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Legislação Ambiental

Código Florestal
Lei Federal nº 12.651/2012 – Código Florestal

Restabelece limites de uso das áreas de imóveis rurais e da área de conservação ambiental.
Estabelece regras de uso, preservação e conservação das florestas e outras formas de vegetação utilizando
duas figuras básicas: Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal.

Art. 1º-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação
Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o
controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê
instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.

Conceitos importantes:

→ Amazônia Legal: Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá, Mato Grosso e as regiões
situadas ao norte do paralelo 13ºS, dos estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano
44ºW, do estado do Maranhão.

→ APP: área protegida, coberta ou não de vegetação nativa, com função de preservar recursos
hídricos, paisagem, estabilidade geológica e biodiversidade, facilitar fluxo gênico, proteger solo e
assegurar o bem-estar dos homens.
→ Reserva Legal: área que está em uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso
$ de modo sustentável de recursos naturais, auxiliar a conservação e reabilitação dos processos
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade e ser abrigo e proteção de fauna silvestre e
flora nativa.

→ Área Rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação preexistente a 22 de julho de 2008,
com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris (no caso de agro é admitida a adoção
do regime de pousio: técnica utilizada para preservar a terra que mantém uma área sem cultivo por
certo período para restabelecer os nutrientes perdidos com o plantio anterior. É um período em
que a terra “descansa” do cultivo, isto é, uma área é mantida sem lavoura alguma por um espaço
de tempo). É permitido a continuidade dessas atividades.

→ Uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras
coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de
energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação
humana.

→ Utilidade pública: atividades de segurança nacional e proteção sanitária, as obras de


infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema
viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos
Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão,
instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou
internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila,
saibro e cascalho. Atividades e obras de defesa civil. Atividades que comprovadamente
ofereçam melhorias na proteção das funções ambientais.

→ Interesse social: atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa


(prevenção e controle de fogo, controle de erosão, erradicar espécies invasoras). Atividade
agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural por povos e
comunidades tradicionais (desde que não descaracterize a cobertura vegetal). Infraestrutura
pública (esporte, lazer, educação) em áreas urbanas consolidadas. Pesquisa e extração de areia,
argila, saibro e cascalho.

→ Nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso
d’água.

→ Olho d’água: afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente.

→ Leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano.

DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP)


São áreas de preservação permanente

→ Faixas marginais de cursos d’água, perenes ou intermitentes, excluídos os efêmeros. Largura:

→ Áreas no entorno de reservatórios artificiais (barramento ou represamento), na faixa definida na


licença ambiental, lagoas ou lagos.

→ Nascentes, olhos d’água perenes.


→ Encostas ou partes com declividade superior a 45º. Em áreas de maior declive: 100%.

→ Restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues.

→ Manguezais em toda sua extensão.


→ Bordas de tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo. Faixa: nunca inferior a 100 m
em projeção horizontal.

→ Topos de morros, montanhas e serras, com altura mínima de 100 m e inclinação média maior que
25º. As áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da
altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano
horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos
ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação.

→ Áreas de altitude superior a 1800 m.

→ Veredas, largura mínima de 50 m

→ Não será exigido APP em: entorno de reservatórios artificias de água que não decorram de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais.

§ 4o Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, fica
dispensada a reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada nova supressão de
áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do Sistema Nacional do Meio
Ambiente - Sisnama.
É admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, de que trata o inciso V do art. 3 odesta Lei,
o plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no
período de vazante dos rios ou lagos, desde que não implique supressão de novas áreas de vegetação
nativa, seja conservada a qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre.

MÓDULO FISCAL

Corresponde à área mínima necessária a uma propriedade rural para que sua exploração seja
economicamente viável. A depender do município, um módulo fiscal varia de 5 a 110 hectares. Onde ver:
site Incra (tabela módulo fiscal).

→ APP em Área consolidada nas faixas marginais de cursos d’água (muda de acordo com os módulos
fiscais)

Tamanho da Largura da APP Somadas as APP’s e a


propriedade em APP de menos de 10 m APP de rios de mais de exigência de
módulos fiscais 10m recuperação não deve
ultrapassar
0-1 5m 5m 10%
1-2 8m 8m 10%
2-4 15 m 15 m 20 %
4-10 20 m Metade da largura do Sem limites
curso d’água, min 30 e
max 100m
+10 Metade da Largura do Sem limites
rio

→ APP consolidada entorno de nascentes e dos olhos d’água perenes (também muda)

→ APP consolidada no entorno de lagos e lagoas naturais.

→ APP consolidada nas encostas, topos de morros, montes, montanhas e serras

É permitido atividades florestais, lenhosas, perenes e infraestrutura de atividades agrossilvopastoris


em: declividade superior a 45º, topos de morros com inclinação maior de 25º, altitudes superiores a
1800m.

RESERVA LEGAL

Área no interior de uma propriedade rural coberta com vegetação nativa ou nativa e
exótica; Tamanho: depende do estado.
No Paraná é 20%, com exceção das áreas consolidadas de propriedades menores que
4 módulos fiscais;
As atividades em RL desmatada após 22 de julho de 2008 devem ser suspensas,
iniciando recomposição até 25/05/2014.
→ Localização da Reserva Legal Art. 14

I - O plano de bacia hidrográfica;

II - o zoneamento ecológico-econômico;

III - A formação de corredores ecológicos com

outra Reserva Legal, APP, UC, (...);

IV - Áreas de maior importância para

conservação da biodiversidade;

V - Áreas de maior fragilidade ambiental.

§1° Com o registro no CAR, proprietário não

está sujeito a qualquer sanção.

→ Exceções de Reserva Legal (Lei 12.651/2012)

§ 6º Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto não estão sujeitos à


constituição de Reserva Legal.

§ 7º Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de
concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais
funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de
transmissão e de distribuição de energia elétrica.

§ 8º Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de
implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.

→ COTA DE RESERVA AMBIENTAL – ART. 13, § 1º, 44-B: Área excedente para fins de constituição de
servidão ambiental.

→ SERVIDÃO AMBIENTAL - ART. 44-A: Renúncia voluntária por parte do proprietário rural do direito
sobre área excedente a 20% da RL para outro proprietário. Deve ser averbada na matrícula dos
imóveis.
→ RESERVA LEGAL MAIOR QUE 4 MF: SOMA APP+RL=20% - ART. 15.

→ Art. 8°. A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente


somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto
ambiental previstas nesta Lei.

→ CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR) Arts. 4°, §6°, iv; 15, III; 18; 26; 29; O Cadastro Ambiental
Rural (CAR) é um registro eletrônico de abrangência nacional para todos os imóveis rurais. É
indispensável para adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). O registro da RL no CAR
desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis. Para inscrição, é necessário:
identificação do proprietário ou possuidor do imóvel; comprovação da propriedade ou posse;
planta georreferenciada e memorial descritivo do imóvel. Será gratuito, devendo o poder público
prestar apoio técnico e jurídico ao agricultor familiar.

→ Programa de regularização Ambiental

Permite ao proprietário rural regularizar a APP e RL consolidada; Proprietários que tiverem multas
aplicadas antes de 22 de julho de 2008 por utilizar a APP e RL, inscritos no CAR e com adesão ao PRA,
assinando um Termo de Compromisso, não poderão ser autuados.

→ Crédito Agrícola:

Art. 78-A. Após 5 (cinco) anos da data da publicação desta Lei, as instituições financeiras só
concederão crédito agrícola, em qualquer de suas modalidades, para proprietários de imóveis rurais que
estejam inscritos no CAR. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).

→ Para agricultura familiar: Identificação do proprietário ou possuidor do imóvel; Comprovação da


propriedade ou posse; Croqui com perímetro do imóvel, indicação das APPs e RL, quando houver;
Após cinco anos da data de publicação do Novo Código, as instituições financeiras só concederão
crédito agrícola para proprietários de imóveis rurais inscritos no CAR.

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