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THE JESTER

Éden Sombrio

Todo sábado na cidade do Éden, uma misteriosa palhaça aparecia


para alegrar o povo com suas piadas e mágicas. Ela se chamava Jester, e
tinha um visual gótico, com roupas pretas e olhos que pareciam chorar tinta.
Ninguém sabia de onde ela vinha, nem como ela entrava na cidade sem ser
vista pelos guardas do porto. Mas todos adoravam vê-la se apresentar nas
ruas, desde as crianças até os padres da igreja.

- Posso brincar com você, moça? - Perguntou um menino, encantado


com os truques de Jester.

- Claro que pode! Vamos fazer uma brincadeira divertida e reunir


todos os seus amiguinhos! Do que você gosta? - Perguntou Jester, com um
sorriso largo.

-Eu adoro brincar de esconde-esconde, eu sou o melhor nisso! -


Exclamou o menino, orgulhoso.

-Ótimo! Vamos nos encontrar no estábulo, eu só preciso retocar a


maquiagem - disse Jester, piscando um olho.

Então Jester foi até uma cabana abandonada na floresta e fez um


ritual retirando seus olhos, coração e colocando em um pentagrama,
criando um clone idêntico a ela. O clone foi para a cidade, enquanto a
verdadeira Jester ficou na floresta, à espera.
Quando o clone chegou ao estábulo, encontrou as crianças ansiosas
para brincar de esconde-esconde. Mas antes, ela quis mostrar um truque
especial para elas. Diante dos olhos assustados das crianças, o clone tirou
três cartas de ás de espadas da boca, e depois cuspiu uma faca que parecia
muito real, mas era de plástico.
- Agora sim, vamos brincar de esconde-esconde! Mas só vale na
floresta, hein? - Disse o clone, com uma voz estranha.

- Mas a floresta é perigosa, tem lobos e bandidos! - Protestou uma


menina, com medo.

- Não se preocupe, eu vou proteger vocês! Além disso, é mais


divertido assim! Vamos, corram! - Disse o clone, empurrando as crianças
para fora do estábulo.

As crianças correram para a floresta, sem saber que estavam indo


para uma armadilha. O clone foi atrás delas, e logo as encontrou, usando o
seu sentido sobrenatural. Ele as capturou uma a uma, e as levou para o meio
da floresta, onde tardiamente pediu a companhia de um guarda para
escolta-los. E os deu mais uma chance de se esconderem. Só que desta vez o
clone iria contar de zero até 100. Então as crianças correram para floresta
assim que a contagem começou.
As crianças decidiram tentar apostar tudo em se esconderem sozinhas
em uma cabana da floresta quando de repente ouvem uma voz idêntica à de
Jester

- Olá, crianças! - Disse a verdadeira Jester com sede de sangue.

- Já nos encontrou tão rápido assim? - Perguntou um menino.

- Eu vou fazer uma brincadeira muito divertida! Vocês vão adorar! -


Disse Jester, com ironia, ignorando totalmente a fala do menino.

- Que brincadeira? - Perguntou outro menino, tremendo.

- Uma brincadeira de cortar, rasgar, queimar, furar, arrancar,


esmagar, estraçalhar… - disse Jester, enumerando as torturas que ela ia
infligir nas crianças, enquanto mostrava os seus instrumentos de dor.

- Socorro! Alguém nos ajude! - Gritaram as crianças, em desespero.

Então a Jester arranca o coração de uma das crianças e amarra as


demais em uma velocidade inigualável. Com o coração em mãos ela refaz o
ritual criando outro clone seu na aparência de um guarda real que começou
a devorar as crianças.

Os gritos das crianças ecoaram pela floresta, mas ninguém as ouviu.


Ninguém, exceto o clone de Jester, que estava por perto, acompanhado pelo
guarda da igreja.
O Clone e o guarda foram mais a dentro da floresta para achar a
origem dos gritos e encontram um outro guarda real que estava
completamente fora de si exclamando frases como “Eu amo isso, eu nasci
para isso, este sou quem realmente sou” enquanto se aproximava de
ambos, cheio de sangue.
Quando rapidamente o guarda real aliado ao clone de Jester saca sua
espada, mas não sendo páreo para velocidade sobre-humana do guarda
descontrolado ele é atacado, fazendo com que o clone saque a adaga do
bolso do guarda e decapite o seu oponente salvando o seu aliado. Fraco
pelo impacto da velocidade do ataque, ambos decidem voltar para a cidade
com medo de adentrar na floresta. Chegando a cidade o clone grita para
guardas, mas próximos:

- Fomos atacados por guardas da igreja, eles mataram as crianças na


floresta, por favor, nos ajude! - Mentiu o clone, fingindo pânico.

- O quê? Isso é um absurdo! Chamem todos os guardas, vamos


investigar isso! - Disse o guarda, indignado.

Uma hora depois, os guardas voltaram da floresta, e não encontraram


nada. Nenhum sinal de luta, nenhum corpo, nenhuma prova. Apenas a
floresta silenciosa. Os guardas acusaram Jester de ter inventado tudo, mas o
guarda que estava com ela jurou veracidade nas palavras de Jester.

- Eu vi com os meus próprios olhos, eles estavam mortos, eu juro! -


Disse o guarda, confuso.

- Você deve ter sido enganado por essa palhaça, ela é uma bruxa, uma
mentirosa, uma assassina! - Disse o guarda-chefe, furioso.

- Não, não, eu não fiz nada, eu só queria divertir as pessoas, eu juro! -


Disse o clone, chorando falsas lágrimas de tinta.
Os guardas levaram a duplicata para a prisão temporariamente, onde
ela seria interrogada e torturada com o intuito de estabelecer de que se as
mortes parassem de acontecer na floresta, o culpado seria ela. Então 2 dias
se passaram e crianças brincavam na floresta até a madrugada e sem haver
morte alguma, nenhum perigo aparente.
No Terceiro dia de prisão, um blackout na cidade inteira por 2
minutos pelo período das 23:56 da noite, todas as crianças que estavam na
floresta morreram em um piscar de olhos por um vulto impossível de
visualizar, as mortes foram rápidas e brutais. Todos os cadáveres estavam
sem sangue algum.
No dia seguinte, as famílias das vítimas arrasadas em um dia de luto
chuvoso com o clima pesado pairando sob o ar, caixões vazios, cadáveres
desfigurados.
O mistério continuava a assombrar sem saber o culpado, mas de uma
coisa todos na corte tinham absoluta certeza, Jester não era a culpada e o
soldado que lhe ajudou ofereceu a ela uma carta de recomendação para ela
entrar na igreja como pedido de desculpas pela falsa acusação de seus
colegas. Jester com um sorriso no rosto com uma expressão fofa diz:
- Está tudo bem, eu vou considerar entrar, contanto que me ensine
tudo o que você sabe, afinal, nunca saberemos quando vamos precisar
dessas habilidades e também esse assassino ainda está a solta... – Responde
a duplicata
- Certamente, te vejo nos campos de treinamento. A propósito, meu
nome é Saito, eu comando a linha de combate oficial da igreja.
- Prazer em conhecer você Saito... – Diz a duplicata olhando fixamente
para seus olhos sem expressão alguma.

Fim

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