (0) “ela ia entre vinte e sete € vinte € oito” (ref. 1). (b) “conquanto ache” (ref. 2). (c) “ou volta para Barbacena” (ref. 3). (6) *Meu desejo é fiear” (ref. 4). (c) “queto gozar a vida” (ref. 5). oT HER Uece 2014 Porto © portéo fica bocejando, aberto pore os alunos retordotérios. Noo hé pressa em viver nem nas ladeiras duras de subir, quanto mais para estudar a insipido carilha. ‘Mos se 0 pai do menino é da oposicéo, {ilustissima avtoridade municipal, prima por suo vez do sacratissi¢a ‘avtoridade nacional, ‘ah, i880 no: 0 vagabundo ficard mofando is Fora @ leva no boletim uma golixia de zeros. A gente aprende muito ne pertio fechado. Cortes Drummond de Andrede In: Carlos Drummond de Anode: Poesia‘ Proto Editor Nove Aguilor 1988. pp 50647. Observe a metifora que inicia 0 poema -“O portao fica bocejando” — ¢ o que se diz sobre ela, 1 Essa metéfora empresta ao portdo faculdades hnu- ‘manas, constituindo, também uma prosopopeia ‘ou personificagao. Por outro lado, essa expressio aceita, ainda, a seguinte leitura: 0 portao represen- icamente a escola, com seus valores criticdveis e seus preconceitos. IL. © emprego da locugio verbal de gertindio “fica bocejando”, no lugar da forma simples boceja, dé Alagdo expressa pelo verbo bocejar um cardter de continuidade, de duragio, realea a pripria semintiea do verbo Est correto o que se afirma em ©) let (») Le Hl apenas. (©) Me Ml apenas, () Te Hapenas. CYT) PORTUGUES LINGUAGENS, CODIGOS E SUAS TECNOLOGIAS ratte Realismo e Naturalismo Py em Portugal Foi no Domingo de Péscoa que se soube em Leiria que 0 péroco da Sé, José Miguéis, tinha mosride de ma- drugoda com uma apaplexia. O proce era um homem sanguineo @ nuttid, que passova entre o clero dioce- sano pelo comildo dos comilées. Contovam-se historias singulares da svo vorecidade, © Corlos do Botica ~ que 0 detestavo — costumava dizer sempre que o via sair de- pois da Sesta, com a face alogueada de songue, muito enfariadeo: — La vai 9 jiboio ésmeet Um dia estoural Com efeito estourou, depois de uma ceia de peixe ~ ahora em que defronte, na casa do doutor Godinho que fozia anos, se pOIEG¥S com larid6. Ninguém o lamentou @ foi pouca gente ao seu entero. Em geral ndo era es: fimado. Era um G66. Tinha os modos e os pulsos de um cavador, a vez rouca, cabelos nos ouvides, palavras muito rudes. ‘Nunca fora querido das devotas; arrofava no confes: siondrio, , tendo vivido sempre em frequesios da oldeto ov da sero, ndo compreendia certos sensibilidodes re- quintodas do devoréo. [..) feo de Quoités 0 aime do Poke Amor O fragmento que voeé acabou de ler foi extraido do romance de Eea de Queirss, Ocrime do Padre Amaro, cuja publicago, em 1875, inaugurou o Realismo em Portugal. Compare © que acabou de ler a qualquer texto roméintico: no fragmento, a deserigio assume tons de realidade, compde um tipo humana: © miiroco da Sé, que era um “comilio dos comildes”, arrotava quando ia ouvir eonfissdes em nome de Deus, era grosseiro & mal-amado pelos paroquianos. O que ha de diferente do Romantismo? © detalhamento meticuloso, 0 anticlericalismo, as _impressdes exatas das persomagens que compdem a cena, Ha ainda uma postura critica e denunciadora que repudia oque é artificial. Além disso, ha também na estética realista 0 desejo de esmiugar os comportamentos ¢ denunciar a sociedade, sobretudo as camadas mais baixas e os vicios burgueses. Para conhecer bem 0 universo do Realismo, esteja lento aos seguintes aspectos: +o Realismo foi mais que uma época literiria, foi a ceasitio em que a literatura tomou para si 6 eariter denunciador e, para isso, utilizou-se das correntes cientifico-filosoficas da segunda metade do século XIX; + para compreender 0 Realismo é preciso entender, antes de tudo, que o mundo mudava: crise defini- tiva nas Monarquias absolutistas que, em menos de um século, setiam substituidas pelas Repibli- cas; ctise no clero e mudanga na concepgao bur- guesa de estar no mundo; + a ordem da escola realista-naturalista primava pela dentincia social Em Portugal, o Realismo apareceu timidamente em 1865, com a Questo Coimbra; expandiu-se em 1871, com as Conferéneias Democriticas do Casino Li bonense: e ganhou forga em detinitivo na prosa, quan- do Ega de Queir és publicou O crime do Padre Amaro. ga de Guetrés. 0 romance ¢ o conto realista-naturalista, em Por- tugal, foram consagrados pela obra de Ega de Quei és, 0 grande prosador portugués, desvendador das almas humanas, ctitico implacavel da pequena e mé- dia burguesias de Lisboa. Sua obra, dividida em trés fases, tem, na segunda delas, 0 aspecto inconfundivel poplerio:sleccéo cerebral que se monifesie imprevisomente, compared de prvagéa dos senidos © do maviment, delerminoda por leaso vosculor cerebrel ogude (nemoragio, emboli, tombexe); voracidade: fame inten, glulonore, Sesto: repav%0 apes 0 almose: {@smoer: rior com os dens, mosigar; polear: dongar o polca, que & danga da Bog mia ¢ cy compasse é binévio © o ondamene olearo, larido: flcério;clgezon; erties aldedo: ristco, camponts, sm © burlamant soc ds um habitonts dos dads. pr) da denincia social de seu tempo, recaindo a eritica sobre o clero comprometide com uma burguesia aco- modada, que cultivava as aparéneias ¢ uma nobreza deeadente e cheia de vicios. Antero de Quental, responsivel pela demoligio do Romantismo portugués, apareceu como um dos poctas mais preciosos no fazer postica, Além disso, & 0 maior sonetista do século XIX caricatura de oy A Cosario Verde, Apareceu também a obra extraordindria de um fotégrafo incansivel de Lisboa: Cesirio Verde, “o poeta do cotidiano”, que reproduziu. em seus versos. as paisagens e 0s seres humanos das russ da eapital lusitana. Ele soube colocar em evidéneia os tipos co- ‘muns, a gente simples e as ruas apinhadas de pessoas iguais a mim e a voce. E fez, sem diivida, uma poesia extraordinariamente voltada para o desvendamento de seu tempo. Boiam oromas, fumos de cozinha; Com o éabaz ds costos, e vergando, Sobem padeiros, cloros de farinha; E 85 portas, uma ou outra campainha Toca, frenética, de vez em quando. HEB Leia o textoa seguir ¢ responda ao que se pede. Jé nde sei o que vale o nova ideio, Quando a vejo nas ruos desgrenhada, Tove no aspecto, & luz da borricoda, Como baconte opés librica ceia. Songuinolento 0 olhar se the incendeio: Respira fumo e fogo embriagada: ‘A deuso de almo vasta e sossegada Fila presa dos frias de Medeio! Um século imitado e truculento Chamo @ epilepsia pensamento, Verbo a0 estampicdo de Beloute e ObUS... Mas a ideia € num mundo inalterdvel, Num cristolino céu, que vive estivel. Tu, pensomento, néo és fogo, és lvz! Satero de Genial a) O texto que voeé acabou de let & de Antero de Quental, poeta portugués participante da Questo Coimbra, e que dew ensejo ao aparecimento das. primeiras r realistas em Portugal. Trata-se de um soneto, forma pela qual o autor se notabi- Hizou; & preciso que se diga que possui algumas vertentes que o ligam a um comportamento de 6poca (a vertente metafisica 6 um exemplo disso), enquadrando-se notadamente como realista, Com base em seu conteido, aponte dois aspectos que indiquem tal definigo, cebor: cesic de vine que seleva bs costs; torve: que opresen'aaspecto sombrio; de or pesode e risorho, peloure: balade fer ou de pedo, csférce, empregade om gamerte em pecos de ortlharia; bus: pequeno objeto de oriharia usode para langar Terra IIL oat b) Trace uma comparac2o opositiva entre as palavras “ideia” e “pensamento” com base nos versos do soneto “Tese e antitese”, de Antero de Quental. b) Justifique, tomando 0s enfoques do poema como exemplo, 0 porqué de Cesirio Verde ser definido ‘como “um fotdgrafiy de Lisboa” HEB Leia o fragmento a seguir e faga 0 que se pede. sentimento dum ocidental ‘A Guerra Junqueiro 1 Ave-Marias Nas nossas rvas, oo anoitecer, FH tol Sotumnidade, he tol melancolio, Que as sombras, 0 BuliGi6, 0 Tejo, @ maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofres O céu porece baixo € de neblino, O gs extravosado enjoo-me, perturba; Eos edificios, com as chamings, e 0 furba Toldam-se duma cor monétona e londrina. Batem os corras de alugier 00 fund, Levande a via férea os que se véo Felizes! Ocomemsme em revista expesicées, paises: Madi, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo! Ld Cestrio Verde, 8) Cesirio Verde usa como instrumento, para con- ceber 0 poema, uma caracteristica especialmente muito comum em todo 0 Realismo, sobretudo na prosa, Explique do que se trata e 0 que se conse- gue com esse recurso. Fuvest 2012 Leia o excerto de A cidade e as serras, de Ega de Queités, e responda ao que se pede. No sala, «tia Vicéncia ainda nos esperava desconso- lado, ene todas as luzes, que ardiam no siléncio e paz do S870 debandado: Ora uma coisa assim! Nem querem ficar para fo- mor um copinho de geleia, um célice de vinho do Porto! ~ Esteve tudo muito desonimade, fia Vicéncial ~ ex- clamei desofogando © meu tédio. ~ Todo esse mulherio ‘emudecev, os amigos com um ar descontiodo. Jacinio protestou, muito diveriido, muito sincero. — Néo! Pelo contrdrio. Goste’ imenso. Excelente gente E t6o simples... Todos estas raparigas me parece- ram dtimas. Eto frescas, 180 olegres! Vou ter aqui bons amigos, quando verificorem que eu ndo sou miguelisto. Eniéo contomos @ tia Vieéncia a prodigioso histéria de D. Miguel escondido em Tormes... Ela rial Que coi- sos! E mau seria Mas 0 sr Jacinto, ndo 6? —Fu, minha senhoro, sou socialise, a) Defina sucintamente o miguelismo a que se refere 6 texto e indique a relagdo que hi entre essa cor- rente politica € a historia do Brasil. sotunidads:tiste20, melorcalio; bulici: ogtacBo, mevimentac6o e coisas © pessoos; burburinho; turba: mulrdéo; aluguer: 0 ccanespondene luge!" em lngu portuguese de Porugol: serdo: fesianotumo, so EY aan }) Tendo em vista o contexto da obra, explique o que significa, para Jacinto, ser “socialista”™ Unicamp 2012 Os trechos a seguir foram extraf- dos de A cidade e as serras, de Ea de Queirés. I Mas dentro, no peristilo, logo me surpreendey um ‘elevador instalado por Jacinto — apesar do 202 ter so- mente dois andares, e ligados por uma escadaria G0 doce que nunca ofendera a asm do senhora Dona Angelina! Espacoso, tepetado, ele oferecia, para aque- Jo jomada de sete segundos, confortos numerosos, um divé, ume pele de urse, um roleiro das ros de Paris, prateleiras grodeadas com chorutos e livros. No ontecé- mera, onde desemborcomos, enconirei «temperatura rmasio e tépida duma tarde de Maio, em Guides. Um criado, mais atento ao termémetro que um piloto & agu- ‘ho, requlave destromente 0 boca dourade do colortero. E perfumadores entre palmeiras, como num terago santo de Benores, esparziam um vopey, oromatizande e salutor ‘mente umedecendo aquele ar delicado e superino. Fy murmurei, nas profundidades do meu assombra- do ser: = Fis a Civilizagéo! (ot " = Meus amigos, hé umo desgroca... Doman puloy no cadeira: — Fogo? = Née, néo era fogo. Fora o elevador dos pratos que inesperadamente, co subir o peixe de S. Alteza, se desor- ranjara, e néo se movia, encalhado! (ol Terra UT © Grao-Duque Id estava, debrugado sobre © poco escuro do elevador, onde mergulhara uma velo que lhe avermelhava mais a face esbraseado. Espreitei, por sobre (0 seu ombro real. Em boixo, no treva, sobre uma larga prancho, 0 peive precioso alvejava, deitado na travesso, ainda fumegendo, entre rodelas de lim6o. Jacinto, bran- co.como a gravata, torturava desesperadamente a mola complicada do ascensor Depois foi Gréo-Duque que, com 0s pulsos cabeludos, atirou um empuxdo tremendo ‘268 cabos em que ele rolava. Debalde! © aporelho enri- [aro numa inéreia de bronze etemo. yo de Quetés. A code eos sves. Séo Polo: Compario Edita Nacional, 2006, pp 28 e 63, a) Levando em consideragao os dois trechos, expli- ‘que qual € 0 significado do enguigo do elevador. b) Como 0 desfecho do romance se relaciona com esse episodio? FTI HER Fovest 2016 Leia este texto: Mas 0 meu novissimo amigo, debrucado da jonela, batia as polmas como Cotde para chamar os servos, na Roma simples. E gritovo: — Ana Vaqueiral Um copo de égua, bem lavado, da fonte velhal Ale, imensamente diverido: Oh Jocintol £ as dguas carbonotados? F as fosfota- dos? E os esterlizadas? E 0s séclicas?. O meu Principe atirou os ombros com um desdém soberbo. E aclamou a aporigéio de um grande copo, todo embaciad pelo frescura nevada do dgua refulgente, que uma bela mioga trazio num proto, Eu admire’ sobretudo a maga... Que olhos, de um negro tao liquido e sério! No ‘ondar, no quebrar do cinta, que harmonia © que graga de ninfa latina E apenas pela porta desaparecera a espléndida opa- igo: = Oh Jocinto, eu doqui @ um instante também que- 10 dgual E se compete a esta rapariga irazer as coisas, «4, de cinco em cinco minvios, quero ume coisal... Que olhos, que corpo... Coramba, menino! Eis « poesia, toda viva, da ser... O meu Principe soria, com sinceridade: = Nao! Nae nos iludames, 28 Femandes, nem fagar mos Arcédia. E uma bela mogo, mas uma brute... Nao 1 oli mais poesia, nem mois sensibilidade, nem mesmo mois beleza do que numa linda vaca turina, Merece © seu nome de Ano Vaqueiro. Trabalho bem, digere bem, concebe bem. Para isso a fez 0 Notureza, assim $6 e rijo bh Eco do Qualtés, A cidade 0 a5 savas. 48) No periodo em que Jacinto passa a viver na serra, toram-se relativamente frequentes, no romance, as referéneias & cultura da Antiguidade Classica. Consideradas no contexto da obra, © que conotam as releréncias que o narrador, no excerto, faz a as- pectos dessa cultura? 32 b) Considerando-a no contexto em que aparece, ex- plique a expressio “nem fagamos Areddia”, em- pregada por Jacinto. » Leia o texto para responder & questio 6. Entéio 0 meu principe, sucumbido, arrastou 03 possos até ‘0 seu gabinete, comegou 0 percorrer todos os aparelhos ‘complementadores @ facitiadores da Vido — 0 seu telégro- fo, 0 seu telefone, 0 seu fonégralo, 0 seu radiémetro, 0 seu grofofone, 0 seu microfone, 0 sua maquina de escrever a «v0 maquina de contar, 0 sua imprenso erica, « outa mog- nético, odes os seus uiensilos, todos os seus tubos, fados os -seusfios.. Assim um suplcante percorre ahares donde espe- ra socorro, E toda a sua sunfuesa mecénica se conservou 1- ‘gi, reluzindo irigidamente, sem que uma roda girasse, nem Uma lamina vibrasse, pora entrelero seu senhor WE Albert Einstein 2016 © trecho acima é da obra A cidade e as serras, de Eca de Queités, escrita em 1901 ¢ que integra a fase pés-realista da produgio do autor. Deste romance é correto afirmar que (©) compde um conjunto de obras batizado pelo au- tor de“Cenas da vida portuguesa”, caracterizando, um vasto painel da sociedade lisboeta, retratada ‘em seus milltiplos aspectos. (>) analisa a corrupedo ¢ a depravagio dos costumes: ‘numa cidade provinciana fortemente influenciada pelo Clero, assim como critica a pequena e média burguesia loca (©) retrata a sociedade de Lisboa, ou seja, a alta bur- guesia, a aristocracia, a diplomacia, artistas e jor- nalistas, criando um quadro da vida roméntica ‘como sindnimo de comportamento burgués. (<1) engendra uma oposigao entre a industrializada Pa- ‘ris ¢ uma pequena aldeia portuguesa, concluindo que a verdadeira felicidade s6 pode ser encontrada ‘na vida pura do campo. CETL Realismo no Brasil Nos dois textos a seguir, pode-se observar as dife- rengas entre a concepgao de mundo e 0 estilo literario de dois brasileiros que marearam seu tempo como os iniciadores do Realismo ¢ Naturalismo no Brasil ‘Texto 1 Era isto Vigtlia, © era clara, muito claro, foceira, igno- ronte, pueril,cheia de uns impetos misteriosos: muita pre- guia alguma devogdo, ~ devocdo, ou talvez medo; crefo que medo. A tem o leitor, em poucas linhas, © retrato fisico © moral do pessoo que devia influir mais tarde ne minha vido; era aquilo com dezesseis anos. Tu que me Iés, se coinda fores viva, quando estos péginas vierem & luz, — fu que me les, Virgilia amoda, ndo reparas na diferenga entre a linguagem de hoje ¢ a que primeiro empreguei ‘quando te vi? Cré que era téo sincere entdo como agora; ‘0: morte ndo me fomou rabugento, nem injusto. —Mos, dts tu, se voce néo guardou na retina da‘ memé- 1a 0 imagem do que fui, como é que podes assim discemira verdode daquele tempo, e exprimils depois de tantos anos? nl indiscretal oh! ignorantonal Mas ¢ isso mesmo ‘que nos faz senhores da terra, & esse poder de restaurar © passado, pora tocar a instabildade das nossas impres- s6e5€ a vaidade dos nossos afetos. Deixa Ié dizer 6 Pascal ‘que © homem 6 um canigo pensante. Néo; 6 uma errata pensante, isso sim. Cada estagéo da vida é uma edicio, ‘que corrige a anterior, e que seré corrigida também, até c.edicio definitiva, que o editor dé de graga aos vermes. Mochado de ass "Cop. XVI = Virgie Memérios pshimas de Br Cobos. ‘Texto 2 Doi a pouco, em volta das bicas era um zunzum cres: cenie; ume aglomerago tumultuosa de machos ¢ fémeas. Uns, apés outros, lavavam a cara, incomodamenie, de- boixo do fio de égua que escoria da aura de uns cinco palmos. O chao inundava.se. As mulheres precisavam jg prender as saios ene as coxas para ndo as molhar; vir -serlhes © fostada mudez dos bragos do pescogo, que clas despiom, suspendendo o cabelo todo para ¢ alto do casco; os homens, esses ndo se preocupavam em nao TeTRa IIL melhor 0 pelo, a0 contrério metiam o cabeca bem deboi- 10 da qua e eskregavam com forgo os ventas os barbos, fossondo e fungando contra as palmas da méo. As portas chs latinas no descansavam, era um abrir e fechor de coda instante, um entrar @ soir sem tréguas. Ndo se de- morovor Id dentro e vinham ainda amarrando as calgas (vas sais; as criangas ndo se davam ao trabalho de 6 i despachovort-se ali mesmo, no capinzo! dos fundos, por dettés da estalagem ou no recanto das hortas. © rumor crescio, condensando-se; © zunzum de to: dos os dias acenivava-se; jd se nao destocavam vazes dispersos, mas um 6 ruide compacio que enchia todo 0 cortigo. Comegavam a fazer compras na venda; ensari havam-se discuss6es e resingas; ouviom-se gargalhodas @ pragos; jé se no falovo, gritava-se. Sentia-se naquela ermentogdo sanguines, naquela gula vigoso de plontas rasfeiras que mergulham os pés vigorosos na lame preta enuiriente da vido, o prazer animal de exists a riunfante sotisfagéo de respirar sobre o ferro Alutio Azovedo, “Cop I". O congo Compare os dois textos Tides: cada um deles guarda caracteristicas especiais de duas vertentes do Realismo no Brasil: 0 primeiro poe em relevo a andlise psicol6gica: a personagem Virgilia ¢ cap- tada em anélise feita pelo narrador Bris Cubas (0 “defunto-autor”): faceira, ignorante, pueril, cheia de impetos, preguigosa, devota e medrosa, Era essa a vertente realists, cuja primeira intenedo era analisar 6s seres humanos, mergulhar em sua alma ¢ psicolo- ia e ali buscar fragmentos de personalidade, No texto 2, apresenta-se a segunda vertente, que a naturalista; nela podemos observar que o pros dor Aluisio Azevedo nos mostra, especificamente neste trecho, uma andlise de comportamentos so- ciais. Ainda no texto 2, pode-se observar um outro fato: a preferéncia do Naturalismo pelas camadas sociais mais baixas. Nesse caso, observe: hi a des- 10 do cottigo ao amanhecer com seus homens mulhetes mal-educados, tipos comuns, sem focali- zacao de hetéis, tal como no Romantismo: “Sentia- swe naquela fermentagdo sanguinea, naquela gula resingas: rsmungos

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