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Função Social Da Escola 1
Função Social Da Escola 1
INICIAR
Introdução
O pedagogo e a função social da escola são os temas centrais deste capítulo. Aqui
você estudará os aspectos que englobam a diversidade cultural, a promoção da
cidadania e a educação integral, considerados como domínios da formação do
pedagogo. Refletirá tambémsobre a função social da escola a partir de outros
espaços educativos na perspectiva histórica e cultural, considerando as relações
entre as concepções epistemológicas e os modelos pedagógicos presentes em seu
cotidiano, tendo emvista as representações de educadores e alunos acerca do
ensinar e do aprender que refletem sobre as possibilidades de transformação da
escola. Vale destacar que a disciplina tem por objetivo oportunizar a você a
compreensão de como se dá a construção da postura acadêmica investigativa e
problematizadora da realidade educacional.
Para iniciar seus estudos, é importante refletir sobre algumas questões
norteadoras para a compreensão do papel do pedagogo e da função social da
escola. Como promover a cidadania observando as políticas e as diversidades
culturais? O que é educação integral,considerando os domínios essenciais da
atuação do pedagogo dentro desse contexto? Como explorar a função social da
escola, tendo por base os subsídios teóricos a partir do cotidiano escolar? E qual a
importância da pesquisa-ação no cotidiano escolar para a problematização do
ensino?
A partir dessas reflexões, você terá a oportunidade de conhecer e aprender como,
no cotidiano escolar, as questões que compreendem o papel do pedagogo e a
função social da escola podem colaborar para a construção e formação
cidadã,com vistas à emancipação social e o pleno exercício da cidadania.
Bom estudo!
[...] um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e
no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Portanto, quando o docente opta por desenvolver seu trabalho na perspectiva da
pesquisa-ação, ele investe indiretamente na sua própria formação enquanto
pesquisador. E mais:investe na formação do aluno, que constrói seu conhecimento
a partir da relação entre sujeitos envolvidos no estudo-pesquisa.
VOCÊ SABIA?
Além de uma excelente metodologia para a educação, a pesquisa-ação é uma
prática muito utilizada no contexto empresarial, pois é compreendida como uma
estrutura que oferece interação entre clientes/pesquisadores.Dessa forma,
demonstra que, assim como na educação,é um método que colabora para o
diagnóstico dos possíveis problemas, auxilia na elaboração do planejamento
sempre apontando caminhos e ações – além de promover uma aprendizagem
pautada na experiência e na relação com o outro.
VOCÊ O CONHECE?
Paulo Freire (1921-1997) foi o mais importante educador brasileiro, reconhecido internacionalmente.
Sua maior contribuição para a educação está na sua proposta metodológica de alfabetização de
adultos, que possui um caráter pedagógico assumidamente político. Para Freira, o maior objetivo da
educação é conscientizar o aluno, em especial aqueles que pertencem à parcela menos favorecida da
sociedade, tendo em vista liberá-los da situação de opressão que o capitalismo os coloca. O principal
livro de Freire, Pedagogia do Oprimido (2011), traz conceitos que o revelam um grande educador.
Figura 3 - Diversidade cultural na escola: as diferenças colaboram para uma formação mais crítica e
humanizadora. Fonte: Rawpixel, Shutterstock, 2018.
CASO
Um exemplo de como trabalhar a diversidade cultural é partir do
conhecimento dos próprios estudantes. O professor, sempre com apoio do
pedagogo da escola, deve inicialmente questionar os alunos sobre os
aspectos culturais do Brasil, e de onde vêm. Logo, o professor poderá
dividir a turma em grupos, de modo que cada grupo fique com uma região
– sobre a qual será realizada uma pesquisa. A pesquisa poderá contar com
estudos sobre as danças populares, culinárias, religião ou outras
manifestações culturais, sempre oportunizando explorar ao máximo tanto
o potencial do grupo quanto o individual. Por fim, o ideal é que promovam
debates, apresentações, seminários etc., colocando em evidência as
principais manifestações culturais de cada região. A culminância poderá
contar com uma belíssima e organizada mostra cultural, na qual cada
grupo terá a oportunidade de mostrar suas descobertas para toda a
comunidade escolar.
VOCÊ SABIA?
Na educação nacional, há uma modalidade de ensino que contempla a educação
integral, pois aborda – além dos conteúdos do currículo básico – uma parte
direcionada à educação profissional. Dessa maneira, oferece formação técnica
profissional de nível médio. Esse tipo de informação encontra-se na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394/1996), capítulo sobre
Educação Profissional (BRASIL, 1996).
Figura 4 - Educação integral prepara o profissional para o trabalho e para a vida. Fonte: kurhan,
Shutterstock, 2018.
Figura 5 - A educação integral exige planejamento e olhar pedagógico. Fonte: pedrosek, Shutterstock,
2018.
Figura 6 - A qualidade desigual entre as escolas públicas e privadas evidencia a realidade do ensino
no Brasil. Fonte: karen roach, Shutterstock, 2018.
Por isso é tão importante definir que tipo de escola queremos. Por exemplo,
instalar um equipamento tecnológico, sem que haja a capacidade operá-lo, não
apresenta funcionalidade para a sociedade. Ou seja, o investimento em novas
tecnologias nas escolas só terá resultado a instituição investir também na
formação docente, na capacitação para aplicar esses recursos tecnológicos com
eficácia.
Ter consciência da escola que temos e da escola que queremos é o primeiro passo
para buscar alternativas que nos permitam romper com os entraves e seguirmos
em frente, acompanhando os avanços. São desafios da escola contemporânea,
como o da ação-reflexão-ação, que você verá a seguir.
1.4.3 Ação-reflexão-ação
De acordo com o que você estudou, os desafios da escola contemporânea são
muitos. Dentre tantos, destacaremos aqui a importância da ação-reflexão-ação
nas práticas escolares. Professores, pedagogos e escola precisam desenvolver a
prática de avaliação institucional e, ainda, uma prática de avaliação individual.
Realizar críticas no exercício da docência é necessário para a própria valorização
da profissão docente, assim como da melhoria dos saberes já consolidados e,
ainda, da própria escola enquanto espaço de formação.
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Síntese
Concluímos a primeira etapa dessa disciplina, que abordou o papel do pedagogo e
a função social da escola.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
estudar os aspectos que englobam a diversidade cultural, a promoção da
cidadania e a educação integral;
entender a importância das políticas culturais;
compreenderos domínios da formação do pedagogo no contexto das
práticas problematizadoras do ensino;
refletir sobre a função social da escola na perspectiva histórica e cultural,
considerando entender como a prática investigativa pode colaborar para a
formação docente.
conhecer melhor a educação integral, seus desafios na sociedade atual e a
atuação do pedagogo nesse contexto;
explorar a função social da escola, relacionando-a com o cotidiano escolar e
as práticas da tríade ação-reflexão-ação.
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