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  • Gil Vicente Sob o Signo Da Derriso - Maria Theresa Abelha Alves

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    Pa Ce eS eR er eo th Volume : Rata lane Litt Onte Vigons Aleion Fonsecs e Runs Pes, Org Voune Ht A Es de Smid © Ons roe ‘Antonio Beso olume I Pyar: Alar ne de Br Eley Ribeio Pein Volume 1¥: (A Unidas Prin de Lie Madr Rober Pees Voie Vi Albee ‘nt Angéea Mori Ceisane Porto ¢ Luss Assangio Value VE Elis Cabra Pete Cabars Poplar Bins Volume Vit Da entra Raed» No Realms Francisco Fete de Lima Volume Vl Gl Viet 5b Sigs de Dario “Masa Theres Abas Aver Maria Theresa Abelha Alves GIL VICENTE Sos 0 SIGNO DA DERRISAO sw COPILACAM DE 1 PROPOSICAO E PRESSUPOSTOS estitico das instituigdes em face do dinamismo humano Numa sae decd pantech, ptr ene a eon eh (Poche 969 8 (© deseo de todo ser hurano & era dterminada estinigbes ue the facitem o estar no mundo, poi ansea por um cosmo pro- «gum cracional, onde oestico predominetobreo dnimic, ‘que a8 mudingas sio sempre foaes de desequilsio e,conseqien- temente, de inseguranca ¢ angst. Porém o esttico eontearia 0 Ihumano, pressupondo 0 ur € alo o wsaser Assim 2 valczo que priviegia © conforto extcco desconhece qe, tanto no homem _qeanton0 mundo, vigoraimpermandacia, alo endo posse nem 1 fisacio no presente, pois este, como o deus rego Kain, € sem pre fugidio, impossivel de apreender, nem a fixagio auma essencialdade, porquanto o que mals caacttiza 0 sr € sua poje lo par o futur, para um palin, que se taduz como abertra pats um mais, um melhor, Or fiisofos disertram sobre a mate 2a humana em caminhante prospeeg, interpetarim o homem aa suaesstaca,vram-ao como.um serem pereneprojet.em ditensio pats o feta. Contarando este aspectoessencal do ser humano, as instiigdes, qu so por ele mesmo eriadas para corresponderem 0 seu jus ansio de perf verdade ¢seedade, tena emo falc pois 0 esti sufoa o dinimic,abrindo brecas pu imperee,paraa ment, pasar pa 0 0 ‘A hist da mentadads tom mostado que, a0 longo dos tempos, Mum momento em que a serie dis instsigdescon- ‘emia det mancis a mundo gue «homem se adapta pleaarente sls se sent seg, nstavrando-se oa orem wget por uma recut 8 ops. quanda spend, abandonando-racomocidade dint Eta moment, 0 et hamano compact com ote- resses © com 2 patalsia dus insiugoe, pos opt pelo etico Quando home €instinigbesextio wnidos, no chegos sind « tom da comcvade:Pstenormente, as contigs snsttuconale ‘so mosadas 208 que com a ntaigessnonica ex miten ‘de seridade dat mesmas no € siete pra encores 0s desjstes B 2 hora de percepeto do logo. Nese imerim, 0 ser humano despeta pra a lucide, porque orem por ele pepo instaurada no teoveuo sev eta-nosmunde,é miter que eae oa. Stoo er huato posi em ais o seid da ero nega, osenido ete, eo € qu, qo descobre ose eng, ce setae. Ao allo, foment on € skies [Nor momentos em qi oserhimana ssime su seni ci 0 pelo iso, pela comiidade, les tena win, vito Ue Vai Projets paso Rito or namismos ane de sa Spa, por ‘ur psh a coneber o present, ito a odem consti, com> Inmitagi. © to € form deo bomen, ternacontstador, projet © fuuso, romped a fonts que 0 aptiinavam & ote, is Insuigocs, 20 estitea. Ao a do presente, est repensando Sau context, «Sua opi. Ao se most insti com o es modelo ‘trl, com oquadio de reteénis recede, ou até esto ado- {ado em algun momento da exis, ek cin una wopin | parorde tis premises, vamos sbondat 4 comicdade ei tente nos Aur de Gil Viet, mediante im aprofendamenta sinerbnico aa bet do autor quteaustacujo pesament> io se stancio dagele dos maces flosofoe de sew tempo, Detenos eno no aspecto que fe do sito um agente provocador de eins om odo ar tana procuremos mows camo ocomedgafo Gttava a soiade de seu temp e quis a nstiuiges por ele tepensidas atv do ume. Poré nose pesquisa sex alga toczoniadedaconcamente, ps enpecndeemos era con argo do rettslogo do séeulo XVI com dramatrgos porugue {esas qu, com a nemas amas usdas por Gil Viet pa tte 0 tela XV5,cxdenam oséalo XX ‘Objtvamoe mow gus em todos os momentos de cise s0- cio comodgrfo sume o seid de ete e nega, que ee Como do homer, pote excoms ori com fase motalzant, pora-soe qe € de una denincia ee una ceforma, Sempre ie Tealdade e+ utopias encontram, Gil Vicente pode ser aalzado por ators mais modems, pot © que sea teatro refiner cit univers, em contegiaci,etrnos Pars enfoarmoso cbmico eomo agente de ua utopia, pari- mot ds peemiseaheginiana "Le sie doit avoir ue sigaiieion foci” (Berson, 19, p- 6 procurmos em outs estos ex for sobre o comico e sobne # urpia contr esta signi. Em Str, vnos qu 80 € a espowadsodedade a uma deg ago de valores, logo una tomada de psiio do homem. tem, 1950, p47) Como topia basa ama recuse dos valores de raados d sociedad, encomtamos 2 afnidad eae 0 ico otpica Alem dos doi autores tas, valemo-as também de Beart, de Jeansone de Jankévtch que tazem uma cont io mis nova a0 exteo do io. Come 0 nosso objetivo €nves- {iar oso no eat vcetino, ecomo aredtamos ser "cBmi- co de palvias” 0 que esth mas pereate no aoe quinhenssa, btlizamos a teria feuds do cite e «de Violete Morin s0- be a estriaengeagada ou pada, pars extuar alguns jogos de palveasapresetidos por Gil Vicente. Retomamos, sind, ab fruns extadon de Oscat Lopes sobre a comicdade vieentina Aerescentandothesexempos novos Para desenvolver o estado sobre utopia, forai-acs ci os tae bbalhos de Martin Buber, Jerzy Seachi, Kal Maahei, Maccuse, Be anedito Nunes, eae outios Eater auioces cos comprovam que m stoplaseaté mesmo as conta-utopinsnascem de uma contestagio| vo momento presente. Acreseentumos que esta comtestisio pode someyar pela dertis ‘eonodlata, » pela sitira moralizante, pelo humor I RIRE SONHAR: © HOMEMEM FACE DA DEGRADAGAO DE VALORES Ls psec bo. et eetilement ina ingyatane du" leet perpen comet Se "ewe rend 3 conte, eSports ok dost mie en queston, elle ext ierogatn. Toate “Mmm tote negation sone des reponse eer ne ‘ee quence Jeane, 1950, 155) ‘Ohomem esti diane desi mesmo, questionando-te¢ questo rando 6 mando, Ele vie a angista do “por que eazio?” (Staiger, 1972, p 137). A tensio crescente, motivads por essa angisi, 2 que os gregos denominavam pala, evo aco, Desde © momen to em gue comega aepensar seu mundo, tem um problema &revol ‘et, uma rexposts a buscar para. a penguna que o angusin. A busca ¢& resposta € um compromisso que assume consiyo mesmo € 56 ‘consegité novament «paz quando tver encontrado a salugio do problema por meio de sua ages Este questionarconstane ames ‘9-0 de car no desespero txigco. Sento que 0 mando em que vive jf no the basa, o ser humano almeja extapolar Limits pas sa coordenat sa exténca dentro de um mundo maior que osu, senszo de um mundo cujasfonteirs foram alargodas por sua asio, “Tadivia,emborsdento de um novo mundo, esultante de seu peS- prio agi, softs asimposigese também as conseqiéncas de suas lmitagdes como home. Podestapeesenta duasteagdes ov as sme o desespezo teigco , mesmo sabendo-selmitado, segue sem pte em frente, extavasando a horas da mundo ¢ continvando slém; ou mergulhs na comodidade do cémico (comodidade aps- rente, visto ser hicda). Questiona a relidade, uleapassa as bor- das do mundo e teomodase 4 margem dele, comentando suas coneradigBes ‘Tanto na eagéda como na comésa, deparamios com perons ‘gens que se desenvolvem na tenso “Eu versus Mundo", pessoas- ‘ens gue estio diante desi menmas ¢ que, quand eleger o phar ‘0x © problem, seguem sempre adiane, numa tensio. crescent ‘Quando optam pelo ditancamento comico, 4 perganta “por qoe ‘alo? que implica na adoro do txigic,eespondem corn out: “para qué, que dstende a pimeiza, Temos, por contepsits, ua teasio ¢ uma distensia. Vetifcrse, portant, que tanto « tigico quanto 0 cémico partiipam de tens e & ai que reside a afiniade entre 0s dois géneros A tenso cdmica &crads para fer desencs- dear 0 sso. A personagem da coméela é, por conta diso, sempre tum tipo buscado entte os homens e cys earacteriiss, que en- contramos e reencontramos na vida, si passives de repeticio & lmitacio, pois “Il n'y a pas de comique en dehors de ce gui exe proprement hum”, (Remgion, 1968, p 2) A pessonalidade tipica ria, em toeno de uma sesisténca que 0 public, ou outa pero ager, tenta romper — fensfa que é sempre desta pelo dro ‘Ho herd imbuldo do desespera tfgico comave, porque hh por pate do expectador, uma idensicagio com a personager,Seut Sentimentos, seus Soahos e seus aos par consegietoenilo reali dade passam a ser senimentos,sonbos eos dos especadoees. Pot isso a personagem tigeanio sive — ne simpatinamos com ela, cemocionalmente nos ligamos a ela, Aq nos lembeamos das pls: ‘ras de Beygson “ese n's pas de pls grand ennem que émoton” (Bergion, 1969, p. 3) pois que ele ee enderega& pure inteligincia, A personagem mica no desperta noses sonata e sim sotto jutmeno, uma ver que no nos identfeamos com ela, Como cmpectadores,assunimos também a posgia de erica que 0 eSmi= co insur Estos, tambien de fors, da margem, 2 observa 6 coment as contadgaes do manda, Os sentiments, sonhos 208 ‘4 pensonagem cémica seco dela e dos sees humanos que preci= sam ser movfiadas, e fo nests (08, eto, a08505 © 08 ejea- st), De for, rimos e com 0 nosso ss procuramos pdr abaixo © (que & personagers cémica representa Se hi na aumosfers tigen ‘em tot eagsamento entre personagem, ato e espectador, por- {que este descubreo elemento trgico de saa propia pessonalidae;, ‘ns atmosfers cima, plo contro, hi um disanclamento, uma ruptor, Para expliaems 0 papel do espectator no mundo da tse ‘gélia ¢ da comédia, busquemos as palaveas de Piesre-Aimé ‘Touchard Les ngpone extinct seater peuvent ae compas ete cer dear states exe: Tu economia inage,—38 Tam street ete itn rec tenemos Scrat comman Dane pers Foie rage dns sou su pre, tree econ cape emi un ‘liu sdhcien open, estan, ase Beton ‘pe ane Coa, SD p23 (© papel do expecrador é de grande importa, pos sexi a pattr dele ~ piblico ~ que 0 teatro uksapassaré os limites do paleo. Ne atiosfera teipia, pelo engajamente, a angistia da personagem é 1 nossa, visto termos assumido a sua ‘ramaticdade. Por out lado, nz atmosfera eOmica, 20 vismos {do que alo noe ageeda nos outs (on em nés mesmo), estamos tejettando-os( rejeitando-non) esc mesmo tempo Exando nossa farga naguilo que podemos modifica. Temos, pois, © cimico| ‘quando, plo dstanciamento, dominamos a prsonagem. Hi en- tue cla ¢ nd — epectadores ~ ama rapture que possibiita a tevi= Hao erin (Lo grego 4 this = 0 juin). Considerando que o tento creo seja um elemento constnuc- ‘onal do set humana, pademosafrmar que ele o exece através do sso de afemagio ¢ de negusio ow do ato de sntese © separngio. Negand ou armada, o homer se pena posit de jus de v- lore , como tl avaliao diet 4 oppo. Pessponde sempee 4 secs 0 quadio referencia degrada « degrada, cle & xpar ‘assem ao trabalho condo ema grande quantidade de ociosos, cus Fonte de rena eras expoingia do powo e 0 despotism com que

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