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Deus e Ciência, conhecendo o criador através da criação.

Marcus Vinícius Souza Santos

Quando eu pela primeira vez tive a ideia de fazer essa palestra, a fiz baseada no seguinte texto
da Bíblia:
Pois o que de Deus se pode conhecer é evidente entre eles, porque o próprio Deus lhes
manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder
e sua natureza divina, têm sido observados claramente, podendo ser compreendidos por
intermédio de tudo o que foi criado, de maneira que tais pessoas são indesculpáveis
Romanos 1:19,20
Objetivo
Minha ideia era preparar os jovens cristãos que estão as portas de entrar na universidade, em
um ambiente totalmente hostil a Bíblia e ao Cristianismo. Queria prepará-los para que eles não
passassem pelo que eu passei, e eu sei que de todos os exemplos o meu de longe não foi o
pior. Porém senti minha fé vacilar em alguns momentos ao longo do meu curso. Eu
simplesmente não estava preparado. A Bíblia é extremamente atacada, seja por professores,
seja por colegas, e muitas vezes não temos argumentos suficientes para defendê-la. Afinal,
como se defende um livro teoricamente ultrapassado, de mais de 2 mil anos de idade, frente
as mais recentes descobertas da ciência? Se o nosso Deus só pode ser encontrado por meio
desse livro, e se esse livro é totalmente descreditado, como é que poderemos defender nossa
crença nesse Deus e proclamá-la como sendo real. Como poderemos exortar que as pessoas
se convertam a esse Deus que só existe dentro das folhas de um livro velho? Foi pensando
nisso que olhando para esse texto eu pensei: E se tudo que nós sabemos de Deus, todas as
suas características, inclusive até mesmo seu carácter... Se todos os atributos de Deus
puderem ser percebidos por meio da observação da natureza, então eu não vou precisar da
Bíblia para crer nesse Deus. E não somente isso! Se eu observar a natureza e perceber que
as características desse Deus batem exatamente com as características do Deus da Bíblia,
isso vai ser uma evidência enorme de que a Bíblia é a verdadeira palavra de Deus, não importa
quão antiga ela seja.
A partir disso, comecei a pensar sobre qual método eu utilizaria para observar a natureza e
refletir sobre ela. Comecei meu pensamento da seguinte forma:
Meu objetivo é defender o Cristianismo como sendo uma crença racional, ponderada e digna
de ser ouvida com atenção por qualquer pessoa, independentemente de ela crer em Deus ou
não. Mas o que é o cristianismo? Cristianismo se baseia em dois fundamentais axiomas de fé:
[slide 4]
1. Que Deus Existe
2. Que Deus se revela a suas criaturas
A essas duas, uma terceira poderia ser acrescentada:
3. Que Deus se revela de forma pessoal
Sem o ponto 1 seriamos ateus, ou seja, descreríamos da existência de Deus.
Sem o ponto 2 seriamos Agnósticos, ou seja, poderíamos até cogitar a existência de um Deus,
porém pela completa ausência de revelação do mesmo, seria impossível afirmar com certeza
que Ele existe. E mesmo se existisse, Ele existiria em uma realidade completamente mais
elevada que a nossa e o ser humano é incapaz de ter qualquer contato com Ele, caso Ele
exista. Portanto, crer ou não nEle não faria diferença alguma, visto que sua existência não teria
influência direta em nossa vida.
Mesmo que aceitemos os dois primeiros pontos, ainda resta o terceiro sem o qual seriamos
todos Deístas, ou seja, poderíamos ver pelas evidências da natureza que há um Deus que
rege as leis do universo. A partir dessas observações poderíamos obter algumas conclusões
sobre Deus, como seu atributo de Ordem, porém pouca coisa além disso. Deus seria um
relojoeiro que colocou o mundo em ordem e se afastou. Qualquer esforço em manter um
relacionamento com esse Deus seria vão. Nossa crença em Deus apenas serviria para melhor
compreender a função das coisas existentes, um conhecimento prático utilitarista, nada mais.
Dessas 3 premissas não dependem somente o cristianismo como também a grande maioria
de todas as religiões existentes, porém em especial para as religiões monoteístas, nas quais
Deus não corresponde somente aos elementos da natureza física, como sendo parte do
próprio universo, mas sim possuindo natureza metafísica, transcendo o universo.
No texto da Epístola de Paulo aos Romanos, capítulo 1, Paulo aborda a inescusabilidade dos
gentios que, sem acesso a revelação restrita hebraica, cometeram pecado em adorar falsos
deuses a semelhança de metais ou pedra, em figuras esculpidas ao gosto do adorador. Eles
não teriam o benefício da ignorância, pois, segundo a inspiração dada a Paulo, a natureza
clama as evidências não somente da existência de Deus como também de seus atributos e
natureza. Paulo advoga que o invisível de Deus pode ser compreendido a partir daquilo que é
visível. Assim, pensei eu, eu poderia provar pela observação da natureza que 1. Deus existe.
2. Deus se revela a humanidade / A humanidade consegue alcançar Deus. E 3. O Deus que
se revela é uma Pessoa, não uma mera energia. A partir daí, bastaria provar que a revelação
do Deus pessoal se deu através de Jesus Cristo, e assim eu poderia apresentar o Cristianismo
como algo racional a todos.
[slide 5] Entretanto, em vista de todas essas coisas, algo parece não se encaixar com o texto
bíblico: se nós estamos em uma era em que o conhecimento natural tem aumentado tanto por
meio dos estudos científicos, por que presenciamos cada vez mais descrentes? Paulo sabia
que os gentios eram indesculpáveis, pois provavelmente ele conhecia a história de Sócrates,
o principal dos filósofos, que rejeitou as representações de Deus dadas pelos mitos gregos e
afirmou haver somente um Deus fonte de todo o bem. Ele não foi o primeiro entre os gregos,
pois temos também o exemplo de Epimênides, citado até no novo testamento pelo Apóstolo
Paulo quando em Atenas (Atos 17:28). Epimênides negava a descrição dos deuses do olimpo
como deuses cheios de paixões pecaminosas, e adorava unicamente ao Deus do céu, que na
Religião Grega era Zeus. É bem verdade que talvez não o adorasse conforme o monoteísmo
mas sim em monolatria, ou seja, reconhecendo a existência de outros seres celestiais, mas
atribuindo a Zeus a honra do único que merece ser adorado, atribuindo a ele o papel de criador
todo poderoso e puramente bom, ao contrário dos mitos de um Zeus que era adúltero e irado
com seus colegas deuses. Sócrates, porém, foi o primeiro a utilizar o método natural para a
partir dele entender Deus. Assim, se quisermos alcançar um mundo que descrê na Bíblia e ao
mesmo tempo pretensamente exalta a razão humana, o melhor método para pregarmos o
verdadeiro Deus é empreender o mesmo método de quem já o fez com sucesso (Sócrates),
ou seja, a Filosofia.
Só existe um problema: A dita ciência que hoje tanto rejeita Deus surgiu da filosofia natural.
Se começarmos a filosofar sobre a natureza como fizeram os primeiros filósofos e cientistas,
como podemos garantir que não cairemos no mesmo erro? Onde foi que eles erraram? Foi
nesse ponto que eu decidi parar um pouco antes de trazer a filosofia, os argumentos, e etc,
para antes buscar entender o que houve de errado com a ciência moderna. Graças a Deus,
durante o percurso de eu montar essa palestra, um professor e psicólogo que eu gosto muito,
Jordan Peterson, lançou um documentário chamado “Logos & Literacy”, ou “Logos e
Alfabetização”. A ideia do documentário é elaborar sobre como a alfabetização e o Cristianismo
foram essenciais para a revolução científica do século 16, e sem esses dois fatores, nós não
teríamos a ciência moderna. Benção maior veio quando um dos meus apologetas favoritos,
David Woods, fez uma análise desse documentário. Foi com base no documentário e na
análise desse documentário que eu adaptei o texto para ser a palestra de hoje. O assunto que
eu primeiramente queria tratar com vocês hoje terá que ser adiado para outro dia, porquê
responder à pergunta: Por que a ciência se distanciou tanto de Deus?” é a coisa mais
importante que temos que fazer. Afinal, se o estado de coisas não estivesse como está, então
não haveria sequer necessidade de termos essa palestra, não é mesmo? Então vamos nos
programar para em breve fazermos mais um J.A. falando de fato sobre como extrair os
atributos de Deus a partir da observação da natureza. Hoje vamos tratar sobre a origem da
ciência moderna.
Início
[slide 6] Por que todos os pioneiros da Revolução Científica eram cristãos de um tipo ou de
outro? Católicos, Protestantes, ocasionalmente hereges, mas todos eles acreditavam em Deus,
Jesus e na Bíblia. Então, por que todas as figuras importantes na Revolução Científica, de
Copérnico até Newton, por que todos eles eram teístas que acreditavam na Bíblia?
Coincidência?
[slide 7] Já vou dar o spoiler que “não”, “todos os pioneiros da Revolução Científica serem
cristãos não é uma coincidência”. Se você quiser uma coincidência real, pense o que um judeu
ex-fariseu do I século, um cientista do século 16 com nome de comida impura para um judeu,
um pregador cristão americano do século 20 e o pai da bomba atômica tem em comum?
[slide 8] Vamos ter que voltar a Romanos 1, e ler juntamente com um artigo intitulado “On
Science and Culture” de J Robert Oppenheimer, o pai da bomba atômica, e o capítulo 3 do
pequeno livro de Francis Schaeffer, Escape from Reason. No capitulo um de Romanos, a partir
do verso 18:
A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça dos seres humanos que, por
meio da sua injustiça, suprimem a verdade.
Pois o que se pode conhecer a respeito de Deus é manifesto entre eles, porque Deus lhes
manifestou.
Porque os atributos invisíveis de Deus, isto é, o seu eterno poder e a sua divindade, claramente
se reconhecem, desde a criação do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que Deus
fez. Por isso, os seres humanos são indesculpáveis.
Porque, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças.
Pelo contrário, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, e o coração insensato deles
se obscureceu.
Romanos 1:18-21
Efeitos nos dizem algo sobre suas causas. O mundo criado nos diz algo sobre o Criador. O
que pode ser conhecido sobre Deus, através da natureza, é claro o suficiente para que as
pessoas não tenham desculpas quando o rejeitam. Voltamos a pergunta: se o conhecimento
de Deus é tão claro que as pessoas não têm desculpa quando o rejeitam, por que tantas
pessoas o rejeitam? como eles podem negar o óbvio? De acordo com Paulo eles “suprimem a
verdade”. Voltaremos a isso em breve. Vamos agora para o artigo explosivo do pai da Bomba
Atômica.
[slide 9] Oppenheimer não era um cristão, mas ele tinha uma coincidência com Paulo: ele era
judeu. Não que isso seja muito relevante, pois ele foi criado como um judeu secular, ou seja,
o judaísmo era para ele e sua família tradições ancestrais a serem mantidas sem qualquer
relação com religiosidade. Mais tarde na vida ele se interessou por uma variedade de religiões,
incluindo religiões orientais, mas em seu artigo sobre ciência e cultura, ele incluiu uma pequena
passagem sobre por que ele achava que a Era científica começou naquele tempo e não em
outro.
Ele escreveu: “foi necessária uma ideia de progresso que tem mais a ver com a condição
humana, que é bem expressa pela segunda metade da famosa dicotomia cristã “fé e obras”;
A noção de que a melhoria da condição do homem, sua civilidade, tinha sentido. Que todos
nós tínhamos uma responsabilidade nessa causa, um dever para com ela e para com o homem.
Acho que foi quando esta ideia básica da condição do homem, que suplementa os aspectos
sobrenaturais da religião, foi fortalecida e frutificada entre os séculos 13 e 15 pela redescoberta
dos cientistas, filósofos e matemáticos do mundo antigo que houve o início da era científica.”
Então a teoria de Oppenheimer era que há algum tipo de impulso para o progresso humano
embutido no Cristianismo. A parte das obras em “fé e obras”. Os cristãos acharam significativo
melhorar a condição do homem. Os cristãos, portanto, pegaram descobertas anteriores na
ciência, filosofia e matemática e as usaram para tornar o mundo um lugar melhor. Nosso amigo
construtor de bombas atômicas estava parcialmente certo, mas ele não chegou perto de
explicar a Revolução Científica. Há mais na ciência do que somente boas intenções. Eles não
chamam isso de revolução por nada.
[slide 10] Francis Schaeffer chegou um pouco mais perto no capítulo três do seu livro “Fuga
da Razão” ele disse: “Além disso, muitos dos primeiros cientistas tinham a mesma perspectiva
geral de Francis Bacon (1561-1626), que disse em Novum Organum Scientiarum: “Pela queda,
o Homem caiu ao mesmo tempo de seu estado de inocência e de seu domínio sobre a
natureza. Ambas as perdas, no entanto, ainda nesta vida podem ser reparadas em parte; a
primeira pela religião e pela fé, a segunda pelas artes e ciências.”
[slide 11] Francis Bacon foi um pioneiro filosófico da Revolução Científica. ele às vezes é
chamado de pai do empirismo. ele promoveu o que hoje chamamos de método científico.
Bacon estava elaborando sobre a ideia do Homem ser criado à imagem de Deus com a
capacidade de refletir a imagem de Deus moral e intelectualmente, e por ter domínio sobre a
natureza. Mas o homem caiu em pecado e perdeu sua inocência e seu domínio; através da
ciência o homem pode começar a restaurar seu domínio sobre a natureza. até agora isso é
semelhante ao que Oppenheimer disse: queremos tornar o mundo um lugar melhor e a ciência
pode nos ajudar a fazer isso.
[slide 12] Mas Francis Schaefer continua: “portanto, ciência como ciência e arte como arte foi
entendida, no melhor sentido, como uma atividade religiosa. Observe na citação o fato de que
Francis Bacon não via a ciência como autônoma (não independente de Deus e da Revelação),
pois foi colocada dentro da revelação das escrituras no ponto da Queda. Mas, dentro dessa
forma, a ciência (e a arte) eram livres e de valor intrínseco diante dos homens e de Deus.”
“Os primeiros cientistas também compartilhavam a Perspectiva do Cristianismo ao acreditar
que existe um Deus racional, que criou um universo racional, e assim o Homem, pelo uso de
sua razão, poderia descobrir a forma do universo.”
Agora estamos começando a ter uma imagem mais completa: o mundo foi criado por um Deus
racional então podemos entender o universo por meio da razão.
[slide 13] “essas tremendas contribuições que tomamos como certas inauguraram o início da
ciência moderna. seria uma questão muito real se os cientistas de hoje, que funcionam sem
essas garantias e motivações, teriam ou poderiam ter começado a ciência moderna. A
natureza tinha que ser liberta da mentalidade bizantina e retornada a uma ênfase bíblica
adequada; e foi a mentalidade bíblica que deu origem à ciência moderna.”
[slide 14] Uma pergunta realmente interessante: Poderiam os cientistas de hoje, caso eles não
soubessem o que eles já sabem, e fossem transportados de volta no tempo para substituir os
pioneiros cristãos da Revolução Científica, poderiam eles ter começado a ciência moderna?
em outras palavras, se você já não acreditasse que o Universo teve um Criador racional, que
criou um universo racional, e que o homem criado à imagem de Deus pode entender o universo
através da razão, a ciência teria decolado em algum momento? você poderia dizer “sim! nós
eventualmente teríamos descoberto as coisas independentemente disso!”. mas se é isso que
você está pensando, você ainda não entendeu o quão grande é este problema. você está
sofrendo O que é chamado de maldição do conhecimento: uma vez que você já sabe algo, é
difícil imaginar como é não saber.
Em nosso tempo já sabemos que o universo é racional, no sentido de que estamos falando
aqui. Uma palavra melhor seria inteligível, significando que suas leis fundamentais podem ser
compreendidas por um agente racional, pelo intelecto. Todos nós absorvemos a ideia de que
o Universo pode ser compreendido e a ideia de que somos os tipos de seres capazes de
compreendê-lo. Então é difícil imaginar como seria se as pessoas não tivessem essas ideias.
Mas graças à história sabemos algo sobre as pessoas que não tinham essas ideias: sabemos
que não eram muito bons em ciência.
[slide 15] Isaac Newton declarou a famosa declaração: “se eu vi mais longe do que as pessoas
que vieram antes de mim é por ficar de pé sobre os ombros de gigantes”
Newton entendeu que parte da razão pela qual ele foi capaz de descobrir tantas coisas foi que
as pessoas que vieram antes dele o colocaram nessa posição. Agora o que aconteceria se,
em vez de zombar daqueles que vieram antes de nós, e dar tapinhas nas costas um dos outros
por sermos muito mais espertos, pensarmos nos gigantes em cujos ombros estamos todos
apoiados e percebermos que os próprios gigantes estão apoiados em uma base de ideias que
forneceram a fundação para o pensamento científico? Isso não nos faria querer dar uma olhada
mais de perto nessas ideias e ver como elas estão conectadas com a ciência?
[slide 16] Quando voltamos ao momento da história em que surge a revolução científica,
algumas perguntas surgem: Por que a ciência moderna não se desenvolveu na China? Por
que não se desenvolveu na Índia? Por que se desenvolveu na Europa e por que esses homens
vieram depois do século 16, particularmente no século 17? por que não no século 15? A
Impressão de um certo livro, a Bíblia, nesse tempo, nesse lugar, começou uma revolução
intelectual. “Se esse livro é de fato a palavra de Deus, então ele tem que reformar nossas
mentes” – assim pensavam as pessoas da época. Acompanhando o crescimento da
alfabetização que estava ocorrendo, teria que haver algo que mudasse a forma das pessoas
pensarem, dando origem a uma revolução intelectual.
[slide 17] E hoje, estranhamente, nós pensamos nessa “Revolução Intelectual” como sendo
fundamentalmente oposta à religião. O psicólogo Jordan Peterson disse essas palavras em
seu documentário “Logos & Literacy”: “Uma coisa que é bastante impressionante sobre a
cultura racional moderna é essa insistência de que a tradição religiosa do Ocidente e a tradição
científica estão de alguma forma em desacordo fundamental”
a tradição religiosa e a tradição científica se opõem um ao outro: isso é chamado de modelo
de conflito ou o modelo de guerra. parece ser o modelo dominante entre os ateus, embora
esse modelo seja universalmente rejeitado pelos atuais historiadores da ciência. Peterson
continua:
“quero dizer, eu costumava acreditar nisso quando era jovem, pelo menos até certo ponto,
embora agora esteja muito curioso sobre de onde veio essa ideia, porque é absolutamente
claro antes de tudo que as próprias universidades surgiram dos mosteiros o sistema
universitário foi uma invenção cristã que se desenvolveu dos mosteiros Oxford e Cambridge.
e, portanto, toda a ideia da universidade surgiu da igreja.”
Curiosamente, a metodologia das universidades também surgiu da metodologia dos mosteiros.
Funcionava assim: filósofos e teólogos cristãos, tentando entender as passagens das
escrituras, proporiam hipóteses e então eles testariam suas hipóteses. Eles veriam o quão bem
suas hipóteses se encaixam na evidência (a evidência sendo o que o resto da Escritura dizia).
Então alguém modificaria a hipótese ou apresentaria uma nova hipótese que se encaixasse
de forma melhor a evidência. A ideia era que, por meio desse processo de teste de hipóteses,
eles continuariam se aproximando da verdade. Agora, o que aconteceria se você absorvesse
esse método e o aplicasse ao universo? mantenha esse pensamento.
“E a noção de que o Universo é de fato inteligível e que a busca da verdade seria redentora,
essa é uma ideia fundamentalmente religiosa”
[slide 18] Dois pontos completamente diferentes:
1- a noção de que o universo é inteligível que é capaz de ser compreendido por um agente
racional é uma ideia religiosa. Os pioneiros da Revolução Científica acreditavam que o
Universo foi criado por um arquiteto cósmico que usou princípios matemáticos para
projetar o universo; sua crença de que eles poderiam entender o Universo estava
conectada a sua crença sobre quem tinha criado o Universo. Essa é uma ideia religiosa.
2- A busca da verdade é redentora. Note que a ciência pode ser boa por certas razões que
não têm nada a ver com religião. alguém pode usar a ciência para construir um ar
condicionado para manter um quarto agradável e fresco; e isso é bom, sem envolver
religião necessariamente. Mas e quanto à pesquisa e descoberta científica que não
melhora nossas vidas de nenhuma forma? que tal aprender apenas por aprender,
mesmo que não haja nenhum benefício prático para o que você está aprendendo? isso
ainda é bom e essa parte é uma ideia religiosa. os cristãos da Revolução Científica
acreditavam que enquanto eles estavam aprendendo sobre o universo eles estavam
aprendendo sobre Deus. na verdade, eles consideravam a ciência como uma forma de
adoração!
[19] A publicação de “sobre as Revoluções das esferas Celestiais” por Nicolau Copérnico
geralmente é considerada como o marco do início da Revolução Científica. veja o que
Copérnico diz sobre entender a natureza:
“Conhecer as poderosas obras de Deus, compreender sua sabedoria, e majestade, e poder,
apreciar, em grau, as maravilhosas obras de Suas leis, certamente tudo isso deve ser um modo
de adoração agradável e aceitável ao Altíssimo, para quem a ignorância não pode ser mais
gratificante do que o conhecimento.”
[slide 20] “O próprio empreendimento científico, como no caso de Newton, por exemplo, estava
inserido naquela tradição religiosa.”
E o caso de Newton é de todos o mais marcante. Ele escreveu mais sobre Bíblia e religião do
que sobre ciência natural. A geração seguinte, sob influência do pensamento Iluminista,
querendo eliminar todo o substrato religioso da ciência de Newton, escondeu suas obras
religiosas que só viriam a ser descobertas mais de 2 séculos mais tarde. A ciência de Newton
que o mundo conheceu não foi por meio de seu livro “Princípios Matemáticos da Filosofia
Natural”, mas sim pela obra de Voltaire “Elementos da Filosofia de Newton”, totalmente
purificada da religiosidade considerada desnecessária para o autor francês.
A Revolução Científica está inserida na tradição religiosa cristã. A mesma tradição religiosa
que deu origem à alfabetização, às universidades, e as ideias e os valores que foram
essenciais para aquela Revolução. E, no entanto, agora nos dizem que essa tradição religiosa
está em um estado perpétuo de guerra com a ciência! Mas as coisas nem sempre foram assim.
[slide 21] Salmos 111 versículo 2. esse é o versículo que está escrito na entrada do primeiro
laboratório científico do mundo, o Laboratório Cavendish, em Cambridge. Ali diz “Majestosas
são as obras do Senhor! Aqueles que se deleitam nelas estudam-nas”. Outra tradução diz
“Como são grandiosas as obras do Senhor! Todos que têm prazer nele devem nelas meditar.”
- Salmos 111:2
Estude as obras de Deus! por que? porque é uma forma de adoração! no Salmo 19 lemos
[slide 22] Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas
mãos.
Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.
Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som.
No entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras chegam até os confins
do mundo.
Salmos 19:1-4
Esta ideia já vinha se desenvolvendo na Idade Média, e foi sistematizada por Francis Bacon,
o pai da ciência moderna. Ele diz: “Existe o livro das palavras de Deus, que é a Bíblia, e o
Livro das obras de Deus, que é tudo o que Deus fez na natureza. Tão Majestosas são as obras
do Senhor que deveríamos estar lendo as obras de Deus”
[slide 23] Há o livro das palavras de Deus e o Livro das Obras de Deus. Como os cristãos nos
mosteiros e universidades aumentaram sua compreensão do livro das palavras de Deus? Eles
apresentavam uma hipótese e então testavam a hipótese contra a evidência, então modifique
a hipótese ou apresente uma hipótese melhor. O que aconteceu quando esses cristãos se
voltaram para o livro das obras de Deus? eles usaram o mesmo método. em ambos os casos
houve uma verificação externa em suas teorias.
[slide 24] “não podemos confinar Deus à nossa lógica. temos que ir e observar o que Deus fez
em sua liberdade”, dizia Francis Bacon. Esta foi a essência da mudança do antigo método, que
dizia que podemos descobrir a verdade científica através da lógica, para o novo método, a
ciência moderna de Galileu e Newton. Se não saíssemos para investigar, que tipo de
movimento esperaríamos que os objetos celestes, como os planetas, tivessem? Como se
moveriam? Os Antigos diriam: “Em círculos perfeitos! O círculo é a forma mais perfeita, mais
elegante. Para eles, então, obviamente seria assim que os objetos celestes se moveriam.
Como objetos de pesos diferentes caem? “obviamente, se você dobrar o peso você dobra a
taxa na qual algo cairá! faz todo o sentido em sua mente. Observe, as pessoas presumiram
que poderiam descobrir essas coisas apenas pensando nelas. Os cristãos da Revolução
Científica acreditavam que Deus criou livremente, não por algum tipo de necessidade lógica.
Então, se você quer saber como o universo de Deus funciona, você não pode apenas pensar
sobre isso, você tem que ir e descobrir.
[slide 25] A verdade é que nós não sabemos até que medida todas as pressuposições
científicas são baseadas no conceito judaico-cristão, afinal existem múltiplos fatores
envolvidos. Algumas delas podem ter outras origens, porém dois fatos são claros: (1) Os
Cristãos acreditavam que os seres humanos são criados à imagem de Deus e que isso nos dá
a capacidade de entender o Universo. (2), mas eles também acreditam que os seres humanos
são decaídos, então vai ser muito difícil acertar as coisas. A conclusão foi: Fazer experimentos
repetidamente. Mas se você vem de uma perspectiva naturalista ateísta, você poderia obter
um resultado semelhante. Você poderia dizer: “bem, minhas faculdades cognitivas não são
perfeitas, elas foram selecionadas porque deram aos meus ancestrais uma vantagem em
encontrar comida ou parceiros, elas não foram realmente feitas para a ciência. Então, se eu
vou usá-las para a ciência, terei que ter muito cuidado e esforço, pois não foi para essa
atividade que meu cérebro foi selecionado”. Tanto a visão do teísmo cristão quanto a do
ateísmo naturalista, ou seja, a visão de que o mundo natural é tudo o que existe, podem fazer
você pensar que os experimentos precisam ser repetidos. Mas existem ideias que você extrai
de uma perspectiva judaico-cristã que você nunca conseguiria extrair do naturalismo,
[slide 26] “Porque um cientista tem que acreditar que o mundo tem uma ordem inteligível. Ele
tem que acreditar no Objeto Transcendente, ou então não haverá nada para corrigir suas
teorias”. Vamos pensar assim: se eu soltar esta caneta, como ela vai se comportar? Ela vai
cair, todos nós sabemos. Qualquer pessoa no mundo antigo poderia ter dito isso pra você.
Mas, mais especificamente, o que ela acontece com a caneta? ela vai seguir uma pequena
equação matemática bem ordenada. Olhe ao seu redor! Tudo está seguindo pequenas
equações matematicamente organizadas. Nós costumamos falar sobre as leis da natureza,
mas quando falamos sobre as leis da natureza estamos usando uma metáfora, uma figura de
linguagem. Essa metáfora vem de governos humanos: o rei, ou quem está no comando, faz
uma lei e as pessoas devem obedecer a lei. Mas os cristãos acreditam em um rei divino, um
legislador divino, que criou tudo e tudo obedece às suas leis. Então, quando eu solto a caneta,
a caneta não apenas cai, mas de alguma forma obedece a um comando. Por que? Por que
em nome do bom senso, uma caneta descerebrada obedeceria a um comando? Se você fosse
um naturalista e ainda não soubesse que essa caneta sempre obedece a equações, teria
passado pela sua cabeça, algum vez na vida, que ela segue as equações? Você teria o
trabalho em procurar por equações que você não sequer tem motivos para pensar que
existem? Muito pelo contrário, se alguém chegasse até você e afirmasse que tudo ao seu redor
está obedecendo a leis matemáticas precisas, você o colocaria em um manicômio! Porque só
um lunático completo diria que um monte de objetos irracionais está obedecendo a mesma
matemática que eu e você podemos descobrir no papel.
[slide 27] Uma coisa engraçada sobre matemática é que a matemática é uma linguagem. A
mais simples, mais elegante, mais precisa das linguagens, mas é uma linguagem. Então se
tudo ao nosso redor está obedecendo pequenas equações matemáticas o dia todo, todos os
dias então estamos constantemente cercados por um discurso. Está em todo lugar, você não
pode olhar em nenhuma direção sem ser gritado bem na sua face! Hebreus 1 começa com
essas palavras:
[slide 28] Antigamente, Deus falou, muitas vezes e de muitas maneiras, aos nossos pais, pelos
profetas, mas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas
as coisas e pelo qual também fez o universo. O Filho, que é o resplendor da glória de Deus e
a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela sua palavra poderosa.
Hebreus 1:1-3
Jesus, o filho de Deus, é chamado de Logos, traduzida usualmente como palavra, ou verbo,
em João 1, dependendo da versão. Logos, palavra grega de onde vem a palavra lógica. Em
latim era a palavra Ratio, de onde vem razão, ou racional. O Filho, O Logos, sustenta o universo
pela palavra de seu poder. A fala divina sustenta o universo. Se quisermos saber o que é essa
fala, o que devemos fazer? Devemos começar a estudar o universo até descobrirmos o que
Deus está dizendo.
Quero retomar o ponto que falamos anteriormente, sobre como os primeiros cientistas criam
que a busca da verdade é redentora. E isso é verdade, porque todo verdadeiro cientista corre
riscos, desde os que temiam repressão da Igreja, até aqueles que hoje temem descobrir algo
que desafie verdades cientificas estabelecidas e aceitas pela comunidade acadêmica. Quem
aceita correr esses riscos está operando sob a pressuposição de que a busca honesta pela
verdade e pela Iluminação é de fato um bem, a despeito de todo o resto. E essa é uma
afirmação que é um axioma de fé! Isso não é apenas bom, é adoração, de acordo com o que
diziam os pioneiros cristãos da Revolução Científica.
[slide 29] “Todos os bons cientistas que eu conheço são possuídos por um espírito da Verdade.
Eles vão permitir que o mundo corrija suas pressuposições errôneas. E eles presumem que
nessa busca se encontra, digamos, a melhoria do indivíduo e da Sociedade Humana. Todos
esses são pressuposições religiosas, pelo que eu entendo.” – Jordan Peterson
[slide 30] Os cientistas que vieram depois absorveram o mesmo Axioma de Fé, mesmo que
não percebessem de onde ele veio. Perceba que o axioma poderia ser o contrário. Vemos isso
em muitos filmes ou séries de terror cientifico. O mais notório deles é “Frankenstein”, livro de
Mary Shelley (1818), que incorpora um sentimento da época em que os avanços científicos e
tecnológicos traziam medo e ansiedade para as pessoas que não estavam preparadas para
aquela rápida mudança na sociedade. Se nosso Axioma fosse que a busca da verdade é ruim,
escolheríamos viver em total ignorância para nosso próprio bem. “A ignorância é uma benção”
é um ditado muito popular, mas jamais um cientista pode crer nele.
O resumo de tudo que vimos é este: Uma coleção de ideias deu origem à Revolução Científica.
algumas dessas ideias podiam ser abraçadas por diferentes grupos, por diferentes razões,
mas as ideias mais importantes eram ideias religiosas. Essas ideias puderam florescer por
causa da disseminação da alfabetização e das universidades. Podemos até pensar na
Revolução Científica como um grande e épico teste metódico dessas ideias religiosas! Os
pioneiros da Revolução Científica, os Gigantes em Cujos ombros os cientistas modernos se
amparam, colocaram suas ideias religiosas à prova.
[slide 31] E aqui pode ser útil fazer uma distinção entre as hipóteses científicas ordinárias, ou
seja, comuns, e a Mãe de todas as hipóteses científicas, a suprema hipótese científica que
começou todas as outras.
As hipóteses científicas comuns são afirmações provisórias sobre o mundo geralmente
baseadas em algum tipo de observação. Afirmações que são confirmadas ou não confirmadas
conforme evidências relevantes chegam. Por exemplo, você percebe que um pedaço de cobre
conduz eletricidade e você apresenta uma hipótese científica “Todo cobre conduz eletricidade”.
Então você testa sua hipótese pegando diferentes pedaços de cobre e vendo se eles também
conduzem eletricidade. Você descobre que sim, e isso apoia a sua hipótese. Existem toneladas
de hipóteses científicas sendo testadas em todo o mundo, mas todas essas hipóteses
científicas são, em última análise, derivadas da mãe de todas as hipóteses científicas.
A mãe de todas as hipóteses científicas é a hipótese sobre a qual a ciência como a
conhecemos se sustenta. Existem três elementos-chave da mãe de todas as hipóteses
científicas:
1. O universo pode ser entendido
2. Nós somos os tipos de coisas que podem entendê-lo e
3. É bom para nós entendê-lo.
Se você não acredita que o universo é, lá no fundo, racional, você não vai gastar anos sua vida
coletando dados para descobrir suas leis. Se você não acredita que os seres humanos são
capazes de entender o universo, por que perder seu tempo tentando? E se você não acredita
que é bom entender o universo, por que você se importaria? Então,
[slide 32]
1. Inteligibilidade: O universo pode ser entendido
2. Capacidade: Podemos entender
3. Desejabilidade: Queremos entender
Esses são os três elementos-chave da mãe de todas as hipóteses científicas, e todos os três
devem estar no lugar para que a ciência decole. No século 21 nós aceitamos esses três
elementos como óbvios: acreditamos que o Universo pode ser compreendido, e que somos o
tipo de coisa que pode entendê-lo, e que é bom para nós entendê-lo. Mas houve um tempo
em que a grande maioria das pessoas não acreditava. Eles não acreditavam que o Universo
pudesse ser entendido, ou que pudéssemos entendê-lo, ou que fosse bom entendê-lo e,
portanto, embora tenha havido algumas conquistas científicas entre os antigos gregos,
egípcios, chineses e muçulmanos, não houve nada que pudesse ser verdadeiramente
chamado de “Revolução” em nossa maneira de pensar o mundo. As ideias fundamentais que
deram origem à Revolução Científica permearam os mosteiros e universidades antes do
surgimento da Ciência, e foram baseadas nas visões religiosas dos teólogos e filósofos que
estavam avançando o pensamento cristão. Nos séculos 16 e 17, os cristãos desenvolveram
uma maneira de confirmar cientificamente essas ideias fundamentais. Como podemos
confirmar ideias cristãs sobre o Universo, sobre o ser humano, e sobre o bem intrínseco do
conhecimento? Pelo teste de várias hipóteses comuns, em diferentes áreas. Toda hipótese
científica comum que é testada, seja ela validada ou refutada, é a confirmação da mãe de
todas as hipóteses científicas. Para todos os efeitos, os pioneiros da Revolução Científica
disseram: “se estivermos certos sobre o universo, e sobre nós mesmos, e sobre a bondade do
conhecimento, então seremos capazes de descobrir a física, e a química, e biologia, e assim
por diante. Nós fomos feitos para isso!” E toda vez que eles testaram uma hipótese científica
comum, eles estavam confirmando que o Universo pode ser entendido, que somos o tipo de
coisa que pode entendê-lo, e que é bom entendê-lo. Mas o conjunto de ideias que eles
estavam confirmando eram crenças religiosas, e essas ideias são indefensáveis por meio do
naturalismo ateu.
[slide 33] Para esclarecer o problema do naturalismo, vamos comparar duas hipóteses: o
teísmo cristão e o ateísmo naturalista. Novamente, sofremos com a maldição do conhecimento,
então temos que tentar imaginar como é não saber o que sabemos. Vamos fazer isso aplicando
o que é chamado de “o princípio da surpresa”.
[slide 34] “o universo é inteligível. tudo segue um conjunto de leis. as leis são matemáticas. é
uma espécie de discurso.” Quão surpreendente é isso, assumindo que o teísmo cristão é
verdadeiro? não é nada surpreendente! é exatamente o que esperaríamos!
Mas quão surpreendente seria, assumindo que o naturalismo é verdadeiro? Se o universo não
fosse criado por uma espécie de arquiteto cósmico, um legislador supremo, que sustenta toda
a criação por seu palavra, por que, em nome do bom senso, você esperaria que o universo
fosse inteligível? um lugar onde tudo segue um conjunto de leis, especialmente leis que são
uma forma de fala? Você nunca esperaria isso no naturalismo. Não faz absolutamente nenhum
sentido no naturalismo. Então, a inteligibilidade do universo favorece massivamente o teísmo
cristão sobre o naturalismo ateísta.
[Slide 36] Mas mesmo se você tiver um universo inteligível, por que você pensaria que somos
o tipo de coisa que pode entendê-lo? Um ser humano, diferentemente de uma árvore, ou
inseto, ou um polvo, ou um gorila, pode descobrir as leis da natureza! Quão surpreendente é
isso, assumindo que o teísmo cristão é verdadeiro? não é nada surpreendente! fomos criados
à imagem de Deus. fomos criados para pensar os pensamentos de Deus imitando-o! Fomos
criados para ter domínio sobre o mundo natural. Fomos literalmente projetados para este tipo
de coisa. Nosso design foi feito para a ciência. Agora, quão surpreendente é a nossa
capacidade de compreender o universo assumindo que o naturalismo é verdadeiro? É
extremamente surpreendente! De acordo com o único cenário plausível dado o naturalismo,
um cenário darwinista, a nossa capacidade de raciocínio é o produto da seleção natural agindo
sobre variações dentro de uma população, variações essas causadas por mutações aleatórias.
A seleção natural favorece características que ajudam os organismos a sobreviver e se
reproduzir. Então se o raciocínio humano evoluiu naturalmente é porque ajudou nossos
ancestrais a sobreviver e se reproduzir. Isso nos dá alguma base para confiar em nossa
capacidade de raciocínio quando se trata de questões de teologia, ou filosofia, ou ciência? A
resposta é: Não. nossa capacidade de raciocínio não foi projetada para nada disso. Na melhor
das hipóteses, poderíamos confiar em nossa capacidade de raciocínio quando se trata de
encontrar frutas, ou usar uma lança contra um inimigo, ou fazer algo para atrair um
companheiro. E para que você não pense que estou de algum modo exagerando, o próprio
Darwin notou esse problema.
[slide 39] Ele disse: “Comigo a terrível dúvida sempre surge, se as convicções da mente do
homem, que foram desenvolvidas a partir da mente dos animais inferiores, são de algum valor
ou de todo confiáveis. Alguém confiaria nas convicções da mente de um macaco, se é que há
qualquer convicção em tal mente?”
Isso é Darwin percebendo que exatamente o mesmo processo que deu origem à mente dele
também deu origem à mente de um macaco. Confiaríamos na mente de um macaco para
descobrir como o universo funciona? Não, a mente dele não foi feita para nada perto disso.
Mas a mente humana também não foi feita para nada perto disso. Então, o fato de sermos
capazes de entender o universo favorece massivamente o teísmo cristão sobre o naturalismo
ateu.
[slide 40] E quanto a bondade intrínseca de entender o universo? Mesmo que não haja nenhum
benefício prático para parte desse conhecimento. A bondade intrínseca do conhecimento está
em uma categoria diferente de evidência, porque a bondade não é algo que você encontra
com um telescópio ou um microscópio. Dizer que entender o universo é intrinsecamente bom
é uma afirmação baseada em valores, mas é uma afirmação com a qual os valores de todos
parecem concordar. É uma afirmação que os cientistas aceitam como certa. É uma afirmação
que é fundamental para a ciência, é uma afirmação que faz todo o sentido dado o teísmo
cristão, onde a compreensão do universo é paralela à compreensão das escrituras, e é uma
afirmação que não faz sentido, dado o naturalismo. Se entender o universo não ajuda você a
sobreviver ou se reproduzir, se não ajuda a propagar seu DNA, como podemos dizer, dado o
naturalismo, que é bom de alguma maneira significativa? E, ainda assim, cientistas do mundo
todo, mesmo os cientistas que são naturalistas, são movidos pela ideia de que entender o
universo é intrinsecamente bom. Inteligibilidade, capacidade, desejabilidade. Se o mundo não
consegue entender o quão estranhas essas ideias são para o naturalismo, é porque o mundo
foi cristianizado. As ideias cristãs se tornaram tão dominantes na mente das pessoas que elas
pensam que essas são ideias delas, mesmo que não sejam cristãs. Mas se alguem absorve
essas ideias e não é um cristão, essa pessoa se parece mais com um cristão herético e não
com um ateu de verdade.
[slide 43] Chegamos, então, a percepção de que existem apenas dois tipos de cientistas:
Cristãos e cristãos heréticos. Vejam só, igualzinho como era durante a Revolução Científica.
[slide 44/45] Como tantas pessoas rejeitam e zombam do Cristianismo, mesmo depois de ter
sua forma de pensar completamente cristianizada? Lembre-se do que Paulo disse: “eles
suprimem a verdade”. Entre todas as nossas outras habilidades, o ser humano tem a
capacidade de saber que algo é verdade, mas ao mesmo tempo de suprimi-la a tal ponto que
a rejeitamos e zombamos.
[slide 46] Voltando para a Mãe de Todas as Hipóteses Científicas: os pioneiros da Revolução
Científica trataram suas ideias como uma enorme hipótese: Se estivermos certos sobre o que
é o universo, e sobre o que somos, e sobre o valor do conhecimento, então seremos capazes
decifrar tudo isso. E eles estavam certos. Observe que toda vez que confirmamos ou refutamos
uma hipótese científica é uma confirmação adicional daquela hipótese original, a mãe de todas
as hipóteses científicas. Quando você confirma ou refuta uma hipótese científica você está
fornecendo mais uma confirmação de que o universo é inteligível, que somos o tipo de coisa
que foi feito para entendê-lo, e assim por diante. Toda hipótese científica que já foi testada é a
confirmação de um conjunto de ideias que fluem diretamente de teísmo cristão. Se toda
hipótese científica que já foi testada é a confirmação de um conjunto de ideias que fluem
diretamente do teísmo cristão, o que podemos dizer?
[slide 47] Podemos dizer que nenhuma hipótese EM TODA A HISTÓRIA tem mais confirmação
científica do que o Teísmo Cristão. Mas podemos ir além! Se toda hipótese científica que já foi
testada é a confirmação da Mãe de Todas as Hipóteses Científicas, e como vimos, todos os
três elementos-chave da mãe de todas as hipóteses científicas estão fundamentalmente em
desacordo com o naturalismo ateu, podemos dizer que toda hipótese científica que foi já foi
alguma vez testada é uma negação do naturalismo.
[slide 48] E, uma vez que toda hipótese científica que já foi testada é uma negação do
naturalismo, é claro que nenhuma hipótese na história tem mais refutação científica do que o
naturalismo. A conclusão óbvia a tirar de tudo isso é que se tivermos algum respeito pela
ciência, devemos aceitar o teísmo cristão e rejeitar o naturalismo ateísta.
[slide 49] Mas vamos puxar o freio um pouco. Temos dois motivos para proceder com cautela
aqui. Primeiro, temos que ter cuidado quando falamos sobre evidências que confirmam algo
como o teísmo cristão, porque o teísmo cristão inclui muito mais do que apenas as crenças de
que Deus criou o universo, e que os seres humanos foram criados à imagem de Deus, e que
entender a criação de Deus é uma forma de adoração, ou que é intrinsecamente bom, ou como
disse Jordan Peterson, que é redentor. O que foi massivamente confirmado pela ciência não
é todo o teísmo cristão, mas algumas ideias particulares que fluem do teísmo cristão. Mas você
obtém ideias semelhantes do judaísmo, e de certas formas de deísmo, e podemos apresentar
mais visões de mundo que incluem essas ideias. Então o que podemos dizer com certeza é
que a ciência confirma algo que lembra muito o teísmo cristão. A ciência confirma algo que
inclui as ideias específicas que discutimos. No entanto, o fato permanece, que o naturalismo
foi completamente, totalmente, terminantemente destruído pela ciência.
[slide 50] Em segundo lugar, e isso pode ser algo que tenha passado por você durante esta
palestra: o que acontece quando o livro das palavras de Deus, a Bíblia, não parece estar
alinhado com o livro das obras de Deus, a natureza? O que acontece quando a Bíblia parece
estar lhe dizendo uma coisa, e a ciência parece estar lhe dizendo outra? Bem... a coisa mais
tola que você poderia fazer seria adotar uma ideologia que contradiz tanto as escrituras quanto
a ciência. Então a coisa mais idiota que alguem poderia fazer seria adotar o naturalismo. Adotar
o naturalismo seria uma supressão extrema da verdade.
Um movimento muito, mas muito mais inteligente seria algo assim: Estudar o livro das palavras
de Deus me levou a estudar o livro das Obras de Deus. O teísmo cristão levou à Revolução
Científica. Não posso simplesmente chutar as pernas dos gigantes em cujos ombros estou me
amparando. Então, quando parecer haver um conflito entre o livro das palavras de Deus e o
Livro das Obras de Deus, vou usar o método das grandes mentes do passado. Vou apresentar
uma hipótese que explica por que parece haver um conflito. E eu vou testar essa hipótese
contra as evidências. E então eu vou: ou revisar minha hipótese, ou apresentar uma melhor,
até que eu entenda a relação entre o livro das palavras de Deus e o livro das obras de Deus.
Assim minha compreensão sobre ambos se aprofundará e saberei mais sobre Deus. O que
queremos evitar é o pensamento superficial, e tragicamente os cientistas de hoje são
atormentados pelo pensamento superficial. Como Francis Bacon uma vez o colocou, quando
a ciência ainda era considerada um ramo da filosofia,
[slide 51] “Eu ouso afirmar, no conhecimento da natureza, que um pouco de filosofia natural e
a primeira entrada nela de fato inclina a opinião para o ateísmo. Mas, por outro lado, muita
filosofia natural, e o aprofundar-se nela trará as mentes dos homens para a religião. Portanto,
o ateísmo de todas as maneiras parece ser combinado com a loucura e a ignorância, visto que
nada pode ser mais justamente atribuído como fala de tolos do que isso “não há Deus”.
[slide 52]
Diz o tolo em seu coração: "Deus não existe”
Salmos 53:1

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