You are on page 1of 9

COMPROVAÇÃO

DA CAPACIDADE
ECONÔMICO-FINANCEIRA
Comprovação da capacidade econômico-
financeira
O novo marco legal do Saneamento determina que todos os contratos (novos e atualmente vigentes) prevejam metas de universalização
a serem atingidas até 31 de dezembro de 2033

• A quem se destina
• prestadores de serviço cujas concessões foram realizadas por meio de contratos de programa, independentemente de já
haver previsão de atendimento das metas de universalização estabelecidas pelo novo marco; e
• prestadores com contrato de concessão regido pela Lei nº 8.987/1995 ou Lei nº 11.079/2004 cujos contratos não tinham a
previsão para cumprimento das metas de 99% de cobertura em abastecimento de água e 90% de coleta e tratamento de
esgotos sanitários.

Nos casos em que a prestação dos serviços é feita diretamente pelo Município ou Distrito Federal, sendo esse o titular dos
serviços públicos de abastecimento de água potável ou de esgotamento sanitário, não se aplica a necessidade de comprovação mesmo
que os serviços sejam prestados por meio de autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista por ele controladas.

No caso de contratos firmados por meio de procedimentos licitatórios que possuam outras metas de universalização, o prestador
de serviço deverá também comprovar capacidade econômico-financeira. Contudo, caso não o faça, as metas originalmente pactuadas
permanecerão inalteradas. Neste caso, o titular deverá buscar alternativas para atingir as metas definidas na lei, como prestação direta
da parcela remanescente, licitação complementar, aditamento de contratos já licitados, incluindo eventual reequilíbrio econômico-
financeiro, desde que em comum acordo com a contratada.
Comprovação da capacidade econômico-
financeira
Procedimento

1ª: Cumprimento de índices referenciais mínimos dos indicadores econômico-financeiros (mediana dos indicadores nos últimos
5 anos)

I - Índice de margem líquida sem depreciação e amortização superior a zero: que pode ser calculado a partir da divisão do
lucro líquido da companhia pela receita líquida após todos os impostos e tributos serem devidamente deduzidos, ou seja,
é o resultado líquido de suas vendas no período de tempo em questão;

II - Índice de grau de endividamento inferior ou igual a um: representação da proporção do ativo total que está
comprometida para custear o endividamento da empresa com terceiros (passivos exigíveis);

III - Índice de retorno sobre patrimônio líquido superior a zero: também conhecido como ROE, que significa “return on
equity”, é um indicador que mede a capacidade que uma companhia tem de gerar valor ao negócio e aos investidores
com base nos recursos que ela própria possui; e

IV - Índice de suficiência de caixa superior a um: estima a relação entre a arrecadação total e a soma das despesas de
exploração, financeiras e tributárias, calculado com base na receita operacional líquida e nas despesas totais (ANA,
2022b).

2ª: Adequação dos estudos de viabilidade e do plano de operação e de captação dos recursos com
vistas a cumprir as metas de universalização
Comprovação da capacidade econômico-
financeira
Etapas:
1. Preparação dos estudos de comprovação da capacidade econômico-financeira: demonstrativo financeiro do
atendimento dos índices mínimos exigidos na primeira fase, e dos estudos de viabilidade e do plano de
captação, bem como a validação destes documentos pelo auditor e certificador independentes;

2. Apresentação de requerimento pelo prestador até 31/12/2023, mediante correspondência eletrônica dirigida à
entidade reguladora, com cópia para ANA, contendo:
a) Cópia dos instrumentos contratuais considerados nos estudos de viabilidade;
b) Minuta de termo aditivo para inclusão das metas de universalização ou excepcionalmente, a cópia do termo aditivo já
celebrado;
c) Demonstrações contábeis utilizadas para elaboração do demonstrativo financeiro;
d) Demonstrativo financeiro do atendimento aos indicadores econômico-financeiros;
e) Laudo de auditor independente validando o atendimento dos índices exigidos;
f) Estudos de viabilidade contendo apresentação da estimativa de investimentos necessários ao atingimento das metas para
cada contrato bem como o investimento global; os casos em que poderão ser aplicadas a repactuação tarifária; aporte,
contraprestação pecuniária ou subsídio do ente público; indenizações;
g) Laudo de certificador independente validando os estudos de viabilidade;
h) Plano de captação de recursos informando as estratégias, fontes, agentes financeiros e faseamento; e
i) Laudo do certificador independente atestando a compatibilidade do plano de captação com os estudos de viabilidade.
Comprovação da capacidade econômico-
financeira
3. Tomada de decisão sobre a capacidade econômico-financeira pela entidade reguladora a qual deve proferir sua
decisão até o prazo estabelecido de 31/03/2024. Tal tomada de decisão deverá ser feita a partir das seguintes
fases:
a) Emissão de relatório, sintetizando o andamento do processo até então;
b) Emissão da decisão sobre o atendimento dos indicadores econômico-financeiros da primeira fase;
c) Emissão da decisão sobre o reconhecimento o fluxo de caixa global igual ou superior a zero dos estudos de viabilidade
econômico-financeira e a adequação do plano de captação aos estudos de viabilidade.

4. Apreciação de eventuais recursos administrativos para os casos de decisão contrária à comprovação da


capacidade econômico-financeira e de discordância com qualquer dos fundamentos de decisão que reconheça tal
comprovação;

5. Reavaliação da capacidade econômico-financeira para os casos em que a decisão emitida pela entidade
reguladora perder seus efeitos.
Comprovação da capacidade econômico-
financeira

Auditor independente: pessoa jurídica de direito privado, de notória reputação, registrada como
auditoria independente na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Avalia a primeira etapa
(cumprimento dos indicadores)

Certificador independente: pessoa jurídica de direito privado, de notória reputação, acreditada pelo
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) ou pré-qualificada pela Caixa
Econômica Federal (CAIXA) ou pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) para a estruturação de concessões de saneamento básico. Avalia a segunda etapa (estudos
de viabilidade e plano de operação)
Comprovação da capacidade econômico-
financeira

Possibilidade de perda de efeitos da comprovação de capacidade econômico-financeira

a) Quando o requerimento baseado em repactuação tarifária que não seja efetivada tempestivamente, de modo a comprometer o
atendimento à exigência de valor presente líquido igual ou superior a zero;;

b) Requerimento baseado em aporte, contraprestação pecuniária ou subsídio de ente público, caso seja descumprido o cronograma
de pagamentos previsto, de modo a comprometer o atendimento à exigência de valor presente líquido igual ou superior a zero;

c) Quando a captação de recursos por meio de faseamento do financiamento ou das integralizações de capital não for cumprida de
acordo com o plano de captação apresentado, mesmo que por fontes distintas das que foram previstas no respectivo plano de
captação;

d) Quando a capacidade econômico-financeira houver sido comprovada por meio da estrutura de prestação regionalizada, mas não
houver sido constituída Sociedade de Propósito Específico (SPE), ou no caso de que estrutura de ativos, passivos, receitas e
despesas transferidos à SPE não corresponder à estrutura estimada no fluxo de caixa regionalizado apresentado; e

e) Quando não for comprovado, até 31/12/2025, o encerramento da prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e/ou
esgotamento sanitário realizada por meio de contratos precários.
Comprovação da capacidade econômico-
financeira

Falta de comprovação Contratos irregulares

Consequências Contratos irregulares


Impossibilidade de celebração de termos aditivos para incorporação das metas (de universalização, quantitativas de não
intermitência, quantitativas de redução de perdas, quantitativas de melhoria dos processos de tratamento) bem como para
prorrogação da vigência contratual
Impossibilidade de acesso a recursos públicos federais onerosos e não onerosos:
Art. 4º A alocação de recursos públicos federais e os financiamentos com recursos da União ou com recursos geridos ou
operados por órgãos ou entidades da União, de que trata o art. 50 da Lei nº 11.445, de 2007, serão feitos em
conformidade com as diretrizes e os objetivos estabelecidos nos art. 9º, art. 48 e art. 49 da referida Lei e com os planos de
saneamento básico, e ficarão condicionados:
I - ao alcance de índices mínimos de:
a) desempenho do prestador na gestão técnica, econômica e financeira, comprovado por meio de declaração da
entidade reguladora, observadas as normas de referência para regulação dos serviços públicos de saneamento básico
emitidas pela ANA; e grifo nosso
b)eficiência e eficácia na prestação dos serviços públicos de saneamento básico, comprovadas por meio de declaração da
entidade reguladora, observadas as normas de referência para regulação dos serviços públicos de saneamento básico
emitidas pela ANA;
Necessidade de extinção do contrato e realização de novo procedimento licitatório.
Obrigado!
Até a próxima

You might also like