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AEJSC | 2023/24 | Português | 8.

º ano | Teste de avaliação A dezembro 2023

Nome do aluno: Ano/turma:8º A N.º


Leitura e Educação Literária: Gramática: Escrita: A Professora, O/A Encarregado/a de Educação,

I
1
Para responderes aos quatro itens que se seguem, vais ouvir uma notícia televisiva .
1. Para cada item (1.1. a 1.3.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo com o sentido do texto
ouvido. Assinala a opção escolhida.

1.1. Na sua primeira intervenção, a jornalista faz referência

A. à convivência nem sempre pacífica que existe entre os pescadores e os banhistas de Monte Gordo.
B. à rotina dos pescadores desde que vão ao mar até ao momento em que chegam ao varadouro de
Monte Gordo.
C. à vida difícil dos pescadores só compensada com a venda de peixe no varadouro de Monte Gordo.
D. ao ajuntamento de barcos de pesca no varadouro de Monte Gordo e que incomoda os banhistas.

1.2. Para o pescador entrevistado, o maior problema da sua profissão é

A. a concorrência entre os 38 barcos existentes.


B. a falta de compradores para o peixe pescado.
C. a incerteza face ao futuro.
D. o facto de o varadouro2 já ter mais de um século.

1.3. De acordo com a notícia, a Associação de Pescadores de Monte Gordo tem como objetivo.

A. preservar o mar para garantir o futuro dos pescadores.


B. auxiliar no reboque dos barcos que vão à pesca.
C. ajudar na manutenção dos barcos dos pescadores.
D. ajudar a escoar o peixe que os pescadores pescam.

1
in https://www.rtp.pt/noticias/pais/pescadores-queixam-se-da-incerteza-da-vida-do-mar_v757368,
“Pescadores queixam-se da incerteza da vida do mar”, desde o início da notícia até aos 2min57segs
(transmitido em 03/08/2014)

Vocabulário: 2- lugar onde se guardam as embarcações para as consertar ou guardar durante o Inverno.

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II
LEITURA
Lê o texto. Se necessário, consulta as notas de vocabulário.

Vida de marinheiro – Aspetos do dia a dia


O navio é, por muito tempo, a casa do marinheiro, o seu abrigo e o meio através do qual ele
chega aos lugares mais distantes. Mas é má casa, pior albergaria1 e péssimo viajante para quem
a ele não está acostumado. Quem nele tem necessidade de viajar, seja para fazer comércio, para
ir à guerra ou para emigrar, sofre desconfortos e provações a que nem sempre resiste.
5 A já de si dura vida a bordo complicava-se nas viagens oceânicas, vulgares a partir do século
XVI, onde se passavam largas jornadas no mar sem sequer vislumbrar2 terra. A alimentação era
má e insuficente, as roupas estavam permanentemente húmidas, as doenças e as maleitas3 eram
vulgares e perigosas. A relativa fragilidade das embarcações tornava-as extremamente
vulneráveis perante a fúria dos elementos. Era vital o bom funcionamento dos mecanismos de
10 solidariedade profissional4. Todos tinham tarefas bem definidas a cumprir. Mestres, pilotos
marinheiros “bordaleses” (os que servem nos bordos) e marinheiros da “avantagem” (os que
servem à proa) deveriam funcionar em bloco para “levar a nau a bom porto”. Bombear a água
infiltrada, fazer a limpeza da nave, cuidar de cordas e velas e manobrar o navio contavam-se entre
as suas obrigações.
15 Já se disse que a comida era má. Equipagem5 e passageiros, estes à sua custa, alimentavam-
-se sobretudo de biscoitos, carne e peixe salgados, vinho e água. Algumas conservas, marmelada
e compotas melhoravam significativamente a dieta, mas eram muito raras. O calor, a humidade,
o imperfeito acondicionamento e a demora da jornada provocavam a deterioração dos géneros
tantas vezes devorados e contaminados pelos ratos e bicharada. As condições de higiene eram
20 precárias; as roupas, de fraca qualidade, húmidas e quase nunca despidas, proporcionavam o
campo ideal para o desenvolvimento de parasitas, de infeções e de doenças tantas vezes fatais.
O estado sanitário dos tripulantes podia agravar-se com as escalas em zonas tropicais, com a
ingestão de águas estagnadas e a picada de inúmeros insetos.
O alojamento era deficiente. E não era só o desconforto que preocupava; muitas vezes esse
25 espaço era partilhado com gente de quem se podia desconfiar, gente a contas com a lei, a
caminho do degredo. Apenas o mestre ou o capitão e alguns passageiros especiais possuíam
cabines individuais, as câmaras, à popa6.
Nestes termos, era difícil manter o moral e a disciplina. O descontentamento e a
desobediência agravavam-se principlamente nas alturas em que os elementos7 ameaçavam o
30 navio. Eram momentos de grande incerteza e ocasiões para pôr à prova o ânimo dos embarcados.
Nessas alturas, mais do que nunca, o mareante recorria à fé e à oração.

Amândio Jorge Morais Barros, “Vida de marinheiro. Aspetos do quotidiano das gentes do mar nos séculos XV e XVI”
in Estudos em Homenagem a Luís António Oliveira Ramos. FLUP, 2004, pp. 249-263 (com supressões).

VOCABULÁRIO:
1 hospedaria: casa onde alguém se hospeda.
2vislumbrar: ver de forma imperfeita.
3maleita: mal-estar ou doença sem gravidade.
4solidariedade profissional: refere-se às obrigações e deveres que os marinheiros deveriam cumprir de forma

solidária e equilibrada.
5equipagem: tripulação do navio.
6 popa: parte traseira de um navio.
7 elementos: neste contexto refere-se a todas as forças da natureza que podiam ameaçar a embarcação: ventos,

tempestades, ondas…

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1. Para cada item, escolhe a opção que completa corretamente as afirmações que se seguem, de acordo
com o texto.

1.1. No primeiro parágrafo, afirma-se que as dificuldades associadas a uma viagem marítima passam

(A) pela ameaça das situações aflitivas ao conforto da tripulação.


(B) pela ausência de comodidades e pelas situações difíceis vividas.
(C) pelas situações causadoras de sofrimento e pelos perigos de guerra.
(D) pela inexistência de locais de comércio e pela falta de conforto.

1.2. A alimentação dos marinheiros e passageiros era composta sobretudo por

(A) peixe que era pescado, carnes salgadas, água e vinho.


(B) vinho e água, biscoitos, carne e peixe salgados.
(C) marmelada, vinho e água, carne e peixe salgados.
(D) peixe, compotas, carne, vinho e água.

1.3. A partir da descrição feita, podemos afirmar que, em geral, as condições de higiene dos navios eram

(A) insatisfatórias e perigosas.


(B) reduzidas e desmedidas.
(C) diversificadas, mas fatais.
(D) insuficientes, mas inofensivas.

2. Completa a tabela com os aspetos analisados no texto para descrever as condições de vida a bordo de
um navio.

Condições de vida a bordo de um navio


(a) (b) (c)
Qualidade da
Alimentação _______________ _____________ ______________
embarcação

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EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Lê o excerto de A Saga, de Sophia de Mello Breyner e consulta as notas de vocabulário.

A Saga
O mar do Norte, verde e cinzento, rodeava Vig, a ilha, e as espumas varriam os rochedos
escuros. Havia nesse começo de tarde um vaivém incessante1 de aves marítimas, as águas
engrossavam devagar, as nuvens empurradas pelo vento sul acorriam e Hans viu que se estava
formando a tempestade. Mas ele não temia a tempestade e, com os fatos inchados de vento,
5 caminhou até ao extremo do promontório2.
O voo das gaivotas era cada vez mais inquieto e apertado, o ímpeto3 e o tumulto cada vez
mais violentos e os longínquos espaços escureciam. A tempestade, como uma boa orquestra,
afinava os seus instrumentos.
Hans concentrava o seu espírito para a exaltação4 crescente do grande cântico marítimo.
10 Tudo nele estava atento como quando escutava o cântico do órgão da igreja luterana5, na igreja
austera6, solene, apaixonada e fria.
Para resistir ao vento, estendeu-se ao comprido no extremo do promontório. Dali via de
frente o inchar da ondulação cada vez mais densa como se as águas se fossem tornando mais
pesadas.
15 Agora as gaivotas recolhiam a terra. Só a procelária7 abria rente à vaga o voo duro.
À direita, as longas ervas transparentes, dobradas pelo vento, estendiam no chão o caule fino.
Nuvens sombrias enrolavam os anéis enormes e, sob uma estranha luz, simultaneamente
sombria e cintilante, os espaços se transfiguravam. De repente, começou a chover.
A família de Hans morava no interior da ilha. Ali, o rumor marítimo só em dias de temporal,
20 através da floresta longínqua, se ouvia.
Mas ele vinha muitas vezes até à pequena vila costeira e, esgueirando-se pelas ruelas,
caminhava ao longo do cais, ao lado de botes e veleiros, atravessava a praia e subia ao extremo
do promontório. Ali, no respirar da vaga, ouvia o respirar indecifrado da sua própria paixão.
Nesse dia, quando ao cair da noite entrou em casa, Hans curvou a cabeça. Pois aos catorze
25 anos já tinha quase a altura de um homem e, em Vig, as portas de entrada são baixas.
Assim é desde o tempo antigo das guerras quando os invasores que ocupavam a ilha
penetravam nas casas de cabeça erguida, mas exigiam que a gente da ilha se curvasse para os
saudar. Então, os homens de Vig baixaram o lintel8 das suas portas para obrigarem o vencedor
a baixar a cabeça.
Sophia de Mello Breyner Andersen, Histórias da Terra e do Mar, Lisboa, Texto Editora, 1990, pp. 75-77.

VOCABULÁRIO:
1 incessante: contínuo.
2 promontório: cabo formado por uma elevada montanha.
3 ímpeto: violento.
4 exaltação: louvor, entusiasmo.
5 luterana: relativa ao luteranismo, religião protestante.
6 austera: séria, rígida.
7 procelária: género de aves palmípedes que anunciam a tempestade.

8 lintel: peça, geralmente de madeira ou de pedra, que se coloca horizontalmente sobre as ombreiras de portas ou janelas.

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3. Descreve o espaço físico onde Hans se encontra no início do texto, com base nas informações do
primeiro parágrafo.
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4. Refere uma atitude de Hans que comprove que ele não temia a tempestade que se aproximava.
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5. Assinala com X a opção que completa as afirmações.


5.1. Nas linhas 7 e 8, a expressão “como uma boa orquestra, afinava os seus instrumentos.” significa que

A. a tempestade ia tocar muitos instrumentos.


B. a tempestade se preparava para começar.
C. os sons que a tempestade produzia eram afinados.
D. o mar estava tranquilo para receber a tempestade.

5.2. Nas linhas 9 a 11, a atitude de Hans revela


A. Indiferença para com a tempestade.
B. alegria por estar naquele lugar.
C. respeito pelo que observa
D. tristeza pela violência da tempestade.

6. Explicita, com base no texto, a paixão de Hans.


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7. No fim do excerto conta-se uma breve história. O que revela ela sobre a personalidade dos habitantes
de Vig?
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8. Identifica os recursos expressivos nas frases abaixo:


a. “O voo das gaivotas era cada vez mais inquieto e apertado , …” (L. 6)
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b. “Hans concentrava o seu espírito para a exaltação4 crescente do grande cântico marítimo. ( L 9)
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c. “A tempestade, como uma boa orquestra, afinava os seus instrumentos. (ll. 7, 8)
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9. Retira do texto um exemplo de :
a. Descrição:
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b. Narração_________________________________________________________________
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Gramática
1. Associa as expressões sublinhadas em cada frase da coluna A à função sintática que lhe corresponde na
coluna B.

Coluna A Coluna B

A. O mar era verde e cinzento. Clique ou toque aqui


1. sujeito
para introduzir texto.
2. predicado
B. A tempestade aproximava-se lentamente.
3. complemento direto
C. Hans observava o mar.
4. modificador do grupo verbal
D. As aves anunciavam a tempestade.
5. predicativo do sujeito

2. Associa cada palavra da primeira coluna ao respetivo processo de formação

(a) busca (n.) (1) derivação por prefixação


(b) paixoneta (2) derivação por sufixação
(c) pastor-alemão
(3) derivação não afixal
(d)desobedecer
(4) composição semântica
(e) cuidadoso
(f) psicodrama (5) composição morfológica

3. Integra o verbo sublinhado em cada frase na respetiva subclasse

(a) Vem para casa, Hans 1) transitivo direto


(b) Hans acordou, com o barulho das ondas 2) transitivo indireto
(c) A mãe deu--lhe um beijo de despedida 3) transitivo direto e indireto
(d) Hans viu que se estava formando a 4) intransitivo
tempestade 5) copulativo
(e) O jovem não temia a agitação marítima 6) auxiliar
(f) Em Vig as portas são baixas

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4. Lê o texto seguinte:

Todas as manhãs, ele percorria um longo caminho para chegar ao trabalho. Apanhava um autocarro até à
estação; daí, seguia de comboio até à Póvoa; finalmente, tomava um táxi até ao escritório. O tempo que
gastava nos meios de transporte era aproveitado para ler.

4.1 Identifica:

a. Um Hiperónimo
_______________________________________________________________________
b. Três hipónimos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

Escrita
Imagina que tinhas hipótese de entrevistar Hans.

Escreve uma entrevista, com um mínimo de 150 e um máximo de 220 palavras, na qual recorras aos
teus conhecimentos do conto ou à tua imaginação.

O teu texto deve integrar:


‒ uma primeira parte, onde apresentes o teu entrevistado;
‒ uma segunda parte composta por, pelo menos, 4 questões de resposta aberta;
‒ uma terceira parte, onde faças uma espécie de conclusão.

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Item
Grupo
Cotação (em pontos) Total
Compreensão do
1.1. 1.2. 1.3.
Oral
4 4 4 12

Leitura 1.1 1.2 1.3 2.


3 3 3 3 12

3. 4. 5.1. 5.2 6. 7. 8. 9.
Educação
Literária
4 4 2 2 3 4 3 4 26

1. 2.1. 2.2. 3. 4.
Gramática
4 3 3 6 4 20
(4 x 1) 0,5X6 0,5X6 (1 x6) 2X2

Escrita Item único 30


Total 100

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