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Aula: “Concentração e Ansiedade

no Esporte: correlações entre os


fatores de ativação no alto
rendimento esportivo”

Curso de Formação em Psicologia do Esporte


CONCENTRAÇÃO, ANSIEDADE E ATIVAÇÃO

Concentração x Atenção

Um jogador atento nem sempre está concentrado.


E um jogador concentrado nem sempre é uma
pessoa atenta.

Pense:

A afirmação é verdadeira ou falsa?


Porque isso acontece?
RELAÇÃO ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO
•A concentração é vital sempre que uma tarefa – seja física ou mental –
exige esforço.
•Atenção sempre precede a concentração.
•É possível prestar atenção a uma informação sem necessariamente
concentrar-se nela a ponto de se desligar de todo o resto.
•A amplitude da concentração e a atenção variam de pessoa para
pessoa.
•Depende de: condições biológicas, hora do dia , bem-estar físico e
mental, situação existencial e sobretudo, de quanto você está
interessado em concluir a tarefa ou o projeto (Motivação).
ATENÇÃO

•Estado seletivo, intensivo e dirigido da percepção.

•Processo de recepção de informações de forma passiva, mas orientado


ao processamento dinâmico dos dados.

•Tomar posse pela mente, de um dos vários objetos ou séries de


pensamentos simultaneamente possíveis.

•Afastamento de algumas coisas afim de lidar efetivamente com outras.


FUNÇÕES DA ATENÇÃO:

•Identificação primária de informações: perceber objetos e pessoas


de maneira “pré-consciente”.

•Seleção de informações: escolha de estímulos do ambiente.


CONCENTRAÇÃO

•Capacidade de manter o foco de atenção


sobre os estímulos relevantes ao meio
ambiente.

•Mudança do ambiente, mudança do foco de


atenção.

•Pensamentos irrelevantes frequência de


erros.

•Pensamentos intrusos/distração.
FOCOS DE ATENÇÃO

•Amplo: perceber e processar diversos estímulos simultaneamente;


•Estreito: perceber e responder a apenas um ou dois estímulos.
•Interno: dirigido ao interior para pensamentos e sentimentos;
•Externo: dirige a atenção externamente para um(uns) objeto(s) ou
estímulo(s).
DIREÇÃO DA ATENÇÃO

•Pessoa: Atenção interna sobre


as próprias percepções,
sentimentos e pensamentos;
•Ambiente: Atenção externa,
estímulos externos.
FLEXIBILIDADE DA ATENÇÃO EXIGÊNCIAS SITUACIONAIS
DETERMINANTES INTERNOS E EXTERNOS DA ATENÇÃO

•Diferenças individuais de velocidade para responder a um estímulo novo.


•Eficiência para deslocar os olhos de um objeto ou pessoa para outro.
•Nível de ativação: capacidade de alternar níveis de ativação e as formas
de atenção – melhorou pior desempenho.
•Personalidade: extrovertidos e introvertidos.
•Diferenças de sexo: homens e mulheres.
•Hora do dia: relógio biológico-sono, fadiga. Nível ótimo de desempenho:
4 horas após o despertar.
•Internalização da tarefa: comportamento automático.
CONCENTRAÇÃO -SENSIBILIZAÇÃO

•1º. Estágio: auxiliar corpo e


mente a buscar estado ideal de
funcionamento.

•Acionar os órgãos sensoriais


envolvidos na tarefa.
FOCO SELETIVO

•Foco seletivo: Selecionar entre os vários


estímulos (internos e externos), SOMENTE
aqueles essenciais para a tarefa.

•Desfocar de todos os sinais irrelevantes –


bloqueá-los ativamente.
MANUTENÇÃO DO FOCO

•Manter o foco de atenção e


sustentá-lo durante toda a
tarefa - tempo necessário para o
desempenho das funções em
alta qualidade.

•Uso da vontade.

•Perda da manutenção do
foco: distrações diversas,
sejam de origem internas
ou externas.
CONSCIÊNCIA DA SITUAÇÃO

•Domínio da exigência técnica e plano de


ação (tática).

•Aprendizagem e treinamento prévios:


condições para concentração.
CONCENTRAÇÃO E ANSIEDADE

•Regulação do estado emocional: evitar tensões, apreensões,


nervosismo e outros sentimentos correlatos.

•Pensamentos negativos: geram aflição e impedem a organização e


sistematização de ações.

•Relaxamento, controle da ansiedade, confiança e motivação: trabalho


mental preciso e com pensamentos positivos.
PROBLEMAS DE ATENÇÃO

Fatores internos de distração:

•Pensamentos, ansiedade, preocupações, apego mental a eventos passados.

•Não esquecer erros: maior chance de repetí-los em situações similares.

•Pensamentos futuros: “E se...” Interferem no desempenho.


PROBLEMAS DE ATENÇÃO

Fatores externos de distração:

•Interferências óticas e acústicas.


(ex: barulho das torcidas).

•Incapacidade de analisar uma situação complexa.

•Incapacidade de analisar estímulos relevantes.


PROGRAMA DE TREINAMENTO DA ATENÇÃO EM ATLETAS

•Levar em consideração:

•Características individuais de cada atleta.

•Exigências psíquicas de cada modalidade esportiva.

•Exigências situacionais.
•Concentrada: atenção direcionada TIPOS DE CONCENTRAÇÃO
conscientemente para um ponto
específico no campo da percepção;
•Distributiva: concentração
distribuída sobre vários objetos ou
ações.
•Alternância de Concentração:
variação do tipo de concentração de
acordo com as exigências (direção, a
intensidade e volume da atenção).
CONCENTRAÇÃO EM ATLETAS

•Identificar: estímulos, observações, percepções de detalhes e aspectos


relevantes de uma situação.
•Perceber o nível de ativação interna.
•Redução do estresse emocional: técnicas de relaxamento e controle
de estresse.
•Desenvolver: pensamento positivo e programas individuais de
treinamento da concentração.
DIÁLOGO INTERIOR E CONFIANÇA

•Positivo: aumenta a autoestima, a motivação e o foco de atenção;


•Negativo: autodepreciativo, crítico em excesso, produz ansiedade
prejudicando a concentração.
•Avaliação através de entrevistas e instrumentos como Teste de
Atenção e Estilo Interpessoal (TAEI), Teste de Atenção Concentrada:
desenvolver programas para melhorar o foco do atleta.
CONCENTRAÇÃO

•Técnicas e exercícios simples -melhora das habilidades de


concentração.
•Simulações, empregar palavras-sinais, usar pensamento
não-crítico (autoaceitação), desenvolver planos de competição e
estabelecer rotinas.
ATIVAÇÃO

•Mistura de atividades fisiológicas e psicológicas numa pessoa e refere-se


às dimensões de motivação em um determinado momento;

•Excitação fisiológica e psicológica geral, variando em um continuum de


sono profundo à intensa excitação.
ANSIEDADE – CONCEITOS

•Do latim ANXIETATE, várias definições: aflição, angústia, perturbação


do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de
perigo, etc.

•Fenômeno animal que ora nos beneficia ora nos prejudica,


dependendo da circunstância ou intensidade, podendo tornar-se
patológica, isto é; prejudicial ao nosso funcionamento psíquico(mental)
e somático(corporal).
ANSIEDADE:

Ansiedade é um estado emocional


caracterizado por nervosismo,
preocupações e apreensões
relacionados com a ativação ou agitação
do corpo.

•Traço: tendência da personalidade.

•Estado: estado emocional


temporário.
ATIVAÇÃO E ANSIEDADE
ANSIEDADE NO ESPORTE

•Ansiedade não necessariamente significa piora no rendimento


esportivo;
•Quantidade ótima de ansiedade necessária para um bom
desempenho depende de cada atleta.
•Compreender o efeito da ansiedade: temos que avaliar a forma de
enfrentamento da ansiedade.
ANSIEDADE E DESEMPENHO

A ansiedade somática-ativação
orgânica global:
Aumento dos níveis de adrenalina,
cortisol e outros hormônios, pode
influir positivamente no rendimento
dos esportes onde entram em jogo
exigências anaeróbicas (lutas, corrida,
salto em altura, natação, futebol,
basquete, etc).
ANSIEDADE E DESEMPENHO

•Ansiedade Cognitiva - estado afetivo -


Influi no rendimento de esportes
competitivos que envolvem estratégia,
memória, intelecto. Ex: xadrez, golf, jogo de
cartas, sinuca, tiro ao alvo, etc.
•Autoconfiança, sensação de segurança,
autoestima.
•Ansiedade não tem o mesmo efeito em
todos esportes e nem em todas as pessoas
(Parfitt,1999).
A literatura relacionada com a
Psicologia do Esporte oferece
ampla visão sobre a relação entre
a ansiedade e o rendimento
esportivo de atletas durante as
competições.
Há atletas que necessitam de
uma quantidade específica de
energia de ativação para iniciar
uma competição, manter-se em
alto rendimento durante a ação
esportiva e evitar –ao máximo –a
queda de rendimento físico,
técnico e mental nas partidas.
Especialmente em eventos
esportivos de competição de
longa duração. (COZAC, 2005),
Por muito tempo – e com o objetivo central
de compreender a ação da ansiedade no
rendimento esportivo – psicólogos do esporte
trabalharam com a Teoria do Instinto
(Spence&Spence, 1966), que associa o
aumento dos níveis de ansiedade competitiva
(cognitiva e somática) – com a qualidade do
rendimento do atleta.

Duas décadas após a formulação da Teoria do Instinto, novas


pesquisas sobre o comportamento competitivo asseveraram que
os níveis de ansiedade dos atletas devem ser analisados de acordo
com os fatores relacionado com a personalidade, modalidade
esportiva, inteligência emocional, entre outros.(Cozac,2005).
1998, foi elaborada a hipótese do Uinvertido para explicar a correlação entre estados
de ativação e rendimento (Landers&Boutcher, 1998). Essa hipótese sustenta que
níveis muito baixos de ativação mental podem ser danosos ao desempenho do atleta
– o que poderá gerar estados de dispersão e passividade (ausência de ação e reação
competitiva).
À medida que a ativação é elevada, o rendimento tende a melhorar até um ponto
ideal – que deve ser analisado de forma individualizada – em que o atleta estará no
melhor de seu rendimento físico, técnico, tático e mental.
No entanto, elevações adicionais
na ativação – provenientes do
aumento da ansiedade cognitiva
e/ou somática – podem gerar um
evidente declínio no desempenho.
Diante dessas possíveis alterações
de rendimento esportivo, algumas
formulações e hipóteses foram
elaboradas visando possibilitar a
compreensão dos fatores de
comportamento competitivo
associados à manifestação da
ansiedade.
Em continuidade à hipótese do U
invertido, Yuri Hanin, um famoso
psicólogo do esporte russo, formulou
um modelo teórico intitulado “IZOF”
(IndividualizedZones
ofOptimalFunctioning), traduzidas por
“zonas individualizadas de
desempenho ideal”. (Hanin, 1997)

A visão de Hanin difere-se da hipótese do U invertido em dois pontos


fundamentais. Inicialmente, o psicólogo postulou que o desempenho
ideal de um atleta nem sempre ocorre no ponto médio da parábola
do U invertido, mas, antes, varia de um individuo para outro. Ela
pode se manifestar na extremidade inferior, no meio ou na
extremidade superior do continuum de estado de ansiedade.
No entanto, a hipótese da IZF, de Hanin,
não foi capaz de concluir se os
componentes relacionados com a
ansiedade somática e cognitiva alteram
significativamente o comportamento
competitivo dos atletas. Até porque, as
alterações na ativação promovidas pelo
aumento ansiedade somática podem
ser diferentes daquelas provenientes da
elevação da ansiedade cognitiva.
(Weinberg & Gould, 2001)
Com o intuito de analisar as
consequências comportamentais
geradas pelo aumento da
ansiedade somática e cognitiva,
foi elaborada a Teoria da
Ansiedade Multidimensional a
qual prediz que a ansiedade
cognitiva está negativamente
relacionada com o desempenho –
promovendo a queda do
rendimento esportivo.
(Gould,Greenlaf & Krane,1996).
A mesma teoria demonstra que o aumento da ansiedade somática
(manifestações fisiológicas) – na hipótese do Uinvertido – pode levar os
atletas ao ponto ótimo (nível ideal) de rendimento com maior rapidez, após o
qual o desempenho tende a reduzir com a permanente ação da ansiedade
adicional – podendo promover a queda brusca do rendimento esportivo,
apresentado através do “Modelo da Catástrofe do rendimento esportivo”, em
que atletas demonstram perda abrupta de qualidade no rendimento por conta
da significativa elevação da energia de ativação.
TEORIA DO INSTINTO

A teoria de facilitação social:


presença dos outros ajuda o
desempenho de habilidades bem
aprendidas ou simples e inibe ou
diminui o desempenho em tarefas
não aprendidas ou complexas.
TEORIA DO U –INVERTIDO:

Baseado nesse gráfico em forma de


Uinvertido que Hardy (1991) com
deterioração brusca e catastrófica do
rendimento. Esse modelo, portanto,
sugere que o aumento da ansiedade
cognitiva poderia ter um efeito
benéfico no rendimento em casos de
baixos níveis de ativação fisiológica,
mas teria efeitos bastante negativos
em de níveis mais elevados.
ICEBERG PROFILE

•Personalidade do vencedor: iceberg profile modelo definido por Morgam e


caracterizado por:
•Evitar depressão, fadiga, confusão e ira, e de se manter orientado por
normas que dizem respeito ao vigor, ao sucesso, à vitória e à outros valores
culturalmente preconizados (conduta espartana).
•Atletas mais concentrados que os outros em suas metas, adaptam-se às
circunstancias adversas com maior facilidade, mantem excelente nível de
autoconfiança, enfrentam eficazmente a tensão e elaboram planos
detalhados para a conquista das metas.
AUTOCONFIANÇA E ANSIEDADE

Atletas mais autoconfiantes


experimentaram menos
ansiedade somática que
aqueles que duvidavam de
suas próprias aptidões.
TEORIAS E MODELOS PRÁTICOS DA ATIVAÇÃO ESPORTIVA

•Modelo da catástrofe –alcance de níveis muito elevados de ansiedade


e ativação, provocando uma quebra abrupta no rendimento não há uma
curvatura adequada de performance.
•Teoria da Inversão –depende da interpretação que cada indivíduo
atribui ao seu nível ideal de ativação. Alguns atletas necessitam de altos
níveis de ativação para atingirem boas performances. Já, outros,
necessitam baixos graus de ansiedade e ativação para o mesmo fim.
•Direção e intensidade da ansiedade –adequação dos níveis de ativação
de acordo com as demandas individuais dos atletas e equipes.
ESTRESSE, ATIVAÇÃO E ANSIEDADE

•Algumas situações produzem mais ansiedade -estado e ativação


que outras. O estresse também é influenciado por disposições de
Personalidade (p. ex. ansiedade-traço e autoestima).

•Indivíduo com ansiedade – traço elevada, baixa autoestima e alta


ansiedade física social experimentam níveis mais elevados de
ansiedade-estado.
PROCESSO DE ESTRESSE

•Desequilíbrio entre demandas físicas e psicológicas impostas a um indivíduo e sua


capacidade de resposta. Falha em satisfazer tais demandas tem consequências
importantes.
Estágios do Estresse:
•Demanda ambiental: imposição de algum tipo de demanda física ou psicológica.
•Percepção da demanda: compreensão e expressão diante da demanda solicitada.
Depende bastante da ansiedade-traço para determinar os fatores cognitivos da expressão
e elevação dos níveis de tensão.
•Resposta ao estresse: Tensão muscular, ativação, alterações da atenção e concentração.
•Consequências comportamentais: desempenho e resultados abaixo da média e da
capacidade de performance.
FORMAS PARA REGULAR ATIVAÇÃO, ESTRESSE E ANSIEDADE

•1-) Identificar a combinação ideal de emoções relacionadas à ativação


necessária para o melhor desempenho.
•2-) Reconhecer como fatores pessoais e situacionais interagem para
influenciar a ativação, ansiedade e o desempenho.
•3-) Reconhecer os sinais de ativação e de ansiedade em níveis elevados
em praticantes de esporte e exercício físico.
•4-) Adaptar o treinamento e as práticas de instrução aos indivíduos.
•5-) Desenvolver a confiança nos participantes para ajudá-los a lidar com
o estresse e a ansiedade em níveis mais elevados.
ANSIEDADE E PERFORMANCE

•A ansiedade é responsável pela


adaptação do organismo às situações
novas, onde se encaixam bem as
situações do esporte competitivo.
•Diante de situações de competição a
performance física acaba fazendo coisas
extraordinárias.
•A maior parte desta performance melhorada
deve-se à ansiedade, porém, embora a
ansiedade favoreça a performance e a
adaptação, ela o faz somente até certo ponto,
até que nosso organismo atinja um máximo de
ANSIEDADE eficiência.
E •Ponto excedente a ansiedade: ao invés de
PERFORMANCE contribuir para a adaptação, concorrerá para a
falência da capacidade
adaptativa-esgotamento da capacidade
adaptativa.
SENSIBILIZAÇÃO – 1º ESTÁGIO
1º)Sensibilização:
Para iniciarmos o processo de uma boa concentração antes de tudo é
necessário auxiliar nosso organismo (corpo/mente) a acionar da melhor
maneira possível todos os órgãos sensoriais envolvidos na ação em questão
para ficarmos ativos. Já reparou como os atletas antes da competição fazem
exercícios respiratórios e movimentos com grande intensidade e de curta
duração (saltito, agitação de braços e mãos, pescoço e outros). Isso porque
para concentrarmos precisamos estar em alerta e perceber aquilo que é
significante para nossa ação. Nesse sentido a sensação (registro dos estímulos
feito pelos órgãos sensoriais) é considerada a primeira etapa da percepção. Ou
seja, não há uma boa percepção sem um bom registro dos estímulos
(sensação!), portanto, o primeiro passo para concentrarmos é manter nossos
órgãos sensoriais em ótimo nível de funcionamento. Por isso é que se diz que
aprender é perceber, sem percepção não há aprendizagem, pois não há
concentração.
FOCO SELETIVO E MANUTENÇÃO
2º) Foco seletivo
Significa selecionar, no ambiente da ação e em nossa mente, entre os
vários sinais (estímulos) disponíveis, somente aqueles que são
significativos para a nossa tarefa e ao mesmo tempo desfocar todos os
sinais irrelevantes.

3º) Manutenção do foco


Não é suficiente para uma boa concentração “apenas” selecionar aquilo
que tem que ser focado, mas é necessário manter esse foco do início ao
fim da tarefa. E aí está uma grande exigência para o sucesso, manter o
foco resistente até o fim da tarefa. Talvez seja isso que explica em parte,
equipes e atletas que vão bem durante grande parte da disputa, mas
por um momento perdem o foco o que significa dispersar energia
psíquica e por vezes, é fator determinante para a derrota e frustração.
CONSCIÊNCIA DA SITUAÇÃO

4º) Consciência da situação


Em poucas palavras é dominar a exigência técnica e o plano de ação
(tática) daquilo que se tem a fazer ou parte do que se está
aprendendo. Veja o exemplo: Posso saber como me concentrar, mas se
me disserem para subirem um avião e saltar de paraquedas, não terei
possibilidades nenhuma de concentrar por mais que eu saiba como
fazê-lo, isso porque não tenho consciência de quais procedimentos,
técnica e demais comportamentos que tenho a fazer e não seriam
suficientes algumas instruções. Todo um processo de aprendizagem e
treinamento prévios são condições para enfim poder concentrar.
HARMONIA DA EXCITAÇÃO EMOCIONAL
5º) Harmonia da excitação emocional
Para atingir um bom nível de concentração além de tudo já dito, é preciso regular o
estado emocional afim de evitar tensões, apreensões, nervosismo e outros
sentimentos correlatos. Esses sentimentos invadem a nossa mente geram aflição e
pensamento negativo, causando impedimento para organizar e sistematizar nossas
ações. Assegurar sentimentos compatíveis com a tarefa a ser realizada é
pré-requisito para liberar nossa energia psíquica de maneira positiva e só assim
será possível concentrarmos de fato. Portanto, nível adequado de relaxamento,
controle do estado de ansiedade, confiança e motivação adequada, por exemplo,
fazem com que a mente tenha condições favoráveis de “trabalhar suavemente”,
com precisão e com pensamentos positivos. É preciso uma ótima harmonização do
estado de excitação emocional, afim de focar pensamentos positivos e desfocar
pensamentos negativos.
FLEXIBILIDADE DA ATENÇÃO
Uma conduta ótima e eficaz só é possível quando a forma da atenção corresponde
às exigências situacionais.
PROBLEMA DE ATENÇÃO

Fatores externos de distração:


*Interferências óticas e acústicas
(ex.:barulho das torcidas);
*Incapacidade de analisar uma situação
complexa;
*Incapacidade de analisar estímulos
relevantes em determinada situação;
*Entreoutros.
O Programa de Treinamento da Atenção deve
adequar-se às características individuais de
cada atleta, às exigências psíquicas de cada
modalidade esportiva e às exigências
situacionais.
CONCENTRAÇÃO – DIÁLOGO INTERIOR E CONFIANÇA
O diálogo interior assume muitas formas, mas pode ser simplesmente classificado como
positivo e negativo. O diálogo interior positivo é um trunfo que pode aumentar a
autoestima, a motivação e o foco de atenção; o diálogo interior negativo é crítico e
autodepreciativo e tende a produzir ansiedade, o que prejudica a concentração.
O estilo de atenção pode ser medido pelo Teste de Atenção e Estilo Interpessoal (TAEI), e
pontos fortes e pontos fracos podem ser então avaliados para desenvolver programas
para melhorar o foco do atleta.
Os processos de atenção também podem ser medidos por atividades de ondas cerebrais
e pela frequência cardíaca.
Praticar técnica de exercícios simples tanto dentro quanto fora da atividade esportiva
ajudará a melhorar as habilidades de concentração. Estes incluem atividades como usar
simulações, empregar palavras-sinais, usar pensamento não-crítico (autoaceitação),
desenvolver planos de competição e estabelecer rotinas.
EXERCÍCIOS PARA MELHORAR A CONCENTRAÇÃO
1-) Aprendendo a desviar a atenção
2-)”Estacionando” pensamentos
3-)Procurando sinais relevantes (grade de números)
4-)Aprendendo a manter o foco
5-)Treinando a concentração no jogo

Exemplo de conduta de concentração


Cobrança de um pênalti
a)Respire fundo
b)Examine a posição do goleiro
c)Olhe para o alvo e decida-se sobre o canto que vai chutar
d)Imagine seu alvo e o chute que você quer dar. Imagine não apenas o movimento,
mas também a trajetória da bola e seu local de parada final.
e)Prepara-se para bater, ajustando e reajustando sua posição até sentir-se confortável.
f)Sinta o chute com todo o seu corpo (estimulação proprioceptiva)
g)Novamente imagine o chute desejado e, enquanto sente o chute, pense “é gol”.
h) Pense “é gol” e chute.
ANSIEDADE TRAÇO E ESTADO
Ativação
Ativação fisiológica que varia em um continuum de sono profundo à
imensa agitação.

Ansiedade Estado
Alterações psico-fisiológicas relacionadas com
sentimentos de nervosismo, preocupação associados
com estimulação do corpo.

Ansiedade-estado cognitiva Ansiedade-estado somática


Ação de pensamentos negativos Ativação fisiológica percebida
relacionados com as alterações de acordo com as alterações
ambientais e sazonais. da ativação, momento a momento,
diretamente ligada com os estímulos
ambientais.
O PROCESSO DE ESTRESSE
O estresse ocorre quando há um desequilíbrio substancial entre as demandas
físicas e psicológicas impostas a um indivíduo e sua capacidade de resposta e sob
condições sem que a falha em satisfazer tais demandas tem consequências
importantes.
Estágios do Estresse:
1–Demanda ambiental: Imposição de algum tipo de demanda Física ou Psicológica.
2-Percepção da demanda: Compreensão e expressão diante da demanda solicitada.
Depende bastante da ansiedade-traço, para determinar os fatores cognitivos da
expressão e elevação dos níveis de tensão.
3–Resposta ao estresse: Tensão muscular, ativação, alterações da atenção e
concentração.
4–Consequências comportamentais: Desempenho e resultados abaixo da média e
da capacidade de performance.

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