You are on page 1of 10

Introdução

Os gestaltistas defendem a ideia de que o indivíduo aprende a partir do todo, por isso,
preocupam-se com a percepção das formas e formatos a partir de uma visão global.

Objetivos gerais: Identificar os pressupostos teóricos da teoria do gestalt;

Objetivos específicos Descrever as implicações educacionais da teoria de gestalt.

Para a concretização deste trabalho, houve a necessidade de se auxiliar em algumas


obras bibliográfica que já abordaram aspecto relevante sobre o tema em referência. No
entanto, finalmente uma procurou-se fazer uma análise cuidada das informações
apresentada pelos diversos autores, seguindo-se finalmente com síntese o
enquadramento coerente dos pontos que mais se encaixam com tema em destaque.
1.Teoria da aprendizagem Gestalt

1.1. Aprendizagem

Conceito

Aprendizagem é um processo inseparável do ser humano e ocorre quando há uma


modificação no comportamento, mediante a experiência ou a prática, que não podem ser
atribuídas à maturação, lesões ou alterações fisiológicas do organismo.

De acordo com as proposições das teorias gestaltistas é um processo perceptivo, em que


se dá uma mudança na estrutura cognitiva. Para que haja a aprendizagem são
necessárias determinadas condições:

• Fatores Fisiológicos - maturação dos órgãos dos sentidos, do sistema nervoso central,
dos músculos, glândulas etc.;

• Fatores Psicológicos - motivação adequada, autoconceito positivo, confiança em sua


capacidade de aprender, ausência de conflitos emocionais perturbadores etc.;

• Experiências Anteriores - qualquer aprendizagem depende de informações,


habilidades e conceitos aprendidos anteriormente.

Características do processo de aprendizagem

• Processo dinâmico - A aprendizagem é um processo que depende de intensa atividade


do indivíduo em seus aspectos físico, emocional, intelectual e social. A aprendizagem
só acontece através da atividade, tanto externa física, como também, de atividade
interna do indivíduo envolve a sua participação global. • Processo contínuo - Todas as
ações do indivíduo, desde o início da infância, já fazem parte do processo de
aprendizagem. O sugar o seio materno é o primeiro problema de aprendizagem: terá que
coordenar movimentos de sucção, deglutição e respiração. Os diferentes aspectos do
processo primário de socialização na família, impõem, desde cedo, a criança numerosas
e complexas adaptações a diferentes situações de aprendizagem. Na idade escolar, na
adolescência, na idade adulta e até em idade mais avançada, a aprendizagem está
sempre presente.

• Processo global - Todo comportamento humano é global; inclui sempre aspectos


motores, emocionais e mentais, como produtos da aprendizagem. O envolvimento para
mudança de comportamento, terá que exigir a participação global do indivíduo para
uma busca constante de equilibração nas situações problemáticas que lhe são
apresentadas.

• Processo pessoal - A aprendizagem é um processo que acontece de forma singular e


individualizada, portanto é pessoal e intransferível, quer dizer ela não pode passar de
um indivíduo para outro e ninguém pode aprender que não seja por si mesmo. •
Processo gradativo - A aprendizagem sempre acontece através de situações cada vez
mais complexas. Em cada nova situação um maior número de elementos serão
envolvidos. Cada nova aprendizagem acresce novos elementos à experiência anterior,
sem idas e vindas, mas em uma série gradativa e ascendente.

• Processo cumulativo - A aprendizagem resulta sempre das experiências vividas pelo


indivíduo que servem como patamar para novas aprendizagens.

Gestalt é uma palavra de origem alemã que significa organização ou


configuração. Os psicólogos da Gestalt estão mais interessados pela percepção
e pelo comportamento como um todo. Eles argumentam que “um determinado
objeto é compreendido através da sua visão global, e não pela análise detalhada
de cada aspecto particular” (MWAMWENDA, 2004: 196).

Gestalt significa configuração, organização, forma, padrão, referindo-se sempre a um


todo. A premissa básica da Gestalt é que o todo é mais do que a soma de suas partes.

Tomemos como exemplo uma árvore: ela é mais do que a soma de suas partes (tronco,
raiz, galhos e folhas). Ela é isso e mais: uma árvore está presente em nossa mente como
um conjunto de símbolos que não são suas partes. Assim, a interpretação e a percepção
desempenham papéis importantes na Gestalt.

Os teóricos da Gestalt também primam por uma aprendizagem cognitiva, mas eles
apresentam nova visão que os faz serem tratados de forma separada.

1.2.Leis da Aprendizagem Gestalt

Mwamwenda (2004) apresenta as seguintes leis da aprendizagem Gestalt:

1. Lei da Proximidade: partes que estão próximas no tempo e no espaço tende a ser
percebidos em conjunto.

2. Lei da Semelhança: partes semelhantes são vistas em conjunto como que a


formar um grupo;
3. Lei do Fechamento: as pessoas têm a tendência perceptiva para completar
figuras incompletas;

4. Lei de Continuidade: figuras e desenhos serão completados da mesma maneira


com são apresentados;

5. Lei do Pragmatismo: todos os eventos psicológicos têm potencial para serem


significantes, assim com simples e complexos.

Os psicólogos que preconizaram a teoria da Gestalt, como Köhler, Koffka, defendiam


que a experiência e a percepção são mais importantes que as respostas específicas no
processo de aprendizagem.

Segundo eles a aprendizagem acontece através de insight, que se constituem em uma


compreensão súbita para solução de problemas. Mas para que isso ocorra existe a
necessidade de experiências anteriores vinculadas ao problema e só acontece em
consequência de uma organização permanente da experiência, que permite a percepção
global dos elementos significativos.

Para os teóricos da Gestalt, no processo de aprendizagem, a experiência e a percepção


são mais importantes que as respostas específicas dadas a cada estímulo. Experiência e
percepção englobam a totalidade do comportamento e não apenas respostas isoladas e
específicas.

Quando o indivíduo vai iniciar um processo de aprendizagem qualquer, ele já dispõe de


uma série de atitudes, habilidades e expectativas sobre a sua própria capacidade de
aprender, seus conhecimentos, e percebe a situação de aprendizagem de uma maneira
particular, certamente diferente da forma de percepção dos seus colegas. Por isso, o
sucesso da aprendizagem vai depender das suas experiências anteriores.

Para os gestaltistas, a percepção tem também uma função defensiva que protege a
estrutura psíquica contra eventuais estímulos que venham a ser significados como
ameaçadores ao sujeito. A percepção é, assim, o seu guardião atento, que vai lutar pela
sua integridade e nunca ficar a serviço de sua destruição. Essa foi também uma grande
preocupação da Psicanálise, inclusive anterior às formulações dos gestaltistas.

A importância da percepção para a teoria gestáltica pode ser resumida na seguinte


áxima que é comum se ouvir de seus seguidores: o comportamento humano é o
resultado de como ele percebe o mundo e como se percebe no mundo.
Na visão dos gestaltistas, o comportamento deveria ser estudado nos seus aspectos mais
globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo.

1.3.MEIO GEOGRÁFICO

E MEIO COMPORTAMENTAL

O comportamento é determinado pela percepção do estímulo e, portanto, estará


submetido à lei da boa-forma. O conjunto de estímulos determinantes do
comportamento (lembre-se da visão global dos gestaltistas) é denominado meio ou
meio ambiental São conhecidos dois tipos de meio: o geográfico e o comporta mental.

O meio geográfico é o meio enquanto tal, o meio físico em termos objetivos. O meio
comportamental é o meio resultante da interação do indivíduo com o meio físico e
implica a interpretação desse meio através das forças que regem a percepção
(equilíbrio, simetria, estabilidade e simplicidade). No exemplo, a pessoa que
cumprimentamos era um desconhecido — esse deveria ser o dado percebido, se só
tivéssemos acesso ao meio geográfico. Ocorre que, no momento em que vimos a
pessoa, a situação (encontro casual no trânsito em movimento, por exemplo) levou-nos
a uma interpretação diferente da realidade, e acabamos por confundi-la com uma
pessoa conhecida. Esta particular interpretação do meio, onde o que percebemos agora é
uma “realidade” subjetiva, particular, criada pela nossa mente, é o meio
comportamental. Naturalmente, o comportamento é desencadeado pela percepção do
meio comportamental.

1.4.A BOA-FORMA

A Gestalt encontra nesses fenômenos da percepção as condições para a compreensão do


comportamento humano. A maneira como percebemos um determinado estímulo irá
desencadear nosso comportamento.

Muitas vezes, os nossos comportamentos guardam relação estreita com os estímulos


físicos, e outras, eles são completamente diferentes do esperado porque “entendemos” o
ambiente de uma maneira diferente da sua realidade. Quantas vezes já nos aconteceu de
cumprimentarmos a
1.5.INSIGHT

É o conceito mais popular da teoria da gestalt e o mais importante para o estudo da


aprendizagem. O insight é definido como a súbita percepção de relações entre
elementos de uma situação problemática.

Frequentemente, a aprendizagem ocorre de maneira súbita, acompanhada da sensação


de que agora sim o assunto foi realmente compreendido. Diz-se que essa aprendizagem
envolveu insight.

O aprendiz que tem um insight vê a situação de uma maneira nova, a qual inclui
compreensão de relações lógicas ou percepção das conexões entre meios e fins.
Características do insight

 a transição entre a pré-solução de um problema é súbita e completa;


 o desempenho baseado em uma solução obtida por insight é, geralmente, bom e
sem erros;
 a solução obtida por insight é retida por bastante mais tempo;
 um princípio obtido por insight é facilmente aplicado a outros problemas;
 um organismo mais inteligente tem maior tendência a alcançar o insight;
 um organismo experimentado tende mais a alcançar soluções de insight;
 Uma característica da aprendizagem por insight é que algumas situações são
mais favoráveis do que outras na eliciação do insight.

1.6.O Desenvolvimento da inteligência

A inteligência é “a habilidade de aprender depressa, resolver problemas, compreender


assuntos complexo e abstratos e, de forma geral, comportar-se de forma razoável,
racional e apropriada” (MWAMWENDA, 2004:235).

Portanto, a inteligência é a capacidade que os indivíduos possuem para se adaptarem em


circunstâncias em que vivem. Assim, todo o ser humano é inteligente, pois todos têm
esta capacidade, mas existem os que fazem isso de forma mais rápida que outros.

Se os muitos psicólogos que pesquisam o funcionamento mental fossem solicitados a


definir inteligência, haveria uma grande quantidade de diferenças de opinião. Alguns
psicólogos comportamentais propõem que a inteligência é essencialmente uma
capacidade geral única. Outros argumentam que a inteligência depende de muitas
capacidades separadas.

Quanto à educação, muitos consideram a teoria da Gestalt, na medida em que tenta


explicar aspectos ligados à solução de problemas, mais rica e eficaz que a teoria do
condicionamento. Também parece mais adequada à explicação do trabalho científico e
artístico, que, muitas vezes, depende de um estalo, de uma compreensão repentina –
depois que o cientista ou artista lidou bastante com o assunto – para se desenvolver.

2.Teoria de Campo de Kurt Lewin

Kurt Lewin baseando-se nos princípios da Física aplicados à Psicologia elaborou a


teoria do campo. Na sua análise o campo “é um sistema dinâmico e inter-relacionado,
onde qualquer uma das partes influencia as restantes” (MWAMWENDA, 2004:200).

Isso significa que o que acontece com uma pessoa pode afetá-lo em mais de uma forma.
Assim, o comportamento é resultado da situação tal como ela é percebida pelo
indivíduo, e pela forma como o indivíduo a relaciona com os propósitos e as
necessidades.

Kurt denomina de campo cognitivo a forma como o indivíduo percebe o ambiente em


que se situa. E espaço de vida é a percepção e experiência do mundo, em conjunto com
os objetivos e as barreiras a esses mesmos objetivos (MWAMWENDA, 2004).

O espaço da vida seria a Pessoa e o seu Ambiente. O comportamento da pessoa é


determinado por esse espaço.

2.1.Implicações educacionais da teoria de campo

A compreensão do comportamento dos educandos depende da descoberta pelo educador


do seu espaço de vida. Muitos problemas de relacionamento entre educadores e
educandos podem advir da qualidade das relações que estes últimos têm na sua família.

Os educadores devem propiciar aos educandos ambientes que podem gerar mudanças e
ainda. As dificuldades de aprendizagem podem ser supridas pela suficiência de material
de leitura, professores qualificados, tempo adequado de aprendizagem, e pela
suficiência de exercícios.
Segundo Garcia-Roza, o “campo não deve, porém, ser compreendido como uma
realidade física, mas sim fenomênica. Não são apenas os fatos físicos que produzem
efeitos sobre o comportamento. O campo deve ser representado tal como ele existe para
o indivíduo em questão, num determinado momento, e não como ele é em si. Para a
constituição desse campo, as amizades, os objetivos conscientes e inconscientes, os
sonhos e os medos são tão essenciais como qualquer ambiente físico”3.

A realidade fenomênica em Lewin pode ser compreendida como o meio


comportamental da Gestalt, ou seja, a maneira particular como o indivíduo interpreta
uma determinada situação. Entretanto, para Lewin, esse conceito não está se referindo
apenas à percepção (enquanto fenômeno psicofisiológico), mas também a
características de personalidade do indivíduo, a componentes emocionais ligados ao
grupo e à própria situação vivida, assim como a situações passadas e que estejam
ligadas ao acontecimento, na forma em que são representadas no espaço de vida atual
do indivíduo.

Como exemplo de campo psicológico e espaço vital, contaremos um breve encontro:

Um rapaz, ao chegar a sua casa, surpreende os pais num final de conversa e


escuta o seguinte: “Ele chegou, é melhor não falarmos disso agora”. Ele
entende que os pais conversavam sobre um problema muito sério, de que ele
não deveria tomar conhecimento. Resolve não fazer nenhum comentário sobre
o assunto. Dias depois, chegando novamente em casa, encontra seus pais na
sala com dois homens em ternos escuros. Imediatamente, associa esses homens
ao final da conversa escutada e entende que eles, de alguma forma, estariam
relacionados às preocupações dos pais.
Conclusão
Referências Bibliográficas:

MWAMWENDA, Tuntufye S. Psicologia Educacional: Uma perspectiva africana.


Maputo: Textos Editora Ltda, 2004.
GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Psicologia estrutural em Kurt Lewin.
Petrópolis, Vozes, 1972.

You might also like