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A Fundamentação da Metafísica de Tomás de Aquino na Obra O Ente e Essência

Manuel Francisco Honwana1

Resumo: Tomás de Aquino, na obra O Ente e a Essência, baseado na premissa de que o ente e
essência são aquilo que o intelecto concebe antes de qualquer coisa, desenvolve seu pensamento
esclarecendo o significado que ambos têm para a compreensão do que há e as relações com
conceitos classificatórios apresentados por ele aos termos que dão título ao opúsculo. Assim,
submetendo-se a uma metodologia que parte de um conhecimento complexo que se ‘desconstrói’
em conhecimento simples, Tomás discorre primeiramente sobre o ‘ente’ em direcção à
compreensão do que é ‘essência’. O autor apresenta sua metafísica de modo pedagógico e sintético.
Ao conceber o ente e a essência como aquilo que primeiro é conhecido pelo intelecto, Tomás de
Aquino estabelece o núcleo de todo seu pensamento filosófico: o Ser. Para essa investigação,
Aquino define o método a ser seguido: partir das substâncias compostas, uma vez que essas são as
que o conhecimento natural e espontâneo do homem capta de modo imediato, para, assim, chegar
às substâncias menos acessíveis à faculdade cognitiva, isto é, às substâncias simples. No decurso
do texto, Aquino apresenta os fundamentos de sua metafísica, a saber: o princípio de individuação
pela matéria assinalada; a doutrina da essência absolutamente considerada; as substâncias
separadas e a realidade cuja essência é seu próprio ser: Deus. O presente artigo tem por objectivo
investigar os principais conceitos da metafísica de Tomás de Aquino a partir da obra referida,
bem como suas principais influências filosóficas, como Aristóteles e Avicena, que contribuíram
para a fundamentação da sua obra. O trabalho vale-se do método bibliográfico, que consiste na
pesquisa e consulta de obras Tomás de Aquino e outras afins a temática em abordagem e obedece,
como técnica, à hermenêutica textual.

Palavras-chave: Metafísica, Ente, Essência, Substância.

1. Introdução

A questão do Ente é o tema fundamental da filosofia tomista. Para Tomás de Aquino, não basta
dizer simplesmente que o Ente é o tema fundamental da filosofia, é preciso admiti-lo como tema
fundamental do núcleo da filosofia, isto é, da metafísica. Assim, como Aristóteles, ele considera,
também, a Metafísica ou Filosofia Primeira, como a ciência do ‘ente enquanto ente’. Para o Doutor
Angélico, a metafísica não estuda tipos particulares de entes, mas a natureza do ente, e isso envolve
uma série de distinções básicas entre substância e acidente; substância e agregados; substâncias

1
Estudante do curso de Licenciatura em Filosofia, na Faculdade de Filosofia, da Universidade Eduardo
Mondlane.
simples e compostas; substâncias criadas e não criadas; essência e existência (PERREIRA, 2011:
39).

O livro de Tomás de Aquino se tornou rapidamente num texto popular por apresentar de forma
clara e introdutória, o núcleo central do pensamento de seu autor sobre ente e essência como
aparecem em diferentes descrições da realidade (material, espiritual), abrangendo questões
importantes, tais como: natureza da substancia; individuação da substancia; relação entre
propriedades acidental e essencial e o problema dos universais.

Em um sentido mais específico, o objectivo do texto O Ente e a Essência proposto por Tomás de
Aquino, consiste em definir o ente e a essência e entender como eles se relacionam com as noções
lógicas e sob que modo eles são encontrados nos diversos entes. O ente abrange coisas ou palavras
que não têm necessariamente realidade; a essência designa elementos que têm realidade, que
existem, como por exemplo, as substâncias simples que são formadas por uma única coisa (forma
ou matéria), e as substâncias compostas, que aliam várias coisas (forma, matéria e acidente). As
criaturas angélicas pertencem ao primeiro grupo; as humanas, ao segundo. Por isso, para Tomás de
Aquino, as substâncias simples, superiores, são menos acessíveis a nosso intelecto que as outras.
Fortemente influenciado por Aristóteles e Avicena, Tomás de Aquino inicia o seu texto anunciando
aquilo que para ele deve ser abordado a respeito de toda investigação intelectual.

Nosso objectivo neste artigo não é discutir todo o conteúdo do texto O Ente e a Essência de Tomás
de Aquino, pretendemos analisar, especificamente, os principais conceitos da metafísica de Tomás
de Aquino a partir da obra referida. Por isso, com vista a alcançar o objectivo proposto, o trabalho
vale-se do método bibliográfico, que consiste na pesquisa e consulta de obras Tomás de Aquino e
outras afins a temática em abordagem e obedece, como técnica, à hermenêutica textual.

2. Contexto Histórico-Biográfico de Tomás de Aquino

Segundo Torrel (1999: 1), Tomás de Aquino nasceu em Roccasecca, por volta de 1224/1225, e
faleceu com a idade de 50 anos, em 7 de março de 1274. A partir desta consideração, Reale e
Antiseri (2003: 211) afirmam que São Tomás foi “expoente máximo entre os escolásticos,
verdadeiro gênio metafísico e um dos maiores pensadores de todos os tempos [...], elaborou um
sistema de saber admirável pela transparência lógica e pela conexão orgânica entre as partes, de
índole mais aristotélica do que platônico-agostiniana”.
Prosseguiu seus estudos em Nápoles, na universidade fundada por Frederico II. Quando entrou em
contacto com a ordem dos dominicanos, teve mais acesso aos ensinos universitários. Foi discípulo
de Alberto Magno entre 1248 e 1252. Logo mostrou seu talento especulativo, sendo convidado
pelo mestre a expor seu ponto de vista sobre a quaestio2, tema que estava sendo debatido na época3.
Em 1252, Alberto Magno indica Tomás para bacharel na Universidade de Paris; ensinou lá de 1252
a 1254. Produziu os Comentários às Sentenças de Pedro Lombardo. Ademais, escreveu no mesmo
período os opúsculos De ente et essentia e De principiis naturae, nos quais Tomás expõe os
princípios metafísicos gerais que o inspiraram para reflexões posteriores (REALE; ANTISERI,
2003: 212).

Foi agraciado com o título de magister em teologia, obtendo uma cátedra em Paris, onde ensinou
de 1256 a 1259. Nesse período foram desenvolvidas as obras Quaestiones disputatae de veritate,
o Comentário ao De Trinitate de Boécio e a Summa Contra Gentiles. O propósito da Suma contra
os gentios, livro composto por solicitação de Raimundo de Peñafort tinha a intenção de converter
o Islã. Pedia-se que equipasse os missionários com as armas intelectuais necessárias, todavia a
Suma supera muito um manual missionário. A obra contextualiza, examina e critica todo um
conjunto de “errantes” contra a fé cristã.

Para Santos (2012: 51), Tomás de Aquino é fortemente influenciado pela filosofia de Aristóteles
e, em grande parte, pelo pensamento de Avicena, se valendo da filosofia do Estagirita em suas
principais teses metafísicas. Entretanto, Tomás não se limita a ser um mero repetidor ou
comentador de Aristóteles. Apoiado na metafísica aristotélica, constrói a própria. Sobre isto, diz
Hugon: "Não se pode deixar de reconhecer que S. Tomás seguiu as trilhas de Aristóteles, mas ele
reformulou de tal modo os ensinamentos do Estagirita, que arquitetou uma outra filosofia"
(HUGON, 1998: 12).

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A quaestio é uma forma regular de ensino, aprendizado e pesquisa, presidida pelo mestre, caracterizada por um
método dialético que consiste em introduzir e examinar argumentos de razão e de autoridade que se opõe em torno de
um problema teórico ou prático e são fornecidos pelos participantes, na qual o mestre deve alcançar uma solução
doutrinal mediante um ato de determinação que o confirma em sua função magistral. E a última função era sua
pregação, dado o estudo científico da teologia deve ser sua preparação para o prolongamento pastoral (TORREL, 1999:
65).
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A título de curiosidade, Tomás por ser conhecido como reservado e silencioso, era chamado de “boi mudo”, que fez
Alberto exclamar: “Esse moço, que nós chamamos de ‘boi mudo’, mugirá tão forte que se fará ouvir o mundo inteiro!”
O pensamento de Aquino se mostra dominado por sua concepção de ser, por isso se diz comumente
que ele elaborou uma filosofia do real e do ser. O opúsculo O Ente e a Essência além de ser um
manual de introdução à Metafísica de Aristóteles, nele também se encontram os fundamentos da
metafísica de Tomás de Aquino, o que faz este opúsculo ser uma fonte extremamente importante
para o conhecimento das posições filosóficas de Tomás. Nessa obra, Tomás perpassa, de forma
clara e sintética, por várias questões metafísicas como a distinção entre substância e acidente; a
distinção entre substâncias simples e composta; princípio de individuação, abordando, ainda,
questões lógicas e gnosiológicas. Entretanto, a definição do ente e essência, e como esta última se
encontra nos diversos entes, é o guia que norteia toda a obra e a partir da qual toda ela se
desenvolverá.

Tomás inicia o De Ente com um breve prólogo destacando os temas a serem tratados, quais sejam,
o significado do nome de essência e ente, como se encontra em diversos e como está para as
intenções lógicas. Para tal investigação, Tomás propõe um método a ser seguido que é começar do
mais acessível ao conhecimento para se chegar ao menos acessível. Para Tomás, o mais acessível,
ou mais fácil na ordem do conhecimento, não se refere ao mais simples ou primeiro na ordem do
ser, pois, nesta última, o mais simples se mostra menos acessível às faculdades humanas do que
aquilo que é composto (TOMÁS DE AQUINO, 1995: 13) A intenção de Tomás é afirmar a
universalidade da noção de ser, embora tal noção seja concebida ainda de forma implícita e confusa
em todo conhecimento da realidade e só por meio de uma reflexão filosófica é que ela adquire toda
sua significação. Assim, estabelecendo a primazia do ente e da essência no intelecto, Tomás
estabelece também um princípio epistêmico.

3. A Metafísica Tomista e seus Conceitos Fundamentais

Ao afirmar que o ente e a essência são o que é concebido primeiro pelo intelecto Tomás de Aquino
não estava pensando, necessariamente, em um indivíduo particular no início da sua actividade
intelectiva. Sua afirmação, portanto, não quer dizer que o significado conceitual de ente e essência
é o primeiro a ser assimilado pelo indivíduo particular no início da sua actividade intelectiva,
Tomás de Aquino refere-se, principalmente, ao modo como ente e essência são admitidos como
fundamentos das ciências. O Doutor Angélico está interessado em conhecer com precisão os
fundamentos epistêmicos, que validam as ciências humanas.
Ente e essência são, para Tomás de Aquino, princípios básicos e primitivos subjacentes a todo o
conhecimento humano da realidade. Para a sua estrutura ontológica da realidade, essa afirmação
tem uma importância crucial: ente é um indicativo da inteligibilidade apropriada da realidade. Todo
o conhecimento da realidade começa com ente, na medida em que algo é compreendido ente ele é
afirmado como inteligível e como tal relacionado com o intelecto. Ente é, portanto, a razão
subjacente da cognoscibilidade de algo (Cf. GILSON, 1962: 63).

Tomás começa a sua reflexão considerando que “[...] o ente por si se diz de dois modos” (TOMÁS
DE AQUINO, 1995: 13). Com isso, ele afirma que o ente não se diz apenas em um sentido, mas
que cada ente possui um sentido próprio: João e planta, por exemplo, são ditos entes, porém não
de maneira absolutamente idêntica. Assim, Tomás rejeita a maneira unívoca de se conceber o ente.
No entanto, não se trata também de dizer o ente de uma maneira equívoca o que leva Tomás a
desenvolver a doutrina da analogia do ente, fundamental para a metafísica tomista, em especial em
sua Teologia Natural, que consiste em entender o conceito de ente como uma noção que se aplica
em diferentes seres particulares num sentido diferente e relativamente o mesmo.

Tomás menciona o “ente por si” a fim de contrastar com o “ente por acidente”, seguindo
Aristóteles, para quem “o ser se diz em sentido acidental e por si” (ARISTÓTELES, 1969: 7). Ser
um músico, por exemplo, é uma característica acidental de homem. A razão de começar pelo “ente
por si” está no facto de que, para Tomás e Aristóteles, não pode haver ciência a respeito do ente
como acidente, pois o ente dito deste modo pode receber indeterminadas significações, e a ciência
é conhecimento daquilo que é necessário.

É importante esclarecer uma questão linguística que pode dificultar uma compreensão mais exacta
da metafísica tomista: trata-se da palavra “ente”, particípio presente do verbo “ser”.
Frequentemente, as duas palavras, ente e ser, são tomadas como sinónimos, mas no vocabulário
tomista elas possuem significados filosóficos particulares. Ente significa “aquilo que existe”,
“aquilo que é”. Ente significa, ainda, “o que tem o acto de ser”, por fim, um ente é o que possui
ser. Desse modo, é importante distinguir o "esse" (ser), que é o fundamento ontológico do ente, do
próprio ente. O ser é um acto, enquanto o ente é um estado (GILSON, 1962: 53).

Segundo Tomás, os dois modos de dizer o ente são: “[...] de um modo que é dividido por dez
gêneros; de outro modo, significando a verdade das proposições” (TOMÁS DE AQUINO, 1995:
14). Estes gêneros são: substância, qualidade, quantidade, relação, ação, paixão, tempo, lugar,
posição, hábito. Destas, a substância possui maior relevância, já que os outros predicados são tidos
como acidentais em graus diferentes. É por essa razão que Tomás irá dizer que o “ente se diz de
maneira absoluta e por primeiro das substâncias e, posteriormente e como que sob um certo
aspecto, dos acidentes” (TOMÁS DE AQUINO, 1995: 15). O ente, dito do segundo modo, refere-
se a tudo aquilo a partir do qual se pode formar uma proposição, mesmo que não acrescente algo
real à coisa. Desta forma, as privações e negações são entes.

Tomás destaca ainda que o nome de essência só deriva de ente dito do primeiro modo e não de ente
do segundo modo, pois as negações e privações não possuem essência. Tendo conceituado os dois
modos de dizer o ente, Tomás detalha a noção de essência: “[...] é preciso que a essência signifique
algo comum a todas as naturezas, pelas quais os diversos entes são colocados em diversos gêneros
e espécies” (TOMÁS DE AQUINO, 1995: 14). Assim, o ente é o que tem ser, porém, concebido
somente por esta característica de “possuir ser”, o ente ainda é, de certa forma, indeterminado
ontologicamente4, tornando-se passível de ser posto num determinado gênero e espécie, e é
justamente a essência que irá realizar esta determinação (HUGON, 1998, p. 50), e uma vez sendo
colocado num gênero e espécie, pode-se responder à questão “o que é” aquele ente: “é pedra”, “é
homem”, “é planta”. Desse modo, pode-se notar que a doutrina da distinção entre ser e essência é
de suma importância para o pensamento tomista. Tal doutrina já é encontrada em Avicena, porém
para esse não há propriamente uma distinção real. No entanto, em Tomás, esta diferença de
concepção irá diferenciar o ser de Deus do ser dos demais entes.

Tomás ressalta algumas considerações sobre ente, substância e essência. Ente se diz de modo
absoluto e, por primeiro, das substâncias e, sob certo aspecto, dos acidentes. A substância é ente
enquanto sujeito apto a existir por si (TOMÁS DE AQUINO, 2001: 99) e é somente por ela que os
acidentes existem, ou seja, são entes. Por isso, há essência própria e verdadeiramente nas
substâncias, e de um certo modo nos acidentes. As substâncias são divididas em simples e
compostas. Nas substâncias simples há essência de modo mais nobre; as compostas são
denominadas de “substância segunda” porque compostas de matéria e forma.

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Apenas de modo abstrato é possível conceber um ente sem essência, uma vez que esta é princípio constitutivo e
necessário do ente. A essência é princípio de inteligibilidade, pois, a coisa não é inteligível senão pela sua definição e
sua essência.
Tomás nega que a essência seja somente a matéria, pois a essência é o que torna algo cognoscível,
enquanto a matéria, por ser um princípio potencial, não é princípio de conhecimento e nem
determina o gênero e a espécie de algo. E embora a forma seja o princípio que determina a matéria,
a essência também não se encontra nela somente, pois a essência é o que é significado na definição
da coisa, e as definições das substâncias naturais contém não apenas a forma, mas também a
matéria. Uma terceira concepção é a de que a essência procede da relação matéria e forma como
algo externamente acrescentado, porém isso faria com que estes princípios tornassem acidentes no
ente, e nenhuma essência pode ser acidental ao ente. Assim, Tomás de Aquino conclui que a
essência nas substâncias compostas compreende a matéria e a forma e não apenas um destes
princípios isoladamente.

Do exposto, observa-se que há dois tipos de composições referidas ao gênero da substância: matéria
e forma, e essência e ser. E assim como os princípios de matéria e forma estão relacionados com
os de potência e acto, assim também essência e existência estão relacionadas a potência e acto.
Toda essência finita é concretizada na realidade pelo facto de adquirir existência e, por essa razão,
pode-se dizer que a essência está para a existência assim como a potência está para o acto. Algumas
coisas são produzidas a partir de princípios intrínsecos ao próprio ser, como o rir no homem, e
outras são produzidas a partir de algum princípio extrínseco. Ora, uma coisa que não possui o ser
como essência, não pode dar a si mesmo o seu ser, pois para isso teria que ser causa de si mesmo,
o que é impossível uma vez que teria que existir antes de existir; além disso, uma coisa não pode
dar o que não tem.

Considerações Finais

A obra O Ente e a Essência mantém sua relevância para filosofia de Tomás de Aquino, sobretudo
enquanto fonte para compreender os fundamentos de sua metafísica. Pode-se dizer que as teses
filosóficas apresentadas por Tomás nessa obra irão confluir com toda sua filosofia e sua teologia.
Sobre o ente pode-se dizer que há dois modos de concebê-lo: no primeiro modo, o ente é o que é
dividido em dez gêneros, e no segundo modo, o ente significa tudo aquilo a partir do qual se pode
formar uma proposição. Ente se predica primeiro das substâncias e, de certo modo, dos acidentes.
A essência significa algo comum a todas as naturezas, pelas quais os diversos entes são colocados
em diversos gêneros e espécies e ela somente deriva de ente dito do primeiro modo. Só há essência
verdadeiramente nas substâncias compostas e simples, e somente de um certo modo nos acidentes.
Nas substâncias simples, isto é, nas que não possuem matéria, há essência de modo mais nobre; e
nelas, como não possuem matéria, a essência compreende apenas sua forma. Por outro lado, a
essência nas substâncias compostas compreende tanto a matéria quanto a forma e não apenas um
destes princípios isolados. Nas substâncias simples não há multiplicidade de indivíduos da mesma
espécie, mas tantas são as espécies quanto forem os indivíduos. Há essência nos acidentes, porém,
como os acidentes dependem da substância para existir, a essência que se encontra neles é
incompleta.
Referências Bibliográficas

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