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Lei #9.784/99 - Lei Do Processo Administrativo Vi: Da Decisão Coordenada
Lei #9.784/99 - Lei Do Processo Administrativo Vi: Da Decisão Coordenada
DA DECISÃO COORDENADA
Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública federal, as decisões administrativas que exijam a
participação de 3 (três) ou mais setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante de-
cisão coordenada, sempre que: (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
I – for justificável pela relevância da matéria; e (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
II – houver discordância que prejudique a celeridade do processo administrativo decisório. (Incluí-
do pela Lei n. 14.210, de 2021)
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada a instância de natureza interinstitu-
cional ou intersetorial que atua de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o processo
administrativo mediante participação concomitante de todas as autoridades e agentes decisórios
e dos responsáveis pela instrução técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a compati-
bilidade do procedimento e de sua formalização com a legislação pertinente. (Incluído pela Lei n.
14.210, de 2021)
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Vale destacar que aos processos administrativos de licitação, aos processos relaciona-
dos ao poder sancionador – por exemplo, aplicação de alguma multa ou retirada de algum
direito – e aos processos em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distintos não é
aplicada a decisão coordenada.
Isto é, pode ser que o particular tenha ou não direito à voz. Se não tiver, não haverá como
decorrer, uma vez que a decisão ocorrerá no momento da reunião.
Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é responsável pela elaboração de documento es-
pecífico sobre o tema atinente à respectiva competência, a fim de subsidiar os trabalhos e integrar
o processo da decisão coordenada. (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
5m Parágrafo único. O documento previsto no caput deste artigo abordará a questão objeto da deci-
são coordenada e eventuais precedentes. (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto da decisão coordenada deverá ser manifestado
durante as reuniões, de forma fundamentada, acompanhado das propostas de solução e de alte-
ração necessárias para a resolução da questão. (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
Então, em caso de não haver consenso quanto ao objeto da decisão coordenada, isso
deverá ficar expresso e manifestado durante as reuniões.
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria estranha ao objeto da convocação. (Incluído
pela Lei n. 14.210, de 2021)
Isto é, não será tratado outro tema que não o objeto da reunião.
Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada será consolidada em ata, que conterá
as seguintes informações: (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
I – relato sobre os itens da pauta; (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
II – síntese dos fundamentos aduzidos; (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
III – síntese das teses pertinentes ao objeto da convocação; (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
IV – registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das propostas de atos governamen-
tais relativos ao objeto da convocação; (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
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VI – decisão de cada órgão ou entidade relativa à matéria sujeita à sua competência. (Incluído pela
Lei n. 14.210, de 2021)
§ 3º A ata será publicada por extrato no Diário Oficial da União, do qual deverão constar, além do
registro referido no inciso IV do caput deste artigo, os dados identificadores da decisão coordenada
e o órgão e o local em que se encontra a ata em seu inteiro teor, para conhecimento dos interes-
sados. (Incluído pela Lei n. 14.210, de 2021)
DA MOTIVAÇÃO
O ato administrativo, em regra, deve ser motivado. Isso significa que a autoridade deve
explicar por escrito por que decidiu por determinada prática. Por exemplo, suponha que um
particular tenha dado início a um pedido de cancelamento de uma multa. Na decisão do pro-
cesso, a autoridade não pode simplesmente escrever “defiro o pleito”. Isso porque ela deve
justificar a decisão.
Contudo, alguns atos não precisam ser motivados. A não motivação representa exceção.
Um ato somente não deverá ser motivado quando a exceção constar expressamente na lei
ou quando não ser possível motivar por conta de sua característica. São exemplos dessas
exceções: nomeação e exoneração de servidor em cargo em comissão (constante na lei); um
motorista que desrespeite a direção apontada por um agente de trânsito na ocasião de um
acidente (impossibilidade em razão do ato).
Isto posto, confira o texto legal a partir deste momento.
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Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamen-
tos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de con-
cordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
neste caso, serão parte integrante do ato.
Trata-se do que o Celso Antônio Bandeira de Melo chama de motivação aliunde – isto
é, motivação “alienígena”, vinda de outro lugar. Isso ocorre quando a motivação é baseada
em outro parecer, em que esse parecer é colado ao processo – é uma espécie de referên-
cia direta.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos in-
teressados.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará
da respectiva ata ou de termo escrito.
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Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do
pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha
formulado.
§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento
do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou
o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE 2018/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO)
A respeito dos poderes administrativos, da contratação com a administração pública e
do processo administrativo — Lei n.º 9.784/1999 —, julgue o item seguinte.
COMENTÁRIO
Caso a Administração queira prosseguir com o processo, ela poderá fazê-lo.
Quando um ato é dito ilegal, ele deve ser anulado. Já o ato legal, portanto válido, poderá
ser revogado pela Administração – caso ela julgue que o ato não atende mais ao inte-
resse público.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos fa-
voráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.
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Ressalte que a Administração tem cinco anos para anular o seu ato, quando o ato gerar
algum direito ou vantagem particular. Expirado o prazo, não há mais ação de anulação pos-
sível – trata-se de convalidação tácita (o ato aperfeiçoa-se), baseada no princípio da segu-
rança jurídica.
No entanto, se o particular agir de má-fé – por exemplo, um particular anexou um docu-
mento falso no processo –, a Administração poderá anular a qualquer tempo. Isso porque a
má-fé nunca é protegida dentro do Direito.
Neste caso, o dinheiro não deverá ser reembolsado, uma vez que houve boa-fé. Con-
tudo, se o particular agiu de má-fé no momento de receber o benefício, ele deverá reembol-
sar o valor.
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Súmula 633: “A Lei 9.784/1999, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a
revisão de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de
forma subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule
a matéria.”
É justamente por força dessa súmula que vários Estados e Municípios se utilizam da Lei
n. 9.784/1999 para regulamentar processos administrativos.
DIRETO DO CONCURSO
2. (CESPE 2019/TJ–AM/ADMINISTRAÇÃO)
Com base na Lei n.º 9.784/1999, julgue o seguinte item, acerca de processo admi-
nistrativo.
COMENTÁRIO
25m
Se o item tivesse disposto que o administrado estava de má-fé, não haveria o que falar em
prescrição – o ato poderia ser anulado a qualquer momento. Já no caso de boa-fé, ela é
presumida.
GABARITO
1. E
2. C
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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