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MEDICINA DE RÉPTEIS

UNIDADE I
ANATOMIA GERAL
E CLÍNICA GERAL DOS RÉPTEIS
Elaboração
Rafael Prange Bonorino

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................4

UNIDADE I
ANATOMIA GERAL E CLÍNICA GERAL DOS RÉPTEIS......................................................................7

CAPÍTULO 1
ANATOMIA E FISIOLOGIA..................................................................................................... 7
CAPÍTULO 2
CARACTERÍSTICAS GERAIS ................................................................................................ 11
CAPÍTULO 3
SEMIOLOGIA E CRIAÇÃO.................................................................................................... 16
CAPÍTULO 4
CONTENÇÃO FÍSICA .......................................................................................................... 19
CAPÍTULO 5
COLHEITA DE SANGUE....................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................25
INTRODUÇÃO

Os répteis sempre despertaram o fascínio e o pânico das pessoas por questões culturais
e religiosas, mas com uma carga de desconhecimento e exageros que foi passada por
longas gerações.

Culturas ocidentais veem os répteis com desdém e fobia. Símbolo de traição, as serpentes
são retratadas pela bíblia e pelas lendas populares como símbolo do mal e algo a
ser combatido, o que culminou, nos tempos atuais, em dificuldade nos processos de
conservação. Entretanto, esses mesmos répteis são simbolizados pelas civilizações
orientais e egípcias como sabedoria e astúcia.

O presente trabalho tem o intuito de, entre outras finalidades, desmistificar esses animais
e, ao contrário da crença popular, que os considera inferiores, mostrar sua importância
no equilíbrio ecológico, como controladores de pragas, e apontar as inúmeras espécies
criadas como animais de estimação, além de para zoológicos e centros de pesquisas
para medicamentos.

De fato, há uma carência de profissionais que conheçam esses fantásticos e curiosos


animais para realizar seu atendimento em clínicas veterinárias.

Em minha experiência de zoológico, tive a oportunidade de atender os principais grupos


de répteis: crocodilianos, quelônios, serpentes e lacertílios. Cada qual apresenta suas
particularidades, as quais serão apresentadas nesta apostila. Veremos que praticamente
todos, salvo algumas exceções, são criados de forma ilegal.

Para podermos ter a compreensão total desse grupo de animais, esta apostila está
dividida em: anatomia, fisiologia, criação, legislação, clínica, cirurgia, anestesiologia,
exames de imagem e patologia.

Serão abordados os principais grupos atendidos em clínicas, hospitais veterinários e,


em alguns casos, mencionando casos que ocorreram em ambientes e zoológicos.

Portanto, bem-vindos a esse fascinante mundo dos répteis!

Objetivos
» Demonstrar que a realidade de répteis não está restrita aos zoológicos e centros
de pesquisas.

» Atualizar o clínico veterinário em uma disciplina que teve, nos últimos anos, uma
demanda expressiva nas clínicas veterinárias.

» Abordar, de forma direta, prática e objetiva, as principais enfermidades clínico-


cirúrgicas, apontando aspectos anátomo-fisiológicos, particularidades e

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Introdução

curiosidades das espécies mais comuns em clínicas veterinárias: lagartos, quelônios


e serpentes.

» Apresentar as enfermidades de várias espécies de répteis cativos, ressaltando as


patologias mais corriqueiras dos animais e possíveis tratamentos.

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ANATOMIA GERAL
E CLÍNICA GERAL UNIDADE I
DOS RÉPTEIS

Capítulo 1
ANATOMIA E FISIOLOGIA

1.1. Evolução dos répteis


Os répteis estão presentes em todo o planeta, com exceção dos polos, pela incapacidade
de sobrevivência a temperaturas tão baixas. Seus primeiros representantes surgiram
no final do Paleozoico e na Era Mesozoica, conhecida como a “Idade dos Répteis”. Os
répteis são descendentes dos antigos anfíbios: solucionaram o problema da reprodução
e se transformaram nos primeiros vertebrados completamente terrestres.

1.1.1. O primeiro ovo amniota

O ovo amniótico foi um dos maiores ganhos dos répteis em terra. Com isso, não houve
uma adaptação para a vida aquática como nos anfíbios. A casca oferece proteção e uma
grande quantidade de vitelo, que fornece alimento ao embrião. Por isso, diferentemente
dos anfíbios, os répteis podem eclodir com um tamanho razoável, sem que haja um
período de adaptação, como nas classes anteriores, e sem a necessidade de sair
prematuramente à procura de alimento (ROMER; PARSONS, 1985). Um filhote desse grupo
é uma réplica do adulto, sem fase de transformação, diferentemente de anfíbios e peixes.

Desenvolvem-se nos anexos embrionários. Um recobre o embrião e o vitelo; um segundo


anexo tem a função de pulmão para a captação de oxigênio que penetra na casca
porosa; e o terceiro, o âmnio (origina o nome ao tipo do ovo), envolve um espaço cheio
de líquido que protege o embrião. A partir daí, todos os outros grupos descendentes,
como aves e mamíferos, serão chamados de amniotas.

Essa particularidade do ovo amniótico, tão importante para o salto evolutivo e a


independência do ambiente aquático, afasta os amniotas dos perigos da seca e dos
inimigos presentes na água (ROMER; PARSONS, 1985).

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UNIDADE I | Anatomia geral e clínica geral dos répteis

1.1.2. Adaptações dos amniotas


Os caracteres derivados dos amniotas incluem um ovo amniótico, ventilação por meio de
contrações da musculatura intercostal e pele resistente à dessecação, além de características
esqueléticas da cabeça, da cintura escapular e do tornozelo. Essas e outras características
morfológicas e fisiológicas permitiram que os amniotas fossem mais enérgicos e tivessem
maior sucesso ao explorar habitats terrestres secos do que os anamniotas.

Todos os amniotas têm fecundação interna, e suas larvas são desprovidas de brânquias.
Uma vez que a casca constitui uma barreira física que impede a fertilização pelos
espermatozoides, a presença do ovo amniótico depende da fecundação interna em um
momento anterior à formação da casca. Entre os amniotas, a fecundação interna se dá
com o auxílio de um órgão copulador. Exceções a essa regra são os tuataras e a maioria
das aves, em cuja reprodução a transferência de esperma do macho para a fêmea se
faz por contato cloacal. O órgão copulatório mais comum entre os amniotas é o pênis
(falo), derivado da parede cloacal.

Figura 1. Ovo amniótico de um réptil: (a) embrião, (b) corion, (c) alantoide, (d) âmnio, (e)
saco vitelínico, (f) casca.

c
d

Fonte: Hickman, 2016.

Como se observa na Figura 1, o embrião se desenvolve internamente ao âmnio, enquanto


o líquido amniótico o amortece e protege. O alimento provém do vitelo contido no saco
vitelino, enquanto os resíduos metabólicos são armazenados no alantoide. Ao longo
do desenvolvimento, o alantoide funde-se ao córion, uma membrana que reveste a
superfície interna da casca; ambas as membranas são supridas de vasos sanguíneos
que auxiliam nas trocas gasosas respiratórias por meio da casca porosa.

1.2. Aves e répteis, um grupo só


Várias escolas procuraram identificar taxonomicamente os agrupamentos dos animais
para explicar a sistemática biológica. Somente a partir de Henning, houve uma explicação

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Anatomia geral e clínica geral dos répteis | UNIDADE I

que conectava as ideias evolutivas de Darwin. Esse estudioso propôs que apenas grupos
monofiléticos são naturais, uma vez que eles seriam os únicos que realmente respeitam o
conceito evolutivo da ancestralidade comum. Um grupo monofilético é definido como a
reunião de todos os descendentes de um ancestral comum, este incluso (SANTOS, 2008).

O grupo monofilético é o único que carrega a informação completa da história evolutiva


de uma linhagem. Ao definir a evolução como “descendência com modificação no
tempo, a partir de um ancestral comum”, o grupo monofilético corresponde justamente
ao conjunto total de descendentes de um ancestral comum.

Representa padrões hierárquicos que carregam consigo a informação sobre a evolução


das características das linhagens biológicas consideradas, o que não ocorre nos grupos
parafiléticos e polifiléticos, dos quais pode ser depreendida apenas parte da informação
usada na construção da classificação (SANTOS, 2008).

Figura 2. Cladograma mostrando as relações entre os grandes grupos de tetrápoda


(Chordata, vertebrata), incluindo as aves em Reptilia, que, assim, passam a ser considerados
um agrupamento monofilético.

Fonte: adaptado de https://minio.scielo.br/documentstore/2316-8994/ThZzjm9jdxcXndsmVwY7Rpc/


ce9df0929b4a4c67a329ef901ff4d4a01a24441b.gif.

Obs.: os répteis fazem parte do grupo monofilético!

A diversificação inicial dos amniotas resultou em três padrões de aberturas (fenestras)


na região temporal do crânio. Os crânios anápsidos (do grego, an, sem, + apsis, arco)
não têm aberturas na região temporal, atrás da órbita (abertura no crânio para o olho);
assim, a região temporal do crânio é completamente recoberta por ossos dérmicos.

Essa morfologia craniana estava presente nos primeiros amniotas. Ela também
ocorre em um grupo atual, as tartarugas, embora a condição anápsida nas tartarugas
provavelmente tenha evoluído de forma secundária a partir de ancestrais dotados de
fenestras temporais. Dois outros clados de amniotas, Diapsida e Synapsida, representam
derivações evolutivas independentes da condição ancestral anápsida.

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UNIDADE I | Anatomia geral e clínica geral dos répteis

O crânio diapsida (Gr. di, duplo, + apsis, arco) tem duas aberturas temporais: um par
localizado na região lateral inferior, e um segundo par localizado sobre o par inferior,
no teto do crânio e separado do primeiro por um arco ósseo. Os crânios diapsidas
caracterizam as aves e todos os amniotas tradicionalmente conhecidos como “répteis”,
à exceção das tartarugas.

A terceira condição de fenestração craniana é a sinápsida (Gr. syn., junto, + apsis, arco),
caracterizada por um único par de aberturas temporais localizadas na região laterodorsal
do crânio e margeadas por um arco ósseo.

Qual teria sido o significado funcional das aberturas temporais para os primeiros
amniotas? Nas formas atuais, essas aberturas são ocupadas por grandes músculos
que elevam (fecham) a mandíbula. As modificações na musculatura mandibular
poderiam refletir uma mudança na modalidade de alimentação por sucção, presente
em vertebrados aquáticos, para a alimentação em meio terrestre, que requer músculos
mais poderosos, capazes de exercer maior pressão estática empregada em determinadas
funções mecânicas, como cortar matéria vegetal com os dentes anteriores ou macerar
o alimento com os dentes posteriores (HICKMAN, 2016).

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Capítulo 2
CARACTERÍSTICAS GERAIS

2.1. Introdução
A classe Reptilia é subdivida em três ordens: Squamata (lagartos e serpentes), Chelonia
(quelônios) e Crocodilia (crocodilianos).

2.2. Anatomia

2.2.1. Pele
Nos répteis, a pele é grossa e impermeável, diferentemente dos anfíbios, que necessitam
manter constantemente a pele umedecida para manter a troca gasosa. Uma vez que os
répteis desenvolveram os pulmões como órgãos respiratórios, a pele abandona essa função
e se torna espessa, queratinizada e menos permeável à água. Isso explica a ausência de
glândulas existentes na superfície da pele, como as sebáceas, sudoríparas e mamárias.

A queratina protege a pele de traumas e dessecação. Nos crocodilianos, as escamas


queratinizadas permanecem praticamente por toda a vida, havendo poucas trocas. Esse
grupo, assim como os muitos lagartos, possui placas ósseas chamadas de “osteodermos”,
localizadas na derme, subjacentes às escamas queratinizadas. A derme pode conter
cromatóforos, que são células dotadas de pigmentos que conferem a alguns lagartos e
serpentes tonalidades coloridas (HICKMAN, 2016). Já em lagartos e serpentes, há uma
troca periódica de acordo com seu crescimento, que se chama “ecdise” ou “muda”.

Figura 3. Corte da pele de um réptil mostrando escamas queratinizadas sobrepostas na


epiderme, além de osteodermos ósseos na derme.

Escamas

Epiderme

Derme

Osteodermas Melanóforos Articulação flexível


s
Fonte: Hickman, 2016.

2.2.2. Sistema respiratório


A ventilação pulmonar se dá por meio de contrações da musculatura intercostal. Embora
se saiba que alguns anfíbios possuem pulmões em fase de adaptação, somente nos
répteis esse órgão ganha desenvolvimento e funcionalidade. Os pulmões passam a ser

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UNIDADE I | Anatomia geral e clínica geral dos répteis

ventilados pelo mecanismo de contração da musculatura intercostal, o que corresponde


ao aumento de sua demanda metabólica. Enquanto os anfíbios e peixes pulmonados, que
realizam respiração aérea, inflam seus pulmões, empurrando o ar através da cavidade
oral e faringe, os répteis e todos os outros amniotas, por consequência, puxam o ar
para dentro dos pulmões (aspiração), por expansão da caixa torácica, utilizando a
musculatura intercostal associada ao movimento das costelas. Entretanto, vale lembrar
que esse grupo é ausente de diafragma, (órgão com relevância na mecânica respiratória,
presente somente nos mamíferos). Por isso, todos esses animais possuem, em sua
cavidade celomática, pressão positiva, diferentemente dos mamíferos, que possuem,
em sua cavidade torácica, pressão negativa (nota do autor).

Os répteis aquáticos, como as tartarugas marinhas, utilizam sacos aéreos como reserva
de ar para permanecerem longos minutos submersos. Esses sacos abastecerão o pulmão
na troca gasosa.

Nos primeiros tetrápodes, a musculatura intercostal foi fundamental para locomoção


rápida, o que promove ondulações laterais do eixo do corpo em movimento sinusoidal,
desenvolvendo uma movimentação mais eficiente, principalmente para répteis com
maiores dimensões.

Isso se pode perceber em lagartos e crocodilianos que produzem rápidas arrancadas


e ganhos de velocidade!

A musculatura intercostal passou a atuar na ventilação pulmonar, deixando de ser


fundamental para a locomoção, embora seja importante.

2.2.3. Mandíbulas mais fortes

O esqueleto e a musculatura mandibular dos primeiros tetrápodes adaptaram-se a


segurar a presa. Essa característica, associada à presença de fenestras temporais, permitiu
uma maior vantagem mecânica e inserção de musculatura desenvolvida para mastigação.

Associada a isso, há uma língua móvel e relevante para movimentar o alimento para
dentro da cavidade oral e deglutir. A exceção são as serpentes, cuja língua possui
atividade tátil/sensorial que capta partículas odoríferas do ambiente e as leva para o
órgão de Jacobson para interpretação (HICKMAN, 2016).

2.2.4. Sistema cardiovascular de alta pressão


Os répteis possuem três câmaras cardíacas, sendo dois átrios e um ventrículo, com
exceção dos crocodilianos, que possuem quatro câmaras, tendo, no septo interventricular,

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Anatomia geral e clínica geral dos répteis | UNIDADE I

um pequeno orifício, o forame de Panizza. Esses animais, apesar de terem um coração


com quatro cavidades, apresentam os arcos aórticos preservados, que permitem a
mistura do sangue arterial com o venoso, sendo, portanto, a circulação parcialmente
mista. Apenas nas artérias carótidas ocorre sangue arterial. Somente nas aves e
mamíferos teremos septos ventriculares completos.

Mesmo entre as espécies com septos ventriculares incompletos, os padrões de fluxo


sanguíneo dentro do coração limitam a mistura entre o sangue arterial e o sangue venoso.

Essa melhor separação de circuitos resulta em maior pressão sanguínea sistêmica nos
amniotas; tipicamente, peixes e anfíbios têm pressão sistêmica variando entre 15 e 40
mmHg, em contraste com a pressão de cerca de 80 mmHg dos varanídeos (um grupo de
lagartos de grande porte). A pressão mais alta representa uma adaptação de organismos
terrestres ativos, em virtude de suas necessidades metabólicas mais elevadas, além
do fato de que o coração deve vencer a gravidade para bombear o sangue para cima
(HICKMAN, 2016).

Você sabia? A separação incompleta do coração, característica dos répteis, é


adaptativa para esse grupo, uma vez que permite que o sangue não passe pelos
pulmões durante a atividade em que a respiração é interrompida (mergulho ou
estivação). Portanto, durante essas atividades, não há gasto de energia para
bombear o sangue por meio do pulmão.

2.2.5. Excreção de compostos nitrogenados com economia


hídrica

A maioria dos anfíbios elimina seus rejeitos metabólicos na forma de amônia. Ela é tóxica
e deve ser eliminada diluída em água. Já os mamíferos eliminam seus rejeitos na forma
de ureia, que se concentra nos rins e reduz a perda de água pela excreção.

Os répteis, assim como as aves, eliminam seus rejeitos na forma de ácido úrico. Como
esse rejeito não costuma ser tóxico, ele pode ser concentrado, o que requer pouca
quantidade de água. Essa excreção se assemelha a uma massa semissólida e branca na
maioria das vezes.

Os répteis são incapazes de concentrar urina com osmolaridade maior que a do plasma
(nota do autor).

Lembre-se! Os répteis necessitam de pouca água e a perdem em pequena quantidade.


Em alguns répteis e aves marinhas, os sais são removidos por meio de glândulas de sal
localizadas nas narinas, olhos e língua.

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UNIDADE I | Anatomia geral e clínica geral dos répteis

2.2.6. Ectotermia

Essa é a capacidade de variar sua temperatura corpórea de acordo com a temperatura


ambiental. É claro que essa faixa de variação ambiental não pode ser extensa. Caso
contrário, teríamos répteis em regiões polares! Por outro lado, são os únicos que
conseguem viver em temperaturas desérticas extremas.

A ectotermia explica o fato de que, quando exposto a temperaturas baixas, o animal


entra em estado de hibernação, diminuindo drasticamente sua atividade metabólica.
Em experimentos voltados a anestesiar esses animais, estes foram expostos a ambientes
frios, o que não é aconselhável.

A temperatura como indicador de metabolismo é fator de importância para o


desenvolvimento de doenças ou cura, assim como para a absorção de medicamentos.

Você sabia? Caso você tenha um réptil criado sem um sistema de aquecimento, ao
utilizar medicamentos parenterais, é fundamental aquecer o ambiente. Caso contrário,
não haverá absorção sistêmica do fármaco.

» Segundo Santos (2008), os répteis apresentam as seguintes características:

» Têm dois membros duplicados, geralmente com cinco dedos em cada; membros
vestigiais ou ausentes em muitos.

» São ectotérmicos.

» Têm o corpo recoberto por escamas epidérmicas queratinizadas e, às vezes,


placas dérmicas ósseas ou lâminas córneas; tegumento com poucas glândulas
exócrinas.

» Têm dentes polifiodontes (substituídos muitas vezes) ou ausentes (como as


tartarugas); quando presentes, dentes normalmente homodontes, todos
semelhantes, em função e forma.

» Têm crânio fixado em um único côndilo occipital; cerebelo expandido; 12 pares


de nervos craniais.

» Alguns têm olhos com visão de cores; serpentes e alguns lagartos têm
quimiorrecepção altamente desenvolvida usando epitélios olfatórios e o órgão
de Jacobson; algumas serpentes têm órgãos com fossetas sensíveis ao calor;
orelha média com um único osso.

» Sexos normalmente são separados; mas alguns lagartos se reproduzem


assexuadamente por partenogênese; apresentam fertilização interna; o órgão
copulatório pode ser um pênis, hemipênis ou (raramente) estar ausente; o sexo
é determinado pelos cromossomos ou pelo ambiente.

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Anatomia geral e clínica geral dos répteis | UNIDADE I

» Membranas fetais do âmnio, cório e alantoide; ovíparos ou vivíparos; ovos com


conchas coriáceas ou calcárias; embriões das espécies vivíparas são nutridos
pela placenta ou saco vitelínico (ovoviviparidade); cuidado parental ausente,
exceto em crocodilianos; nenhum estágio larval.

» Sistema excretório dos rins metanéfricos e ureteres se abrem em uma cloaca;


o ácido úrico é normalmente o principal resíduo nitrogenado.

» Têm coração com um seio venoso, dois átrios e um ventrículo dividido de forma
incompleta em três câmaras; coração crocodiliano têm um seio venoso, dois
átrios e dois ventrículos; circuitos pulmonar e sistêmico são separados de forma
incompleta; células vermelhas do sangue são nucleadas.

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Capítulo 3
SEMIOLOGIA E CRIAÇÃO

3.1. Legislação
A Instrução Normativa do IBAMA n. 31/2002, ao tecer várias considerações sobre a
criação de répteis, suspendeu de forma temporária diversas criações de répteis com
o objetivo de produção de animais de estimação para a venda no mercado interno.
Entretanto, algumas normativas recentes estão sendo confeccionadas, permitindo a
criação de determinadas espécies, como a jiboia (Boa Constrictor) e a jiboia arco-íris
(Epicrates Cenchria).

Contudo, essa normativa não impede o atendimento veterinário de répteis em posse de


pessoa física como animais de estimação, sejam legais ou ilegais. Isso foi disciplinado
pela Resolução n. 829/2006 do CFMV, que partiu na frente e permitiu o atendimento
médico veterinário para qualquer animal silvestre/selvagem, independentemente de
sua origem.

Nota-se que a normativa do Conselho se preocupou com a saúde animal como


prioridade, deixando para os órgãos fiscalizadores o aspecto controlador e punitivo para
os criadores ilegais, e não para a categoria médico-veterinária. Para esses profissionais,
recaem a obrigatoriedade de elaboração de prontuário, a identificação do tutor e
informar ao detentor do animal sobre a situação ilegal em que ele se encontra. Um
animal comprado de forma ilegal não poderá ser legalizado.

Pesquise! Normativas IBAMA IN n. 31, de 2002, e Resolução CFMV n. 289, de 2006.

3.2. Semiologia
Os répteis representam o grupo que menos informações nos traz ao exame clínico se
comparado aos grupos dos animais homeotérmicos.

Alguns parâmetros não são possíveis ou não têm validade para serem mensurados, como:
linfonodos, temperatura retal (muitas oscilações), tempo de preenchimento capilar e
pulsação. Mesmo a ausculta cardíaca não é fácil, precisando de um Doppler para ampliar o
som, principalmente nas serpentes. Já nos quelônios, a ausculta é praticamente impossível.

Normalmente costumo dizer que: quando o réptil demonstra algo estranho a seu
proprietário, é porque o problema já tem certo tempo.

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Anatomia geral e clínica geral dos répteis | UNIDADE I

Em épocas de hibernação, os répteis diminuem suas atividades, o que pode ser


confundido com alguma enfermidade.

A palpação nem sempre é possível, como no caso dos quelônios, em que o pouco
acesso para a cavidade celomática está entre os membros e o casco, o que permite
palpar alguma tumoração ou presença de ovos – a distocia é algo muito comum entre
os quelônios terrestres (nota do autor).

Outras perguntas devem ser direcionadas ao ambiente, seja um terrário ou outro tipo
de recinto em que o animal viva. Presença de pedras de aquecimento, lâmpadas de
aquecimento ou ultravioleta, substrato inadequado, vidros – que podem produzir
intermação ou não absorção de radiação ultravioleta pela luz solar (WERTHER, 2014).

É sabido que muitos problemas de pele são ocasionados por problemas de manejo, seja
por uma pedra de aquecimento desregulada que queimou a região ventral do animal,
seja por hipovitaminose C por oferta de presas de forma inadequada, ou quando a pele
se descola espontaneamente como folha de papel velha.

Figura 4. Trocas de pele em diferentes répteis.

Foto: arquivo pessoal.

Perguntas sobre o manejo alimentar devem ser feitas, bem como sobre periodicidade,
pois possuímos poucas informações sobre a questão nutricional dos diferentes répteis.
Como exemplo, temos a osteodistrofia fibrosa de origem alimentar em quelônios e
lacertílios por excesso de fósforo, no caso por oferta muito acentuada de músculo ou
vísceras.

A inspeção a distância é enriquecedora, pois evidencia informações não passadas


pelo tutor e pelos poucos recursos do exame clínico. Observam-se alterações de

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UNIDADE I | Anatomia geral e clínica geral dos répteis

comportamento e deambulação. Em quelônios aquáticos, a observação do nado


pendendo para um lado ou do afundamento do animal pode evidenciar alterações
pulmonares ou ingestão de corpos estranhos (muito comum nessa espécie). Assim
como a flutuação constante pode significar enfisema e presença de gases nos intestinos
(WERTHER, 2014).

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Capítulo 4
CONTENÇÃO FÍSICA

4.1. Quelônios
Em quelônios, a contenção física é feita pela porção caudal do casco, pois os quelônios
podem morder e arranhar. Embora não possuam dentes, mas bico córneo, sua mordida
é muito dolorida, principalmente a da tartaruga-mordedora.

Figura 5. A. Contenção de quelônio aquático; B. Contenção de tartaruga-mordedora.

A B

Fonte: arquivo pessoal.

4.2. Lagartos
Apresentam musculatura mandibular forte e unhas que podem causar lesões.
A contenção visa inicialmente segurar a cabeça, logo após a mandíbula. E, como em
outros répteis, como as serpentes, nunca se deve segurar um lagarto apenas pela cabeça,
pois ele pode realizar movimentos de rotação do corpo e, como apresentam apenas
um côndilo unindo a coluna cervical ao crânio, poderá ocorrer a ruptura da medula e
paralisia do animal.

A cauda desses animais pode provocar lesões. Por isso, deve ser contida na sua base,
assim como a pelve e os membros pélvicos. Não é indicado conter ou segurar no meio
da cauda, pois é comum os animais fazerem a autotomia desse membro como resposta
de fuga a um estímulo do agressor. Ao contrário do que se pensa, não se cresce uma
nova cauda, mas a lesão se fecha, fibrosa e sem a porção óssea, dando a impressão de
crescimento. Toalhas e luvas de raspa de couro são indicadas.

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UNIDADE I | Anatomia geral e clínica geral dos répteis

Figura 6. Contenção correta de iguana verde (Iguana iguana). Uma mão imobiliza a cabeça e
abraça uma parte do tórax (A), e a outra segura na pelve com os membros posteriores (B).

A B

Fonte: arquivo pessoal.

4.3. Crocodilianos
São animais raramente atendidos em clínicas (são atendidos mais em zoológicos).
Sua contenção deve ter a participação de, no mínimo, dois profissionais treinados para
animais grandes. Indivíduos pequenos podem-se conter como os lagartos, mantendo
a boca fechada com esparadrapo ou algo semelhante, e segurar a base da cauda para
evitar lesões severas.

Para indivíduos de porte maior, utiliza-se uma caixa de madeira com aberturas na parte
de cima, por onde se coloca uma corda de aço ou pau de couro no pescoço e em um
membro do animal (como um cinto de segurança). É interessante também imobilizar
as patas do animal para cima e evitar lesões.

Obs.: os lacertílios e crocodilianos são suscetíveis ao reflexo parassimpático (reflexo


vagal), pois, ao pressionar os globos oculares, pressiona-se o nervo vago que está
posicionado posteriormente na cavidade orbital. A ação produzirá bradicardia e
bradipneia no animal. Com isso, o animal entra em dormência provisória enquanto se
estiver pressionando (nota do autor).

Figura 7. Reflexo parassimpático, mandíbula e membros imobilizados.

Fonte: arquivo pessoal.

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Anatomia geral e clínica geral dos répteis | UNIDADE I

4.4. Serpentes
Há duas formas de se realizar a contenção, tendo em vista a serpente ser peçonhenta
ou constritora. Para as constritoras, o tamanho influencia na contenção. Para serpentes
menores, utiliza-se um gancho apropriado e se segura pela cabeça. Em serpentes
maiores, é necessária uma pessoa para cada metro de serpente.

Figura 8. Ganchos, pinça e canos transparentes.

Fonte: arquivo pessoal.

Para contenção de serpentes peçonhentas, utilizam-se um gancho e um cano


transparente com a mesma espessura da serpente. Com o gancho, induz-se o réptil a
entrar no cano, o que normalmente ele faz.

Figura 9. Contenção com tubos transparentes para serpentes peçonhentas.

Foto: arquivo pessoal.

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UNIDADE I | Anatomia geral e clínica geral dos répteis

Figura 10. Contenção de serpentes não peçonhentas.

Foto: arquivo pessoal.

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Capítulo 5
COLHEITA DE SANGUE

5.1. Introdução
Até pouco tempo atrás, colhia-se sangue nos répteis puncionando o coração. Essa prática
deixou de ser utilizada, pois pode provocar danos irreversíveis ao órgão. Entretanto,
por experiência pessoal, em raras situações, quando não se consegue acessar outros
pontos, pode-se usar essa técnica com ponderação.

5.2. Crocodilianos
Nesse grupo, após a devida imobilização, há dois pontos onde se pode coletar o sangue:
no seio venoso da cabeça, logo após o occipital, e na cauda, na região ventral. Leva-se
em consideração que, em ambas as situações, não se observam o vaso e a sua pulsação.
É comum acessar o seio linfático correspondente. Sendo assim, despreza-se o conteúdo
e se realiza nova coleta.

Figura 11. Colheita de sangue em crocodilianos no seio venoso occipital.

Fonte: arquivo pessoal.

5.3. Serpentes
Em serpentes, o local mais indicado é supravertebral. Dobra-se a coluna para que se
abram os espaços intravertebrais e assim se faz a punção.

Figura 12. Colheita em vaso supravertebral em jiboia.

Fonte: arquivo pessoal.

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UNIDADE I | Anatomia geral e clínica geral dos répteis

5.4. Quelônios
Esse grupo é o mais privilegiado, pois possui mais locais para se coletar o sangue: veia
jugular, com certa dificuldade, pois o animal recolhe o pescoço para dentro da carapaça,
o que impede a punção; veia caudal; veia braquial (requer experiência); seio venoso
pós-occipital e próximo à entrada da carapaça.

Figura 13. Locais de colheita de sangue em quelônios (A) cauda; (B) seio venoso (carapaça);
(C) seio venoso pós-occipital; (D) braquial.

A B

C D

Fonte: Cubas, 2014.

5.5. Lacertílios
Nesse grupo, punciona-se a cauda na região ventral ou dorsal.

Figura 14. Punção na veia caudal ventral de teiú (Tupinambis merianae).

Fonte: Cubas, 2014.

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ce9df0929b4a4c67a329ef901ff4d4a01a24441b.gif

Figura 15: https://preview.redd.it/714w377f8us51.jpg?width=564&format=pjpg&auto=webp&v=enabl


ed&s=686ca57780e8de870e28c2ea98edd17820673c34

Figura 17: https://i.pinimg.com/originals/fc/5f/09/fc5f09f54e464c6824565f61ea86de6d.jpg.

Figura 18: https://biologiaentenderrespeitar.files.wordpress.com/2018/03/dentic3a7c3a3o.png.

Figura 26: https://tribunadejundiai.com.br/wp-content/uploads/2019/07/191-serpentes-ex%C3%B3ticas-


apreendidas-pelo-Ibama-chegam-a-Jundia%C3%AD.jpg

Figura 36: https://lh6.ggpht.com/b584uqBtcmKXzw5b9UrEdJFYPkiyYUwmMQGHac75naI9G1ibHHevcy8O_


EoxU7y3sUDoj-n0-H4sw_b2B9cC=s1200.

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HSN+Iguana+coluna.jpg

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HSN+Iguana.jpg

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pdf.

Figura 95: https://i0.wp.com/pontobiologia.com.br/wp-content/uploads/2018/02/jacare-e-crocodilo.


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