You are on page 1of 12

ÉTICA, CIDADANIA E

SUSTENTABILIDADE
AULA 3

Prof. Nivaldo Vieira Lourenço


CONVERSA INICIAL

Os diferentes critérios éticos no mundo contemporâneo e a agenda 2030


para o desenvolvimento sustentável
Iremos expor aqui a experiência ético-moral desde a modernidade até o
período contemporâneo, e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Neste contexto, estudaremos os diferentes critérios éticos no mundo
contemporâneo e apresentaremos os 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável e sua relação com o tema ética, cidadania e sustentabilidade:

1. Ética existencialista e ética da ação comunicativa;


2. Ética da alteridade e da transcendência religiosa; da civilização
tecnológica; e a teoria ética da justiça;
3. Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável – (Objetivos 1 ao 8);
4. Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável – (Objetivos 9 ao 17); e
5. Desafios para o planejamento da Agenda 2030 no Brasil.

Esses assuntos farão que seja compreendida a questão da experiência


ético-moral na sociedade atual, assimilando os diferentes modos de ver a ética
como filosofia em planos elaborados por diversos países, pensando no bem do
planeta e das pessoas que vivem nele.
Compreenderemos as condições históricas do período contemporâneo,
tais como: o desafio para o alcance da compreensão da convivência e do
respeito às diferentes expressões culturais e sociais, a necessidade de buscar
soluções para os diversos problemas vivenciados na sociedade e a necessidade
de implantar uma sociedade com mais paz universal, conforme os objetivos da
Agenda 2023.

TEMA 1 – ÉTICA EXISTENCIALISTA E ÉTICA DA AÇÃO COMUNICATIVA

A ética existencialista tem como centro principal a existência do


indivíduo. Propõe que o indivíduo é aquilo que faz de si e de sua vida, nos limites
das determinações físicas, políticas e histórico-sociais. Essa corrente de
pensamento considera que não existe uma natureza humana ideal e que a
existência real está sempre em desenvolvimento.
O ponto principal dessa teoria é a capacidade de o indivíduo
contemporâneo responder às crises da civilização, pela própria capacidade

2
humana de prover criações e artefatos sociais e industriais destrutivos,
relacionando-as assim a uma nova dimensão: a da liberdade – necessidade –
responsabilidade participativa. O existencialismo tem se desenvolvido como
reflexão sobre a condição humana, pois há uma grande diversidade de ideias e
teorias, mas poderemos observar que ele se constitui em duas bases principais.
O existencialismo ateu enfatiza: o indivíduo como ser-no-mundo; eu
individual concreto; o próprio sujeito como fundamento básico de todo valor. Por
sua vez, o existencialismo cristão enfatiza: realidades concretas do indivíduo
(que vive, luta e sofre) e valores humanos.
A ética da ação comunicativa tem como principal pensador o filósofo
alemão Jürgen Habermas, que apresenta uma nova concepção de
racionalidade, com um modo diferente de entender os valores e os princípios da
sociedade capitalista, fazendo os seguintes questionamentos: É fundamental
comunicar-se? Como comunicar-se efetivamente? É necessário buscar
consenso?
As duas características principais da ética da ação comunicativa são: ser
participativa e discursiva. Habermas (1989) afirma que a busca pelo consenso
só poderá ser atingida quando o discurso for produzido por uma regra de
argumentação, ou seja, pela superação do critério ou do princípio de
universalização teórica.
O princípio mediador é a indução, no caso do discurso teórico, e a
universalização, no caso da ação prática. O princípio da universalização é o que
possibilita o acordo com argumentações morais. Os estudos referentes à ética
participativa e discursiva afirmam que todos têm o direito de emitir sua opinião
no grupo de argumentação e deliberação.
De acordo com Habermas (1989), a participação efetiva dos indivíduos
“pode prevenir a deformação da perspectiva na interpretação dos interesses
próprios dos demais participantes, e isso somente é possível pela ação
comunicativa de cada indivíduo”.

TEMA 2 – ÉTICA DA ALTERIDADE, DA TRANSCENDÊNCIA RELIGIOSA; DA


CIVILIZAÇÃO TECNOLÓGICA; E A TEORIA ÉTICA DA JUSTIÇA

A ética da alteridade e da transcendência religiosa apresenta como


foco principal os princípios da ação humana, com base em princípios de encontro
e reencontro consigo e com o outro. Surge no século XX, com os pensamentos
3
de Emmanuel Lévinas (1906-1995), que faz críticas à moralidade e à eticidade
da sociedade contemporânea, por meio dos princípios bíblicos do judaísmo e do
Talmud, com fundamentos de religiosidade. Importante lembrar que eticidade é
um substantivo feminino que expressa a qualidade do que é ético e moral,
caracterizando alguém que age dessa forma.
Na ética da transcendência religiosa de Lévinas, a alteridade
(singularidade) é um princípio fundamental, que precisa permear o caminho da
moralidade como um de seus fundamentos definitivos.
A ética da civilização tecnológica apresenta como princípios a
igualdade e a responsabilidade entre os homens, em face de suas conquistas e
invenções. Sobre esse tema, Hans Jonas (1903-1993), pensador alemão,
propõe em seus estudos uma reflexão sobre e do campo tecnológico, e suas
conquistas na sociedade contemporânea. Afirma que as éticas tradicionais estão
“caducas” e que o mundo necessita de novos princípios, também questionando
a tecnologia e a ciência em seus modelos artificialistas, voltados à tentativa de
prolongar a vida, controlar os comportamentos, e proceder à manipulação da
vida pela engenharia genética. Resume seus imperativos em quatro
necessidades e modos de ação entre os sujeitos, sugerindo a importância de se
estabelecerem as seguintes ações:

1. Permanência de uma vida autêntica e humana;


2. Ações não subservientes, mas de responsabilidade e solidariedade;
3. Ações que não tenham efeitos destrutivos e que possibilitem a existência
de redes de comunicação colaborativas em prol do agir comunicativo; e
4. Ações integradas para possibilitar um futuro de sobrevivência global para
toda a humanidade.

Para entendermos a teoria ética da justiça, iremos estudar as análises


apresentadas por John Rawls (1921-2002) em duas de suas obras: Ética da
justiça e Uma teoria da justiça, respondendo às seguintes perguntas:

1. O que é justiça?
2. O que é uma ordem justa e estável?
3. Como se explicam as regras que presidem a distribuição dos bens e as
vantagens entre os indivíduos?

Para responder a tais perguntas, devemos raciocinar com base nos


princípios do estabelecimento da justiça entre homens e mulheres, num esforço

4
para reconduzir a relação de liberdade, verdade e justiça em uma nova ordem
cultural, na qual prevaleçam as relações de equidade e harmonia, visando ao
bem coletivo.
Dois princípios de justiça caracterizam o pensamento de Rawls: os
princípios da equidade (igualdade), com base nos quais há uma conjunção de
esforços dos iguais para respeitar os diferentes; e o convívio justiça-virtude-
princípio, que confere sentido ao sonho humano de todas as civilizações: viver.

TEMA 3 – AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


(OBJETIVOS 1 AO 8)

Vamos iniciar o assunto do Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030,


lembrando que nos dois tópicos anteriores desta etapa estudamos os diferentes
critérios éticos no mundo contemporâneo e agora deveremos trazer estes
conhecimentos para a Agenda 2030, que apresenta os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável com 169 metas, construídas sobre os Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio.
Como nossa caminhada é sobre ética, cidadania e sustentabilidade,
poderemos observar que os 17 Objetivos têm como principais metas concretizar
os direitos humanos de todos e alcançar a igualdade de gênero e o
empoderamento das mulheres, ou seja, para alcançar essas metas é necessária
a compreensão do estudo da ética no mundo atual. Os Objetivos se equilibram
em três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a
ambiental.
Os Objetivos e metas estimularão a ações em áreas de importância para
a humanidade e para o planeta, sendo:

1. Para as pessoas: acabar com a pobreza e a fome, garantir que todos os


seres humanos possam realizar o seu potencial em dignidade e
igualdade.
2. Para o planeta: proteger o planeta da degradação, sobretudo por meio do
consumo e da produção sustentáveis e por medidas urgentes em relação
à mudança climática.
3. Para a prosperidade: assegurando aos seres humanos desfrutar de uma
vida próspera e de plena realização pessoal, e que o progresso
econômico, social e tecnológico ocorra em harmonia com a natureza.

5
4. Para a paz: promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas, que estão
livres do medo e da violência.
5. Com parcerias: implementação da Agenda por meio de Parceria Global
para o Desenvolvimento Sustentável, com base em um espírito de
solidariedade global, concentrada em especial nas necessidades dos
mais pobres e mais vulneráveis e com a participação de todos os países.

Este evento ocorreu com a presença de chefes de estado e de governo


do mundo todo, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, em setembro de
2015. O objetivo é que as implementações ocorram até o ano de 2030 e que
haja continuidade às conquistas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio,
buscando-se atingir as metas inacabadas.
Esses tópicos são importantes para a nossa caminhada, pois todos os 17
Objetivos estão relacionados à ética, à cidadania e à sustentabilidade.
Poderemos verificar que acabar com a pobreza; com a fome; combater as
desigualdades; construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas; proteger os
direitos humanos; assegurar o empoderamento das mulheres e meninas; e
assegurar a proteção duradoura ao planeta e a seus recursos naturais são metas
difíceis, que devem ser explicitadas com ética.
Estes objetivos e metas preveem um mundo livre da pobreza, fome,
doença, violência, com alfabetização, acesso à educação, saúde, proteção
social, direitos humanos, direito à água potável, ao saneamento, acesso à
energia, Estado de Direito, da justiça, da igualdade, da não discriminação, do
respeito pela raça, etnia, da diversidade cultural. Um mundo em que cada mulher
e menina desfrute da plena igualdade de gênero e no qual todos os entraves
jurídicos, sociais e econômicos para seu empoderamento sejam removidos. Um
mundo justo, equitativo, tolerante, aberto e socialmente inclusivo em que sejam
atendidas as necessidades das pessoas mais vulneráveis.
Vamos aos Objetivos 1 ao 8:

Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em


todos os lugares.
• Erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas vivendo com
menos de US$ 1,90 por dia.
• Reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres
e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, de acordo com
as definições nacionais.
• Implementar, em nível nacional, medidas e sistemas de proteção
social adequados, para todos, incluindo pisos, e até 2030 atingir a
cobertura substancial dos pobres e vulneráveis.

6
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e
melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
• Acabar com a fome, em particular dos pobres e pessoas em
situações vulneráveis, e acabar com todas as formas de desnutrição.
• Dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos
produtores de alimentos, garantir sistemas sustentáveis de produção
de alimentos, implementar práticas agrícolas resilientes e manter a
diversidade genética de sementes, plantas cultivadas, animais de
criação e domesticados.
Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar
para todos, em todas as idades.
• Reduzir a taxa de mortalidade materna global, acabar com as
epidemias de Aids, tuberculose, malária e doenças tropicais
negligenciadas, combater a hepatite, doenças transmitidas pela água
e outras doenças transmissíveis.
• Reforçar a prevenção e o tratamento do abuso de substâncias,
incluindo o abuso de drogas entorpecentes e uso nocivo do álcool.
• Assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e
reprodutiva, reduzir o número de mortes e doenças por produtos
químicos perigosos, contaminação e poluição do ar e água do solo.
Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de
qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo
da vida para todos.
• Garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino
primário e secundário livre, tenham acesso a um desenvolvimento de
qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de
modo que eles estejam prontos para o ensino primário.
• Assegurar a igualdade de acesso para todos os homens e
mulheres à educação técnica, profissional e superior de qualidade, a
preços acessíveis, incluindo universidade.
• Construir e melhorar instalações físicas para a educação,
apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero, e
que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros e não
violentos, includentes e eficazes para todos.
Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as
mulheres e meninas.
• Acabar com todas as formas de discriminação e violência contra
todas as mulheres e meninas, incluindo o tráfico e exploração sexual e
de outros tipos.
• Assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os
direitos reprodutivos, e adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação
aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento
de todas as mulheres e meninas em todos os níveis.
Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da
água e saneamento para todos.
• Acesso universal e equitativo a água potável e ao saneamento.
• Melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando
despejos e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais
perigosos.
• Implementar a gestão integrada dos recursos hídricos em todos
os níveis, inclusive via cooperação transfronteiriça, proteger e restaurar
ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas,
florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos.
Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e
a preço acessível à energia para todos.

7
• Assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços
acessíveis a serviços de energia, aumentar substancialmente a
participação de energias renováveis na matriz energética global.
• Expandir a infraestrutura e modernizar a tecnologia para o
fornecimento de serviços de energia modernos e sustentáveis.
Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado,
inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho
decente para todos.
• Sustentar o crescimento econômico per capita de acordo com as
circunstâncias nacionais e promover políticas orientadas para o
desenvolvimento que apoiem as atividades produtivas, geração de
emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação.
• Alcançar o emprego pleno e produtivo e trabalho decente a todas
as mulheres e homens, inclusive para os jovens e as pessoas com
deficiência, e remuneração igual para trabalho de igual valor e proteger
os direitos trabalhistas.

TEMA 4 – AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


(OBJETIVOS 9 AO 17)

Neste tópico, continuaremos os estudos dos Objetivos para o


Desenvolvimento Sustentável.

Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a


industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
• Desenvolver infraestrutura de qualidade, confiável, sustentável
e resiliente, incluindo infraestrutura regional e transfronteiriça.
• Promover a industrialização inclusiva e sustentável, modernizar
a infraestrutura e reabilitar as indústrias para torná-las sustentáveis,
maior adoção de tecnologias e processos industriais limpos e
ambientalmente corretos.
Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre
eles.
• Sustentar o crescimento da renda dos 40% da população mais
pobre a uma taxa maior que a média nacional.
• Promover a inclusão social, econômica e política de todos,
independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem,
religião, condição econômica ou outra.
• Adotar políticas, especialmente fiscal, salarial e de proteção
social, e alcançar progressivamente uma maior igualdade.
Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos
inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
• Garantir o acesso de todos à habitação segura, adequada e a
preço acessível, urbanizar as favelas, acesso a sistemas de transporte
seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível para todos.
• Aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as
capacidades para salvaguardar o patrimônio cultural e natural do
mundo.
• Reduzir o impacto ambiental negativo.
Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo
sustentáveis.
• Alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos
naturais, reduzir pela metade o desperdício de alimentos, alcançar o

8
manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e todos os
resíduos.
• Reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da
prevenção, redução, reciclagem e reúso.
Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança
do clima e seus impactos.
• Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos
relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países.
• Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias
e planejamentos nacionais.
Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos
mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento
sustentável.
• Prevenir e reduzir a poluição marinha protegendo os
ecossistemas.
• Regular a coleta, e acabar com a sobrepesca, ilegal, não
reportada e não regulamentada e as práticas de pesca destrutivas.
• Aumentar os benefícios econômicos para os pequenos Estados
insulares em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos, a
partir do uso sustentável dos recursos marinhos, inclusive por meio de
uma gestão sustentável da pesca, aquicultura e turismo.
Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas,
combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra
e deter a perda de biodiversidade.
• Assegurar a conservação, recuperação e uso sustentável de
ecossistemas terrestres e de água doce, em especial florestas, zonas
úmidas, montanhas e terras áridas, em conformidade com as
obrigações decorrentes dos acordos internacionais.
• Mobilizar recursos significativos de todas as fontes e em todos
os níveis para financiar o manejo florestal sustentável, inclusive para a
conservação e o reflorestamento.
Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o
desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça
para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e
inclusivas em todos os níveis.
• Reduzir todas as formas de violência e as taxas de mortalidade
relacionada em todos os lugares, acabar com abuso, exploração,
tráfico e todas as formas de violência e tortura contra crianças.
• Promover o Estado de Direito, em nível nacional e internacional,
e garantir a igualdade de acesso à justiça para todos.
Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a
parceria global para o desenvolvimento sustentável.
• Fortalecer a mobilização de recursos internos, inclusive por meio
do apoio internacional aos países em desenvolvimento, e melhorar a
cooperação regional e internacional e o acesso à ciência, tecnologia e
inovação.
• Reforçar o apoio internacional para a implementação eficaz e
orientada da capacitação em países em desenvolvimento.
• Promover um sistema multilateral de comércio universal,
aumentar as exportações dos países em desenvolvimento.

TEMA 5 – DESAFIOS PARA O PLANEJAMENTO DA AGENDA 2030 NO BRASIL

Estudo aponta que o Brasil não apresenta progresso satisfatório em


nenhuma das 169 metas dos 17 objetivos de desenvolvimento

9
sustentável da Agenda 2030, estabelecida pela Assembleia-Geral das
Nações Unidas em 2015. Das 169 metas, 54,4% estão em retrocesso,
16% estagnadas, 12,4% ameaçadas e 7,7% mostram progresso
insuficiente.
Os dados constam no Relatório Luz 2021, produzido por entidades da
sociedade civil, que mostra o grau de implementação dos objetivos do
desenvolvimento sustentável (ODS) no Brasil. O relatório foi lançado
em audiência pública nesta segunda-feira (12) na Comissão de Ciência
e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.
Os objetivos incluídos na Agenda 2030, assinada pelo Brasil, incluem,
por exemplo, a erradicação da pobreza e da fome, a adoção de
medidas para combater a mudança climática, a promoção da educação
inclusiva e a igualdade de gênero.
Nenhum parlamentar da base governista compareceu ao debate, que
não contou com a participação de nenhum representante do governo.
– (Agência Câmara de Notícias, 2021)

Estudos da Sociedade Civil apontam que houve retrocessos no avanço


dos objetivos da Agenda 2030 no Brasil. Tais estudos afirmam que, no ano de
2020, mais de metade da população do País estava em situação de insegurança
alimentar, ou seja, passando fome. Lembrando que este é o período da
pandemia, no qual agravou-se a desigualdade social no Brasil.
De acordo com o Relatório Luz do ano de 2021, 27 milhões de pessoas
passaram a viver em situação de extrema pobreza; mais de 14 milhões de
pessoas estavam desempregadas; mais de 9 mil famílias foram despejadas em
2020; 5,1 milhões de crianças estavam fora da escola; e 39% das escolas não
tinham saneamento básico.
Quais seriam as causas?
A violência, a fome, o desemprego, o trabalho infantil, o governo que nega
a ciência, a falta de compreensão dos governantes em elaborar políticas públicas
voltada às classes excluídas, desrespeito à democracia, falta de ética no
comprometimento da coleta de informações para monitorar os objetivos, falta de
financiamento para institutos de pesquisa para elaborarem os relatórios e
estudos para a Agenda 2030, a redução dos espaços de participação e controle
social no governo.
A ONU recomenda um caminho de desenvolvimento inclusivo e
sustentável para promover os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

NA PRÁTICA

A reflexão filosófica contemporânea aplicada à Agenda 2030 para o


Desenvolvimento Sustentável tem como um dos objetivos conhecer as
premissas ético-morais que se desencadeiam no meio da sociedade.

10
Com base no conhecimento do documento das Nações Unidas, disponível
em nossas referências: Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Transformando nosso mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, e considerando os diferentes critérios éticos no mundo
contemporâneo, analise e descreva suas considerações em relação aos 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis para a Agenda 2030.

FINALIZANDO

A condição histórica contemporânea, em seus princípios éticos, foi


analisada com base em aspectos primordiais do pensamento filosófico, e em
ações históricas e seus desdobramentos.
Nesses desdobramentos, apresentamos elementos constitutivos para o
estabelecimento das reflexões éticas e de normas de conduta consideradas
adequadas à sociedade, e também para as políticas públicas que devem ser
elaboradas objetivando a implementação e implantação da Agenda 2030 no
Brasil.

11
REFERÊNCIAS

BITTAR, E. C. B. Curso de filosofia política. São Paulo: Atlas, 2007.

BRASIL, Nações Unidas. Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.


Transformando Nosso Mundo: A agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/91863-agenda-2030-para-
o-desenvolvimento-sustent%C3%A1vel . Acesso em 11 abr. 2023.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Relatório aponta que o Brasil não avançou em


nenhuma das 169 metas de desenvolvimento sustentável da ONU. Agência
Câmara de Notícias. 12/07/2021. Disponível em:
<https://www.camara.leg.br/noticias/784354-relatorio-aponta-que-o-brasil-nao-
avancou-em-nenhuma-das-169-metas-de-desenvolvimento-sustentavel-da-
onu/>. Acesso em 13 abr. 2023.

GOVERNO FEDERAL. ODS. Secretaria de Governo da Presidência da


República. O Governo Brasileiro e a Agenda 2030. Notícias. Publicado:
30/01/2020. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/ods/noticias/o-
governo-brasileiro-e-a-agenda-2030>. Acesso em 10 abr. 2023.

HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro:


Tempo Brasileiros, 1989.

LIMA VAZ, H. Ética e racionalidade moderna. São Paulo: Loyola, 1988.

RODRIGUES, Z. A. L. Ética na gestão pública. Curitiba: InterSaberes, 2016.

12

You might also like