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Cartilha UEG 2020
Cartilha UEG 2020
MEDICINA
Itumbiara
Essa cartilha foi desenvolvida por alunos do Curso de Medicina da UEG com o intuito de ajudar vestibulandos com informações sobre
a cidade de Itumbiara e o Curso de Medicina. Não tem nenhuma ligação com a coordenação do curso.
Informações Gerais
Queridos futuros calouros, somos a Turma 2, seus
veteranos, e fizemos essa cartilha para ajudar vocês nesse
processo de conquista da tão sonhada vaga de medicina!
Saibam que nós já amamos e torcemos muito por vocês, ok?
Sabemos o quão difícil é o caminho para a aprovação e
que as vezes é complicado se preparar para um vestibular
específico, sem saber como é a prova, a faculdade e a cidade
onde estudarão depois de aprovados. Então, para amenizar
essas dúvidas e já deixá-los o mais familiarizados possível,
elaboramos esse material com muito amor e carinho!
Aqui vocês encontrarão algumas informações, dicas e
cuidados para desde o antes até o pós-prova e, também,
informações sobre a faculdade, o curso e sobre a cidade de
Itumbiara. Ah, no final, vocês encontrarão algumas cartinhas
com mensagens de motivação de alguns dos seus veteranos
para vocês!
Fiquem atentos, se preparem e já se sintam em casa!
Tenham uma boa prova! Estamos aguardando ansiosamente
por vocês!
Itumbiara fica em um dos corredores econômicos mais movimentados do Brasil, interligando São
Paulo, Goiânia e Brasília. Em função disso, houve o investimento em rodovias, que são duplicadas,
com pedágio e bom estado de conservação. Esse atrativo logístico, o crescimento populacional e a
recente criação de 2 cursos de medicina (UEG e Imepac) propiciaram investimentos na cidade, o que
resultou no desenvolvimento e na abertura de cinema, boliche e lojas, como Subway, CacauShow e
Lojas Americanas.
Com relação ao clima, Itumbiara é uma cidade
tropical e quente! Mas não se preocupe, futuro
calouro, uma boa opção para se refrescar durante a
noite são os bares, restaurantes, festas e quadras na
Avenida Beira-Rio, a qual concentra as principais
atrações noturnas. Uma das maiores festas de da
cidade é o Arraiá de Itumbiara, que nos últimos anos
trouxeram shows gratuitos de cantores como: Jorge
e Mateus, Hugo e Guilherme, Bruno e Marrone, Zé
Neto e Cristiano, Wesley Safadão, Leonardo, Barões
da Pisadinha, Turma do Pagode, entre outros.
Apesar de ser uma das instituições públicas mais jovens do país, tem
evoluído constantemente no quesito de expansão de seu acesso,
proporcionando cada vez mais uma gama de cursos e áreas abordadas, de
maneira que, em Goiás, uma grande quantidade de pessoas conseguiram
obter acesso a um ensino público de qualidade através da nossa
universidade. Foi seguindo essa proposta que o curso de Medicina, também
um sonho antigo na UEG, foi implementado na unidade universitária de
Itumbiara, seguindo a diretriz idealizadora da própria universidade. O curso
surgiu como uma interiorização do ensino público, de maneira a visar uma
expansão do acesso a saúde e a educação no sul do estado de Goiás.
ANTES
Primeiramente, vamos analisar as ferramentas disponibilizadas antes
da prova. Na nossa vez, disponibilizaram o edital cerca de 2 meses antes
da avaliação, a qual ocorreu em dezembro.
Além disso, a prova para nosso curso foi realizada apenas em duas
cidades: Goiânia e Itumbiara (onde está localizada nossa UEG).
Os fiscais avisam os horários APENAS de 1 em 1 hora!
REDAÇÃO
A parte da redação oferece 3 opções de modalidades textuais (uma
argumentativa, uma narrativa e uma carta), devidamente especificadas na
prova mesmo. Assim, vocês escolherão uma delas e elaborarão um texto de
até 30 linhas.
Na nossa vez, as opções foram: ARTIGO DE OPINIÃO, CRÔNICA e
CARTA AO LEITOR (geralmente, esses são os mais comuns de caírem
mesmo). Exemplos de cada modalidade encontram-se mais à frente na
cartilha.
Obs: entre os colaboradores, ninguém optou por redigir uma crônica, de maneira que
3 artigos e 3 cartas foram disponibilizados para servirem de modelo para vocês.
A correção da redação
não é tão rígida, mas é
sempre importante revisar
as estruturas e os
elementos de cada gênero
textual.
PROVA DISCURSIVA
Aaaaaaah essa prova! Ela é exclusiva do curso de medicina e
contém 4 questões:
BIOLOGIA 2 questões
QUÍMICA 2 questões
Cada uma das questões discursivas vale 20 pontos. Nas questões de
química sempre cai pelo menos uma de cálculo! Então estudem bastante
essa parte!
DICA: mesmo que vocês não saibam a resposta completa, não deixem
nenhuma questão em branco! A banca considera e pontua muitas respostas
que se aproximam do esperado (e sabemos que todo pontinho faz diferença,
né?)
DEPOIS
Antes de tudo, é importante esclarecer sobre a pontuação:
Assim, a pontuação
máxima que pode ser
alcançada é de 270
pontos.
Legenda:
- candidatos convocados em primeira chamada, mas
que não efetuaram a matrícula;
- candidatos convocados que permaneceram na instituição.
CHAMADAS COMPLEMENTARES
Legenda:
- candidatos convocados em primeira chamada, mas
que não efetuaram a matrícula;
- candidatos convocados que permaneceram na instituição.
Redações
ARTIGO DE OPINIÃO
É notável que, em pleno século XXI, o mundo ainda é extremamente marcado por
desigualdades e por manipulações egoístas, todas perpetuadas devido a uma frágil
mentalidade que opta pelo conforto e pela segurança do cotidiano, em detrimento do
espírito de revolta e de inquietação. Assim, observa-se que os seres humanos
contemporâneos, embora munidos de inúmeras ferramentas, tendem, embora não em sua
totalidade, ao comodismo, com destaque para o Brasil. Desse modo, destacam-se os
fatores relacionados à indiferença e à reação que nos move frente às mazelas diárias.
Primeiramente, remonta-se ao medo líquido de Hannah Arendt, a qual discursa acerca
das pequenas e sutis violências intrínsecas à sociedade, legitimadas pelo ideal de tradição
e pela negligência. Nesse contexto, nota-se que a história brasileira é incrustrada de
pensamentos e de eventos que normalizam o “mal” cotidiano. Como exemplo, citam-se
Gilberto Freyre e sua tese que culminou no mito da democracia racial, isto é, na
romantização e na inocência da miscigenação do país, e Darcy Ribeiro, teórico
da “Síndrome de Vira-lata” brasileira. Dessa forma, é fato que o Brasil é maculado por
ideias de inferioridade, as quais resultam em uma mentalidade de impotência e de
indiferença.
Por outro lado, os jovens contemporâneos estão indiscutivelmente mais engajados
em questões sociais. Cada vez mais, surgem movimentos liderados por indivíduos
cansados da negligência das gerações anteriores, motivados pelo ideal de “maioridade”
proposto por Kant. Tal conceito diz respeito à consciência individual que incita ao
pensamento autoral e às proposições próprias, não mais dependentes das tradições. Aliás,
é crucial o entendimento de que a população brasileira, tão caracterizada como passiva,
historicamente, é resultado da insuficiência do imperativo categórico Kantiano, isto é, do
senso de dever, pessoal e coletivo.
Portanto, perante as mazelas constantes vivenciadas por todos nós, é comum o
sentimento de insegurança e de impotência. No entanto, assim como dizia Sartre, somos
seres dotados de liberdade de escolha, logo, cabe a nós a consciência e a atitude de
reivindicação de direitos, de luta por justiça e igualdade. Afinal, a manutenção de
comportamentos repudiáveis compromete o coletivo.
MARIA LUIZA COSTA
As redes sociais como promotoras da mudança do comportamento
do brasileiro
Ao analisar o processo de formação histórica e cultural do Brasil, percebo que não
houve estímulo a um comportamento brasileiro marcado pela indignação e por ações
propositivas, porquanto não foram requisitadas de nós tais características, seja na
Proclamação da Independência, seja na da República. Desse modo, apesar de
contraditório, nossas conquistas, na verdade, nos foram dadas e o sentimento de luta e
de pertencimento foi transformado em passividade e em falta de senso crítico. Todavia,
na atualidade, evidencio que tal acomodação de caráter secular não mais representa
fielmente o comportamento do brasileiro, conforme jovens e adultos expõem cada vez
mais sua indignação com assuntos sociais na internet e nas ruas.
Com efeito, na atualidade, a sociedade líquida, de Zygmunt Bauman, é a
característica contemporânea de que mais tenho afinidade, pois ela permite a circulação
de muitas informações para um grande contingente populacional. Logo, as redes sociais,
que apresentam cerne nessa sociedade, permitem discussões e debates acerca de
temas os quais outrora eram relativizados devido ao nosso narcisismo de acreditar que
nossa sociedade e Estado são justos e racionais. A exemplo desses assuntos, está o
racismo estrutural em contraponto à democracia racial. Nessa perspectiva, a
inconformação acerca da injustiça racial fomenta a crítica sobre a condição do negro na
sociedade desde a sua marginalização até a falta de oportunidades iguais para negros e
brancos.
Nesse viés, na atualidade, ratifico a ideia de que a indignação começa nas redes
sociais para depois se transformarem em ações propositivas no Brasil como um todo.
Exemplifico isso a partir da criminalização da homofobia em junho de 2019. Tal
conquista advém da consciência de que, no país, o número de mortes de travestis é o
maior do mundo, além de os casos de preconceito serem exorbitantes. Logo, a partir de
debates no Instagram, no Twitter e de consultas públicas, o Poder Legislativo tomou
essa decisão de, finalmente, proteger essa mazela por meio da lei.
Logo, finalizo essa conjuntura de ideias mostrando que o comportamento do
brasileiro está, aos poucos, em mudança, à medida que, com a popularização das redes
sociais, o caráter passivo e indiferente acerca das mazelas humanas, seja elas raciais,
de gênero, de orientação sexual, na contemporaneidade, se transformou em indignação
e, por conseguinte, em ações propositivas.
JOÃO PEDRO VITTI
O sono da razão produz mazelas sociais
Juro que não sei qual posição devo tomar a respeito dos diferentes comportamentos da
população frente às mazelas sociais. Mas me manter neutro é o mesmo que legitimar todo o
senso comum que se propaga. Por isso, eu como articulista da Revista Cultura, acredito
piamente que esse quadro em torno da população periférica advém de uma rígida estrutura
hierárquica que observo no dia a dia. Obviamente, que nosso querido sistema educacional,
juntamente à influência midiática sobre os espectadores confirma, e muito, todo o senso
comum e sentimento apático que temos sobre as mazelas sociais.
Desse modo, vejo como essencial perceber que o modelo de ensino brasileiro, em
conjunto às relações verticalizadas, constrói um imaginário de indiferença sobre as mazelas.
Não é por escrever numa revista nacional que minha opinião é mais válida, mas vocês -
leitores - concordam que esse conteudismo escolar deixou os estudantes mecânicos e
reprodutores de conhecimento pré-existente? Claro que o resultado disso seria uma massa
letrada de filósofos que permanecem em letargia em suas zonas de conforto, acomodados e
indiferentes sobre os problemas que não vivenciam. Exemplo disso, noto a ínfima
repercussão do desastre de Brumadinho no âmbito acadêmico e a falta de reação estudantil,
preocupada com suas provinhas, para ajudar as pessoas afetadas.
Além disso, percebo que a grande mídia, inserida num posto privilegiado da hierarquia
social, propaga com muito amor os sentimentos de aversão às mazelas sociais. Afinal, quem
nunca culpou o coleguinha pelo leite derramado? Quero que note que os veículos midiáticos
devem contas aos seus patrocinadores e, por isso, culpabilizam as populações periféricas
pela violência total das cidades. O que quero dizer é que o sociólogo Zygmunt Bauman
acertou em cheio ao afirmar que "na era da informação, a invisibilidade é equivalente à
morte", uma vez que as mazelas injustiçadas não possuem voz frente aos meios de
comunicação e, assim, são diminuídas ao ponto de serem classificados como o mal da
sociedade. Até quando vamos agir de má-fé e atribuir a terceiros as causas dos nossos
problemas?
Diante do exposto, percebe-se que o comportamento do brasileiro frente às mazelas
sociais é fruto de um processo de hierarquia social, à qual estamos todos inseridos. Por esse
motivo e recontextualizei os monstros da tela de Francisco de Goya ("O Sono da Razão
Produz Monstros") nas mazelas do tecido social, já que para todo mal encontrado elas que
são estigmatizadas. Injusto, não acha? Simone de Beauvoir conceituou que "o mais
escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles", então por preguiça e covardia
ainda continuamos a reproduzir o que nos é passado? Ora, ora, com toda certeza Kant se
orgulharia de nossos meios de ensino e comunicação. Acho que só quando essa questão se
tornar uma preocupação coletiva que será possível igualar os tratamentos sociais. Você já
tem feito sua parte?
CARTA AO LEITOR
THAÍS BRUNHARO
Itumbiara, 15 de dezembro de 2019.
Caro editor,
Após ler sua notícia sobre as responsabilidades e repercussões jurídicas da tragédia de
Brumadinho resolvi emitir minha opinião, a qual é um pouco diferente da exposta. Creio que
o desespero e a dor serão eternos, porém apenas às famílias envolvidas na tragédia e que,
realmente, ocorre um clamor popular pela punição dos responsáveis, entretanto é passageira
e, por isso, deve-se alertar, constantemente, a população para que a tragédia não seja
esquecida, já que é assim que os brasileiros agem com as mazelas que não ocorrem com
eles, com indiferença, acomodação e esquecimento.
Por isso, a tragédia de Brumadinho será, em breve, esquecida pelos brasileiros que
não a sofreram, pois é assim que agimos frente às mazelas humanas. Como não ocorreu
conosco podemos até nos indignar, inicialmente, mas nos acomodamos e esquecemos por
tratá-las com indiferença. Pois, como diz um ditado popular, “quem apanha nunca esquece”,
ou seja, como não “apanhamos”, iremos esquecer, enquanto que as famílias, que sofreram a
tragédia, lembrar-se-ão sempre, por ter ocorrido com as mesmas.
É nítido o clamor por justiça, todavia é momentâneo, como exemplifica o cartunista
Henfil, o qual desenha, em uma de suas tirinhas, um pássaro que tenta fazer uma expressão
de indignação, mas não consegue, pois esquece como é indignar-se. Tal pássaro representa
os brasileiros na medida em que tentam mover-se, entretanto não conseguem.
Nesse ínterim, é nítido que o brasileiro possui um comportamento de início
indignado, contudo esquece com o tempo da tragédia, por causa de sua indiferença e
acomodação a longo prazo. Todavia, tais tragédias não serão esquecidas pelas famílias
vitimadas. Por isso, caro editor, peço que o senhor divulgue com constância as mazelas
sociais para que não esqueçamo-nos e possamos sair de nossa postura passiva e agirmos,
realmente, com indignação e ação.
Atenciosamente,
uma leitora.
LETÍCIA AMOÊDO
Acho que para quem está ai do outro lado, a Medicina pode parecer
um sonho distante. Pra mim era assim, por mais que eu desse o meu
melhor, estudasse e seguisse todas as dicas dos cursinhos parecia que
nunca ia chegar a minha vez. E eu achava até um pouco clichê essa história
das outras pessoas falarem que todo mundo ia ter a sua hora, porque pra
mim parecia que essa hora chegava para os outros, menos pra mim. E se
tem uma coisa que eu aprendi todos esses anos no cursinho e que foi
fundamental pra minha conquista da vaga, foi acreditar em mim. A menina
do primeiro ano do cursinho não acreditava que ela era capaz, e eu vou te
dizer que a menina do último ano também não. Mas no início de 2020, ao
contrário do que eu fiz todos os outros ciclos, decidi acreditar em mim e me
achar merecedora da vaga, mesmo com tudo dando errado. E eis que em
março eu passo na UEG e foi o maior alívio que eu senti na vida e que tenho
certeza que você também irá sentir. Um dia um professor meu me disse “Só
não passa quem sai da fila” e eu nunca mais esqueci. Por isso, siga firme, a
sua hora da fila tá chegando e o ano que vem será você escrevendo sua
história aqui.
Oi, vestibulandos.
Meu recado para vocês, que querem uma vaga na MED da UEG/GO, é estude.
Tenha conhecimento da matéria e você se dará muito bem, porque, diferente
do ENEM, a prova daqui é muito objetiva e se tiver conhecimento puro do
conteúdo, dará tudo certo. Preste muita atenção nesta próxima dica: fiquem
ligados nas orientações e, principalmente, nas redações desta cartilha. Isso que
vou contar aconteceu comigo e com outros colegas da minha turma. Eu não era
acostumada com o estilo de gêneros... para ser bem sincera, havia anos que
não praticava, porque só fazia Enem. Quando decidi prestar UEG, fiquei
desesperada, porque não tinha como aprender em duas semanas.. foi quando
surgiu a linda cartilha feita pela turma anterior. Nossa! Como ajudou! Eu segui
os modelos de redação dessa cartilha e foi só SUCESSO! 68 de 70 em carta.
Olha, já passei pela situação em que vocês encontram-se e tive que ter muita
resiliência para manter-me firme, mas, no final, deu certo e vai dar certo para
vocês. Sei também que este ano está sendo bem atípico e não está fácil para
ninguém, mas vai dar tudo certo, acredite! No mais, desejo calma, foco,
resiliência e muito sucesso a vocês. #vempramedueg #colanacartilha
Se, porventura, alguma das suas dúvidas não foi esclarecida ou se caso
tiver surgido novos questionamentos, após a leitura da nossa cartilha, pode chamar
qualquer um de nós nas redes sociais!
@medueg2