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GEOGRAFIA HUMANA

Amanda Gonçalves Silva; 4ª ano Serviço Social

Resenha do texto: O processo de des-re-territorialização dos


moradores do Conjunto Residencial Geraldo Felippe no Município de
Paranavaí-PR: uma intervenção urbana a partir do programa Minha Casa
Minha Vida.

Este texto oferece um mergulho profundo na interseção entre estudos de


administração, produção do espaço urbano e o Programa Minha Casa Minha
Vida (PMCMV) no Brasil. Começa destacando a mudança de foco nos estudos
de administração no país, passando a questionar teorias tradicionais e explorar
a realidade brasileira, apoiando-se em autores como Alberto Guerreiro Ramos
e Maurício Tragtenberg.

A conexão entre o espaço urbano, as relações sociais e a segregação


socioespacial são debatidas, especialmente em relação ao impacto do PMCMV
na reconfiguração desses espaços. O programa é analisado, dividido em faixas
e sua influência na territorialização e (re)territorialização dos moradores é
examinada, focando no Conjunto Residencial Geraldo Felippe em Paranavaí,
Paraná.

O texto também explora as teorias sobre produção do espaço urbano e


agentes sociais. Autores como Corrêa e Lefebvre são referenciados para
explicar como o espaço é um produto social moldado por agentes diversos,
incluindo o Estado e grupos sociais excluídos. A discussão sobre território,
territorialidade e os processos de territorialização, desterritorialização e
reterritorialização é rica, enfatizando a polissemia do conceito de território e sua
relação com o poder e as relações sociais.

Por fim, o PMCMV é contextualizado historicamente, destacando suas


fases e metas, e sua importância na redução do déficit habitacional no Brasil,
enquanto se discute seu impacto na produção do espaço urbano.

A estrutura do texto é organizada, abrangente e ricamente embasada


em referências teóricas relevantes. No entanto, pode-se notar uma extensa
abordagem teórica que, embora seja informativa e esclarecedora, pode desviar
o foco do objetivo principal da análise do Conjunto Residencial Geraldo
Felippe. Uma sugestão seria equilibrar a extensão das seções teóricas com
mais espaço dedicado à análise empírica do estudo de caso proposto.

No geral, a análise abrange uma variedade de tópicos relevantes,


fornecendo uma base teórica sólida para entender a dinâmica do espaço
urbano brasileiro e a intervenção do PMCMV.
Essa pesquisa mergulha profundamente no processo de
(re)territorialização dos moradores do Conjunto Residencial Geraldo Felippe,
proporcionando uma análise detalhada das mudanças vivenciadas por essas
pessoas após a intervenção do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV).
O texto enfatiza a transição dos moradores de suas moradias anteriores,
destacando as dificuldades encontradas na adaptação ao novo espaço. Isso
inclui desde questões práticas, como a distância para acessar serviços
essenciais, até desafios financeiros decorrentes da mudança, como o aumento
dos custos com combustível.

A (re)territorialização é descrita como um processo complexo de


adaptação e reconstrução dos territórios pelos moradores. Eles se veem em
um novo espaço e enfrentam a necessidade de organizar suas vidas de
maneira diferente. A falta de infraestrutura adequada, a distância dos serviços
básicos e a ausência de áreas de lazer e cultura são pontos ressaltados como
consequências dessa mudança.

Há uma crítica direcionada ao poder público, que, embora tenha


realizado as obras, parece ter negligenciado aspectos importantes para o dia a
dia dos moradores. A falta de uma visão integradora é apontada como um fator
que contribui para a segregação socioespacial e limita a qualidade de vida
dessas comunidades.

A pesquisa destaca a importância de considerar não apenas estudos


funcionais, mas também o cotidiano e as dificuldades enfrentadas pelas
pessoas afetadas por intervenções urbanas como o PMCMV. Aponta-se a
necessidade de uma visão mais abrangente nas políticas habitacionais,
considerando os aspectos territoriais e as necessidades reais das
comunidades.

As conclusões do estudo sugerem a continuidade da pesquisa em outros


conjuntos habitacionais na mesma faixa do programa, visando a compreensão
mais ampla dos impactos das intervenções urbanas na vida das pessoas.
Também ressaltam a importância de entender os conflitos de interesses entre o
capital e o social nas políticas habitacionais.

Esta pesquisa oferece uma visão detalhada e crítica sobre os efeitos das
intervenções urbanas na vida das comunidades, abrindo caminho para novos
estudos e apontando a necessidade de considerar as implicações sociais e
territoriais dessas políticas habitacionais.
O estudo do Conjunto Residencial Geraldo Felippe proporcionou uma
visão mais profunda das implicações das intervenções urbanas,
especificamente do Programa Minha Casa Minha Vida (faixa 1), sobre a vida e
o cotidiano dos moradores de baixa renda em Paranavaí. Ao examinar o
movimento de territorialização, desterritorialização e reterritorialização após a
mudança para esse conjunto, ficou evidente como a localização periférica
restringe o acesso aos serviços básicos, promovendo uma segregação
socioespacial.

A pesquisa destaca como a política habitacional destinada às famílias de


renda mais baixa muitas vezes desconsidera aspectos cruciais, afetando
profundamente a vida dos moradores. Eles expressaram a ligação emocional
com suas antigas moradias, reforçando a importância dos laços simbólicos e
apontando a dificuldade enfrentada devido à distância, especialmente na
organização de suas vidas no novo território.

Essa análise avançou no campo dos Estudos Organizacionais,


destacando a maneira como as intervenções urbanas afetam diretamente a
vida dos moradores contemplados pelo programa habitacional. Reforça a
necessidade de uma visão mais integradora na formulação das políticas
habitacionais, considerando os aspectos territoriais para mitigar impactos
negativos na organização territorial da cidade e no dia a dia das pessoas.

Além disso, este estudo, focado no Conjunto Residencial Geraldo


Felippe, aponta para a necessidade de pesquisas mais abrangentes que
analisem os demais conjuntos habitacionais da faixa 1 em Paranavaí.
Investigar os processos de territorialização, desterritorialização e
reterritorialização nesses diferentes contextos periféricos e suas relações com
o acesso aos serviços básicos pode fornecer uma compreensão mais ampla
das implicações das políticas habitacionais.

Outra perspectiva interessante para futuras pesquisas seria explorar os


conflitos de interesses entre o capital e o social no âmbito das políticas
habitacionais, entendendo como as intervenções urbanas afetam não apenas o
espaço físico da cidade, mas também a vida e a dinâmica social dos
moradores. Essas investigações podem contribuir significativamente para o
desenvolvimento de políticas habitacionais mais abrangentes e inclusivas.

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