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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MÁQUINAS

ENGENHARIA DE MÁQUINAS MARÍTIMAS

Cadeira: Termodinâmica II

TEMA: Motores de combustão externa

Turma: 2MQ2019

Discente:

Ailton Stélio Daniel Machango

Docente: Carlos Alejandro

Maputo, Março de 2021


Índice
Introdução ............................................................................................................................. 3
Introdução ao estudo dos motores.......................................................................................... 4
Motor .................................................................................................................................... 5
Combustão Externa ............................................................................................................... 7
O motor de Stirling ............................................................................................................... 8
História ................................................................................................................................. 8
PONTO FRACO DO MOTOR STIRLING ........................................................................... 9
FUNCIONAMENTO DO MOTOR STIRLING .................................................................. 10
Ciclo Stirling ....................................................................................................................... 14
Eficiência térmica ............................................................................................................... 17
Ciclo de Rankine ................................................................................................................. 19
Ciclo de Rankine com Reaquecimento ................................................................................ 21
Ciclo de Rankine Regenerativo ........................................................................................... 22
Ciclo Orgânico de Rankine ................................................................................................. 25
Diferenças entre um ciclo ideal de Rankine e um ciclo real de Rankine ............................... 27
Principais equações do ciclo de Rankine ............................................................................. 28
Conclusão ........................................................................................................................... 30
Bibliografia ......................................................................................................................... 31

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Introdução
O relatório tem como tema principal os motores de combustão externa.

Primeiro motor é uma máquina que converte qualquer forma de energia em trabalho
mecânico. O motor de combustão transforma energia térmica (calorífica) em trabalho
mecânico (energia mecânica).

Desde os primórdios do seu aparecimento sobre a terra, o homem procurou utilizar o fogo
(calor) como componente indispensável à sua sobrevivência, seja para aquecer o corpo, seja
para preparar os alimentos ou realizar algum outro trabalho. Porém, a utilização de forma
ordenada da energia calorífica somente foi possível a partir do estabelecimento e divulgação
do 1o e 2o princípios da Termodinâmica, fato que ocorreu respectivamente em 1840 e 1850.

Os motores térmicos de combustão dividem-se em externos e internos. Nos motores de


combustão externa o calor é produzido fora do motor em caldeiras.

No início do século XX, a máquina a vapor era a principal tecnologia de produção de energia
mecânica.

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Introdução ao estudo dos motores
Segundo (Da Silva, 2008) os motores são os responsáveis pelo funcionamento de diversos
tipos de objetos, inclusive de automóveis, máquinas de lavar, eletrodomésticos entre outros.
A mecânica utiliza motores de combustão com a aplicação de diversos tipos de tecnologias
sendo por tanto necessário que se estude os principais aspectos e princípios de funcionamento
destes.

Os motores de combustão podem também ser internos, porém, este estudo se baseia na
necessidade de compreender os motores de combustão externa, como exemplo destes o motor
a vapor de antigos navios e trens.

Os combustíveis mais comuns para este tipo de motor podem ser carvão, madeira, óleos,
entre outros. São comumente queimados externamente com o intuito de produzir o vapor que
gerará no interior do motor movimento.

Observa-se, entretanto, que a combustão interna apresenta menor gasto de combustíveis do


que a combustão externa e ainda se apresenta em tamanho menor que um motor com base em
combustão externa.

Um dos primeiros motores de combustão interna criado foi o motor a vapor, inventado no
século XVIII, responsável pelo início da Revolução Industrial. Facilitou os processos de
produção em massa especialmente nas grandes fábricas, além de ser o responsável pelos
transportes.

No fim do século XIX, o motor a combustão externa foi colocado em segundo 3 plano devido
ao surgimento do motor de combustão interna, que viabilizou a produção de automóveis e
aviões com motor a jato, que por sua vez possibilitou longas viagens.

Os primeiros motores a vapor foram desenvolvidos por Thomas Savery e aprimorados por
Thomas Newcomen na Inglaterra, com o intuito de utilizá-los para o bombeamento de água
em minas. E logo após, foram aplicados na indústria e nos transportes.

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Motor
O que é um motor?

Segundo (Romanelli, 2014) um motor é um dispositivo que converte outras formas de energia
em energia mecânica, de forma a impelir movimento a uma máquina ou veículo.

O termo motor, no contexto da fisiologia, pode se referir aos músculos e a habilidade de


movimento muscular, como em Coordenação Motora.

A combustão é um processo químico que exige três componentes que se combinam:

fig.1. Triângulo do fogo, (Oliveira & Rosa, 2003)

O que é combustão?

Combustão ou queima é uma reação química exotérmica entre uma substância (o


combustível) e um gás (o comburente), geralmente o oxigênio, para liberar calor .

Os motores de combustão realizam, inicialmente, a transformação da energia química do


combustível em energia térmica, para, posteriormente, transformar em energia mecânica,
sempre respeitando os conceitos e princípios da termodinâmica.

De acordo com (Da Silva, 2008) os motores são os responsáveis pelo funcionamento de
diversos tipos de objetos, inclusive de automóveis, máquinas de lavar, eletrodomésticos entre
outros. A mecânica utiliza motores de combustão com a aplicação de diversos tipos de
tecnologias sendo por tanto necessário que se estude os principais aspectos e princípios de
funcionamento destes. Os motores de combustão podem também ser internos, porém, este
estudo se baseia na necessidade de compreender os motores de combustão externa, como
exemplo destes o motor a vapor de antigos navios e trens. Os combustíveis mais comuns para
este tipo de motor podem ser carvão, madeira, óleos, entre outros. São comumente queimados

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externamente com o intuito de produzir o vapor que gerará no interior do motor movimento.
Observa-se, entretanto, que a combustão interna apresenta menor gasto de combustíveis do
que a combustão externa e ainda se apresenta em tamanho menor que um motor com base em
combustão externa. Por este motivo, este estudo deverá apresentar os princípios de
funcionamento deste modelo de combustão com o objetivo de comprovar sua eficácia,
vantagens e desvantagens. Os motores térmicos baseiam-se em características térmicas das
substâncias combustivas, tanto o aumento do volume quanto a pressão gerada produzem um
movimento linear que se transforma em movimento de rotação por meio do conjunto biela-
manivela. Os motores térmicos de combustão dividem-se em externos e internos. Nos
motores de combustão externa o calor é produzido fora do motor em caldeiras.

Segundo (Oliveira & Rosa, 2003) na locomotiva a vapor, o combustível é o carvão ou a


lenha. O calor produzido é utilizado para aquecer água em uma caldeira, transformando-a em
vapor.

fig.2.Vapor em expansão, (Oliveira & Rosa, 2003)

Este é o motor a combustão externa.

A locomotiva a vapor é movida por um motor de combustão externa, pois a queima do


combustível ocorre fora dos compartimentos que produzem o movimento (cilindros).

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Motores de Combustão

Os motores térmicos baseiam-se em características térmicas das substâncias combustivas,


tanto o aumento do volume quanto a pressão gerada produzem um movimento linear que se
transforma em movimento de rotação por meio do conjunto biela-manivela. Os motores
térmicos de combustão dividem-se em externos e internos.

Combustão Externa
De acordo com (Lima & Vidal, 2014) no caso dos motores de combustão externas, há uma
energização com o uso da mesma tecnologia. Mas já quando em motores de combustão
interna, que utilizam-se de similar quantidade de energia e demais características, pode-se
medir a eficiência de acordo com o uso da energia liberada no interior do tanque de
combustível do veículo ao gerar faísca. Faísca esta que causa combustão radicalmente
superior.

Quando nos referimos a este tipo de motor, há uma conversão maior de energia potencial em
energia cinética com a quantidade de combustível igual. Portanto, o motor de combustão
externa é mais eficiente teoricamente, podendo ainda ser usado ao mesmo tempo em 2
veículos.

Com a revolução industrial e a grande tendência de automatizar a maior parte possível dos
processos industriais nos séculos XVIII e XIX, grandes maquinários surgiam no chão das
fábricas para que fosse possível qualquer mínimo aumento de produção. Essas grandes
máquinas muitas vezes não atendiam às expectativas depositadas nelas e devido à tecnologia
escassa junto à falta de cuidados e demanda sempre crescente de produção, surgiam grandes
acidentes de trabalho, na maioria das vezes fatais. O risco de um empregado se acidentar em
uma fábrica do tipo era grande demais para que continuassem a se arriscar para ganhar pouco,
ou seja, os funcionários começavam a boicotar as indústrias em busca de melhorias. Nesses
casos o sindicato entrava em cena, começando a exercer seu papel frequentemente junto à
indústria buscando tais melhorias, dentre elas a necessidade de equipamentos mais seguros.

Tendo como foco as máquinas à vapor, o motor Stirling foi uma máquina que conseguiu
atender satisfatoriamente às expectativas da época. Por trabalhar sem admissão e exaustão era
considerado um dos equipamentos mais seguros, o que provocou uma grande mudança nos
equipamentos fabris e a atrair novamente empregados para as grandes e cada vez mais
automatizadas empresas, dessa vez mais seguras.

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O motor de Stirling
Segundo (Fernandes & Souza, 2010) o motor Stirling é um motor de combustão externa,
aperfeiçoado pelo pastor escocês Robert Stirling em 1816, auxiliado pelo seu irmão
engenheiro. Eles visavam a substituição do motor a vapor, com o qual o motor Stirling tem
grande semelhança estrutural e teórica. No início do século 19, as máquinas a vapor
explodiam com muita frequência, em função da precária tecnologia metalúrgica das caldeiras,
que se rompiam quando submetidas à alta pressão. Sensibilizados com a dor das famílias dos
operários mortos em acidentes, os irmãos Stirling buscaram conceber um mecanismo mais
seguro. É referido também como "motor de ar quente", por utilizar os gases atmosféricos
como fluido de trabalho.

fig.3. motor Stirling, (Fernandes & Souza, 2010)

História
Em 1816, o engenheiro escocês Robert Stirling (1790 – 1878) criou um modelo de um motor
que utilizava um determinado volume de um gás qualquer, que aquecido externamente, era
forçado a entrar numa câmara de volume maior que o inicial, onde o gás podia expandir-se
livremente. Ele chamava o motor de “motor de ar” porque as máquinas a vapor de sua época
podiam frequentemente explodir, matando ou mutilando pessoas que por azar estivessem nas
proximidades. Os motores Stirling não poderiam explodir, e produziam mais potência do que
as máquinas a vapor então em uso. Em 1818, construiu um motor em equipe com seu irmão
que sugeriu que se poderia conseguir maior potência do motor utilizando ar a pressões
maiores do que a atmosférica. Patentes melhoradas foram registradas em 1827 e 1840. Em
1873, foi usado para refrigeração e/ou aquecimento, absorvendo calor no estágio de
compressão e liberando trabalho ou mais calor na fase de expansão. Nesta época foram

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criados alguns protótipos com base no ciclo Stirling. Mas o projeto Stirling foi efetivamente
usado em refrigeração, no séc. 20. Em breve espera-se que os motores de combustão interna
que trabalham com a queima de alguns derivados de petróleo na forma líquida entrem em
desuso, devido à viabilização do ciclo Stirling e outros ciclos. Outro contemporâneo do
Stirling, Willian Rankine, criou um ciclo que foi mais aceito para o uso na refrigeração por
causa do advento dos fluidos refrigerantes como os CFC’s, o Freon e outros líquidos
refrigerantes. Contudo, nos últimos anos do século passado ocorreram mudanças pois as
atuais inovações proporcionam uma grande eficiência na geração de grandes potências com
investimentos aceitáveis. O que explica estes custos, é que a significativa eficiência do ciclo
Stirling é alcançada sem o uso de flúor-carbonos como fluido de trabalho. Refrigeradores
Stirling incorporam ao motor o uso de “pistão livre” e o uso de hélio ou nitrogênio no lugar
de CFC’s e HFC’s, e são muito bem vistos por esse motivo. Grandes corporações estão cada
vez mais usando e desenvolvendo a tecnologia. Os 4 grandes fabricantes de veículos
automotivos, como a Daimler Chrysler Corp., são os principais responsáveis pelo
desenvolvimento da tecnologia Stirling para uso na refrigeração. Os motores Stirling estão
começando a ser estudados na sua viabilidade, para a geração de energia elétrica por causa de
sua eficiência, que é considerada por muitos, maior em relação a outros métodos de geração e
principalmente quando se deseja método de geração alternativo aos combustíveis fósseis.

PONTO FRACO DO MOTOR STIRLING


Segundo (Corrêa et al,. 2017) ao seu ponto fraco, encaixa-se em basicamente três quesitos. O
seu custo em relação aos motores a Diesel é bem mais elevado. Sua segunda desvantagem é
os problemas que encontram se ele não tiver uma vedação de forma correta, pois sem a
vedação, ele não consegue obter um rendimento ideal, tendo assim pouca pressão. Um dos
problemas que talvez seja o maior, é a sua variação de velocidade. Ao ser iniciado o seu
funcionamento, ele demora um tempo para atingir uma rotação elevada, portanto não é
comum a sua utilização nos veículos, pois os mesmos precisam dessa rotação da arrancada.

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FUNCIONAMENTO DO MOTOR STIRLING

Segundo (Corrêa et al, 2017) com relação aos motores de combustão interna, o Motor Stirling
é um motor térmico, diferente dos motores a vapor. Sendo considerada uma máquina térmica
que funciona por meio da compressão cíclica e da expansão de ar, que é denominado por uma
combustão externa. Esses tipos de motores realizam uma queima de combustível do lado de
fora do motor. Como por exemplo, os próprios motores a vapor eram dessa maneira. A
queima do combustível é gerada para realizar o aquecimento, tendendo o seu funcionamento,
que no caso do Motor Stirling é transformado em um movimento mecânico. O êmbolo do
Motor Stirling, tem a capacidade de dividir o espaço da compressão e da expansão, possuindo
assim duas temperaturas diferentes. A posição do êmbolo em uma certa elevação mais alta do
cilindro, demonstra que quase todo o gás está no espaço frio, e quando esse êmbolo desce,
ocorre uma troca de calor dentro da parte quente. Sendo que para a realização da combustão
externa do Motor Stirling, é necessário fazer a queima de qualquer combustível.

Segundo (Da Silva, 2008) o motor Stirling surpreende por sua simplicidade, pois consiste de
duas câmaras em diferentes temperaturas que aquecem e resfriam um gás de forma alternada,
provocando expansão e contração cíclicas, o que faz movimentar dois êmbolos ligados a um
eixo comum. O gás utilizado nos modelos mais simples é o ar (daí a expressão citada acima);
hélio ou hidrogênio pressurizado (até 15 MPa) são empregados nas versões de alta potência e
rendimento, por serem gases com condutividade térmica mais elevada e menor viscosidade,
isto é, transportam energia térmica (calor) mais rapidamente e têm menor resistência ao
escoamento, o que implica menos perdas por atrito. Ao contrário dos motores de combustão
interna, o fluido de trabalho nunca deixa o interior do motor; trata-se portanto de uma
máquina de ciclo fechado. Teoricamente, o motor Stirling é a máquina térmica mais eficiente
possível. Alguns protótipos construídos pela empresa holandesa Phillips nos anos 50 e 60
chegaram a índices de 45%, superando facilmente os motores a gasolina, diesel e as máquinas
a vapor (eficiência entre 20% e 30%). A fim de diminuir as perdas térmicas, geralmente é
instalado um "regenerador" entre as câmaras quente e fria, onde o calor (que seria rejeitado
na câmara fria) fica armazenado para a fase seguinte de aquecimento, incrementando
sobremaneira a eficiência termodinâmica.

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Há 3 configurações básicas deste tipo de motor: Alfa - com cilindros em V; Beta - com
êmbolos co-axiais num mesmo cilindro e Gama - com cilindros em linha (ver links externos).
Existem modelos grandes com uso prático e modelos didáticos, minúsculos, acionados até
pelo calor de uma mão humana. Esse tipo de motor apresenta diversas vantagens: é pouco
poluente pois a combustão é contínua, e não intermitente como nos motores Ciclo de Otto e
Ciclo Diesel, permitindo uma queima mais completa e eficiente do combustível. 15-3Por isso
é muito silencioso e apresenta baixa vibração (não há "explosão"). É verdadeiramente multi-
combustível, pode utilizar praticamente qualquer fonte energética: gasolina, etanol, metanol,
gás natural, óleo diesel, biogás, GLP, energia solar, calor geotérmico e outros. Basta gerar
uma diferença de temperatura significativa entre a câmara quente e a câmara fria para
produzir trabalho (quanto maior a diferença de temperatura, maior é a eficiência do processo
e mais compacto o motor). Sua maior desvantagem consiste na dificuldade de dar partida e
variar sua velocidade de rotação rapidamente, sendo complicado seu emprego em veículos
como carros e caminhões, embora modelos de propulsão híbrida (elétrico e motor térmico)
possam ser viáveis. Também há problemas técnicos a serem resolvidos quanto ao sistema de
vedação, que impede o vazamento do fluido de trabalho, particularmente quando se
empregam gases inertes e leves (hélio, hidrogênio), difíceis de serem confinados sob alta
pressão sem escaparem para o exterior. Além disso, por ser uma tecnologia pouco difundida,
os motores Stirling são mais caros, tanto na aquisição quanto na manutenção.

Este tipo de motor funciona com um ciclo termodinâmico composto de 4 fases e executado
em 2 tempos do pistão: compressão isotérmica (=temperatura constante), aquecimento
isométrico (=volume constante), expansão isotérmica e resfriamento isométrico. Este é o
ciclo idealizado (válido para gases perfeitos), que diverge do ciclo real medido por
instrumentos. Não obstante, encontra-se muito próximo do chamado Ciclo de Carnot, que
estabelece o limite teórico máximo de rendimento das máquinas térmicas.

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De acordo com (Fernandes & Souza, 2010) As etapas de funcionamento do Motor Stirling
são divulgadas em uma página da WEB [1], onde também se pode conseguir projetos
mecânicos em diversas escalas e níveis de complexidade, além de um fórum de debates entre
pesquisadores e hobistas: O funcionamento do motor Stirling depende integralmente de
alguns dos princípios básicos da termodinâmica: o gás responsável por executar o trabalho
expande quando aquecido e contrai-se quando resfriado. O esquema apresentado na figura 1
representa as etapas de funcionamento de um protótipo construído em madeira balsa (pistão
deslizante) e lata de alumínio (cilindro). A esfera é feita de gesso de massa aproximadamente
igual a 26g.

Fig.4.Esquema representativo do
funcionamento de um protótipo de motor, (Corrêa et al, 2017)

1- Ponto morto - todo o ar encontra-se na parte inferior.

2 - O aquecimento expande o ar que empurra a membrana para cima e as hastes verticais


fazem com que a massa suba ¼ de percurso. O ar quente impulsiona o movimento e realiza
trabalho. A massa recebe energia.

3 – Impulso da massa e contração do ar que provoca contração da membrana puxa as hastes


verticais para baixo que fazem com que a massa suba mais ¼ de percurso, até seu ponto mais
elevado. Enquanto isso, o pistão de madeira direciona a subida do ar para o terminal frio.
Não há realização de trabalho.

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4 – Toda a massa de ar do cilindro se encontra agora na parte superior sendo resfriado e se
contraindo. A contração do ar faz com que a membrana seja direcionada para o interior do
cilindro. A partir deste ponto, a massa começa seu movimento descendente, empurrando a
membrana para baixo. A massa realiza trabalho comprimindo o ar.

Enquanto isso o pistão de madeira direciona o ar para o terminal quente, e reinicia-se o ciclo.

Além de direcionar o volume do gás para as áreas quente e fria, o pistão também tem a
função de isolante térmico de modo que quando o movimento de expansão é desejado, a
fonte fria passa a não influenciar na temperatura interna e da mesma forma, a fonte quente
não influencia na temperatura quando o movimento de retração é desejado.7

O motor necessita de impulso externo para a partida. Depois de iniciado o movimento, o


peso da massa por inércia mantém o movimento do motor quando este atinge o ponto morto.

Este protótipo consegue executar 200rpm com aquecimento apropriado, e apresenta torque
equivalente a 0,0383N.m.

Princípio termodinâmico

Quase todo tipo de energia mecânica produzida hoje é conseguida a partir da conversão de
energia térmica em algum tipo de máquina térmica. A operação de todo ciclo de máquina
térmica pode usualmente ser aproximada por um ciclo termodinâmico de potência ideal de
alguma maneira.

A compreensão básica destes ciclos podem frequentemente mostrar ao engenheiro como


melhorar a operação e o desempenho do sistema. Qualquer ciclo termodinâmico é formado de
uma série de processos termodinâmicos que retornam o fluido de trabalho ao seu estado
inicial. Durante muitos desses processos, uma propriedade é comumente mantida constante.
Isto inclui processos isotérmicos (temperatura constante), isobáricos (pressão constante),
isométricos (volume constante), isentrópico (entropia constante), adiabáticos (sem
transferência de calor) e isoentálpico ( entalpia constante).

É prática comum, colocar em gráficos os processos que compõem o ciclo em um gráfico com
propriedades nas coordenadas – usualmente gráficos P – v (pressão versus volume específico)
ou T – s (temperatura versus entropia).

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Ciclo Stirling
Segundo (Corrêa et al, 2017) esse ciclo é denominado por duas câmaras que trabalham em
temperaturas diferentes e no mesmo eixo, porém de forma alternada. Enquanto um tem o seu
gás expandido dentro do cilindro, o outro funciona de forma a vácuo, pois quando o eixo faz
sua volta completa, movimentando os dois cilindros é denominado um ciclo do motor. Este
ciclo Stirling é o mais parecido com o Ciclo de Carnot, que foi um engenheiro militar e
físico, Nicolas Léonard Sadi Carnot no ano de 1824. É denominado pelas suas
transformações de gases, onde ele mostrou que quanto maior for a temperatura quente, maior
será o rendimento esperado. Então, o ciclo termodinâmico é a repetição de processos através
de fluídos ou gases, que no caso do Motor Stirling, são os gases que se expandem dentro do
cilindro quente de trabalho.

De acordo com (Fernandes & Souza, 2010) os processos termodinâmicos que o gás atravessa
no cilindro são apresentados no seguinte esquema:

fig.5. ciclo termodinâmico Stirling. (Fernandes & Souza, 2010)

O ciclo consiste de quatro processos internamente reversíveis –.processos nos quais o


sistema e as vizinhanças possam retornar ao seu estado inicial depois de ter completado o
ciclo – dois isotérmicos e dois a volume constante

A  B: Expansão isotérmica a temperatura constante (temperatura da fonte quente de onde


recebe calor).

B  C: Resfriamento a volume constante

C  D: Compressão isotérmica a temperatura constante (temperatura da fonte fria, para


onde perde calor)

D  A: Aquecimento a volume constante

O gráfico abaixo representa a relação entre a pressão, o volume específico e a temperatura


do gás.

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fig.6.ciclo Stirling diagrama PV. (Corrêa et al, 2017)

Considerando comportamento ideal do gás aprisionado, as mudanças pelas quais atravessa o


ar seguem as leis de Charles, Boyle e Gay-Lussac:

onde os índices 1 e 2 representam condição inicial e final respectivamente.

A  B = expansão a TH (temperatura constante)  T1 = T2 como se trata de expansão,


V2 > V1, então, seguindo a equação dos gases:

e como:

V2 > V1, resulta que P2 < P1. De acordo com o diagrama, o percurso do estado A para o
estado B provoca redução da pressão sobre o gás.

Com o volume específico v, ocorre o contrário; já que volume específico é a relação entre o
volume ocupado pelo gás e a sua massa (v = V/m), a expansão do gás aumenta seu volume
enquanto a massa permanece constante, assim, consequentemente há aumento no volume
específico.

B  C = resfriamento a volume constante  V2 = V1

Sendo a fração menor do que um, deduz-se que P2 < P1 O volume específico v permanece
constante, já que nem massa nem volume se alteram. (Fernandes & Souza, 2010)

15
C  D = compressão a TC (temperatura constante)  T1 = T2 como se trata de compressão,
V2 < V1

e como V2 < V1,


resulta que P2 > P1

O volume específico v, é reduzido, já que o volume ocupado pelo gás diminui e a massa
permanece constante.

D  A = aquecimento a volume constante  V2 = V1

Sendo a fração maior do que um, deduz-se que P2 > P1 O volume específico v permanece
constante, já que nem massa nem volume se alteram.

Ciclo Stirling – Pressão por volume

A adição de uma fonte de calor ao gás dentro cilindro quente, junto com o pistão de trabalho,
onde ocorre a expansão isotérmica do estado 3 ao 4, onde é esse o ciclo que gera trabalho do
pistão. Deslocamento do gás para o cilindro quente e ocorrendo seu resfriamento, isso
correspondente ao volume constante do estado 4 até o 1. Comprimindo o gás dentro do
cilindro frio, que funciona de forma a vácuo, onde corresponde a compressão isotérmica do
estado 1 para o 2, onde ocorre o consumo de potência que motor desenvolve (TILLMANN,
2013). Passagem do gás para o dentro do cilindro quente, consequentemente ocorrendo seu
aquecimento, sendo assim o aquecimento do volume constante do 2 ao 3. Todos esses
processos são como na (Figura 2).

fig.7. Gráfico Ciclo Stirling. (Corrêa et al, 2017)

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Eficiência térmica
De acordo com (Fernandes & Souza, 2010) o propósito de um motor é converter a energia
suprida como calor ou energia retida em combustível para trabalho. O máximo desempenho é
a produção da quantidade requerida de trabalho utilizando a quantidade mínima de calor.
Uma máquina térmica recebe calor e produz trabalho enquanto executa um ciclo. Uma
máquina térmica pode ser tão simples como um gás confinado em um dispositivo pistão-
cilindro, ou tão complexa como uma planta de potência.

Quando o gás é aquecido, ele expande para realizar trabalho sobre o pistão. Nas etapas a
volume constante não há realização de trabalho.

Quando o pistão se move para dentro do cilindro, trabalho é realizado sobre o gás. O ciclo é
completo com o efeito final de que calor foi convertido em trabalho. Quando não há matéria
entrando ou saindo do sistema, ele é chamado sistema fechado.

Em cada ciclo completo de uma máquina térmica, alguma quantidade de calor é rejeitada
pelo sistema. De acordo com a primeira lei da termodinâmica - para qualquer ciclo ou sistema
fechado, o calor líquido transferido é igual ao trabalho líquido produzido.

Qentra – Qsai = quantidade bruta de calor fornecido menos quantidade bruta de calor
rejeitado.

Como Qsai  0, então, o trabalho líquido feito pelo sistema é menor do que o calor recebido
por ele, isto é, nem todo o calor recebido pelo sistema é convertido em trabalho.

Eficiência térmica é definida como a fração do calor bruto adicionado à máquina térmica
durante um ciclo que é convertida em trabalho líquido devolvido:

Qsai é recolhido no terminal frio à temperatura absoluta TL Qentra é transferido ao sistema


pelo terminal quente à temperatura absoluta TH A escala de temperatura absoluta estabelece

17
que a quantidade relativa de calor transferido “de” e “para” um sistema que realiza um ciclo
reversível entre dois reservatórios às temperaturas TH e TL são iguais às relações entre as
temperaturas dos reservatórios:

Assim, a eficiência térmica de uma máquina que opera reversivelmente entre dois terminais
às temperaturas TL e TH é definida como:

Que é usada para expressar a eficiência de uma máquina de Carnot e fornece o máximo valor
de qualquer ciclo operando entre dois reservatórios térmicos. Como o motor Stirling também
é uma máquina térmica que opera um ciclo reversível entre dois reservatórios térmicos, sua
eficiência também pode ser expressa segundo os mesmos princípios:

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Ciclo de Rankine

O ciclo de Rankine contorna algumas dificuldades do ciclo de Carnot para a utilização prática
em ciclos de potência. Há diversas variâncias do ciclo, mas começaremos pelo ciclo de
Rankine simples.

O ciclo de Rankine é o ciclo ideal para centrais eléctricas a vapor. O ciclo de Rankine é um
ciclo operativo fundamental para todas as centrais que produzem energia onde um fluido de
trabalho, neste caso a água, é continuamente evaporado e condensado. A selecção do fluido
de trabalho depende principalmente do intervalo de temperaturas disponíveis, para os ciclos
orgânicos. (Lopes, 2016)

fig.8.um esquema idealizado


do ciclo de Rankine, (Lopes, 2016)

O ciclo ideal de Rankine opera nos seguintes passos:

1-2 Compressão isentrópica. A pressão dos condensados é aumentada na bomba. Devido ao


baixo volume específico dos líquidos, o trabalho da bomba é relativamente pequeno e muitas
vezes desprezado nos cálculos termodinâmicos.

2-3 Transferência de calor isobárica. Líquido a alta pressão entra na caldeira vindo da
bomba e é aquecido até à temperatura de saturação de líquido. Para além disso, a adição de
energia provoca a evaporação do líquido até estar completamente convertido em vapor
saturado

19
3-4 Expansão isentrópica. O vapor é expandido na turbina, produzindo assim trabalho que
pode ser convertido em electricidade. Na prática, a expansão é limitada pela temperatura de
arrefecimento média e pela erosão das pás da turbina (cavitação), pela entrada de líquido na
corrente de vapor, devido ao processo se mover para a região bifásica. O título de vapor que
sai deve ser maior que 90%.

4-5 Rejeição de calor isobárica. A mistura bifásica que sai da turbina é condensada a baixa
pressão, normalmente num condensador de superfície utilizando água arrefecida. Em
condensadores bem projectados e bem preservados, a pressão do vapor é bem menor que a
pressão atmosférica, aproximando a pressão de saturação do fluido de trabalho à temperatura
da água de arrefecimento.

Diagrama Temperatura-Entropia

Vai-se agora proceder a uma breve explicação do diagrama TemperaturaEntropia Específica,


pois a análise do ciclo de Rankine vai incidir sobre este diagrama. Este diagrama e outros
diagramas de propriedades termodinâmicas são úteis para apresentar a relação entre as
propriedades termodinâmicas e também para visualizar os processos que ocorrem num
determinado componente ou num ciclo termodinâmico, por exemplo o ciclo de Rankine.
Estes diagramas caracterizam-se por apresentarem três regiões distintas: -Região de líquido –
a região à esquerda da linha do líquido saturado (x=0);

Região líquido-vapor – a região compreendida entre a linha de líquido saturado (x=0) e a


linha de vapor saturado (x=1). Nesta região os diagramas apresentam linhas de título
constante; -Região de vapor sobreaquecido – a região à direita da linha do vapor saturado
(x=1). Na Figura 2.3 podem ser observadas essas regiões. Também se observam as linhas de
entalpia constante e pressão constante, assim como o título na região bifásica como referido
anteriormente. O ponto crítico corresponde à temperatura máxima a que o líquido e o gás, de
uma substância pura, podem coexistir, sendo diferente para cada substância

Figura.9.Diagrama Temperatura-Entropia e curvas características

20
Ciclo de Rankine com Reaquecimento

Segundo (Moreira, 2017) nesta configuração pretende-se aproveitar a vantagem de trabalhar


com pressão e temperatura elevadas e, ainda, evitar uma quantia excessiva de líquido nos
estágios de baixa pressão da turbina. Este ciclo está ilustrado no diagrama T-s da Figura9 e
esquematizado na Figura10. O ciclo funciona assim. Vapor superaquecido é expandido no
estágio de alta pressão da turbina (ou numa turbina de alta pressão, se houver duas turbinas).

A expansão é até um valor intermediário de pressão (estado 5). O fluido de trabalho sofre um
novo processo de reaquecimento no reaquecedor, em num processo a pressão constante até a
temperatura T6 igual à temperatura máxima do ciclo. O fluido, então, retorna para o estágio
de baixa pressão da turbina (ou para a turbina de baixa pressão) para continuar a expansão até
a pressão do condensador (estado 7). Observando a Figura 10, nota-se que o que está se
fazendo é "contornar" o ramo de vapor saturado a fim de minimizar a quantidade de líquido
na corrente de vapor que está se expandindo na turbina.

Figura.10.Ciclo de
Rankine com reaquecimento, (Moreira, 2017)

21
Ciclo de Rankine Regenerativo
O ciclo de Rankine regenerativo é uma tentativa de aproximar o máximo possível da
eficiência de Carnot. Considere os ciclos de Carnot e de Rankine simples, como ilustrado na
Figura8. O fluido de trabalho entra na fase líquida no gerador de vapor no estado 2, após ser
bombeado isoentropicamente.

A eficiência térmica do ciclo de Rankine é menor que a de Carnot porque o fluido de trabalho
começa a receber calor no gerador de vapor a uma temperatura média menor (entre T2 e T3)
que a máxima disponível (T3 = T2'). No ciclo de Rankine regenerativo ideal, na saída da
bomba o líquido circula na turbina na direção oposta ao do movimento do vapor de forma que
ocorre uma troca de calor entre o vapor em expansão e o líquido comprimido, como ilustrado
na Figura. 10.

Figura.11.Ciclos de
Rankine regenerativo ideal e de Carnot, (Moreira, 2017)

Idealmente, admite-se que a troca de calor é reversível de forma que as linhas dos processos
2–3 e 4–5 sejam paralelas entre si. Dessa forma, a área sob a linha 2-3 é igual à sob a linha 4–
5. Com isso, o rendimento do ciclo ideal de Rankine é exatamente igual ao de Carnot, para as
mesmas temperaturas de trabalho.

22
fig.12. ciclo regenerativo
ideal. (Moreira, 2017)

Em termos práticos, não é possível utilizar esse ciclo regenerativo ideal por diversos motivos.
O primeiro deles refere-se a impossibilidade de uma transferência de calor reversível entre o
vapor em expansão com a água de alimentação do gerador de vapor. Também, verifica-se que
vai ocorrer um aumento da presença de líquido na turbina em virtude da transferência de
calor, o que é indesejável pelo problema de erosão das pás, como já mencionado.

A técnica usual de utilização das vantagens do ciclo regenerativo consiste em extrações do


vapor de água em diversos estágios da turbina e misturá-lo com a água de condensação. Para
ilustrar essa técnica, considere o caso de uma única extração. Uma parcela do vapor de água é
extraído no estado 6, indicado na figura.

Esse vapor é, então, misturado com a água condensada proveniente da primeira bomba que
está no estado 2. Espera-se que a razão entre a vazão mássica de vapor extraído e de água
condensada seja suficiente para que o estado 3 seja de líquido saturado.

23
Figura.13.Ciclo
regenerativo de Rankine com um aquecedor de mistura. (Moreira, 2017)

A mistura entre o vapor extraído e a água condensada está no estado 3 e, finalmente, dirige-se
a uma segunda bomba que vai elevar a pressão da mistura até a pressão da linha do gerador
de vapor. Um ciclo regenerativo com três aquecedores de água de alimentação.

Figura.14.Ciclo
regenerativo com 3 extrações (aquecedores de água), (Moreira, 2017)

24
Ciclo Orgânico de Rankine
Ciclo Orgânico de Rankine é uma tradução direta do termo inglês “Rankine Organic Cycle”,
ou ROC. Esses ciclos são o próprio ciclo de Rankine, mas que têm como fluido de trabalho
outras substâncias que têm um comportamento termodinâmico peculiar que os prestam para
pequenas centrais de geração de energia elétrica.

Essas centrais têm mais interesse em recuperação de energia térmica de algum processo, ou
aplicações com energia solar, do que em ter uma elevada eficiência térmica global do ciclo
propriamente dita. Também, são ciclos mais fáceis de operar que dispensam alguns
equipamentos de um ciclo tradicional Rankine. Se observarmos a curva para a substância
pura água, chamada “sino de saturação” podemos verificar que para baixas temperaturas estas
se “abrem” particularmente o ramo de vapor saturado. Isto faz com que sejam necessárias
várias modificações no ciclo original de Rankine, tais como superaquecimento do vapor
(Seção 2.2), reaquecimento (Seção 2.3) e ciclo regenerativo com extração de vapor (Seção
2.4). Esta dificuldade gerou o interesse por identificar novas substâncias que tenham um
comportamento menos acentuado do ramo do vapor saturado. Como objetivo, esta substância
permitiria a expansão de um vapor saturado de alta pressão até baixa pressão sem adentrar ou
adentrando muito pouco na região de mudança de fase. Com isso, as turbinas e outras
máquinas de expansão não sofreriam o nefasto problema de impacto de gotículas de líquidos
nas suas partes internas, que geram erosão. A Figura 14 ilustra o diagrama T-s do
comportamento de diversos fluidos empregados em ciclo simples de Rankine simples
passando por expansão e compressão isoentrópicas.

O primeiro diagrama apresenta fluido com característica tal que a linha de saturação do vapor
isoentrópica, de modo que o fluido passe pelo expansor como vapor saturado. O segundo
diagrama apresenta um fluido com comportamento similar ao da água, no qual o fluido de
trabalho deixa o expansor úmido, adentrando a região bifásica. O terceiro diagrama
representa um fluido com comportamento tal que ao fim da expansão, este permaneça na fase
vapor. A utilização de fluidos com comportamento como os do primeiro ou do terceiro
diagrama é uma solução ao problema de umidade no expansor.

25
Fig.15.Diagrama T-s de diversos fluidos empregados em ciclo Rankine simples com
compressão e expansão isoentrópicas. (Moreira, 2017)

Nesta figura pode-se observar os comportamentos de diversos fluidos reais em comparação


ao da água. Conclui-se que a utilização destes fluidos, os quais apresentam “sinos de
saturação” mais “fechados”, em ciclo Rankine é uma opção ao problema de umidade no
expansor.

Fig.16.Diagrama T-s de diversos fluidos, (Moreira, 2017)

26
Diferenças entre um ciclo ideal de Rankine e um ciclo real de Rankine
De acordo com (Lopes, 2016) as diferenças entre um ciclo real e ideal são devidas,
principalmente, às irreversibilidades presentes nos processos, o que origina uma menor
eficiência desses processos em comparação com o ciclo ideal. As principais causas de
irreversibilidades são:

- Perdas por atrito: O atrito do fluido origina perdas de pressão na caldeira, no condensador e
nas tubagens entre os componentes.

-Perdas de calor: Perda de calor do vapor para o ambiente quando este circula nos
componentes.

-Irreversibilidades na bomba e na turbina: Existe variação da entropia na entrada e saída da


bomba e turbina. O que ocasiona um aumento ou diminuição da entropia.

Outros factores de irreversibilidade:

- Subarrefecimento de condensados no condensador;

- Fugas de vapor;

- Fugas de ar no condensador.

Na Figura 2.4 está representado um gráfico com as diferenças entre um ciclo real e ideal de
Rankine.

Figura.17.Diferença entre ciclo ideal e


ciclo real, (Lopes, 2016)

27
Principais equações do ciclo de Rankine
Para melhor entender as eficiências e a energia no ciclo de Rankine é importante definir
algumas equações que regem este ciclo. Dito isto, vai-se de seguida descrever as equações
mais importantes na análise do ciclo de Rankine.

- Potência ideal da turbina:

𝑃𝑡 = 𝑚 × (ℎ3 − ℎ4 )

- Potência ideal da bomba

𝑃𝑏 = 𝑚 × (ℎ2 − ℎ1 )

-Potência líquida do ciclo orgânico de Rankine

𝑃𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = 𝑊 𝑡 − 𝑊 𝑏 = 𝑚 × [(ℎ3 − ℎ4 ) − (ℎ2 − ℎ1 )]

- Potência térmica fornecida ao ciclo através da caldeira

𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = 𝑚 × (ℎ3 − ℎ2 )

- Eficiência líquida do ciclo – pode ser expresso como a potência líquida do ciclo a dividir
pela potência térmica fornecida ao ciclo:

- Eficiência isentrópica da turbina – é a razão entre a potência real que sai da turbina e a
potência ideal que sai da turbina:

- Eficiência isentrópica da bomba – é a razão entre a potência ideal que entra na bomba e a
potência real que entra na bomba.

28
Dito isto, vai-se proceder a uma análise energética do ciclo real e ideal de Rankine.

Tabela.1. Análise energética ao ciclo ideal

Uma vez feita a análise energética ao ciclo ideal, proceder-se-á à análise energética do ciclo
real de Rankine.

Tabela 2. Análise energética ao ciclo real

29
Conclusão
Apesar do fluido de trabalho poder ser qualquer fluido que consiga alcançar uma situação de
vapor superaquecido na saída da caldeira, a água é um fluido com grandes qualidades, visto
possuir um alto calor específico, um alto calor latente de vaporização, ampla disponibilidade
(baixo custo) e pouca quantidade de resíduos sólidos de evaporação, gerando baixo índice de
incrustações na caldeira e nas tubulações.

As máquinas térmicas a vapor utilizam a energia fornecida por um combustível pelo processo
de combustão para um fluido de trabalho, como a água, para gerar vapor e converter a alta
energia deste fluido em trabalho mecânico e/ou em calor para processos secundários de
aquecimento.

É de frisar que o vapor de água é um dos meios mais importantes de transporte de energia e o
mais utilizado em indústrias e unidades de geração de eletricidade. Máquinas térmicas a
vapor constituem plantas de geração de potência em termelétricas, usinas nucleares e
termossolares.

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