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Tratamento de Efluentes de Industrias Ga
Tratamento de Efluentes de Industrias Ga
ENGENHARIA QUÍMICA
SÃO PAULO
2016
Daniel Jeronimo Carneiro Sanches
SÃO PAULO
2016
Dedico esta monografia aos meus pais, ami-
gos, corpo docente e orientador, pelo apoio,
paciência, orientação e pela presença de to-
dos nos momentos que mais precisei, no de-
correr da elaboração desta.
AGRADECIMENTOS
A Deus e a todas as funções protetoras do universo, pela saúde e força para superar
as dificuldades.
Aos meus pais e familiares que tiveram paciência e colaboraram para me manter em-
penhado.
Ao meu orientador Luis Carlos Rocha, professora Irene Campos e professor Luís Fer-
nando Pereira pelo suporte, pelas correções e incentivos.
À Faculdade Oswaldo Cruz, seu corpo docente, direção e administração que me deu
essa oportunidade e uma janela para vislumbrar o horizonte do ensino superior.
Aos meus amigos Rafael Scott e Wellington Belani, que apesar de todas as dificulda-
des e desentendimentos estiveram presentes me apoiando.
E a todos que diretamente ou indiretamente fizeram parte da nossa formação, o nosso
muito obrigado.
A química é a ciência que tende a favorecer o
progresso da humanidade, desvendando as
leis naturais que regem a transformação da
matéria; a tecnologia química, que dela de-
corre, é a soma de conhecimentos que per-
mite a promoção e o domínio dos fenômenos
que obedecem a essas leis, para sistemático
usufruto e benefício do Homem.
Conselho Regional de Química
RESUMO
This monograph aims approach the environmental impacts and the health loss caused
by the rejects of waste effluents of galvanic industries without the right treatment,
considering the risks that each component or chemical waste offers. The monograph
also show new technologies on the industrial wastewater treatment area, aiming alter-
natives that solve or correct the problems of discarding toxic substances. Also is stud-
ied the possibility of recover the water and reagents discarded in the effluent, covering
a set of equipment for this.
OD – Oxigênio dissolvido
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 6
3.5.1 PH ................................................................................................................................................ 15
3.6 IMPACTOS AMBIENTAIS DOS METAIS E OUTRAS SUBSTÂNCIAS TÓXICAS PRESENTES NA ÁGUA .................... 18
3.6.4 Cadmio........................................................................................................................................ 19
3.6.12 Mercúrio...................................................................................................................................... 23
3.6.16 Sulfato......................................................................................................................................... 24
3.6.17 Sulfeto......................................................................................................................................... 25
1 INTRODUÇÃO
Esses efluentes vão para uma estação denominada ETE (estação de trata-
mento de efluentes), para serem caracterizados dependendo de sua composição,
sendo a mais comum uma mistura heterogênea de água contaminada, óleos e graxas,
tratados e descartar sua água limpa em córregos, rios coletores ou reuso para fins
menos nobres (descarga de sanitários, lavagem de ruas, calçadas e pátios, dentre
outros).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 GALVANOPLASTIA
Os metais mais comuns na galvanoplastia são Cr, Ni, Zn, Cd, Cu, Ag, Au, Sn,
Pb e algumas ligas, como Latão (Cu e Zn) e Bronze (Cu e Sn) (SANCHES, 2016).
1
Disponível no site http://www.explicatorium.com/biografias/alessandro-volta.html Acesso em
02/05/2016.
2
Disponível no site http://www.crq4.org.br/quimicavivatratamento_de_superficies Acesso em
02/05/2016.
8
O desengraxe tem por objetivo remover a sujeira pesada, como óleos, gordu-
ras, graxas incrustações, marcas de solda, entre outros. A temperatura usual para
esse processo fica em torno de 60ºC e 90ºC. Esse desengraxe pode ser tanto catódico
quanto anódico, sendo que o catódico a corrente flui dos anodos para as peças a
serem limpas e o anódico a corrente flui das peças para os anodos.
O Enxágue e a fluxagem das peças é feito com água deionizada, para retirar
qualquer impureza carregada dos tanques anteriores, para dar seguimento ao pro-
cesso de galvanização.
3
Disponível no site http://www.icz.org.br/portaldagalvanizacao/galvanizacao-fluxograma-de-um-pro-
cesso-de-galvanizacao-a-fogo.php, Acesso em 02/05/2016.
9
Estudos que se iniciaram com Luigi Galvani, anteriores à pilha voltaica, desco-
briram que o zinco, quando em uma infusão contendo uma peça de ferro e em pre-
sença de corrente elétrica, forma uma camada em volta da peça. Como o zinco é mais
anódico do que o ferro, ele corrói primeiro, dando origem à proteção catódica.
Essa proteção catódica, posteriormente foi utilizada com outros metais, sendo
esses o Níquel, o Cromo, o Ouro e a Prata, pois esses, além de aumentar a resistência
aos ataques químicos e físicos, são utilizados para embelezar as peças, dando-as um
aspecto mais nobre.
Essa galvanização estética deu origem às semi-joias, que são adornos comuns,
geralmente de ferro ou aço, que passam pelos processos de cromação 4, douração5,
niquelação6 ou prateação7, pois são os processos mais comuns utilizados nesse ramo.
Na indústria, a galvanoplastia deixa seu conceito estético, fazendo com que ela
seja utilizada prioritariamente para reforçar e proteger os metais presentes nos pro-
cessos. Algumas indústrias trabalham constantemente com altas concentrações de
ácidos, como ácido sulfúrico, ácido clorídrico, entre outros. Outras trabalham com al-
tas concentrações de bases, como soda cáustica, hidróxidos de cálcio, entre outros.
4
Banhos de cromo hexavalente ou trivalente, para dar às peças um aspecto prateado e brilhante.
5
Banho de ouro nas peças, para dar um aspecto semelhante às peças de ouro maciço, tendo sua
superfície endurecida graças à essa fina camada depositada.
6
Banho de níquel juntamente com o de cromo, para aumentar a resistência das peças conforme seu
envelhecimento.
7
Banho de prata nas peças, geralmente talheres de cozinha, para garantir sua durabilidade e sua
resistência à corrosão, devido à presença de oxidantes nos alimentos, que atacam o ferro quando está
desprotegido.
10
9
Disponível no site http://www.mma.gov.br/port/conama/ acesso em 10/10/2016
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decapagem e enxágue, fazendo com que metais pesados e outros poluentes sejam
unidos em efluente final.
Esse efluente deve ser tratado de acordo com as normas do CONAMA (Con-
selho nacional do meio ambiente) e do MMA (Ministério do meio ambiente).
Além dos efluentes líquidos, estas indústrias emitem efluentes gasosos, que
são globalmente sentidos, devido ao ar ser um recurso natural compartilhado por todo
o planeta. Essa emissão contribui com o efeito estufa, a destruição da camada de
ozônio e a ocorrência das chuvas ácidas, e esses são alguns exemplos de fenômenos
agravados pela emissão exacerbada desses efluentes gasosos industriais (TERA,
201-?).
Art. 16. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados dire-
tamente no corpo receptor desde que obedeçam às condições e padrões previstos
neste artigo, resguardadas outras exigências cabíveis:
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Parâmetros Condições
PH Entre 5 e 9
Temperatura Inferior a 40ºC; a variação de temperatura do corpo re-
ceptor não deverá exceder 3ºC no imite da zona de mis-
tura
Materiais sedimentáveis Até ml/l em teste de 1 hora em cone Inhoff
Vazão Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5
vez a vazão média do período de atividade diária do
agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela auto-
ridade competente
Óleos minerais Até 20 mg/l
Óleos vegetais Até 50 mg/l
Gorduras animais Até 50 mg/l
Materiais flutuantes Ausência de materiais flutuantes
Demanda bioquímica de Remoção mínima de 60% de DBO sendo que este limite
oxigênio (DBO 5 dias a só poderá ser reduzido no caso de existência de estudo
20ºC) de autodepuração do corpo hídrico que comprove aten-
dimento às metas do enquadramento do corpo receptor
Fonte: dados extraídos da Resolução 430/11, Seção II, Ari 16, parágrafo II do CONAMA.
3.5.1 PH
3.5.2 Temperatura
3.6.1 Arsênico
3.6.2 Bário
Nenhum alimento possui bário em sua composição, então sua entrada principal
no corpo humano é pelo ar e pela água. A ingestão do bário causa sérios efeitos tóxi-
cos sobre o coração, vasos sanguíneos e nervos, agravando casos de hipertensão.
Quando ingerido em doses pequenas, causa aumento da pressão sanguínea por va-
soconstrição, sendo a sua dose fatal considerada entre 0,8 e 0,9g do cloreto de bário,
que contém entre 550 a 660mg de bário.
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3.6.3 Boro
3.6.4 Cadmio
3.6.5 Chumbo
3.6.6 Cianeto
A toxidez do íon cianeto deve considerar que a grande parte do mesmo está na
água em forma de ácido cianídrico. É evidente que sua toxicidade depende dos valo-
res do pH, pois em uma determinada concentração pode ser inócua em um pH maior
ou igual a 8, tornando-se nocivo quando o pH diminuir para níveis inferiores a seis.
3.6.7 Cobre
do que sete nas águas naturais precipitam como carbonatos e hidróxidos e são assim
removíveis por absorção ou sedimentação.
3.6.8 Fenol
O fenol é corrosivo, irritante das membranas mucosas e pode ser fatal se inge-
rido, inalado ou absorvido pela pele. Afeta principalmente o sistema nervos central,
fígado e rim.
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Disponível no site http://mortandadedepeixes.cetesb.sp.gov.br/alteracoes-fisicas-e-quimicas/conta-
minantes/fenol/ acesso em 15/10/2016
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3.6.10 Fluoretos
3.6.12 Mercúrio
A toxidez aguda com o mercúrio pode provocar náuseas, vômitos, cólicas ab-
dominais, diarreia sanguínea, danos aos rins e, usualmente, morte dentro de um pe-
ríodo de dez dias. Já a toxidez crônica caracteriza-se por inflamação da boca e gen-
givas, dilatação das glândulas salivares, salivação excessiva, perda dos dentes, pro-
blemas renais, alterações psicológicas e psicomotoras.
3.6.13 Níquel
3.6.14 Prata
3.6.15 Selênio
3.6.16 Sulfato
3.6.17 Sulfeto
O gás sulfídrico (H2S) ou sulfureto (S2-) pode ser decorrente da poluição indus-
trial como, por exemplo, de fábricas de papel, de refinarias, de óleos, de curtumes etc.
Este gás é tóxico, corrosivo e causa sérios problemas de odor e sabor. É letal aos
peixes na concentração de 1 a 6 mg/l. A maior parte dos sulfetos, sendo agentes
fortemente redutores, também é responsável por uma demanda imediata de oxigênio
dissolvido nos cursos de água. Os sulfetos também impedem a floculação nas esta-
ções de tratamento de água a provocam manchas e fixações.
3.6.18 Zinco
3.6.19 Cromo
Sais de cromo são raramente encontrados nas águas naturais, de modo que
quando estão, são oriundos de poluição por despejos industriais. O cromo, tanto he-
xavalente quando o trivalente, é largamente usado nas operações de niquelagem e
cromagem de metais, corantes, explosivos, cerâmicas, papel, despejos de curtumes
e de circulação de águas de refrigeração, quando é usado no controle da corrosão.
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De acordo com o quadro abaixo, pode-se observar que existe uma faixa de pH
que enquadra todos as substâncias, quanto à sua capacidade de precipitação.
4.1 GRADEAMENTO
São grades postas após a captação dos efluentes, caso contenham sólidos so-
brenadantes. A distância entre a lateral de uma coluna e a lateral imediatamente ao
lado deve ser menor do que o diâmetro dos sólidos que necessitam ser retirados para
dar continuidade no tratamento.
Sua limpeza (retirada dos sólidos presos pelas grades) deve ser agendada para
obter o máximo desempenho da ETE, dependendo do volume de sólidos grosseiros
contidos no efluente.
Este tanque capta os efluentes e acumula em seu interior, tendo como objetivo
homogeneizar e regularizar a vazão aduzida para as etapas subsequentes.
Este tanque deve ter o nível de água controlado por um sistema automático que
desligará a bomba, quando o nível mínimo for atingido, e a ligará quando a lâmina
ascender até o nível máximo.
As bombas desse tanque nunca deverão operar a seco, pois a cavitação dete-
riora brutalmente as bombas, então se a vazão do efluente decair sensivelmente, a
estação deve ter um atuador para regular a vazão de abastecimento da ETE, para
deixar sempre as vazões de entrada e de saída semelhantes, evitando escassez ou
acúmulo.
O tanque deve ser limpo quando necessário, ter seu fundo e suas paredes de-
sincrustados, geralmente com esguichamento de água, ou possuir uma camada de
revestimento que impede os poluentes de incrustarem no material do tanque.
Esse reator nem sempre está presente pois não é comum ter óleos e graxas
emulsionados no efluente. Esse reator adiciona o efluente com óleo emulsionado e
injeta ácido concentrado, fazendo com que o pH da emulsão desça à níveis abaixo de
2,0, pois abaixo dessa faixa a emulsão se quebra, gerando duas fases: a fase aquosa
e a fase oleosa, que contém todos os óleos e graxas contidos no efluente.
Esse separador retira a água pelo extremo inferior e o óleo pelo extremo supe-
rior, devido a diferença de densidade das duas substâncias.
O pH ótimo pode variar, porém nunca excede a faixa de 7,5 a 11,5, de acordo
com a figura 1. Este tanque deve possuir um agitador para aumentar a área de contato
do efluente com o ácido, para reduzir o pH de maneira igual. A dosagem ótima de
ácido é calculada com base nos ensaios Jar-test.
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Este tanque deve ter um agitador fixo, cantos arredondados, entrada por baixo
e saída por cima, com descarga de fundo para remoção de depósitos de materiais
sedimentáveis, sendo esses materiais direcionados para o tanque de equalização.
4.10 FILTRO-PRENSA
A lei atualmente ainda permite um certo nível de toxicidade das águas descar-
tadas, porém a longo prazo isso será prejudicial ao planeta no geral, tanto para os
vegetais quanto para os animais.
5.2 ULTRAFILTRAÇÃO
Neste caso, a água filtrada, que possui em torno de partículas de tamanho in-
feriores a 130 micra, parte para o interior do cartucho de ultrafiltração e ocupa todo o
espaço disponível. A água sob pressão entra no módulo através da barreira formada
pela membrana. Os resíduos são retidos na superfície da membrana e a água é reti-
rada do interior das fibras.
A grande vantagem do filtro prensa esteira, ou Belt filter press, é sua filtração
ser contínua, o que permite uma capacidade maior de produção.
35
A edição da revista TAE de agosto de 2014 trouxe um tema, escrito por Daiana
Cheis, sobre tecnologias alternativas para tratamento de efluentes, focadas no trata-
mento biológico.
A maioria dos tratamentos biológicos são ineficazes para tratar metais pesados,
pois eles são nocivos à vida das bactérias e protozoários, porém, fazem parte do
avanço tecnológico na área de tratamento de água.
Esse Sistema não se trata de uma ultrafiltração direta, mas sim de um sistema
biológico completo em que as membranas de ultrafiltração fazem parte do processo
36
Fonte: http://revistatae.com.br/revistas/n20/5.jpg
37
5.5.3 Biofiltros
Para recuperar essa água através dos efluentes de descarte, é possível utilizar
um conjunto de equipamentos, sendo esses uma ETE, filtros de areia carvão, Abran-
dador, UV e UDI. A própria ETE se encarrega da maior parte dos sólidos a serem
retirados. Após a água ser clarificada pela ETE, ela é encaminhada para os filtros,
para polimento, remoção da turbidez e de mais sólidos suspensos. Passando pelos
filtros, a água passa pelo abrandador, onde se retira a dureza da água (íons cálcio e
magnésio). Após toda essa limpeza, encaminha-se a água para a UV (ultravioleta)
para esterilizar a água, matando todos os seres vivos contidos nela e após isso ela é
encaminhada para a UDI (unidade de desmineralização de água), onde são retirados
os íons remanescentes, tornando a água desmineralizada e pronta para utilização no-
vamente.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como o CONAMA instaurou uma lei que limita a emissão de poluentes e produtos
tóxicos, todas as empresas foram obrigadas a instalar estações para tratar seus despejos.
Porém, como era uma tecnologia relativamente recente no mercado, seu custo era muito
alto, fazendo com que muitas empresas atuassem ilegalmente, despejando seus resíduos
em vias naturais sem qualquer tipo de tratamento.
Com o avanço da tecnologia de tratamento, pôde-se ver que é possível inclusive re-
aproveitar a água e os metais descartados utilizados no processo de produção.
Os metais podem ser recuperados através de resinas de troca iônica seletivas, sendo
essas cada vez mais utilizadas no tratamento de água.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITES, Alice. Poluição das águas: esgoto, petróleo e metais pesados ameaçam
águas. Disponível em:< http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/poluicao-das-
aguas-esgoto-petroleo-e-metais-pesados-ameacam-aguas.htm >. Acesso em: 12 de
out 2016.
FRC SYSTEMS. Sludge dewatering belt filter press. Disponível em: < http://frcsys-
tems.com/belt-filter-press/ >. Acesso em: 15 de out 2016.
SOUZA, Líria Alves De. Demanda Bioquímica de Oxigênio; Brasil Escola. Disponível
em <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/demanda-bioquimica-oxigenio.htm>.
Acesso em 9 de out. de 2016.
SOUZA, Líria Alves De. Demanda Química de Oxigênio; Brasil Escola. Disponível em
<http://brasilescola.uol.com.br/quimica/demanda-quimica-oxigenio.htm>. Acesso em 9
de out. de 2016.
TAE. A importância da resina de troca iônica seletiva no reuso da água industrial. Dis-
ponível em:< http://www.revistatae.com.br/noticiaInt.asp?id=250 >. Acesso em: 10 de
out. 2016.