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(05105/2028 17:49 PORTUGUES 12° ANO. Felizmante Hé Luar! Luis Sttau Montero, esas 02/09 - PDF Download grits ® Lonin Ulogin) | Registro register) Busqued, eusear PORTUGUES 12° ANO. Felizmente Ha Luar! Lufs Sttau Monteiro. esas 08/09 Commencez i Ouvr Online Activation ra Trols stapes simples PORTUGUES 1. Cliquez sur "OK" 2. activez votre compte 3. rect votre ¢ Felizmente Hd Luar! Luis Sttau Monteiro @ online SESHARE GD HTML & DOWNLOAD ‘Save this PDF as hitpssidocplayer.com br/21305683-Portugues-120-ano-elzmente-ha-itaruis-sttau-monteto-esas-08-09.html wer osi0si2029 17:49, PORTUGUES 12° ANO. Felizmente Hé Luar! Luis Stu Montero, esas 08/09 -P Download grits rs s . + & stella Beppler Mascarenhas (user/21766996) Gtidar0s © Visualzacbes 20 Transcrigao PORTUGUES 12° ANO Felzmente Hé Luar! Lus Stu Monteiro esas 08/09 RELEMBRARR Texto dramético Completa os esparos em branco com as palavras do quadro que se segue: paralingufsticos / sonoros / apelativa / drama / personagens / espectador / drama / platela / segunda / comédia / representagio / autor O texto dramatico é entendido como aquele que se integra na forma lterdria do e implica uma comunicagio directa das entre si e com os receptores do enunciado. O texto ddramatico privilegia a dindmica do confito, tentando representar a5 acgdes e reacgGes humanas, pela tragédia, pola © pelo (propriamente dito), gragas & presenca das personagens. Serve, com frequéncia, 0 teatro, que tem como objectivo especifco a e 0 espectaculo. Por isso o texto teatral obriga 8 concentracao_ dos elementos essenciais do texto dramatico em linhas de forca que garantam um ritmo vivo © uma progressao capaz de prender a atencdo do. O teatro permite uma comunicagao especifica entre, actor € pilblco; entre as personagens da obra; entre o palco e a. O confito ou o drama oferece-se a contemplacio do espectador. 0 texto dramatico, onde predomina a funglo da linguagem, 20 exprimir o mundo exterior e objectio recorre, em geral 8 enunciagdo na pessoa. E util2a um eiscurso multiplo e complexo, com os respecivos signos lingusticos, mas também com signos (entoacBo, vO2..}, expressso corporal, elementos de caracterizagio dos actores, ou mesmo elementos que se encontram fora do actor, como 0 espago cénico e os efeitos. In Diciopédia X [DVD-ROM], Porto : Porto Editora, ISBN: Categorias do texto dramatico Completa 0s espacos em branco com as palavras do quadro que se segue: Didascallas / representada/protagonistas / representagSo/ espago / secundérlas / tempo! interna / ‘exposigio /planas / desenlace / actos / redondas /cenas / personagens / actores / colectvas / Acga9 / conflto / heteracaracterizac30 / modeladas / tipos / autocaracterizasSo / figurantes / externa Sao categorias do texto dramitico a, com a sucesso e encadeamento de acontecimentos que podem conduzir a um desenlace; as, que s30 os agentes da acgdo; o que corresponde ao lugar, ambiente, meio soclal fou cutural onde se desenrala a acco; @ 0 que dé conta do momento do desenrolar da acco. A estrutura da acco pode ser ov. A primeira nes os momentos determinantes ¢ divide-se em (apresentacdo de personagens e dos antecedentes da acco), (conjunto de peripécias, de acontecimentos que fazem impulsionar a acgl0, conduzindo ao seu ponto culminante, a0 climax) e (desfecho da acco dramsvica). A segunda apresenta a disso em (divisSo do texto dramético que coresponde & mudanga de cenérios) e au quadros (dvisio do acto que corresponde 8 entrada ou safda de uma ou mais personagens). As personagens, que na antiguidade grega usavam mascaras para permit a diferenciacéo de paptise distinguir a personagem da pessoa do actor, podem distinguirse quanto ao relevo ou papel desempenhado Como principais ou (exercem uma fungdo relevante, com a acgio a decorrer a sua volta, (participam na acgio sem um papel decsivo) e {no intervém directamente na acco, servindo apenas para fungdes decorativas); podem, também, ser indivduais ou singulares e. Quanto 2 composigie ou concepgio e formulagso, as personagens definem-se como ou (com capacidade de alterarem o comportamento ao longo dda accSo), (sem alterag3o do comportamento 30 longo da acco, nem evolucao psicologica) e (representantes de um grupo profssional ou social) Em relaglo aos processos de caracterizaglo, esta pode ser directa por (através das palavras da prépria personage) e (através dos {elementos fornecidos par outras personagens au pelo dramaturgo através das } ou indirectas (deduzida a partir das atitudes, dos gestos, dos comportamentos e dos sentimentos da personagem ou a partir dos simbolas que as acompanhar), Do espaco distingue-se 0 cénico (lugar onde se mover as personagens e que recria 0 ambiente possivel do desenrolar da acgio dramitica, gragas 2 luz, a0 som, ao guarda- roupa, aos aderecos, & encenacio}, 0 espaco de o paleo (lugar onde decorre 0 espectaculo teatral, o espaca (ambiente recriado pelos actores, interigado a acgio e ao espaco Cénico) e 0 espaco aludido (lugares referenciados, diferentes dos representados). Disciplina: Portugués Pagina 2 hitpssidocplayer.com br/21305683-Portugues-120-ano-eizmente-ha-iuaruis-sttau-monteto-esas-08-09,html 2er osi0si2029 17:49, PORTUGUES 12° ANO. Felizmente Hé Luar! Luis Stu Montero, esas 08/09 -P Download grits que © incentiva a escrever aquele que serd o seu primeira iro: Um Hemem Nao Chora, edigiéo em Mildo e publicado pela Atica em No {ano seguinte, publica o romance Angustia Para o Jantar, que atraria alguma atencSo do publico. (..)(.) Em 1961, incentivado por Nikias ‘Skapinakis, que vivia fugldo & PIDE, numa casa sua, Sttau escreve a primeira pega, Felzmente Hé Luar! © éxito é tal que o lvro esgota rapidamente e transforma-se quase num mito lterdrio (160 mil exemplares vendidos até hoje). Os primeiros ecos de tal éxito (Prémio da Critica) Stu vai té-os na cadeia do Aube, onde estava, preso pela PIDE, por infundado envolvimento na revolta de Beja. O més no Allube aproveita-o Sttau, no entanto, para escrever a segunda peca, E se For Rapariga Chama-se Custédia. Seguem-se Todos 0s Anos pela Primavera, 1964; 0 Bardo (segundo a novela homénima de Branquinho da Fonseca}, 1965, impedido, depois, de levar & cena pela censura, rum dos teatros de Vasco Morgade: Auta do Motor Fora de Bordo, 1966, ¢ Duas Peas em Um Acto, A Estitua e A Guerra Santa, todas de 1967, a tltima das quais o leva a ser preso pela PIDE, agora por sels meses, em Caxias, Novo aproveltamento iterério feito por Sttau na prisdo e e's As Mios de Abrado Zacul, 1968 (.). Depols, em 1971, (..) adapta A Reliquia, de Ega de Queirés, representada no Teatro Maria Matos; e escreve Sua Exceléncia, 1971, dkima obra que publica antes do 25 de Abril, Por esta altura j3 LUls de Sttau Monteiro ingressara no Digrio de Lisboa, onde se destacaria como autor das redaccBes da ‘Guidinha’, no suplemento" A Mosca’, uma prosa que a Censura retalhava € ele reescrevia em cima do fecho do jornal. Faria também publicidade para ganhar dinheiro e, j8 em 1977, publicaria Crénica Aventurosa do Esperangoso Fagundes, representada pelo Grupo 4 com grande éxito, fxito maior do que este, © mesmo do que he proporcionara a publicagio de Felizmente Hé Luar, s6 0 teria Luls de Sttau Monteiro quando, membro do jdri do programa televsivo "A Cornelia", na segunda metade da década de 70, se tornaria uma figura familiar do pais intelro, Na televisfo voltaria ainda a colaborar,jé na década de #0, quer Disciplna: Portugués Pagina 3 como argumentsta da telenovela portuguesa Chuva na Areia, quer como autor do programa gastronémico Frel Papinhas. Passara, lentretanto, a escrever quase s6 para a Imprensa, com destaque para O Jornal, onde, sempre com o pseudénimo de Manuel Pedrosa, manteria, durante algum tempo, uma crénica gastronémica e publicaria novas redacgées da ‘Guldinha’. Ukimamente, JS sob 0 seu préprio nome, escrevia no Didrio de Noticias sobre gastronomia entendida numa perspective bistérica. Aquele matutino coube publicar 0 derradeiro texto assinado por Lu's de Sttau Monteiro ainda em vida, No final, tau anunciava ir partir para Parise dar noticias. Néo partly © as noticias, infeizmente, foram outras. Rodrigues da Silva in Jornal de Letras. Agosto de 1993 (texto com supressdes) FELIZMENTE HA LUARI, Luis de Sttau Monteiro Utimato de Napoledo ao Principe regente Instauracao do periodo de Ditadura Mltar Primeira invasio francesa (Junot) Regime do Estado Novo 1933 Beresford: marechal e comandantecnefe do exércto luso 1809 Segunda invasio francesa (Soult) 1810 Terceira invasio francesa (Massena) 1811 Retirada francesa 1817 Execuso do general Gomes Freire de Andrade Assassinato de Humberto Delgado Revolugio de Abril Revolugdo Liberal Ascenso e queda do "Estado Novo" Felizmente Hé Luar! -O tempo em que fo escrita a peca Crescentes difculdades financeiras e econémicas tornavam a dinastia de Braganca cada ver mais impopulare favoreciam & ascensio dos republicanos, Apés 0 assassinio de Carlos | e do principe herdeiro Luts Filipe (1 de Fevereiro de 1908), rei D. Manuel I fo derrubado pela revolugio de 5 de Outubro de 1910, sendo proclamada a Repiblica. Depols de cerca de quarenta governos se terem sucedido uns aos outros no espaga de quinze anos, 0 regime democrético foi derrubado pelo golpe de Estado miltar do general Gomes da Costa (28 de Malo de 1926), Poucas semanas mais tarde, o general Carmona passou para o primeiro plano; eeito presidente éa Disciplina: Portugués Pagina 4 Repdblica em Marco de 1928, ele ira conservar estas funcBes até 20 fim da vida, em Os cofres do Fstado estavam varios, 0 que levou Carmona a recorrer em Abril de 1928 3 um professor de Cincias Econémicas da Universidade de Coimbra, Anténio de Oliveira Salazar. Minisio das Finangas com poderes excepcionais (1928), ministro das Coldnias (1930), presidente do Conselho a partir de 1932, ministro dos Negécios Estrangeiros de 1936 a 1847, Salazar acabaria por tornar-se 0 senhor efectivo do pals durante quarenta anos (até 1968). Nutrido de doutrina catélica e muito influenciado pelas ideias de Maurras, Salazar instaurou em Portugal um regime autoritério € corporativista (Constituigse de 1933), de cunho paternalisa, Proibiram-se 0s partidos politicos. A Imprensa ficou sujelta 3 censura, a educagio publica recebeu uma forte orientacso ideolégica, 2 policia poltica (a PIDE) exerceu 2 sua viglincia sobre o conjunto ds populacdo. O regime apoiou-se intimamente na Igreja Catélica, que obteve em 1940 uma Salazar, por Jo30 Abel Manta vantajosa concordata, Portugal fechou-se praticamente aos movimentos econémicos internacionals e © capitalsmo teve de dirigir de modo (as suas actividades para as colénias de Africa, Devido & sua formacdo de base, Salazar propendia sempre a dar a primazia a0 equlbrio financeiro, conseguindo realmente acumular reservas importantes e fazer do escudo uma moeda sobremaneira estavel. Mas 2 su poltica, prudente em excesso, no permitiy a Portugal senio um crescimento muito moderado, & partir de 1960 a emigragio da mao- de-obra - legal ou clandestina - adquiriu uma considerdvel amplitude. incapaz de impedir as topas indianas de ocupar, em Dezembro de 1961, Goa, Damao e Diu, Portugal, até a0 fim do regime salazarsta ira lograr conter as guerrilnas que, a partir de 1961/1964, se tinham deservolvido primelro em Angola e depois na Guiné e em Mocambique. Uma tal poltica, que devia a pouco © pouco solar internacionalmente Portugal exiglu deste pequeno pais um esforco desmedido. Acometido de congest3o cerebral, Salazar teve de cessar de exercer 0 poder em Setembro de 1968 (morreu em 1970), passando a chefla do Governo para Marcelo Caetano. Michel Mourr, Dicionario de Historia Universal (vol Il) Portugal entre os anos 50 € 60 Cartazes de campanha eletoral do General Humberto Delgado Carta de campanha eletoral do Almirante Américo Tomas O sequestro do Santa Maria tinha como abjectivo chamar a atengo do mundo para a situagdo em Portugal. O paquete fol viglado pela aviag0 americana, mas, sabendo ser um caso poltico, os .U.A.abstémn-se de intervir As cleigdes presidenciais de 1958 revelaram, sem sombra de engano, as dissensbes adentro do regime. O presidente Craveira Lopes que no se mostrara décil quanto se esperava, foi vetado pela Comissio Central da Unido Nacional. Em ver dele, Salazar fez escolher o almirante Américo Tomés, seu ministro da Marinha desde havia 14 anos. A oposido centro-esquerda escolheu o general Humberto Delgado que mostrou ser © homem adequade ds circunstincias. Demagogo e exaltado, contactou facilmente com as massas populacionais, susetando enorme entusiasmo em todo o Pais. A esquerda depressa se deu conta do carisma de Delgado, alinhando atras dele. O regime receou nao sobreviver perante a auténtica bola de neve que a acco de Delgado ia causando, e preparou uma possivel accao militar em caso de vitéria fu de excessiva ameaca oposicionista, Embora sem garantias de liberdade de voto e sem possiblidade de controlo de todas as urnas, Humberto Delgado decidiuir até a0 fim, Os ndmeros oficiais deram-he um quarto do total dos votos, mas o general sempre alegou ter lunfado nas eleigbes e ser ele, portanto, o legtimo chefe dos Portugueses. Findo o acto eleltoral, a repressio intensifcousse uma vez mais, Delgado foi demitido, n3o tardando a ter de solicit asilo politico na Embsixada do Brasil. Mais tarde e a0 fim de complicadas dligencias, seria autorizado a sair de Portugal. Multos dos seus partidérios foram igualmente demitidos, presos ou julgados. 0 bispo do Porto, que escrevera uma carta a Salazar insistindo sobre mudanas de método e poltica governamentals,teve de deixar o Pals também. © periado de agitacae poltica prosseguiu durante algum tempo, Em Marco de 1959, uma rebeldo esteve para eclodir em Lisboa, com @ participacao decisiva de grupos catélicos. Em Janeiro de 1961, a situagao complicou-se com a capture do paquete Santa Maria por exilados palticos lusc-espanhéis, chefiados par Delgado e Henrique Galv3o, outro antigo miltante situacionista. A captura tinha lgagbes com uma revoka que ecladiu, de facto, em Angola, em Fevereiro do mesma ano. Em Dezembro, as possessdes portuguesas na india, ameagadas desde havia tempo, sofreram invasio pelo exército indian que depressa as conquistou, com Disciplina: Portugués Pagina S © hitpssidocplayer.com br/21305683-Portugues-120-ano-eizmente-ha-iuaruis-sttau-monteto-esas-08-09,html ser osi0si2029 17:49, PORTUGUES 12° ANO. Felizmente Hé Luar! Luis Stu Montero, esas 08/09 -P Download grits diminuta perda de sangue, facto que abalou consideravelmente o prestigio do regime. © General Humberto Delgado Joaquim Vieira, Portugal Século XX, Crénica em Imagens , Circulo de Leitores (texto adap.) Humberto Delgado, nascido em Torres Vedras em 1906, fo! 0 candidate da oposicae democrivica as elelcoes presidencias de 1958 em despi que com o candidato oficial da Unido Nacional, Américo Tomas, Este homem, promovido a general da orca Aérea com apenas 47 anos, fora, durante muito tempo, um dos mais promissores quadros poltice-miltares do regime salazarista, Entre 1941 e 1943 fj o representante portugues do Ar nos acordas secretes com 0 Governo inglés para a utilzacio das bases dos Acores, Director geral do extinto Secretariado da Aeronautica Cl, fol depois nomeado representante de Portugal no Concelho da Organizagio da AviagSo Cull Internacional em Montreal, no Canada ( ). Pracurador 8 CSmara Corporativa ( ), foi de seguida envado como adido miltar e aerondutico para Washington, onde esteve cinco anas. 0 novo clima internacional do péeguerra, a par do conhecimente ditecta que travou cam as experiéncias democrétieas de varios paises ocidentals, terdo determinado a Sua evolucao poltica e Ideoldgica, que o aproximau das forcas da oposigso democritica 20 regime de Salazar. Estas abdicaram de um candidato safdo das suas fileiras a favor de Delgado, que detinna enorme prestigio como ofiial-general e permitiadiviir 2 base de apoio tradicional do regime. A campanha eleltoral fol agitadssima e marcada por grandes manifestagBes de popularidade de Delgado. A sua derrota nas urnas ficou a dever-se a0 controlo da maquina eletorsl pelo Governo e no foi reconhecida por ele, Punido com a pena de «separagio do servo, refugiase na Embaixada do Brasil e, apés trés meses de negociacées, é enfim autorizago a partir para aquele pa's, onde iré continuar 0 seu combate contra Salazar. Seguirs mais tarde para 3 Europa e a Argélia, onde prossegue a sua ‘actividade conspirativa com grupos de exilados portugueses, Consegue entrar e sair de Portugal por ocasido do fracassado golpe de Beja (1961). Em 14 de Fevereiro de 1965, 0 «General Semr-Medos, como ficou conhecida, atraido a uma cilada por agentes da policia poltica portuguesa (PIDE}, era assassinado junto & fronteira espanhola, procurando © Governa de Salazar imputar a responsabilidade de tal acto a rdcleos oposicionistas com que Delgado teria entrado em divergéncia. Dotado de um forte temperamento combativo, Delgado fo! o mals sério e temido opositor que a Salazar se deparow durante o seu longo consulado, Anténio Reis, Diciondrio Enciclopédico do Historia de Portugal (texto adaptado) Censura e Repressio A censura & imprensa periédica fo! insttuida em 24 de Junho de 1826 e mantida até Acs poucos forse estendendo aos outros meios de comunicagdo, tals como o teatro, 0 cinema, a rédio e a televisfo. Nenhuma palavra ou imagem podia ser publcads, pronunciada ou difundida sem prévia aprovagio dos censores. De todos os mecanismos represshvas a censura foi sem duvida 0 mais eficiente, aquele que conseguiu manter o regime sem alteracBes estruturais durante quatro décadas. Visou assuntos, no apenas poticos e militares, mas também morals e religiosos, narmas de conduta e toda e qualquer noticia susceptvel de influenciar a populagao num sentido considerado perigoso. As consequéncas Ultimas de um sistema de censura durando tantas décadas foram cisciplinar autores, jornalistas, empresarios e todos aqueles relacionados com os meios de transmissa0 8s massas, e obrigé-los a uma autocensura permanente, afim de evitarem que a sua produgic fosse constantementedificultada e mutlada. Esta autocensura levou muitas vezes a extremos de cautela, de dificil justificagdo, Levou também ao surto de uma forma akamente original de cripto-transmisss0 por parte dos autores e de compreensdo subentendida por parte dos publicos. Em estes desenvolveu-se um hipercticisme e uma divide eneralizada relativos 2 tudo 0 que se 3 ov ouvia, Embora a censura nao se aplicasse aos livros, estes podiam ser frequentemente retiradas do mereado por ordem das autoridades, Neste caso, tanto autores camo editores podiam estar sujeltos a castigo. De novo, uma repressio desse tipo visava matérias tanto polticas como apoliticas.jornas ¢ livros estrangeiros podiam igualmente ser confiscados ou impedidos de entrar no Pais. Disciplina: Portugués Pégina S A polica poltica A polcia poltica, cujas origens remontam a algumas,timidas, formas anteriores a 1926, foi eorganizada na década de Primeiro chamada Policia de Vigilancia e Defesa do Estado (P.V. D. E), passou 2 ser conhecida por Policia Internacional e de Defesa do Estado (P. | 0. E) a partir de 1945, data em que viu as suas atribulgBes consideravelmente ampliadas. A maneira da Inquisigdo, a Policia Secreta portuguesa alcangou, sob regime de Salazar, em todas as esferas da vida nacional, tas limites de poder e penetragio que desafiaram a autoridade do proprio Fstado - incluindo a das Forcas Armadas - a conwerteram gradualmente num estado dentro dele. Da mesma forma que a Inquisiglo, teve de justificar a sua prépria existAncia @ os seus amplos poderes pela «invengio» ou o exagero de ameacas & seguranga do regime e pela efabricacio» de comunistas e de outros perigosos apositores a0 Fstado Novo, A soma de depoimentos existentes impressiona qualquer observader, fazendo pensar que a P. V. D. E - P. LD. E. ndo pertenceu a um mundo vlizado © humanists, aparentando-se antes com regimes de tipo anterior & Revolugo Francesa. A sua insisténcia nas formas mais sofisticadas de tortura e em outras presses de natureza fsicae psicolégica, o seu uso de ligubres prisées civis e campos de concentcagio mais famoso funcionou na tha de Santiago, em Cabo Verde, de 1936 a 1956, tornando-se o seu nome, Tarrafal,o simbolo do expoente maximo da perseguisio poltca-, a sua irrupgao violenta em residéncias particulares e © seu confisco de livros e documentos de toda a fordem, a vilagio exercida sobre a correspondéncia dos cidadios, a sua presenca em toda a parte, tudo isto alicergou o poder de Salazar durante décadas, ajudando a explicar a famosa xordem nas ruas» que ele tS0 orguihosamente gostava de proclamar. A Policia Secreta matou centenas de individuos e encerrou nas suas prises multes milhares durante anos a fle. Em 1956, um decreto governamental introduziu as chamadas medidas de seguranca, que davam poderes 20 Ministéria da Justica, ante praposta da Policia, de mancer indefinidamente sob prisio (renovado 0 periado da sentenga por periodes de tr8s anos) todas aqueles que fossem considerados sperigosos 8 Sociedade. € verdade que tais medidas raramente tiveram aplicag30, mas a simples facto da sua existnciaintroduziu um principio altamente perigoso, visto arredar da lei o respeito pelos direitos do individuo e igualar presos polticos com os piores delinquentes. 0 decreto de 1956 deu ipso facto a Policia o poder de decidir arbitraiamente de qudo «perigoso» ou eregenerado» um preso poltco podia ser. Intelectuais no exilio A grande maioria dos intelectuais portugueses - nomeadamente os mais vides - preferiu, mormente apés 1933, rilhar a estrada dréua e espinhosa da oposig frontal a um regime autoritério. Mau grado as varias amnistas ais nunca completas e muitas vezes enganadoras - dezenas de escritores,cientistas, professores e polticos, do melhor que Portugal possuls entio, a0 lado de milhares de individuos talentosos e ites, viveram em extlio forgado ou com residéncia fixa boa parte das suas vidas, muitos deles acabando por morrer fora da Patria. Outros escolheram urn exilo volUntari, de preferéncia a aceitar o regime ou a pactuar com ele, ov ainda a serem vitimas de perseguigdes, O préprio Egas Moniz, prémio Nobel portugués de Medicina (1949), fol também vitima de perseguigSes, dentro do Pals. AH. de OLiveira Marques, Breve Hist6ria de Portugal, Eatorial Presenga (texto adaptado) Disciplina: Portugués Pagina 7 hitpssidocplayer.com br/21305683-Portugues-120-ano-eizmente-ha-iuaruis-sttau-monteto-esas-08-09,html ann osi0si2029 17:49, PORTUGUES 12° ANO. Felizmente Hé Luar! Luis Stu Montero, esas 08/09 -P Download grits Inglaterra até 1 de Setembro, ou os exércitos franco-espanhéis invadiam o Pais. Em meados de Novembro, 0 general francés Junot atravessou a fronteira portuguesa com um poderoso exército, comesando assim a invasio. Nesses dias, titha-se por garantido que 0 Imperador dos Franceses era invencivel,e os seus exércltos espalhavam 0 tertor por toda a parte. O governo portugués nem pensou em se ‘por & Franca, dando ordens terminantes para que no fosse levada a efeito qualquer resistencia e para que os invasores fossem bem recebidos, Em Lisboa, a familia real, © governo, ¢ centenas de pessoas carregadas de afaias preciosas, livros e arquives, emivarcaram para (© Brasil em finals de Novembro - quando [a Junot estava a entrar na cidade, chegando a América do Sul nos comegos de A nova capital do reino fol estabelecida no Rio de Janeiro e, durante catorze anos, a metrépole no passou de uma colonia do Brasil. Resistencia popular € ‘apoio das tropas inglesas Em Portugal ficara uma regéncla de cinco membros e dals secretdris, presidida pelo marques de Abbrantes. Mas lunot no tardou a dissoNvé-la, governando 0 Pais como terra conquisteda sob ocupag3o miltar estrangeira, Os soldados franceses e fespanhéis espalharam-se por toda 2 nagio, confiscando, pilhando, roubando, matando e prendendo a seu bel-prazer. O exército portugues fol parcialmente dissolvido e parcialmente transformado numa Legiso Portuguesa, que segulu para Espanna e depois para fanga e outras partes da Europa, a lutar por Napoledo, & resisténcia popular comesou desde logo, organizando-se guerrihas contra © iwasor. Apoiades por este vasto movimento popular, os Ingleses, sod 0 comando de Arthur Wellesley (0 futuro Lord Wellington desembarcaram no estusrio do Mondego e entraram em Portugal em Julho de Outras forsas briténicas se Ihes vieram juntar e, em conjungdo com as tropas portuguesas, Wellesley péde derrotar os Franceses em duas batalhas (Rola e Vimeito, na Alta Estremadura), Cbrigando Junot a solitar um armistcio, Fm Setembro, os franceses embarcavam com destino a Franga, levando consigo a maior parte da pilhagem. A regéncia nomeada por D. Jodo entrou de novo em fungBes, agora sob a presidéncia do marques das Minas. Restaurou-se a fordem mais ou) menos por tada a parte e comecau-se imediatamente a organizar a defesa contra um novo ataque francés (que se afigurava provavel) sob © comanda do general briténico Willam Beresford. Beresford governaria praticamente o Pals até (A segunds e cera Invasbes francesas (1809 e 1810) ndo resistiam & presso anglo-portuguesa.] Portugal ps invasbes francesas Quatro anos de guerra haviam deixado 0 Pals em situacdo miserdvel, As invasGes e a ocupacio francesas devastaram boa parte de Portugal, sobretudo a norte do Tejo. A agricutura, © comércio e a industria foram profundamente afectados, ja sem falar das perdas em vidas e das destrulgoes sem conta, Para mais, as invas6es francesas deixaram Portugal numa condisso paliica especiallssima, De 1808 a 1821 o Pals passou a ser, quer um protectorado inglés quer uma colénia brasileira. O governo central manteve-se no Rio, funcionando em Portugal uma regencia somente, © Brasil fora proclamado reino, unido com Portugal. Beresford recebeu plenos poderes para organizar a defesa, 0 que, na realidade, significava a direcsio suprema do Pats. Oficia's britSnicos serviam no exércto nacional, que se tornara inglés no tipo de ‘organiza¢3o. 0 rel D.Jo30 VI (D. Maria I morrera em 1816) nao manifestava desejos de regressar & Europa. A regéncia mantinha int antigos métodes de governacdo, no mostranda qualquer disposiglo de os adaptar ao idedrio Disciplina: Portugués Pagina & moderna. Continuo a perseguisdo feroz a todos 0s iberais, Através do Pals, o descontentamento contra o Rei, os Ingleses ea Regéncia leram acompanhados por uma situac3o econémica e financeira deploravel. Por tod a parte lavrava um fermento revolucionari, que bem depressa conduziria 3 rebeldo. A regéncla A. H. de Oliveira Marques, Breve Historia de Portugal, Ed. Presenca (texto adap.) A preocupag3o fundamental dos governantes do reino em Lisboa era a de alertar 0 regente, e depois rei, D. Jodo VI, para a necessidade de serem retomadas vérias medidas que obviassem a pobreza, a miséria e a ruina agricola, comercial e industrial em que o Pals mergulhara. &, a0 mesmo tempo, 0s governadores, como autros portugueses, salictam constantemente o regresso do rel. O governa de Lisboa revela um imobilismo, uma incapacidade de pr em marcha reformas urgentes do ponto de vista econémico, social e cultural, N3o consegue fazer diminuir a distEnda a que esté do centro do poder poltco no Rio. Além disso, acrescialhe uma outra dificuldade:a do relaclonamento com 2 tutela do chefe militar ingles, o general Willam Carr Beresford, Beresford torna-se uma figura incdmods quer para o principal Sousa quer para outro governador, D. Miguel Forjaz, 0 future conde da Feira, por outras razées, no s6 porque pretende obter um papel p militar mais preponderante na sociedade portuguesa, como também porque promovia os militares ingleses nas comandos, preterindo os portugueses. Nasceu também aqui uma importante sensibilidade poltca, que esté presente no desfecho do movimento revolucionsrio de Gomes Freire de 1817 e no de 24 de Agosto de 1820: a do sentimento nacional e antibritanico. A Conspiragio de 1817 Fol entre os membros da sociedade secreta © para magénica revoluciondria Supremo Conselho Regenerador de Portugal, Brasil e Algarves, criada em Lisboa no ano de 1817, que se pensou concretamente numa conspiragdo, culo objectivo era o de afastaringleses e outros estrangelros do controle militar do Pais e © de promover «a salvacao e independéncla» de Portugal, criando-se um novo governo. A socledade tinha cextenses em outras localidades do Pals e possufa mesmo uma pequena imprensa, onde se ultimavam as proclamacdes justificatvas da sua revolta, quando muitos dos seus membros foram denunciados e presos, em Maio de Os membros desta sociedade Forte S Juli3o da Barra eram, na sua maicria, miltares regressados a Portugal depots de prestarem servigo na exércite napolednica e alguns eram macBes. Era-o também o carismético grdo-mestre, desde 1816, 0 general Gomes Freire de Andrade, acusado de ser 0 principal mentor da conspiragio, A ordenagio do processo sumério é organizada pelos governadores, nomeando logo os juizes de Maio a Outubro de 1817, como ad conta a sua correspondéncia de Lisboa para o Rio. Gomes Freire e mais 11 presos (na sua maioria miltares) foram condenadas 3 morte. Mas, mais do que a condenacdo, 2 sua punigéo terrfca foi considerada afrontosa, dada a sua qualidade de miltares. As execucoes am lugar no dia 18 de Outubro de 1817 em dols locas distintos de Lisboa, apetrechados para o efelto: em Sdo Julio da Barra o general Gomes Freire seria executado por enforcamento, mutilados os seus membros e langadas as suas cinzas ao rar, enquanto as outras execugées, quase semelhantes, decorreram ao longo do dia e da noite no Campo de Santana. Mas «felzmente, havia luar», como Justficava, no préprio dia das execucbes, 2 morosidade com que elas decorreram, o governador D. Miguel Pereira Forjaz, em carta para 0 intendente da Policia, Sdo estas figuras justicadas em 1817 que constituem os primeiros «mértires da liberdade» em Portugal. A sua meméria velo a ser reabiltada pelos promotores e interventores no movimento revalucionario de Gomes Freire de Andrade Gomes Freire nasceu em Viena de Austria, no ano de 1757, fiho do nosso ministro Ambrésio Freire de Andrade. A morte deste lancou a familia em grave situagdo econémica. Mas o jovern péde completar a sua educagio miltar naquela corte, onde desfrutou de boas amizades e adqutriu um sélide conhecimenta das linguas alema e francesa, Servindo-se da protecc30 do 1.” duque de Lafbes, velo para o Reino emt782, como alferes do regimento de Peniche. Participou depois na expedigio luso-espanhola contra Argel (1784), esteve em missio na RUssia (1788), combateu como general na campanha de Rossifh3o (1794) ej promovide a tenente-general,lutou em 1801 na guerra contra a Espana. 11803 esteve envolvido nos motins de Campo de Ourique, quando jé era membro influente da Maconaria, ea partir de 1808 fez parte da Legido Portuguesa e combateu nos exércitos de Bonaparte em virios campos de operacbes. Historia de Portugal, dir. de José Mattoso, vol Vitexto com cortes)Disciplina: Portugues Pagina 9 No ano de 1815 consegulu voltar a Portugal, onde fo! reabiltado dos crimes de traigo em que incorrera, alegando que nunca lutara contra a sua patria. Era um homem de temperamento ardoraso, com grande vaidade nos seus dons de miltar,e que granjeara em muitos circulos a fama de um condutor de exércitos. Capaz por tudo isso de abrir um novo rumo pollica a Portugal, A sua antiga vinculaco aos ideals magénicos concorreu, quando se aproximava dos 60 anos, para acettar a participagdo num movimento que tinha como primeira finalidade livercar o Pais da tutela inglesa, Gomes Freire viv-se acusado de envohimento na conjura e de tomar 0 comando das tropas caso de &xite, vindo a culpabilzagio mals da sua origem nobre e da alta patente que datinha no exército, embora afastada do ser hitpssidocplayer.com br/21305683-Portugues-120-ano-eizmente-ha-iuaruis-sttau-monteto-esas-08-09,html 527 osi0si2029 17:49, PORTUGUES 12° ANO. Felizmente Hé Luar! Luis Stu Montero, esas 08/09 -P Download grits activo. Mas é evidente que houve uma conspiragio ¢ que Gomes Freire teve dela conhecimento, embora com uma particlnagio cujos limites nunca foram bem definidos e que podiam ser de promessa de chefia no caso de a revolta vingar. Por delagio de dois militares, 0 mo teve noticia da conjura em Maio de 1817, «ainda muito no principio, referia o principal Sousa, e descoberta muito a tempos. Os capitaes José de Andrade Corvo de Camées ¢ Pedro Pinto de Morais Sarmenta deram a Beresford conhecimento do plano gizado. Pretendia-se formar um Conselho Regenerador de Portugal e Algarve, para governar o Pats na auséncla do rei, criar deputagdes com varias cidades e vilas. A acgdo da Policia levou, no dia 26 de Malo, & prisdo dos principais implicados, que © Governo logo definiu de seraidores» © «malévoloss, Em Jutho comesou a inquirgge dos réus, no decorrendo o processo com a isengao desejada, pols nunca se revelou uma parte do segredo da conjura. Entre as confiss6es obtidas, contavamse a de uma tentativa para assassinar Beresford ea de se pretender impedir o embarque das tropas para Pernambuco, Mas outras declaracées eram de molde 3 agravar a situac8o penal dos réus, Gomes Freire jé confessara o crime 2 24 de Agosto, ainda que no se apurassem os limites da sua partiipagio. No fim de Setembro condluiv-se 0 processo que levou & condenacio de 12 réus. A execucso de Gomes Freire teve lugar em frente de S30 juli8o da Barra, 9 17 dde Outubro, sendo 0 corpo queimada e as cinzas langadas a0 Tejo, Os seus companheiros de desdita tiveram no mesmo dia a morte por tenforcamento no Campo de Santa na, que em lembranca do drama haveria mais tarde de se chamar dos Msrtires da Patria. © Iberalismo transformou Gomes Freire e as outras vitimas da conjura em martires da iberdade, Joaquim Verissimo Serrdo, Historia de Portugal, vol. I (texto com cortes FELIZMENTE HA LUAR! Surgida no mesmo ano em que o autor publicou 0 romance Angistla para o Jantar mais tarde também adaptado a0 teatro, esta pega contripulu para celebrizar Luis de Sttau Monteiro como dramaturgo, tendo sido bem recebida pela critica do seu tempo. Baseada na tentativa frustrada de revola Iberal em 1817, supostamente encabegada por Gomes Freire de Andrade, Feliamente Ha Luar! recria em dois actos a sequéncia de acontecimentos histéricas que em Outubro desse ano levou a prisio ¢ a0 enforcamento de Gomes Freire pelo regime de Beresford, com 0 apoto da Igreja, sublinnando um apelo épico (e ético) pollicamente tempenhado e legivel 8 luz do que era Portugal nos anos 60. Cnamando a atencio para a injustiga da repressio e das perseguigdes poltcas, a peca designada por "apoteose trégica” pelo autor esteve proibida até 1974 e fol pela primeira vez levada & cena apenas em 1978, no Teatro Nacional, numa encenagio do préprio Sitau Monteiro. A intencionalidade da obra Sendo Felizmente Ha Luar! uma pega de teatro, certamente que também veicula uma intengso, até porque, tratando-se de ums obra de um dramaturgo da década de 60, lenquadra-se no conjunto das pecas que evidenciam uma funglo social e um empenhamento ideclégico. Dai dizermos que ilustra a doutrina do chamado teatro épico, de partcipacao poltica, preconizado por Brecht, Servindo-se de uma metafora (século XX) para atingir fo presente (século XX) Felizmente Hé Luar! revela uma dupla intenglo critica: & sociedade oltocentista (1817), feta de uma forma clara © bem explicita, ea sociedade da época de 60 (1961), feta de uma forma camullada, através da técnica de distanciacSo. £ com ela que Sttau Monteiro obriga o leitor-espectador a analisar e a reflec sobre a situag3o poltica, social, econdmica e cultural do seu pal nomeadamente sobre 0 regime pressive vigente que se fazia notar através das ijustigas, das condenagdes e das torturas de todos laqueles que no comungavam das idelas salazaristas, E notéria a preocupacéo do autor em despertar as consciéncias, levando © ‘espectadara ser um agente de mudanga, que reage crtcamente e que toma decisées. Olsciplna: Portugues Pagina 10 ACTIVIDADESS 1. Antes de contactares com alguns excertos do texto dramstico Felizmente 4 Luar! (1961), e apds uma primeira leitura integral do texto, verfica © grau de conhecimento que deténs sobre o mesmo. Selecciona a opcéo mais adequada para completar as afirmagbes. 1. 0 autor de Felzmente Hi Luar! 6... a) Lu's de Camdes. b) Almeida Garrett.) Lufs de Sttau Monteiro. 3. Em Feizmente Hi tar! detecta-se.. 2) uma acgio eminentemente hist6rica, b) uma acco de estrutura e cardcter dual.) uma acgio uniforme e mondtona, 5. 0 texto iniciase, tendo como pano de fundo... 2) a rua como espaco socal. b) 0 gabinete dos governadores do reino. c)o forte de S. lli8o da Barra. 7, As personagens pertencentes 0 povo assumem., a) atitudes de revolta contra a situacso em que & classe vive, 6) ‘comportamentos préximos aos de seres amestrades e amedrantados. c) a coragem e a determinagio como Valores a preservar e 2 defender. 9, Vicente, outra das personagens em destaque, revela... a) ser um oportunista provocador que faz jogo duplo. b) 30s governadores © nome dos populares envolvidos na conjura c 0 seu conformismo face a sua condigao socal. 17. A primeira intervengao de Manuel aponta para... 2) a situagdo poltica que se vivia em Portugal. b) a inconsciéncia da personagem face ao ambiente politico. c) a preocupagso por Rita ainda estar a dormir. 13, A primeira referéncia a Gomes Frere surge... a) pela boca do Antigo Soldado e sob a forma de elogia.b) na voz de Manuel, que o exalta entusiastcamente. ¢) na primeira réplica de Vicente, que denigre 2 imagem do genera. 15. Vicente apresenta-se como um homem.. a) perspicaz, mas oportunistae traldor. b) solidario com todos os da sus classe. verdadeiramente leral. 17. Perante as solicitagdes dos governadores, Vicente ve... a) a hipétese de denunciar o general e vingar-se desse seu inimigo. b) a possibiidade de ascender socialmente e abandonar a miséria em que sempre viveuc) como as pessoas iguais a ele s3o importantes para o bom rumo do pals. 19. Corvo e Morais Sarmento revelam.. a falta de cardcter e sentido de oportunidade.b)fideidade as suas conviccBes palticas c) despreacupacao face aos comentirios que possam fazer acerca deles. 2.0 texto dramético Feizmente Hs Luar! dvide-se em. 2a) dois actos, com tr8s cenas cada. b) dais actos, sem indicag3o de cenas. c) irs actos, com um nmero varidvel de cenas. 4.0 acto que pode considerar-se mais emotivo 6... a) 0 primelro. b) 0 segundo. c) 0 tercelro. 6. As personagens seleccionadas pelo autor so... a) representativas dos vérios grupos sociais. 6) todas aquelas que representam o poder. c) em grande niimero por representarem todas as classes socials. 8. Segundo as indicagées do dramaturgo, Manuel é..2) um revollado que grita contra qualquer forma de opressio. b) um rhomem capaz de se juntar a Gomes Freire. c) 9 popular mais consciente de todos. 10, A personagem Matilde de Melo demonstra. a) as mesmas atitudes a0 longo da sua interven¢io. b) a gradativa tomada de cansciéncia da gravidade da situagSo.c) acreditar, até 20 fim, na salvagdo de Gomes Freire. 12.0 som dos tambores que se faz ouvir desperca..2) no antigo soldado a ansia de voltar& guerra. b) em todos (0s populares a vontade de Gangar ao seu ritmo, c) em tados os presentes 0 medo e o desejo de fugir. 14. A longa intervengao de Vicente uz. 2) 0 Seu conformisma coma situagio de miséria em que vive. b) um perfeito conhecimento da realidade sécio-polticareinante ¢) 0 dio que sente pelo general Gomes Freire. 16. Aos dois policias compete.. a) a tarefa de detectar os problemas socials, b) pugnar pela lordem publica, evtando os ajuntamentos.c informar a populagdo sobre as ajudas que pode obter. 18. Os trés governadores preocupam- se... 2) com a pobreza e o malestar dos populares. b) com a opiniso que tém deles.c) com a preservag3o dos seus cargos. 20, Matilde € Sousa Falco so as personagens que... a) demonstram maior integridade e sensibilidade. b) lutam pela defesa dos seus ideais.c) lamentam nennum dos seus actos. Disciplina: Portugués Pagina 11 hitpssfdocplayer.com br/21305683-Portugues~120-ano-elizmente-ha-iuaruis-sttau-monteto-e6as-08-09,html sar osi0si2029 17:49, PORTUGUES 12° ANO. Felizmente Hé Luar! Luis Stu Montero, esas 08/09 -P Download grits da situagio politica do pals e da impossibilidade de obter a salvagdo do homem que ama: 1.9 Defensor dos ideaisliberais, amigo de longa data do general, que receia as intimidacaes e, por isso, se considera covarde e culpado por n3o poder agir em favor do companheio: Militar que servis o exércita napolesnico, que fora um estrangelrada, mas que granjeou fama de justo © de amigo dos pobres: Representacao de Felzmente Ha Luar!, em 2004, pelo TEP (Teatro Experimental do Porto) 2. Atenta na pagina que antecede o inicio da obra de Sttau Monteiro Detém-te nas personagens © nas suas caracteristicas. Preenche © quadro de acordo com o solitade: Nome das personagens Expressdes texcuals Caracteri2ag20 negativa /irénica Caracteri2agdo positva 3. Expicaaleitura da ironla na caracterizagao de salgumas personagens. 4. Sugere uma explicagao para o facto de 0 "pano de fundo permanente” ser constituldo pelos populares. 5. Destaca 2 intencionalidade da descrigio de Gomes Freire D’Andrade. ESTRUTURA Estrutura externa Felizmente Hé Luar! & uma pega em dois actos, ssem qualquer dvis30 explicta em cenas, 0 que liberta o texto da rigidez formal caracteristica Elo teatro cléssico, do qual Luis de Sttau Monteiro se afasta. Esta organizagio dual interga tem igualmente a ver com a intengSo do autor: levar receptor a reflect e a adoptar uma atitude critica face ao exposto. Disciplina: Portugués Pagina 12 Estrutura Interna Entre os dois actos que constituem Felizmente Ha Luar! verfica-se um paralelismo na construcSo da acco: ambos 1 infcie com um mondlago de Manuel, No Acto | «© mais consciencioso dos populares» exprime o seu desagrado/ desSnimo perante a situacio miseravel do povo; no Acto Il, este desalento transforma-se em revolts face & incapacidade de lutar contra o poder absoluista Istituido e a extrema pobreza em que o pova Vive: nes actas |e I hé um crescendo dramético: no primeira, até & condenagio/prisio do general Gomes Freire de Andrade; no segundo, até 3 sua execucao. A accio dramstica da peca desenvolve.se em trés momentos fulcrals: ddescoberta de uma conspirasio contra 0 poder estabelecido; procura,incriminago infundada e condenagao desleal do hipotético chefe da conjura; execugdo do general Gomes Freire de Andrade. O texto € constituldo pela exposiglo, canfito e desenlace: Exposig - inicio do {cto | através do mondlogo de Manuel) apresentacio: do contexto histérico da acco: dominio dos ingleses, ap6s as Invasbes Francesas, © ‘exercicio de um governo autorkrla; do desalento do pova (nas falas/intervenées inicals dos varlos populares) face 3 sua extrema miséria a0 regime de repressio, Confto Actos | Il desenrolar dos acontecimentos com momentos de tenslo © expectativa: descoberta da conspiragio, prisio (Acto I) e tentativas de libertagéa do general (Acto I), que culminam com 0 ailogo entre Matilde e Principal Sousa (climax). Desenlace termo do Acto Il desfecho motivado pelos acontecimentos anteriores: consumacio da execug3o do general e as palavras finais de Matilde de incitamento e esperanca, A. Associa Bs falas das personagens as ideias que Ihes esto implictas, (Atencao! AS falas padem conter mais do que uma ideal) Vé-se a gente Ire dos Franceses e 23sl, caina mio dos Ingleses! E agora? Se acabamos com os Ingleses,ficamos na mao dos reis do Rossio.. Entre os tr 0 slabo que escolha... (Manuel, Acto 1) Olher bem! Limpem as olhos no claro daquela fogueira e abram as almas a0 que ela nos ensina! Até a noite fa eita para que a vsseis até ao fim... Felemente felamente ha luar! (Mstide, acto I) Opressso exercida sobre o povo Trama-se uma conjura destinada a atacar a propria estrutura da sociedade em que vivernos. Se no tomarmos as necessérlas precaugBes, dentro em breve teremos a desordem nas ruas e a anarqula nas almas! (D. Miguel Pereira Forjaz, Acto I) Cla de rebelido Nao Ihes nego, Exceléncias, que ndo sou um homem do meu tempo. Um mundo em que no se distinga, a olho nu, um prelado dum nobre, ou um nobre dum popular, no é mundo em que eu desele viver. N3o concebo a vida, Exceléncias, desde que o taberneiro da esquina possa discutir a opinido d el-rel, nem me seria possivel vier desde que a minha opin'do valesse tanto como a de qualquer arruaceiro (D, Miguel Pereira Forjaz, Acto I) Meco de perder priviégios 8. Completa os espagas em branco: A peca em actos Felzmente HS Luar, de Sttau Monteiro, publicada em 1961 e com a qual ganhou o Grande Prémio de Teatro da |Associago Portuguesa de Escritares, foi suprimida pela censura da Disciphina: Portugués Pagina 13, | representada pela primeira ver em 1969, er Paris, 6 chegaria a0s palcos portugueses em 1978, no Teatro Nacional, encenads pelo oréprio autor. Esta pega de estrela de Sttau Monteira tem camo censrlo o ambiente politico dos inicias do : em 1817, uma conspiracso, tencaberada pelo, que pretendia o regresso do Brasil do rei. Jodo VI e que se manifestava contréria & presenga, fol descoberta e reprimida severidade: os conspiradores, acusados de tralgdo & patria, foram quelimados publicamente e Lisboa foi convidada a assist. 10, esta peca marca também posicso, pelo contetdo fortemente ideoldgico, como dendncia da que se vivia na época em que fo escrita (1951), sob a. © recurso 2 distanciagdo e & descrigio das injustigas praticadas no inicio do século XKK em que decorre a acglo permitivsne, assim, colocar também em destaque as injustcas do seu tempo. Felizmente Ha Luar! é ur, dentro dos principios do teatro, que descreve a “trdgica apotease” do movimento liberal citacentista, em Portugal, e interpreta as condigaes da sociedade portuguesa do Inicio do século XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas, contra 0 poder absolutista € tirdnico dos governadores e do generalssimo. A figura central é 0 general Gomes Freire de Andrade «que esta sempre presente embora nunca apare;a» (incl) e que, mesimo ausente, condiciona a estrutura da peca e o comportamento de todas as outras personagens. A deserwolve-se & volta desta personagem e da sua execucdo: da priséo a fogueira, com descrigdes da perseguigso dos governadores do Reino, da revolta desesperada e impotente da sua e da resignag3o do povo que a "miséria, o medo e a ignardncia" dominam., amado por ns e odiado pelos que temem perder 0 pader, é acusado de chefe da revolta, de estrangeirado e grc-mestre da Maconaria, por ser um soldado brilhante e idolatrado pelo pave. Os governantes - - perseguem, prendem e mandam executar © General @ os restantes conspiradores através da morte na. Para eles, aquela execugdo, & noite, constitula uma forma de avisar, de dissuadir outros revoltosos; para, a mulher do General, e para mais pessoas era uma luz a seguir na luta pela liberdade. O general Gomes Freire e mais onze companheiros, acusados de conspirar contra Beresford e © no poder, tornaram-se, pela sua morte tragica, nos grandes precursores do portugués e permitiram denunciar a situag3o do povo que vvia na miséria e dependente das classes dominantes, Em Felizmente Hé Luar! percebe-se, facimence, que a histéria serve de pretexto para uma reflexae sobre os anos 60, do. Sttau Monteiro, também ele perseguido Dela PIDE, denuncia assim a situacao portuguesa, durante o regime de Salazar, interpretando as condigdes histéricas que anos mais tarde Contribuiriam para a, 2 25 de Abril de A agitagio © a conspiragdo de 1817, em vez de desaparecerem com medo dos opressores, permitiram o triunfo do Iiberalsmo em 1834, ap6s uma guerra chil, Também as revolts € oposi¢d0 ao regime nos anos 60, de que fo! ‘exemplo a candidatura do General Humberta Delgado (em 1958), 0 assalto ao "Santa Maria" e a Revolta de Bea (1961), em ver de serem uma cedéncia perante a ameaca e a mordaca, fortaleceram a resisténcia que levou 3 imolantac3o da. CARACTERISTICAS DA OBRA personagens psicologicamente densas e vivas; comentarios irdnicos e mordazes; denincia da hipocrisia da sociedade; defesa intransigente da justga social teatro épico: oferece-nos uma andlse critica da sociedade, procurando mostrar a realidade em vez de a representa, para levar 0 espectador a reagircriticamente e a tomar uma posicSo; intemporalidade da peca remete-nos para a luta do ser humano contra 8 tirania, a opressdo, a tragho, a injustica € todas as formas de perseguigSo; preocupagdo com 0 homem e © seu destino; luta contra a miséria ea alienacio; dentincia @ auséncia de moral: Disciplina: Portugués Pagina 14 hitpssidocplayer.com br/21305683-Portugues-120-ano-eizmente-ha-iuaruis-sttau-monteto-esas-08-09,html Ter osi0si2029 17:49, PORTUGUES 12° ANO. Felizmente Hé Luar! Luis Stu Montero, esas 08/09 -P Download grits 2) tempo histérco: século XK. TEMPO CONTEXTO HISTORICO: Revolugio Francesa de 1789 e invasBes napoleénicas levam Portugal 3 indecisao entre os aliados e 0s franceses. Para evitar 3 rendigSo, D. Jo30 VI foge para o Brasil. Depois da 1° invasdo, a corte pede a Inglaterra, um oficial para reorganizar o exército: GENERAL BERESFORD. b) tempo da escrita: 1961, época dos conflitos entre a oposiglo eo regime salazarista. c) tempo da representag30: 1h30m/2h. d) tempo da acgdo dramatica: Segundo alguns estudiosos, os acontecimentos aque ocorreram, de facto, entre 23 e 25 de Maio de 7817 aparecem, na pesa, aludidos num periodo temporal que compreende dots dias, O vvocabulo" hoje” (no segundo acto) concentra cinco meses. Ao nivel metaférico, 0 perfodo anterior ao Liberalismo (aquele em que decorre a ‘acgdo da pesa) espelna a ditadura que dominava a sociedade portuguesa, no século XX (anos 60). Existem referéncias a momentos em que se mencionam acontecimentos que no tém lugar em paleo. Sintetizemo-las:Primelro acto Crticas de Manuel “Que posso eu fazer? Sim: {que posso eu fazer? Ve-se a gente livre dos Franceses, e 74s\, cai nas m30s dos Ingleses!E agora? Se acabamos com os Ingleses,ficamos na mio dos reis do Rossio Entre os trés o diabo que escolha Deus tode-poderoso para a frente... Deus todo-poderoso para trds... Sua Majestade para a esquerda Sua Majestade para a direta E enquanto eles andam para trés e para a direita, nés no passamos do mesmo sitio!” Recordages do Antigo Soldado "Em Campo dourique -j Is vlo mais de dez anos -, quando eu era soldado ne regimento de Gomes Freire Aqui onde me véem J andel nas guerras " Referencias a momentos e stuacdes que motivam a grande preocupacao dos governantes (através de alusBes & situasdo do exército portugués apés as Invasbes Francesas, & Masonaria e 20 Jacobinismo). Segundo acto Informagdes: prenderam gente; prenderam o general Matilde apresenta um tempo anterior ao do momento da acgio, através da ‘evocacao de fragmentos da sua propria vida As referencias temporaissituam a acco do primeiro acto em aproximadamente dois dias: "Ha dois dias..." "HS dois dias que quase no durma (.)" Apesar de o tempo real correspander ao periodo de seis meses (Maio/Outubro), Sttau Monteiro reduz drasticamente a dimensao temporal 2 dois dias, Essa reducao liga-se, metonimicamente, ao longo pracesso de acusacio levantado contra Gomes Freire, que culminaré na sua morte, mas remete, também, para o periodo salazarista que atinge o apogeu do litarismo © da repressdo em 1961, com 0 inicio da guerra colonial. Atentemos nas referéncias temporals directamente relacionadas com a acco: Disciplina: Portugues Pagina 15 AA Rita dorme’ "Eram quase cinco horas" () Ainda hoje () “Hé do's dias (..)"€ importante salientar a presenca dos delcticos temporais, (cinco horas", "hoje", “dois dias"), bem como a flexdo do verbo "dormir", no modo indlcativo (no primeiro acto}, que enfatizam 2 concentrago temporal e que justiicam a opclo brechtiana do autor. No segundo acto, a accdo desenrola-se, historicamente, em cinco meses. A progressao do tempo real, na pe¢a, corresponde a espacos distintos, as akteracdes de luz, ¢ & marcada por momentos cujos indicadores so assumidos como o dia de "hoje" (da acsio), “esta noite’, "amanha" e "depois de amanha’: "Passaram toda a noite a arender gente por essa cidade " "Ver af a madrugada "Ah! Senhora, se 0 general estivesse esta noite aqui ()" "Amanh3, quando comecarem a agradecer a Deus a prisdo do general" "Depois de amanh3, senhora, estaremos arretecendo as almas 20 calor das fogueiras Estas referEncias unificam um tempo real em que assistimes ao desespero de Mati da 25 de Maio (a madrugada em que prenderam o general) eo dia 18 de Outubro de 1817 (0 dia da execugao de Gomes Freire). 0 tempo que decorre entre as varias decisGes € titudes de Matilde para salvar 0 marida néo é definido, As referéncias temporals que encontramos no segundo acto slo as seguintes: sta madrugada prenderam Gomes Freire * “Desde aquela noite que s6 penso em si. Estava Id na rua quando prenderam o general. Vio a sair de casa, ""S6 ao fim de seis dias Ihe abonaram ginheiro para comer" Finalmente, Frei Diogo "viera de confessar © general O discurso das personagens anuncia a rdpida passagem do tempo, que terminard com o final tragico do general Gomes Freire de Andrade. ESPACO O fespaco no se resume a0 lugar onde ofS) evento(s) se realiza(m), passuindo também uma dimensao social e psicoldgica importante & interpretagio textual. Espaco sco Consiste no espaco real - geogrfco, interior e exterior - onde os acontecimentos ocarrem (censrio) € no qual 05 jogos de luz/aclsticos s 3 decoracio assumem extrema importancia, No texto dramatico o espaso fisico €, normalmente, caracteriado pelas didascélias que antecedem cada acto e que fornecem informasées Imprescindiveis para a construgso de cenérios ambientes. No caso concreto de Felizmente Hé Luar!, as referéncias 30 espaco cénico so escassas, pelo que se torna praticamente impossivel descrever com exactidlo o espaco fisico onde se desenrola a acclo, Esta pobreza do cen intencional, pois salienta o caricter épico da peca, uma vez que o que surge em evidéncia é a mensagem veiculada e a atmosfera trigica que a envalve, Note-s, ainda, que, & semelhanga de Brecht, também Luis de Sttau Monteiro se serve de técnicas de encenagio inovaderas, como a projeccio de imagens que permitem, entre outros aspectos, a localizagdo espacal da acgio. Os jogos de luz (Exemplo: Ao abrir o pano, a cena esté as escuras, encontrando-se uma Unica personagem intensamente lluminada, ao centro e a frente do palco, - Acto 1) e de som (Exemplo: Comeca a ouvirse, ao longe, 0 ruida de tambores. - Acta I} so igualmente postos em destaque, nomeadamente, para assinalar momentos de maior intensidade dramatica. Em Felzmente Ha Luarl, 0 espaco fisico ¢ inferdo a parti das falas das personagens - que situam a acq30 fem Lisboa - e da sua movimentagio em cena, No inicia de cada acto, percebe-se que os populares se encantram na rua, espaco este que retrata a miséria do povo explorada e oprimido, bem como estabelece a ponte com 0 espaco do Rossio, onde se encontram as personagens que representam 0 poder, No segundo acto fz-se, ainda, meno & casa de Gomes Freire de Andrade (primeiro espace onde surge Matlde) e 2 um «local sagrado» (onde a esposa do general e Principal Sousa ocasionalmente se encontrar). Note-se que, esta indeterminagdo espacial permite uma adaptacdo dos factos ocorridos @ qualquer espago, 0 que reenvis para a intenco do autor de relacionar a. acgo passada com a actualidade sua contempordnea. Espaco aludido Tratase de um espaco referido nas falas das personagens, mas que nao é representado, ou seja, apenas he € fekta alusio. Ao longo de Feiamente Hé Luar! sio exemplos deste espaco: Disciplina: Partugués Pagina 16 hitpssidocplayer.com br/21305683-Portugues-120-ano-eizmente-ha-iuaruis-sttau-monteto-esas-08-09,html err osi0si2029 17:49, PORTUGUES 12° ANO. Felizmente Hé Luar! Luis Stu Montero, esas 08/09 -P Download grits nomeadamente, nos mondlogos inicials de Manuel: no pesadelo de Principal Sousa; na saudade de Beresford da sua “terra; no desejo de D. Miguel de viver num «Portugal préspera e feliz, com um povo simples, bor e confiante, que viva lavrando e defendendo a terra, com os lhos postos na Senhor»; mas, sobretudo, nas memérias evocadas por Matilde relativamente a um tempo passado feliz ao lado do marido, que ela recorda (e presentiica) com amor nostalgico de quem tem consciéncia de que Irremediavelmente 0 perdeu. O TITULO O titulo da peca aparece duas vezes ao longo da paca, ora inserido nas falas de um dos elementos do poder D. Miguel ora inseride na fala final de Matile. Em primeiro lugar € curioso e simbélico 0 facto de o titulo coincidir com as palavras finals da obra, o que desde logo Ine confere Cireularidade, 1) pagina 131 (Livro), 75 (POF) 0. Miguel (frase do tipo dectaratvo): salentando o efeita cissuasor das execugdes, querendo que o castigo de Gomes Freire se torne num exemplo 2) pigina 140 (Livro), 89 (PDF) Matide (Trase do tipo exclamativo): na altura da execugao s3o proferidas palavras de coragem e estimulo, para que o povo se revolte contra a tirania Num primeira momento, 0 tkulo representa as Lrevas e © abscurantisme; num segundo momento, representa a caminhada da sociedade em busca da liberdade. Como facilmente se constata a mesma frase é proferida por personagens pertencentes a mundos completamente opostos: D. Miguel, simbolo do poder, e Matilde, simbolo da resistencia e do antipader. Porém o sentido veiculado pelas mesmas palavras altera-se em virtude de uma afirmagio dar lugar 2 uma euférica exclamac3o. Para D. Miguel, o luar permitiia que as pessoas vissem mais faciimente o clarso da fogueira, isso faria com que elas ficassem atemorizadas e percebessem que aquele é o fim titimo de quem afronta o regime. A fogueira terla um efeito dissuasor. Para Matilde, estas palavras so fruto de um sofrimenta interiorizado reflectido, so a esperanca e 0 no conformisma nascidos apés a revolta, a luz que vence as trevas, a vida que triunfa da moree, A luz do lusrtliberdade) Disciplina: Portugues Pagina 17 vencerd a escuridio da noite opressio) e todos poderso contemplar, enfim, a injustica que esté a ser praticada etirar dela lagBes. Hé ue imperiosamente lutar no presente pelo futuro e dizer ndo a opressao e faa de liverdade, hé que seguir aluz redentora e thar um caminho novo. PERSONAGENS Se procedermos a uma leltura metédica da obra, constatamos a existancla de uma problematica social baseada em duas forgas de acg3o (a favor da mudanca e contra ela), envolvidas num determinado espaco e num determinado tempo, N3o podemas alhear-nos do facto de Felizmente Hé Luar! Constitur, obvamente, a verdade de Lufs de Sttau Monteiro (que néo ¢ objecto da nossa analise), que 2 faz chegar até ao leitor espectador através das personagens e das suas acgoes, transformando-se ao longo da histéria. fem sinais, em simbolos. A andlse dessas personagens, que apresentamos a seguir, parte de uma hierarquia social, assente em tr&s grandes grupos sociais: 1. Os governadores do reino Representam o poder politico e a fragmentacao nele existente: Principal Sousa oder da Igreja, Beresford o poder dos ofiiais ingleses © O, Miguel 0 poder da nobreza, D, Miguel Forjaz revela umn cardcter prepotente © corrupto, representante da classe da nobreza, sujeita as imposigbes estrangeiras pelo facto de D. joo VI estar ausente do reino. Orgulhoso da sua origem nobre, despreza o povo, demonstrando assim um cardcter antipopular. & um homem de carécter cakculsta, prepotente, 0 protétipe do tirano que se opée ao progresso por razées meramente pessoais. Defensor do absolutism, sente-se ameacado peas idelas de liberdade. E um homem de gabinete, que exerce 0 poder com prepoténcia, sentindo.se ameagado pela Figura de Gomes Freire, seu primo, pois reconhece nele qualidades que no passul. Principal Sousa é umn representante da igreja que defende um Deus feito a imagem fe semelhanca dos homens. Pretende manter 0 povo na ignordncia para poder exercer 2 sua tranla. Preocupam-no também as idelas revohiciondrias, oriundas de Franga, uma vez que a sua divulgagdo poria em causa 0 poder eclesidstio, € cimplce e comprometida com o poder, aspecto evidenciado no seu didlogo com Beresford. Revela ser hipécrita efalso, quando demonstra uma preocupagdo nio sincera fem relagdo a condenacio de um inocente, Nota: Matilde, ao desmascaré-o, acaba por caracterizar toda a Igreja e os seus falsos principios. Beresford representa o dominio do exército inglés em Portugal. Revela preacupagao ern denunciar e castigar os traidares. € autoritério € detentar de grande poder. € irénico, pelo tom jocoso quando se refere a Portugal, pals em relac3o a0 qual assume uma posigl0 de superioridade. Quando fala com Matilde revela:se um homem trocista e insensivel, Adopta uma atitude de antipatiarelativamente a0 catolicismo caduco e ao incompetente exercicio do poder. Pretende acabar com a possivel conspiragao de Gomes Freire de Andrade, n3o por razbes nacionais ou militares mas sim pessoais, nomeadamente a manutengao do seu posto e da sua renda anual. Nota: Beresford presenta ao longo da acglo um tom sarcistico e autoritério, manifestando um certo desprezo pelos seus companheiros governantes. 2 Os delatores Representam os denunciantes que vender informacées ao Pader em troca de dinheiro. Homens sem escripulos, de personalidades mesquinhas, que nio respeltam os seus préprios cédigos morals. Morals Sarmento, um capitio do exército, atormenta-se com 0 facto de 0 poderem rotular de traidor. Andrade Corvo, um oficial, pensa apenas no dinhelro que ira receber, ndo se preocupando com aquilo que dele poderdo dizer. Vicente surge enquadrado no grupo dos delatores, uma ver que se trata de uma personagem que numa primeira fase pertence a um grupo (povo) e posteriormente passa para outro (delatores). Trata-se, portanto, de Uma personagem modelada, que revela evoluso.Inicialmente, vive as mesmas diiculdades, a mesma miséria e o mesmo terror dos seus companheiros de classe, mas, gragas 4 sua asta, ganha a conflanga dos governadores. Renega as suas origens, mostrando-se frustrado por ser um elemento da trapeira (quando fala com 0 Primeira policia). Tem consciéncia das injustigas socials, mas a ganéncia em subir mais alto, mesmo sem olhar a meios, & mais forte. Apresenta um tom de voz irénico, fingindo interesse e pledade pelos seus irmaos, quando toma consciéncia do perigo das suas palavras a0 renegar a cambada a que pertence, Mostra-se falso nas palavras, nas atitudes e nos gestos que lencena e estuda como se fosse umm membro da nobreza, 3 qual desejava ter pertencido. Pretende a promocdo socal, facto que vai fazer dele um delator, mesmo que para isso tenha de trar a confianga do povo. Francamente ambicioso, mostrase altvo e Discipina: Portugués Pagina 18 hitpssidocplayer.com br/21305683-Portugues-120-ano-eizmente-ha-iuaruis-sttau-monteto-esas-08-09,html eer osi0si2029 17:49, PORTUGUES 12° ANO. Felizmente Hé Luar! Luis Stu Montero, esas 08/09 -P Download grits acompanhando-a no seu sofrimento. Mostra-se soidério com Matilde, nomeadamente quando esta decide ir falar com os governadores. Nutre uma grande agmiracso pelo general e pelos principios que defende. A morte leva-o a reflectr sobre si préprio, pois a sua faka de coragem e a sua cobardia distinguem-no do amigo. Frel Diogo: homem sério; representante do lero; honesto é o contraposto do Principal Sousa, General Gomes Freire de Andrade é a personagem central da peca, embora ausente fisicamente. Q que sabernos sobre ele através das outras personagens, que nos seus didlagos, ciscuter a figura do general, Assim, para os populares ele é um hersi de grande coragem e justia. Para Matilde ¢ Sousa Falcdo € um amigo, honesto, destemido, corajoso; aquele que luta pelos seus ideals, enfrentando © poder instituldo. Para os governadores é uma ameaca 30 poder absolutsta, pelas suas idelas liberais, e até mesmo pela firmeza de cardcter, que estes no possuer. Constitul, em suma, um alvo a abater. £ amado pelo grupo de personagens que aspiram 3 Iiterdade, 3 aboligdo do regime absolutsta instituido, e odlado por aquelas que véem a sua presenca como uma ameaca aos privilégios até ent3o ‘btidos, Linguagem LINGUAGEM E ESTILO natural, viva € maledvel, utlzada coma marca caracterzadera e indwvidualizadora de algumas das personagens uso de frases em latim com conotagSo irénica, por aparecerem no momento da condenagao e da execugio frases incompletas por hesitagso ou interrupcae marcas caracteristicas do ciscurso oral recurso frequente a ironia e sarcasmo Recursos estlisticos: enorme variedade (tomar especial atengdo a Ironia) FungBes da linguagem: apelativa (Trase Imperativa); informativa (frase declaratival; emotiva {frase exclamativa, reticéncias, anacoluto (frases interrompidas)|; metalinguistica Marcas da linguagem e estilo: provérbios, expressdes populares, frases sentenciosas TEXTO PRINCIPAL: As falas das personagens Disciplina: Portugues Pagina 19 TEXTO SECUNDARIO: as didascillas/indicagbes cénicas (tém um papel crucial na pega) Paralelismo passado/condigBes histéricas dos ‘anos 60: deniincia da violéncia Felizmente Ha Luar! tem como cenério © ambiente politico dos inicios do século XIX: em 1817, uma Conspiragao, encabecada por Gomes Freire de Andrade, que pretendia o regresso do Brasil do rel D. Jodo Vie que se manifestava contraria ’ presenga inglesa, foi descoberta © reprimida com muita severidade: os conspiradores, acusados de traiglo & patria, foram queimados publicamente e Uisboa fol convidada a assist. Lu's de Sttau Montero marca uma posigSo, pelo conteddo fortemente ideolégico, € ‘denuncia @ opressdo vivida na época em que escreve a obra, em 1961, precisamente sob a ditadura de Salazar. O recurso a distanciag3o histérlea ea descrigso das injusticas praticadas no século XIK em que decorre a acco permitiusthe, assim, colocar também em destaque as injustigas do seu tempo e a necessidade de lutar pela Iiberdade. Em Felizmente Ha Luat! percebe-se, faclmente, que a Historia serve de pretexto para uma reflexdo sobre os anos 69, do século XX. Sttau Monteiro, também ele perseguido pela PIDE, denuncia assim a situagso portuguesa, durante o regime de Salazar, iterpretando as condigBes histéricas que mais tarde contribulram para a Revolucdo dos Cravos, fem 25 de Abril de Tal como a conspiragao de 1817, em vez de desaparecer com medo das opressores permitiu 0 triunfo do liberalsmo, snivém a oposicso a0 regime vigente nos anos 60, em vez de ceder perante a ameaca e a mordaga,resisiu e levou 3 implantag3o da cdemocracia, Paralelismo passado/condicées hist6ricas dos anos 60 Tempo da Histéria Tempo da escrta (século XIK 1817) (século XX 1961) aptagio social que levou 3 revola; Iberal de 1820 conspiragées internas: revolta contra a presenga da Corte no Brasil e influéncia do ‘exércto britanico;agitagao social dos anos 60 conspiragdes internas; principal irrupgao da guerra colonial; regime ditatorial de Salazar, maior desigualdade entre abastados e pobres, regime absolutista etirnico; lasses exploradas, com reforco da seu poder; classes socia's fortemente hierarquizadas; ovo reprimido e explorado; classes dominantes com medo de perder privilégios: miséria, medo e analfabetismo; povo oprimida e resignado; obscurantismo, mas crenga nas mudancas; a miséria, o medo e a ignoréneia ; uta contra © regime totalitiria e ditatoral; ebscurantisme, mas fellamente ha luar ; uta contra a opressio do regime absolutista; Manuel, o mas consciente des populares, denuncia a opressio e @ miséra; perseguicBes dos agentes de Beresford: as dentincias de Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento que, hipécritas e sem escripulos, denunciam; censura; severa repressio dos conspiradores; agtagio social e politica com miltares antfascstas a protestarem; Perseguig6es da PIDE; denuinc’as dos chamados bufes, que surgem na sombra e se dlisfargam, para colher informagBes e denunciar; censura 3 imprensa; prisdo e duras medidas de repressdo e de tortura; candenag3o em processos sem provas. processos sumirios e pena de morte, execugao do General Gores Freire. Els um quadro exemplificativo das duas pocas, tendo em conta as duas classes que se apresentam dicotomicamente: o povo e a classe governante. Tentativa de implantagso do regime liberal em Portugal primero quartel do sécula XIX O Povo A ditadura salazarista década de 60 (século XX) As figuras populares vivern em péssimas condigdes ( dormem estendicas no chao ; uma velha, sentada num caixote, cata piothos a uma rapariga nova ; Manuel anda andrajosamente vestido }. Manuel, simbolo da consciéncia popular, tenta particlaar numa conspiragdo destinada a romper com 0 regime vigente. Idéntica situagdo se veifica no pals. Durante a ditadura salazarista houve também exemplos de antifascistas que sempre desejaram allibverdade, apesar da forte repressio. Denunciantes hipécritas e sem escripulos que tentam impedir a unio popular em torno do general Gomes Freire de Andrade (Vicente, Andrade Corvo © Morais Sarmento}. Dentro das camadas populares também havis individuos que compactuavam com 0 regime opressor, denunclando elementos da mesma classe, a fim de obterem determinados Deneficios. Discilina: Portugués Pagina 20, @exbir mais Frei Luis de Sousa. 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Luis Sttau Montero, esas 08/09 - PDF Download grits Leia mais /20985388.Corm-base-no-vro-adotado-para-2011-2012-nove-hgp-6o-anc-da-editora-texto.hl) Legislacaio Pesaueira e Ambiental. Prof: Thiago Pereira Alves (/22768541-Legislacao-pesqueira-e- ambiental-prof-thiago-pereira-alves html) Técnico em Aquicultura Legislagio Pesqueira e Ambiental Prof: Thiago Pereira Alves IFSC Instituto Federal de Santa Catarina Direito ESTADO NATURAL ESTADO DE DIREITO © Homem necessita se relaconar com Leiammais (22758541 Legslacso-pesquers-e-ambientabprotshiago-pereira-aves htm) COLEGIO XIX DE MARCO exceléncia em educago (/22486062-Colegio-xix-de-marco-excelencia-em- educacao.html) COLEGIO XK DE MARGO exceléncia em educagSo 1° PROVA PARCIAL DE GEOGRAFIA Aluno(a): N° Ano: 8° Turma: Dats: 26/03/2011 Nota: Professor: Edvaldo Valar da Prova: 50 pontos Assinatura do responsével: Orientagbes tia Usomals (2248062 olepohdemarcenclencemediaco Nn DD. PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (/21370523-Dd-presidente-do-tribunabsuperior- eleitoral html) EXCELENTISSIMO SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI DD. PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELETORAL Apuracio de Fleigdo 157804 0 PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA PSDB, por seus representantes, infra-assinados, Leiamais (21370523.04:presidente-do-ribunalsuperior-eetoral htm) AS NOVAS REGRAS DO EXERCICIO DA ACTIMIDADE SINDICAL (/21772373-As-novas-regras-do-exercicio-da- actividade-sindical.htm)) ACTVIDADE SINDICAL. 1 AS NOVAS REGRAS DO EXERCICIO DA ACTIVIDADE SINDICAL A Lei n* 59/2008, de 11 de Setembro, — com entrada em vigar em 1 de Janeiro de 2003, aprovou o Regime do Contrato de Trabalho em Leis mais 121172373.As:novas-regras-do-exerciiosda-actvidade-sindlca him) Revolucao Francesa. Allons enfants de la Patrie Le jour de gloire est arrivé! 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