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POLÍTICAS DE INTERIORIZAÇÃO DO MÉDICO BRASILEIRO

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Hélio Angotti-Neto
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POLÍTICAS DE INTERIORIZAÇÃO DO MÉDICO BRASILEIRO1

Hélio Angotti Neto


Coordenador do Curso de Medicina do Centro Universitário do Espírito Santo - UNESC.
Diretor da Mirabilia Medicinæ, publicação em Humanidades Médicas.
Doutor em Ciências Médicas pela USP. Médico oftalmologista.
helioangotti@gmail.com

RESUMO ABSTRACT
Apresentação do pano de fundo histórico, cultural Presentation of philosophical, historical and
e filosófico da política brasileira para aprimorar a cultural backgrounds of brazilian politics to
capacidade crítica e reflexiva acerca das atuais promote and develop critical and reflexive
políticas de saúde pública no Brasil. O Programa capacity in addressing public health in Brazil. The
de Valorização do Profissional da Atenção Básica PROVAB (Program for Basic Health Professional
(PROVAB) será utilizado como exemplo de política Valorization) is used as an initial example of
governamental, mas a análise irá transcender o government policy, advancing to other policies
programa em questão, abrangendo outras like “Mais Médicos” (Importation of foreign
medidas governamentais como o Mais Médicos. physicians by brazilian government).

PALAVRAS-CHAVE: Filosofia, Política, Brasil, Saúde,


Governança KEYWORDS: Philosophy, Politics, Brazil,
Healthcare, Government

Conceitos Iniciais e Metodologia


Como avaliar a estratégia governista para a interiorização do médico? Quando se fala
de estratégia, fala-se de um plano arquitetado para alcançar um fim, que neste caso é a
interiorização do médico. É necessário buscar a fundamentação desta estratégia.
Quanto ao médico que vai ao interior, deve-se compreender que o mesmo possui
certas características básicas, que atendem à vocação de médico da família e de médico da
comunidade que necessita de atenção primária. Algo que, apesar do nome, pode ser
extremamente complexo.

1 Trabalho apresentado no Fórum: As Políticas de Saúde e os Desafios da Medicina Brasileira. 06 de novembro


de 2013, Vitória – ES. Realização: AMES e AEMED-ES. Foram feitas adaptações durante a transcrição e a
edição para publicação escrita.
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Para avançar na análise conceitual serão utilizadas ferramentas clássicas


aristotélicas. Embora, na medicina, sejam utilizadas de forma mais comum as ferramentas
matemáticas como a estatística e a bioestatística, de cunho mais pragmático e descritivo, o
foco deste trabalho é avançar na análise filosófica, incluindo também ferramentas derivadas
de conhecimentos históricos e das ciências sociais.

Perguntas Básicas
As perguntas básicas que devem ser feitas para começar a análise constam na
“Metafísica” de Aristóteles2. São as quatro causas metafísicas3.
Para que serve o PROVAB? Isto é, a causa final ou essencial.
Como foi feito? Esta é a causa formal.
Com o que é feito? É a causa material.
E por fim, a causa eficaz, que fala por quem foi feito. Abordaremos com maior
profundidade a causa final e a causa eficaz, revelando agentes causadores, a genealogia das
medidas de governo que incluem o PROVAB e possíveis intenções dos agentes envolvidos.
A causa material consiste em dinheiro público, derivado de impostos e taxas,
investido no PROVAB e em outras políticas de interiorização como o “Mais Médicos”.
A causa formal inclui a duração de um ano, ou mais, e incentivos ao fazer uma prova
de especialização (residência médica)4, além de uma bolsa de R$ 8.000,00 que subiu para R$
10.000,00 após alguma controvérsia5. E já se analisa uma interação entre o PROVAB e demais
ações governamentais, como o programa “Mais Médicos”, dentro da estratégia política em
saúde do governo brasileiro6.
Falando da causa final ou essencial, pergunta-se: para quê foi feito? Há também a
necessidade de se perguntar qual a modalidade de causa final: explícita, implícita, discreta ou
secreta. E o que foi explicitado é promover a interiorização do médico para o atendimento

2Cf. Aristóteles (2005).


3Para uma introdução ao estudo de Aristóteles e das Causas Metafísicas, um estudo introdutório pode ser
encontrado em Adler (2010).
4Cf. Edital nº 3, de 09 de janeiro de 2013 no Diário Oficial da União e a Resolução nº 3, de 16 de Setembro de
2011 da Comissão Nacional de Residência Médica.
5Como pode ser observado no Diário Oficial da União: Edital nº 51, de 20 de agosto de 2013.
6Portal da Saúde: Programas PROVAB e Mais Médicos (2013).

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básico. Mas existem alguns pressupostos ao se evocar a figura do médico de interior,


atuando na atenção primária, ou básica, conforme alguns.
O médico no interior deve se integrar à comunidade. Meta improvável de se obter
com apenas um ano ou dois de convivência. A duração do programa contrapõe-se à meta do
mesmo.
O médico do interior deve estar interessado em atuar nos locais mais carentes ou
afastados, na área de atenção primária ou básica à saúde. Mas o programa atrai justamente
aqueles interessados por programas de especialização médica, e uma grande maioria destes
busca áreas de grande especialização, fugindo das cadeiras básicas de necessidade mais
urgente7.
Se o objetivo real do PROVAB fosse realmente beneficiar a saúde como é anunciado
pelos órgãos governamentais, necessariamente haveria de se ter maior coerência entre
objetivos e métodos. A forma evidentemente desconexa como foi organizado o programa,
mesmo que amparado por anúncios persuasivos e pelo reforço de marketing eleitoral8,
sugere outro fim específico de modalidade discreta: o fim político.
Médicos se especializam em discutir saúde, mas é preciso compreender que a
discussão no caso de incoerência tão óbvia precisa focalizar temas majoritariamente políticos
e filosóficos para ser proveitosa e almejar realmente o cerne do problema. É óbvio que
aspectos de saúde pública e de caráter técnico entram no estudo e na discussão, mas o
aspecto principal está claramente no escopo da história e da filosofia política.

Imaginário Cultural Político


Ao se perguntar por quem o PROVAB e outras medidas contemporâneas em saúde
pública foram criados, é preciso recorrer ao estudo da genealogia de ideias e dos atos
políticos. E nesse campo os médicos infelizmente carecem de estudo e treino.
Os conhecimentos necessários derivam da história do pensamento político

7Conforme informações cedidas pela médica Irene Abramovich e apresentadas no mesmo evento, derivadas
de concursos de residência médica no estado de São Paulo.
8O governo brasileiro, no ano anterior às eleições, já aumentou de forma astronômica a alocação de recursos
em publicidade. De 2003 a 2012, as verbas da saúde destinadas à publicidade triplicaram, conforme divulgado
em: PSDB. Mais Médicos: Gomes de Matos quer informações sobre gastos (2013).

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ocidental, da história da política externa do Brasil, da estratégia política e revolucionária e da


história política interna recente do Brasil, evidenciado nexos muito prováveis de causalidade
que ajudarão a interpretar os eventos aparentemente incoerentes observados pelos
brasileiros ao se deparar com as propostas do governo.
No aspecto mais geral possível é preciso compreender que o imaginário cultural
político variou muito conforme os séculos passaram.
As raízes políticas da civilização ocidental estão na visão grega clássica, conforme
Platão e Aristóteles, que via a política como instrumento para tornar o cidadão mais
virtuoso9.
É claro que, mesmo num ambiente de busca de qualidade política movida por ideais
e especulações tão nobres e elevadas, havia políticos medíocres como se observa no diálogo
platônico “A República”, quando Sócrates obtém duas definições curiosas e estranhamente
contemporâneas do que seria a justiça. Polemarco definia justiça como ajudar os amigos e
prejudicar os inimigos; Trasímaco, por outro lado, afirmava que justiça era o prevalecimento
da vontade do mais forte 10. É preciso tomar cuidado com generalizações. Falo do imaginário
político da época em termos de ideais. E o ideal clássico eram tornar os cidadãos virtuosos e
capazes de ação política adequada na Polis. Mesmo que as ações contrariassem os ideais,
estes permaneciam incrustados nas justificativas para a ação política e no discurso público.
O imaginário político passou por pensadores cristãos como Agostinho, bispo de
Hipona, e Tomás de Aquino, na Idade Média. Ali se almejava a aproximação de um mundo
perfeito, da Cidade de Deus, por meio da fé e da racionalidade, embora se soubesse que
imperfeições sempre existiriam na Cidade dos Homens11. Com todas as dificuldades vividas
pela derrocada da civilização e pela invasão da barbárie, o imaginário político e as
justificativas intelectuais explícitas ainda eram de uma grande riqueza moral, mesmo que a
experiência de políticos hipócritas existisse necessariamente.
Com o decorrer do tempo, os ideais e o discurso mudaram. O horizonte de busca
moral e intelectual do político mudou, tornando-se decerto muito medíocre. Embora ainda

9Em “A Política, de Aristóteles (1995).


10Cf. PLATÃO (2006).
11Cf. Julián Marías (2004).

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existam políticos idealistas que tentam evitar um horizonte tão devastado como o
contemporâneo.
O problema parece começar na modernidade, com pensadores como Maquiavel 12,
quando a função declarada e explícita da política se torna a busca e a retenção do poder, isto
é, a hegemonia. É claro que o político continua prezando um bom discurso para fins de
convencimento da massa, mas o seu imaginário agora será centralizado em questões de
hegemonia como fim, e não como meio. Esta virada trágica da política inevitavelmente
contribuirá sobremaneira para a mediocrização da vida política em geral, incluindo também a
mediocrização moral dos cidadãos de nossas democracias.
Quando a briga por poder vira um ideal despudorado, quando um meio vira um fim
declarado, é inevitável que a qualidade intelectual e moral de nossos cidadãos e políticos
decaia13.
Logo, é preciso interpretar a política atual compreendendo que o fim primeiro da
política é aumentar o poder da própria ação política do partido no governo. Após esta
prioridade, outras situações serão avaliadas por aqueles que detêm o poder. Entre
beneficiar a população e prejudicar a população, qual será a decisão tomada? Sem dúvida
nenhuma aquela que gerar maior capital político positivo, isto é, aquela que promover a
hegemonia.
A involução idealística da política não para, e hoje é evidente um quadro intelectual
político dominado por figuras como Antônio Gramsci, antigo presidente do Partido
Comunista da Itália, que defendia a hegemonia do partido político como o novo príncipe.
Mas desta vez o “Príncipe” busca a hegemonia cultural antes da hegemonia política e
econômica, isto é, dominar mentes antes de corpos15. Entra-se na derrocada final da política.
Por isso é que apelos a truques psicológicos e neurolinguísticos de baixa qualidade
abundam na forma de slogans, frases de efeito, palavras de ordem e repetições
semiconscientes de falsos conceitos de apaziguamento e distorção da situação concreta;

12Cf. Nicolau Maquiavel (2010).


13Para uma visão histórica da tragédia da escalada da busca pelo poder, um clássico de filosofia política,
previsivelmente pouco conhecido no Brasil, é O Poder, de Bertrand de Jouvenel (2010).
15Cf. Olavo de Carvalho: A Nova Era e a Revolução Cultural.

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sem crítica reflexiva alguma da situação real que nos move 16. O uso irresponsável de tais
técnicas aliadas a manipulações sociais claramente voltadas para a hegemonia 17 é uma
mistura perigosa e muito preocupante.
É do interesse político resolver o problema de saúde pública que acomete a
população mais carente do Brasil? Sim, de forma razoável se pensa que sim. Mas,
ocasionalmente, pode ser tão ou ainda mais interessante manter a população cerceada, num
estado de busca e de carência moderada, para que seja manobrada de forma eficaz em
véspera de eleições por meio de medidas visualmente impactantes, mesmo que
completamente contraditórias como o PROVAB e, recentemente, o “Mais Médicos”.

A Política Externa Brasileira


Compreendendo o pano de fundo histórico amplo e geral da história do pensamento
político ocidental, ou pelo menos de alguns de seus grandes patamares de ascensão ou
declínio, podemos chegar ao panorama internacional das últimas décadas.
Buscando um ponto inicial de referência, é possível partir da redemocratização do
Brasil, após o término do governo militar. As fronteiras brasileiras se abriam no MERCOSUL,
um projeto de integração predominantemente econômico. E por anos o Itamaraty,
instrumento de nossa política externa, prosseguiu mantendo um patamar pragmático de
ação política fundamentada na expectativa de ganhos econômicos estratégicos para o
Brasil18.
Mas nos governos do Partido dos Trabalhadores o que se observa é um claro desvio
à esquerda no espectro ideológico nas atitudes do Itamaraty. Isto pode ser facilmente
percebido ao se verificar a decadência, senão completa obsolescência, do MERCOSUL,
enquanto outros órgãos e alianças internacionais de ação claramente política e
revolucionária à esquerda, e secundariamente econômica, adquirem foro privilegiado na

16O atual slogan do partido governista (País Rico é País sem Pobreza) é um claro exemplo do nível de
boçalidade que contamina o imaginário pobre do Brasil.
17Para compreender melhor as manipulações sociais de busca da hegemonia, dois livros são essenciais: Regras
para Radicais, de Saul Alinski, mentor de Barack Hussein Obama, e Hegemonía y Estratégia Socialista, do
argentino Ernesto Laclau, que ensinam como utilizar a ideologia e a estratégia política para o domínio da
sociedade e das massas incautas.
18Cf. Amado Luiz Cervo (2011).

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política brasileira. Além disso, a tentativa de se criar um Conselho de Política Externa para o
Ministério das Relações Exteriores na forma de um poder partidário paralelo à tradição
diplomática brasileira acena, tristemente, para um intenso aparelhamento do Itamaraty 19.
Tais alianças e órgãos de forte viés ideológico podem ser exemplificados no BRICS,
na UNASUL e no Foro de São Paulo, que ganharam muito mais atenção e poder de nossos
políticos do que o combalido MERCOSUL20. Nesses foros privilegiados são trocados favores
políticos, são traçadas estratégias de curto, médio e longo prazo, são expedidas resoluções e
são firmados compromissos internacionais. Presidentes de diversos países se encontram ao
lado de organizações guerrilheiras, narcotraficantes e demais agentes políticos mais ou
menos radicais, funcionando como verdadeiro Estado-Maior.
Compromissos internacionais que irão superar ou suprimir muitas vezes os
interesses nacionais de um povo que ainda amarga uma verba inadequada para a saúde, e
mesmo inadequada, ainda sofre com a inépcia administrativa, o que leva a uma perda de
recursos por falta de planejamento21.
Os compromissos internacionais ficaram acima do compromisso de nossos
governantes com a saúde do povo brasileiro. Basta notar a constante evasão de recursos,
como a filial da Petrobrás arremessada no colo de Evo Morales junto com investimentos
diversos e ininterruptos22. Ou o esquema internacional de injeção de recursos na ditadura
castrista de Cuba utilizando o programa “Mais Médicos” como disfarce, por meio de uma
curiosa triangulação via Organização Pan-Americana de Saúde 23.

Política Interna do Brasil


Finalmente se chega à política interna do Brasil dentro desse contexto internacional
de compromissos e estratégias ideológicas.

19Conforme pode ser observado pelos comentários do excelente diplomata brasileiro Paulo Roberto de
Almeida, um verdadeiro seguidor da tradição honrosa do Barão do Rio Branco, ao que parece, em extinção
atualmente. Disponível em <http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2010/03/1731-ainda-o-conselho-de-
politica.html>. Acesso em 24 nov. 2013.
20Para uma compreensão adequada do tema, sugiro a leitura das seguintes fontes: Bolívar Lamounier (2005),
Amado Luiz Cervo (2008), Paulo Diniz Zamboni (2008) e Heitor de Paola (2008).
21Como foi proferido na palestra do médico Diogo Leite Sampaio, no mesmo evento deste trabalho.
22UOL Economia. Petrobras volta a investir na Bolívia 7 anos após 'perder' refinarias no país, diz jornal.
23Coluna do Ricardo Setti. “Mais Médicos”: Estava tudo combinado - Um jeitinho de levar dinheiro para Cuba.

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Há dez anos, Arlindo Chinaglia do Partido dos Trabalhadores, angariando para o lado
do governo os órgãos de grande peso no ambiente médico, como o Conselho Federal de
Medicina e a Comissão Nacional de Residência Médica, lançou uma proposta de lei 24 que
defendia os seguintes pontos, num tom quase alarmista:
1 – Sobram médicos no Brasil, ao ponto de ser prejudicial à saúde do brasileiro;
2 – Não somente há médicos demais como a curva de crescimento da população de
médicos supera em muito a curva de crescimento da população em geral, agravando ainda
mais a expectativa de excesso de médicos no Brasil;
3 – Não devem ser abertas novas escolas de medicina no Brasil, assim como não se
deve aumentar o número de vagas nos cursos de medicina do Brasil, o que poderia favorecer
uma indústria de diplomas;
4 – Devem ser tomadas medidas adequadas para a revalidação de diplomas médicos
estrangeiros.
A proposta foi colocada para dez anos. E durante dez anos aconteceram fatos
dignos de destaque:
1 - Envio de militantes para estudar medicina no exterior (Cuba), qualificados por
filiação partidária e não por mérito intelectual 25. O que deve ser compreendido no contexto
de compromissos internacionais pactuados à distância da consciência nacional;
2 - Evasão de divisas nacionais por causa desses mesmos pactos políticos;
3 - Sucateamento do interior do Brasil em termos de saúde, com o fechamento de
milhares de leitos hospitalares e desperdício de verbas públicas;
4 - Médicos explorados por prefeituras do interior, sem contrato fixo, sem plano de
carreira ou estabilidade profissional, submissos à política da hora e incapazes de prestar boa
assistência.
Após dez anos qual seria o resultado esperado? Poucos médicos migraram para o
interior com o fim de prestar assistência primária, o que gerou uma enorme carência.

24Câmara dos Deputados. Projeto de Lei 65/2003. Autor: Arlindo Chinaglia (PT/SP).
25Blog do Aluízio Amorim. Jornalismo Politicamente Incorreto. VÍDEO: ESTUDANTES QUE VÃO PARA CUBA
FAZER MEDICINA SÃO SELECIONADOS PELO MST E CONVERTIDOS EM MILITANTES COMUNISTAS.

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E dez anos depois, com esse resultado, é chegada a hora de pagar a dívida política
articulada. Militantes comprometidos com o governo e com a ideologia revolucionária da
esquerda sul-americana retornam ao Brasil ao lado de militantes estrangeiros “liberados” por
Cuba, entre outros.
Quando se tem milhares de militantes, médicos ou profissionais ligados à saúde em
geral, inseridos no interior do Brasil às vésperas de uma eleição, o resultado político é muito
previsível. É fácil compreender a influência concreta de um médico sobre a população de
uma pequena cidade no interior do Brasil. E é ainda mais fácil perceber a estratégia
hegemônica que transparece nessas medidas.

Povo nas Ruas e Ajuste de Contas. Exemplos de Estratégia Política


Em 2013 uma grande agitação política brotou nas ruas brasileiras, levando milhares
de pessoas a protestar. Foram movimentos inicialmente desencadeados por militantes
profissionais e agitadores bem treinados, mas que progressivamente perderam o controle da
massa26. As ruas cederam espaço a demandas tidas como conservadoras e exigências de mais
saúde para o Brasil, tirando o foco agradável à liderança esquerdista. Chegou-se ao ponto em
que militantes portando bandeiras e camisas de determinados partidos, como o governista
Partido dos Trabalhadores, foram expulsos da manifestação de forma violenta 27.
E no momento em que a pressão sobre o governo aumentava, o foco das ações
políticas recaiu sobre a saúde, na votação de projetos de grande apelo emocional e de fácil
manipulação política como a do Ato Médico. Após anos de discussão, o projeto de lei que
versava sobre o Ato Médico é vetado pela presidente do Brasil 28 e é utilizado para gerar uma
divisão entre a classe médica e as demais classes de profissionais da saúde29.
E é preciso compreender um pouco de estratégia para visualizar o benefício político
obtido com a fragmentação dos profissionais que deveriam pressionar junto ao governo em
prol de melhorias palpáveis. Maquiavel já preconizava que aliados utilizados para a escalada

26RIBEIRO, Bruno; FILHO, Luciano Bottini. Agência Estado. Passe Livre se retira de manifestações.
27iG São Paulo. Participação do PT em ato em São Paulo termina com briga e fuga.
28G1 Política. Congresso mantém vetos de Dilma a Ato Médico, FPE e mais dois projetos Apuração parcial do
Senado assegurou pontos defendidos pelo Planalto.
29Sul 21. Após vetos, ato médico segue dividindo médicos e outros profissionais de saúde.

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no poder deveriam ser destruídos logo após o controle do poder 30. Sun Tzu advogava a
técnica do Dividir e Conquistar, embora seja pouco provável que ele estendesse o uso de sua
estratégia como ferramenta de um general ou líder contra seu próprio povo 31.
Subitamente, no meio de toda a agitação social, os médicos foram tachados como
opressores no mercado de trabalho e inimigos dos demais profissionais, com a utilização de
uma linguagem intensamente anacrônica na qual o médico parecia se tornar aos olhos dos
mais exaltados um tipo de “burguês reacionário inimigo do proletário da saúde”.
E a classe médica, politicamente a mais forte entre todas as da área da saúde dentro
do congresso brasileiro, subitamente perdeu seus aliados comuns. Divididos em partes mais
fracas, os profissionais da saúde já não representam forte ameaça ao governo.
E surge o programa “Mais Médicos”, o descrédito da revalidação de diplomas de
estrangeiros, e outras medidas no horizonte político prenunciando tempos incertos para a
medicina no Brasil.

Estratégias Políticas
Todo o ocorrido é politicamente compreensível e explicável. É claro que os
fenômenos políticos não são monolíticos. Não há uma causa, um objetivo ou somente um
desejo político por trás das ações. Há diversas tensões e desejos políticos que concorrem
para gerar todo o quadro da saúde no Brasil. Uma das mais prováveis linhas causas, se não
for a mais provável, foi citada neste trabalho.
Outras linhas de ação e causalidade concorreram para que tudo isso acontecesse.
Alguns políticos auxiliaram na execução de todas essas medidas com a firme crença de que
faziam um bem ao povo brasileiro. Na linguagem clássica do movimento revolucionário são
os chamados “companheiros de viagem”, utilizados e descartados quando não mais úteis à
causa.
Antônio Gramsci falava dos intelectuais orgânicos, aqueles que arquitetam e estão
conscientes da estratégia de busca hegemônica do poder, e daqueles intelectuais
30Cf. Nicolau Maquiavel (2010). Para uma visão filosófica de boa metodologia e profundidade acerca da obra
de Maquiavel, é imprescindível a leitura do livro Maquiavel ou a Confusão Demoníaca, de Olavo de Carvalho
(2011).
31Cf. SUN TZU e SUN PIN (2009).

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secundários que atuariam como reforço cultural de ideias implantadas por seus superiores
estratégicos, mesmo que pouco conscientes de tal realidade.
E é isso que os médicos foram há dez anos: companheiros de viagem. Agora são
bodes expiatórios do repetitivo ciclo de expurgo dialético revolucionário. Como aliados de
considerável poder político, os médicos inevitavelmente seriam alvejados.
Foi assim entre mencheviques e bolcheviques32, e ainda continua assim, sob a égide
da cultura de uma política maquiavélica, marxista, gramscista e destrutiva. A classe médica
perdeu prestígio social, poder político, poder econômico e influência junto às demais
categorias da saúde. Os resultados políticos foram perfeitos no aspecto moderno da política.
Os profissionais de saúde, que poderiam e já iniciavam uma frente de pressão para
forçar o governo a tomar medidas reais em benefício da saúde, foram fragmentados e
afastados do palco político.
Quanto ao PROVAB, claramente se encaixa numa série de medidas populistas,
eleitoreiras e diversionistas. Deve ser analisado não somente em relação aos seus resultados,
mas também em relação ao que se poderia chamar de dialética revolucionária 33.
Independentemente do resultado pragmático, a política poderá utilizar o PROVAB
de forma positiva.
Se o PROVAB gerasse a interiorização do médico, seria divulgado que o governo
estava certo todo o tempo e que sua estratégia fez a diferença. O Brasil realmente precisava
de mais médicos para o interior conforme anunciado, e a classe médica nacional foi incapaz
de providenciar aquilo que o governo agora providencia. O capital político é positivo,
obviamente.
E se o PROVAB não funcionar, como de fato não funcionou? A culpa é dos médicos,
pois a classe médica boicota o governo34. Logo, a culpa da falha do PROVAB ou de outras
medidas é dos médicos, jamais do governo. Será reforçada a teoria da necessidade de

32Cf. Antônio Paim (2009).


33Algo sem dúvida nenhuma ofensivo à proposta de dialética na obra aristotélica ou na obra tomista, que
enxergavam nela uma eficaz ferramenta de busca da verdade. Ver Olavo de Carvalho (2013).
34Como de fato o governo e blogueiros governistas já anunciam. Embora, na realidade, já seja afirmado que
quem realizou o calote foi o governo, atrasando o pagamento dos médicos do PROVAB. Cf. O blog dos
peritos do INSS. CALOTE NO PROVAB - QUE VERGONHA, PRESIDENTE DILMA.

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interiorização e a incapacidade do médico brasileiro em suprir a carência, o que pode ser


imediatamente capitalizado para reforçar outras medidas como o programa “Mais Médicos”
.
35

Há ganho político com a vitória ou com a derrota das medidas, graças a essa forma
“dialética” de absorver os resultados e gerar percepções dirigidas por meio discursivo. E
funciona graças a falta de estudo político da sociedade e da classe médica neste caso em
específico e em geral.
Observando a reação da classe médica diante dos fatos, fica ainda mais claro o
amadorismo político. Buscou-se amenizar os bônus do PROVAB, reajustando a pontuação
dada em provas de residência médica e premiando menos as especialidades e mais as áreas
básicas36. Tal medida, se aprovada, é defendida por alguns órgãos médicos como um grande
ganho37. Nada mais longe da verdade.
Há que se citar a estratégia das tesouras, conforme descrita por Joseph Stálin 38, que
preza a não existência de uma opção A e outra B, mas somente a disponibilização de uma
opção A e outra A+, onde B simplesmente não aparece, não é disponibilizada politicamente.
Dessa forma a sociedade é manipulada e levada para onde a elite política hegemônica deseja.
Quando os médicos caem na estratégia das tesouras, eles reforçam a estratégia
governista. O PROVAB, por definição, está completamente mal formulado, completamente
equivocado. Não há o que trabalhar “dentro” do PROVAB, uma das lâminas da tesoura. Há
que se oferecer a proposta da classe médica para a interiorização do médico no Brasil: o
plano de carreira, o aumento de recursos para aprimoramento da estrutura física do interior,
etc. Aceitar uma proposta e permanecer preso no âmbito da mesma não é uma atitude
política aceitável, muito menos é atitude aceitável em termos de saúde.
E ainda há a técnica denominada Porta na Cara (Door in the Face), descrita há
algumas décadas, que preza o seguinte: quando uma proposta absurda é feita, gerando uma

35O que de fato já acontece, como a previsão de médicos evadindo o PROVAB para aderir ao Mais Médicos, cf.
PORTAL DA SAÚDE. Ministério da Saúde reforça checagem de documentos de inscritos no Mais Médicos.
365% para áreas básicas como Saúde da Família, Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia e Obstetrícia e Pediatria;
2,5 % para as especialidades.
37Como se observa no portal do CFM onde modificações sugeridas no PROVAB são exibidas quase que na
categoria de valiosos troféus na “luta” pela classe médica.
38Cf. Olavo de Carvalho em: A Mão de Stálin está sobre nós (2002).

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repulsa imediata, a chance de se obter aceitação com uma forma atenuada da mesma
proposta aumenta consideravelmente, mesmo que antes de um estímulo intenso o alvo
provavelmente a recusasse por completo39. Isto é, impõe-se à sociedade um PROVAB e um
“Mais Médicos”; mesmo que renegados pelas classes da saúde, a aceitação atenuada dos
mesmos ainda é uma importante vitória política e arrasta a classe médica para o local onde o
governo deseja situá-la.
É necessário que o médico estude política e estude a melhor forma de responder às
demandas da sociedade brasileira, sem cair em estratégias políticas já antigas, porém
extremamente eficazes por causa do desconhecimento geral. O médico está capacitado a
tratar da saúde, e deve priorizar a abordagem da saúde pública brasileira sem o ideal de
hegemonia de poder que habita a mentalidade política contemporânea.
É claro que todas as medidas benéficas serão capitalizadas positivamente por
facções políticas, mas isso não impede em nada que medidas verdadeiramente qualificadas
possam ser tomadas. Porém, aceitar de forma pouco inteligente as medidas governamentais
ou trabalhar num horizonte pré-determinado pelas mesmas é atestar a inépcia da classe
médica em assuntos políticos.

Quais medidas devem ser tomadas?


O que o médico deve fazer diante de tudo o que foi exposto? O primeiro passo é
praticar a boa medicina. Amar o paciente, ser caridoso, ter compaixão. O segundo passo é
estudar profundamente, não somente para tratar o paciente de forma técnica, mas também
para se tornar um grande humanista. É necessário estudar medicina, filosofia, história,
ciências sociais em geral, etc. Na concepção do grande médico humanista Gregório Marañón,
“o médico que somente sabe medicina, nem medicina sabe”. Essa frase de Marañón precisa ser
apreendida pela classe médica.
O esquecimento dessa frase é um dos fatores que permitiu que o Brasil chegasse ao
atual estado lamentável da saúde pública. Infelizmente a classe médica está à beira do
colapso moral, assim como a classe política. Porém, é em momentos de crise que a Filosofia
39A técnica Door in the Face e outras utilizadas na política atual podem ser conhecidas no livro de Pascal
Bernardin (2012).

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viceja.
Não é permissível que profissionais médicos continuem subestimando a política, ou
ignorando-a em larga escala como a medicina já faz há décadas. Atualmente todos são
instruídos a mudar a sociedade, mas poucos atentam para um fato inescapável: quem não
compreende a sociedade a fundo – com muito tempo dedicado ao estudo da situação
cultural, filosófica e política –, não passará de massa de manobra.

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