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Livro ADM Int Adm
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Gestão de Organizações
Emiliana Vargens
Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Mestre em Administração pela mesma instituição.
Professora na área de Gestão de Organizações em diversas faculdades.
Coordenadora do Bacharelado em Administração e da Especialização em
Gestão de Pessoas do Centro Universitário Jorge Amado (UniJorge).
Autora de conteúdos didáticos para EaD.
CDU 658.001
Organizações
O conhecimento administrativo
O papel do administrador
Funções administrativas
Estrutura organizacional
Processos organizacionais
Processos decisórios
Modelos de gestão
Ambiente organizacional
Inovação e mudança
Cultura organizacional
Mudança e aprendizagem
Capítulo 1
INTRODUÇÃO À GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES
ORGANIZAÇÕES
Conteúdo programático
Organizações como objeto de estudo em administração
Objetivo
Compreender o conceito, a amplitude e os principais elementos que
fazem parte de uma organização.
Para refletir
Agora, bem no início do nosso estudo, que imagens vêm
à sua cabeça quando se fala em “organizações”? Você
poderia pensar em alguns exemplos? O que existe em
comum entre os exemplos que você imaginou?
Observe as imagens abaixo. Quais delas se aproximam
das imagens que você tem de organização e por quê?
y Pavel
ck/Losevsk
Shutterstock/Pichugin Dmitry
Shuttersto
6
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
Para refletir
Antes de avançar um pouco mais, procure responder com
poucas palavras:
O que são organizações?
Por que as pessoas se associam em organizações?
PRIMEIRO EXEMPLO:
A tribo indígena é composta de pessoas que vivem de forma organizada. Uns
caçam, outros pescam, outros cuidam dos filhos. Há famílias para se rela-
cionar, há amigos, há valores próprios, há festas e lazer. Assim, todos vivem
satisfatoriamente.
SEGUNDO EXEMPLO:
Se alguém quer aprender uma profissão, o melhor caminho é entrar em uma
faculdade. Já pensou se uma única pessoa tivesse que elaborar o projeto do
curso, contratar professores para ensinar os conhecimentos necessários, pro-
videnciar bibliografia, etc.?
Possivelmente essa pessoa não estaria apta para fazer isso, teria muito
trabalho para organizar o curso e ainda um custo enorme para assumir sozinha
todas as despesas. É mais fácil procurar uma instituição especializada em edu-
cação superior, que é o que todos nós fazemos quando temos este objetivo.
TERCEIRO EXEMPLO:
Se alguém quer construir prédios ou atuar profissionalmente como engenheiro,
irá fazer isso por meio de uma organização com equipes responsáveis pelas
obras, pela compra de materiais, pelo pagamento de contas, etc. Alguém sozi-
nho jamais conseguiria assumir uma empreitada como essa.
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Conceito e principais elementos das organizações
Uma das definições de “organizações”, talvez a mais simples e que atende a
todos os exemplos na prática, foi dada por Chester Barnard (apud CHIAVENATO,
2000). Segundo esse conhecido autor na área de administração, para existir, as
organizações precisam ter apenas:
Pessoas
As organizações são compostas de pessoas e, para alcançar seus objetivos,
é necessário que haja cooperação entre elas. Em uma organização, a forma como
as pessoas se relacionam é preponderante para alcançar bons resultados.
Para refletir
Você acha que é possível planejar e determinar como as
pessoas irão se relacionar?
Estrutura
A maioria das organizações necessita de alguma estrutura física para fun-
cionar. Mas, além disso, todas elas contam com uma estrutura social, ou seja,
precisam estabelecer cargos, funções ou papéis a serem desempenhados pelos
membros, atividades a serem desenvolvidas, bem como as atribuições e as res-
ponsabilidades de cada um.
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Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
Processos
Toda organização funciona por meio de um fluxo de trabalho predefini-
do que envolve rotinas, procedimentos, regras e normas. Até mesmo essa
pequena fábrica de sabonetes, para funcionar de forma organizada, precisa
definir algumas formas de realização das atividades, bem como a ordem em
que elas devem acontecer. Outro ponto importante é definir para os membros
dessa organização regras e normas relativas ao comportamento e à execução
do trabalho.
Quando todos passam a conhecer essas regras e rotinas, não será ne-
cessário parar as atividades a todo momento para perguntar: “E agora, devo
fazer o quê?” “De que forma?” “Em que momento?” “É permitido fazer isso?” O
que já está instituído e é de conhecimento de todos deverá ser seguido sem
que seja necessária uma nova ordem. Isso faz com que o trabalho aconteça
continuamente.
Recursos
Uma organização é um conjunto de recursos humanos, financeiros, ma-
teriais, tecnológicos, etc. Ela se diferencia de outras pela quantidade e pelos
recursos que utiliza, bem como pela forma como os utiliza.
Para refletir
Uma escola precisa dos mesmos recursos humanos
que uma loja de departamentos? Uma banca de revistas
precisa do mesmo volume de capital que uma companhia
aérea?
Objetivos
Vimos que as pessoas formam organizações porque têm objetivos que pro-
curam alcançar. Mas toda organização existe porque tem uma finalidade própria
também, uma missão para cumprir, um ou mais objetivos para alcançar. Dessa
forma, ela deverá ser organizada de modo que haja possibilidade de êxito no que
deseja. Os objetivos apenas serão alcançados se ela for gerida corretamente, se
os seus recursos forem utilizados de forma eficiente.
Rotinas São o fluxo de trabalho predefinido e seguido continuamente no dia a dia das organizações.
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Leitura complementar
A gestão nas organizações não governamentais
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Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
Mudança e participação
Estar atento à necessidade de mudança é um imperativo dos novos
tempos. Mas as mudanças dependem, essencialmente, de apoio interno. O
caso do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) é pa-
11
radigmático quando se analisa a gestão de ONGs. O Ibase foi fundado em
março de 1981, por exilados do regime militar que voltaram ao país com
a anistia política: o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e o tecnólogo
Carlos Afonso. A visibilidade alcançada pelo Ibase se apoiou, em grande
parte, na figura do Betinho, tendo como ação institucional mais conhecida a
campanha Ação da cidadania contra a fome, a miséria e pela vida.
Com papel relevante na história política brasileira, o Ibase sempre teve
uma visão de vanguarda, com propostas de mudanças ousadas, voltadas
para parcerias com o público e o privado e para inovações organizacionais.
Buscando inovar, foram feitas alterações na estrutura e no funcionamento da
organização que implicaram inclusive a demissão de pessoal. A instituição
lançou-se no mercado de serviços de alta tecnologia, disputando espaço
com grandes corporações nacionais e internacionais.
Mas o estilo ousado e as soluções criativas acabaram tendo um custo
alto. Tendo em vista que os conteúdos não foram compreendidos, tampouco
o ritmo das transformações impostas, surgiram os conflitos e a crise de iden-
tidade interna. Os processos de mudança são considerados “mais conflitan-
tes, no caso do Ibase, em razão do modelo centralizador de implementação
adotado” (MENDES, 1999, p. 19). O risco para a instituição, neste caso, não
é o de propor mudanças e não conseguir implementá-las devido às resis-
tências internas. Mas é sim o de criar um projeto de mudança sem gerar a
cultura da mudança, que coloque todos na condição de corresponsáveis.
Participação, democracia, crenças e valores comuns são palavras-
-chave numa organização não governamental. A gestão estratégica não ape-
nas mede os resultados, verifica as estratégias, checa se as metas foram
atingidas da melhor maneira, com eficiência e eficácia; mas também motiva
as pessoas, cuida para que o trabalho de cada uma esteja ajustado à estra-
tégia da instituição e que o mesmo seja motivo de realização e satisfação.
O líder tem importante papel nesse processo. Cabe a ele dar o exemplo;
avaliar e estimular pessoas; gerenciar relacionamentos; perceber onde estão
os conflitos e as tensões e resolvê-los; prever a crise para melhor enfrentá-
-la; promover a discussão sobre a missão, refocalizá-la; e, principalmente,
ter visão de futuro.
Os processos de participação e comunicação são tão importantes
numa organização não governamental que Peter Drucker chega a afirmar
que 60% de todos os problemas administrativos resultam de ineficiências
na comunicação. De fato, as pessoas que acreditam numa causa querem ter
informações e participar da tomada de decisão. Para que se sintam informa-
das e motivadas, a instituição deve garantir um fluxo de comunicação per-
manente e horizontal, por meio de um sistema interno dinâmico. As palavras
de Drucker merecem ser alvo de profunda reflexão:
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Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
COSTA, Luciana. A gestão no terceiro setor. A gestão nas organizações não governa-
mentais. Disponível em: <http://www.rits.org.br/gestão_teste/download/tema_dezem-
bro2004.zip>. Acesso em: 18 dez. 2007.
Indicação de leitura
Introdução à teoria geral da administração, de Idalberto
Chiavenato, 6.a edição, publicado pela Editora Campus,
2000.
Síntese
Você estudou:
As organizações são o objeto de estudo da administração.
Elas existem porque as pessoas tendem a se organizar e a se associar para
atingir seus objetivos, para realizar planos ou simplesmente para viver melhor.
As organizações variam em razão de seus elementos constituintes, que são
necessários para o seu funcionamento.
Fazem parte das organizações pessoas com diferentes características e
comportamentos, hierarquia, divisão de tarefas e responsabilidades.
Atividades
2. Pense em uma organização da qual você faz parte ou conhece e, com base
nos cinco elementos abordados (pessoas, estrutura, processos, recursos e
objetivos), comente como você vê o funcionamento dela.
Hierarquia Trata-se da forma como o poder está distribuído na organização. Define quem deve
seguir ordens de quem e quem está subordinado a quem.
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Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
COSTA, Luciana. A gestão no terceiro setor. A gestão nas organizações não governamentais.
Disponível em: <http://www.rits.org.br/gestao_teste/download/tema_dezembro2004.zip>.
Acesso em: 18 dez. 2007.
DRUCKER, Peter Ferdinand. Administração de organizações sem fins lucrativos: princípios
e práticas. São Paulo: Pioneira, 1990.
FRANCO, Augusto. Redefinindo ONGs. Belo Horizonte: [s.n.].
HUDSON, Mike. Administrando organizações do terceiro setor. São Paulo: Makron Books,
1994.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à
revolução digital. São Paulo: Atlas, 2002.
MENDES, Luiz Carlos Abreu. Visitando o “terceiro setor” (ou parte dele). Texto para
discussão n. 647. Brasília: Ipea, 1999.
RODRIGUES, Márcia Cecília Prates. Terceiro setor: para que serve? In: Fundação Getúlio
Vargas (Org.). Revista Conjuntura econômica. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 1997.
Anotações
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Capítulo 1
INTRODUÇÃO À GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES
O CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO
Conteúdo programático
O conhecimento técnico e científico da administração
Administração de organizações
Objetivos
Entender o conceito de “administração” e o seu significado prático.
Administração da sociedade
(estado, cidade, etc.)
C
Administração de empresas O
M
e outras organizações P
L
E
X
Administração de pequenos I
grupos sociais D
A
D
E
Administração familiar
Administração pessoal
16
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
Eficiência Melhor forma de realizar algo ou o melhor aproveitamento dos meios que estão sendo
utilizados.
17
uma competição eliminatória com valores a serem recebidos a cada fase ul-
trapassada, esperava ser campeão, mas é eliminado logo na primeira fase.
Com base nisso, os clubes de futebol devem antever a possibilidade da
ocorrência dessas situações para lançar mão de estratégias de atuação, caso
aconteçam.
Todavia, não é o que se vê na prática em nosso país, pelo menos na
maioria dos clubes de futebol.
Isso se deve, em grande parte, ao fato de que, a grosso modo, toda a es-
trutura relativa ao futebol é idealizada pensando no seu público-alvo, qual seja,
o torcedor, a quem se deve apontar as estratégias de marketing para o retorno
que este esporte espera e atinge, caso sejam aliadas a força e presteza do
marketing, com uma gestão planejada e bem-coordenada.
Deve ficar claro que a gestão no futebol, assim como em qualquer outro
negócio, deve ser contínua e frequente, e o que for definido deve ser seguido,
para atingir os objetivos traçados.
Para isso, além do planejamento propriamente dito, também é necessá-
ria a execução dele, quando serão definidos os passos a serem dados rumo ao
objetivo traçado, devendo haver um acompanhamento pontual.
Em razão disso, o futebol, se bem-organizado e bem-planejado, é um
dos maiores e melhores negócios a serem explorados, tanto no Brasil quanto
no mundo, pois conta com um público fiel, que não troca a opção do time, e
apaixonado – paixão que não termina, mesmo com derrotas.
E é aí que está o calcanhar de aquiles desse esporte: o planejamento,
quando existente, não é bem executado e tampouco avaliado, o que faz com que
seja pouco explorado o potencial que o “negócio futebol” inegavelmente possui.
É por este motivo que, muitas vezes, existem esforços mal direcionados,
o que faz com que se perca o foco, além de tempo e oportunidades, fato que
apenas prejudica o alcance dos objetivos almejados.
Sendo assim, e a título de conclusão, é grande a importância da gestão
desportiva no futebol, a fim de que os objetivos traçados sejam atingidos, pois,
do contrário, corre-se o risco de, mesmo que se tente de forma incansável,
chegar a lugar nenhum.
TEDESCHI, Sérgio Henrique; PADILHA, Robson Ochiai. Gestão desportiva: uma alterna-
tiva necessária para os clubes de futebol. Disponível em: <http://www.tedeschiepadilha.
adv.br/layout.asp?codigo=20>. Acesso em: 4 dez. 2007. (Adaptado).
Para refletir
Observe o diagrama:
objetivos
recursos administração
resultados
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Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
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Não espere saber qual é a resposta correta. O fato é que não há uma verdade
absoluta. Mas podemos verificar, na bibliografia sobre o assunto, que a maioria dos
autores considera que o conhecimento administrativo é formado pela combinação
entre as experiências práticas e o acervo teórico construído pelos estudiosos da
área. Esse conhecimento teórico constitui-se da observação, por meio de métodos
científicos, das organizações e do papel dos administradores.
Sobre o conhecimento prático, Maximiano (2002) explica que existe um pro-
cesso de seleção natural ao longo do tempo, pois os princípios e técnicas que se
revelam mais úteis passam a ser preferidos em relação àqueles que produzem
resultados duvidosos.
Por exemplo, a direção de uma fábrica de cadeiras pode perceber que há
uma forma mais ágil de produzir esse artigo do que a utilizada até então e, em
função disso, modificar o processo produtivo.
É muito importante entender que uma coisa alimenta a outra. Técnicas admi-
nistrativas utilizadas na prática por algumas organizações podem despertar o inte-
resse dos estudiosos e sugerir estudos científicos aprofundados. Da mesma forma,
descobertas científicas, que às vezes até contradizem o que é praticado, também
podem indicar novas formas de administrar as organizações na prática.
Sobre a opção 3, mesmo sendo comum ouvirmos menções à “arte de admi-
nistrar”, é preciso esclarecer que estamos tratando de um campo de conhecimento
que permite análises bastante subjetivas quando trata das pessoas e do comporta-
mento humano. Estamos falando, principalmente, de uma área caracterizada pelo
pragmatismo e pela busca de resultados, não permitindo, assim, grandes associa-
ções com a noção mais difundida de arte.
Leitura complementar
Dificuldades encontradas nos pequenos
clubes de futebol profissional
Recursos financeiros
Os clubes sofrem com a falta de dinheiro. Apesar do custo operacional,
se comparado aos grandes clubes, não ser elevado, é muito difícil obter um
patrocinador fixo que possa sustentar essa despesa. A cada ano que começa
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Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
Elenco
A maioria dos clubes não consegue reunir um elenco que possa repre-
sentar de forma competitiva e eficiente as aspirações dessa entidade. A cada
ano que se inicia é necessário montar uma nova equipe, pois os clubes não
mantêm seus jogadores ou, quando muito, mantêm os jogadores da cidade.
Muitos atletas ou não possuem uma boa capacidade técnica ou são comple-
tamente inexperientes. Isso acarreta enormes dificuldades ao treinador para
montar uma equipe competitiva.
Material de trabalho
O material utilizado para a realização do trabalho, que inclui bolas, unifor-
mes de treino, cones, chuteiras, estacas, etc., é de fundamental importância na
elaboração e realização de um programa de treinamento em qualquer clube de
qualquer divisão. Bolas sem qualidade ou em quantidade inferior ao necessá-
rio; o mesmo com os uniformes de treino, que em muitos casos são reutilizados
ano após ano; falta de cones, estacas e cordas. [...]
Acomodações
O alojamento é outro item que merece um destaque especial. Existem
alojamentos com baixas condições de higiene; chuveiros sem água quente;
iluminação inadequada; colchões velhos e estragados; inexistência de locais
para os atletas estudarem, lerem ou se reunirem; e falta de locais para recrea-
ção, como sala de jogos.
Verificam-se casos de atletas que apresentam dores nas costas por dor-
mirem em colchões estragados, ficam doentes por dormirem em locais úmidos
e frios, etc.
Alimentação
De fundamental importância para o desenvolvimento de um atleta profis-
sional, a alimentação normalmente não é adequada e assustaria qualquer nu-
tricionista da área esportiva. A variação dos alimentos, como frutas e verduras,
normalmente não acontece. O preparo dos alimentos também não é da ma-
neira mais indicada. É muito comum serem alimentos gordurosos e com muita
fritura. Normalmente, os empregados responsáveis pelo preparo dos alimentos
não estão preparados tecnicamente para fazer a alimentação de um atleta.
As condições de higiene das cozinhas também estão longe das ideais.
Se a vigilância sanitária fizesse uma fiscalização, a grande maioria delas seria
fechada. [...]
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Viagens
Com as longas distâncias existentes dentro do Estado de São Paulo,
muitas equipes precisam viajar mais de dez horas para realizar uma partida.
Em alguns casos as equipes chegam ao local do jogo no dia de sua realização,
isso após viajarem cinco, seis horas. Os atletas dormem e descansam dentro
do ônibus. [...] Muitos desses ônibus não possuem a mínima condição para
realizar esse tipo de viagem. São ônibus velhos e desconfortáveis [...]. Quebrar
durante o trajeto é uma situação comum [...].
Salários
Esse é um aspecto que beira o ridículo quando se trata de uma profis-
são, um esporte profissional e o maior esporte no Brasil. A falta de pagamento
de salários ou benefícios é uma prática comum, isso porque os salários são
baixos, próximos ao salário mínimo nacional. Muitos profissionais não são re-
gistrados ou o são com um valor irrisório. [...]
Recursos humanos
Enquanto os grandes clubes têm treinador; preparador físico; auxiliares;
médico; roupeiro (mordomo); enfermeiro (massagista); fisiologista; fisiotera-
peuta; assistente social e psicólogo, os pequenos possuem em muitos casos
o mínimo, um treinador, um preparador físico, um enfermeiro, um roupeiro e
só. Isso quando alguns poucos não assumem várias funções. Mais uma vez a
desculpa é a situação financeira. Outro problema é a falta de capacitação dos
profissionais. [...]
Dirigentes
Assim como em alguns grandes clubes, nos pequenos também vemos
casos de dirigentes praticamente vitalícios e sem capacitação.
Existem dirigentes que não conhecem a realidade do futebol no século
XXI e não se preocupam nem um pouco com a situação dos membros da
comissão técnica e dos atletas.
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Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
Política
Assim como em todas as áreas no nosso país, os pequenos clubes de
futebol também são influenciados pela política local. A escolha de dirigentes,
de patrocinadores e até de participação em alguns torneios, podem sofrer in-
fluência de interesses políticos.
Categorias de base
[...] Refere-se à escolinha, infantil (sub-15) e juvenil (sub-17), pois no
caso dos juniores (sub-20) além de ser uma categoria quase profissional, to-
dos os clubes do Estado de São Paulo são obrigados a disputar o Campeo-
nato Paulista dessa categoria. Com a falta de recursos financeiros, os clubes
praticamente não investem na base e a grande maioria nem possui equipes
dessas categorias. [...]
Educação
Não existe um projeto para a educação dos atletas. Muitos abandonam
a escola por preguiça ou por acharem que não podem estudar e ser atletas
ao mesmo tempo. Existe um total despreparo e desinteresse por parte dos
dirigentes com relação à educação de garotos e adultos.
CUNHA, Fabio Aires da. Dificuldades encontradas nos pequenos clubes de futebol profissional.
Disponível em: <http://www.fcunha.com.br/artigo/A23.htm>. Acesso em: 3 dez. 2007.
Indicação de leitura
Princípios da administração: o essencial em teoria geral
da administração, de Idalberto Chiavenato, publicado pela
Editora Campus, 2006.
Síntese
Você estudou:
Administrar é garantir o funcionamento dos elementos de uma organização e a
melhor utilização dos recursos para possibilitar a obtenção de resultados ou o
cumprimento dos objetivos para os quais ela foi criada.
O estudo da administração originou o estudo da administração de empresas,
mas muitos dos seus princípios podem e devem ser aplicados à administração
das organizações em geral.
O conhecimento administrativo é formado pelas experiências práticas e pelo
estudo científico das organizações.
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Atividade para postar
A partir da leitura complementar, pense em estratégias administrativas para
que um clube tenha retorno financeiro e condições de trabalho adequadas para os
atletas e colaboradores, mesmo sendo um clube pequeno. Tente, como um bom
gestor, pensar em todos os detalhes, inclusive como será a operacionalização de
cada item e a aquisição de recursos financeiros para funcionamento geral. Com-
partilhe suas estratégias no ambiente virtual de aprendizagem.
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
CUNHA, Fabio Aires da. Dificuldades encontradas nos pequenos clubes de futebol
profissional. Disponível em: <http://www.fcunha.com.br/artigo/A23.htm>. Acesso em: 3 dez.
2007.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à
revolução digital. São Paulo: Atlas, 2002.
TEDESHI, Sérgio Henrique. Gestão desportiva: uma alternativa necessária para os clubes
de futebol. Disponível em: <http://www.tedeschiepadilha.adv.br/layout.asp?=20>. Acesso
em: 4 dez. 2007.
Anotações
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Capítulo 1
INTRODUÇÃO À GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES
O PAPEL DO ADMINISTRADOR
Conteúdo programático
Papel do administrador
Competências do administrador
Objetivo
Compreender a atuação do administrador nas organizações, bem como
as habilidades necessárias para o exercício da gestão.
Para refletir
Qualquer pessoa pode ser um bom administrador? Esta
questão envolve saber o que essa pessoa faz. Sabemos,
por exemplo, que o médico examina, diagnostica e trata o
paciente; o engenheiro civil projeta e constrói edificações. E
o administrador, qual é o seu papel? Quando alguém está
administrando, está fazendo exatamente o quê? Para exercer
esse papel, que características o profissional deve ter?
Visualize o gestor de alguma organização que você
conhece e tente listar atividades que você acha que ele
realiza ou deveria realizar no dia a dia.
O papel do administrador
É muito amplo o papel do administrador e muito vasta a sua área de atuação.
O administrador pode ocupar cargos de diretoria, coordenação e supervisão em
organizações pequenas, médias e grandes. Ele pode ser o dono e o gestor de seu
pequeno negócio, ou estar à frente de um projeto temporário, ou, ainda, ser o líder
de um grupo ou equipe que deseja conquistar algo.
São inúmeras as possibilidades e, dependendo do tipo de atuação do admi-
nistrador, o seu papel específico também irá variar. No entanto, há um conceito,
conhecido na área de administração, que tem origem no pensamento de um dos
principais autores clássicos – o francês Henri Fayol –, que diz que o papel do admi-
nistrador envolve determinadas ações. Podemos dizer que elas fazem parte do dia
a dia de qualquer gestor e, portanto, conhecê-las pode ajudar bastante a encontrar
respostas para alguns questionamentos. São elas:
Planejar
O administrador precisa, constantemente, fazer previsões sobre o futuro e de-
finir como se preparar e agir para chegar lá. Nesse aspecto, o gestor tem que estar
muito bem informado e atento às demandas internas e externas da organização.
Organizar
A terminologia utilizada para o nosso próprio objeto de estudo – organizações
– sugere essa atribuição ao administrador. As organizações são um conjunto de
pessoas agindo de forma organizada para alcançar objetivos, certo? Ora, se o que
se vai administrar é algo organizado, significa que alguém organizou e o mantém
assim, concorda? O administrador deve estar preparado para isso.
Dirigir pessoas
É papel do administrador liderar pessoas e conduzi-las à execução das ativi-
dades. O administrador deve ser preparado para saber lidar com as pessoas, pois,
26
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
dor:
s do administra
yo l, fa ze m parte das açõe es e re su lta dos.
m Henri Fa ad
De acordo co ss oa s e co ntrolar ativid
nizar, dirigir pe
planejar, orga
Comentário
Você pode estar se perguntando: E quem não é
administrador mas tem que administrar? Não é comum
essas ações estarem presentes na função de outras
pessoas que não são administradoras de formação?
Sim, é. Há dois pontos importantes sobre esse questiona-
mento, que trataremos a seguir.
Lembra-se de quando falamos que as organizações
já existiam e já eram administradas? A profissão de
administrador é relativamente nova, do início do século
XX, mas antes disso outros profissionais, especialmente
engenheiros e economistas, já exerciam o papel de
administradores das organizações.
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Sobre isso, um autor chamado Max Weber defende que à frente das organi-
zações devem estar pessoas que tenham competência para administrar. E, desde
que a administração passou a ser reconhecida como uma profissão de nível su-
perior, é possível perceber uma valorização constante desse profissional ao longo
dos últimos anos.
O outro ponto é que, em uma organização, muitos profissionais, e não ape-
nas os administradores, exercem papéis que envolvem atividades, objetivos, recur-
sos e interação com outras pessoas e todos esses papéis devem ser cumpridos
de forma planejada e organizada. Portanto, mesmo os não gestores são solicitados
a participar ou a realizar atividades administrativas, pois tais atividades não são
exclusivas dos administradores.
Para refletir
Onde está a diferença, então?
A diferença é que os profissionais não gestores têm
uma atuação específica e executam algumas tarefas
administrativas que auxiliam ou conectam a sua atuação
às demais áreas envolvidas, porém essas tarefas são de
baixa complexidade.
Por exemplo, a atuação de um médico em um centro
de saúde pode exigir alguma tarefa administrativa de
planejar, de organizar seus procedimentos e de transmitir
informações aos setores envolvidos, mas a sua atividade
principal é executar os procedimentos médicos.
Há, ainda, algumas posições de gestão que, devido ao
seu caráter específico, exigem um profissional com uma
formação também específica.
Já o administrador tem como papel principal planejar,
organizar, comandar e controlar as ações administrativas
que vão possibilitar que todas as demais aconteçam da
melhor forma possível e estejam em sincronia. Para
isso, a atuação do administrador precisa contemplar a
organização como um todo e prever os impactos que uma
ação específica tem sobre as demais.
Que características você acha que um gestor deve ter para
desempenhar bem este papel?
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Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
planejar;
ter visão estratégica.
Não há um número exato. Podemos imaginar uma série de outras competên-
cias que podem contribuir para a boa atuação do gestor. É possível, por exemplo,
utilizar uma tipologia de Robert L. Katz (Apud MAXIMIANO, 2002) que, de modo
geral, classifica algumas habilidades passíveis de serem desenvolvidas nesse pro-
fissional. São elas:
Habilidades técnicas – São aquelas que podem ser aprendidas na práti-
ca, com a experiência do dia a dia nas organizações. Trata-se de aprender
fazendo.
Habilidades conceituais – É o conhecimento que se obtém na faculdade
de administração e em cursos de pós-graduação. A formação conceitual
do administrador precisa ser muito ampla: o conhecimento administrativo
conta com a aplicação de modelos matemáticos, de economia, bem como
sociologia e psicologia para entender melhor o comportamento huma-
no. Essa formação ampla permitirá ao gestor a tão importante visão de
conjunto, necessária para o planejamento das ações tendo em vista o
impacto de cada uma delas em toda a organização.
Habilidades humanas – Como o próprio nome diz, trata-se da habilidade
para lidar com pessoas. Dos três tipos, esta é, talvez, a que ganhou maior
evidência nos últimos anos. Se buscarmos saber como os candidatos a
cargos de gestão ou chefia eram selecionados há 20 anos, certamente
encontraremos os seguintes critérios: apresentar um bom currículo, com
anos de experiência e cursos de pós-graduação. Hoje, dificilmente existe
processo seletivo (salvo nas organizações públicas) que não contenha
uma etapa de dinâmica de grupo ou entrevistas, com o objetivo de identi-
ficar características pessoais e habilidades do candidato.
O esquema a seguir reproduz a distribuição dos três tipos de habilidades,
conforme Katz (Apud MAXIMIANO, 2002):
Alta Habilidades
administração conceituais
Gerência Habilidades
intermediária humanas
Nível Habilidades
operacional técnicas
29
Já o nível operacional requer habilidades possíveis de serem desenvolvidas
no dia a dia, pois envolve decisões e ações mais específicas.
Note que o nível gerencial requer os dois tipos de habilidades, pois, além de
tomar decisões sobre as questões específicas e técnicas, também atua em uma
parte considerável da organização. Além disso, são os gerentes que fazem a ponte
entre os outros dois níveis, por isso devem ter conhecimento técnico e também
conceitual.
Perceba que as habilidades humanas são requisito para todos os níveis, mas
especialmente para os gerentes, pois eles são os responsáveis por intermediar o
diálogo entre os demais níveis hierárquicos.
Leitura complementar
A arte de gerir pessoas
30
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
sempre em áreas relacionadas com a produção. Até o dia que teve a grande
chance: foi promovido a chefe de pessoal.
No início veio um misto de euforia, contentamento e desespero. “Será
que conseguirei dar conta do recado?”, pensou. A questão é que Wilson não foi
devidamente preparado, e muito menos se preparou, para gerenciar um grupo
de pessoas. Sua experiência era eminentemente técnica.
Até então ele era um dos membros do grupo, e agora estava à frente do
grupo. Os primeiros meses foram difíceis. Os até então colegas passaram a
vê-lo como uma pessoa autoritária e distante. Com isso, começou a se afastar
do grupo. Logo vieram as primeiras reclamações sobre seu comportamento.
As pessoas diziam que ele havia mudado, tinha perdido a alegria e eficiência
de sempre. E isso era verdade.
Wilson começou a agir de modo isolado, sempre reativo e nervoso. Em
pouco tempo já dava sinais de estresse. O ponto alto de seu descontrole foi
quando reagiu aos gritos, no meio da fábrica, por causa de um problema irrele-
vante. Foi aí que seu superior interveio. Demorou para fazê-lo, mas sua atitude
foi educativa.
– Wilson – disse o gerente Gérson – uma das virtudes dos grandes líde-
res é o autocontrole. Gérson ainda comentou que o líder é como um espelho.
Suas atitudes refletem nos subordinados ações positivas ou negativas. Falou,
ainda, que se o líder não tiver autocontrole, irá gerar um ambiente de cobran-
ça, tensão e má qualidade. Oposto a isso, quando o líder consegue manter seu
equilíbrio emocional, ele conquista dos seus funcionários a melhor produtivida-
de, pois as pessoas irão valorizar o ambiente onde os erros são vistos como
forma de melhoria e aprendizado.
Wilson refletiu sobre o que seu superior havia comentado, mas não sabia
como colocar isso em prática. Afinal, aprendeu com antigos gestores esta mes-
ma forma de agir. Porém, colocou para si mesmo o desafio de prestar atenção
a tudo o que [...] o deixava tenso e nervoso.
Nos primeiros dias percebeu e anotou algumas situações que acontece-
ram e fizeram com que tivesse o pensamento e algumas atitudes de descon-
trole. À medida que foi anotando e revendo o que havia escrito percebeu um
padrão nos acontecimentos. Na maior parte das vezes o que o fazia perder o
controle emocional estava relacionado à falta de treinamento do seu pessoal.
Como sempre reagia de forma intempestiva, as pessoas tinham receio de
perguntar e cometiam erros. Esses erros o tornavam mais nervoso e, assim,
formava-se uma cadeia de desequilíbrio emocional e ambiente tenso.
Aconselhado por seu superior, passou a observar mais seu pessoal, co-
nhecer melhor suas fraquezas e limitações. Com isso, pôde assertivamente
treinar sua equipe, diminuir os erros que eram frequentes e tornar-se mais
próximo de sua equipe. Assim, Wilson foi corrigindo sua postura como líder e
se preparando melhor para gerenciar pessoas.
31
Então, quando tratamos de gerenciamento de pessoas, é preciso ficar
atento a alguns fatores importantes:
1. O líder é o espelho de sua equipe. As pessoas veem nele uma
referência. Por isso, o líder deve ser o primeiro a perceber suas ati-
tudes positivas e negativas. Esta autoanálise passa por um profundo
conhecimento de suas atitudes no dia a dia. Faça uma lista do que
gera tensão, irritação, alegria, satisfação e outros sentimentos no seu
ambiente de trabalho. Essa lista irá ajudar sobre como agir em cada
situação.
2. Ter autocontrole das emoções é uma obrigação da liderança. No
mundo moderno não há mais espaço para o líder que cria ambiente
de medo. As pessoas querem, antes de tudo, trabalhar em um am-
biente saudável em termos físicos e emocionais. Peça feedback para
as pessoas que poderão ajudar no seu processo de desenvolvimento
pessoal.
3. Busque o aprimoramento pessoal através de cursos, livros, seminá-
rios, palestras, vídeos e também no contato com outros profissionais.
Participe de grupos de estudos e discussão sobre liderança. O pro-
cesso de aprendizado deve ser contínuo e para sempre. Gerir pes-
soas é um processo dinâmico e requer constante desenvolvimento.
4. Lembre-se de que gerir pessoas é uma arte e o artista não nasce
pronto. É preciso muita técnica, prática e atualização. Sucesso!
MARTINS, Rogério. A arte de gerir pessoas.
Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/a_arte_de_gerir_
pessoas/20472/>. Acesso em: 7 dez. 2007. (Adaptado).
Indicação de leitura
Teoria geral da administração: da revolução urbana à
revolução digital, de Antonio Cesar Amaru Maximiano, 6.a
edição, publicado pela Editora Atlas, 2002.
Síntese
Você estudou:
Existem muitas possibilidades de atuação do administrador; trata-se de um
profissional que vem sendo valorizado, especialmente por sua ampla formação
e visão do conjunto.
O papel do administrador envolve planejar, organizar, dirigir pessoas, controlar
resultados e tomar decisões constantemente. Há atividades administrativas
que não devem ser exclusivas do administrador. Algumas podem e devem ser
32
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
Atividades
Leia o caso abaixo e depois responda às questões propostas.
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2000.
33
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
MARTINS, Rogério. A arte de gerir pessoas. Disponível em: <http://www.administradores.
com.br/artigos/a_arte_de_gerir_pessoas/20472/>. Acesso em: 7 dez. 2007. (Adaptado).
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à
revolução digital. São Paulo: Atlas, 2002.
Anotações
34
Capítulo 1
INTRODUÇÃO À GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
Conteúdo programático
O papel das quatro funções administrativas (planejamento, organização,
direção e controle) no funcionamento das organizações
Objetivo
Compreender a atuação do administrador nas organizações, bem como
as habilidades necessárias para o exercício da gestão.
Para refletir
Como funciona uma organização? Esta questão implica
saber como funciona o dia a dia de uma organização e o
que é preciso fazer para colocá-la em ação. Primeiro, vimos
os elementos que ela comporta. Agora, tendo os elementos,
o que devemos fazer com eles?
funções administrativas
Resgatando o conceito de “administração” de Henri Fayol, apresentado an-
teriormente, há quatro conhecidas funções administrativas que podem sintetizar
as ações necessárias para fazer uma organização funcionar. São elas: planeja-
mento, organização, direção e controle.
Não se trata de coincidência. As funções administrativas estão diretamente li-
gadas à atuação do administrador. Mas aqui o foco muda da pessoa do gestor e suas
atribuições individuais para o conjunto de ações que fazem a organização funcionar.
Planejamento
O planejamento de uma organização consiste em definir a missão, os obje-
tivos e os resultados que se pretende alcançar e de que forma. Para isso, antes
de tudo, é preciso fazer um diagnóstico da situação em que se encontra ou do
ambiente em que ela funciona ou passará a funcionar. Esse diagnóstico envol-
ve identificar os pontos fracos e os fortes da organização, que dizem respeito ao
ambiente interno, e também identificar oportunidades e ameaças relacionadas ao
ambiente externo.
Por exemplo, se uma organização num determinado momento conta com os
profissionais mais preparados do mercado em uma determinada área, esse ponto
36
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
forte precisa ser considerado ao definir as metas que pretende atingir para aquele
ano. Se fosse o contrário, haveria um ponto fraco que também teria que ser con-
siderado.
Faz parte também do planejamento da organização definir como atingir seus
objetivos. Se sabe onde quer chegar, precisa escolher uma estratégia que conside-
re mais viável. É isso que chamamos de “como fazer”. A definição das estratégias
depende dos objetivos desejados e também do diagnóstico obtido.
Se uma organização sabe ou prevê a ameaça de que o produto com o qual
trabalha tem ou terá uma oferta muito grande por outras organizações, e em condi-
ções de preço e qualidade muito favoráveis ao consumidor, deverá indicar um novo
posicionamento diante da concorrência e outros meios de compensar uma possível
perda de mercado.
Depois de todas essas definições, é preciso começar a fazer os planos, que
são de diversos tipos:
Financeiros – São os orçamentos, os quais definem quanto a organiza-
ção pretende gastar.
Relacionados ao tempo – São os cronogramas, os quais definem quan-
to tempo se quer ou se pode gastar na realização de cada conjunto de
atividades para prestar um serviço ou produzir algo.
Relacionados ao comportamento – Definem os regulamentos e as re-
gras da organização.
Organização
Uma vez definidos os planos e as previsões sobre os recursos necessários, é
o momento de distribuir e arrumar tais recursos nos seus devidos lugares, ou seja,
organizar para pôr em prática.
Uma das arrumações diz respeito à estrutura organizacional e distribuição
dos recursos da forma mais adequada para possibilitar o funcionamento dos diver-
sos setores, partes ou conjunto de atividades.
Direção
Lembra que estamos tentando fazer as organizações funcionarem? Depois
de tudo planejado e organizado, só falta colocar a organização para “rodar”. E quem
faz isso são as pessoas que fazem parte dela. Portanto, é necessária uma ação
muito importante, que envolve especialmente o papel do gestor: dirigir o pessoal
para desempenhar as suas funções. Esse papel compreende transmitir ordens,
comunicar, orientar e treinar as equipes e coordenar todos os esforços para haver
sincronia e sinergia.
Aqui deve haver uma forte preocupação com o papel da liderança, com
as formas de motivar as pessoas e com a comunicação institucional. Essas três
ações, junto com outras, fazem parte de uma área muito importante para que tudo
funcione bem – a área de gestão de pessoas.
37
Controle
Você acha que é possível planejar as ações de uma organização pressupon-
do que tudo irá acontecer conforme foi planejado?
A função “controle” busca exatamente ter esta certeza. Ela consiste na ava-
liação do desempenho organizacional com base nos objetivos e resultados deseja-
dos. O controle compreende algumas etapas fundamentais:
1. Verificação do desempenho atual: medir ou saber qual é o resultado
que vem sendo obtido efetivamente.
2. Comparação com os padrões estabelecidos: saber se o resultado
obtido é diferente do idealizado e planejado e identificar o nível de dife-
rença.
3. Sugestão: ação para corrigir o desempenho da organização na busca de
alcançar os padrões desejados ou modificar os padrões.
Leitura complementar
Administração: uma introdução
Eficiência
Eficiência é relativa aos meios, como fazer as coisas da melhor maneira
possível. Ser eficiente significa executar da melhor maneira possível, evitando
desperdícios e maximizando a produtividade. Segundo Stoner1, eficiência é
a capacidade de minimizar o uso de recursos para alcançar os objetivos da
organização; para Drucker (Apud Stoner) eficiência é “fazer as coisas certas”.
Uma abordagem da eficiência como uma medida de desempenho é feita por
Chiavenato2 quando diz que:
[...] eficiência é uma relação técnica entre entradas e saídas, [...] é
uma relação entre custos e benefícios, ou seja, uma relação entre
os recursos aplicados e o resultado final obtido: é a razão entre o
esforço e o resultado, entre a despesa e a receita, entre o custo e
o benefício resultante.
1 STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999.
2 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
38
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
Eficácia
Eficácia se relaciona aos fins, qual o objetivo correto a se perseguir. É
mais importante que a eficiência, pois sem o direcionamento correto, a melhor
execução só levará a resultados desnecessários. Em uma analogia simples,
um processo muito eficiente e pouco eficaz seria como ter uma indústria com a
melhor produção de vodka em um local onde o consumo de bebidas alcoólicas
é proibido. Segundo Stoner, eficácia é a capacidade de determinar objetivos
apropriados; para Drucker (Apud Stoner), eficácia é “fazer as coisas certas”.
Uma abordagem da eficácia como uma medida de desempenho é feita
por Chiavenato quando diz que: “[...] a eficácia de uma empresa refere-se à
sua capacidade de satisfazer necessidades da sociedade por meio do supri-
mento de seus produtos (bens ou serviços)”. [...]
Planejar
Planejar é o primeiro passo do processo de administrar, é pensar antes de
agir ou preparar as maneiras mais adequadas para a ação. Dessa forma, objetiva-
-se o melhor caminho para se atingir os resultados esperados. Stoner diz que:
Planejar significa que os administradores pensam antecipadamen-
te em seus objetivos e ações, e que seus atos são baseados em
algum método, plano ou lógica, e não em palpites. São os planos
que dão à organização seus objetivos e que definem o melhor
procedimento para alcançá-los.
Organizar
Organizar é o segundo passo do processo de administrar, consiste em
procurar a melhor forma para executar o que foi planejado. Nesse momento é
importante a eficiência das operações.
39
Para Stoner, organizar é o processo de arrumar e alocar o trabalho, a
autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo
que eles possam alcançar eficientemente os objetivos da mesma. Segundo
Chiavenato, organizar consiste em:
1. determinar as atividades específicas necessárias ao alcance dos ob-
jetivos planejados (especialização);
2. agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização);
3. designar as atividades às específicas posições e pessoas (cargos e
tarefas).
Por isso, o processo de organizar exige racionalização do trabalho, obje-
tivando minimizar desperdícios e otimizar a produtividade para alcançar ótimos
resultados. Organizar significa buscar a melhor maneira para agir.
Liderar
Liderar é a função mais difícil de se definir, devido à sua complexidade
e variedade de conceitos. Esse trabalho não pretende fazer uma grande dis-
cussão sobre os diferentes estilos de liderança e suas influências. Em poucas
palavras, liderar é usar das habilidades técnicas, conceituais e principalmen-
te humanas, para se construir com as pessoas o resultado esperado. Para
Stoner, liderar significa dirigir, influenciar e motivar os empregados a realizar
tarefas essenciais. Chiavenato diz que:
Definido o planejamento e estabelecida a organização, resta fa-
zer as coisas andarem e acontecerem. Este é o papel da direção
(liderança): acionar e dinamizar a empresa. A direção (liderança)
está relacionada com a ação, com o colocar-se em marcha, e tem
muito a ver com as pessoas. Ela está relacionada diretamente com
a atuação sobre os recursos humanos da empresa.
Por sua relação direta e constante com as pessoas, a habilidade mais pre-
ponderante na liderança é a habilidade pessoal. Saber se comunicar sem ruídos,
ter sensibilidade e facilidade em se relacionar bem com as pessoas é imprescin-
dível para que se possa construir e fazê-las construir os melhores resultados.
Controlar
Controlar é saber se o que foi planejado e organizado está dando os
resultados esperados, é medir o sucesso ou insucesso de todo o processo
administrativo. É fundamental o controle para garantir a eficiência e eficácia da
administração. Stoner divide a função de controle em quatro elementos:
1. estabelecer padrões de desempenho;
2. medir o desempenho atual;
3. comparar esse desempenho com os padrões estabelecidos; e
4. caso sejam detectados desvios, executar ações corretivas.
40
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 1
Indicação de leitura
Princípios da administração: o essencial em teoria geral
da administração, de Idalberto Chiavenato, publicado pela
Editora Campus, 2006.
Síntese
Você estudou:
As quatro funções administrativas – planejamento, organização, direção e
controle –, as quais estão inter-relacionadas e fazem parte de um processo
organizacional contínuo.
O planejamento envolve a análise da situação atual da organização, definição
de objetivos, estratégias e planos.
A organização compreende a formação da estrutura organizacional e a
distribuição de recursos.
A direção envolve as ações que determinam e orientam a execução do trabalho
pelas pessoas.
O controle consiste nos mecanismos para verificar e garantir que os planos e
objetivos traçados estão sendo cumpridos.
41
vendas passou a exigir da empresa maior responsabilidade com a qualidade
dos produtos. Dessa forma, tornou-se necessário o desenvolvimento de meca-
nismos gerenciais que garantissem a avaliação constante dos itens produzidos
e da sua aceitação no mercado. Essa avaliação permitiu o desenvolvimento de
novos produtos, fez a empresa repensar a implementação de seus processos,
bem como o desenvolvimento de novas ações para manter e aumentar o seu
mercado consumidor.
2. Você já sabe que uma das ações mais importantes do gestor é coordenar pes-
soas, para que elas possam desempenhar bem suas funções. Imagine agora o
gestor de uma escola que perdeu metade de seus alunos e precisa recuperar
o mercado, porque corre risco de “fechar as portas”. Como ele deve atuar com
o seu grupo de professores, corpo técnico e pessoal da secretaria para obter
harmonia e alcançar sua meta?
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
GUEDES, Ronaldo. Administração: uma introdução. Disponível em: <www.administradores.
com.br/artigos/13034/>. Acesso em: 7 dez. 2007. (Fragmentos).
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à
revolução digital. São Paulo: Atlas, 2002.
Anotações
42
Capítulo 2
DIMENSÃO FORMAL
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Conteúdo programático
Estrutura social
Departamentalização
Objetivo
Compreender as formas de estruturação de uma organização e os seus
subsistemas.
Como se define a estrutura de uma organização? Para funcionar, uma organiza-
ção precisa estar “arrumada”, com as pessoas em seus devidos lugares, sabendo
de suas tarefas, responsabilidades e obrigações. E isso não se consegue ao acaso.
É muito importante organizar cuidadosamente esses aspectos. Mas como?
Estrutura organizacional
Antes de aprender como montar uma estrutura organizacional, você precisa
entender do que é que estamos falando. Observe a organização retratada na ima-
gem abaixo:
Peter Kaminski
UA).
, Califórnia (E
e, em Red wood Shores
Sede da Oracl
Empresas virtuais Empresas que quase não possuem estrutura física. Vendem seus produtos e
serviços pela Internet e têm apenas um sistema de distribuição. Normalmente alugam um espaço
para quando é necessário fazer uma reunião.
44
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Para refletir
Certamente você já viu um desenho como este:
Diretoria-Geral
Gerência Gerência de
Administrativa Produção
Sistema de responsabilidade
Diz respeito à forma como as tarefas e as funções estão divididas. Quem é
responsável pelo quê? Isso está, ao menos de forma geral, predefinido na estrutura
organizacional.
No organograma, você pode perceber que há um grupo – o setor de pes-
soal – que é responsável pela folha de pagamento. É possível perceber também
que a empresa produz alguma coisa, já que existe uma fábrica. Assim, pode-se
deduzir que a pessoa que dirige a fábrica é quem responde pela elaboração do(s)
produto(s).
Sistema de autoridade
Trata-se da distribuição do poder na organização. A autoridade é o direito de
transmitir ordens e requerer que sejam cumpridas. A estrutura organizacional tam-
bém define quem deve obediência a quem. Isso é determinado pela hierarquia.
No organograma acima há três níveis hierárquicos. O mais alto é ocupado
pela diretoria; isso significa que nesse nível está a maior autoridade da organi-
zação. Em seguida estão as gerências, que têm poder, cada qual em sua área,
perante os departamentos do terceiro nível.
45
Sistema de comunicação
O sistema de comunicação define quando uma ação é realizada, quem pre-
cisa ser informado, quem precisa emitir relatórios e para quem, bem como quem
precisou ser consultado ou autorizar a realização dessa ação. Em muitas organiza-
ções, especialmente nas maiores, já existe uma rotina predeterminada que define
as informações que devem ser transmitidas para outras pessoas ou outros setores
e de que forma.
Esse sistema é mais difícil de visualizar no organograma do que os demais.
No caso que estamos utilizando como exemplo, pode-se ver que, se a fábrica apre-
sentar um problema, certamente o gerente de produção será informado, e ele leva-
rá a informação ao conhecimento do diretor.
Ex.
Gerência
Administrativa
46
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Ex.
Diretoria-Geral
Ex.
Setor de
Produção
Divisão territorial
Quando há setores específicos para tratar cada área diferente em que a orga-
nização atua. O exemplo abaixo mostra uma empresa que tem um setor específico
de atendimento ao cliente para cada região do Brasil.
Ex.
Diretoria de
Telemarketing
47
Divisão por cliente
É quando a organização tem departamentos diferentes para lidar com cada
tipo de cliente. O exemplo pode ser uma loja de departamentos, como demonstrado
abaixo:
Ex.
Loja Barra
Importante
Cuidado para não confundir: nem toda organização que
oferece produtos diferentes tem um setor específico para
produzir ou vender cada um deles.
Há organizações que comercializam, por exemplo, roupas
e bolsas e têm apenas um setor de vendas para ambos.
Isso significa que o organograma não está subdividido por
produto. Da mesma forma, para produzir uma roupa, é claro
que a organização segue todas as etapas do processo
produtivo. Mas isso não quer dizer que não possa existir
apenas um setor que concentre todas elas. Nesse caso,
não há divisão por processo, embora o processo exista.
Uma fábrica de refrigerantes pode ter uma gerência de vendas para supermer-
cado, outra para bares e restaurantes e outra para lojas de conveniência; no entanto,
uma fábrica de menor porte pode ter apenas um setor chamado “gerência de vendas”
para negociar com os três tipos de estabelecimento.
A primeira é dividida por cliente e a segunda não, por causa do tamanho ou do
volume de produção, ou porque se escolheu outro tipo de divisão para a sua estru-
tura, por exemplo por área geográfica. Nesse caso, poderia haver uma gerência de
vendas para atender a capital, outra para o litoral e outra para o interior do estado.
Leitura complementar
Leia um trecho do artigo a seguir, que trata da estrutura organizacional com
base no estudo de um caso. O texto integral pode ser encontrado no site http://
www.webartigos.com, fazendo-se uma busca pela expressão “estrutura organi-
zacional”.
48
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Estrutura organizacional
Estruturação organizacional
Por se tratar de uma empresa de grande porte dentro do Estado do Rio
de Janeiro, a companhia Flores possui um sistema organizacional muito formal.
Mas como já foi mencionado anteriormente, existe também dentro da empresa
um sistema informal, [...] incentivado pelos próprios diretores.
O sistema de liderança implementado é um exemplo disso; esse sistema
atinge todos os campos da empresa, onde possui como objetivo básico mostrar
a seus funcionários valores como visão, missão e política. Ela até evidencia que
possui funcionários informais que se destacam em suas funções até mais que
um funcionário formal. Nesse caso, o profissional informal seria o prestador de
serviço da empresa. Em reuniões da diretoria, são jogados na mesa relatórios de
produtividade, postura, qualidade, profissionalismo, espírito de equipe, tudo para
um objetivo único e exclusivo de incentivar ainda mais seu funcionário.
Podemos identificar a estrutura formal da empresa Flores no organogra-
ma abaixo:
Diretoria
Assessoria
Gerências
Supervisão
49
Apesar de ter uma estrutura organizacional definida, a empresa man-
tém estruturas interfuncionais de auxílio e avaliação do grupo onde pode-se
destacar a equipe de auditoria interna. Essa equipe vem criando uma re-
qualificação dos funcionários e visualizando pontos críticos na empresa e a
busca pela solução do problema. A definição de sua estrutura organizacional
bem como da remuneração de cada cargo estabelecido no Plano de Cargos
e Salários estabelece uma condição de crescimento profissional dentro da
empresa, possibilitando ao funcionário sua qualificação e valorização dentro
do grupo.
Como foi mencionado, Flores possui uma gama de informações de todos
os detalhes que acontecem dentro da empresa, e baseado nessas informações
são elaborados padrões de trabalho das práticas de gestão das informações,
onde cada setor prioriza as informações pertinentes aos seus processos com
reuniões internas mensais, semestrais e anuais, procurando melhorar cada
vez mais a produção e organização interna.
O método de organização [...] não se difere do desenho [...], possui como
objetivos básicos o planejamento estratégico, acompanhamento do desempe-
nho global do quadro de funcionários, controle e análise dos resultados obtidos
através de pesquisas encomendadas, dentre outras.
É importante notar que a Flores também capacita seus funcionários de
uma certa área X em uma área Y, por exemplo, isso aprimora o processo de
formação de funcionário, que pode se tornar capaz de supervisionar e/ou ge-
renciar uma área na qual ainda não atuou.
A Flores se preocupa bastante com o interior da empresa, pois tem como
preocupação a visão externa, onde tenta também levar aos seus passageiros
como é estruturada sua organização empresarial, e realmente isso leva a uma
satisfação e aprovação maior do público-alvo.
50
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Síntese
Você estudou:
O conceito de “estrutura organizacional” é de suma importância para a
compreensão das relações de poder em uma organização.
Existem três subsistemas na estrutura organizacional: sistema de responsa-
bilidade, sistema de autoridade e sistema de comunicação.
Uma organização é dividida em departamentos ou setores com base em
vários possíveis critérios: por função, por produto ou serviço, por processo, por
território, por cliente.
Atividades
51
b) Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia
A organização possui quatro níveis hierárquicos.
Os dois setores subordinados à superintendência institucional são
coordenação de tecnologia e coordenação de projetos.
A coordenação de projetos segue uma departamentalização territorial.
No primeiro nível hierárquico está o gabinete do secretário.
As coordenações financeira e jurídica estão subordinadas à superinten-
dência administrativa.
A coordenação de tecnologia está dividida em setor de rede tecnológica e
setor de inclusão digital.
Há dois setores diferentes, no quarto nível hierárquico (de cima para baixo),
para tratar dos projetos “capital” e “municípios”.
Referências
NUNES, Orlando Augusto. Estrutura organizacional. Disponível em: <http://www.
webartigos.com/articles/2130/1/estrutura-organizacional/pagina1.html>. Acesso em: 31
jan. 2008. (Adaptado).
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, organização e métodos: uma
abordagem gerencial. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SACOMANO NETO, Mário. Estrutura organizacional e equipes de trabalho: estudo da
mudança organizacional em quatro grandes empresas industriais. Disponível em: <www.
scielo.br/pdf/gp/v7n2/a04v7n2.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2008.
Anotações
52
Capítulo 2
DIMENSÃO FORMAL
PROCESSOS ORGANIZACIONAIS
Conteúdo programático
Organização formal
Objetivo
Compreender a organização como um conjunto de processos que
acontecem continuamente e que estão interligados entre si.
processos organizacionais
Como vimos anteriormente, uma organização precisa ter definida previamen-
te uma série de procedimentos, para que as pessoas cheguem ao seu local de
trabalho e saibam como agir e o que fazer, sem que precisem esperar alguém
informá-las todos os dias. Vamos ver agora que definições prévias são essas.
Desde que falamos em planejar a organização e depois sobre a elaboração
da sua estrutura organizacional, estamos nos referindo a aspectos que são previs-
tos e cujo funcionamento podemos definir. Essas definições prévias dão origem ao
que chamamos de organização formal, ou seja, aspectos previamente acordados.
Isso significa que existem alguns aspectos que não são assim, como a parte
informal da organização.
Aqui, estamos buscando definir aspectos que possibilitam o funcionamento
da organização. Para isso, vamos compreender a organização como um conjunto
de processos que precisam ser predefinidos e organizados.
Para refletir
A imagem a seguir ilustra, de forma esquemática, o processo
de produção (ou produtivo) de tijolos em uma olaria:
Extração
e mistura
(+H2O)
Extrusão, corte
e prensa
Secagem natural,
queima e transporte
54
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Para refletir
O que você pode concluir sobre a importância de haver
rotinas e procedimentos definidos em uma organização?
55
Os procedimentos são, na verdade, um conjunto de regras que orientam a
realização das tarefas e atividades de cada pessoa ou de cada setor. Essas regras
podem ter diversas funções, que você verá a seguir.
Organizar o trabalho
Se já existem algumas regras para seguir, as pessoas já iniciam o trabalho
de forma organizada.
Ex.
Para fazer um relatório, deve-se utilizar um modelo-
-padrão, que já prevê todas as informações que devem ser
registradas.
Ao organizar os produtos na prateleira de um supermercado,
o funcionário deve seguir a ordem já estabelecida e
conhecida de todos. Isso facilita a localização do material.
Ex.
Toda vez que o setor de vendas quiser acertar com o
cliente a entrega de produtos em prazo inferior a 10 dias,
será preciso consultar o setor de produção e distribuição
sobre a possibilidade de atender a essa demanda. Acima
desse prazo, a venda pode ser fechada sem consulta, pois a
produção deve estar sempre preparada para atender.
56
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Controlar
As regras também são mecanismos de controle, pois o gestor ou dono da
organização dificilmente poderá fiscalizar todo o tempo o trabalho dos funcionários.
Em vez disso, as organizações estabelecem regras e partem do pressuposto de
que serão seguidas pelos funcionários, se não na íntegra, ao menos em grande
parte.
A definição de regras está muito associada ao conceito de organizações bu-
rocráticas.
Comentário
Que ideia vem à sua cabeça quando se fala em burocracia?
in
hirama Ashw
Kharidehal Ab
Shutterstock/
57
Leitura complementar
PDCA: O ciclo mágico
58
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Síntese
Você estudou:
A organização formal é tudo o que existe na organização de forma planejada.
A organização funciona a partir de diversos processos que acontecem ao
mesmo tempo e estão interligados entre si.
É comum e importante definir previamente rotinas e procedimentos, para que
as pessoas que trabalham na organização saibam como devem desempenhar
seus papéis.
A quantidade de regras a serem estabelecidas em uma organização deve ser
compatível com sua necessidade.
Estabelecer regras desnecessárias causa uma burocratização em excesso
que, certamente, em vez de contribuir, prejudica os objetivos organizacionais.
Atividades
O texto complementar discute um conceito que decorre da utilização do pro-
cesso administrativo nas organizações, o PDCA. Com base nessa leitura, discuta
os seguintes aspectos:
a) Qual a relação entre o ciclo PDCA e o processo administrativo?
b) Apresente uma situação de sua experiência prática em que o processo
administrativo pode ser usado como instrumento de gestão.
Referências
CASTRO, Durval. Processos de negócios. Disponível em: <www.geocities.com/durvalcastro/
processos.htm>. Acesso em: 31 jan. 2008.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. v. 1. 5. ed. São Paulo: Makron
Books, 1998.
CURY, Antonio. Organização e métodos: uma visão holística. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
SKORA, Claudio Marlus. PDCA: o ciclo mágico. Disponível em: <http://www.administradores.
com.br/artigos/995/>. Acesso em: 11 mar. 2008.
Anotações
59
60
Capítulo 2
DIMENSÃO FORMAL
PROCESSOS DECISÓRIOS
Conteúdo programático
Etapas do processo decisório
Objetivos
Compreender o processo de tomada de decisões como uma constante
na atividade do administrador.
Para refletir
Imagine que dois gestores encontram-se diante do mesmo
problema e que ambos seguem à risca as etapas descritas
na página anterior.
Você acha que eles chegariam à mesma decisão? Por quê?
62
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Há diversos fatores que podem variar, até quando se trata da mesma situa-
ção. Alguns estão relacionados à pessoa que toma a decisão e à forma como ela
percebe a situação. Em uma organização, uma situação que envolve um problema
pode ser interpretada de forma diferente por um gestor em relação a outro. Isso
depende, por exemplo, das experiências que ambos já vivenciaram, se o gestor é
mais ou menos pragmático e de outras características pessoais.
Outro fator muito importante, que poderá interferir na decisão tomada, é a
informação.
Com relação aos fatores relacionados à pessoa que toma as decisões, não
existe um perfil exato, nada que defina precisamente que características ela deve
ter. Mas quanto à informação, é absolutamente certo dizer que quem está melhor
informado sobre aquilo que tem de ser decidido terá muito mais condições de
tomar decisões acertadas.
Ex.
Em uma prova objetiva, você escolhe uma alternativa –
A, B ou C –, a depender das informações que você tem
sobre aquilo que elas dizem. Se você está bem informado
sobre todas elas, certamente saberá qual é a verdadeira.
Se você sabe sobre o que duas ou três estão tratando,
tem alguma chance de acertar. Mas se você não conhece
sobre nenhuma delas, há grande probabilidade de ter um
resultado negativo.
A mesma coisa acontece em uma tomada de decisão
organizacional; se o decisor está bem-informado e conhece
sobre aquilo que irá decidir, tem grandes chances de atingir
os objetivos pretendidos.
1. Tomar decisões sobre aquilo que se conhece – Isso vai desde contra-
tar pessoas capacitadas para os cargos que irão assumir, até a definição
sobre quantos níveis hierárquicos uma determinada decisão deve envol-
ver. Por exemplo, é comum que a diretoria de uma empresa decida sobre
que produtos vai lançar no mercado, mas é importante a participação
daquelas pessoas que estão vendendo os produtos e têm contato direto
com os clientes. Esses vendedores certamente conhecem o que o cliente
procura e esse tipo de informação é fundamental para a decisão da dire-
toria.
2. Ter um sistema de comunicação que apoie quem toma as decisões
– Aquele que gera uma ação em um setor específico de uma organiza-
ção deve informar os resultados dessa ação para quem decide sobre
questões relacionadas a ela.
63
3. Procurar informações extras – Além das informações geradas constan-
temente nas atividades rotineiras da organização, deve-se buscar outras
fontes. Isso permite que se conheçam mais alternativas, para que se pos-
sa tomar a melhor decisão.
Comentário
Gestão participativa, descentralização e delegação de poder
são estratégias que visam tornar o processo decisório mais
ágil e com maior qualidade. Isso se dá com a diminuição
dos níveis hierárquicos e com as pessoas em níveis
hierárquicos inferiores participando do processo decisório
ou tomando decisões. Esses são temas específicos sobre
esta questão que merecem estudos mais aprofundados e
que você verá em outras disciplinas ao longo do curso de
administração.
Leitura complementar
Decisões científicas X decisões empíricas
64
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
65
Temos percebido, portanto, que precisa haver uma revolução de apren-
dizado no que tange à decisão científica, preponderantemente baseada em
fatos e em evidências.
Não podemos mais depender somente dos “artistas” intuitivos, normal-
mente brilhantes, e dos pressupostos de Mintzberg (especialista em estratégia
que defende a decisão intuitiva e irreplicável).
No estudo detalhado, a palavra “intuição” é um processo de acumula-
ção de experiências passadas que parametrizam o método decisório sem a
organização dessas experiências. Ou seja, decidir intuitivamente não é, em
essência, decidir sem informações, mas sim com os elementos acumulados
pelo conhecimento, sem a necessidade de organização lógica e sistemati-
zada.
Em outras palavras, decidir intuitivamente pode ser uma boa alternativa
apenas para quem detém essa experiência passada. Mas é irreplicável aos
profissionais que não tiveram o mesmo privilégio de viver esses experimentos.
O processo sucessório das funções de decisão, uma circunstância cada vez
mais presente nas organizações modernas, não pode replicar essas experiên-
cias passadas para fundamentar as decisões bem-sucedidas. Dessa forma, só
nos resta mesmo tornar mais científico e, portanto menos intuitivo, o processo
de decisão.
Nossa conduta tem sido nessa direção há seis anos, e [...] os resultados
são impressionantes. Dividimos nossa abordagem científica em dois aspectos
básicos: o primeiro é ajudar o tomador de decisão a fazer as perguntas certas
e a segunda é ajudar o mesmo tomador de decisão a interpretar corretamente
as respostas das perguntas certas.
É necessário centrar os esforços em identificar os indicadores que te-
nham realmente foco na tomada de decisão: uma conta matemática que
seja capaz de indicar uma dor da empresa e que se caracterize como uma
relação/razão de duas informações de grandezas iguais ou diferentes.
Antes de sair gerando tabelas e gráficos, é fundamental planejar sua
concepção por meio de sistemas formais de definição de indicadores (e não
apenas informações) e de análises estatísticas que venham a priorizar sua
pertinência através de sinalizadores de relevância. Avalie a modificação de sua
performance ao longo do tempo (estudos de scorecards, sinalizadores visuais
e algoritmos de relevância são empregados aqui).
Numa segunda etapa devemos ajudar o tomador de decisão a interpre-
tar corretamente as respostas advindas da pergunta certa. Essa é uma etapa
normalmente desconsiderada para empresas que já fizeram a primeira, pois
entendem que, se há disponibilidade das respostas certas, tudo está pronto.
Não é verdade. Temos constatado erros crassos de decisões, sempre
muito caros sob o ponto de vista econômico, baseados apenas em interpreta-
ções errôneas das respostas disponíveis.
66
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Em uma palestra recentemente proferida pelo sr. Edson Vaz Musa, ex-
-executivo da Rhodia e atual CEO da Caloi (além de atuar fortemente com a
FNQ – Fundação Nacional da Qualidade, uma ilha de excelência na irradia-
ção de conceitos bem-sucedidos em gestão), foi defendido que os gráficos
lineares deveriam ser os únicos a serem analisados pelos tomadores de
decisão.
Quando o são (porque normalmente os tomadores de decisão preferem
os diagramas de pizzas, os gráficos de barras, etc.) são erroneamente inter-
pretados, pois, via de regra, não se utilizam dos conceitos de variabilidades
clássicos aprendidos na academia.
Os gráficos não são interpretados com seus respectivos limites de inter-
venção (conceito probabilístico que distingue o que seja uma variação normal,
que não se refere aos fatores internos da companhia, mas aos fatores normal-
mente não gerenciáveis, de variação anormal, tipo de variação que tem causas
identificáveis internamente nas operações da empresa) que teriam o poder de
definir quando o tomador tem que agir internamente ou quando tem que operar
externamente as suas operações.
Este é um conceito relativamente simples e que, infelizmente, está com-
pletamente ausente das interpretações dos indicadores disponíveis. Um teste
de hipótese, alternativa analítica estatística que tem o poder de distinguir um
empate técnico de uma real diferença entre, por exemplo, um diagrama de
pizza que demonstre percentual de reclamações e de elogios, pode alterar
substancialmente a decisão a ser tomada.
Interpretar corretamente um indicador disponível requer aplicação de
estatística e, invariavelmente, ajuda de competências terceirizadas especia-
lizadas no assunto.
PAVANI JR., Orlando. Decisões científicas X decisões empíricas.
Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/decisoes_cientificas_x_
decisoes_empiricas/11812/>. Acesso em: 10 mar. 2008. (Adaptado).
Síntese
Você estudou:
O processo decisório é também um processo organizacional e tem aspectos
que devem ser pensados e planejados para garantir a qualidade das decisões.
Um de seus aspectos mais importantes é a informação, que vai apoiar o decisor
em suas escolhas.
As pessoas que tomam decisões devem ter o máximo possível de conhecimento
sobre a situação ou problema.
As decisões podem variar em função de questões subjetivas relacionadas à
pessoa responsável por elas.
67
Atividades
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da
administração. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
PAVANI JR., Orlando. Decisões científicas X decisões empíricas. Disponível em: <http://
www.administradores.com.br/noticias/decisoes_cientificas_x_decisoes_empiricas/
11812/>. Acesso em: 10 mar. 2008. (Adaptado).
Anotações
68
Capítulo 2
DIMENSÃO FORMAL
MODELOS DE GESTÃO
Conteúdo programático
Conceito de modelo de gestão
Objetivo
Compreender o conjunto de ações de gestão a partir dos casos Ford e
Toyota.
Agora, vamos tratar dos modelos de produção fordista e flexível. Esses sistemas
trazem formas de gerir uma organização implementadas por Ford e por Toyoda
em suas organizações no século XX, que inovaram e revolucionaram os conheci-
mentos na área de administração e, por esse motivo, merecem ser analisados e
discutidos neste curso.
Vimos até aqui um conjunto de práticas, ações e processos organizacionais
que fazem parte da gestão das organizações. Estudamos, isoladamente, como
cada um desses elementos se comporta e deve ser administrado. Mas, na prática,
as organizações propõem formas diversas de coordenar esses elementos.
A combinação das práticas de gestão utilizadas por algumas organizações
passou a ser estudada e categorizada como um conjunto de ações que dita de
que forma cada elemento ou variável organizacional deve ser operacionalizado (ou
gerido) para que os melhores resultados sejam obtidos. Estamos nos referindo a
experiências bem-sucedidas de organizações que passaram a ser copiadas por
outras em busca dos mesmos resultados.
Na indústria automobilística, que se desenvolveu bastante ao longo do século
XX, temos dois exemplos muito marcantes, os casos das empresas Ford e Toyota,
que foram amplamente analisados pelos estudiosos da administração e viraram
postulados e princípios teóricos.
Vamos chamar de “modelos de gestão” um conjunto de conhecimentos e
princípios que definem que práticas administrativas devem ser utilizadas na gestão
das organizações.
O fordismo
O primeiro modelo a ser analisado é o fordismo, assim denominado por apre-
sentar as ideias decorrentes das práticas de produção implantadas por Henry Ford
em sua empresa automobilística.
As ideias fordistas são precedidas por um modo de produção manufatureiro,
cujas características principais eram:
Trabalhadores semiqualificados, mas que possuíam conhecimento do
processo produtivo.
Produção de peças intermediárias diferenciadas, o que conduzia também
à diferenciação do produto final.
Alto custo unitário de produção por peça.
Preços elevados dos produtos finais.
Seleção de mercado selecionado, em função do preço cobrado, de forma
a não atender satisfatoriamente o consumo das classes populares.
Baixa qualidade do produto – os testes de qualidade eram providenciados
pelos próprios compradores.
Baixa produtividade, uma vez que o próprio artesão fazia todas as etapas
do processo produtivo.
70
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Divisão do trabalho
A divisão do trabalho seguia o princípio dos economistas clássicos que de-
fendiam esse princípio como sendo necessário para o aumento da produtividade.
Por esse princípio, o trabalho tende a ser melhor desenvolvido quando especiali-
zado e cooperativo.
Homo economicus
Ford compactuava da visão de que o que motiva o operário para o trabalho
é o incentivo salarial.
Peças intercambiáveis
A padronização das peças usadas no processo produtivo colaborou para a
agilidade no processo de produção, já que as peças se encaixavam no processo
como um quebra-cabeça.
71
Supervisão funcional
O resultado do processo produtivo dependia de um controle das tarefas dos
colaboradores, já que a capacidade reflexiva deles fora retirada com o processo de
divisão do trabalho.
Verticalização da produção
A verticalização da produção era necessária na medida em que o processo
exigia que a matéria-prima e os insumos fossem padronizados. Para garantir a
qualidade do processo de produção, a empresa se responsabilizava pela produção
dessa matéria-prima.
Para refletir
No modelo proposto por Ford, que análise você pode fazer
sobre a estrutura organizacional, as pessoas, os recursos e
os processos?
Estrutura organizacional
Ford criou uma estrutura centralizada, na qual a alta administração tomava as
decisões e os operários apenas executavam o trabalho. Dessa forma, existia uma
divisão entre quem planejava e quem executava. O trabalho era subdividido em
pequenas tarefas e o operário executava apenas uma.
72
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Processo produtivo
Ford estudou cada etapa do processo produtivo e simplificou cada uma delas,
conseguindo, assim, diminuir bastante o tempo de execução. Além disso, ele criou
a linha de montagem móvel, na qual o trabalho chegava até o trabalhador e ele não
precisava se locomover para ir buscá-lo. Para simplificar, Ford produzia em larga
escala apenas um tipo de carro, com uma só cor e um só modelo – o conhecido
Ford T.
Terry Wha
foi o primeiro
d de bigode”,
ec id o no Brasil como “For cu st o.
ficou conh como pelo
O Ford T, que características
rro po pu la r, tanto por suas
ca
O toyotismo
Outro modelo de gestão de sucesso que se contrapõe ao fordismo, é o cha-
mado toyotismo, ou produção flexível. Esse modelo foi desenvolvido por um en-
genheiro japonês chamado Eiji Toyoda, que, depois de visitar a fábrica da Ford,
pensou outra forma de gestão da produção.
Adaptando a produção fordista à realidade japonesa, ele percebeu que, em
função de o mercado doméstico japonês exigir maior variedade de produtos do
que de produção em massa, a flexibilidade produtiva era importante, assim como a
obtenção de economias com produção em pequenos lotes. Desse modo, Toyoda e
o especialista em produção Taichi Ohno:
73
[...] desenvolveram uma série de inovações técnicas que possibilitavam
uma dramática redução no tempo necessário para alteração dos equi-
pamentos de moldagem. Assim, modificações características dos pro-
dutos tornaram-se mais simples e rápidas. Isso levou a uma inesperada
descoberta: tornou-se mais barato fabricar pequenos lotes de peças
estampadas, diferentes entre si, que enormes lotes homogêneos. Isso
possibilitava a quase instantânea observação dos problemas de quali-
dade, que podiam ser rapidamente eliminados.
(WOOD JR., 1992)
Para refletir
Como você acha que são tratados os mesmos elementos
(a estrutura organizacional, as pessoas, os recursos e os
processos) no modelo proposto por Toyoda e Ohno?
+ Saiba mais
Você ficou confuso ao ver que o nome do responsável pela
transformação no modelo de produção da Toyota foi Toyoda,
com a letra “d”?
Na verdade, o nome da família responsável pelo negócio é
realmente Toyoda. A história da organização remonta a 1919,
quando Sakichi Toyoda deu início a um empreendimento de
sucesso fabricando teares automáticos industriais, a Toyoda
Loom Works.
Seu filho, Kichiiro, apaixonado por carros, fabricou o
primeiro protótipo em uma das fábricas da família em 1930.
Foi ele o responsável pela fundação da Toyota, em 1937,
optando pela grafia com “t”, pois isso facilitaria a pronúncia
e tornaria mais fácil a diferenciação entre o negócio de
carros e o de teares.
74
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 2
Estrutura organizacional
A Toyota também possuía uma estrutura grande, porém subdividida em grupos
de trabalho, sob a direção de uma forte liderança. As pessoas executavam um con-
junto de tarefas e não apenas uma específica e, portanto, conseguiam compreen-
der uma etapa do processo produtivo em sua totalidade.
Processo produtivo
A Toyota preferiu produzir em menor quantidade, evitando erros e priorizando
a qualidade dos automóveis. Ela também conseguiu uma grande integração entre a
sua estrutura de montagem do automóvel com a dos fornecedores que produziam
as peças.
Indicação de leitura
Fordismo, toyotismo e volvismo: os caminhos da indústria
em busca do tempo perdido, de Thomaz Wood Jr., Revista
Administração de Empresas, v. 32, n. 4. set./out. de 1992.
Esse artigo traz mais informações sobre os dois modelos
de produção abordados e, ainda, sobre o volvismo, outro
exemplo bastante estudado.
No link www.unopec.com.br/revistaintellectus/_arquivos/
Jan_Jul_04/pdf/artigo_marcos.pdf, você acessa o artigo
Do taylorismo/fordismo à acumulação flexível toyotista:
novos paradigmas e velhos dilemas, de Marcos Augusto
75
de Castro Peres, que trata de aspectos mais específicos
dos modelos taylorista e fordista.
Outro interessante artigo é O fordismo e o Modelo T, de
Beto Mansur. Acesse www.rhportal.com.br/artigos/wmview.
php?ic_cad=qnpe5a2mn.
Síntese
Você estudou:
Os modelos de gestão agregam vários conceitos sobre como administrar uma
organização em seus diversos elementos.
As experiências da Ford e da Toyota foram pioneiras e definiram modelos
de gestão para suas organizações e as ideias de seus precursores são hoje
consideradas princípios administrativos utilizados na prática por muitas outras
organizações.
Ambos, Ford e Toyoda, propuseram meios de obter maior eficiência na gestão
dos recursos de suas organizações. O primeiro voltado para a produção em
massa e especialização do operário, e o segundo por meio da formação de
equipes de trabalho capazes de garantir a qualidade dos produtos finais.
Atividade
Faça uma análise evolutiva sobre os modelos produtivos analisados. Discuta
o que proporciona a sua evolução e como esses conceitos vêm sendo aplicados
nas empresas brasileiras.
Referência
WOOD JR., Thomas. Fordismo, toyotismo e volvismo: os caminhos da indústria em busca
do tempo perdido. Revista Administração de Empresas, São Paulo, v. 32, n. 4, p. 6-18, set./
out. de 1992.
Anotações
76
Capítulo 3
DIMENSÃO HUMANA
Conteúdo programático
Classificação dos grupos formais em uma organização
Objetivo
Apresentar os conceitos de grupos sociais, de organização informal e da
relação desses grupos com a dinâmica das organizações.
Para refletir
Marco Andras
Orangestock/
78
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
Por uma necessidade funcional, a empresa precisa criar uma estrutura orga-
nizacional que reflita a relação de autoridade e de poder que existe no ambiente. A
melhor forma de representar a estrutura formal de uma empresa é por meio de um
organograma, como este:
Diretor-Geral
Gestor Gestor
de Produção de Pessoas
Para refletir
O que você entende por grupos informais? Como você
acha que eles se formam?
79
Os grupos informais são criados em uma organização a partir da associação
de pessoas que apresentam alguma afinidade. Essa afinidade pode ser desperta-
da por interesses comuns (futebol, compras, viagens), por conhecidos em comum
(amigos próximos, parentes, vizinhos), por assuntos próximos (cursos, faculdade,
idiomas). Diversas são as razões que aproximam as pessoas. Para caracterizar a
organização informal é necessário que a relação transcenda os limites da estrutura
organizacional.
Afinal, qual o conceito de grupos informais? Segundo Maximiano (2000a), os
grupos informais “são criados por iniciativa de seus próprios membros, para defen-
der seus interesses ou atender necessidades de convivência”. Os grupos informais
são alianças que não são formalmente estruturadas nem determinadas organiza-
cionalmente. Segundo Robbins (2006), esses grupos são formados no ambiente de
trabalho em resposta às necessidades de contato social.
Mas qual o papel dos grupos informais nas organizações? Os grupos infor-
mais produzem os elementos de convivência social, do bem-estar psicológico, de
escape de tensões e de participação. As pessoas têm necessidade de se inserirem
nesses tipos de grupos, sem eles as organizações seriam sistemas meramente
mecânicos.
Veja, no quadro abaixo, os principais benefícios da formação de grupos infor-
mais nas organizações:
80
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
Leitura complementar
Grupos informais
81
(máximo de oito pessoas) são capazes de implementar melhor as decisões
tomadas, coordenar o desenvolvimento e a implantação de projetos e obter
resultados.
Esses grupos, contrários ao conceito finito e entrópico de departamentos
funcionais ou linhas de produção, são muitas vezes orientados por metas, con-
centrados na missão de sua formação, multifuncionais e, em grande parte dos
casos, temporários e informais.
A rica troca de experiências e informações que propiciam a autonomia de
ação com respaldo da alta direção da empresa, a velocidade que se permitem
adotar por estarem soltos das amarras hierárquicas, o foco claro no objetivo e
a remuneração por resultados são fatores que alimentam a eficiência destes
grupos.
Ocorre que a aproximação de pessoas por afinidade, interesse, comple-
mentariedade ou diferença é natural do ser humano. E o objeto da aproxima-
ção, o tema vigente, pode ser bom ou ruim para a empresa.
Assim, organizações informais podem ser benéficas, quando operam
como SWATs corporativas (caso descrito acima); ou podem ser perniciosas,
quando representam o corporativismo atávico de pessoas na organização.
Quando deste último modelo, transformam-se em vírus interno, com poder de-
vastador igualmente proporcional, uma vez que possuem exatamente as mes-
mas características acima listadas (à exceção, é claro, da anuência da direção
superior e da remuneração por resultados). Nesse caso, são como guerrilhas,
corpos menores, resistentes, estranhos dentro de organizações maiores.
Com o advento da Internet, essas organizações sociais assumiram ca-
ráter fluido, on-line, viral, uma vez que as barreiras geográficas, de distância,
de hierarquia e de tempo caíram. Isso quer dizer que do mesmo jeito que
a Internet é um catalisador do fluxo de informações e, portanto, da criação,
gerenciamento e disseminação de conhecimento, também é, no seu lado ne-
gativo, um duto absolutamente eficiente de troca de informações, documentos,
enfim, risco.
O “efeito Internet” nesse processo é devastador, pois acelera imensa-
mente o potencial de alcance e adesão a estas organizações.
Atento-me principalmente à faceta negativa dos grupos informais, um
exemplo pode ser ilustrado com dois funcionários descontentes de qualquer
departamento de qualquer empresa que têm, ambos, o costume de conversar
e dividir suas percepções e fofocas sobre assuntos da companhia e assuntos
pessoais. Nesse caso, o local não influi na formação da organização, pois eles
podem estar conversando tanto no trabalho como numa parada para o café, ou
mesmo após o trabalho. E podem estar fazendo isso remotamente, pela web,
no Orkut, no Messenger.
Outro exemplo é o de um funcionário “ajudando” um colega pertencente
a um outro departamento qualquer a resolver algum problema de seu trabalho.
Este último exemplo pode ser considerado um caso igualmente comum, uma
82
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
vez que boa parte das organizações hoje está estruturada ou por processos ou
matricialmente (e não somente por departamentos) e, portanto, muitas tarefas
se interdependem e cruzam vários departamentos funcionais. [...]
O problema todo ocorre quando as reuniões em grupos informais giram
em torno de uma liderança indesejável, corruptível e contra a vontade da maio-
ria. Nesses casos, a formação destes grupos se dá por interesse ou engana-
ções. Nessas circunstâncias, eles são perigosos, pois tendem a colocar os
interesses pessoais acima dos interesses da empresa ou do grupo.
Outro problema pode ocorrer quando os membros de um grupo encaram
sua participação no grupo como fuga. Nesse caso, o trabalho de todos é preju-
dicado, pois o indivíduo deixa de cumprir suas obrigações.
Mais importante do que tentar evitar a formação de grupos perniciosos
é estimular a criação dos grupos benéficos, bem como criar um ambiente que
potencialize a criatividade, a interação e a cooperação entre as pessoas.
Não se pode evitar o que não se pode evitar, mas é possível tentar utilizar
a tecnologia e as potencialidades geradas pela Internet para tirar bom proveito
desses grupos, promovendo o collaborative work e o knowledge management.
Como dissemos em outros artigos, trabalhamos com o conceito de fun-
ção de onda para a Internet. A Internet, por si, [...] não é boa, nem ruim e não
permite dualidades.
Assim, a forma que assume depende de quem a utiliza e o resultado de
sua “aparência” deriva da experiência que o usuário tem com ela. Isso quer di-
zer que ela é transparente, não tem a obrigação de ser justa e não tem “culpa”
nos processos que acelera. Isso é inerente a ela.
DOMENEGHETTI, Daniel. Grupos informais. Disponível em: <http://idgnow.uol.com.br/
computacao_corporativa/ti_corporativa/idgcoluna.2006-12-06.1694356807/paginador/
pagina_5>. E-consulting Corp. Acesso em: 8 fev. 2008.
Síntese
Você estudou sobre o conceito de grupos sociais, que podem ser de dois
tipos básicos: formais e informais. Os grupos formais respeitam a estrutura orga-
nizacional da empresa, a partir da hierarquia, autoridade e poder definidos. Já os
grupos informais se formam pela aproximação de pessoas com interesses, ideolo-
gias, comportamentos comuns e independem da relação hierárquica entre elas.
Atividade
Em entrevista à revista Exame, a especialista em Análise de Redes Sociais,
Karen Stephenson (ROSENBURG, 2003), fala da existência de três papéis típicos,
que são representados pelas pessoas nas redes de relações, dentro de uma or-
ganização:
83
Os “centros irradiadores” são aquelas pessoas com um grande núme-
ro de conexões. Eles passam boa parte do tempo conversando com os
outros na empresa. Nas representações gráficas que fazemos das re-
des de confiança, é muito fácil identificar os centros irradiadores. Eles se
parecem com o centro de uma estrela cheia de pontas. Os “guardiões”
são aqueles profissionais que se posicionam de forma que a informação
passe sempre por eles antes de chegar aos outros. Costumam ficar entre
os irradiadores ou entre as diferentes áreas da empresa. Guardiões não
têm tantos relacionamentos, mas suas conexões são bastante estratégi-
cas e fortes. [O terceiro] pode ser chamado de “termômetro”. Os termô-
metros cultivam relações indiretas e seu objetivo é monitorar a saúde e
a direção da organização. Como suas conexões são esparsas e seguem
um padrão matemático muito particular, é bastante difícil identificar essas
pessoas.
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: McGraw-
-Hill, 1997.
DOMENEGHETTI, Daniel. Grupos informais. Disponível em: <http://idgnow.uol.com.br/
computacao_corporativa/ti_corporativa/idgcoluna.2006-12-06.1694356807/paginador/
pagina_5>. E-consulting Corp. Acesso em: 8 fev. 2008.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2000a.
_____. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade na economia
globalizada. São Paulo: Atlas, 2000b.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson
Education, 2006.
SROUR, Robert Henry. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus,
1998.
Anotações
84
Capítulo 3
DIMENSÃO HUMANA
Liderança
Conteúdo programático
Conceituação de liderança
Tipos de líderes
Objetivo
Introduzir o aluno a conceitos referentes aos aspectos de liderança, de
forma a construir conhecimentos a respeito da dimensão humana das
organizações.
Pense rápido: Por que o tema liderança tem sido tão discutido pelas organizações
e pelas revistas especializadas em administração? Pensou? Então aí vai uma aju-
da. Veja estas ilustres pessoas:
O que essas pessoas têm em comum além do fato de terem feito um grande
bem à humanidade? Se você respondeu que foram importantes líderes na nossa
sociedade, você está no caminho certo. Agora pense novamente: Como podemos
concluir que alguém é ou não um líder? Para ajudar na sua reflexão, observe a
figura abaixo:
Gujarat Vidyapith, Ahmedabad
86
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
2 3
87
Se você já conviveu com o líder tipo 1, talvez sua experiência não tenha sido
das melhores. Esse é o tipo de líder denominado autoritário. Ele determina como
as atividades devem ser feitas e quem deve fazer, sem deixar espaço para nego-
ciação. O tipo 2 é o democrático e negociação é a sua palavra de ordem. O tipo 3
é liberal e procura dar autonomia para que o próprio grupo liderado determine a
melhor forma para a execução das tarefas.
+ Saiba mais
TIPOS DE LÍDERES
Autocrático Democrático Liberal
Apenas o líder fixa as As diretrizes são deba- Há liberdade completa
diretrizes, sem parti- tidas e decididas pelo para as decisões gru-
cipação do grupo. grupo. pais ou individuais.
O líder determina as O próprio grupo esbo- A participação do líder
providências e as téc- ça as providências e nas discussões é limi-
nicas para a execu- as técnicas para atingir tada.
ção das tarefas. o alvo.
O líder determina qual A divisão das tarefas A divisão das tarefas
a tarefa que cada um fica a critério do grupo. fica a cargo do grupo.
deve executar.
O líder é dominador e O líder procura ser O líder não faz nenhu-
é pessoal nos elogios um membro do grupo ma tentativa de avaliar
e nas críticas ao tra- e limita-se a fatos nas ou regular os aconte-
balho. críticas e elogios. cimentos.
Fonte: Maximiano (2000).
A pergunta que fica diante dos estilos apresentados é: Qual o melhor estilo
de liderança? Se você respondeu que depende, você acertou. A visão mais nova
sobre liderança explica que a liderança é situacional: o melhor estilo a ser adotado
depende da situação, do tipo de equipe, do trabalho a ser desenvolvido, etc.
Agora podemos voltar à nossa pergunta inicial: Por que o tema liderança tem
sido tão discutido pelas organizações e pelas revistas especializadas em adminis-
tração?
A resposta está no ambiente em que as empresas estão inseridas, exigindo,
cada vez mais, pessoas capazes de transformar a realidade, de aprender e usar o
conhecimento como motor de transformação social.
É importante, hoje, desenvolver as características de liderança nos colabo-
radores. O ideal é que as pessoas que ocupam cargos gerenciais na organização
realmente exerçam a liderança e que ela seja exercida devido ao conhecimento
técnico ou carisma, ou a ambos – mas que não se institua apenas por conta do
cargo que a pessoa exerce.
Essa é a visão dos entendimentos mais recentes sobre liderança, segundo os
quais o importante é a característica transformacional dos líderes.
Eles devem prestar atenção às preocupações e necessidades de seus cola-
boradores como pessoas individuais; eles mudam a consciência dos seguidores
88
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
Leitura complementar
A arte de administrar pessoas na Era da Sabedoria
89
As três habilidades do comandante:
1. Comando da mente: envolve a habilidade de manter a qualidade dos pensa-
mentos e ações em um foco produtivo o tempo todo.
2. Controle das emoções: é acabar com a impulsividade e a omissão, que são
os dois fatores responsáveis pelo aumento da ansiedade e da frustração.
3. Assertividade nas ações: é falar a coisa certa, para a pessoa certa, na hora
certa e da forma certa.
ANDRÉA, Paula. A arte de administrar pessoas na Era da Sabedoria. Disponível em: <http://www.
empresario.com.br/artigos/artigos_html/artigo_a_171104.html>. Acesso em: 6 dez. 2007.
Síntese
Você estudou o papel da liderança nas organizações atuais e algumas teorias
sobre liderança. Algumas das teorias associam os líderes a traços físicos e com-
portamentais. Outras afirmam que existem alguns estilos de liderança – autocrático,
democrático e liberal – que se alternam ao longo do exercício das atividades do líder.
Conforme os entendimentos mais recentes, a liderança é situacional e o momento
é que vai definir o melhor estilo de liderança a ser usado. O tema é de extrema rele-
vância para as organizações que verdadeiramente entendem que os gestores devem
exercer papéis de liderança.
Atividades
Para consolidar o conceito de liderança estudado, responda às seguintes
questões:
1. Qual a importância do estudo da liderança para as organizações
contemporâneas?
2. Escolha um líder importante para você e explique como e por que ele
exerce a liderança. Descreva em que estilo de liderança ele se enquadra
e por quais motivos.
Referências
ANDRÉA, Paula. A arte de administrar pessoas na Era da Sabedoria. Disponível em:
<http://www.empresario.com.br/artigos/artigos_html/artigo_a_171104.html>. Acesso em: 6
dez. 2007.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: McGraw-
-Hill, 1997.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2000.
_____. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade na economia
globalizada. São Paulo: Atlas, 2000.
90
Capítulo 3
DIMENSÃO HUMANA
motivação no trabalho
Conteúdo programático
Motivações internas e externas
Objetivo
Discutir conceitos relativos aos aspectos motivacionais.
Nada lhe posso dar que já não exista em você mes-
mo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens,
além daquele que há em sua própria alma. Nada
lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso,
a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio
mundo, e isso é tudo.
Hermann Hesse
Para refletir
Você já parou para pensar o que motiva as pessoas a
desenvolverem suas atividades no trabalho? Ou a estudar,
realizar um curso técnico ou de pós-graduação?
Você já percebeu que algumas pessoas são naturalmente
motivadas enquanto outras precisam de estímulos externos?
Como o motivo interno é construído nas pessoas? Se você acredita que isso
varia de pessoa para pessoa, você está certo. Sabe do que depende o grau de
motivação de uma pessoa? Depende de como ela se encontra ante suas necessi-
dades pessoais. Maslow, psicólogo norte-americano, desenvolveu uma importante
teoria sobre o tema, que é usada até hoje como referência na teoria da motivação
humana.
Segundo esse autor, existe uma hierarquia de necessidades, as quais condi-
cionam o comportamento dos indivíduos, conforme pode ser visto na pirâmide de
Maslow (Apud MAXIMIANO, 2000a) representada a seguir:
92
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
Necessidades
de autorrealização;
desenvolvimento
pessoal.
Necessidades de estima:
autoapreciação, autoconfiança,
necessidade de aprovação social e
de respeito, status, prestígio.
Comentário
A pirâmide nos ajuda a entender o processo de motivação
pessoal.
93
Para refletir
Em que ponto da pirâmide você se encontra agora? Por
que é tão importante para as organizações conhecer a
teoria de necessidades de Maslow?
Fatores de
motivação
Fatores de satisfação
(ambiente de trabalho)
Qualidade de vida
no trabalho
94
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
Para refletir
Que leitura pode ser feita da figura? Como a teoria de
Maslow se relaciona com o conteúdo apresentado?
É possível perceber que, além do trabalho e das condições
de trabalho, é preciso incentivar a qualidade de vida nesse
ambiente, conceito mais profundo e transformador das
relações profissionais.
Como medir a qualidade de vida no trabalho?
+ Saiba mais
Maximiano (2000b) apresentou os seguintes indicadores
para avaliar a qualidade de vida no trabalho:
Categorias de
Indicadores específicos
indicadores
Tratamento ético dos funcionários.
Organizacional Planos de carreira igualitários.
Clareza das políticas e procedimentos.
Investimento na educação formal dos funcionários.
Social Benefícios familiares.
Atividades culturais e esportivas.
Valorização do funcionário.
Psicológica Apoio psicológico.
Desafio e outros fatores motivacionais.
Ginástica laboral.
Controle dos acidentes de trabalho.
Biológica Conforto físico e eliminação da insalubridade.
Alimentação.
Controle de doenças.
Leitura complementar
O que há de errado com o RH?
95
dem de negócios. As queixas são tão frequentes que já se tornaram
parte do folclore empresarial. Segundo uma pesquisa realizada pela Fun-
dação Instituto de Administração (FIA) de São Paulo, mesmo entre
as 150 companhias consideradas referência em gestão de pessoas,
os departamentos de recursos humanos – que oscilam entre o paternalismo
e a omissão – na melhor das hipóteses conseguem agradar a poucos.
MAUTONE, Silvana. O que há de errado com o RH? Disponível em: <http://admjr.com.br/
download/01-03-2007_18-07-56_.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2008.
Dica
Para ler esse artigo na íntegra, acesse http://admjr.com.br/
download/01-03-2007_18-07-56_.pdf.
Síntese
Você estudou o tema “motivação no trabalho” e descobriu que existem fatores
internos e externos que interferem no grau de motivação do indivíduo. Para explicar
os fatores internos, é possível recorrer à teoria de Maslow. Segundo esse autor, as
pessoas são motivadas por necessidades básicas, de segurança, sociais, de esti-
ma e de autorrealização; já os motivos externos estão relacionados com o trabalho
e as condições de trabalho.
Atividades
Responda às questões:
1. Na sua opinião, as organizações devem entender como se processa a motiva-
ção dos seus colaboradores? Por quê?
2. Como a área de recursos humanos deve incorporar os conceitos relacionados
com motivação e desempenho? Explique.
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: McGraw-
-Hill, 1997.
MAUTONE, Silvana. O que há de errado com o RH? Disponível em: <http://admjr.com.br/
download/01-03-2007_18-07-56_.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2008.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da escola científica à
competitividade na economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2000a.
_____. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2000b.
96
Capítulo 3
DIMENSÃO HUMANA
Conteúdo programático
Construção conceitual e tipos de poder
Conceituação de conflito
Tipos de conflito
Objetivo
Discutir o poder e o conflito para aprofundar a compreensão da
relevância da reflexão acerca da dimensão humana nas organizações.
Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às
pessoas que você é, você não é.
Margaret Thatcher
98
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
Para refletir
De que forma o poder deve ser exercido nas organizações?
O exercício do poder é a melhor forma de lidar com o
conflito nas empresas?
Poder
O poder pode ser definido como a capacidade de fazer com que as pessoas
executem determinadas ações.
Observe a imagem a seguir. Que tipo de sentimento ela retrata?
Se você pensou em dominação
pela força captou bem o significado
Diego Cervo
99
Contrato Tipo de
Tipo de poder Exemplo
psicológico organização
Poder Obediência Coercitiva: controle Sistema
coercitivo mecânica comportamental prisional
Realização de missão
Poder Moral e discipli- Organizações
ou tarefa em que os
normativo na interior de voluntariado
participantes acreditam
Conflito
O conflito é definido como um processo em que há divergência de interesses
entre partes. Pode acontecer por aspectos de natureza comportamental ou ideo-
lógica ou, ainda, por seus atores pertencerem a estruturas econômicas e sociais
diferentes.
Na visão tradicional das organizações, o conflito era encarado como negativo
para o crescimento de uma empresa. Dessa forma, o conflito era veementemente
100
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
Leitura complementar
Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-
-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho.
A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do
fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo causal com a organização
do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o
tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa
brasileira realizada pela dra. Margarida Barreto.
A primeira matéria sobre a pesquisa brasileira saiu na Folha de S.Paulo, em
2000, na coluna de Mônica Bérgamo. Desde então, o tema tem tido presença cons-
tante nos jornais, revistas, rádio e televisão, em todo o país. O assunto vem sendo
101
discutido amplamente pela sociedade, em particular no movimento sindical e no
âmbito do legislativo.
Em agosto do mesmo ano, foi publicado no Brasil o livro de Marie France
Hirigoyen, Assédio moral: a violência perversa no cotidiano.
102
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
Estratégias do agressor
Escolher a vítima e isolar do grupo.
Impedi-la de se expressar e não explicar o porquê.
Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares.
Culpabilizar ou responsabilizar publicamente, podendo os comentários
sobre sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar.
Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai
perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.
Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré-
-existentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e
constante. A vítima se isola da família e amigos, passando muitas vezes
a usar drogas, principalmente o álcool.
Livrar-se da vítima, que é forçada a pedir demissão ou demitida,
frequentemente por insubordinação.
Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.
103
Rir a distância e em pequenos grupos, conversar baixinho, suspirar e
executar gestos direcionando-os ao trabalhador.
Não cumprimentar e impedir os colegas de almoçar, cumprimentar ou
conversar com a vítima, mesmo que a conversa esteja relacionada à tarefa.
Querer saber o que estavam conversando ou ameaçar quando há colegas
próximos conversando.
Ignorar a presença do(a) trabalhador(a).
Desviar da função ou retirar material necessário à execução da tarefa,
impedindo o trabalho.
Exigir que faça horários fora da jornada. Ser trocado de turno sem ter sido
avisado.
Mandar executar tarefas acima ou abaixo do conhecimento do trabalhador.
Voltar de férias e ser demitido(a) ou ser desligado(a) por telefone ou tele-
grama em férias.
Hostilizar, não promover ou premiar colega mais novo(a) e recém-chegado(a)
à empresa e com menos experiência, como forma de desqualificar o trabalho
realizado.
Espalhar entre os colegas que o(a) trabalhador(a) está com problema
nervoso.
Sugerir que peça demissão, por sua saúde.
Divulgar boatos sobre sua moral.
104
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
105
na empresa e sociedade. A humilhação repetitiva e prolongada tornou-se
prática costumeira no interior das empresas, onde predomina o menosprezo
e a indiferença pelo sofrimento dos trabalhadores que, mesmo adoecidos,
continuam trabalhando.
Frequentemente os trabalhadores adoecidos são responsabilizados pela
queda da produção, acidentes e doenças, [estando sujeitos a] desqualificação
profissional, demissão e consequente desemprego. São atitudes como essas
que reforçam o medo individual, ao mesmo tempo em que aumenta a submis-
são coletiva, construída e alicerçada no medo. Por medo, [os trabalhadores]
passam a produzir acima de suas forças, ocultando suas queixas e [...] [procu-
rando evitar] simultaneamente serem humilhados e demitidos.
Os laços afetivos que permitem a resistência, a troca de informações
e comunicações entre colegas se tornam alvo preferencial de controle das
chefias se alguém do grupo transgride a norma instituída. A violência no
intramuros se concretiza em intimidações, difamações, ironias e constran-
gimento do transgressor diante de todos, como forma de impor controle e
manter a ordem.
Em muitas sociedades, ridicularizar ou ironizar crianças constitui uma
forma eficaz de controle, pois ser alvo de ironias entre os amigos é devas-
tador e simultaneamente depressivo. Nesse sentido, as ironias mostram-se
mais eficazes que o próprio castigo. O trabalhador humilhado ou constran-
gido passa a vivenciar depressão, angústia, distúrbios do sono, conflitos in-
ternos e sentimentos confusos que reafirmam o sentimento de fracasso e
inutilidade.
As emoções são constitutivas de nosso ser, independentemente do
sexo. Entretanto, a manifestação dos sentimentos e emoções nas situa-
ções de humilhação e constrangimentos são diferenciadas segundo o sexo:
enquanto as mulheres são mais humilhadas e expressam sua indignação
com choro, tristeza, ressentimentos e mágoas, estranhando o ambiente que
identificavam como seu, os homens sentem-se revoltados, indignados, de-
sonrados, com raiva, traídos e têm vontade de se vingar. Sentem-se en-
vergonhados diante da mulher e dos filhos, sobressaindo o sentimento de
inutilidade, fracasso e baixa autoestima. Isolam-se da família, evitam contar
o acontecido aos amigos, passando a vivenciar sentimentos de irritabilidade,
vazio, revolta e fracasso.
Passam a conviver com depressão, palpitações, tremores, distúrbios
do sono, hipertensão, distúrbios digestivos, dores generalizadas, alteração
da libido e pensamentos ou tentativas de suicídio que configuram um cotidia-
no sofrido. É este sofrimento imposto nas relações de trabalho que revela o
adoecer, pois o que adoece as pessoas é viver uma vida que não desejam,
não escolheram e não suportam.
BARRETO, Margarida Maria Silveira. Violência, saúde e trabalho: uma jornada de
humilhações. 1. ed. São Paulo: Educ, 2000. (Adaptado).
106
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 3
Síntese
Você estudou os conceitos de “poder” e “conflito”. O primeiro compreende a
capacidade de exercer autoridade sobre outras pessoas e o segundo é um processo
em que há divergência de interesses entre partes de um processo. Ambos são im-
portantes no contexto das organizações. Teorias mais recentes defendem que deve
haver um nível mínimo de conflito para manter o grupo viável, autocrítico e criativo.
Atividades
Com base na leitura do texto complementar e no que você estudou sobre
poder e conflito nas organizações, reflita sobre as seguintes questões:
Referências
BARRETO, Margarida Maria Silveira. Violência, saúde e trabalho: uma jornada de
humilhações. 1. ed. São Paulo: Educ, 2000. (Adaptado).
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: McGraw-
-Hill, 1997.
HUNTER, James C. O monge e o executivo. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da escola científica à
competitividade na economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2000.
_____. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2000.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
Tradução de Christina Ávila de Menezes.
SROUR, Robert Henry. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus,
1998.
Anotações
107
108
Capítulo 4
DINÂMICA ORGANIZACIONAL
AMBIENTE ORGANIZACIONAL
Conteúdo programático
Ambiente sistêmico
Ambiente estrutural
Ambiente empresarial
Objetivo
Ampliar a visão sobre o ambiente organizacional, demonstrando a
existência de fatores de natureza microeconômica e macroeconômica
aos quais a empresa se encontra subordinada.
O diagrama a seguir apresenta, de forma esquemática, a relação entre a empresa
e o ambiente. Observando-o, procure responder: Qual o impacto de mudanças
no ambiente externo no processo decisório das organizações? Como o ambiente
altera a dinâmica organizacional?
Forças
demográficas
Forças
Sistêmico culturais
Estrutural Fornecedores
Concorrentes
Empresarial
Finanças Produção
Empresa Consumidores
Marketing
Recursos
Tecnologia humanos
Ambiente organizacional
O ambiente exerce papel fundamental na dinâmica das organizações. Uma
alteração de regra tributária do governo, por exemplo, pode interferir na decisão
de uma organização sobre o lançamento de um novo produto ou sua entrada em
um novo mercado consumidor. O ambiente organizacional, segundo o modelo de
análise setorial utilizado pelo professor Luciano Coutinho (COUTINHO; FERRAZ,
1995) da Unicamp pode ser classificado em três níveis: sistêmico, estrutural e em-
presarial.
Ambiente sistêmico
O ambiente sistêmico é composto de fatores externos sobre os quais a em-
presa tem pouca ou nenhuma possibilidade de intervir, constituindo parâmetros do
processo decisório. É formado pelas forças demográficas, culturais, econômicas,
tecnológicas e políticas.
Forças demográficas – Aspectos da população humana em termos de
tamanho, densidade, localização, idade, sexo, raça, ocupação, etc.
Forças culturais – Relacionadas com instituições e com fatores que afe-
tam os valores básicos, percepções, preferências e o comportamento da
sociedade. São exemplos de forças culturais o comportamento do con-
110
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
Ambiente estrutural
Também denominado de microambiente, é formado por atores “próximos”
à organização. É definido como um ambiente em que a capacidade de interven-
ção da empresa é limitada pela mediação do processo de concorrência. Por isso,
encontra-se apenas parcialmente sob a área de influência da empresa. O ambiente
estrutural sofre influência das estratégias adotadas pelas empresas que atuam no
mesmo setor, mas a empresa sozinha não pode alterar a configuração estrutural
de um segmento.
O ambiente estrutural engloba fornecedores, consumidores, intermediários,
concorrentes (substitutos e similares) e potenciais entrantes.
Fornecedores – Empresas e indivíduos que fornecem os recursos de
que a empresa necessita para produzir seus bens e serviços.
Intermediários – Firmas que servem como canais de distribuição para
ajudar a empresa a encontrar clientes ou efetuar vendas para esses clien-
tes. Essas firmas incluem atacadistas e varejistas que compram e reven-
dem mercadorias.
Clientes – Consumidores, revendedores, industriais e qualquer outra
organização que tenha interesse na obtenção do que é produzido pela
empresa (bens ou serviços).
Concorrentes – Firmas ou indivíduos que satisfazem o mesmo público-
-alvo com produtos iguais, similares ou substitutos próximos. Uma empre-
sa, para ser bem-sucedida, deve satisfazer as necessidades e desejos
dos consumidores melhor que seus concorrentes.
Potenciais entrantes – Empresas ou indivíduos que podem entrar a
qualquer momento no segmento analisado. Sua entrada depende das
barreiras que existam no setor, a exemplo de conhecimento patenteado,
do protecionismo governamental, acesso privilegiado a canais de distri-
buição, entre outras.
111
Ambiente empresarial
O ambiente empresarial engloba as decisões tomadas pela empresa que
afetam a sua posição no ambiente externo. As decisões podem ser tomadas no que
tange a aspectos financeiros, de marketing, de recursos humanos, de operação, de
qualidade, tecnológicos, etc.
Para refletir
Conhecendo esses ambientes, procure imaginar que
relações existem entre eles. Como você acha que uma
empresa se relaciona com esses fatores externos, na
prática? Que procedimentos internos você acredita que a
organização pode instaurar, pensando nesses ambientes?
112
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
a Transbrasil operam no mercado [...] [em que] a Gol entrou para atuar. Apesar
de terem tarifas mais baixas que a Varig e a Tam, não conseguem oferecer
tarifas tão baixas como a Gol por possuírem uma estrutura operacional de
custos mais elevados. A Transbrasil parou de operar por problemas financeiros
no final do ano de 2001.
É perceptível a mudança causada no setor de aviação brasileiro com a
entrada da Gol. Empresas que antes praticavam preços elevados foram to-
madas por uma concorrente agressiva que barateava os preços em nome de
custos menores. Essa ameaça ambiental mudou o padrão competitivo das em-
presas atuantes no setor, o que jogou para baixo os preços praticados pelos
demais concorrentes, beneficiando claramente os consumidores que passa-
ram a ter acesso a serviços aéreos.
BINDER, Marcelo Pereira. Rede de recursos: um modelo desenvolvido a partir
do caso Gol Linhas Aéreas. In: Encontro Nacional de Pós-Graduação em Administração,
27, 2003 Atibaia. Anais... Atibaia: Enanpad, 2003.
Leitura complementar
A evolução e as previsões para o setor
113
mas existem muitas incertezas sobre a combinação de tecnologias a serem
usadas, e como se deve pagar por elas. No início dos anos 1980, discutia-se
sobre a TV a cabo e as fantásticas oportunidades proporcionadas pelo rede-
senvolvimento industrial de cidades em que o cabo começava a entrar em
declínio, como Liverpool. Nos Estados Unidos, muitos canais a cabo surgiram,
mas sem nenhum padrão específico e, então, vários canais tiveram vida curta.
Em alguns poucos anos, os enormes requisitos de infraestrutura de TV a cabo
foram substituídos pela televisão por satélite, mais elegante, porém também de
capital intensivo. No entanto, mesmo na nova tecnologia há incertezas sobre
o uso de satélites de potências alta, baixa ou média, e sobre o meio de obter
receita entre os clientes. No Reino Unido, somou-se a essa briga a incerteza
com relação aos regulamentos britânicos, àqueles da União Europeia e às
atividades dos canais de transmissão, que outrora eram fornecedores poligo-
polistas. Com toda essa incerteza, não é surpresa alguma que os consumido-
res tenham demonstrado relutância em adotar as novas oportunidades à sua
disposição.
Os grandes prejuízos associados ao estágio de introdução de um setor
são demonstrados pelos prejuízos sofridos pelos pioneiros das tecnologias
concorrentes no setor de vídeo. De três tecnologias concorrentes de gra-
vações em videodiscos e videocassetes, em meados dos anos 1980, so-
mente uma, a VHS, sobreviveu. Assim, dois dos perdedores dessa batalha
(a Phillips – com o disco laser e VCRs V2000 – e a Sony – com o formato
BetaMax) planejaram a introdução da reprodução de som e imagem com
base no laser com muito mais cuidado no final dos anos 1980 e nos anos
1990. Os dois líderes do setor colaboraram no desenvolvimento de um disco
compacto-padrão (conhecido como CD) e licenciaram amplamente a tecno-
logia para poder acelerar sua difusão e reduzir a incerteza dos clientes. Com
o estabelecimento de uma única tecnologia, era menos provável que o CD
sofresse as faltas de softwares, que fizeram dos videodiscos algo rejeitado
pelos consumidores. Os clientes ainda enfrentavam custos de mudança po-
tencialmente altos, caso substituíssem sua coleção de LPs por CDs, mas
esse impacto foi reduzido ao focar segmentos conscientes da qualidade do
som e os usuários mais fanáticos. O CD também pôde ser integrado aos sis-
temas de som existentes e rapidamente tornou-se um componente-padrão
nos sistemas de som mais baratos.
Na transição para a maturidade a incerteza diminui, mas a concorrên-
cia torna-se mais intensa. Normalmente, o crescimento rápido, [...] a pouca
concorrência e o tamanho aparente desses setores durante a última parte do
estágio de introdução atraem muitos concorrentes. Aqueles que evitaram a
incerteza do primeiro estágio acham que já é hora de entrar no mercado. Essa
decisão, normalmente, coincide com a transição para a maturidade em um
mercado no qual a concorrência aumenta, os lucros diminuem, o crescimento
se desacelera e a capacidade torna-se excessiva, com mais empresas “subin-
114
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
115
focada e cortando os custos. Compreender o estágio de evolução do setor
é essencial se uma empresa quiser evitar trabalhar em um ambiente com o
qual ela não está familiarizada, e com um estilo inadequado de gestão.
HOOLEY, Graham J.; SAUNDERS, John A.; PIERCY, Nigel F.
Estratégias de marketing e posicionamento competitivo.
3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
Tradução de Robert Brian Taylor.
Síntese
Você estudou:
Ambiente organizacional e sua importância para o processo decisório das orga-
nizações.
Ambiente sistêmico, formado pelas forças demográficas, forças culturais, forças
econômicas, forças tecnológicas e forças políticas.
Ambiente estrutural, formado por fornecedores, intermediários, clientes, concor-
rentes e potenciais entrantes.
Ambiente empresarial, que engloba as atividades desenvolvidas internamente
pela organização.
Atividade
Com o conhecimento que você tem agora sobre o assunto, seria possível di-
zer que os ambientes sistêmico, estrutural e empresarial ajudam a analisar os seto-
res de uma organização nos seus diversos estágios evolutivos? Construa um texto
em que você dê exemplos e compartilhe-o no ambiente virtual de aprendizagem.
Referências
BINDER, Marcelo Pereira. Rede de recursos: um modelo desenvolvido a partir do caso
Gol Linhas Aéreas. In: Encontro Nacional de Pós-Graduação em Administração, 27, 2003
Atibaia. Anais... Atibaia: Enanpad, 2003.
COUTINHO, Luciano G.; FERRAZ, João Carlos. Estudo da competitividade da indústria
brasileira. 3. ed. Campinas: Papirus, 1995.
HOOLEY, Graham J.; SAUNDERS, John A.; PIERCY, Nigel F. Estratégias de marketing e
posicionamento competitivo. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. Tradução de
Robert Brian Taylor.
PORTER, Michael. Estratégias competitivas: técnicas para a análise de indústrias e da
concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986.
______. Vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
116
Capítulo 4
DINÂMICA ORGANIZACIONAL
INOVAÇÃO E MUDANÇA
Conteúdo programático
Conceito de inovação tecnológica
Objetivo
Discutir a relevância da inovação no processo de dinâmica
organizacional e sua colaboração para a mudança da empresa, em prol
da sobrevivência no contexto empresarial.
Agora, vamos falar de inovação dentro das organizações. Sobre esse tema,
leia, abaixo, trechos de um artigo escrito por Carlos Ghosn, presidente e CEO
da Nissan:
O motor da inovação
Em março de 1999, Louis Schweitzer, CEO da Renault, ligou-me para
saber se eu não gostaria de ir a Tóquio liderar uma reviravolta na Nissan, a
combativa gigante automotiva do Japão. As duas empresas haviam acabado
de selar uma aliança estratégica pela qual a Renault assumiria 5,4 bilhões de
dólares da dívida da Nissan em troca de uma participação acionária de 36,6%.
Juntas, as duas montadoras se tornariam a quarta maior fabricante de veículos
do mundo. No papel, o acordo fazia muito sentido para ambas as partes. A
força da Nissan na América do Norte preenchia uma lacuna importante para
a Renault, ao passo que o capital desta última reduzia a dívida colossal da
Nissan. Os pontos fortes de cada uma delas também se complementavam: a
Renault era conhecida por seu design inovador e a Nissan, pela qualidade de
sua engenharia.
Mark Tollerman
os modelos
exibição divers
, em Tó qu io, mantém em
an o.
O Museu Niss da organizaçã
toda a história
fabricados em
118
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
119
a empresa lançara no Japão e na Europa, o March (ou Micra, na Europa), por
exemplo, já tinham quase nove anos. A concorrência, por sua vez, lançava um
produto novo a cada cinco anos. O primeiro carro lançado pela Toyota nesses
mercados tinha menos de dois anos. O March havia passado por algumas
modificações cosméticas no decorrer dos anos. Mas, basicamente, competía
mos por 25% do mercado japonês e um percentual semelhante do mercado
europeu com um produto antigo. As demais linhas de produção enfrentavam
problemas parecidos.
O motivo pelo qual a Nissan deixara de investir no desenvolvimento de
seus produtos era simples: economia. Pressionada por perdas operacionais
persistentes e por uma dívida cada vez maior, a empresa estava permanen-
temente em dificuldades financeiras. Não era preciso que fosse assim. Na
verdade, a Nissan tinha muito capital – o problema é que ela estava presa
a investimentos financeiros (que em nada contribuíam para seu negócio) e
também a propriedades, sobretudo em parcerias de keiretsu. O sistema de
keiretsu é uma das características mais duradouras do cenário econômico
japonês. Por meio dele, as empresas industriais têm participação acioná-
ria em outras companhias. Acredita-se que isso promovia a lealdade e a
cooperação mútua. No caso de grandes empresas, o portfólio chega à casa
dos bilhões de dólares. Quando cheguei à Nissan, descobri que a empresa
possuía mais de 4 bilhões de dólares investidos em centenas de empresas
diferentes.
Acontece que a maior parte dessas participações acionárias era pequena
demais para que a Nissan pudesse impor algum tipo de alavancagem adminis-
trativa a essas empresas, muito embora o volume de dinheiro envolvido fosse
quase sempre bastante significativo. [...] Qual a lógica de aplicar um volume tão
grande de dinheiro em 4% de uma companhia concorrente se não podia nem
mesmo atualizar seus próprios produtos?
Foi por isso que, pouco depois que eu cheguei, começamos a desman-
telar nossos investimentos de keiretsu. Apesar do temor generalizado de que
essa queima prejudicasse nosso relacionamento com os fornecedores, ocor-
reu exatamente o contrário: hoje, nossos laços são mais fortes que nunca. O
fato é que nossos parceiros distinguem muito bem entre a Nissan cliente e
a Nissan acionista. Pouco importa a eles o que fazemos com nossas ações,
contanto que continuemos seus clientes. Na verdade, parece que a redução
de nossos ativos foi benéfica para eles, pois não apenas concederam o des-
conto que a Nissan pedia como ainda aumentaram sua lucratividade. Todos
os clientes da Nissan incrementaram seus lucros em 2000. Embora a quebra
do keiretsu parecesse uma atitude radical na época, muitas outras empresas
japonesas hoje trilham esse mesmo caminho.
GHOSN, Carlos. Como salvar o negócio. Exame – Harvard Business Review, São Paulo:
Abril, abr. 2003. Edição Especial. Disponível em: <http://www.skywalker.com.br/artigos/
gestao/nissan.htm>. Acesso em: 12 fev. 2008.
120
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
121
Inovação radical Inovação incremental
Inovação radical é um produto, pro- A inovação incremental represen-
cesso ou serviço que apresenta ca- ta uma melhoria de processo ou de
racterísticas de desempenho sem produto que não requer nova configu-
precedentes ou características já ração dos sistemas produtivos, mas
conhecidas que promovam melho- representa inovações “menores”, sem
ras significativas de desempenho ou alterar drasticamente a forma como
custo e transformem os mercados se produz algo ou o produto em si.
existentes ou criem novos merca-
dos.
122
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
Leitura complementar
A estratégia em ação
Trade-offs Do inglês, trade refere-se à negociação, e o elemento off indica que algo é deixado de
fora. Trade-off, assim, poderia se traduzir como uma negociação em que se abre mão de alguma
coisa, em que se faz uma concessão.
123
nhia de serviço completo em outras rotas, continuou a colaborar com agências
de viagem e a utilizar uma frota de diferentes aeronaves. Continuou também a
providenciar a verificação da bagagem e a reservar lugares. Mas uma posição
de mercado estratégica não é sustentável, se não houver trade-offs. Fazer as
duas coisas resultará sempre em falhas na eficiência total.
Os trade-offs criam a necessidade de escolha e protegem a organização
contra reposicionadores e imitadores. Surgem por três motivos. O primeiro,
deve-se a inconsistências na imagem e reputação. Uma organização conheci-
da por fornecer um tipo de valor poderá arruinar a sua credibilidade e confundir
os clientes se tentar fornecer outro tipo de valor ou se fornecer, em simultâneo,
dois serviços incompatíveis. Por exemplo, o creme dental brasileiro Sorriso,
posicionado como um creme dental econômico, teria muitas dificuldades em
reconfigurar a sua imagem para igualar a reputação do creme dental medicinal
Sensodyne. A criação de uma nova imagem custa muito dinheiro para a orga-
nização, o que é uma forte barreira à imitação.
O segundo motivo é que os trade-offs surgem dos próprios processos
de negócio. Quanto mais a Ikea configura os seus processos de negócio para
baixar os custos, menos capaz é de satisfazer os clientes que exigem elevados
níveis de serviço. Finalmente, os trade-offs surgem de limitações na coordena-
ção interna e no controle. Ao optar por competir de uma forma e não de outra,
a alta direção torna claro quais são as prioridades da organização. As que ten-
tam ser todas as coisas para todos os clientes, arriscam-se a que os gestores
tomem decisões sem terem linhas de referência concretas.
Posicionar os trade-offs é decisivo para competir e é essencial à estraté-
gia de negócio. Os trade-offs criam a necessidade de escolha e impõem limites
àquilo que uma organização oferece. Evitam a imitação e o reposicionamen-
to dos rivais. Em regra, os falsos trade-offs entre custo e qualidade ocorrem
quando existem esforços redundantes, baixo controle ou fraca coordenação.
Após uma década beneficiando-se das vantagens de produtividade, a Honda
Motors Company e a Toyota Corporation atingiram, recentemente, esse limite.
Em 1995, perante à não aceitação dos preços cada vez mais elevados por par-
te dos clientes, a Honda descobriu que a única forma de produzir automóveis
mais econômicos estaria em reduzir os acessórios. [...]
Na última década, à medida que os gestores aperfeiçoaram a eficiência
operacional, aprenderam também que a eliminação de trade-offs é uma boa
ideia. Mas, se não houver trade-offs, as organizações nunca terão uma vanta-
gem competitiva sustentável sobre os seus rivais. Terão sempre de correr cada
vez mais rápido para se manterem na mesma posição relativa.
Ao voltar à questão: “O que é a estratégia de negócio?”, verifica-se que
os trade-offs dão uma nova dimensão à resposta. A estratégia de negócio sig-
nifica fazer escolhas de posicionamento competitivo. A essência da estratégia
de negócio é decidir o que não fazer. Sem os trade-offs, não haveria neces-
124
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
125
Em segundo lugar, a adaptação ocorre quando as atividades se refor-
çam. Por exemplo, a Neutrogena Corporation encoraja os hotéis de prestígio a
oferecer aos clientes o seu sabonete recomendado pelos dermatologistas. Os
hotéis dão à Neutrogena Corporation o privilégio de utilizar a sua embalagem,
enquanto os rivais têm de utilizar um rótulo com o nome do hotel. Uma vez
que os hóspedes experimentam o Neutrogena Corporation no hotel, é mais
provável que comecem a adquiri-lo em farmácias. Logo, a utilidade medicinal
do Neutrogena Corporation e a sua estratégia de marketing para a hotelaria
reforçam-se mutuamente.
O terceiro tipo de adaptação vai para além do reforço do processo de
negócio. É o chamado esforço de otimização. A GAP, loja de roupa casual, con-
sidera essencial à sua estratégia de negócio a disponibilidade do produto nas
lojas. Por isso, reabastece a sua linha básica de vestuário quase diariamente
a partir de três armazéns. Enquanto os varejistas fazem a completa renovação
de estoques três a quatro vezes por ano, a GAP o faz 7,5 vezes por ano.
Nos três tipos de adaptação, o todo interessa mais do que as partes
individuais. A vantagem competitiva nasce do sistema integrado de atividades.
A adaptação entre as atividades reduz substancialmente os custos e aumenta
a diferenciação. Por isso, nas organizações competitivas, pode ser enganoso
explicar o sucesso especificando as forças individuais, as competências cen-
trais e os recursos-chave. A lista de pontos fortes atravessa muitas funções, e
reforça-se mutuamente.
Por outro lado, a adaptação estratégica entre os vários processos de
negócio é crucial não só à vantagem competitiva, mas à sustentabilidade des-
sa vantagem. É mais difícil aos rivais igualarem um conjunto de processos
de negócio interligados do que imitar uma estratégia de negócio particular,
um processo tecnológico, ou um conjunto de características de um produto.
Uma organização concorrente que procure copiar um conjunto de processos
de negócio pouco ganha se imitar apenas alguns processos de negócio e não
o todo. A sua performance não melhorará, ao contrário, só se degradará como
aconteceu à Continental ao tentar imitar a Southwest Airlines.
Finalmente, a adaptação entre os processos de negócio de uma organiza-
ção cria pressões e incentivos para aperfeiçoar a eficiência operacional, o que
torna a imitação ainda mais difícil. Quando os processos de negócio se comple-
mentam, os rivais pouco se beneficiarão da imitação, a não ser que consigam
copiar o sistema completo. Por outro lado, a adaptação faz com que um bom
desempenho de um processo de negócio melhore o desempenho dos restantes,
o que tende a promover vencedores que ganham em todas as competições.
É o caso da vitória da Toys ‘R’ Us sobre a Child World e a Leisure Land,
que têm estratégias de negócio semelhantes. Nesses casos, é preferível pro-
curar uma nova posição estratégica do que ser o segundo ou terceiro imitador
de uma posição já ocupada. Uma das implicações é que as posições estraté-
126
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
gicas deverão ter uma certa longevidade, geralmente de uma década ou mais,
e não apenas de um único ciclo de planejamento, entretanto, elas precisam
ser revalidadas a cada ciclo de planejamento, garantindo a sua adequação
às condições previstas para o mercado em que atua a organização. Realizar
alterações frequentes no posicionamento estratégico ocasionam muitos dis-
pêndios de recursos para a organização. Para minimizar os impactos ocasio-
nados pela não adequação de um determinado posicionamento estratégico,
as revisões estratégicas devem ser realizadas anualmente, projetando-se o
cenário de concorrência para mais três ou quatro anos, ao que se dá o nome
de horizonte.
MAGALHÃES, Ivan Luizio G.; PINHEIRO JR., Walfrido Mathias B. A estratégia em ação.
Disponível em: <http://www.janelanaweb.com/digitais/magalhaes8.html>.
Acesso em: 10 mar. 2008. (Adaptado).
Síntese
Você analisou:
O conceito de “inovação tecnológica”, que é de fundamental importância para a
compreensão do progresso técnico das organizações.
Os tipos de inovação tecnológica: radical e incremental.
As estratégias que podem ser usadas pela empresa com relação às inovações
possíveis.
Referências
GHOSN, Carlos. Como salvar o negócio. Exame – Harvard Business Review, São Paulo:
Abril, abr. 2003. Edição Especial. Disponível em: <http://www.skywalker.com.br/artigos/
gestao/nissan.htm>. Acesso em: 12 fev. 2008.
127
JÚLIO, Carlos Alberto; SALIBI NETO, José (Orgs.). Inovação e mudança: autores e
conceitos imprescindíveis. 1. ed. São Paulo: Publifolha, 2001. (HSM Management).
MAGALHÃES, Ivan Luizio R. G.; PINHEIRO JR., Walfrido Mathias B. A estratégia em ação.
Disponível em: <http://www.janelanaweb.com/digitais/magalhaes8.html>. Acesso em: 10
mar. 2008. (Adaptado).
PORTER, Michel. Estratégias competitivas: técnicas para a análise de indústrias e da
concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986.
______. Vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
SCHUMPETER, Joseph A. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Fundo de
Cultura, 1961. Tradução de Ruy Jungmann.
TIGRE, Paulo Bastos. Inovação e teorias da firma em três paradigmas. Revista de Economia
Contemporânea, Rio de Janeiro: UFRJ, n. 3, jan. 1998.
Anotações
128
Capítulo 4
DINÂMICA ORGANIZACIONAL
CULTURA ORGANIZACIONAL
Conteúdo programático
Conceito de “cultura organizacional”
Objetivo
Apresentar o conceito de “cultura organizacional” e discutir a sua
importância para as organizações atuais.
Vamos buscar conhecer mais sobre como a cultura organizacional é construída e
qual a sua relevância. Vamos pensar também em fatores que ajudem a mensurar a
cultura de uma organização.
As imagens mostram uma festa famosa em um lugar no Brasil. É possível
identificar que lugar é esse e a que festa se referem?
Fotos: Agência Vídeo Park
Telefones: (xx92) 3533-5000 / 9135-5000 / 8123-5000
Sabe por que é fácil responder a essa pergunta olhando as imagens aci-
ma? Porque elas refletem um aspecto cultural de uma sociedade na qual você
está inserido. Quando fazemos parte de um ambiente cultural nos identificamos
com os seus signos, símbolos, sua linguagem e todas as suas demonstrações
culturais.
A cultura é um conjunto de crenças, manifestações artísticas, valores mo-
rais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo ser humano como
membro de uma determinada sociedade. A cultura é um conceito antropológico e
sociológico que comporta múltiplas definições. Enquanto para uns a cultura é a
forma pela qual uma comunidade satisfaz as suas necessidades materiais e psi-
cossociais, para outros é a forma pela qual uma comunidade define seu perfil em
função da necessidade de adaptação ao meio ambiente. No contexto organizacio-
nal, a cultura é entendida como forma aceita e estável de interações e de relacio-
namentos sociais típicos de uma organização.
Alguns indicadores podem ser usados para mensurar a cultura de uma orga-
nização: a identificação das pessoas com a organização, o incentivo à criatividade
130
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
Indicador Significado
Para refletir
É possível mudar a cultura organizacional de uma empresa?
Como?
131
Ponto: o caso contra a mudança organizacional
Como a cultura de uma organização é composta de características rela-
tivamente estáveis, isto sugere que cultura é algo muito difícil para a adminis-
tração mudar. Uma conclusão como esta estaria correta.
A cultura de uma organização desenvolve-se através de muitos anos e
está enraizada em valores profundamente defendidos com os quais os empre-
gados estão fortemente comprometidos. Além disso, há várias forças operando
continuamente para manter uma dada cultura. Estas incluiriam declarações
escritas sobre a missão e filosofia da organização, o planejamento de espaços
físicos e edifícios, o estilo de liderança dominante, os critérios de contratação,
as práticas de promoções passadas, os rituais entrincheirados, as histórias
populares sobre pessoas-chave e acontecimentos, os critérios de avaliação de
desempenho históricos da organização e a estrutura formal da organização.
Políticas de seleção e promoção são dispositivos especialmente impor-
tantes que trabalham contra a mudança cultural. [...] tentativas de mudar uma
cultura, como contratar um novo executivo-chefe fora da organização, são im-
prováveis de ser eficazes. A evidência indica que é mais provável que a cultura
mude o executivo, e não o contrário. Por quê? Ela está entrincheirada demais e
mudar torna-se uma ameaça em potencial para o próprio interesse dos mem-
bros. Na verdade, uma visão mais pragmática da relação entre cultura de uma
organização e seu executivo-chefe seria observar que a prática de preencher
posições gerenciais de nível sênior de atuais empregados gerenciais assegura
que aqueles que dirigem a organização foram totalmente doutrinados na cul-
tura da organização. A promoção de dentro fornece a estabilidade e diminui a
incerteza. [...]
[...] No caso incomum em que uma organização enfrenta uma crise que
ameaça a sua sobrevivência – uma crise universalmente reconhecida como
uma verdadeira situação de vida ou morte –, os membros da organização se-
rão receptivos aos esforços de mudança cultural. [...] Entretanto, é improvável
que qualquer coisa menor do que uma crise seja eficaz para promover mudan-
ça cultural.
132
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
Cultura
organizacional
133
dos e como estes se relacionam entre si. Representam um conjunto de
paradigmas que condicionam o nosso comportamento, cuja origem pode
ser desconhecida e ainda assim pouco questionada. É com base em de-
terminado conjunto de crenças, valores e preconceitos que tomamos a
decisão de agir de uma maneira ou de outra.
Cerimônias e rituais – Representam procedimentos e atividades plane-
jadas que compreendem eventos sociais, como festas comemorativas,
convenções de vendas, feiras de negócios, etc. O objetivo das cerimônias
e dos rituais é a valorização dos melhores desempenhos e dos colabora-
dores mais envolvidos com determinada organização.
Símbolos – São palavras, ações ou objetos que apresentam significado
para pessoas e organizações. Encontram-se nessa categoria a marca
institucional, logotipos, uniformes, fardas, etc. Os símbolos também auxi-
liam o indivíduo na criação de uma identidade com a organização à qual
pertencem.
A combinação desses elementos ajuda na construção da cultura de uma or-
ganização; trata-se, portanto, de um fato social. A cultura organizacional é fruto da
experiência de um grupo, da relação entre as pessoas e das pessoas com a organi-
zação. As normas podem interferir nos resultados da empresa em aspectos como:
o padrão de qualidade praticado e a quantidade de produção;
a disposição dos funcionários em colaborar com a organização;
o comportamento ético;
a forma de se vestir;
a utilização do horário comercial na organização.
Leitura complementar
Vamos discutir a relação?
134
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
135
balho, então, surpreendentemente gelada. A confiança na empresa aparece
como a oitava melhor questão dentre as 64 avaliadas pelos funcionários – a
identidade está altíssima. Já a confiança nos colegas de equipe é a quinta pior.
“A organização estimula o pessoal a aprender, mas cria um ambiente de baixa
confiança. E esse é um ponto fundamental para o aprendizado: não é possível
aprender com quem não se tem confiança”, diz André Fischer. O nível de con-
cordância dos funcionários que responderam à pesquisa em relação à questão
“Nesta empresa as pessoas estão sempre dispostas a ajudar umas às outras?”
foi crítico. “Competição sadia estimula as pessoas, mas o clima de cooperação
e de solidariedade também deve fazer parte dos valores da empresa. A inicia-
tiva de mudar a cultura é dela. É ela que vai pinçar as pessoas no mercado e é
ela que escolhe os gestores”, completa Joel Dutra. Está aí mais um paradoxo
para as melhores empresas: o desafio de conquistar a confiança das pessoas
para se manter competitiva no mercado.
MARI, Juliana de. Vamos discutir a relação? Disponível em: <http://portalexame.abril.com.br/
servicos/ melhoresempresasparatrabalhar/m0099679.html>. Acesso em: 12 fev. 2008.
Síntese
Você estudou o conceito de “cultura organizacional” e o seu significado nas
organizações. Foram discutidos os principais indicadores de cultura organizacional
e a relação desse conceito com o clima de uma empresa.
Atividade
Com base na leitura complementar e no que você estudou, analise de que
forma a cultura organizacional pode interferir positivamente ou negativamente na
produtividade de uma empresa.
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: McGraw-Hill,
1997.
MARI, Juliana de. Vamos discutir a relação? Disponível em: <http://portalexame.abril.com.
br/servicos/melhoresempresasparatrabalhar/m0099679.html>. Acesso em: 12 fev. 2008.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2000.
______. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade na economia
globalizada. São Paulo: Atlas, 2000.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos, 1998. (Adaptado).
136
Capítulo 4
DINÂMICA ORGANIZACIONAL
MUDANÇA E APRENDIZAGEM
Conteúdo programático
Aprendizagem organizacional
Mudança
Resistência a mudanças
Objetivo
Apresentar os conceitos de “mudança” e “aprendizagem organizacional”,
avaliando seu impacto na dinâmica das organizações.
Para refletir
Que forças agem sobre a organização produzindo
mudanças? Você já ouviu falar em “organizações que
aprendem”? Sabe do que se trata?
Que resistências dentro das organizações podem impedir
que a mudança seja um processo natural e contínuo?
da inte-
informação co mo instrumento
uso da tecnologia da
Intensificação do
cional.
gração organiza s de cisões organizaci
onais.
aç ão e da
Descentralização
da inform tos modulares
od ut ivos in du st riais: equipamen
s processos pr
Flexibilidade no
programáveis. mudanças.
de or ga ni za ci onal de produzir
Necessida res preços.
co m pe tid or es oferecendo melho
Superação dos
os a bens.
Serviços associad umidor.
ut or , fo rnecedor e cons mu-
Cooperação en tre pr od
ito s e re sp on sá vel por promover
seus dire
o, consciente de
Consumidor ativ
cionais.
danças organiza
s.
nças estratégica
Formação de alia qu isa e Desenvolv
imento).
P & D (P es
nsivo em
Investimento inte
ticalizada.
Produção desver o à produção em m
assa.
su bs tit ui çã
copo em
Produção em es de obra.
en te qu an to à formação de mão
ig
Mercado mais ex formações.
co ns ta nt es m udanças e trans
Mercados em
138
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
Tecnologia
Estrutura
Pessoas
Disposição
física
139
A estrutura de uma organização é definida pela forma como as tarefas são
formalmente divididas, agrupadas e coordenadas. As alterações de estrutura im-
pactam na esfera de controle e no exercício do poder e da autoridade de uma
organização.
As mudanças tecnológicas geralmente envolvem a introdução de novos equi-
pamentos, ferramentas ou métodos, automação e informatização.
O ambiente físico pode ser alterado por exigências do trabalho, ergonomia,
melhoria do ambiente, etc.
A mudança de pessoas envolve alterar atitudes e comportamentos dos mem-
bros organizacionais por meio de processos de comunicação, tomada de decisão
e solução de problemas.
As pessoas são naturalmente resistentes a mudanças por diversas razões:
medo do desconhecido, costumes e hábitos enraizados, inércia, insegurança ou
medo de perder a segurança, fatores econômicos, etc.
A resistência organizacional pode ocorrer por diversas razões, como:
ameaça às alocações de recursos estabelecidas;
inércia estrutural;
foco limitado de mudança;
inércia do grupo;
ameaça à especialização;
ameaça às relações de poder estabelecidas;
ameaça às alocações de recursos estabelecidas.
Para refletir
E você, está preparado para a mudança? Para você, a
mudança geralmente surge como oportunidade ou como
ameaça?
Leitura complementar
Aprendizagem organizacional
Introdução
O atual contexto das pessoas na organização reflete o momento de avan-
ços em programas de aprendizagem no meio empresarial. O desenvolvimento
humano e a aprendizagem organizacional vêm sendo estudados por muitos
autores que consideram sua relevância para a formação do capital humano
nas organizações.
A sociedade contemporânea e os avanços tecnológicos contribuem
para a visão e atenção a esse novo olhar para a aprendizagem organizacio-
140
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
141
crescimento e desenvolvimento em que aprendem e ensinam muitos concei-
tos que trazem de sua experiência. As pessoas necessitam desenvolver-se
por si mesmas para atender ao que a organização ou ambiente profissional
demanda.
Indicação de leitura
Quem mexeu no meu queijo?, de Spencer Johnson,
publicado pela Editora Record, 2001, 21.a edição.
É a história de quatro personagens – dois ratos e dois
humanos do mesmo tamanho dos roedores – que vivem
em um labirinto em eterna procura por queijo. O queijo
142
Introdução à Gestão de Organizações – Capítulo 4
Síntese
Você estudou:
A importância do conhecimento para a transformação organizacional.
As megatendências, que são as características do contexto organizacional que
têm alterado o processo decisório nas empresas.
As possíveis categorias de mudança organizacional: estrutura, tecnologia,
disposição física e pessoas.
Atividade
Com base na leitura do texto complementar, analise a importância do desen-
volvimento humano no processo de aprendizagem organizacional e o papel das
atividades de treinamento e desenvolvimento nesse processo.
Referências
BOOG, Gustavo. Manual de treinamento e desenvolvimento. 3. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 1999.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
______. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: McGraw-Hill, 1997.
DRUCKER, Peter Ferdinand. Admirável mundo do conhecimento. Barueri: HSM Management,
1997.
GUNS, Bob. A organização que aprende rápido. 1. ed. São Paulo: Futura, 1998.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2000.
______. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade na economia
globalizada. São Paulo: Atlas, 2000.
MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, John W. Administração de recursos humanos. 1. ed.
São Paulo: Atlas, 2000.
143
SANCHES, Larissa Rolim. Aprendizagem organizacional. Disponível em: <http://meuartigo.
brasilescola.com/educacao/aprendizagem-organizacional.htm>. Acesso em: 8 fev. 2008.
SENGE, Peter M. A quinta disciplina. São Paulo: Best Seller, 1990.
______. As cinco disciplinas. Barueri: HSM Management, 1998.
Anotações
144