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Universidade paulista – UNIP

Pós-Graduação. Analises clinicas

Drielle Cecilia Nascimento

Hemocultura

São Paulo -2022


Introdução

O sangue que circula nos organismos é estéril, mas pode ocorrer doenças infecciosas com o
aparecimento de micro-organismo na corrente sanguínea ocorrendo assim a bacteremia. As
bactérias que estão na corrente sanguínea podem ser rapidamente eliminadas pelos leucócitos,
entretanto por vezes a quantidade de bactérias elevados pode impossibilitar essa remoção
ocorrendo processo de septicemia. Para a detecção dessa bacteremia é realizado o exame de
hemocultura. A hemocultura é uma técnica apreciada por médicos ao longo dos anos, é um
teste de cultura de sangue e é um dos mais importantes feitos em laboratório para a detecção
de infecções graves e agudas. O exame de hemocultura tem como destaque isolar e identificar
micro-organismo circulantes no sangue e a sua sensibilidade de modo para se escolher o
melhor tratamento.

Mas para que o resultado feito por hemocultura seja satisfatório é necessário cumprir um
processo de coleta de amostra clínica, já que a contaminação da hemocultura é um problema
frente a forma de coleta, as principais contaminações estão relacionadas a manipulação das
amostras e com a forma de assepsia, podendo acarretar consequências frente aos resultados do
exame apresentando falso- positivo, o que implica um diagnóstico errôneo e a administração
de fármacos desnecessário. Assim é imprescindível a qualificação do profissional
responsáveis pela coleta de amostra estejam cientes da importância e finalidade da
hemocultura.

Agentes etiológicos mais frequentes

Sendo um exame de alta sensibilidade e especificidade a hemocultura, é de grande


importância no diagnóstico das ICS (Infecções da corrente sanguínea), é possível por meio
deste exame a detecção e a presença ou não de microrganismos viáveis na corrente sanguínea.
Tais infecções são na sua maioria causadas por bactérias e fungos, as bactérias mais isoladas
são as Gram-positivas, e as bactérias Gram-negativas, que têm grande relevância com a taxa
de mortalidade, pois a bacteremia são frequentemente adquiridas em ambiente hospitalar.
Dentre os microrganismos mais frequentes isolados em hemoculturas, temos Staphylococcus
coagulase negativo, sendo que a espécie mais identificada é o Staphylococcus epidermidis,
seguidos por Enterococcus spp. e Staphylococcus aureus. Com relação aos fungos, o mais
encontrado é a Candida spp., temos no grupo dos bacilos gram negativos, uma incidência
maior de Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Proteus mirabilis e Enterobacter spp.
Considerando o uso de instrumentos médicos como o cateter sendo um equipamento invasivo
e procedimentos cirúrgicos, em grande parte são os bacilos Gram negativos, Staphylococcus
epidermidis, seguido de Escherichia coli.

Material biológico (volume), coleta, transporte, manual, meio de cultura, incubação e


conservação
Para se coletar amostras para hemocultura, o paciente demonstra um quadro sugestivo para tal
exame, apresentando alteração no exame de hemograma, o ideal para a coleta é que o paciente
não esteja tomando nenhum tipo de antibiótico, para se obter resultados mais preciso, possível
de no mínimo 2 amostras e no máximo 4, a coleta deve ser indicada antes do início dos
sintomas de infecção e relativamente no pico da curva febril. Se o paciente estiver em
tratamento de antimicrobianos, as coletas de hemocultura deverão ser feitas antes da próxima
dose, as amostras precisam ser feitas por punção venosa e em áreas anatômicas diferentes.
Importante ressaltar o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), que serve como uma
barreira de proteção do profissional e paciente, evitando também a contaminação das
amostras, as luvas como exemplo devem ser utilizadas desde a assepsia do paciente no início
da coleta e deve sempre trocadas para se realizar outra coleta, o uso de luvas diminui até 50%
o risco de contaminação. Cada amostra coletada deve ser identificada, evitando assim a
ocorrência de incidente, e marcado no corpo do recipiente, a marcação deve conter o nome
completo do paciente, data e hora da coleta, importante sempre ter o máximo de informação
para maior confiabilidade do serviço prestado. Referente à quantidade de sangue extraída por
tubo, o tubo com meio de cultura, que pode conter caldo BHI e TS, são os métodos manuais
mais usados, vale destacar também o meio bifásico sendo uma fase liquida e outra solida
(sendo um tubo aeróbio ou anaeróbio), com pelo menos 10 ml é possível ter 90-95% dos
microrganismos presentes, mas as recomendações atuais são de 20 ml por tubo, visando a
metodologia usada e as especificações de cada laboratório. Após a coleta enviar
imediatamente para o laboratório, não se recomenda a refrigeração da coleta, pois a
introdução de sangue no meio de cultura, ideal manter em temperatura ambiente e em até 72h,
em condições que se mantenham estável até a data de vencimento estipulada no tudo.

Resultados falsamente positivo e negativo

A leitura pode ficar comprometida quando se utiliza colônias com um tempo superior de 24horas
comprometendo também o metabolismo bacteriano, alguns parâmetros de leitura podem ficar
defasados ou até mesmo não ocorrer. Em colônias recentes (inferior ao período de 18 horas) não se
tem um metabolismo bem definido, e algumas leituras podem não ocorrer. A incubação em
temperatura inadequada altera também os resultados, sobrecarga de inóculos ou falta de inóculos.
Placas com inóculos mais carregados podem gerar resultados falsamente positivos e inóculos em
menor quantidade podem fornecer resultados falsamente negativos. Interpretação equivocada de
resultados. Técnica de assepsia inadequada, a inúmeros fatores que podem contribuir para
resultados duvidosos, acarretando um tratamento inadequado. Para que se tenha um resultado
positivo e de confiabilidade, é preciso seguir corretamente a metodologia de coleta de amostra de
acordo com cada laboratório, seguir com o preparo da semeadura, respeitando também cada passo
do processo e fazer a leitura mais precisa possível.

Conclusão

A execução adequada do exame de hemocultura, é de vital importância para a diagnostico do


paciente, já que esse exame pode identificar a espécie e a sensibilidade do microrganismo,
levando a conduta medica a preparar o tratamento mais adequado, evitado assim a
administração de fármacos desnecessária, podendo evitar que esses microrganismos criem
resistência aos antibióticos, pois estudos recentes revelam que cada vez mais as bactérias têm
desenvolvido uma alta resistência aos fármacos.

Referencia bibliográfica

Araújo, Maria Rita. Hemocultura: recomendações de coleta, processamento e interpretação


dos resultados. São Paulo (SP), Brasil, p.8-19, 2012. Disponível em:
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https://lume.ufrgs.br/handle/10183/220452. Acesso em 21 jul. 2022

Pacheco, Jaqueline. Perspectiva sobre a técnica de hemocultura visando a identificação


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Disponível em: http://app.catolicasc.org.br/imagens_biblio/000095/00009530. Acesso em: 19
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https://www.scielo.br/j/ape/a/YdwLxGStMxWtjh3pT77r4cS/abstract/?lang=pt. Acesso em:
26 jul.2022

Lucio, Fernanda. Cardoso, Alessandra. Hemocultura e segurança do paciente: A importância


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https://newslab.com.br/hemocultura-e-seguranca-do-paciente-a-importancia-da-fase-pre-
analitica/. Acesso em: 26 jul. 2022

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