emprego: só felgueiras melhorou em janeiro

só em penafiel, há mais 134 desempregados PÁG. | 06

Quinzenário | Director Arménio Santos CP9243 | Ano V | Número 355 - quinta-feira, 24 de Fevereiro de 2011 | Assinaturas 20,00 euros

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:: pOLÍCIA

recluso de paços de ferreira

castigado com arma elétrica
vídeo da intimidação do GISP pode chegar ao parlamento

:: paços de ferreira PÁG. | 03

Acordo evita construção

de novo Aterro
Com o acordo celebrado entre a Junta de Freg-
uesia de Lustosa, a Associação de Municípios do
Vale do Sousa e as Câmaras de Paços de Ferreira
e Felgueiras foi possível evitar o pagamento ime-
diato, pelos Municípios, de uma indemnização de
mais de 2 Milhões de euros, pela utilização do
Aterro Sanitário de Lustosa, desde 2002. Fruto
deste acordo, a indemnização será paga em 6
anos e o custo de utilização reduzido.

:: entrevista PÁG. | 15

marta crawford fala

de sexo como respira
Lista de União da JSD de paredes desintegrou-se
“Diário Sexual e Conjugal de um Casal”, o mais
recente livro da sexóloga Marta Crawford, nasceu
de um desafio colocado a um grupo de pessoas
para que assumissem personas num blogue e aí eleições para a mesa do plenário foram impugnadas
construíssem um diário de experiências e dúvi-
das pessoais quanto à vivência sexual e conju-
gal.
 2 FÓRUM | 24 DE FEVEREIRO DE 2011

Cadeia de Paços de Ferreira

Recluso castigado pela polícia
com descargas elétricas
Um vídeo e uma carta anónimos denunciaram a violência de que foi alvo o recluso da cela 28 do Estabelecimento
Prisional de Paços de Ferreira. A situação ocorreu em Setembro de 2010 e resultou da recusa por parte do recluso de
limpar o seu espaço, que as imagens mostram completamente imundo e repleto de fezes.
arménio santos // Jornalista
acsantos.press@gmail.com
O Grupo de Intervenção de Segurança Pri-
sional, normalmente chamado a agir para
dispersar motins ou confrontos entre re-
clusos, terá sido convocado como último
recurso para obrigar a uma limpeza e a uma
mudança de atitude por parte do individuo,
que surge no vídeo, em cuecas, e sujo pelo
lixo e comida que se amontoavam na cela.
Durante quase 14 minutos, o recluso é ins-
tado a adoptar “o comportamento de um
ser humano” e alvo do disparo de uma
arma eléctrica. É colocado depois deitado
no chão imundo da sua cela e obrigado a
assegurar que vai mudar de postura.
No decurso da intimidação, os agentes do
GISP referem a importância da gravação
do momento. A “taser” fez o recluso gritar
com o impacto e ficar apático depois disso.
Entretanto, foi chamado um médico para
verificar o estado de saúde do recluso que,
após confirmar a sua lucidez, saiu para con-
tinuar a intervenção da força policial.
O mesmo vídeo, divulgado na edição de
ontem do jornal Público, foi enviado ao
director geral dos Serviços Prisionais, ao
Ministério Público e ao ministro da Justi-
ça. Fruto da denúncia, a actuação do GISP
deu origem à abertura de dois processos
de inquérito, a cargo da Direcção Geral de
Serviços Prisionais e da Inspecção Geral dos
Serviços de Justiça.
A DGSP também já reagiu, dizendo que “o
recluso conspurcava intencionalmente
com fezes, quer a cela de habitação, quer o
corpo e a própria roupa, a ponto de os res-
tantes reclusos alojados no sector estarem
a iniciar greve de fome e outros protestos
por não suportarem a situação que estava
a pôr em causa a sua saúde e a dos funcio-
nários”.
No mesmo comunicado, a entidade escla-
rece ainda que “o recluso em causa foi por
diversas vezes consultado por psiquiatra, a
última das quais em 1 de setembro de 2010,
não tendo tido nunca indicação para trata-
mento do foro psiquiátrico”.
De acordo com o DN, o protagonista desta
notícia, preso há onze anos, estaria em pro-
testo por não o deixarem trabalhar. Depois
desta agressão, entrou em greve de fome.
Este detido, ao que parece, adoptava um
comportamento violento, já tem cadastro
manchado inclusivamente noutros estabe-
lecimentos prisionais e a própria direcção
da cadeia de Paços de Ferreira terá recorri-
do ao GISP para resolver uma situação que
se vinha deteorando e que estaria perto de
gerar uma revolta interna por parte dos re-
clusos de celas vizinhas.
Para o sindicato dos guardas prisionais, o
recurso à arma “taser”, que não deixa ma-
zelas a menos que o atingido sofra de doen-
ças cardiológicas, é a forma menos violenta
de intervenção nestes casos, uma solução
que inclusivamente está prevista na lei. “O
historial do recluso em causa exigia o uso
da força”, avançou o presidente Jorge Al-
ves.
Segundo o mesmo, eram recorrentes os
episódios em que, fruto da falta de higiene,
quer os funcionários quer os enfermeiros e
médicos das prisões, sofriam intimidações
por parte do detido.
BE quer levar questão ao parlamento
O Bloco de Esquerda quer que o Alberto
Martins vá “já” ao Parlamento com os re-
sultados do inquérito que a Direcção-geral
dos Serviços Prisionais abriu sobre a acção
do Grupo de Intervenção de Segurança Pri-
sional num recluso.
“Pensamos que o inquérito é rápido e não
deve demorar mais do que 15 dias ou três
semanas, pelo menos o seu primeiro relató-
rio. Não se admite sequer outra circunstân-
cia e pensamos que o ministro deve cá vir já
com estes resultados”, disse a deputada do
BE Helena Pinto, citada pela Lusa.
A deputada esclareceu que o seu partido
não quer apenas que o ministro Alberto
Martins vá ao Parlamento dizer que está
a decorrer um inquérito e defendeu um
“debate aprofundado” sobre a matéria em
questão, sobretudo numa altura em que se
discute quais os limites nos métodos coer-
civos a utilizar nas prisões portuguesas.
FÓRUM | 24 DE FEVEREIRO 2011 NOTICIÁRIO 3

PAÇOS DE FERREIRA
Acordo com Felgueiras
evita construção de novo Aterro
Com o acordo celebrado entre a Junta de Freguesia de Lustosa, a Associação de Municípios do Vale do Sousa e as
Câmaras Municipais de Paços de Ferreira e Felgueiras foi possível evitar o pagamento imediato, pelos Municípios, de
uma indemnização de mais de 2 Milhões de euros, pela utilização do Aterro Sanitário de Lustosa, desde 2002. Fruto
deste acordo, a indemnização será paga em 6 anos e o custo de utilização do aterro, reduz-se para 1.250 euros/mês.
Para além disso, com este acordo Paços
de Ferreira não precisará, pelo menos nos
próximos 7 anos, de construir um aterro
no Concelho, o que implicaria gastar mais
de 3 Milhões de euros e adquirir uma área
de terreno de pelo menos 10 hectares, para
deposição de lixos, por um período de cerca
de 10 anos.
Já que o Aterro existe em Lustosa, e por
acordo com a Junta de Freguesia, optou-se
então, pela sua ampliação, aproveitando os
acessos e todas as infra-estruturas existen-
tes. Um novo aterro custaria cerca de 9 Mi-
lhões de euros e ampliar o existente cerca
de 500 mil euros.
A fim de se perceber todo o processo é pre-
ciso recuar a 1997, altura em que foi cele-
brado um acordo entre a Associação de
Municípios do Vale do Sousa e a Junta de
Freguesia de Lustosa (Lousada) para que os
lixos dos Municípios de Paços de Ferreira,
Lousada e Felgueiras fossem encaminha-
dos para o Aterro, situado em Lustosa. No
caso de Paços de Ferreira esta decisão foi
assumida pela Câmara Municipal e com o
acordo favorável das duas forças políticas,
PSD e PS.
Resultado deste acordo o Município de Pa-
ços de Ferreira pagaria à Junta de Fregue-
sia de Lustosa 1.500 contos (moeda à data)
durante os primeiros 5 anos de utilização
do aterro, e de 2.500 contos nos 5 anos se-
guintes.
Este pagamento vigorou entre 1999 e 2002,
altura em que as Câmaras Municipais de
Paços de Ferreira e Felgueiras decidiram
deixar de pagar, facto que levou a Junta de peito às prestações mensais acordadas por a proposta hoje submetida à reunião do tando o vultuoso investimento de cerca de
Lustosa a propor uma acção judicial no Tri- ambas as câmaras pela utilização do Aterro. Executivo “um bom acordo, uma vez que 3 Milhões de euros, por parte do Municí-
bunal Administrativo, cuja sentença se tor- A obrigação de pagar este valor por parte permite diluir no tempo o pagamento reco- pio de Paços de Ferreira, na construção do
nou definitiva recentemente. das Câmaras de Paços de Ferreira e Felguei- nhecido pela sentença do Tribunal, e, por novo aterro”.
A sentença condenou a Associação de Mu- ras decorre das relações internas para com outro lado, permite criar condições para a Este acordo obtido tem ainda a vantagem
nicípios do Vale do Sousa a pagar, de uma a Associação de Municípios. aquisição de terrenos para a ampliação do dos Municípios verem reduzido em 90% o
vez só, 2,3 Milhões de euros à Junta de Fre- O acordo obtido entre os Municípios e a actual aterro sanitário, aumentando a vida valor da mensalidade, pela utilização do
guesia de Lustosa, montante que dizia res- Junta de Freguesia de Lustosa é, segundo deste por um período de mais 7 anos, evi- aterro, que passa a ser de 1.250 euros.

PAÇOS DE FERREIRA
quiz musical animou capital do móvel
Foi entre muita diversão e provas de conhecimento que
decorreu no passado sábado, dia 19, na Biblioteca Municipal
Prof. Vieira Dinis, o 1º Quiz Musical, evento que tinha por
objetivo envolver a população num concurso de
conhecimentos gerais relativos à música, mas sobretudo aos
projetos musicais de Paços de Ferreira.
As seis equipas participantes realizaram que eu também Pinto” composta pelo Rui
quatro provas distintas, responderam a Miguel Abreu e Luís Carlos Silva.
perguntas sobre música, desenharam ins- O terceiro lugar foi entregue à equipa “Mú-
trumentos, cantaram muito e adivinharam sica A Cem” constituída por Pedro Pinho e
expressões musicais através de um jogo de Cristina Pinho. A Câmara Municipal faz, em
pistas. comunicado, um agradecimento especial
Em primeiro lugar ficou a equipa “Nizinho ao júri que desempenhou um papel funda-
e Companhia” constituída por Cátia Dalila mental no sucesso desta iniciativa: Cristina
da Costa e Flávio Dinis da Costa. O segun- Abreu, Felicidade Carneiro, Anésia Couti-
do lugar foi conquistado pela equipa “Pinta nho e Maria do Sameiro.
 4 OPINIÃO
PAZ INSUPORTÁVEL
Do Ministério da Educação, passando por bares, discotecas e outras coisas
que tais, meio mundo deve dinheiro aos polícias
POR: TITO Couto // Jornalista
Portugal está em coma. Só assim se expli-
ca que, a poucos dias da tomada de posse
do Presidente da República, ainda não te-
nhamos resultados oficiais homologados
das eleições. Isto por si só seria suficiente
para que o Ministro da Administração In-
terna, Rui Pereira, se demiti-se. Não acon-
teceu.
Este processo eleitoral não fica para a
história só por ter um apuramento de re-
sultados semelhante a qualquer país do
corno de África. Este é o ato eleitoral em
que ficamos a saber que o Cartão do Cida-
dão não serve para votar. Ok, isso já sabí-
amos. O que não sabíamos é que a adoção
do Cartão do Cidadão nos alterava o local
onde exercemos o direito de voto. Mais.
Não sabíamos que para além de procede-
rem a essa alteração, a não comunicavam
ao principal interessado, o eleitor.
Isto por si só era motivo para que o mi-
nistro da Administração Interna, Rui Pe-
reira. Não aconteceu. Pouco tempo antes
das eleições; Portugal organizou uma ci-
meira que reuniu alguns dos mais impor-
tantes chefes de Estado de todo o mundo.
Portugal, para o efeito, encomendou uns
quantos carros de combate para prevve-
nir atos de vandalismo ou ataques de gru-
pos extremistas. Passados oito dias sobre
a cimeira, chegaram os carros de comba-
te. Isto por si só seria suficiente para que
o Ministro da Administração Interna, Rui
Pereira, se demiti-se. Não aconteceu.
Agora sabemos que a PSP tem um blog
com a lista de entidades que devem di-
FÓRUM | 24 FEVEREIRO DE 2011
Segundo os bloquistas o ministro tem de um video-amador com um homem com
explicar. Provavelmente os guardas pri- uma criança ao colo a matar o pai da refe-
sionais deveriam refletir sobre os hábitos rida criança, é um país muito doente.
Vivemos dias culturais do habitat de onde é provenien-
te o recluso e assim agir em conformida-
Vivemos dias de profunda apatia e crise
de valores. Já não somos capazes de dis-
de profunda apatia de. cernir sobre o que é importante e digno
e crise de valores Se calhar dveriam criar um grupo de tra-
balho ou um comissão que estudasse a
de debate.
Quando a pornografia jornalística é con-
forma de intervir no espaço íntimo do sumida e aceite como algo salutar e nutri-
energúmeno. tivo, é porque este país não tem emenda.
Um país que acha que isto é uma histó- Eu sei que é um lugar comum muito gasto,
nheiro aos polícioas por trabalhos “gra- ria digna de um debate parlamentar, está mas estou farto de viver nesta república
tificados”. Do Ministério da Educação, muito mal de saúde. das bananas. Está nas nossas mãos impe-
passando por bares, discotecas e outras Aliás, um país em que o jornal e canal de dir que a república das bananas se trans-
coisas que tais, meio mundo deve dinhei- televisão com maior audiência divulgam forme numa república de bananas.
ro aos polícias. Exato. Na mesma semana
em que ficamos a saber que a GNR corre
o risco de não ter dinheiro em Tesouraria
para pagar salários.
Enquanto o país assiste a este somatório
de vergonhas, a comunicação social e o
bloco de esquerda andam entretidos com
o facto de um recluso ter sido atacado
com uma arma de eletro-choques na ca-
deia de Paços de Ferreira.
Visto assim parece coisa desumana e co-
barde, não fosse o caso de estarmos pe-
rante um recluso que destruiu e sujou a
cela ao ponto de os companheiros de sor-
te, nas celas vizinhas, terem dado início a
uma greve de fome como forma de pro-
testo.
Quando os presos fazem greve de fome
porque uma das celas exala um cheiro a
“merda” insuportável, é preciso fazer al-
guma coisa.
FÓRUM |24 FEVEREIRO DE 2011
TERTÚLIA DE METÁFORAS
QUE COMPADRES E COMADRES: QUE IDENTIDADE? QUAL ENTRUDO!?
POR: Â. César V. Neto - lordeogio@gmail.com
Pelo que se lia na Folha Dominical, nes-
te ano não haveria a Comissão para o
Carnaval em Lordelo, mas parece que
lá apareceu alguém para que fosse pos-
sível gozá-lo. Já não nos lembramos há
quantos anos acontece esta folgança
carnavalesca por estas bandas, assim
como também não sabemos quem terá
dado entrada a esta entrudada. O que
se te assistido nestes tempos passados,
há uns bons corsos para cá, é também a
um desfile de carnalidade e escolas de
samba, assim como de outros agentes
locais mais criativos e espigadotes na
sua projeção.
Não raras vezes nos prendemos em
raciocínios, pelos vistos comuns na
Fisiognomia, procurando sinais exte-
riores nos transeuntes e participantes
nesse desfiladeiro animado, que nos
permitissem compreender a “relação
entre a alma e o corpo uma relação en-
tre o interior e o exterior, o profundo
e o superficial, o oculto e o manifesto,
o moral e o físico, o conteúdo e o que
contém, a paixão e a carne, a causa e o
efeito”; como relembrara Gonçalo Tava-
res (2001:29). Um teatro em que a expo-
sição da pele, à margem das leis sump-
tuárias, faz necessariamente aumentar
a temperatura do corpo, pois esta festa
noutros espaços realiza-se no verão,
contrariamente ao que acontece por cá.
Por cá também não acontece como Que-
beque, nem teremos o “joie de vivre”
do senhor “Bonhomme”, mas teremos
a pândega doutras personagens que se
deixam levar pelas influências perni-
ciosas da imaginação, talvez sofrendo
voluntariamente com as especulações
do frio terapêutico com efeitos sobre os
humores ou mesmo morais, à moda do
Séc. XVIII. Muitas vezes nos questioná-
mos sobre a importância formativa de
ter uma pseudo escola de samba, tão
ou quase somente para o ciclo de Car-
naval, ou até mesmo a participação do
Ciclo neste Entrudo. Muitas vezes nos
confrontámos com uma certa intuição
estocástica e um espírito crítico que
vê muito tempo e recursos investidos
num espetáculo que terá um retorno
desconhecido, pensando com frequên-
cia na importância do tradicionalismo
(versus moda). Por um lado conseguiu-
se alguma projeção popular para a vila
e depois cidade do Divino Salvador de
Lordelo. Mas será que realmente o povo
saberá qual o significado do Carnaval,
para além da folia. Ou então, com base
OPINIÃO 5
em que argumentos é que se investiu tan-
Gaspar Torrão - Buraco Negro 2009
to numa organização, a troco de quê? Lor-
delo não terá feito esse trabalho de casa,
de ajudar a perceber as origens das festi-
vidades do Carnaval. Nem mesmo estará
a preservar destacadamente algumas das
práticas que até então vinham sendo im-
plementadas.
A escola não estará organizada para clari-
ficar os seus atuais e pretéritos discentes
para este tipo de momentos que poderão
orientar por décadas o destino de uma
localidade em torno de uma iniciativa,
que nos alterou o futuro, a qual nunca o
foi ou terá sido um evento com tradicio-
nalidade, pelo menos neste formato a
que se tem assistido. Sabemos que esta
região tem muitas ligações ao Brasil, mas
nem oito nem oitenta, também falando
de uma originalidade de género gerundí-
lico! Imaginem a dinâmica destas equipas
(Comissões), e os recursos que conse-
guem motivadamente mobilizar, em cau-
sas prioritárias para este povo: isso seria
realmente relevante de facto. Imaginem,
se aqueles que nas vésperas do Entru-
do conseguiram absorver as qualidades
das carnes que se juntam à orelheira, se com base em que argumentos
empenhavam civicamente: “enorme fe-
cundidade, extraordinária faculdade de é que se investiu tanto numa organização,
adaptação ao meio ambiente que o cir- a troco de quê? Lordelo não terá feito esse
cunda, autoabastança, assimilação rápi-
da, grande precocidade, […], ótimo rendi- trabalho de casa, de ajudar a perceber as
mento […]”(1). Relembremos “O Triunfo
dos Porcos” de George Orwell. Há muitos
origens das festividades do Carnaval
conhecimentos que poderiam perfeita-
mente fazer parte dos curriculos, nome-
adamente os propalados por Lévi-Strauss,
e os seus congéneres. Não confundamos
com as gangas! Se outros conteúdos que to menos, imutáveis (1994: 119), resultam como dissera Onésimo Teotónio de Al-
fazem parte desta escola que temos não de um processo em curso, transitórias e meida “ao longo da vida, a nossa identi-
são devidamente assimilados, imaginem fugazes. Mas também estamos de acordo dade vai-se alargando” (1995). Ao longo
os que ainda lá não chegaram. Enfim, uma que é necessário um grande esforço para da história deste povo, muitas encruzi-
vez mais, há muito boa gente que ainda que se conheçam as transformações e os lhadas terão surgido como estas, as do
não compreendeu muito bem a importân- elementos da sua identificação (inter e Entrudo. Peçamos ajuda ao Kasparov e
cia da perenidade das memórias: pode ser intra) comunitária, seja pela diferença e compreendamos as suas lições sobre a
que com os cartões e/ou discos rígidos, oposições ou mesmo pela hegemonia dum extrapolação dos “skills” necessários
uma boa parte possa vir a ser melhorada! núcleo de características constantes. Re- no xadrez, para outros campos da intui-
A festa é crónica e um pouco atópica por fere o autor, também noutros contextos, ção e estratégia, para outros tabuleiros.
estas bandas: a qualidade semântica das que o primeiro nome moderno da iden- O povo por cá prefere os jogos de cartas,
nossas festas poderá ser muito bem espe- tidade é a subjetividade. Concordamos e o seu caráter aleatório. Desta feita ter-
lhada no buraco (a negrito) do trombone. também que, para nos conhecermos, para minámos ouvindo a obra “Theatrum”
Todos gostamos de festas, festa é festa! irmos conhecendo a nossa identidade, te- de Rodrigo Leão & Vox Ensemble, vi-
Talvez, tal como em África, haverá por cá remos que compreender o modus operan- sualizando a cada passo a capa da obra
uma ligeira confusão entre rito e festa e di duma subjetividade coletiva, ainda não com ilustrações de João Pedro Diniz, à
vice-versa. O povo por vezes subestima as devidamente compreendida ou compre- luz do Quarto Minguante, à espera da
suas qualidades e valoriza ingenuamente ensível. A sua interpretação ou inferência perseguição da Lua Nova.
a novidade. Parafraseando Boaventura demorará anos, dependerá na nossa dis- --
Sousa Santos, concordamos que as identi- ponibilidade para a triangulação de fon- (1) – “ O Corpo e o Porco” de Alzira Simões, in Revista Ethnologia
dades culturais não são rígidas nem, mui- tes vivas e autênticos arquivos mortos, e n.º 1-2, 1995, p. 105
 6 NOTICIÁRIO
DESEMPREGO
Só Felgueiras melhorou em Janeiro
O número de desempregados inscritos desceu 0,5 por cento, em Janeiro, face ao período
homólogo de 2010. Apesar disso, a realidade restrita do Vale do Sousa diz que cinco, em
seis municípios, viram o desemprego aumentar.
arménio santos // Jornalista
acsantos.press@gmail.com
Não fazendo uma análise homóloga, mas
sim em relação ao mês de Dezembro, po-
demos perceber nos dados disponibilizados
pelo IEFP que só Felgueiras tem um resulta-
do positivo, com menos 58 desempregados
inscritos.
De resto, Castelo de Paiva (+2), Lousada
(+38), Paços de Ferreira (+88), Paredes (+45)
e Penafiel (+134) não conseguiram seguir a
tendência do concelho vizinho do Vale do
Sousa.
Entre os licenciados, apesar de tudo, os nú-
meros não são tão assustadores como os
últimos tempos têm ditado. Em Penafiel e
Lousada, o número de inscritos com curso
superior mantém-se inalterado, enquanto
que em Castelo de Paiva, Felgueiras e Pa-
redes há mais três pessoas com uma licen-
ciatura, mas sem trabalho. O pior registo é
mesmo o de Paços de Ferreira. Na Capital
do Móvel, são mais 12 os desempregados
com um diploma na mão.
Refira-se, ainda, que existem muitas ofertas
de trabalho que não têm a devida resposta
por parte da população desempregada. Só
em Janeiro houve 246 ofertas recebidas
para os seis municípios do Vale do Sousa,
mas as colocações ficaram-se pelas 171.
Esta variante é particularmente sensível
em Felgueiras, onde - mesmo com a desci-
da do número de desempregados inscritos
- houve 67 colocações face às 103 ofertas re-
cebidas. Números que reforçam a ideia de
pujança por parte de sectores como o têxtil
e o calçado.
“Cultura sem bloqueios , mas com Louçã
arménio santos // Jornalista
A estrutura do Bloco de Esquerda no Vale do
Sousa vai organizar, nos dias 4 e 5 de Março, um
evento cultural que irá da poesia ao teatro, sem
esquecer o debate político. Líder do partido vai
marcar presença num almoço em Paredes.
O arranque da iniciativa está marcado para as
21h do dia 4, no Café Sociedade, no centro da
cidade de Penafiel, com a presença de com João
Teixeira Lopes, e de uma noite de poesia, onde
serão declamados poetas portugueses de reno-
me nacional, e ainda poemas de alguns amantes
da escrita na região.
No dia seguinte, Francisco Louçã visita Paredes
para um almoço-convívio com os militantes do
Vale do Sousa, um encontro que antecede o res-
to do programa do evento cultural, que prosse-
gue no auditório do Pavilhão de Feiras e Exposi-
ções de Penafiel.
Pelas 15h, tem lugar um concerto com um grupo
de músicos do Vale do Sousa, que irão interpre-
tar obras desde o Renascimento até à actualida-
de, passando pelo improviso e pelo Jazz.
Segue-se a actuação da companhia de teatro
“Invisibilidades” e um debate aberto ao público
com os deputados do Bloco de Esquerda à As-
sembleia da República, José Soeiro e Catarina
Martins, sobre Cultura e Educação.
No final, haverá um Jantar-Tertúlia, com a pre-
sença dos deputados.
Albano Esteves Martins, um dos responsáveis pela
organização explica o porquê do recurso a uma ini-
ciativa cultural como forma de “combate político”.
“O adormecimento das lutas sociais imanadas da
sociedade interessa aos poderes que nos levaram
ao actual deplorável estado. A Arte sempre foi uma
forma de luta que a sociedade utilizou para veicu-
lar os seus sentimentos, reivindicações, alertas e
clamações.
A Arte, tal como a sociedade, tal como todos nós,
tem sido adormecida, tem sido subtraída da sua
força na luta social e política. Este é o momento
de a resgatar, este é o momento de nos resgatar-
mos nós próprios através dela”.
FÓRUM | 24 DE FEVEREIRO 2011
Comemorações
de elevação a Cidade
de Penafiel
A Câmara Municipal de Penafiel
assinala no próximo dia 3 de
março, o 241º aniversário de
elevação a cidade.
Foi em 1770 que D. José I, com o objetivo
de desmembrar o bispado do Porto, es-
colheu Arrifana (Penafiel), centro de uma
das quatro comarcas eclesiásticas que o
compunham, para nova sede episcopal e
consequentemente deu à vila o estatuto
de cidade, a 3 de março de 1770, impon-
do-lhe o nome de Penafiel, o do Julgado.
Do programa, que se prolonga durante
todo o mês, constam várias atividades
enquadradas nas comemorações de ele-
vação a cidade.
No dia 3, dia de aniversário, logo pelas
9h30 a bandeira da Cidade será haste-
ada, na Câmara Municipal de Penafiel.
Às 12h00, realizar-se-á uma missa pelos
autarcas e funcionários municipais já fa-
lecidos no Santuário da Nossa Senhora
da Piedade (Sameiro). Às 15h00, decor-
rerá a Sessão Solene evocativa do 3 de
março, no Salão Nobre da Câmara Muni-
cipal, onde serão atribuídas as Medalhas
Honoríficas a instituições e personalida-
des de prestígio a nível concelhio.
Imediatamente a seguir à sessão solene,
no salão Nobre, vai decorrer uma Confe-
rência subordinada ao tema “Museu Mu-
nicipal de Penafiel: memória e identida-
de”, pelo Prof. Doutor Armando Coelho.
No dia 4 de março, às 14h30, será inau-
gurada a exposição documental e icono-
gráfica “Nos caminhos da rede escolar
de Penafiel (1770-1926)” de Lúcia Cha-
ves Cardoso, patente durante todo o mês
de março, na biblioteca Municipal de Pe-
nafiel e com a apresentação do livro a
decorrer no dia 25, às 21h30, no auditó-
rio da Biblioteca. Às 15h00, no Museu de
Penafiel, decorrerá a ação “Aula de Autor,
com Eurico Gonçalves”, destinada aos
alunos do Ensino Secundário das áreas
de Artes em torno da exposição tempo-
rária “EURICO GONÇALVES: Surrealismo
e Zen (1950/2010)”. Às 21h30, terá lugar
no auditório da Biblioteca municipal de
Penafiel o colóquio “A presença árabe na
literatura portuguesa” com Dr. Adalberto
Alves, importante jurista, escritor, ensa-
ísta, e profundo conhecedor da cultura
árabe, seguido de música indo-muçul-
mana, por Franklin Pereira.
No dia 5 de março, às 15h00, o I.º En-
contro de História e Património do Mu-
seu Municipal de Penafiel, subordinado
ao tema “Penafiel em Estudo” vai dar a
conhecer à comunidade penafidelense
os projetos e investigações académicas
atualmente em curso sobre a cidade e o
concelho.
Dia 6 março, às 16h00, o Município de
Penafiel vai celebrar o Dia Municipal do
Bombeiro, com um desfile apeado e mo-
torizado, entre o Campo de Torres Novas
e a Praça Municipal, com a participação
dos Bombeiros de Penafiel, Entre-os-
Rios e Paço de Sousa.
Na programação das comemorações do
dia da cidade, o Museu Municipal pre-
parou para a tarde do domingo, dia 6 de
março, o atelier “A Cidade de Penafiel faz
anos!”, disponível a todos os visitantes, a
partir das 15h00, na sala 1 da Exposição
Permanente.
FÓRUM | 24 DE FEVEREIRO 2011 NOTICIÁRIO 7

CULTURA
Ai, tanta dor
Ora bem, falemos de Cultura. Não daquela distante, de elites, de intelectuais. Falemos de
Cultura que vai de encontro às ruas, às pessoas. No fundo, de Cultura que mexe com gente.

arménio santos // Jornalista
acsantos.press@gmail.com
Foi com este espírito que um grupo de 15
jovens resolveu, no ano passado, criar uma
associação que visa “promover a animação
cultural e dar vida à cidade de Penafiel”.
Chama-se Dor de Burro e, depois de uma
iniciativa pontual no fim de 2010, vai ar-
rancar em força nas comemorações da ele-
vação a cidade de Penafel.
Fazer coisas, chegar perto das pessoas, usar
e abusar da criatividade para colocar o cen-
tro citadino em movimento. O propósito
pode ser alcançado, quer pela organização
de festas de ruas, quer por debates e con-
cursos de pintura.
A Dor de Burro não veste o modelo de ou-
tra associação qualquer. Partiu do zero, de
diferentes áreas, e tem o anseio de fazer
diferente.
Para chegar lá, delineou um plano de acti-
vidades anual e, aproveitando o balanço do
Entrudo, vai arrancar com o evento Masca-
rar a Cidade de Penafiel, de 3 a 8 de Março.
Nele constam iniciativas como um concur-
so de artes visuais e consequente exposição
dos melhores trabalhos, que sucede a uma
feira de artigos antigos para angariação de
verbas.
Também a sala de acesso ao Parque Muni-
cipal será alvo de criação, um espaço que
mostre trabalhos e novidades que conflitu-
am com a sedentarização cultural.
Mas há mais. Por exemplo um workshop de
trabalhos manuais para crianças, que serão
“tentadas” a desenvolver máscaras de pa-
pel.
Ainda assim, e como muito fica por escre-
ver, a associação criou um blogue com o
endereço www.adordeburro.wordpress.
com onde poderá bisbilhotar até onde vai a
ambição deste grupo de jovens.
 8 NOTICIÁRIO FÓRUM | 24 DE FEVEREIRO 2011

Família reclama apoio jurídico

Paredense detido em Itália por carregar afegãos ilegais
Albino Bessa conduzia o seu camião a partir do porto de Ancona, Itália, com destino a Portugal, quando ouviu barulho na
carga. Ao abrir as portas do camião viu sair sete indivíduos de nacionalidade afegã, que logo se puseram em fuga. A polícia,
alertada por populares locais, deteve de imediato os fugitivos e o camionista português que, meses depois, continua preso
em Pesaro, com a acusação de “benefício à imigração ilegal”.
arménio santos // Jornalista “benefício à imigração ilegal”, procuraram ele, mais despesas para custear a defesa.
acsantos.press@gmail.com sucessivamente ajuda, junto da empresa Neste caso, a fatura é de mais 1500 euros.
responsável pela carga, a Lusocargo, e a fir- Mais uma vez a família procurou apoio ao
ma com a qual Albino Bessa tinha contrato, cidadão português fora de Portugal, mas
A situação ocorreu no dia 26 de setembro a Transportes Estrada da Paz. Nenhuma das voltou a ter resposta negativa.
do ano passado, quando Albino Bessa, de 50 duas prestou auxílio. Ao nosso contacto, o porta-voz da Secreta-
anos e natural de Paredes, fazia um trans- Entretanto, com o apoio de um advogado ria de Estado das Comunidades Portugue-
porte de mercadorias proveniente da Gré- português, a família entrou em contacto sas, Eduardo Saraiva, respondeu que a lei
cia. Depois de atracar no porto de Ancona, com o Ministério dos Negócios Estran- não permite que o Estado Português pague
em solo italiano, o motorista seguia na zona geiros e o Consulado Português em Itália, a defesa a cidadãos fora do território nacio-
de Codma na procura de um parque onde tendo este conseguido que as autoridades nal e que “a Secção Consular da Embaixada
pudesse estacionar o seu camião, uma vez de Pesaro permitissem a realização de uma Portugal em Roma continuou a manifestar
que naquele país não é permitida a circula- chamada semanal do detido para Portugal. preocupação em assegurar uma defesa ju-
ção de pesados ao domingo. Para apoio jurídico, o advogado oficioso rídica, tendo, porém, mencionado que o
Andou cerca de 90km até que, alegadamen- nomeado por Itália cobrava cinco mil euros orçamento não permitia adiantar a quantia
te, ouviu um barulho incomum na parte pela defesa do arguido. Perante este cená- que o advogado oficioso peticionava”.
detrás do camião. Ao parar e abrir as portas rio, e sem recursos para custear o processo,
traseiras deparou-se com a fuga de sete in- a família insistiu nos pedidos de ajuda. “Li- Caso recorrente em Itália
divíduos que se terão ocultado por baixo de guei para todo o lado e só a Embaixada me tro da cidade de Paredes para pagar, a que A situação em que Albino Bessa se viu en-
um carregamento de perfumes. respondeu, dizendo que não dispunha de se junta a mensalidade de um externato volvido não é uma novidade em Itália. Isto,
O movimento gerado chamou a atenção orçamento para pagar a advogados”, con- para o filho. porque muitos indivíduos de nacionalidade
dos populares, que entraram em contacto ta Maria Bessa que até o salário do marido Foi então que surgiu a proposta de Isabella afegã atravessam o Mar Adriático, da Tur-
com a polícia local. Depressa houve a de- perdeu, pois a entidade patronal decidiu Giampaoli, que cobrou metade, um preço quia para a Grécia, infiltrando-se depois
tenção dos fugitivos e, inclusivamente, do cessar contrato. que os portugueses aceitaram pagar. nos camiões que pernoitam no cais.
motorista português, que trazia consigo 80 Mais tarde, a Associação Nacional de Trans- A confiança na resolução do processo era Só na cadeia onde se encontra o português,
euros. portes Rodoviários de Mercadorias (AN- grande e levou a que a advogada negasse há mais 14 reclusos na mesma situação.
A partir desse momento, Albino Bessa só TRAM) conseguiu um outro advogado para um acordo para a pena de dois anos de pri- Albino Bessa, que está a receber apoio psi-
conseguiu fazer uma única chamada para liderar a defesa de Albino Bessa, mas os 3 são efetiva para Albino Bessa. O processo quiátrico e conta à família “sentir-se des-
casa, ficando, depois, três semanas sem fa- mil euros pedidos eram, ainda assim, mui- chegou a julgamento e o tribunal criminal prezado”, só teve direito a defesa a 15 de
lar à família. to dinheiro para esta família que só tinha o italiano condenou o réu a seis anos de ca- dezembro, quando a advogada mais barata
Em Portugal, Maria e Pedro Bessa, mulher rendimento certo do detido, tendo a renda deia. recebeu o primeiro dinheiro oriundo de
e filho menor do detido, com a acusação de da casa e de uma pequena frutaria no cen- O procedimento habitual é o recurso e, com Portugal.
 FÓRUM | 24 DE FEVEREIRO 2011 9

MERCADO AUTOMÓVEL Liliana Santos rainha

Chegou o novo Mazda 5
O novo Mazda5 e promete ser um verdadeiro sucesso entre o público europeu, especial-
mente junto de pessoas com estilos de vida ativos e que passam muito tempo ao volante.
A condução deste novo Mazda é muito
agradável e este apresenta-se como um
excelente compromisso entre as carrinhas
break e os mono-volumes. A relação preço
qualidade é muito boa e este novo modelo
garante o conforto e nível de equipamento
de uma break com o espaço de um mono-
volume.
A Mazda completa agora a gama do seu
novo C-MAV com uma variante equipada
com um motor diesel de 1,6 litros e com-
mon-rail. Com este motor sob o capot, a
nova gama Mazda5 disponibiliza aos seus
clientes um motor turbodiesel potente e de
baixa cilindrada frugal, acessível e agradá-
vel de utilizar.
Aquando do desenvolvimento desta nova
versão diesel, os engenheiros da Mazda de-
finiram as suas prioridades, tendo sempre
em vista duas regras fundamentais para
este novo modelo: em primeiro lugar um
posicionamento de liderança na classe e o
registo de baixas emissões de CO2 em com-
binação com baixos consumos; depois uma
sensação de condução desportiva e poten-
te.
“Para a gama do novo Mazda5, colocá-
mos uma ênfase especial na performance
ambiental e nos consumos. diesel por um
renovado motor de 1,6 litros turbodiesel,
líder na sua classe em termos de emissões
de CO2”, garante Hideki Matsuoka, respon-
sável pelo programa do Mazda5
Dado que o motor de 1,6 litros common-rail
tem uma menor cilindrada, conta com um
bloco em alumínio/liga leve e uma árvore
de cames simples (SOHC) e oito válvulas,
associada a uma transmissão compacta e
leve, o novo motor 1.6 Diesel do Mazda5 é
120 kg mais leve do que a o anterior con-
junto que substitui, ao mesmo tempo que
contribui para que se registem menores
consumos. É também mais eficiente. Os en-
genheiros otimizaram as partes mecânicas
da árvore de cames de oito válvulas, obten-
do uma menor fricção, ao mesmo tempo
que recorreram a injetores Piezo de eleva-
da eficiência, o que no conjunto contribui
para uma maior eficiência no processo de
combustão.
Como resultado, o novo Mazda5 1.6 Diesel
disponibiliza 115 CV recorrendo a menos
14,8% de combustível e produzindo 13,2%
menos CO2. Apela especialmente aos clien-
tes cujos estilos de vida ativos implicam
a posse de um pequeno veículo flexível e
multiatividades com custos acessíveis e ní-
veis de performance.
no carnaval de
Lordelo
O desfile de Carnaval de Lordelo vai vol-
tar a sair à rua no dia 6, domingo que
antecede o feriado, sendo já conhecida
a figura pública que este ano dá o rosto
ao evento.
Trata-se de Liliana Santos, uma actriz
conhecida pelos portugueses e que fará
o papel de rainha no corso que todos
os anos chama milhares de curiosos às
ruas de Lordelo.
Este ano, o tema dos carros alegóricos
é o circo e a organização espera poupar
um terço do orçamento habitual, gastan-
to apenas 20 mil euros.
António de Baião
apresentou CD
em bar de Gandra

PS reúne empresários exporthome arrancou ontem

com Basílio Horta
O PS Paredes realiza amanhã um
jantar-debate com empresários, su-
bordinado ao tema “A Fileira da Ma-
deira e as Exportações”, no Pa-
redes Design Hotel, em Mouriz.
O debate contará com a presença do pre-
sidente do AICEP, Basílio Horta.
O evento tem como objetivo permitir um
contacto direto dos empresários da Fi-
leira da Madeira com o responsável má-
ximo pelo organismo estatal que visa a
promoção e incremento das exportações
das empresas portuguesas.
Já se sencontra no mercado o novissimo
CD do António, vencedor do Reality Show
“Casa dos Segredos” da TVI. O álbum é
uma homenagem aos seus cantores pre-
feridos e inclui um total de 10 temas.
A ideia surgiu depois de ter falado com
Nel Monteiro e ter demonstrado a von-
tade de gravar o seu “azar na praia” que
costumava cantar na casa dos segredos.
De 23 a 27 de Fevereiro de 2011, a EXPONOR, Feira Internacional do Porto, torna-se no ponto de Após terem conversado chegaram a um
encontro dos profissionais dos sectores de Mobiliário, Iluminação, Artigos de Casa e Têxteis lar. acordo e resolveram gravar então um cd
Caminhando já para a sua 23ª edição, a história da Export Home mescla-se na história recente do completo com a voz do António e faze-
mobiliário português. rem a edição através da editora de Nel
Inicialmente virada para o mercado nacional, o certame cada vez mais se virou para o exterior, pro- Monteiro (Discodouro).
jectando o seu nome e das empresas expositoras além-fronteiras. Para dar a conhecer este trabalho, Antó-
Actualmente, a Export Home é reconhecida quer em termos nacionais, quer internacionalmente, nio marcou presença no passado dia 18,
como uma feira sólida, de elevada notoriedade e fortemente representativa do que de melhor se no Praxe Caffe, em Grandra, e não se in-
produz em Portugal no sectores do mobiliário, iluminação e artigos de casa. timidou pela presença de muito público.
Consistindo numa feira exclusivamente direccionada para o mercado profissional, tornou-se num E, em abono da verdade, diga-se que
ponto de passagem obrigatória de compradores estrangeiros oriundos dos mais variados países, também não teve grandes problemas em
em busca de peças de elevado valor estético e do know-how dos nossos artificies capazes de criar confraternizar com as fãs do sexo femi-
peças únicas. nino.
FÓRUM | 24 DE FEVEREIRO 2011
 FÓRUM | 24 DE FEVEREIRO 2011 11

PAREDES
Lista de União da JSD desintegrou-se
As eleições para a Mesa do Plenário da JSD de Paredes, marcadas para o passado sábado,
acabaram por não se realizar por impugnação.
Um desentendimento no seio da lista U (de
União), a única a sufrágio, acabou por im-
possibilitar a eleição de Rui Pinto (17 anos)
como presidente do plenário.
Como em qualquer bom divórcio, esta his-
tória tem duas versões.
Filipe Magalhães (22 anos), candidato à
vice-presidência do plenário, justifica o
abandono da lista com divergências insa-
náveis com o cabeça de lista.
“Eu indiquei o Rui Pinto como cabeça de
lista, num projeto que tinha por objetivo
marcar uma diferença em relação ao rumo
que a atual comissão política tinha dado à
JSD. Nesse sentido enviei aos militantes um
mail apresentando as ideias gerais do nosso
projeto. Na madruga do dia das eleições, o
Rui Pinto enviou novo mail aos militantes
desdizendo um dos nossos pontos princi-
pais, mudar o paradigma da JSD”.
Rui Pinto conta os mesmos factos de forma
bem diversa.
“Eu escolhi o Filipe Magalhães para vice-
presidente por ser um militante trabalha-
dor, ainda que muito impulsivo e destabi-
lizador. Aliás se assim não fosse porque é
que ele não teria avançado para a presi-
dência? Na sexta-feira fui confrontado com
um mail enviado pelo Filipe aos militantes,
sem meu conhecimento nem da comissão
política. Esse mail criticava a atual lideran-
ça da JSD, algo que eu acabei por corrigir
com um mail, onde, legitimamente, repu-
nha a verdadeira intenção da candidatura:
um trabalho de parceria com a liderança da
“jota””.
O facto é que no momento da se proceder à
votação, Filipe Magalhães e um dos suplen-
tes da lista abandonaram o projeto. Com a
lista reduzida a um presidente e secretário,
a eleição acabou impugnada por não esta-
rem reunidas as condições mínimas.
Agora Rui Pinto e Filipe Magalhães garan-
tem estar dispostos a candidatar-se em lis-
tas independentes. “Eu vou avançar, é ine-
vitável. Eu vou encabeçar um projeto que
acorde a JSD. Neste momento a “jota” não
existe, assim como não existem os atuais
deputados municipais indicados pela JSD
(Nuno Silva, António Lobo e Nilza Gomes)”,
garante Filipe Magalhães.
Por seu turno, Rui Pinto garante estar de-
pendente do apoio da comissão política
para avançar. “Esta liderança tem feito um
bom trabalho, por comparação com o mau
trabalho da antiga direção (Nuno Silva). Por
isso entendo que a JSD deve permanecer
unida e a trabalhar no mesmo sentido”. A
alternativa ao projeto do atual líder da JSD/
Paredes, Jorge Ferreira, diz apostar num
projeto mais dinâmico e capaz de se mos-
trar competitivo face às outras juventudes
partidárias. “Não podemos continuar a ter
uma JSD em que os militantes não são se-
quer informados da existência de eleições.
Nem convocados são para as eleições”.
O novo ato eleitoral deverá ter lugar 30 dias
após a publicação da impugnação do ato
eleitoral, do passado sábado, no órgão ofi-
cial do PSD, o “Povo Livre”.

PAREDES
Entalhador de Rebordosa
cria arte em forma de móvel
Manuel Fialho recebeu a pro-
posta do hotel Intercontinental
do Porto e pôs mãos à obra.
Demorou dois meses a fazer
um balcão repleto de gravuras
com elementos mitológicos
que agora servirá de recepção
na unidade hoteleira.
arménio santos // Jornalista
acsantos.press@gmail.com

A encomenda surgiu e foi acompanhada

de perto pelo arquitecto do hotel, mas o
entalhador teve espaço para criatividade.
“Pude desenvolver o trabalho sem pres-
sões, de acordo com a minha imaginação”,
explica Manuel Fialho, que cobrou 10 mil
euros pelo serviço.
Com esculturas manuais, o móvel foi feito
em castanho nacional de Trás-os-Montes e
tem alguns apliques em carvalho. Os acaba-
mentos serão em cor escura, para dar efei-
to de antiguidade.
Os 3,90m por 1,20m impoem respeito, so-
bretudo pela imponência da talha que le- guês”. a desaparecer com os entalhadores de mais
vou horas a ser feita. O autor da obra, que Depois de ver o projecto concluído, Manuel idade, este artesão entende que são traba-
é proprietário de uma pequena oficina, diz Fialho, que há 37 anos faz da madeira a sua lhos desta dimensão que podem ajudar a
que o balcão “é o trabalho de uma vida” e vida, fala “num sonho realizado” e “em reavivar um ofício que já teve grande ga-
que “90 por cento das pessoas que o virem grande prestígio”. barito, mas que os móveis de linhas direitas
vão achar que não é um trabalho portu- Numa altura em que a arte da talha tende vieram tornar obsoleto.
12 www.jornaldesportivo.net FORÚM |24 DE FEVEREIRO 2011

FUTEBOL marisa barros faz

terceiro em yokohama
Três secos em Serzedelo A atleta pacense garantiu, o bronze
na Maratona de Yokohama, no
relançam RAC Japão, com um recorde pessoal
de 2:25.04 horas, marca que a
qualifica para o Mundial, a disputar
O Rebordosa AC garantiu um excelente resultado no reduto do Serzedelo, um adversário em finais de agosto em Daegu, na
directo na luta por um lugar na fase de subida. Coreia do Sul.

AD Lousada sem argumentos

arménio santos* // Jornalista
*com Júlio Silva
O 3-0 fora de portas dá ao clube azul um
excelente balanço para os últimos três de-
safios da série B da III Divisão, fase regular,
e significa o terceiro triunfo consecutivo.
Mais, nas jornadas, o RAC marcou 10 golos
e só sofreu um.
Na tabela classificativa, à 19ª jornada os re-
bordosenses são oitavos, mas têm os mes-
mos 28 pontos do Sousense, que é quinto e
apenas menos dois que o Serzedelo, equipa
que surge logo a seguir ao pódio.
Na próxima jornada, o RAC tem mais um
desafio muito complicado pois recebe no
Complexo de Azevido o Famalicão, líder da
classificação.
Paredes: missão cumprida
em casa do último
Vencer o modesto Oliveira do Douro é mais
que um dever, era uma obrigação. E a União
de Paredes fez o seu papel, batendo o lan-
terna vermelha da série B da III Divisão (0-
2) e somando três pontos importantes na
luta pelos primeiros seis lugares.
A cópia do resultado da última jornada
frente ao Leça serviu os interesses dos
unionistas e agora a luta só ficará definida
nos últimos três jogos.
Se o Famalicão, Amarante e até o Joane, pa-
recem tem o bilhete garantido para a fase
de subida, o restante trio que completa a
meia dúzia que vai disputar a promoção à II
B resultará de uma luta a cinco, com Serze-
delo, Sousense, Rebordosa e o Candal, pró-
ximo adversário da equipa de Valente.
para o líder
Na Madeira, manda a União, líder categó-
rica da II Divisão, zona Norte. Isso mesmo
ficou provado na visita dos valsousenses ao
arquipélago, que regressaram ao continen-
te com os mesmos pontos, mas com mais
três golos sofridos.
Após a vigésima jornada, a AD Lousada con-
tinua com os mesmos 27 pontos, mas man-
tém-se tranquila no meio da tabela classifi-
cativa, no sétimo lugar.
Na próxima jornada, os rubro-negros re-
cebem precisamente o adversário imedia-
tamente acima, o Camacha, que tem mais
quatro pontos.
Paços diz “Olá” ao quinteto da frente
O FC Paços de Ferreira continua a sua mar-
cha triunfal na I Liga. A vítima desta feita
foi o SC Braga que sucumbiu em casa, por
2-1, perante a máquina pacense. Os Casto-
res já são quintos na tabela classificativa.
Mercê de uma fantástica campanha, os
Castores mantêm-se imbatíveis na segunda
volta e foram a Braga repetir uma vitória
que há algumas semanas ali tinham alcan-
çado para a Taça da Liga.
O espírito combativo e solidário dos Casto-
res foi a chave de mais um sucesso no cam-
peonato. O quinto lugar a que ascenderam
após esta jornada é um prémio justo para a
sensacional carreira que o FC Paços de Fer-
reira vem fazendo na Liga Zon Sagres, onde
faz jus à condição de uma das equipas que
melhor futebol pratica na prova.
No próximo sábado mais um jogo impor-
tante (16h) na Mata Real, frente ao Vit. Se-
túbal.
FC Penafiel perde em casa do último
Ontem, em Fátima, o FC Penafiel voltou a
perder (1-0), desta vez frente ao último
classificado. Foi outro jogo paupérrimo por
parte da equipa penafidelense. A primeira
oportunidade de golo até foi do Penafiel,
quando Vitor isolado em vez de rematar
certeiro, tentou fazer um bonito fazendo
um chapéu ao guarda-redes do Fátima, mas
a bola saiu por cima. Por seu turno, o Fá-
tima, na primeira oportunidade que teve,
não desperdiçou e André Carvalhas ao mi-
nuto 31 rematou para o fundo da baliza.
É caso para dizer que, se Vitor tivesse mar-
cado primeiro, tudo poderia ser diferente,
mas está visto que os jogadores penafide-
lenses andam avessos a marcar golos.
Na segunda parte, Stéphane foi expulso aos
54 minutos e a partir da expulsão o Penafiel
teve mais posse de bola, mas isso não che-
gou, porque as oportunidades de golo não
aconteceram à excepção de Vitor, outra vez
isolado deixou escapar a bola dos seus pés.
Em contra ataque, o Fátima teve mais per-
to do golo, mas Márcio Ramos esteve muito
bem sempre a tapar o caminho da baliza.
No final, os jogadores foram bater palmas
à centena de adeptos que se deslocou a Fá-
tima para ver o jogo. Os jogadores levaram
um coro de assobios pela prestação dada
em campo.
Yoshimo Osaki, a correr em casa, foi a
mais rápida, depois de se isolar aos 38
quilómetros e terminar com o tempo de
2:23.56 horas, seguida pela sua compa-
triota Remi Nakazato, com 2:24.29.
Depois de a etíope Derartu Tulu, uma
das favoritas, se ter atrasado logo aos
10 quilómetros de prova, Marisa Barros
ficou com três japonesas na liderança
da corrida e alcançou um novo recorde
pessoal, assim como a segunda melhor
marca portuguesa de todos os tempos.
Kung Fu de Paços de
Ferreira alcança
dois títulos
Foi com uma boa prestação que a
A.K.F.D.C.V.S. esteve presente no primei-
ro campeonato Dragon Tiger Kung Fu
Cup. Os 15 atletas da Associação con-
quistaram 20 pódios nesta competição
nas várias vertentes e escalões.
Dos 7 atletas da Delegação de Paços
presentes foram conquistadas 15 meda-
lhas. Mais uma vez os atletas mostra-
ram que têm valor. A Associação ficou
em terceiro lugar por equipas.

liga zon / sagres liga orangina II Divisão - zona centro III divisão

CLUBE P J V E D CLUBE P J V E D CLUBE P J V E D CLUBE P J V E D

FC Porto 56 20 18 2 0 Trofense 33 18 9 6 3 Tondela 38 20 11 5 4 Famalicaão 37 19 11 4 4

Benfica 48 20 16 0 4 Oliveirense 31 18 8 7 3 Padroense 34 20 9 7 4 Amarante 35 19 10 5 4
Sporting 33 20 9 6 5 Arouca 28 18 7 7 4 Sertanense 34 20 10 4 6 Joane 33 19 9 6 4
V. Guimaraães 32 20 9 5 6 Feirense 27 18 8 3 7 Coimbroes 32 20 9 5 6 Serzedelo 30 19 8 6 5
P. Ferreira 29 20 7 8 5 Gil Vicente 26 18 6 8 4 Boavista 31 20 8 7 5 Sousense 28 19 8 4 7
U. Leiria 28 20 8 4 8 Estoril Praia 26 18 7 5 6 Gondomar 30 20 7 9 4 Paredes 28 19 8 4 7
Sp. Braga 27 20 8 3 9 Desp. Aves 26 18 7 5 6 Esmoriz 30 20 7 9 4 Candal 28 19 7 7 5
Olhanense 27 20 6 9 5 Leixoes 24 18 6 6 6 Sp. Espinho 30 20 8 6 6 Rebordosa 28 19 7 7 5
Nacional 26 20 7 5 8 Freamunde 23 18 4 11 3 Anadia 28 20 7 7 6 Lecça 25 19 5 10 4
Beira-Mar 25 20 5 10 5 Santa Clara 23 18 6 5 7 Tourizense 27 20 8 3 9 Vila Mea ã 19 19 5 4 10
Mariítimo 22 20 5 7 8 Belenenses 22 18 5 7 6 Aliados Lordelo 26 20 7 5 8 Mondinense 16 19 3 7 9
Rio Ave 20 20 5 5 10 Moreirense 21 18 5 6 7 Pampilhosa 25 20 7 4 9 Oliv. Douro 2 19 0 2 17
Academica 20 20 5 5 10 Penafiel 21 18 5 6 7 Sp. Pombal 22 20 6 4 10
V. Setubal 19 20 4 7 9 Varzim 18 18 3 9 6 Uniaão da Serra 21 20 5 6 9
Naval 14 20 3 5 12 Sp. Covilha ã 18 18 5 3 10 Cesarense 16 20 3 7 10
Portimonense 11 20 2 5 13 Fatima 16 18 4 4 10 Electrico 9 20 1 6 13

P. Ferreira 26/02 V. Setúbal Moreirense 27/02 Arouca União da Serra 27/02 Esmoriz Candal 27/02 Paredes
Benfica 27/02 Marítimo Sp. Covilhã 27/02 Santa Clara Eléctrico 27/02 Pampilhosa Sousense 27/02 Leça
Naval 28/02 Sp. Braga Belenenses 27/02 Fátima Padroense 27/02 Cesarense Mondinense 27/02 Amarante
Rio Ave 27/02 U. Leiria Penafiel 27/02 Estoril Praia Gondomar 27/02 Sp. Espinho Vila Meã 27/02 Joane
V. Guimarães 25/02 Académica Gil Vicente 27/02 Desp. Aves Coimbrões 27/02 Aliados Lordelo Rebordosa 27/02 Famalicão
Olhanense 26/02 FC Porto Feirense 27/02 Trofense Sertanense 27/02 Tondela Serzedelo 27/02 Oliv. Douro
Beira-Mar 27/02 Portimonense Varzim 27/02 Freamunde Sp. Pombal 27/02 Tourizense
Nacional 27/02 Sporting Oliveirense 27/02 Leixões Boavista 26/02 Anadia
FÓRUM | 24 FEVEREIRO 2011 www.jornaldesportivo.net 13

Brasil: e o campeão de 1987 é... o Flamengo
Agora é oficial. Depois de uma longa batalha jurídica, o Flamengo
conseguiu ser considerado campeão nacional do Brasil de 1987. O
clube carioca passa a ter o seu nome ao lado do Sport Recife que
era, até agora, o único campeão desse ano.
INCRÍVEL
Empate com o Arsenal vale umas férias em Las Vegas
Os jogadores do Leyton Orient vão ser recompensados com umas mini-férias em Las Vegas no final da tempo-
rada pelo empate que impuseram ao Arsenal em jogo da Taça de Inglaterra. É que o resultado frente aos “gun-
ners” (1-1) abre portas para um novo jogo e lucrativo jogo no Emirates Stadium que vai ajudar o clube do terceiro
escalão do futebol inglês a equilibrar as suas contas.

MAIS DESPORTO
tabuleiro de eiriz
Sendo uma boa forma de impor algumas regras mentais aos alunos, os jogos de tabuleiro promovem melhores níveis de
concentração, capacidade de leitura e de pensar logicamente, coordenação e autoestima. É graças a esse facto que surge na
Escola EB 2,3 de Eiriz, com a ajuda do professor Gilberto Fernando Almeida, um clube de jogos de tabuleiro ao qual gosta de
chamar “Tabuleiro de Eiriz”. O professor fundador abriu agora as portas do “clube” ao Desportivo.net.
magda araújo // Jornalista Estagiária

Desportivo.net - Como surge a ideia de

criar um clube de jogos de tabuleiro?
Gilberto Almeida - A ideia surge apenas
porque gosto de jogos de tabuleiro e tam-
bém pela vontade de mostrar aos alunos
que o mundo dos jogos de tabuleiro, para
além da diversão, também pode ser bastan-
te enriquecedor quer ao nível da concen-
tração, capacidade de leitura e pensamento
lógico, quer ao nível da integração social.

Dn - Este projeto é apenas para alunos

da escola EB 2,3 de Eiriz?
GA - Sim, apenas se destina aos alunos da
escola EB 2,3 de Eiriz. Com pena minha,
pois gostaria que houvesse disponibilidade
de tempo e, claro está, também monetária
para que o projeto pudesse chegar a todas
as escolas do Conselho.

Dn - Quais os jogos existentes neste

clube?
GA - No clube, para além dos tradicionais
jogo das damas e xadrez, também existe na
pequena ludoteca o Carcassone, o Ticket to
Ride, os Lobisomens da Aldeia Velha e os
Descobridores de Catan. Estes jogos são to-
dos bastante diferentes, ao nível da temáti-
ca e da respetiva mecânica. Relativamente
ao Carcassone os jogadores têm como ob-
jetivo controlar a região de Carcassonne -
zona fortificada no sul de França, com uma
grande tradição medieval. Para o consegui-
rem têm que construir castelos, estradas,
mosteiros e quintas, e colocar nesses locais
os seus seguidores - cavaleiros, ladrões,
monges e agricultores - que dão pontos aos
jogadores.
No Ticket to Ride os jogadores viajam de
comboio pelas grandes cidades da Euro-
pa, das encostas escarpadas de Edimburgo
para Constantinopla, ou de Pamplona até
Berlim. Contudo, o jogo que mais sucesso
tem entre os alunos é um jogo de cartas,
Os Lobisomens d’Aldeia Velha, pelo bluff,
mistério e suspense. Cada jogador tem uma
identidade secreta: Lobisomem ou Aldeão.
O objetivo dos Lobisomens é eliminar os
restantes jogadores antes que a sua identi-
dade seja revelada. Os aldeãos têm de des-
cobrir quem são os Lobisomens escondidos
entre si e eliminá-los antes que seja tarde
demais.
Dn - Com as novas tecnologias, os jo-
gos de tabuleiro foram caindo em de-
suso. Como conseguem manter inte-
ressados os alunos nestes jogos?
GA - Os jogos de tabuleiro sobreviveram ao
longo dos tempos e a explicação é bastante
simples. Um jogo de tabuleiro é intemporal
com ou sem tecnologia. Contudo penso que
os jogos de tabuleiro podem ser uma mais-
valia principalmente na interação entre
pares. Pois um jogo de tabuleiro é sempre
divertido e só precisamos de estar entre
amigos e a diversão é garantida.
Dn - A adesão dos alunos a este clube
foi positiva?
GA - Quando criei o clube, sinceramente, as
minhas expectativas eram bastante baixas,
principalmente quando pensava na adesão
que teria por parte dos alunos. Contudo
após um ano de projeto, a vontade foi de
continuar. Este ano não é só o professor Gil-
berto Almeida que está a dinamizar o Clu-
be, mas também a professora Susana Neto.
Assim, neste momento somos uma dupla
e sem dúvida que para os alunos é muito
melhor. Fiquei bastante contente por ter
convencido uma colega a colaborar, pois o
meu principal objetivo ainda que não esteja
completo, penso que está encaminhado. A
escola está a investir em material que não
ficará no esquecimento. Os jogos têm sem-
pre bastantes regras e é importante existir
alguém na escola que possa continuar o
projeto e ensinar aos alunos as respetivas
regras. Digo isto porque sou professor con-
tratado e sei que mais tarde ou mais cedo,
com muita pena minha irei sair de Eiriz.
Dn - Realizam campeonatos dentro da
escola?
GA - Até agora realizamos apenas um tor-
neio. Este realizou-se na semana do agru-
pamento no ano letivo 2009-2010. Foi um
torneio de Carcassonne e adesão foi bastan-
te boa por parte dos alunos. Realizaram-se
jogos bastante competitivos encontrando-
se o vencedor apenas na última jogada. Este
ano possivelmente voltaremos a realizar
um torneio, ainda com jogo a definir.
Dn – Para finalizar, existem projetos
futuros para este clube?
GA - Neste momento o principal projeto é
implementar o dia do jogo na Escola EB 2,3
de Eiriz. Entre um conjunto diverso de ati-
vidades, possivelmente vamos receber um
autor português de jogos de Tabuleiro, Gil
d´Orey, que virá à Escola falar da sua expe-
riência e projetos futuros. Entre os jogos
que ele inventou posso destacar o Carave-
las, Batalha de Aljubarrota e o Troféu de
S.Jorge.
14 www.jornaldesportivo.net
OPINIÃO
A «in»evitável profissionalização dos árbitros
sérgio moreira
Muito se tem falado da profissionalização da
arbitragem em Portugal, com o Presidente do
Conselho de Arbitragem a surgir como um
dos mais acérrimos defensores desta medida.
Já em 2007, Vítor Pereira apontava o ano de
2011 como horizonte temporal para a profis-
sionalização dos árbitros. É chegado então o
momento de implementar tal medida? É esta
questão que tem feito correr muita tinta e pa-
rece não reunir consenso.
Lá por fora Joseph Blatter, presidente da
FIFA, considera necessária a profissionaliza-
ção para que haja um maior respeito entre os
vários intervenientes do jogo. Por cá, numa
época em que a escassez de emprego impera,
ENTRADA DECECIONANTE FORA DE CASA
As jornadas do passado fim-de-semana das equipas que estão no Nacional de Hóquei em Patins, de Infantis
e Iniciados do Juventude Pacense, foram decepcionantes se analisarmos os resultados: AD Campo 11 – JP
0 (Infantis), HC Braga 10 – JP 1 (Iniciados).
ângelo neto //
Os Iniciados tinham definido como es-
tratégia defender de uma forma bastante
compacta e retardar o mais possível o golo,
mas tal não foi possível. Tendo uma equipa
adversária muito forte pela frente, na cir-
culação de bola e qualidade de passe, aca-
baram por sofrer três golos de rajada nos
minutos iniciais, desmoronando o ânimo
dos pacenses. Já os Infantis entraram com
o pé esquerdo neste Campo.
Dez a zero ao intervalo foi muito forte.
Contudo, na segunda parte observou-se
uma melhoria significativa, sofrendo ape-
nas mais um golo. Que sirva de experiência
para esta equipa novata nestas andanças.
até nem seria má ideia avançar com a medida.
Como se sabe, os árbitros em Portugal são semi-
profissionais, ou seja, acumulam o seu trabalho
no dia a dia com a paixão de arbitrar jogos de
futebol. A questão que se coloca é saber até que
ponto estão preparados, tanto a nível psicoló-
gico, como a nível físico para arbitrar um espe-
táculo que gere milhões. Não estão nem podem
estar. Treinar à noite depois de um dia de tra-
balho não chega para preparar uma função de
tamanha responsabilidade.
É preciso muito mais que condição física. Um
árbitro tem de ter, necessariamente, noções téc-
nicas sobre as regras do jogo e essencialmente
muito treino no seguimento de um jogo de fu-
tebol. Diria mais, um árbitro tem que ter uma
sensibilidade muito grande para aconteci-
mentos específicos que se passam numa parti-
da. Como é que um jogador profissional, num
ambiente todo ele profissional, vai respeitar
um elemento que exerce a sua atividade como
um “hobbie” ou como um “part-time” para
ganhar mais uns trocados no fim do mês?
O respeito entre todos os intervenientes do
jogo, se é que isso é possível, só será uma
realidade quando todos estiverem em pé de
igualdade.
Mas estas questões esbarram de frente com
outras que entretanto se levantam e não abo-
nam em nada em favor da profissionalização
do setor. Será que pelo simples facto de um ár-
bitro ser profissional vai errar menos? E quem
é que vai pagar o custo da profissionalização
do setor? Gilberto Madaíl, presidente da Fede-
ração Portuguesa de Futebol, já disse que não
há condições para a profissionalização devi-
do aos grandes encargos financeiros que isso
acarreta. E outra questão se coloca nesse sen-
tido. Será que um árbitro profissional estará
imune à corrupção, estando ele ligado a uma
entidade patronal vinculada ao futebol?
Outras soluções têm sido adiantadas para re-
solver alguns erros que poderiam ser evita-
dos por partes dos árbitros, como é o caso da
utilização de “meios tecnológicos” que iriam
ajudar, e muito, os árbitros. Um exemplo é o
caso de a bola ter ou não ultrapassado a linha
de baliza. Só nos últimos tempos se começa a
pensar verdadeiramente no assunto, embora
muitos, nomeadamente o presidente da UEFA,
Michel Platini, ainda defendam que tal medi-
da iria desvirtuar a paixão pelo jogo.
A grande questão que tem de ser discutida é se
a profissionalização da arbitragem vai ajudar
a vermos menos erros nos jogos de futebol, já
que com ou sem profissionais de arbitragem,
com ou sem meios tecnológicos, o erro vai
sempre existir.
Uma coisa é certa, os assobios vão continuar,
tal como as supeitas, porque os erros também.
Embora muito mais bem pagos.
FORÚM |24 DE FEVEREIRO 2011
APDG bate HC Marco
sem treinador
Ontem realizou-se mais uma jornada
do Campeonato Nacional II Divisão (Sé-
rie Norte/Madeira). Depois de ter ficado
novamente sem equipa técnica, devido
à saída de Frederico Burnay, a APDGPe-
nafiel deslocou-se até ao Marco de Ca-
navezes para defrontar o HC Marco, e
venceu por 2–3 (0–1 ao intervalo).
Os três golos da equipa penafidelense
foram apontados por António Mota (1),
José Cabral (1) e Pedro Alves (1). Com
esta vitória, a APDGPenafiel reduz as-
sim o número de pontos em relação aos
seus adversários directos na luta pela
manutação.
A APDGPenafiel alinhou com o seguinte
5 inicial:
Pedro Vaz (Gr.), Pedro Sousa, Filipe Bran-
dão, José Cabral (C) e André Ferreira.
Suplentes utilizados: André Almeida, Pe-
dro Alves e António Mota.
burnay abandona
equipa de galegos
Frederico Burnay, mais conhecido no
hóquei por “Pi”, já não é treinador da
APDG-Penafiel, equipa que milita na II
Divisão nacional.
Os maus resultados e circunstâncias
pessoais terão levado ao afastamento
do técnico, que até conseguiu as duas
únicas vitórias para a equipa penafide-
lense esta temporada.
Depois da dupla Pedro Sousa e Rui “Sur-
presa”, Burnay também não resistiu à
campanha negativa e sucessão de ca-
sos que afectaram o clube desde o final
da época passada.
Sem equipa técnica, o plantel da APDG
vai tentar inverter a situação, já amanhã,
no derby frente ao Marco.
Derrota atrasa CP
Sobreira na luta
pela subida
Este fim-de-semana, a equipa de Pare-
des perdeu em Paço de Rei, frente ao
segundo classificado da série da III Divi-
são, por 7-3. Com este resultado aumen-
ta para quatro pontos a diferença entre
as duas equipas, que lutam pela subida.
Apesar de tudo, em comparação com os
mesmos jogos na primeira volta, a CP
Sobreira tem mais 3 pontos conquista-
dos, o que significa que, no ciclo mais
complicado do campeonato, só averbou
uma derrota.
No fim do jogo em Paço de Rei, o trei-
nador dos visitantes, Diogo Pereira, afir-
mou que “a equipa jogou bem, mas não
tivemos a sorte de concretizar nos mo-
mentos oportunos, estivemos sempre a
perder o que nos obrigou sempre a ir
atrás do prejuizo. Para além disso, nos
momentos em que podiamos ter empa-
tado, através de penalty ou livre directo,
não marcámos e isso fez toda a diferen-
ça”
Ainda assim, o técnico da Sobreira acre-
dita que a luta pela subida ainda não
terminou. “A segunda volta ainda agora
começou e faltam 8 jogos. Já jogamos
contra todas as equipa teoricamente
mais fortes, e os nossos advsersários
directos ainda vão ter de jogar entre si”.
 FÓRUM | 24 FEVEREIRO 2011 cultura 15

ENTREVISTA A MARTA CRAWFORD

“A crise faz diminuir a libido e desejo sexual”
“Diário Sexual e Conjugal de um Casal”, o mais recente livro da sexóloga Marta Crawford, nasceu de um desafio colocado a um
grupo de pessoas para que assumissem personas num blogue e aí construíssem um diário de experiências e dúvidas pessoais
quanto à vivência sexual e conjugal. Se o blogue não funcionou exatamente como a autora desejara, já o livro propicia uma ex-
periência pedagógica e pessoal muito proveitosa. Marta Crawford conversou com o Fórum sobre a família que criou para este
volume e como eles confessam as suas dúvidas e incertezas.

Fórum (F) – Neste livro há muitos mo-
mentos em que somos confrontados
com o seu sentido de humor e com
uma forma descontraída de encarar os
temas. Foi uma abordagem pensada e
propositada para tornar a leitura me-
nos pesada?
Marta Crawford (MC) – Eu faço muito isso
nas minhas intervenções terapêuticas. Uso
às vezes algumas piadolas e graças para que
as pessoas não encarem a sessão como um
bicho-papão. Há muitas pessoas que che-
gam às sessões muito tensas e nervosas, a
bater o pé no chão, e eu uso esses recursos
de humor e de piada para quebrar o gelo.
Eu achei que essa tónica funcionaria no li-
vro, como funciona nas crónicas que escre-
vo para o “i” e que servem de base a este
livro.
F – Sente que os portugueses têm mais
dificuldade a falar nos problemas que
envolvem aqueles que os rodeiam (fi-
lhos, parceiros, etc) ou em falar da sua
própria intimidade?
MC – Têm mais dificuldade em falar da sua
intimidade, até porque os portugueses fa-
lam com muita facilidade da vida dos ou-
tros. Nós temos esse hábito de cuscar. To-
dos nós somos capazes de dar as grandes
opiniões sobre aquilo que se está a passar
nas relações dos outros. Somos todos ana-
listas, psicólogos ou sexólogos dos outros.
Mas quando têm de falar sobre a sua intimi-
dade, sobre a forma que se relacionam com
os parceiros ou as dificuldades que sentem,
nesse momento acabam muitas vezes por
bloquear. Felizmente já começa a haver
muitos casais a ser capazes de conversar
sobre as relações e de colocar na mesa os
seus sentimentos. Nós temos medo de
perder o companheiro e isso leva a que se
calem determinadas coisas, que se acumu-
lem frustrações só para que não fiquemos
sozinhos. Há aqueles que decidem correr o
risco de se exporem para salvar a sua rela-
ção e há aqueles que não são capazes de dar
esse passo.
Há situações de triângulo amoroso em que
uma das partes não é capaz de dar o passo.
Preferem manter as aparências e segurar
uma relação de fachada a dar o salto e ar-
riscar naquilo que sentem que os realizaria
emocionalmente. Há quem esteja disposto
a dar o passo e há quem prefira viver uma
vida vazia (isto até parece que estou aqui a
querer corromper a sociedade).
F - Ainda vivemos neste paradoxo de
sermos muito aventureiros por um
lado, mas continuarmos a ter uma forte
vertente de velhos do Restelo. Quere-
mos ir, mas temos medo.
MC – É natural que exista um medo de
perder o que temos, medo de ser julgados,
medo de sermos criticados. Está mal mas
mantemo-nos como estamos Apesar de
pressentirmos um mundo melhor, acaba-
mos por recuar porque achamos que não é
certo.
F – Este livro não se fica pelo conceito
canónico de casal, uma vez que a Marta
aborda vários tipos de relacionamentos
e as suas angústias específicas. Este é
um claro sinal de que a nossa socie-
dade está a tornar-se mais tolerante e
capaz de pensar a diferença.
MC – Eu tentei explorar várias formas de
relacionamento, desde o casal comum até
aos casais homossexuais, passando por re-
lacionamentos mais complicados, como os
relacionamentos casuais ou em crise. Hou-
ve essa tentativa de dar resposta ao maior
número de pessoas e situações conjugais
que pudessem estar a atravessar.
F – A crise diminui a libido?
MC – Eu acho que acaba por tirar. O que sin-
to, muito pelo que vou ouvindo em consul-
tório, é que as pessoas estão muito preocu-
padas com a manutenção do emprego, que
não sabem se vão ter dinheiro para manter
o mesmo nível de vida, já não podem man-
ter os filhos no judo, já não podem ir de fé-
rias, etc. Naturalmente as pessoas podem
apresentar-se menos disponíveis para o
sexo. As mulheres ficam mais preocupadas
com isto, se bem que já há muitos homens a
mostrar preocupação e manifestar falta de
desejo sexual. As mulheres, no âmbito de
uma relação estável, têm uma forma dife-
rente de se relacionar com o sexo. Se sinto
que a minha família e o que me rodeia não
está bem é natural que não tenha disponi-
bilidade para o sexo. Já o homem pensará:
“ao menos o sexo alivia e ajuda a enfren-
tar as coisas”. São duas formas muito dife-
rentes de viver estas questões. Se calhar a
visão dos homens é mais facilitadora e se
calhar acaba por ajudar a enfrentar melhor
os problemas.
F – Mas as mulheres entendem essa
atitude como superficialidade.
MC – Nem todas. Agora depende da for-
ma como o sexo é encarado. Se começa à
meia-noite menos dez e acaba à meia-noite
menos cinco, naturalmente que não é sa-
tisfatória, porque a mulher demora mais a
atingir o orgasmos do que o homem. A ex-
citação da mulher ocorre mais lentamen-
te. No que se refere à excitação o homem
é como o interruptor e a mulher é como o
ferro de engomar dos antigos, a carvão.
F – Neste momento de crise, um estudo
revelou que as mulheres portuguesas
são as mais satisfeitas sexualmente,
em toda a Europa. É mesmo assim ou
as portuguesas contentam-se com pou-
co?
MC – As mulheres que foram contactadas
não serão todas dessa opinião e as mulhe-
res com que contacto no consultório tam-
bém não serão dessa opinião. Neste tipo
de inquéritos existe muito a tentação de
responder de acordo com o que será mais
aceitável e não de acordo com a verdade.
As pessoas em vez de dizerem o que pen-
sam, dizem aquilo que gostariam de dizer
sinceramente.
Sim, se calhar as mulheres contem-se com
pouco. Ou então entrevistaram mulheres
que têm homens muito habilidosos. Eu
digo sempre que por trás de um grande pé-
nis tem de estar sempre um homem habili-
doso. E também uma mulher habilidosa. É
fundamental.
Também depende da idade das entrevistas,
já que o prazer e a maturidade sexual tende
a aumentar com a idade.
A minha experiência profissional diz-me
que as mulheres são estão assim tão satis-
feitas.
F – A insatisfação sexual ainda é um
tabu.
MC – Sim. Ninguém se queixa que está mal.
Muitas das mulheres com que trabalho
confessam que quando estão com as amigas
não contam nada sobre elas. Elas limitam-
se a dizer “coisas” sobre a situação das ami-
gas, mas não falam dos seus problemas.
16 CULTURA
SONS SEM DESGASTE
- WARPAINT
- THE FOOL
- ROUGH TRADE
POR: VITOR PEREIRA
- As Warpaint são um quarteto feminino
de Los Angeles, Estados Unidos que con-
segue reavivar o formato “girls-band”,
que tinha basicamente desaparecido nos
últimos anos no universo sonoro under-
ground.
Elas não praticam sonoridades deslum-
brantes e nem conseguem sequer aproxi-
mar-se da genialidade, mas atingem um
patamar musical agradável, engendrando
melodias versáteis e com um tom pasto-
ral convincente. Fazem lembrar por ve-
zes, em pequenos pormenores das suas
canções uma Breeders menos abrasivas
(para quem não se lembra, as Breeders
apareceram em 1998, fundadas pela po-
derosa Kim Deal, dos acelerados Pixies e
por Tanya Donelly, das muito saudosas
Throwing Muses, e perduram em edições
discográficas desde o cativante Pod, com
selo de 1990 até ao Ep Fate To Fatal, re-
gistado em 2009). A sua primeira criação
foi o Ep Exquisite Corpse, lançado à criti-
ca em 2007, seguindo-se este compêndio
enigmático “The Fool”, formado por nove
melodias que deslizam a uma velocidade
de cruzeiro simpática e envolvente.
- É curioso que a editora Rough Trade as
A PÁGINAS TANTAS
Livro:
Onde a vida se perde
Autor:
Paulo Ferreira
Editora:
Quetzal
Preço:
12,60 euros
O festival literário, Correntes D’Escritas,
que todos os anos se realiza na Póvoa de
Varzim, é um espaço de lançamento de li-
vros de novos talentos e nomes consagra-
dos. Este ano, serão lançados perto de uma
trintena de novos romances e livros de po-
esia.
Um dos estreantes é Paulo Ferreira, fun-
dador da empresa de consultoria editorial,
Booktailors. “Onde a vida se perde” é um
romance bem urdido sobre os momentos
em que nos furtamos à vida. Pedro, o pro-
tagonista, descobre que tem seis meses de
vida. Com os 180 dias de vida a correrem,
Pedro decide reunir, num jantar, as quatro
mulheres da sua vida. A atual companhei-
ra, com vive por inércia, e três ex-namora-
das, de perfis vincados e muito diferentes,
com quem viveu histórias complexas. Pe-
dro tenta desatar os nós com que a sua vida
se foi perdendo emocionalmente. O nó que
nunca teve coragem de dar. O nó que nunca
teve coragem de romper. O nó que se deu
por cansaço.
Bem construído e recorrendo a alguns me-
Livro:
O Revisor
Autor:
Ricardo Menéndez Salmón
Editora:
Porto Editora
Preço:
13,05 euros
canismos da dramaturgia, “Onde a vida se
perde” é um romance sobre os dias de hoje,
sobre nós e sobre o medo de viver. O medo,
esse tumor, que é o único responsável por
milhões de vidas diluídas.
Também inquietante é o terceiro volume
da trilogia do Mal, de Ricardo Menéndez
Salmón. “O Revisor” é o mais recente ro-
mance, editado em Portugal, de um autor
acusado de ter dado novos rumos à litera-
tura espanhola.
Depois de “A Ofensa”, sobre a II Grande
Guerra e de “A Derrocada” sobre a violên-
cia numa cidade inventada, eis que surge a
violência dos dias de hoje com “O Revisor”,
sobre os atentados de 11 de março em Es-
panha.
Se nos dois primeiros volumes o autor tra-
balha o mal através dos relatos de um con-
flito distante ou sobre violência ficcionada,
no derradeiro tomo debruça-se sobre a vio-
lência real, o mal experimentado através do
terrorismo. Um revisor de obras literárias,
que trabalha num romance de Dostoievsky,
Livro:
Coisas que nunca aconteceriam em Tóquio
Autor:
Augusto Torres Blandina
Editora:
Quetzal
Preço:
13,50 euros
“Onde a vida se perde”
é um romance bem urdido
sobre os momentos em que
nos furtamos à vida
toma contacto com a notícia dos atentados
e nós acompanhamos os pilares que evitam
que sucumba à tragédia. Um romance psi-
cológico muito forte e desafiador.
Por fim e em registo mais leve, eis que te-
mos “Coisas que nunca aconteceriam em
Tóquio”, do espanhol Alberto Torres Blan-
dina. Esta jovem voz do romance espanhol
traça o retrato dos viajantes num aeropor-
to, pelos olhos de um varredor que está a
FÓRUM | 24 FEVEREIRO DE 2011
tenha adotado, pois a 4AD é mais insis-
tente na busca deste género de grupos,
partilhando uma ressurreição parcial dos
This Mortal Coil, Dead Can Dance, Belly e
Cocteau Twins, com uma nostalgia imen-
sa. Podem ser também comparadas com
os noruegueses Bel Canto, que em 1992
fabricaram a particularmente angélica
compilação de sonhos chamada Shimme-
ring, Warm & Bright.
Podem ser captadas no próximo “Teste de
Som”, o número 4, na Tv digital do Vale
do Sousa, no espaço cibernauta a partir
do dia 24 fevereiro, onde são dissecadas
em imagens e sons por este vosso narra-
dor. Como faixas de eleição, posso sugerir
a imperial Set Your Arms Down, que abre
o disco, a portentosa Undertow, a flame-
jante Shadows e a planejante Majesty,
exemplos nucleares do que são capazes
estas raparigas. As faixas têm durações
compreendidas entre quatro e sete mi-
nutos, derivando do formato tradicional
normal usado nas outras bandas referi-
das, que usam timings mais curtos e me-
nos adornados.
- Comércio de peças contemplativas com
um valor auditivo politicamente correto...
poucos dias da reforma. As memórias, as
histórias colecionadas, os estereótipos ali-
cerçados por força de muita observação,
ajudam a estruturar um romance delicio-
so. O sentido de humor e o carinho que o
narrador transmite tornam este romance
numa obra que agarra desde o primeiro pa-
rágrafo.
Mais um excelente exemplo de uma litera-
tura viva e muito dinâmica como a espa-
nhola.
 FÓRUM | 24 FEVEREIRO 2011
Autor: Sandra Brown
Editora: Quinta Essência
Preço: 15,30 euros
LIVRO Vidas Trocadas
As gémeas Melina e Gillian
Lloyd são praticamente iguais,
ambas empresárias de sucesso
e solteiras. Mas numa coisa são
diferentes: Melina é impulsiva,
enquanto Gillian gosta de pon-
derar bem as suas decisões.
Além disso, Gillian quer um fi-
lho. Sentindo o relógio biológico
a avançar inexoravelmente, opta
por se submeter a uma insemi-
nação artificial, utilizando es-
perma de um dador anónimo.
FICHA TÉCNICA - redaccaoforum@gmail.com / publicidadeforum@gmail.com
Morada e Sede de redacção: Rua do Calvário, Galeria das Glicínias Loja 96F 4580 Paredes || Telefone: 255 782 364 || Fax: 255 780 769 || Propriedade: FÓRUM Vale do Sousa || Director: Arménio Santos CP9243 || Redacção: Arménio Santos CP9243 || Secretária da Redacção: Sandra Teles ||
Paginação: FÓRUM || Dep. Comercial: Sandra Teles (934 657 590) || Montagem e Impressão: CORAZE || Tiragem: 10.000 exemplares || Periodicidade: Quinzenal, Registo no ICS n.º 124 || Depósito legal: 291 149/09
Autor: Anna Calvi
Editora: Domino
Preço: 16,99 euros
cd ANNA CALVI
O primeiro album de Anna Calvi
responde às expectativas.É o
primeiro grande disco de 2011
tecnologia
POR: Abílio diz - tecninforum@gmail.com
Mais uma semana e mais um lote de novi-
dades fresquinhas sobre o mundo dos gad-
gets.
Num mundo cada vez mais preocupado
com o Ambiente e sobretudo mais cons-
ciente dos benefícios que traz a utilização
de energias limpas, parece que a ideia dos
carros ecológicos veio para ficar. A Renault
é a mais recente concorrente ao estatuto de
marca ecológica já que esta semana lançou
o Renault Zoe EV. Este modelo é um concor-
rente à altura para defrontar a Nissan nesta
corrida ambiental. A gigante nipónica tem
agora que repensar a estratégia de venda
do LEAF, designação dada ao seu elétrico, já
que o Renault Zoe custa menos 12,000€ e o
aluguer das baterias não ultrapassa os 100€
por mês.
O que se espera é que este modelo não
seja interpretado como “uma facada nas
costas” dos japoneses e não coloque fim à
aliança entre a marca francesa e japonesa e
que já dura desde 1999.
Outra das grandes novidades desta sema-
na é a chegada do novo tablet da Samsung
ao mercado português, com data marcada
para o mês de março e que tem o cunho da
Vodafone. O Galaxy 10.1, vem equipado
com um ecrã de 10.1 polegadas, tem 10,9
milimetros de espessura e pesa apenas 599
gramas. Além disso vem equipado com co-
lunas dual surround-sound, um processa-
dor dual core Tegra 2 de 1Ghz, uma câmara
de 8 MP, compatibilidade com redes Wi-Fi e
um modem capaz de se conectar à rede 3G
com velocidades de 21,6 Mbps.
Contudo a característica mais vistosa não
cultura 17
Autor: Oliver Stone
Ano: 2011
Preço: 19,99 euros
dvd Wall Street
Dinheiro Nunca Dorme
Depois de um longo período
de encarceramento, Gordon
Gekko (Michael Douglas) dá
por si à margem de um mun-
do que um dia comandou. Na
esperança de reatar a relação
com a sua filha Winnie (Carey
Mulligan), Gekko forma uma
aliança com o seu noivo Jake
(Shia LaBeouf).
está propriamente na lista de hardware,
mas antes no software. O Galaxy 10.1 será
o primeiro dispositivo em Portugal a inte-
grar o recém-lançado Android 3. O sistema
operativo da Google conta com várias no-
vidades, incluindo um interface comple-
tamente remodelado. O preço deste tablet
rondará 699€, com condições especiais de
pagamento, para empresas, clientes profis-
sionais e particulares.
Para terminar deixo uma novidade mais
pedagógica e que diz respeito à utilização
de telemóveis. Um estudo levado a cabo
por investigadores norte-americanos re-
vela que a exposição ao campo eletromag-
nético do telemóvel aumenta a atividade
cerebral. O estudo foi liderado por Nora
Volkow e contou com a participação de 47
voluntários. A experiência consistia em co-
locar dois telemóveis junto as orelhas dos
voluntários, numa primeira fase desligados
e noutra a receber uma chamada previa-
mente gravada. Os dados obtidos, nomea-
damente as oscilações no metabolismo de
glicose na região direita do cérebro, através
da técnica PET (Tomografia por emissão de
positrões) revelam claramente que a ex-
posição de determinadas zonas do cérebro
às radiações aumenta significativamente a
sua atividade. Esta descoberta, no caso de
as radiações não se revelarem prejudiciais
à sua, poderá levar à utilização destas mes-
mas radiações para estimular zonas do cé-
rebro menos ativas.
Esta semana as novidades ficam por aqui.
Voltamos a marcar encontro na mesma co-
luna daqui a quinze dias.
18 classificados FÓRUM |24 DE FEVEREIRO 2011

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FÓRUM | 24 DE FEVEREIRO 2011 OLHARES 19

o sonho americano
kate upon
A edição de 2011 swimsuit
da Sports Illustrated tem
por tradição apresentar
meninas interessantes, a
envergar os seus modelitos
para praia.
E este ano promete manter
a fasquia alta a avaliar por
este exemplo, com a gatinha
americana Kate Upton de
apenas 18 anos. Fiquem com
esta foto tirada nas
Filipinas, mas não deixe de
pesquisar o ensaio total da
Sports Illustrated 2011.
FÓRUM | 24 DE FEVEREIRO 2011 ÚLTIMA 20
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