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marcely silveira - marcely_silveira@hotmail.com - CPF: 014.998.545-28


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nômica Federal.

Esse material é totalmente focado no certame e aborda os principais pontos da dis-


ciplina de Conhecimentos Bancários.

Nele foi inserido títulos em cada artigo, para facilitar a sua compreensão, e marca-
ções das partes mais importantes.

Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na nos
concursos anteriores da Caixa Econômica Federal.

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questionamentos para o seguinte e-mail: cadernomapeado@gmail.com.

Bons Estudos!

Rumo à aprovação!!

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SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................................................ 14
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL;
ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS ..... 15
1) Introdução................................................................................................................................................ 15
2) Conceito De Sistema Financeiro Nacional ........................................................................................ 15
a) intermediação financeira ...................................................................................................................... 15
b) Credores ................................................................................................................................................... 16
c) tomadores de recursos .......................................................................................................................... 16
3) Sistema Financeiro Nacional Na Constituição Federal .................................................................. 16
4) Instituições Do Sistema Financeiro Nacional .................................................................................. 17
4.1) Instituições normativas ..................................................................................................................... 18
4.2) Instituições supervisoras ................................................................................................................... 18
4.3) Instituições operadoras e executoras ............................................................................................ 19
5) Das Instituições Normativas ................................................................................................................ 19
5.1) Conceito ................................................................................................................................................ 19
5.2) Dos conselhos ...................................................................................................................................... 19
5.3) Do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) .................................................................. 19
5.4) Do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) ............................................... 20
5.5) Do Conselho Monetário Nacional (CMN) ..................................................................................... 20
a) Objetivos do Conselho Monetário Nacional .................................................................................... 20
b) Competência do Conselho Monetário Nacional ............................................................................. 21
c) Composição do Conselho Monetário Nacional ............................................................................... 23
6) Das Instituições Supervisoras .............................................................................................................. 24
6.1) Conceito ................................................................................................................................................ 24
6.2) Espécies de instituições supervisoras ............................................................................................. 24
6.2.1) Banco Central do Brasil (BACEN) ................................................................................................. 24
a) Noções introdutórias ............................................................................................................................. 24
b) Objetivos do Bacen ................................................................................................................................ 24
c) Enquadramento do Bacen .................................................................................................................... 25
d) Diretoria do Bacen ................................................................................................................................. 26
e) Atribuições do Bacen ............................................................................................................................. 26
f) Comitê de Política Monetária (COPOM) ........................................................................................... 27

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6.2.2) Comissão de valores mobiliários (CVM) .................................................................................... 30
MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS (MERCADO MONETÁRIO, DE CRÉDITO,
DE CAPITAIS E CAMBIAL) .......................................................................................................................... 32
1) Introdução................................................................................................................................................ 32
2) Mercado Financeiro e Seus Desdobramentos ................................................................................. 33
a) Bancos ....................................................................................................................................................... 33
b) Corretoras ................................................................................................................................................ 33
c) Instituições de pagamento ................................................................................................................... 34
d) Órgãos do governo ................................................................................................................................ 34
3) Mercado Monetário ............................................................................................................................... 34
3.1) Como funciona o mercado monetário........................................................................................... 34
a) Título Privado .......................................................................................................................................... 34
b) Título Público .......................................................................................................................................... 35
3.2) Mercado monetário e a importância para a economia ............................................................. 35
4) Mercado De Crédito............................................................................................................................... 35
4.1) O que é o mercado de crédito ......................................................................................................... 35
4.2) Qual a finalidade do mercado de crédito ..................................................................................... 35
4.3) Mercado de crédito e seu funcionamento .................................................................................... 35
a) Credores.................................................................................................................................................... 36
b) Tomadores de crédito ........................................................................................................................... 36
4.4) Tipos de créditos ................................................................................................................................. 36
Os créditos podem ser para pessoas físicas e pessoas jurídicas. ........................................................... 36
a) Mercado de crédito para pessoas físicas .......................................................................................... 36
b) Mercado de crédito para pessoas jurídicas...................................................................................... 36
4.5) Variáveis que influenciam o mercado de crédito........................................................................ 36
5) Mercado De Capitais.............................................................................................................................. 37
5.1) Conceito ................................................................................................................................................ 37
5.2) Instituições e agentes que participam do mercado de capitais .............................................. 37
a) Empresas................................................................................................................................................... 37
b) Corretoras de distribuidoras de títulos e valores mobiliários ..................................................... 37
c) Agentes autônomos de investimentos .............................................................................................. 37
d) Demais instituições financeiras autorizadas.................................................................................... 38
e) Bolsa de valores ...................................................................................................................................... 38
f) Comissão de valores mobiliários ......................................................................................................... 38
6) Mercado Cambial ................................................................................................................................... 38

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6.1) Conceito ................................................................................................................................................ 38
6.2) Como funciona o mercado cambial................................................................................................ 38
a) Mercado primário................................................................................................................................... 38
b) Mercado secundário .............................................................................................................................. 39
6.3) Responsável pelo mercado cambial no Brasil .............................................................................. 39
Quem regula e supervisiona o mercado de câmbio no Brasil é o Banco Central e o Conselho
Monetário Nacional. ..................................................................................................................................... 39
6.4) Tipos de operações do mercado cambial...................................................................................... 39
6.5) Instituições autorizadas a operar no mercado cambial ............................................................. 39
OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E DESAFIOS ..................................... 39
INTERNET BANKING .................................................................................................................................. 41
1) Conceito.................................................................................................................................................... 41
2) Características ......................................................................................................................................... 41
MOBILE BANKING ....................................................................................................................................... 41
1) Conceito.................................................................................................................................................... 41
2) Benefícios e desafios ............................................................................................................................. 42
OPEN BANKING ........................................................................................................................................... 42
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 42
2) Objetivos do Open Banking ................................................................................................................. 42
4.3) Instituições participantes .................................................................................................................. 44
4.4) Implementação no Brasil .................................................................................................................. 44
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS ........................................................................................................... 45
1) Noções introdutórias............................................................................................................................. 45
2) Tipos de modelos de negócios............................................................................................................ 46
FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS ........................................................................................................ 47
1) Conceitos e características ................................................................................................................... 47
SISTEMAS DE BANCO-SOMBRA (SHADOW BANKING)..................................................................... 47
1) Conceitos e características ................................................................................................................... 47
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS ................ 48
1) Noções introdutórias............................................................................................................................. 48
2) Blockchain ................................................................................................................................................ 49
3) Bitcoin ....................................................................................................................................................... 49
4) Demais criptomoedas............................................................................................................................ 49
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS .......................................................................................................... 50
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 51

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2) Características ......................................................................................................................................... 51
SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX) ........................................................................... 51
1) Conceitos e características ................................................................................................................... 51
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO .................................................................. 52
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 52
2) Tendências e desenvolvimentos no setor financeiro .................................................................... 52
MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO-
CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS;
O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BANCO
CENTRAL DO BRASIL .................................................................................................................................. 52
1) Introdução................................................................................................................................................ 53
2) Moeda e Políticas Monetárias ............................................................................................................. 53
3) Políticas Monetárias Convencionais E Não-Convencionais (Quantitative Easing) ................. 53
a) Políticas monetárias convencionais ................................................................................................... 54
b) Política monetária não-convencional (Quantitative Easing) ....................................................... 55
4) Taxa Selic e Operações Compromissadas ......................................................................................... 56
a) Taxa SELIC ................................................................................................................................................ 56
b) Operações Compromissadas ............................................................................................................... 56
5) O Debate Sobre Os Depósitos Remunerados Dos Bancos Comerciais No Banco Central Do
Brasil ............................................................................................................................................................... 57
ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA........................ 57
1) Introdução................................................................................................................................................ 57
2) Conceito De Orçamento Público ........................................................................................................ 57
3) Princípios Orçamentários ..................................................................................................................... 58
3.1) Princípio Da Legalidade..................................................................................................................... 58
3.2) Princípio Da Exclusividade................................................................................................................ 59
3.3) Princípio da Programação ................................................................................................................ 59
3.4) Princípio do Equilíbrio Orçamentário ............................................................................................ 60
3.5) Princípio da Anualidade .................................................................................................................... 60
3.6) Princípio Unidade ............................................................................................................................... 60
3.7) Princípio da Universalidade.............................................................................................................. 60
3.8) Princípio do Orçamento-bruto ........................................................................................................ 61
3.9) Princípio da Transparência Orçamentária..................................................................................... 61
3.10) Princípio da Não Afetação (Não Vinculação) das Receitas de Impostos ............................ 61
3.11) Princípio da Especificação ou Especialização ............................................................................. 62
3.12) Princípio da Proibição de Estorno ................................................................................................ 62

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3.13) Princípio da Unidade de Tesouraria (ou Unidade de Caixa) .................................................. 63
3.14) Princípio da Economicidade........................................................................................................... 63
3.15) Princípio da diferenciação das fontes de financiamento........................................................ 63
4) Ciclo Orçamentário ................................................................................................................................ 64
4.1) Iniciativa/Elaboração ......................................................................................................................... 64
4.2) Apreciação e Emendas ao orçamento ............................................................................................ 65
4.3) Sanção ou veto .................................................................................................................................... 65
4.4) Execução ............................................................................................................................................... 66
4.5) Controle................................................................................................................................................. 66
4.6) Orçamento-programa ........................................................................................................................ 66
4.7) Orçamento na Constituição Federal de 1988 ............................................................................... 66
4.7.1) Plano Plurianual.............................................................................................................................. 67
4.7.2) Lei de Diretrizes Orçamentárias .................................................................................................. 68
4.7.3) Lei Orçamentária Anual.................................................................................................................. 69
4.8) Crédito Orçamentário Inicial ............................................................................................................ 70
4.9) Estágios Da Despesa Orçamentária ................................................................................................ 70
4.10) Dívida Pública .................................................................................................................................... 71
4.10.1) Dívida, Resultado Primário e Resultado Nominal ................................................................. 73
4.10.2) Déficit/Resultado Primário, Operacional e Nominal ............................................................ 74
4.11) Noções De Títulos Públicos ............................................................................................................ 74
PRODUTOS BANCÁRIOS: PROGRAMAS SOCIAIS E BENEFÍCIOS DO TRABALHADOR; NOÇÕES
DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL,
POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS .... 75
1) Programas Sociais e Benefícios do Trabalhador............................................................................. 75
2) Cartões De Crédito e Débito ................................................................................................................ 76
3) Crédito Direto ao Consumidor ............................................................................................................ 77
5.3) Crédito Rural ........................................................................................................................................ 78
5.4) Poupança .............................................................................................................................................. 79
5.5) Capitalização ........................................................................................................................................ 80
5.6) Previdência ........................................................................................................................................... 80
5.7 Consórcio................................................................................................................................................ 80
5.8) Investimentos ...................................................................................................................................... 81
5.9) Seguros .................................................................................................................................................. 82
NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS ..................................................................................................... 84
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 84
2) Segmentos do mercado de capitais ................................................................................................... 84
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NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO ....................................................................................................... 85
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 85
2) Segmentos do mercado de câmbio ................................................................................................... 85
REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS .............. 85
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 86
2) Regimes de Taxas de Câmbio Fixas ................................................................................................... 86
3) Regimes de Taxas de Câmbio Flutuantes ......................................................................................... 87
4) Regimes de Taxas de Câmbio Intermediários ................................................................................. 87
TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS ................................................................................................ 87
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 88
2) Taxas de Câmbio Nominais.................................................................................................................. 88
3) Taxas de Câmbio Reais.......................................................................................................................... 88
IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES ..................... 88
1) Noções Gerais.......................................................................................................................................... 88
DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E
SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO ................................................................................. 89
1) Noções Gerais.......................................................................................................................................... 89
DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO .................................. 90
1) Noções gerais .......................................................................................................................................... 90
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO
DE CRÉDITO .................................................................................................................................................. 90
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 90
2) Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito ........................................ 91
TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E
REAIS .............................................................................................................................................................. 91
1) Noções gerais .......................................................................................................................................... 91
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL;
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA; HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS........................................................... 92
1) Noções gerais .......................................................................................................................................... 92
2) Aval ............................................................................................................................................................ 92
3) Fiança ........................................................................................................................................................ 93
4) Penhor Mercantil .................................................................................................................................... 93
5) Alienação Fiduciária............................................................................................................................... 93
6) Hipoteca ................................................................................................................................................... 94
7) Fianças Bancárias .................................................................................................................................... 94

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CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES; CIRCULAR Nº
3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 E CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
E SUAS ALTERAÇÕES .................................................................................................................................. 95
1) Introdução................................................................................................................................................ 95
2) Crime De Lavagem De Dinheiro (Lei Nº 9.613/98 e Suas Alterações) ....................................... 95
2.1) Conceito ................................................................................................................................................ 95
2.2) Etapas ou fases da lavagem de dinheiro ....................................................................................... 96
a) Fase da colocação (placement) ........................................................................................................... 96
b) Fase da dissimulação/mascaramento) (layering) ........................................................................... 96
c) Fase da Integração (integration) ........................................................................................................ 96
2.3) Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro .......................................................... 97
a) Prevenção ................................................................................................................................................. 97
b) Repressão (ou persecução) .................................................................................................................. 98
c) Recuperação de ativos........................................................................................................................... 98
3) Circular nº 3.978, De 23 De Janeiro De 2020 ................................................................................... 98
3.1) Da Governança da política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
terrorismo ..................................................................................................................................................... 99
3.2) Da Avaliação Interna de Risco ......................................................................................................... 99
3.3) Dos Procedimentos Destinados a Conhecer os Clientes.......................................................... 100
a) Da Identificação dos Clientes ............................................................................................................ 101
b) Da Qualificação dos Clientes ............................................................................................................. 101
c) Da Classificação dos Clientes ............................................................................................................. 103
d) Da Identificação e da Qualificação do Beneficiário final............................................................ 104
e) Da Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente ................................................................. 106
3.4) Do Registro de Operações .............................................................................................................. 108
a) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos
....................................................................................................................................................................... 109
b) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos
....................................................................................................................................................................... 110
3.5) Do Monitoramento, Da Seleção e Da Análise De Operações e Situações Suspeitas ........ 112
a) Dos Procedimentos de Monitoramento, Seleção e Análise de Operações e Situações
Suspeitas ..................................................................................................................................................... 112
b) Do Monitoramento e da Seleção de Operações e Situações Suspeitas .................................. 113
c) Dos Procedimentos de Análise de Operações e Situações Suspeitas....................................... 114
3.6) Dos Procedimentos de Comunicação ao COAF ......................................................................... 115

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3.7) Dos Procedimentos Destinados a Conhecer Funcionários, Parceiros E Prestadores de
Serviços Terceirizados .............................................................................................................................. 117
3.8) Dos Mecanismos de Acompanhamento e de Controle ............................................................ 118
3.9) Da Avaliação de Efetividade ........................................................................................................... 118
4) Carta Circular Nº 4.001, de 29 De janeiro De 2020 e Suas Alterações .................................... 121
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA ............................................................................................................ 131
1) Noções Introdutórias .......................................................................................................................... 131
2) Aplicabilidade Do Código De Conduta Ética e Autorregulação Bancária ............................... 131
3) Conceitos Presentes No Código De Ética e Autorregulação Bancária ..................................... 132
4) Princípios Éticos .................................................................................................................................... 133
5) Relacionamento Com o Consumidor ............................................................................................... 133
6) Da Livre Concorrência ......................................................................................................................... 134
7) Da Responsabilidade Socioambiental ............................................................................................. 134
8) Da Conformidade com as Leis ........................................................................................................... 135
9) Da Prevenção a Fraudes e Lavagem De Dinheiro ......................................................................... 135
10) Da Prevenção e Combate à Corrupção ......................................................................................... 135
11) Do Relacionamento entre Associadas ........................................................................................... 136
12) Das Relações Externas e Interação Com o Poder Público e Autoridades ............................. 136
13) Do Controle da Informação e Confidencialidade ....................................................................... 137
14) Do Conflito De Interesses ................................................................................................................ 137
15) Do Sistema de Autorregulação Bancária ...................................................................................... 137
16) Da Responsabilidades Das Signatárias ......................................................................................... 137
17) Do Conselho das Signatárias ........................................................................................................... 138
18) Do Conselho De Autorregulação .................................................................................................... 138
19) Da Comissão De Autorregulação ................................................................................................... 141
20) Da Diretoria De Autorregulação..................................................................................................... 141
21) Dos Selos De Autorregulação ......................................................................................................... 142
22) Do Canal De Registro De Demandas ............................................................................................. 142
23) Do Procedimento Disciplinar .......................................................................................................... 143
24) Das Sanções ......................................................................................................................................... 143
SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001 E SUAS
ALTERAÇÕES .............................................................................................................................................. 144
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E
SUAS ALTERAÇÕES ................................................................................................................................... 149
1) Disposições Preliminares .................................................................................................................... 149
2) Do Tratamento De Dados Pessoais .................................................................................................. 152

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3) Dos Direitos do Titular ........................................................................................................................ 155
4) Tratamento De Dados Pessoais Pelo Poder Público .................................................................... 156
5) Transferência Internacional De Dados ............................................................................................ 157
6) Agentes De Tratamento De Dados Pessoais .................................................................................. 158
7) Da Segurança e Das Boas Práticas.................................................................................................... 159
8) Da Fiscalização ...................................................................................................................................... 161
9) Autoridade Nacional De Proteção De Dados (ANPD) ................................................................. 162
10) Conselho Nacional De Proteção De Dados Pessoais e Da Privacidade ................................. 166
11) Disposições Finais e Transitórias .................................................................................................... 167
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013 E DECRETO Nº 11.129/2022.................. 167
1) Disposições Preliminares .................................................................................................................... 168
2) Dos Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira ....................................... 170
3) Da Responsabilização Administrativa e Do Processo Administrativo de Responsabilização
....................................................................................................................................................................... 171
4) Do Acordo De Leniência ..................................................................................................................... 177
5) Da Responsabilização Judicial........................................................................................................... 184
6) Disposições Finais................................................................................................................................. 185
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES, VIRTUDES; NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E
PROFISSIONAL. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS. CÓDIGO DE
ÉTICA DACAIXA ECONÔMICA FEDERAL; CÓDIGO DE CONDUTA DA CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL ...................................................................................................................................................... 186
1) Ética Aplicada: Ética, Moral, Valores, Virtudes .............................................................................. 186
2) Noções De Ética Empresarial e Profissional ................................................................................... 187
3) A Gestão Da Ética Nas Empresas Públicas e Privadas.................................................................. 187
4) Código De Ética da Caixa Econômica Federal................................................................................ 188
4.1) Objetivo ............................................................................................................................................... 188
4.2) Definições ........................................................................................................................................... 188
5) Normas ................................................................................................................................................... 189
5.1) Código De Ética Da Caixa ................................................................................................................ 189
5.2) Comissão De Ética ............................................................................................................................. 190
6) Procedimentos ...................................................................................................................................... 191
7) Arquivamento De Documentos ........................................................................................................ 191
8) Anexos .................................................................................................................................................... 191
8.1) Anexo I – Código De Ética Da Caixa ............................................................................................. 191
Propósito, Visão e Valores ...................................................................................................................... 191
Valores Do Código De Ética Da Caixa................................................................................................... 192

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Anexo II – Termo De Ciência .................................................................................................................. 194
Anexo III – Dos Canais De Denúncia Caixa.......................................................................................... 194
9) Código de Conduta da Caixa Econômica Federal ......................................................................... 195
9.1) Anexo I – Código De Conduta Da Caixa ...................................................................................... 196
POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL..... 224
1) Objetivos ................................................................................................................................................ 224
2) Motivação .............................................................................................................................................. 225
3) Revisão da PRSAC ................................................................................................................................ 225
4) Diretrizes da PRSAC ............................................................................................................................. 225
5) RSAC Nos Negócios Processos, Atividades e Relacionamentos com Partes Interessadas . 227
6) Acesso - Serviços Financeiros e a Oportunidades de Desenvolvimento Socioeconômico . 228
7) Promoção da Acessibilidade .............................................................................................................. 229
8) Incentivo ao Voluntariado ................................................................................................................. 229
9) Repúdio à Violação de Direitos e Garantias Fundamentais e a Atos Lesivos a Interesse
Comum ........................................................................................................................................................ 229
10) Gerenciamento do Risco Social, Ambiental e Climático ........................................................... 229
11) Monitoramento e Avaliação de Efetividade da PRSAC............................................................. 231
12) Responsabilidades ............................................................................................................................. 232
ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE,
PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA) .................................................................................................................. 232
1) Introdução.............................................................................................................................................. 232
2) Princípio da Legalidade ...................................................................................................................... 233
3) Princípio da Impessoalidade.............................................................................................................. 233
4) Princípio da Moralidade ..................................................................................................................... 233
5) Princípio da Publicidade ..................................................................................................................... 234
6) Princípio da Eficiência ......................................................................................................................... 234
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL - LEI COMPLEMENTAR Nº 7/1970 (PIS) ....................... 234
LEI Nº 8.036/1990 (FGTS): POSSIBILIDADES E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO/SAQUE;
CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTS; GUIA DE RECOLHIMENTO (GRF) ......................... 236
PRODUTOS: ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTOS BÁSICOS .............. 260
1) Introdução.............................................................................................................................................. 260
2) Ficha Proposta....................................................................................................................................... 261
PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL, REPRESENTAÇÃO
E DOMICÍLIO............................................................................................................................................... 263
1) Pessoa Natural ...................................................................................................................................... 263

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2) Pessoa Jurídica ...................................................................................................................................... 264
3) Domicílio ................................................................................................................................................ 265
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO ............................................................................................ 265

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo de Conhecimentos Bancários, apresentaremos os assuntos que foram


cobrados no pré-edital da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Para facilitar o estudo trataremos de
cada um dos diplomas normativos a seguir de forma separada.

CONTEÚDO

1 - Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições
supervisoras, executoras e operadoras. 2 - Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetá-
rio, de crédito, de capitais e cambial). 3 - Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. 4 -
Internet banking. 5 - Mobile banking. 6 - Open banking. 7 - Novos modelos de negócios. 8 - Fintechs,
startups e big techs. 9 - Sistema de bancos-sombra (Shadow banking). 10 - O dinheiro na era digital: blo-
ckchain, bitcoin e demais criptomoedas. 11 - Correspondentes bancários. 12 - Sistema de pagamentos
instantâneos (PIX). 13 - Transformação digital no Sistema Financeiro. 14 - Moeda e política monetária: Po-
líticas monetárias convencionais e não-convencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações com-
promissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil.
15 – Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública. 16 - Produtos Bancários: Programas
sociais e Benefícios do trabalhador; Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor,
crédito rural, poupança, capitalização, previdência, consórcio, investimentos e seguros. 17 - Noções de
Mercado de capitais. 18 - Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações
básicas. 19 - Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários. 20 - Taxas de câmbio
nominais e reais; 21 - Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações. 22 - Diferencial
de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio. 23
- Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário. 24 - Mercado bancário: Operações de te-
souraria, varejo bancário e recuperação de crédito. 25 - Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros;
taxas de juros nominais e reais. 26 – Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercan-
til; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias. 27 - Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas;
Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações; Circular nº 3.978,
de 23 de janeiro de 2020 e Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações. 28 - Autor-
regulação bancária. 29 - Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações. 30 - Lei Geral de
Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações. 31 - Legislação anti-
corrupção: Lei nº 12.846/2013 e Decreto nº 8.4)20/2015 e suas alterações. 32 - Ética aplicada: ética, moral,
valores e virtudes; noções de ética empresarial e profissional. A gestão da ética nas empresas públicas e
privadas. Código de Ética da Caixa Econômica Federal (disponível no sítio da CEF na internet); Código de
Conduta da Caixa Econômica Federal (disponível no sítio da CEF na internet). 33 - Política de Responsabili-
dade Socioambiental da Caixa Econômica Federal (disponível no sítio da CEF na internet). 34 - Lei nº
7.998/1990 (Programa Desemprego e Abono Salarial - beneficiários e critérios para saque). 35 - Artigo 37
da Constituição Federal (Princípios constitucionais da Administração Pública: Princípios da legalidade, im-
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência). 36 – Lei Complementar nº 7/1970 (PIS). 37 - Lei nº
8.036/1990 (FGTS): possibilidades e condições de utilização/saque; Certificado de Regularidade do FGTS;
Guia de Recolhimento (GRF). 38 - Produtos: Abertura e movimentação de contas: documentos básicos. 39
- Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio. 40 - Sistema
de pagamentos brasileiro.

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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓR-
GÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS

1) Introdução

Nesse momento, iremos estudar o tópico referente a um tema muito recorrente nas provas de co-
nhecimentos bancários:

Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e


instituições supervisoras, executoras e operadoras.

Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu em-
penho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não é
algo impossível. Mas não se esqueça: Nós acreditamos em você!

2) Conceito De Sistema Financeiro Nacional

O sistema financeiro Nacional, segundo o Banco Central do Brasil, consiste em um conjunto de ins-
tituições que promovem a intermediação financeira entre credores e tomadores de recursos.

Dessa definição, podemos destacar alguns pontos que merecem atenção especial, quais sejam: i)
intermediação financeira; ii) credores; e iii) tomadores de recursos.

Intermediação financeira

Sistema financeiro nacional Credores

Tomadores de recursos

a) intermediação financeira

A Intermediação Financeira consiste em uma operação que diz respeito à captação de recursos pelas
instituições financeiras, transferindo dinheiro de agentes econômicos superavitários (credores) para
os agentes deficitários (tomadores de recursos).

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Agentes superavitários Agentes deficitários

Credores Tomadores de recursos

b) Credores

Os credores podem ser definidos como os agentes que possuem recursos financeiros disponíveis, é
o que se denomina de agente superavitário. Em síntese, são pessoas, empresas ou quaisquer enti-
dades que possuem dinheiro, mas que tem a vontade de ganhar mais dinheiro no futuro.

Exemplo: Banco.

c) tomadores de recursos

Tomadores de recursos (agentes deficitários) consiste naquelas pessoas ou entidades que não tem
dinheiro, mas precisam utilizá-lo em determinado momento. Assim, os agentes deficitários aceitam
pegar dinheiro emprestado com os credores e, em momento posterior, pagam o valor acrescido de
juros.

Exemplo: pessoa que pega empréstimo.

Imagine que Carlos deseje adquirir um carro de R$ 100 mil reais, mas tenha apenas 20 mil, que será
o valor da sua entrada. Como Carlos poderia conseguir o restante do valor?

A solução, na maioria das vezes, é recorrer ao financiamento bancário. Nesse caso, o banco (credor
- agente superavitário) irá transferir a Carlos (tomador de recursos - agente deficitário) o valor para
a entrada e assim irão realizar uma intermediação financeira.

Com esse exemplo do financiamento de veículo, trabalhamos os principais termos da definição de


Sistema Financeiro Nacional, quais sejam: credores, tomares de recursos e intermediação financeira.

3) Sistema Financeiro Nacional Na Constituição Federal

O Sistema Financeiro Nacional, além da intermediação financeira, também é responsável, de acordo


com o art. 192 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), por "promover o desenvolvimento equili-
brado do País e servir aos interesses da coletividade" [...].

Trata-se de um papel importante atribuído pela CF/88 ao Sistema Financeiro Nacional.

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4) Instituições Do Sistema Financeiro Nacional

Existem três tipos de instituições no Sistema Financeiro Nacional, que são: (i) normativas; (ii) super-
visoras e (iii) operadoras e executoras.

Normativas

Instituições do SFN Supervisoras

Operadoras e executoras

Vejamos representação gráfica apresentada pelo BCB quanto à composição e os segmentos do Sis-
tema Financeiro Nacional:

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4.1) Instituições normativas

As instituições normativas são aquelas responsáveis pela elaboração das normas de funcionamento
do Sistema Financeiro nacional.

4.2) Instituições supervisoras

As instituições supervisoras atuam na implementação e fiscalização do cumprimento das regras


traçadas pelos órgãos normativos.

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4.3) Instituições operadoras e executoras

As instituições operadoras são aquelas responsáveis pela intermediação financeira, através do ofe-
recimento de seus serviços. É o caso dos bancos.

5) Das Instituições Normativas

5.1) Conceito

Conforme vimos, as instituições normativas são aquelas responsáveis pela elaboração das normas
gerais que regulam o Sistema Financeiro Nacional, visando garantir o seu funcionamento.

Na maioria das vezes, as instituições normativas são constituídas na forma de colegiado, com vários
membros tomando decisões em conjunto, formando um conselho.

5.2) Dos conselhos

Os principais órgãos do conselho são: Conselho Monetário Nacional; Conselho Nacional de Seguros
Privados (CNSP); e Conselho nacional de Previdência Complementar (CNPC).

Conselho Monetário nacional

Conselho Nacional de Seguros Privados


Conselhos
(CNSP)

Previdência Complementar (CNPC)

Ao avaliar as últimas provas do concurso do Banco do brasil, verificamos que não foram abordados
conhecimentos profundos sobre o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); e Conselho na-
cional de Previdência Complementar (CNPC).

5.3) Do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por definir as normas a
serem seguidas pelas instituições que operam com seguros, sendo, portanto, órgão normativo.

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5.4) Do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)

Também se trata de órgão normativo, sendo responsável pela supervisão das instituições que co-
mercializam os planos da Previdência Complementar.

5.5) Do Conselho Monetário Nacional (CMN)

Para sua prova do Banco do Brasil, é o órgão mais importante, por isso fique muito atento!

O Conselho Monetário Nacional foi criado pela Lei 4.595/64 e é considerado o órgão máximo do
Sistema Financeiro nacional. Ele é responsável por tratar sobre as diretrizes gerais sobre moeda e
crédito, bem como pela formulação da política macroeconômica do governo federal.

a) Objetivos do Conselho Monetário Nacional

A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:

Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu
processo de desenvolvimento (Revogado);

Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional.

Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários
ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios
oriundos de fenômenos conjunturais (Revogado);

Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional.

Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em


vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira (Revogado);

Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional.

Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo
em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmô-
nico da economia nacional;

Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior
eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;

Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;

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Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e
externa.

b) Competência do Conselho Monetário Nacional

Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da Re-
pública:

Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por
meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito;

Determinar as características gerais (Vetado) das cédulas e das moedas;

Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e
quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira;

Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas


formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições finan-
ceiras;

Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de investimentos do Governo Federal;

Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas


a esta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas;

Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma
de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco
Central da República do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem
a promover:

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recuperação e fertilização do solo;

reflorestamento;

combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;

eletrificação rural;

mecanização;

irrigação;

investimento indispensáveis às atividades agropecuárias;

Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão empres-
tar a um mesmo cliente ou grupo de empresas;

Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relações pa-
trimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras;

Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições finan-
ceiras;

Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das instituições financeiras
privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais;

Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas
de direito público que lhes detenham o controle acionário, bem como dos das respectivas autarquias
e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o inciso anterior;

Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando
ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a imi-
nência de tal situação;

Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a


efetuar a subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das
sociedades de economia mista e empresas do Estado;

Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;

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Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez
e adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei;

Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado e reservas livres, o limite além do qual os
excedentes dos depósitos das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da República
do Brasil ou aplicados de acordo com as normas que o Conselho estabelecer;

Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento interno no prazo máximo de trinta
(30) dias;

Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da República do Brasil;

Aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu orçamento
e sobre seus sistemas de contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de seus
resultados para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União.

Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições equi-
valentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou
que nelas desejem estabelecer-se;

Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da Consti-
tuição Federal;

Expedir normas e regulamentação para as designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei.

Regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a fun-


cionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou
coligadas.

c) Composição do Conselho Monetário Nacional

A composição do Conselho Monetário Nacional, foi alterado em 12 de janeiro de 2023 pela MP nº


1.158/2023. Dessa forma, consideraremos a composição até o fechamento da edição deste material,
devendo o aluno ficar atento a eventuais modificações que podem ocorrer após esta data. Com a
redação dada pela MP nº 1.158/2023 à Lei nº 9.069/1995, assim ficou a composição, vejamos:

Art. 8º O Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964,
passa a ser integrado pelos seguintes membros:

I - Ministro de Estado da Fazenda, que o presidirá;

II - Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento; e

III - Presidente do Banco Central do Brasil.

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Ministro de Estado da Fazenda,
que o presidirá;

Presidente do Banco Central do


Composição do CMN Brasil

Ministro de Estado do
Planejamento e Orçamento;

6) Das Instituições Supervisoras

6.1) Conceito

As supervisoras são aquelas instituições que fiscalizam o cumprimento das diretrizes e normas ela-
boradas pelos órgãos normativos. A sua função, portanto, é fiscalizar a devida observância das nor-
mas que compõem o Sistema Financeira Nacional.

6.2) Espécies de instituições supervisoras

6.2.1) Banco Central do Brasil (BACEN)

a) Noções introdutórias

O Banco Central do Brasil (Bacen), fundado em 1964 e com início de suas atividades em 1965, é uma
espécie de "banco dos bancos". Isso quer dizer que, além de socorrer os outros, também fiscaliza os
bancos em geral.

b) Objetivos do Bacen

Os principais objetivos do Banco Central do Brasil estão previstos no §1º da Lei Complementar n.
179/21, que assim dispõe:

Art. 1º O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de
preços.

Parágrafo único. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o Banco Central do Brasil tam-
bém tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar
as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego.

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Dessa forma, verifica-se que os objetivos do Bacen são:

Assegurar a estabilidade de preços

Zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro

Suavizar as flutuações do nível de atividade econômica

Fomentar o pleno emprego

Vamos então esquematizar esses objetivos?

Assegurar a estabilidade de preços

Zelar pela estabilidade e pela


eficiência do sistema financeiro
Objetivos do Bacen
Suavizar as flutuações do nível de
atividade econômica

Fomentar o pleno emprego

c) Enquadramento do Bacen

O Banco Central é considerado uma autarquia e, por isso, integra a administração pública indireta.
Em razão disso, possui personalidade jurídica, patrimônio próprios e é criado por lei específica para
executar funções típicas de Estado. Ademais, as autarquias também possuem autonomia adminis-
trativa e financeira.

Tome Nota

O Bacen, até o mês de fevereiro de 2021, era classificado como uma Autarquia Federal, isto é, uma
autarquia comum. Todavia, com a publicação da Lei Complementar n. 179/21, a referida instituição
passou a receber status de Autarquia de natureza Especial.

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Isso significa que o Banco Central não está vinculado a nenhum Ministério - antes era vinculado ao
Ministério da Economia. Ademais, seus dirigentes possuem mandato fixo de 4 anos, não coincidente
com o mandato do Presidente da República.

Destaca-se que isso é outra novidade da LC nº 179/21, uma vez que antes o Presidente do Bacen e
os demais diretores da Diretoria Colegiada poderiam ser demitidos a qualquer tempo.

Sem vinculação a ministério

Diretores possuem mandato fixo (4


anos) - não coincidente com o madato
do Presidente da República
Autarquia de natureza especial

Personalidade jurídica e patrimônio


próprios

Autonomia administrativa e financeira

d) Diretoria do Bacen

A Diretoria Colegiada do Banco Central é formada por: 9 diretores - 1 deles é o presidente do Bacen.
Todos os diretores são nomeados pelo Presidente da República e devem ser brasileiros de ilibada
reputação e notórios conhecimentos econômico-financeiros. Embora sejam indicados pelo Presi-
dente, devem passar por aprovação do Senado Federal.

e) Atribuições do Bacen

1. Emitir papel-moeda e moeda metálica:

2. Executar os serviços do meio circulante

3. Receber recolhimentos compulsórios e voluntários

4. Exercer o controle do crédito, em todas suas formas

5. Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras

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6. Fiscalizar as instituições financeiras, inclusive autorizando a constituição e funcionamento delas,
bem como estabelecendo condições para o exercício de cargos de direção nessas instituições

7. Controlar o fluxo de capitais estrangeiro no País:

8. Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque

9. Efetuar, como instrumento de política cambial, operações de compra e venda de moeda estran-
geira:

10. Regular os serviços de compensação de cheques e outros papéis, gerindo o Sistema de Paga-
mentos Brasileiro (SPB)

11. Efetuar a compra e venda de títulos públicos federais, como instrumento de política monetária.

f) Comitê de Política Monetária (COPOM)

O Comitê de Política Monetária (COPOM), conforme definição do próprio Banco Central do Brasil:

Foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política


monetária e de definir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior trans-
parência e ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado pelo Fe-
deral Open Market Committee (FOMC), do Banco Central dos Estados Unidos, e pelo Central
Bank Council, do Banco Central da Alemanha. Em junho de 1998, o Banco da Inglaterra tam-
bém instituiu o seu Monetary Policy Committee (MPC), assim como o Banco Central Europeu,
desde a criação da moeda única em janeiro de 1999. Atualmente, uma vasta gama de autori-
dades monetárias em todo o mundo adota prática semelhante, facilitando o processo decisó-
rio, a transparência e a comunicação com o público em geral.

Formalmente, as competências do Copom são definir a meta da Taxa Selic e divulgar o Rela-
tório de Inflação. A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a Taxa Selic (taxa
média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Espe-
cial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do
Comitê.

As reuniões ordinárias do Copom dividem-se em duas sessões, sendo a primeira sessão re-
servada às apresentações técnicas de conjuntura econômica e a segunda destinada à decisão
da meta da Taxa Selic. Além do Presidente e dos Diretores do Banco Central, membros do
Comitê, participam da primeira sessão da reunião os chefes dos seguintes departamentos do
Banco Central: Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban),
Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento Econômico (De-
pec), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), Departamento das Reservas Internacio-
nais (Depin) e Departamento de Assuntos Internacionais (Derin). A primeira sessão dos traba-
lhos poderá contar, ainda, com a presença de outros servidores do Banco Central, quando
autorizados pelo Presidente.

No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento apresentam uma análise técnica de
conjuntura abrangendo inflação, nível de atividade, evolução dos agregados monetários, fi-
nanças públicas, balanço de pagamentos, economia internacional, mercado de câmbio, reser-
vas internacionais, mercado monetário, operações de mercado aberto e expectativas gerais
para variáveis macroeconômicas.

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Já no segundo dia da reunião, além dos membros do Copom, participa, sem direito a voto, o
chefe do Depep, que realiza apresentação técnica contendo avaliação prospectiva da inflação.
Em seguida, os membros do Copom, com base na avaliação do cenário macroeconômico e
dos principais riscos associados, deliberam, por maioria simples de votos, a meta da Taxa Selic.

Os comunicados das decisões do Copom são divulgados após o término da segunda sessão
da reunião ordinária, a partir das 18h. As atas do Copom, em português, são divulgadas às
8h00 da terça-feira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de seis
dias úteis. Já as apresentações técnicas de conjuntura referentes ao primeiro e segundo dia
de reunião são disponibilizadas, respectivamente, após 4 e 8 anos.

O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado mediante Comunicado do Diretor
de Política Monetária até o fim do mês de junho do ano anterior, admitindo-se ajustes até o
último dia do ano de sua divulgação.

Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica o do-
cumento "Relatório de Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e fi-
nanceira do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação.

O COPOM possui a seguinte composição:

Presidente do BACEN, que preside


também o COPOM, possuindo voto de
qualidade.

Composição COPOM:

8 diretores que compõem a diretoria


colegiada do BACEN.

Para compreender a exata função do Copom, primeiramente é necessário ter também a compreen-
são de que no Brasil é adotado o Regime de Metas de Inflação, no qual o controle inflacionário
ocorre em regra via taxa de juros.

Sabe-se que há uma relação inversa entre inflação e taxas de juros, haja vista que para se reduzir a
inflação, aumenta-se a taxa de juros. Assim agindo, acaba-se por diminuir a demanda (procura) por
bens e serviços, consequentemente desestimulando a atividade econômica.

Por outro lado, sendo baixa a inflação, é possível se reduzir a taxa de juros, causando um estímulo
na economia.

Assim, nesse Regime de Metas de Inflação o papel principal do Banco Central é agir para que a
inflação não extrapole a pré-determinada.

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Dessa forma, é comum que as metas da SELIC (taxa básica de juros brasileira) sejam modificadas de
acordo com a análise feita pelo mercado e, principalmente pelo Copom, em relação ao comporta-
mento da inflação.

O Copom, portanto, determina a meta para a taxa Selic de acordo com a análise acerca da inflação
seja no momento atual ou em relação as expectativas em relação ao futuro.

Havendo uma alta na inflação, o Copom adota medidas políticas contracionistas, ou seja, para redu-
ção da inflação, como, por exemplo, a venda de títulos, a retirada de moeda de circulação, aumento
da taxa de juros ou mesmo redução da demanda na economia.

Atenção! O IPCA (Índice de preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, é o índice oficial
utilizado para calcular a taxa de inflação.

Por fim, em relação ao Copom, saiba que outra finalidade de destaque, além de definir a meta da
Selic, é a elaboração do Relatório de Metas de inflação, documento divulgado trimestralmente pelo
Bacen.

Vejamos na ilustração a seguir alguns dados relevantes quanto ao COPOM:

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6.2.2) Comissão de valores mobiliários (CVM)

Inicialmente, tenha em mente que valores mobiliários nada mais são do que títulos financeiros, emi-
tidos pelo governo ou por instituições privadas, sendo exemplos: ações, debêntures e cotas de fun-
dos de investimentos.

A Comissão de Valores Mobiliários – CVM -, nos termos do art. 5º da Lei 6385/76, com redação dada
pela Lei nº 10.411/2002, é definida como:

Art. 5º - É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime es-


pecial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios,
dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica,
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.

São disciplinadas e fiscalizadas pela CVM, de acordo com o art. 1º da Lei nº 6.385/1976, as seguintes
atividades:

Art. 1º Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo com esta Lei as seguintes atividades:

I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;

II - a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;

III - a negociação e intermediação no mercado de derivativos;

IV - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores;

V - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e Futuros;

VI - a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;

VII - a auditoria das companhias abertas;

VIII - os serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

Quanto as competências da CVM, assim determina a Lei 6385/76:

Art. 8º Compete à Comissão de Valores Mobiliários:

I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as


matérias expressamente previstas nesta Lei e na lei de sociedades por ações;

II - administrar os registros instituídos por esta Lei;

III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários,


de que trata o Art. 1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas
que dele participem, e aos valores nele negociados;

IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de preço,


comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários do
mercado;

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V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não apresentem
lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório.

§ 1º O disposto neste artigo não exclui a competência das Bolsas de Valores, das Bolsas de
Mercadorias e Futuros, e das entidades de compensação e liquidação com relação aos seus
membros e aos valores mobiliários nelas negociados.

§ 2º Serão de acesso público todos os documentos e autos de processos administrativos,


ressalvados aqueles cujo sigilo seja imprescindível para a defesa da intimidade ou do interesse
social, ou cujo sigilo esteja assegurado por expressa disposição legal.

§ 3º Em conformidade com o que dispuser seu regimento, a Comissão de Valores Mobiliários


poderá:

I - publicar projeto de ato normativo para receber sugestões de interessados;

II - convocar, a seu juízo, qualquer pessoa que possa contribuir com informações ou opiniões
para o aperfeiçoamento das normas a serem promulgadas.

Art 9º A Comissão de Valores Mobiliários, observado o disposto no § 2o do art. 15, poderá:

I - examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou documentos, inclusive programas


eletrônicos e arquivos magnéticos, ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis
de trabalho de auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em perfeita
ordem e estado de conservação pelo prazo mínimo de cinco anos:

a) as pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários


(Art. 15);

b) das companhias abertas e demais emissoras de valores mobiliários e, quando houver sus-
peita fundada de atos ilegais, das respectivas sociedades controladoras, controladas, coliga-
das e sociedades sob controle comum;

c) dos fundos e sociedades de investimento;

d) das carteiras e depósitos de valores mobiliários (Arts. 23 e 24);

e) dos auditores independentes;

f) dos consultores e analistas de valores mobiliários;

g) de outras pessoas quaisquer, naturais ou jurídicas, quando da ocorrência de qualquer irre-


gularidade a ser apurada nos termos do inciso V deste artigo, para efeito de verificação de
ocorrência de atos ilegais ou práticas não equitativas;

II - intimar as pessoas referidas no inciso I a prestar informações, ou esclarecimentos, sob


cominação de multa, sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas no art.1)1;

III - requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública;

IV - determinar às companhias abertas que republiquem, com correções ou aditamentos, de-


monstrações financeiras, relatórios ou informações divulgadas;

V - apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não equitativas de admi-
nistradores, membros do conselho fiscal e acionistas de companhias abertas, dos intermediá-
rios e dos demais participantes do mercado;

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VI - aplicar aos autores das infrações indicadas no inciso anterior as penalidades previstas no
Art. 11, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal.

§ 1º Com o fim de prevenir ou corrigir situações anormais do mercado, a Comissão poderá:

I - suspender a negociação de determinado valor mobiliário ou decretar o recesso de bolsa


de valores;

Il - suspender ou cancelar os registros de que trata esta Lei;

III - divulgar informações ou recomendações com o fim de esclarecer ou orientar os partici-


pantes do mercado;

IV - proibir aos participantes do mercado, sob cominação de multa, a prática de atos que
especificar, prejudiciais ao seu funcionamento regular.

§ 2º O processo, nos casos do inciso V deste artigo, poderá ser precedido de etapa investiga-
tiva, em que será assegurado o sigilo necessário à elucidação dos fatos ou exigido pelo inte-
resse público, e observará o procedimento fixado pela Comissão.

§ 3º Quando o interesse público exigir, a Comissão poderá divulgar a instauração do proce-


dimento investigativo a que se refere o § 2º.

§ 4º Na apuração de infrações da legislação do mercado de valores mobiliários, a Comissão


priorizará as infrações de natureza grave, cuja apenação proporcione maior efeito educativo
e preventivo para os participantes do mercado, e poderá deixar de instaurar o processo ad-
ministrativo sancionador, consideradas a pouca relevância da conduta, a baixa expressividade
da lesão ao bem jurídico tutelado e a utilização de outros instrumentos e medidas de super-
visão que julgar mais efetivos.

§ 5º As sessões de julgamento do Colegiado, no processo administrativo de que trata o inciso


V deste artigo, serão públicas, podendo ser restringido o acesso de terceiros em função do
interesse público envolvido.

§ 6o A Comissão será competente para apurar e punir condutas fraudulentas no mercado de


valores mobiliários sempre que:

I - seus efeitos ocasionem danos a pessoas residentes no território nacional, independente-


mente do local em que tenham ocorrido; e

II - os atos ou omissões relevantes tenham sido praticados em território nacional.

MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS (MERCADO MONETÁRIO, DE CRÉDITO,


DE CAPITAIS E CAMBIAL)

1) Introdução

Nesse momento, iremos estudar o tópico 2 do edital:

2 – Mercado Financeiro e seus desdobramentos (mercado monetário, de crédito, de capitais


e cambial)

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O mercado financeiro reúne um conjunto de instituições, das quais estão tomadores de recursos e
investidores. Além disso, permite que sejam negociados produtos financeiros, como títulos públicos,
ações, fundos de investimentos, dentre outros produtos ligados ao mercado financeiro.

Inclusive é necessário entender que a estrutura do mercado financeiro é complexa e abrangente,


possui diversas instituições financeiras e é dividida em: mercado monetário, mercado de crédito,
mercado de capitais e mercado cambial.

2) Mercado Financeiro e Seus Desdobramentos

O mercado financeiro envolve diversas operações de compra e venda de ativos financeiros, sua es-
trutura é formada pelas instituições financeiras, dentre elas estão os bancos, as corretoras, as insti-
tuições de pagamento e alguns órgãos do governo.

Bancos

Corretoras
Instituições Financeiras

Instituições de pagamento

Órgãos do governo

a) Bancos

Os bancos são instituições financeiras que basicamente atuam como intermediários entre quem quer
emprestar dinheiro e quem tem a intenção de tomar dinheiro emprestado. Além disso, prestam ser-
viços relacionados à cartão de crédito, débito, investimentos, pagamentos, conta corrente, dentre
outros serviços

b) Corretoras

As corretoras estão ligadas ao mercado de investimentos, são empresas que pertencem ao Sistema
Financeiro e intermediam a compra e a venda dos valores mobiliários, como títulos e ações. Alguns
exemplos de corretoras são BTG Pactual, XP Investimentos, Clear, Rico etc.

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c) Instituições de pagamento

São pessoas jurídicas que trabalham com serviços de compra e venda e movimentações de recursos
relacionadas ao pagamento. Alguns exemplos são: Mercado Pago, Cielo, PayPal, PicPay. Essas insti-
tuições, diferentemente dos bancos, não podem conceder empréstimos e financiamentos a seus
clientes.

d) Órgãos do governo

A função dos órgãos reguladores do mercado financeiro é a garantia da segurança do ambiente


onde ocorrem as negociações financeiras internas do país. Além, de tornar os investimentos estran-
geiros mais viáveis e atrativos para o país. Alguns exemplos de órgãos reguladores são: Conselho
Monetário Nacional (CMN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central do Brasil (Bacen),
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), entre outros.

3) Mercado Monetário

O Mercado monetário faz parte do mercado financeiro e é responsável pelas operações financeiras
de curto ou de curtíssimo prazo. São operações que possuem alta liquidez, ou seja, a conversão de
um bem em dinheiro pode ser feita de uma maneira mais rápida.

3.1) Como funciona o mercado monetário

No mercado monetário poderão ser feitas vendas de títulos e posses dentro do mercado financeiro
com uma alta liquidez. Esses investimentos são mais seguros para investidores que possuem um
perfil conservador. Pois as políticas existentes dentro do mercado monetário permitem que o indi-
víduo transforme seus títulos ou posses em dinheiro de forma rápida e segura com uma rentabili-
dade alta.

Os títulos podem ser vendidos entre as instituições financeiras ou quando o Banco Central adquire
títulos e vende para outras instituições, permitindo a compra livre.

No mercado monetário os títulos são divididos em:

a) Título Privado

São títulos criados por empresas privadas e encontradas no certificado de depósito bancário.

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b) Título Público

São títulos disponibilizados pelo Tesouro Nacional, sua finalidade é fazer as pessoas investirem e as
corporações comprarem papéis da dívida pública lançados pelo Governo Federal. O título público
mais conhecido é o Tesouro Selic, o qual possui uma rentabilidade baixa.

3.2) Mercado monetário e a importância para a economia

O mercado monetário tem ligação direta com o Banco Central, pelo fato de ser constituído por
operações de compra e venda de títulos. O Banco Central possui responsabilidade pela moeda que
circula no país, dessa maneira, quando são efetuadas compras dos títulos são retiradas do mercado
as moedas e quando são efetuadas as vendas são colocadas em circulação novamente.

Por fim, é preciso entender que o mercado monetário afeta de forma drástica a economia, pois ele
pode acelerar o mercado econômico e se o mercado monetário fica em alta poderá haver a desva-
lorização da moeda.

4) Mercado De Crédito

O mercado de crédito é explorado pelas instituições, pois serve para conceder recursos financeiros
para a população.

4.1) O que é o mercado de crédito

O mercado de crédito também pertence ao Sistema Financeiro Nacional. É um sistema que fornece
financiamentos, tanto para pessoas físicas, quanto para pessoas jurídicas.

Além do mais, o mercado de crédito é muito importante para a economia do país, sem esse mercado
seria quase impossível a economia se manter.

4.2) Qual a finalidade do mercado de crédito

O mercado de crédito oferece uma vasta movimentação de recursos econômicos. Possui uma grande
capacidade de financiar projetos que futuramente podem gerar valor para toda a economia de forma
direta.

4.3) Mercado de crédito e seu funcionamento

De maneira ampla, o mercado de crédito funciona entre duas partes, os credores e os tomadores de
crédito.

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Credores

Mercado de crédito

Tomadores de crédito

a) Credores

Os credores são os bancos e as demais instituições que fornecem crédito.

b) Tomadores de crédito

Tomadores de crédito são as pessoas físicas e as pessoas jurídicas.

Além disso, as operações podem ser de curto prazo (menos de um ano); médio prazo (de um a cinco
anos); e de longo prazo (acima de cinco anos).

4.4) Tipos de créditos

Os créditos podem ser para pessoas físicas e pessoas jurídicas.

a) Mercado de crédito para pessoas físicas

Para as pessoas físicas podem ser feitos créditos consignados, crédito direto para o consumidor,
liberação de cheque especial, cartão de crédito, dentre outros.

b) Mercado de crédito para pessoas jurídicas

Para as pessoas jurídicas poderão ser feitos empréstimos para capital de giro, para financiar equipa-
mentos e máquinas, financiar projetos da empresa, entre outros.

4.5) Variáveis que influenciam o mercado de crédito

O crédito liberado poderá ser liquidado de maneira única ou de maneira parcelada.

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Para ser liberado um credito são necessárias algumas garantias. Geralmente para as pessoas físicas
as garantias são por meio de avalista, fiador, recebíveis ou algum bem, inclusive o próprio bem fi-
nanciado.

Já em relação as pessoas jurídicas as garantias poderão ser recebíveis, máquinas, equipamentos da


empresa, ativos financeiros etc.

Por fim, vale lembrar que existem os juros que definem o custo do capital. A taxa de juros pode ser
Pré ou Pós-fixada.

As garantias são necessárias para que as instituições financeiras tenham mais segurança na operação
financeira de fornecer crédito.

5) Mercado De Capitais

5.1) Conceito

O mercado de capitais é uma divisão do sistema financeiro, o qual é responsável por intermediar a
relação daqueles que precisam de recursos de longo prazo para implementar projetos e quem se
propõe a fazer tal investimento. Os investidores entregam os recursos para as empresas e em troca
recebem os chamados valores mobiliários, como: ações, debêntures, cotas de fundos de investimen-
tos, bônus de subscrição, certificados de depósito de valores mobiliários, notas comercias, contratos
futuros, dentre outros.

5.2) Instituições e agentes que participam do mercado de capitais

a) Empresas

Captam recursos por meio da emissão de títulos.

b) Corretoras de distribuidoras de títulos e valores mobiliários

São instituições autorizadas pelo Bacen para fazer a intermediação entre os investidores e o mercado
organizado de títulos e valores mobiliários.

c) Agentes autônomos de investimentos

São profissionais credenciados pela ANCORD ((Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras
de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias) para atuarem nas corretoras com a pros-
pecção de clientes, e prestação de informações sobre os produtos e demais serviços.

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d) Demais instituições financeiras autorizadas

São instituições autorizadas para atuar no mercado de capitais, como por exemplo, os bancos de
investimentos.

e) Bolsa de valores

É uma entidade privada de capital aberto onde são negociadas ações de empresas, títulos de renda
fixa, commodity e outros ativos.

f) Comissão de valores mobiliários

A CVM é responsável pela fiscalização e regulação do mercado de capitais, e tem por objetivo fisca-
lizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores.

É válido citar que, “o mercado de capitais mobiliza os recursos de poupança de pessoas físicas, em-
presas e agentes públicos, promovendo a alocação eficiente dessa poupança para financiar a pro-
dução, a comercialização e o investimento e consumo de empresas e famílias. ”

6) Mercado Cambial

6.1) Conceito

O mercado de câmbio é o local onde são realizadas as operações de câmbio, ou seja, compra e
venda de moedas de todos os países, dessa maneira, é um dos maiores ambientes de negociação
do mercado de capitais.

6.2) Como funciona o mercado cambial

No mercado cambial, as operações são realizadas em pares de moedas, ou seja, para comprar uma
moeda é necessário entregar outra. Cada moeda possui um preço e a diferença entre uma e outra é
chamada de taxa cambial. A taxa cambial é responsável por dizer quanto será necessário pagar para
comprar outra moeda.

O mercado cambial poderá ser:

a) Mercado primário

O mercado primário diz respeito as movimentações de entrada e saída de moeda estrangeira do


Brasil. Geralmente essa movimentação é feita por importadores, exportadores e turistas.

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b) Mercado secundário

O mercado secundário diz respeito as movimentações feitas entre os bancos no país, podendo ser
chamado também de mercado interbancário.

6.3) Responsável pelo mercado cambial no Brasil

Quem regula e supervisiona o mercado de câmbio no Brasil é o Banco Central e o Conselho Mone-
tário Nacional.

O Banco Central tem a responsabilidade de autorizar o funcionamento das instituições financeiras


para que possam fazer a negociação ou intermediação das operações de câmbio. Todas as opera-
ções realizadas pelas instituições são informadas ao Banco Central.

Já o Conselho Monetário Nacional estabelece a política cambial do Brasil e quais serão as regras que
devem ser seguidas nas operações financeiras entre o Brasil e os demais países. Além disso, o Banco
Central verifica se as regras estão sendo seguidas de forma adequada.

6.4) Tipos de operações do mercado cambial

No Brasil temos as seguintes operações de câmbio: compra e venda de moeda estrangeira ou uso
de cartão em viagens ao exterior; transações de moeda nacional por residentes no país e no exterior;
movimentação de valores de importação e exportação; pagamentos e transferências internacionais,
entre outros.

Lembrando que todas as movimentações cambiais devem ser realizadas por meio de instituições
financeiras autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central.

6.5) Instituições autorizadas a operar no mercado cambial

Vejamos algumas instituições autorizadas a operar no mercado cambial: os bancos múltiplos, bancos
comerciais, de câmbio e caixas econômicas; os bancos de investimento; os bancos de desenvolvi-
mento; as corretoras de câmbio; as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; as socie-
dades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; as agências de fomento; as sociedades de cré-
dito, financiamento e investimento.

É importante salientar que antes realizar qualquer operação é fundamental verificar se a instituição
está autorizada pelo Banco Central, para garantir que a operação será feita dentro legalidade e não
correr riscos de golpes.

OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E DESAFIOS

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A Era Digital ou Era da Informação é resultado dos avanços tecnológicos trazidos pela Terceira Re-
volução Industrial. Com esses avanços, houve um aumento significativo no uso de informática e
robótica.

Os bancos também estão sendo afetados por essa era digital, pois é impossível ignorar a grande
presença da tecnologia na vida das pessoas hoje. Vemos que nos últimos anos, a utilização de tec-
nologias tem se tornado cada vez mais comum em todo o mundo.

Por exemplo, no Brasil, o sistema bancário tem passado por uma modernização ao longo dos anos.
Uma das grandes inovações foi o surgimento da Transferência Eletrônica Disponível (TED) em 2022,
que é um serviço de transferência em tempo real entre contas de diferentes instituições financeiras.
Isso trouxe mais agilidade e segurança às transferências de recursos.

A modernização do Sistema de Pagamentos Brasileiro também proporcionou um cenário mais se-


guro para as transações bancárias, o que permitiu a implementação de plataformas digitais para os
clientes de bancos. Assim surgiu a internet banking, onde os clientes podem acessar suas contas e
realizar transações financeiras pela internet.

Atualmente, todos os bancos oferecem sites e aplicativos (mobile banking) para que os clientes pos-
sam acessar suas contas e realizar transações financeiras. No entanto, ainda há alguns clientes que
preferem manter uma relação tradicional com os bancos, mas a tendência é que a relação entre
cliente e banco se torne cada vez mais digital, especialmente devido à pandemia que estamos en-
frentando.

Muitas pessoas que antes não usavam aplicativos de bancos se viram "obrigadas" a utilizá-los para
evitar deslocamentos até as agências bancárias e diminuir o risco de contágio pelo Coronavírus.
Portanto, já se sabe que houve um aumento significativo no uso de canais digitais e tudo indica que
esse avanço veio para ficar.

Aspectos importantes no processo de “digitalização” dos bancos:

Possibilita a redução da demanda por funcionários;

Gera economia com espaço físico, que passa a ser cada vez menos necessário;

Facilita a atração de novos clientes, especialmente os jovens, que usam muito aplicativos;

Facilita a inclusão de pessoas que não possuíam fácil acesso às agências bancárias.

A pesquisa de Tecnologia Bancária, realizada em 2021 pela FEBRABAN (Federação Brasileira de Ban-
cos), apresentou dados interessantes sobre a presença da tecnologia nos bancos.

Em 2020, o setor bancário representou 14% dos investimentos em tecnologia na economia global,
perdendo apenas para o Governo.

Entre os investimentos em tecnologia feitos pelos bancos, destacam-se a segurança cibernética, o


trabalho remoto, a inteligência artificial e o Mobile Banking, que respondeu por mais da metade das
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transações bancárias. Além disso, 90% das contratações de crédito e 80% dos pagamentos de contas
foram realizados por meio de canais digitais. No entanto, os canais físicos ainda são bastante utili-
zados para transações mais complexas.

Apesar de todos os benefícios, a digitalização dos bancos também apresenta desafios, como altos
custos para implementar tecnologia segura, necessidade de mudança cultural interna e externa, e
concorrência com instituições inovadoras que já nasceram digitais.

Já existem novos modelos de instituições financeiras que não possuem agências físicas e têm toda
a relação com os clientes digital, desde a abertura da conta.

Isso impõe desafios adicionais aos bancos tradicionais, enquanto essas instituições inovadoras tam-
bém enfrentam desafios ao competir com os grandes bancos e manter seus clientes.

A partir dessa contextualização sobre bancos na Era Digital, será estudado tópicos específicos do
assunto, como o Internet Banking.

INTERNET BANKING

1) Conceito

O internet banking é a plataforma digital que permite que os clientes acessem suas contas bancá-
rias e realizem transações financeiras pela internet. É como se fosse o banco em casa ou no escritório,
pois é possível realizar diversas ações sem sair de casa ou do trabalho.

2) Características

Com o internet banking, é possível abrir uma conta corrente, pagar contas, fazer transferências entre
contas de um banco para outro, consultar saldo e extratos, fazer pagamentos de tributos, investir e
resgatar investimentos, solicitar empréstimos e muito mais.

Enfim, internet banking está associado ao acesso ao banco via computadores, diferentemente do
mobile banking que será estudado a seguir.

MOBILE BANKING

1) Conceito

O Mobile Banking é a plataforma digital que permite que os clientes acessem suas contas bancárias
e realizem transações financeiras através de seus smartphones, geralmente via aplicativos oferecidos
pelos bancos. É possível realizar as mesmas transações que podem ser feitas no Internet Banking.

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2) Benefícios e desafios

De acordo com a Pesquisa de Tecnologia Bancária 2021 da FEBRABAN, o Mobile Banking é a tecno-
logia bancária mais utilizada pelos brasileiros, isso pode ser atribuído a três fatores principais: o
contexto de pandemia, o programa de auxílio emergencial e o lançamento do PIX.

O Mobile Banking traz benefícios para os bancos e os clientes, como redução de custos, agilidade
nas transações, análise de dados dos clientes e comodidade para os clientes realizarem transações
em qualquer lugar e hora.

Mas ele também traz desafios, como tornar os aplicativos acessíveis a todos os tipos de clientes,
garantir a segurança dos dados dos clientes e transformar o Mobile Banking em um canal de vendas.

OPEN BANKING

1) Noções Introdutórias

Open Banking é um conceito que se baseia na abertura dos sistemas bancários para permitir acesso
de terceiros às informações e funcionalidades dos bancos. O objetivo é fomentar a inovação e au-
mentar a competição no mercado financeiro, permitindo que outras instituições, como Fintechs e
empresas de tecnologia, ofereçam novos serviços e soluções para os clientes.

No sistema bancário tradicional, um banco não tem acesso ao relacionamento que seu cliente possui
com outro banco, o que impõe maior dificuldade de competir com ele. Já no Open Banking: Com a
permissão de cada correntista, as instituições se conectam diretamente às plataformas de outras
instituições participantes e acessam exatamente os dados autorizados pelos clientes. Todo esse pro-
cesso é feito em um ambiente seguro e a permissão poderá ser cancelada pela pessoa sempre que
ela quiser (BACEN, 2021).

Isso tende a aumentar a concorrência entre as instituições, permitindo que elas ofereçam produtos
e serviços mais adequados ao perfil dos clientes e redução de tarifas. Além disso, o compartilha-
mento de dados também permite a "portabilidade de relacionamento", onde o cliente pode levar
seu histórico de bom pagador para outra instituição, sem precisar começar um relacionamento do
zero. Outra vantagem é a melhoria na experiência do usuário, com a possibilidade de visualizar in-
formações de contas de vários bancos em um único local e a comparação de produtos e serviços
entre as instituições, favorecendo a busca pela melhoria contínua.

2) Objetivos do Open Banking

A Resolução Conjunta do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do BACEN n. 1/2020, que regula-
menta o Open Banking, estabelece o os seguintes objetivos:

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Incentivar a inovação

Promover a concorrência

Objetivos do Open Banking


Aumentar a eficiência do sistema
financeiro nacional e do sistema de
pagamentos brasileiro

Promover a cidadania financeira

Para que os dados sejam compartilhados por meio do open banking é necessário que o cliente
autorize por meio de três etapas: consentimento; autenticação; confirmação.

As etapas de consentimento, autenticação e confirmação são fundamentais no processo de Open


Banking, pois garantem a segurança dos dados e a privacidade dos usuários.

A primeira etapa é o consentimento, onde o usuário dá sua autorização para que uma instituição
financeira ou de pagamento acesse e compartilhe suas informações financeiras com outras institui-
ções. Isso pode ser feito através de um aplicativo ou website específico, onde o usuário seleciona as
informações que deseja compartilhar e confirma sua decisão.

A segunda etapa é a autenticação, onde é verificada a identidade do usuário para garantir que ele
é realmente quem ele diz ser. Isso pode ser feito através de meios como login e senha, reconheci-
mento facial ou digital, entre outros.

Por fim, a terceira etapa é a confirmação, onde o usuário é notificado sobre a operação que está
prestes a ser realizada, e tem a opção de confirmar ou cancelar a transação. Isso garante que o
usuário está ciente e consciente da operação que está sendo realizada, e que ele tem o controle final
sobre seus dados.

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Consentimento

Etapas - Autorização de
compartilhamento de dados pelo Autenticação
cliente

Confirmação

Todas essas etapas devem ser realizadas via canais eletrônicos, preservando a segurança, agilidade,
precisão e conveniência. O BACEN impõe também que as três etapas sejam realizadas de forma
sucessiva e ininterrupta.

4.3) Instituições participantes

Somente instituições financeiras, instituições de pagamento e outras autorizadas pelo Banco Central
do Brasil podem participar do Open Banking.

No entanto, algumas instituições são obrigadas a se envolver. A Resolução 4553 do BACEN divide
essas instituições em 5 categorias, com as maiores instituições no segmento 1 e as menores no
segmento 5. As instituições do segmento 1 e 2 são obrigadas a participar, enquanto as demais po-
dem escolher se querem participar ou não."

4.4) Implementação no Brasil

O Open Banking é um sistema que já vigora em países da Europa, como Reino Unido, e está em
processo de implantação em países como o Chile e Austrália, além do Brasil.

O Banco Central do Brasil determina que a implantação do Open Banking no País se dará em quatro
fases, quais sejam:

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1ª fase: preparatória - as instituições
disponibilizam informações padronizadas
dos clientes.

2ª fase: é a autorização do
compartilhamento de dados pelos
cliente.

Fases do Open Banking

3ª fase: é o compartilhamento de
serviços básicos: transações de
pagamento e de encaminhamento de
proposta de operação de crédito.

4ª fase: realização de transações mais


complexas (investimentos, operações
com câmbio, planos de previdência,
entre outras)

NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS

1) Noções introdutórias

A Era Digital trouxe mudanças na relação entre bancos e clientes. No entanto, essas transformações
afetam também as empresas em geral, pois surgem novos modelos de negócios nesse contexto. Um
modelo de negócio é "a forma como uma empresa cria, entrega e captura valor" (SEBRAE, 2021).

Em outras palavras, é a maneira como os recursos humanos e financeiros são organizados para en-
tregar valor aos clientes e gerar lucro para os proprietários/acionistas. Pode ser difícil entender esses
conceitos na prática, por isso fornecemos algumas ilustrações, como a ferramenta chamada Dia-
grama de Canvas, que pode ser usada para criar um modelo de negócios.

Não há uma "receita" única para criar um modelo de negócios, cada empresa criará o seu de acordo
com suas especificidades, como perfil do público-alvo e a forma como deseja entregar valor.

São vários os tipos de modelos negócios, dentre estes, destacam-se:

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Modelos de
Negócios

Economia
Marketplace Gratuito Freemium Ecossistema Isca e anzol Assinatura
Colaborativa

2) Tipos de modelos de negócios

Um marketplace é uma plataforma on-line que oferece produtos de diversas empresas. Ele funciona
como um shopping virtual, onde as marcas que não possuem sua própria loja podem alugar espaço
para expor e vender seus produtos. Exemplos de marketplaces incluem a Americanas, Netshoes e
Amazon.

No modelo gratuito ocorre o uso do serviço ou produto é oferecido sem cobrança, mas a empresa
obtém lucro através da utilização dos dados dos usuários para oferecer publicidade para empresas
parceiras. Exemplos: redes sociais.

No modelo freemium, as empresas oferecem algumas funcionalidades gratuitas em seus produtos


ou serviços, enquanto outras funcionalidades só podem ser acessadas mediante pagamento. É como
se fosse um test drive, onde os usuários podem experimentar um produto ou serviço antes de decidir
se desejam investir nele. Um exemplo de Freemium é o Spotify, onde algumas funções são gratuitas,
mas outras como acesso a músicas sem anúncios e baixar músicas só podem ser acessadas com a
assinatura premium.

O modelo de negócios chamado ecossistema de envolve a venda de um conjunto de produtos que,


embora possam ser adquiridos separadamente, funcionam melhor juntos. Um exemplo notável
desse modelo é a empresa Apple.

Isca e anzol é o modelo de negócio em que a empresa oferece um produto a um preço baixo, com
baixa margem de lucro (como uma isca) e cobra preços mais altos para outros produtos que são
necessários para o primeiro funcionar (como o anzol). Um exemplo comum é as máquinas de café
de cápsulas, onde a margem de lucro é maior na venda de cápsulas que os consumidores precisam
comprar frequentemente e que não são baratas.

O modelo de assinatura é baseado em um sistema de pagamento recorrente, onde o cliente paga


uma taxa mensal ou anual para ter acesso aos produtos ou serviços oferecidos pela empresa. Exem-
plos de empresas que utilizam esse modelo são as plataformas de Streaming, como Netflix e Amazon
Prime, onde os usuários pagam uma taxa mensal para assistir a filmes e séries. Esse modelo tem se
tornado cada vez mais popular, pois permite que as empresas ofereçam uma variedade de conteúdo
aos seus clientes sem precisar vender cada item individualmente.

O modelo de negócios da economia colaborativa é também conhecido como economia comparti-


lhada ou em rede. Ele se baseia na união de esforços e no compartilhamento de bens e serviços para

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alcançar uma economia de recursos e práticas de consumo mais sustentáveis. Exemplos desse mo-
delo incluem aplicativos de caronas, como Uber, e plataformas de compartilhamento de imóveis
como Airbnb. Este modelo de negócios está ganhando popularidade em todo o mundo.

A partir da mudança de paradigma que tem ocorrido em face da Era digital e dos novos modelos de
negócios, surgiram alguns tipos empresas inovadoras, que implementam os novos modelos de ne-
gócios, das quais serão estudadas adiante.

FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS

1) Conceitos e características

Fintechs são empresas que utilizam tecnologia para oferecer serviços financeiros inovadores, tais
como pagamentos, investimentos, empréstimos e seguros. Elas podem ser startups ou já estabele-
cidas e competem com bancos tradicionais e outras instituições financeiras.

Ex.: Nubank, que oferece cartões de crédito e contas correntes digitais sem taxas bancárias e com
aplicativo para gerenciamento das contas.

Startups são empresas inovadoras, geralmente em estágios iniciais de desenvolvimento, que bus-
cam soluções para problemas ou oportunidades no mercado. Muitas vezes elas se concentram em
setores emergentes, como tecnologia, biotecnologia e internet.

Ex.: a Uber, que desenvolveu um aplicativo para solicitar transporte de forma fácil e rápida.

As Big Techs são as grandes empresas de tecnologia, como Amazon, Google, Facebook e Apple,
que possuem uma ampla gama de produtos e serviços, e têm uma forte presença no mercado. Elas
têm uma grande capacidade de investimento e capacidade de inovar e adaptar-se a novos mercados,
incluindo o financeiro.

SISTEMAS DE BANCO-SOMBRA (SHADOW BANKING)

1) Conceitos e características

O sistema de banco-sombra (shadow banking) é um conjunto de instituições financeiras e ativida-


des que operam fora do sistema bancário regulamentado. Ele inclui financeiras, empresas de leasing,
fundos de investimento, corretoras e outras instituições que oferecem serviços financeiros sem estar
sujeitas às mesmas regulamentações e supervisão que os bancos regulamentados.

O shadow banking tem crescido rapidamente nos últimos anos, e hoje representa uma parcela sig-
nificativa do sistema financeiro global. Ele pode fornecer uma variedade de serviços financeiros,
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como empréstimos, investimentos e pagamentos, mas também pode criar riscos sistêmicos devido
à sua falta de regulamentação e supervisão adequadas.

As principais preocupações com o shadow banking incluem a falta de transparência, o risco de


contagem e a falta de garantias de depósitos. Alguns temem que as falhas no sistema de banco-
sombra possam levar a problemas econômicos mais amplos, como uma crise financeira.

Devido a esses riscos, as autoridades reguladoras estão trabalhando para aumentar a supervisão e
regulamentação do shadow banking. Isso inclui medidas para melhorar a transparência, aumentar a
capitalização e melhorar a gestão de riscos.

Além disso, as Fintechs e as startups também estão contribuindo para o crescimento e a evolução
do sistema de banco-sombra. Elas estão desenvolvendo novos modelos de negócios e tecnologias
que permitem que os consumidores façam transações financeiras sem precisar de intervenção de
bancos tradicionais. As Big Techs também estão entrando nesse mercado com força, como Google,
Facebook.

Ex.: Integrantes do Shadow Banking são: fundos de pensão; fundos de investimento (hedge e
convencionais); empresas de factoring; bancos de investimento, entre outros.

O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS

1) Noções introdutórias

A era digital tem trazido muitas mudanças na forma como as pessoas lidam com o dinheiro, inclu-
indo o surgimento de criptomoedas como o Bitcoin. As criptomoedas são moedas digitais descen-
tralizadas que usam tecnologias de criptografia para garantir e verificar transações, além de controlar
a criação de novas unidades.

Os pagamentos eletrônicos, como cartões de crédito e aplicativos de pagamento móvel, também


têm aumentado a conveniência e a segurança das transações financeiras. Além disso, as criptomoe-
das também estão sendo cada vez mais aceitas como meio de pagamento em comércios físicos e
online.

Outra tendência na era digital é a crescente utilização de tecnologias financeiras inovadoras, como
o blockchain, que é a tecnologia subjacente às criptomoedas, e permite a criação de aplicações
financeiras descentralizadas e seguras.

No entanto, é importante lembrar que as criptomoedas ainda são consideradas investimentos de


alto risco e a regulamentação a respeito delas ainda é incerta em muitos países. Além disso, a vola-
tilidade dos preços das criptomoedas é muito alta, o que pode torná-las impróprias para investi-
mentos de longo prazo.

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2) Blockchain

Blockchain é uma tecnologia de registro distribuído que permite a criação de registros confiáveis e
imutáveis sem a necessidade de uma autoridade central. É a tecnologia subjacente às criptomoedas,
como o Bitcoin, mas tem potencial para muitas outras aplicações além das financeiras.

A principal característica do blockchain é sua descentralização. Em vez de confiar em uma autoridade


central para validar transações e manter registros, o blockchain usa uma rede de computadores dis-
tribuídos para validar e registrar transações. Isso torna o blockchain muito seguro e resistente a
ataques cibernéticos, já que é muito difícil alterar ou corromper os registros.

Além disso, o blockchain permite a criação de aplicações financeiras descentralizadas e seguras,


como as criptomoedas. Isso tem o potencial de revolucionar a forma como as pessoas lidam com
dinheiro e também tem aplicações em outras áreas, como a criação de contratos inteligentes, a ges-
tão de ativos digitais e a verificação de identidade.

Contudo, ainda é cedo para prever qual será o impacto a longo prazo do blockchain nas diferentes
indústrias.

3) Bitcoin

Bitcoin é uma criptomoeda, ou moeda digital, criada em 2009 por uma pessoa ou grupo de pessoas
usando o pseudônimo Satoshi Nakamoto. É a primeira e mais conhecida criptomoeda e é baseada
na tecnologia blockchain.

A principal característica do Bitcoin é que ele é descentralizado, ou seja, não é controlado por ne-
nhum governo, banco central ou autoridade financeira. Em vez disso, ele é controlado por uma rede
de computadores distribuídos ao redor do mundo. Isso permite que as transações com Bitcoin sejam
realizadas diretamente entre as pessoas, sem a necessidade de intermediários.

Outra característica importante do Bitcoin é que ele é limitado em sua oferta. O protocolo do Bitcoin
estabelece que somente 21 milhões de bitcoins podem ser criados, e até agora já foram minerados
mais de 18 milhões de bitcoins. Isso faz com que o Bitcoin seja comparado a um ativo financeiro, e
assim como outros ativos financeiros, o preço do bitcoin pode sofrer volatilidade.

O uso do bitcoin tem crescido ao longo dos anos, e hoje é possível utilizá-lo em vários comércios e
estabelecimentos, no entanto, ele ainda é considerado uma forma de investimento de alto risco e a
regulamentação a respeito dele varia de país para país. Além disso, sua utilização pode ser compli-
cada para pessoas que não tem familiaridade com tecnologias digitais.

4) Demais criptomoedas

Além do Bitcoin, existem muitas outras criptomoedas, também conhecidas como altcoins, que foram
criadas desde então. Algumas delas são muito semelhantes ao Bitcoin, enquanto outras possuem
características e objetivos diferentes.
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Uma das mais conhecidas criptomoedas é o Ethereum. Ele foi lançado em 2015 e tem como principal
diferença em relação ao Bitcoin a capacidade de executar contratos inteligentes, ou seja, programas
que podem ser executados automaticamente quando determinadas condições são atendidas. Isso
permite que o Ethereum seja usado para a criação de aplicações descentralizadas além das financei-
ras.

Outra criptomoeda conhecida é o Litecoin. Ele foi criado em 2011 como uma versão "leve" do
Bitcoin, o que significa que as transações são processadas mais rapidamente e com taxas de transa-
ção menores. Também possui uma oferta mais elevada, 84 milhões de unidades, comparado com os
21 milhões do Bitcoin.

Existem muitas outras criptomoedas como Ripple, Monero, Tether, entre outras, cada uma delas
com sua própria finalidade e características. Enquanto algumas buscam ser uma forma de paga-
mento, outras buscam ser uma forma de investimento ou até mesmo se concentram em privacidade
e anonimato. Assim como o Bitcoin, essas criptomoedas são consideradas investimentos de alto risco
e a regulamentação a respeito delas varia de país para país.

Ethereum

Litecoin

Bitcoin

Criptomoedas Ripple

Altcoins

Monero

Tether

Aproximadamente outras 17
mil altcoins

CORRESPONDENTES BANCÁRIOS

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1) Noções Introdutórias

Os correspondentes bancários são instituições financeiras que atuam como agentes de outras ins-
tituições financeiras, oferecendo serviços bancários em nome dessas instituições. Eles geralmente
são utilizados para ampliar a rede de atendimento de uma instituição financeira, permitindo que ela
atenda a uma área geográfica maior ou a um público específico.

2) Características

Os correspondentes bancários podem oferecer serviços como abertura de conta, depósitos, saques,
pagamentos e transferências. Eles também podem emitir cartões de crédito e débito, e oferecer
serviços de crédito, como empréstimos e financiamentos. Em alguns casos, eles também podem
oferecer serviços de investimento, como aplicações em títulos públicos e fundos de investimento.

Os correspondentes bancários são regulamentados pelo Banco Central e devem seguir as mesmas
regras e normas que as instituições financeiras regulares. Isso inclui questões de segurança, como
proteção de dados e combate à lavagem de dinheiro, além de exigências de capital e liquidez.

Eles são uma alternativa para as pessoas que vivem em áreas remotas e não tem acesso a um banco
tradicional, também podem ser utilizados para ampliar a rede de atendimento para pessoas que não
possuem documentação necessária para abrir conta em um banco tradicional, como imigrantes ile-
gais.

No entanto, é importante lembrar que os correspondentes bancários podem cobrar taxas e tarifas
mais elevadas do que os bancos tradicionais, e que os serviços oferecidos podem ser limitados. Além
disso, os clientes devem ter cuidado ao escolher um correspondente bancário, verificando se ele é
regulamentado e se tem boa reputação.

SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX)

1) Conceitos e características

O Sistema de Pagamentos Instantâneos (PIX) é um sistema de pagamentos eletrônicos no Brasil,


lançado em novembro de 2020 pela Central Bank of Brazil (Banco Central do Brasil). O PIX permite
que as transações financeiras sejam realizadas de forma instantânea, 24 horas por dia, sete dias por
semana. Isso inclui transferências bancárias, pagamentos de contas, recarga de celular e outras tran-
sações.

O PIX é baseado em chaves de identificação, que podem ser endereços de e-mail, telefones celulares
ou CPF/CNPJ, e permite que as transações sejam realizadas sem a necessidade de informações ban-
cárias detalhadas, como números de conta e agência. Isso torna o processo mais rápido, fácil e
seguro.

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O PIX também oferece a possibilidade de realizar pagamentos através de QR Code, mensagem de
texto e aplicativo de pagamentos. Além disso, permite aos usuários criar suas próprias chaves de
identificação, facilitando a realização de transações financeiras.

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO

1) Noções Introdutórias

A transformação digital no sistema financeiro tem sido um importante fator para o aumento da
eficiência, segurança e inovação nos serviços financeiros.

2) Tendências e desenvolvimentos no setor financeiro

Algumas das principais tendências e desenvolvimentos no setor financeiro incluem: bancos digitais,
pagamentos eletrônicos, análise de dados, automatização e blockchain:

Bancos digitais: A crescente popularidade dos bancos digitais tem permitido que os clientes reali-
zem transações financeiras através de canais digitais, como aplicativos, sites e redes sociais, sem
precisar visitar uma agência bancária física.

Pagamentos eletrônicos: O desenvolvimento de novas tecnologias de pagamento, como o PIX, tem


permitido que as transações financeiras sejam realizadas de forma mais rápida e segura.

Análise de dados: O uso de Big Data e análise de dados tem permitido que os bancos obtenham
insights valiosos sobre seus clientes, o que ajuda a melhorar os serviços e oferecer produtos perso-
nalizados.

Automatização: A automatização tem permitido que os bancos reduzam custos e aumentem a efi-
ciência, permitindo que os funcionários se concentrem em tarefas mais complexas.

Blockchain: A tecnologia blockchain tem o potencial de revolucionar a forma como as transações


financeiras são realizadas, proporcionando mais segurança e transparência.

Em geral, a transformação digital no sistema financeiro tem permitido que os bancos e outras insti-
tuições financeiras melhorem a experiência do cliente, aumentem a eficiência e reduzam os custos,
enquanto oferecem novos produtos e serviços

MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO-CON-


VENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS; O
DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BANCO CEN-
TRAL DO BRASIL

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1) Introdução

Nesse momento, iremos estudar o tópico de um tema também muito recorrente nas provas de co-
nhecimentos bancários:

Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não-convencionais (Quan-


titative Easing); Taxa SELIC e operações compromissadas; O debate sobre os depósitos remu-
nerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil.

2) Moeda e Políticas Monetárias

O Banco Central do Brasil determina que a moeda é um ativo que poderá ser utilizado nas transações
econômicas, desempenhando a função de denominador comum de valor monetário, fornecendo um
referencial para as demais mercadorias e, por fim, funcionando como reserva de valor para transa-
ções que não são liquidadas imediatamente na entrega, mas como promessa futura.

Em síntese, a moeda é um objeto que desempenha três funções fundamentais, quais sejam: i) meio
de trocas; ii) unidade de conta; iii) reserva de valor.

meio de trocas

Moeda unidade de conta

reserva de valor

A Política Monetária é o mecanismo utilizado com a finalidade de estabilizar os preços na economia,


mantendo os índices inflacionais controlados, incentivar a demanda do mercado e garantir o cresci-
mento econômico, operada pelo Bacen.

Existem diversos instrumentos utilizados para aumentar ou diminuir a oferta da moeda em circula-
ção, os quais veremos a seguir!

3) Políticas Monetárias Convencionais E Não-Convencionais (Quantitative Easing)

Como vimos anteriormente, temos dois tipos de políticas monetárias utilizadas para garantir a cir-
culação de moeda, controle das taxas de juros e do crédito no Brasil.

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Convencionais

Políticas Monetárias
Não convencionais (Quantitative
Easing)

a) Políticas monetárias convencionais

No Brasil, atualmente, possuímos dois tipos de políticas monetárias convencionais: expansionista e


contracionista. A política monetária expansionista serve para aumentar a oferta de moedas, utili-
zado em períodos de crise com a finalidade de estimular o consumo. Está política possui como ob-
jetivo acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e aumentar a expansão da base monetária.

Já a política contracionista reduz a oferta das moedas, com a finalidade de diminuir a inflação, obje-
tivando desacelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e diminuir a base monetária.

aumento da oferta de moeda

acelerar o crescimento e estimular o


Expansionista consumo

aumentar a inflação

Políticas monetárias
diminuir a oferta de moeda

desestimular o consumo e
contracionista
desacelerar o crescimento

diminuir a inflação

É fácil identificar que as políticas monetárias são controladas através das taxas de juros, no qual
verifica-se, uma relação inversamente proporcional entre as taxas de juros e a inflação. Explico!

Quando o sistema econômico deseja aumentar o crescimento e estimulo do consumo a taxa de juros
diminui, portanto, aumenta-se a inflação. Caso, o Bacen objetive a diminuição do crescimento e de-
sestimulo do consumo, diminui-se a inflação.

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Política monetária expansionista Política monetária contracionista

diminuição da taxa de aumento da taxa de


juros juros

b) Política monetária não-convencional (Quantitative Easing)

O Quantitative Easing ou flexibilização quantitativa (QE) é uma espécie de política monetária não-
convencional utilizada como forma alternativa com a finalidade de combater crises econômicas gra-
ves ou reduzir danos econômicos, como forma de estimulação econômica quando as taxas de juros
residem próximas a zero.

No Quantitative Easing o banco central compra títulos (públicos ou privados) de longo prazo
no mercado aberto para aumentar a oferta da moeda e encorajar empréstimos e investimentos. A
compra destes títulos injeta um novo dinheiro à economia e também reduz as taxas de juros ao
aumentar a oferta de títulos de renda fixa. Além disso, expande o balanço do banco central.

compra títulos de
compra títulos
longo prazo de
BACEN de longo prazo BACEN
Instituição
do Governo
Financeira Privada

Ex.: Pandemia do COVID-19 – Auxílio Emergencial.

Importante!

No Brasil, no início da pandemia do COVID-19, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Consti-


tucional n. 106/2020 que possibilitou a adoção da política monetária Quantitative Easing pelo Banco
Central, de acordo com o art. 7º.

Além disso, bastante recorrente no tema a crise de 2008 nos Estados Unidos e o FED – Federal Re-
serve, equivalente ao Banco Central dos Estados Unidos, que adotou diversas medidas de Quantita-
tive Easing para expandir a sua base monetária e combater os efeitos da crise imobiliária.

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4) Taxa Selic e Operações Compromissadas

a) Taxa SELIC

Na economia brasileira, temos a chamada Taxa SELIC sendo ela a taxa básica de juros da economia
que, basicamente, guia todas as outras taxas de juros que existem no mercado brasileiro. As moda-
lidades que envolvem empréstimos, de qualquer natureza, envolvem a taxa de juros. Desta forma,
como a taxa SELIC é a base das taxas de juros, sempre que a SELIC aumenta, todas as outras
taxas de juros também são elevadas, portanto, o custo do crédito será mais caro.

Ex.: Imaginamos que o consumidor gostaria de financiar um veículo. Caso a taxa SELIC for alta, o
preço dos juros do financiamento aumenta e consumidor não consome o produto.

A taxa SELIC meta é definida pelo COPOM com o objetivo de atingir a meta do IPCA (Índice oficial
de inflação no Brasil) definida pelo CMN.

b) Operações Compromissadas

As operações compromissadas são vendas de títulos de renda fixa realizadas por instituições finan-
ceiras ao investidor com o compromisso de recompra.

Desta forma, quando uma instituição financeira faz uma determinada operação com outra instituição
financeira e dá como garantia um título privado (por exemplo, CDB), significa que o lastro desta
operação é o título privado. No advento do fim da duração da operação, ou seja, no advento do
compromisso de recompra, a instituição financeira que recebeu o título como garantia devolverá o
referido título e receberá os juros deste período.

título privado/
Instituição financeira A Instituição financeira B
público

Caso contrário, é possível realizar o processo inverso. A redução da taxa Selic ocorre quando o BA-
CEN compra os títulos públicos que estão em posse das instituições bancárias, injetando a moeda e
promovendo a liquidez para a expansão de crédito na economia.

Quando o BACEN realiza a venda do título de renda fixa a dívida do governo aumenta.

Iremos estudar a seguir quais são as implicações da realização das operações compromissadas pelo
BACEN.

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5) O Debate Sobre Os Depósitos Remunerados Dos Bancos Comerciais No Banco Central Do
Brasil

Como vimos, o Banco Central do Brasil é autorizado a realizar operações compromissadas. Todavia,
a realização dessas operações é incluída na dívida pública do governo brasileiro.

Atualmente, o principal instrumento utilizado pelo BACEN para gerenciar a liquidez bancária são as
operações compromissadas. Quanto mais operações compromissadas o BACEN realiza, mais a dí-
vida pública aumenta. Diante disso, em julho de 2021 foi sancionada a Lei 14.185/2021 que dispõe
sobre os depósitos voluntários das instituições financeira.

Oras, mas o que seriam depósitos voluntários?!

Os depósitos voluntários são as reservas que as instituições financeiras enviam voluntariamente ao


Banco Central do Brasil. Com o advento da lei, há um estímulo maior para que as instituições finan-
ceiras realizem estes depósitos, uma vez que houve a autorização para uma remuneração às institui-
ções pelo BACEN. Em resumo, os depósitos voluntários nada mais que do que um depósito remu-
nerado.

A ideia central é dar ao BACEN uma nova ferramenta para controlar a quantidade de moeda em
circulação no sistema financeiro (liquidez bancária) que tem impacto sobre a inflação, sem afetar a
dívida pública.

Os debates remetem a consideração que os depósitos remunerados como uma espécie de manobra
fiscal, o qual, simula a dívida pública.

ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA

1) Introdução

Nesse momento, iremos estudar o tópico 4 dentro de Conhecimentos Bancários do edital do Banco
do Brasil, um tema que possui certa importância para provas bancárias:

4 - Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública.

Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu em-
penho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não é
algo impossível. Mas não se esqueça: Nós acreditamos em você!

2) Conceito De Orçamento Público

Quanto ao conceito de orçamento público, tema sempre relevante em provas, explica Leite (2020, p.
100):

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O orçamento mudou de cariz nas últimas décadas. No passado, tinha-se um conceito clássico
do orçamento, em que o mesmo era visto como simples peça que contemplava a previsão da
receita e a fixação das despesas. Assim, tinha um aspecto apenas contábil e financeiro, que
velava, sobretudo, para o equilíbrio entre as receitas e as despesas, sem se importar com os
investimentos e o potencial crescimento que eventuais desequilíbrios orçamentários pudes-
sem trazer.

Em seguida, partiu-se para uma concepção moderna do orçamento, tido, agora, como lei que
programa a vida financeira do Estado, permitindo-se até mesmo haver endividamento deste,
em atenção, sobretudo, aos interesses públicos da sociedade. Assim, toda vez que não é pos-
sível se alcançar o equilíbrio fiscal no orçamento, ou seja, quando as despesas públicas não
são cobertas pela totalidade da receita arrecadada, há necessidade de o orçamento contem-
plar modalidades de cobrir o déficit, apelando aí para os empréstimos públicos, aqui chama-
dos de crédito público.

O orçamento está dentro dessa perspectiva, ou seja, permite ir além de um equilíbrio pura-
mente contábil, entre receitas e despesas, desde que responsavelmente gerido, para se im-
plantar políticas públicas, que permitirão, a médio e a longo prazos, administrar os em prés-
timos, pagando-se os juros desse crédito.

Nessa linha, pode-se entender o orçamento público como uma lei que autoriza os gastos
que o Governo pode realizar durante um período determinado de tempo, discriminando
detalhadamente as obrigações que deva concretizar, com a previsão concomitante dos in-
gressos necessários para cobri-las. Nas incisivas e felizes palavras do ex-ministro Carlos Ayres
Britto, a lei orçamentária é “a lei materialmente mais importante do ordenamento jurídico logo
abaixo da Constituição” (STF, ADI-MC 4048-1/DF, j. 14.5).2)008, p. 92).

Dessa forma, extrai-se a importância do orçamento público enquanto instrumento de planejamento,


através dele é que pode planejar o exercício financeiro, detalhando-se a previsão dos recursos a
serem arrecadados, bem como a sua destinação.

3) Princípios Orçamentários

Ensina Humberto Ávila (2006, p.78) que: “os princípios são normas imediatamente finalísticas, pri-
mariamente prospectivas e com pretensão de complementariedade e de parcialidade, para cuja apli-
cação se demanda uma avaliação da correlação entre o estado de coisas a ser promovido e os efeitos
decorrentes da conduta havida como necessária à sua promoção”.

3.1) Princípio Da Legalidade

Quanto ao princípio da legalidade, ensina Leite (2020, p. 137):

O princípio da legalidade não é exclusivo do direito financeiro, por ser princípio sobranceiro
a todos os demais ramos. Está intrinsecamente ligado à ideia de Estado Democrático de Di-
reito, na medida em que vincula, não apenas o cidadão, mas também o Estado aos ditames
da lei.

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Assim, como as finanças públicas não podem ser manejadas sem autorização da lei, tem-se
na legalidade um princípio que permeia toda a atividade financeira do Estado, seja para arre-
cadar os tributos, seja para efetuar os gastos. Daí se afirmar que o orçamento é o início e o
fim de toda ação estatal, pois a lei do orçamento é que permite a realização dos gastos públi-
cos. Nada pode ser despendido sem a previsão nesta lei.

3.2) Princípio Da Exclusividade

O princípio da exclusividade, em questão de matéria orçamentária, possui fundamental importância,


sobretudo pelo fato de que da extensão dessas leis e de seus anexos.

Por este princípio busca-se evitar as chamadas caudas orçamentárias, ou seja, que sejam acrescen-
tadas matérias estranhas ao orçamento nestas longas lei e anexos.

Conforme Aliomar Baleeiro: "Foi a reforma de 1926 que, por iniciativa do Presidente Bernardes, deu
tiro de morte às chamadas 'caudas orçamentárias', isto é, dispositivo de lei, no sentido material,
sobre os mais variados assuntos estranhos às finanças".

Por esse motivo é que, o art. 165, § 8º, da CF preconiza:

Art. 165. § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.

3.3) Princípio da Programação

Quanto à programação, conforme ensina Leite (2020, p. 140):

A programação remete à ideia do planejamento das ações, as quais devem ser vinculadas por
um nexo entre os objetivos constitucionais e aqueles traçados pelo governante, num afunila-
mento na concretização do seu plano de governo, iniciando-se com a observância das pres-
crições constitucionais (arts. 1º, 3º e 5º, da CF) e implementando-as no plano plurianual (PPA),
na lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e na lei orçamentária anual (LOA). É da integração
entre esses planos que surge a necessidade da programação.

Neste sentido, os arts. 48, IV, e 165, § 4º, ambos da CF/88 preconizam:

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida
esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência
da União, especialmente sobre:

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento

Art. 154. § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Consti-
tuição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso
Nacional.

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3.4) Princípio do Equilíbrio Orçamentário

Trata-se de princípio implícito, o qual norteia toda a Administração Pública, tendo ganhado especial
relevo com a promulgação da LRF, que tornou regra a elaboração de orçamento equilibrado.

Através do princípio do equilíbrio do orçamento público, busca-se garantir que as despesas autori-
zadas na lei orçamentária não sejam superiores à previsão das receitas.

3.5) Princípio da Anualidade

O referido princípio pauta, de forma bem simples que o orçamento público é ânuo, ou seja, o inter-
valo de tempo em que se estimam as receitas e se fixa as despesas é de 1 ano, o que coincide com
o exercício civil. Neste sentido, prevê o art. 34 da Lei n. 4.320/64: Art. 34. O exercício financeiro coin-
cidirá com o ano civil.

3.6) Princípio Unidade

Trata-se de um princípio formal, o qual preconiza que o documento orçamentário deve ser único,
não obstante a CF/88 prever três orçamentos (art. 165, § 5º: seguridade social, investimentos e fiscal).

Assim, deve-se interpretar de forma sistêmica, como uma segmentação do orçamento único global,
como se fossem sub orçamentos.

3.7) Princípio da Universalidade

Trata-se de princípio segundo o qual todas as receitas e despesas deverão estar previstas na lei
orçamentária (exceto as receitas tributárias criadas após a aprovação da LOA).

Súmula 66 do STF: “É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o
orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro”.

Em relação ao produto da arrecadação do tributo, tem-se que não estará contido na LOA pelo sim-
ples fato de não ter sido previsto. Logo, não há desrespeito ao princípio aludido.

Ilustra o princípio da universalidade o art. 165, § 5º, da CF/88, segundo o qual a lei orçamentária
compreenderá os orçamentos fiscal, de investimento das empresas e da seguridade social.

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3.8) Princípio do Orçamento-bruto

Quanto a este princípio, leciona Leite (2020, p. 147/148):

De acordo com esse princípio, as receitas e as despesas deverão constar na lei orçamentária
pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções (art. 6º, da Lei n. 4.320/64). Ou seja, muito
embora o tributo IPVA seja do Estado e, por força constitucional, ele deva ser repartido em
50% para os Municípios; no orçamento do Estado, a receita do tributo deve ser lançada na
sua totalidade e não com o abatimento do valor a ser repassado. Logo, para os entes que
repartem as suas receitas, deve constar o valor integral a ser arrecadado, na parte da receita;
e o valor a ser repartido, na parte da despesa. Não pode haver lançamento apenas do valor
líquido.

3.9) Princípio da Transparência Orçamentária

Trata-se de princípio que, não obstante o fato de não estar expressamente previsto na Constituição,
extrai seu conteúdo do art. 37, da CF, caput, que prevê a publicidade como princípio norteador da
Administração Pública.

Dessa forma, a publicidade é apenas uma das formas de se promover a transparência e, consequen-
temente, permitir a fiscalização das receitas e despesas públicas.

Segundo Ricardo Lobo Torres:

A sociedade deve agir de tal forma transparente que no seu relacionamento com o Estado
desapareça a opacidade dos segredos e da conduta abusiva fundada na prevalência da forma
sobre o conteúdo dos negócios jurídicos.

O Estado, por seu turno, deve revestir a sua atividade financeira da maior clareza e abertura,
tanto na legislação instituidora de impostos, taxas, contribuições e empréstimos como na fei-
tura do orçamento e no controle da sua execução.

3.10) Princípio da Não Afetação (Não Vinculação) das Receitas de Impostos

O princípio da não vinculação da receita de impostos é preceituado na Constituição Federal do se-


guinte modo:

Art. 167. São vedados:

(...) IV — a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repar-


tição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destina-
ção de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvi-
mento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determi-
nado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às ope-
rações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto
no § 4º deste artigo;

Conforme explica Kiyoshi Harada:

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“Essa vedação traduz o princípio de que cabe ao governante, consagrado nas urnas, a res-
ponsabilidade de elaborar o seu plano de ação governamental promovendo o direcionamento
de despesas públicas para setores reputados prioritários e dentro da plataforma de campanha,
sob pena de faltar legitimidade para governar. Mas, isso é tarefa para estadistas, que parece
não mais existir. Na falta destes, a tendência é ir vinculando receitas públicas às mais diversas
necessidades públicas a serem satisfeitas, de tal forma que a governança poderia até ser en-
tregue a um computador”.

3.11) Princípio da Especificação ou Especialização

Está previsto no art. 167, VI e VII da CF/88:

Art. 167. São vedados: (...)

VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados

A LRF também prevê esse princípio:

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano
plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
[...]

§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação
ilimitada.

Segundo este princípio, é vedado dispor de crédito orçamentário para uma finalidade imprecisa. Os
créditos orçamentários nascem amarrados a programas e projetos de governo.

A reserva de contingência é exceção ao princípio da especificação. O Anexo de Riscos Fiscais criado


pela LRF na LDO, deve prever os passivos contingentes. Trata-se de verbas que não estão atreladas
a nenhum programa e projeto.

Assim, como não se pode definir onde essa reserva de contingência, efetivamente, vai ser utilizada,
não há como previamente ligá-la a um programa ou projeto antes do risco acontecer.

3.12) Princípio da Proibição de Estorno

Está previsto na Constituição Federal da seguinte maneira:

Art. 167. São vedados: (...)

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

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VIII — a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e
da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fun-
dos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

3.13) Princípio da Unidade de Tesouraria (ou Unidade de Caixa)

Conforme previsto no art. 56, da Lei n. 4.320/64:

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de


unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

Conforme explica Leite (2020, p. 170):

Para maior organicidade das contas públicas, é necessário que todo recurso carreado ao Erá-
rio, de caráter originário ou derivado, ordinário ou extraordinário, de natureza orçamentária
ou extraorçamentária, geral ou vinculado, seja alocado em uma única conta, a fim de facilitar
a gerência dos mesmos

3.14) Princípio da Economicidade

Sobre o tema, como bem explica o Professor Ricardo Lobo Torres:

o conceito de economicidade, originário da linguagem dos economistas, corresponde, no dis-


curso jurídico, ao de justiça. Implica na eficiência na gestão financeira e na execução orçamen-
tária, consubstanciadas na minimização de custos e gastos públicos e na maximização da re-
ceita e da arrecadação. É a justa adequação e equilíbrio entre as duas vertentes das finanças
públicas. Para o professor, o controle da economicidade, relevante no direito constitucional
moderno, em que o orçamento está cada vez mais ligado ao programa econômico, inspira-se
no princípio do custo-benefício. Este princípio implica na adequação entre receita e despesa,
de modo que o cidadão não seja obrigado a fazer maior sacrifício e pagar mais impostos para
obter bens e serviços que estão disponíveis no mercado a menor preço

3.15) Princípio da diferenciação das fontes de financiamento

Quanto a este princípio, como bem elucida Harrison Leite:

A Constituição Federal intentou criar um sistema tributário que dialogasse com o sistema or-
çamentário, de tal modo que a natureza do tributo revelasse um plexo de características de
organicidade dos sistemas.

Sendo assim, (i) a receita de impostos deveria ficar livre ao Executivo, para a aplicação das
políticas públicas genéricas; (ii) a receita das taxas deveria ter relação direta com o custo do
serviço público específico e divisível ou da atividade de fiscalização, por questão de justiça
fiscal; (iii) a receita da contribuição de melhoria não poderia ser maior do que o custo da obra
pública; (iv) a receita do empréstimo compulsório deveria ser adstrita ao motivo que ensejou
a sua criação e, (v) a receita das contribuições especiais deveria ter aplicação estrita à finali-
dade prevista em lei.

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Qualquer aplicação distinta ensejaria desorganicidade sistêmica, passível de reparação pela
via judicial, dado que a fonte de financiamento torna-se peça fundamental para a regularidade
na aplicação do recurso.

A título de exemplo, tem-se o art. 167, XI da CF/88: Art. 167. Sâo vedados:

XI — a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195,
I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral
de previdência social de que trata o art. 201.

4) Ciclo Orçamentário

O ciclo orçamentário inicia-se com a necessidade de determinado recurso, plenamente justificada,


até a sua correta aplicação e posterior fiscalização, ou seja, configura-se por ser uma série de fatos
orçamentários sucessivos.

Conforme escólio de Leite (2020, p. 187) ciclo orçamentário:

São um conjunto de etapas que não se adstringem a um exercício financeiro, visto que os
fenômenos orçamentários não se exaurem com a sua ocorrência, deixando reflexos que serão
objeto de análise por parte dos setores competentes. Por esta razão se afirma que o ciclo
orçamentário não se confunde com o exercício financeiro, pois este corresponde a uma das
fases do ciclo, até porque a fase de preparação da proposta orçamentária e sua elaboração
precedem o exercício financeiro, e a fase de avaliação e prestação de contas o ultrapassa.

O ciclo orçamentário compreende as seguintes etapas:

4.1) Iniciativa/Elaboração

Quanto a esta etapa, explica Leite (2020, p. 187) que:

Pela redação do art. 84, XXIII, da Constituição Federal, percebe-se que as leis orçamentárias
serão elaboradas sempre por iniciativa do Poder Executivo. E uma iniciativa privativa e indele-
gável E tal se dá porque o Parlamento, embora preparado para o exercício da produção de
leis, não possui o nível de informações técnicas e peculiares da Administração para o atendi-
mento das necessidades públicas. É o Executivo que conhece a realidade sobre a qual atua e
pode, aprioristicamente, melhor julgar a sua alocação, que será posteriormente analisada pe-
los legisladores.

Por ter o Executivo a visão global da produção dos recursos necessários às satisfações das
necessidades públicas, e por ser o maior encarregado de executar as tarefas delineadas no
orçamento, é que o constituinte ofertou-lhe, de maneira correta, a iniciativa desta lei.

Logo, o Legislativo não tem competência para iniciar um projeto de lei orçamentária.

No entanto, o Legislativo poderá, através de leis tributárias, principalmente as concessivas de


benefícios fiscais, alcançar reflexamente o orçamento, sem com isso ferir a competência ex-
clusiva do Executivo para tratar do orçamento, visto que está dentro da competência do Poder
Legislativo a iniciativa de lei tributária que reduz receita pública. Nesse sentido, decidiu o STF:

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A Constituição de 1988 admite a iniciativa parlamentar na instauração do processo legislativo
em tema de direito tributário. A iniciativa reservada, por constituir matéria de direito estrito,
não se presume e nem comporta interpretação ampliativa, na medida em que, por implicar
limitação ao poder de instauração do processo legislativo, deve necessariamente derivar de
norma constitucional explícita e inequívoca. O ato de legislar sobre direito tributário, ainda
que para conceder benefícios jurídicos de ordem fiscal, não se equipara, especialmente para
os fins de instauração do respectivo processo legislativo, ao ato de legislar sobre o orçamento
do Estado. (ADI 724-MC, Rei. Min. Celso de Mello, julgamento em 7-5-1992, Plenário, DJ de
27-4-2001.) No mesmo sentido: RE 590.6)97-ED, Rei. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento
em 23-8-2011, Segunda Turma, DJE de 6-9-2011.

Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 553/2000, do Estado do Amapá. Desconto no paga-


mento antecipado do IPVA e parcelamento do valor devido. Benefícios tributários. Lei de ini-
ciativa parlamentar. Ausência de vício formal. Não ofende o art. 61, § Io, II, b, da CF, lei oriunda
de projeto elaborado na Assembleia Legislativa estadual que trate sobre matéria tributária,
uma vez que a aplicação deste dispositivo está circunscrita às iniciativas privativas do chefe
do Poder Executivo Federal na órbita exclusiva dos territórios federais. Precedentes: ADI 2.724,
Rei. Min. Gilmar Mendes, DJ de 2-4-04, ADI 2.3)04, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 15-12-
2000 e ADI 2.5)99-MC, Rei. Min. Moreira Alves, DJ de 13-12-2002. A reserva de iniciativa pre-
vista no art. 165, II, da Carta Magna, por referir-se a normas concernentes às diretrizes orça-
mentárias, não se aplica a normas que tratam de direito tributário, como são aquelas que
concedem benefícios fiscais. Precedentes: ADI 724-MC, Rei. Min. Celso de Mello, DJ de 27-4-
2001 e ADI 2.6)59, Rei. Min. Nelson Jobim, DJ de 6-2-2004. Ação direta de inconstitucionali-
dade cujo pedido se julga improcedente. (ADI 2.4)64, Rei. Min. Ellen Gracie, julgamento em
11-4-2007, Plenário, DJ de 25-5-2007.) No mesmo sentido: RE 601.3)48-ED, Rei. Min. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 22-11-2011, Segunda Turma, DJE de 7-12-2011. Vide: ADI
3.2)05, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 19-10-2006, Plenário, DJ de 17-11-2006.

4.2) Apreciação e Emendas ao orçamento

Após o encaminhamento da proposta, haverá apreciação pelo poder Legislativo, que, no caso da
União, dar-se-á por análise conjunta das duas casas do Congresso Nacional.

De acordo com o Regimento do Congresso Nacional, a apreciação será em sessão conjunta, mas
com apuração de votos em separado. Assim, em cada votação haverá a sessão conjunta, contudo,
no momento da votação, se verificará o atingimento ou não do quórum de maioria simples em cada
Casa (Câmara e Senado), a fim de que não seja rejeitada a matéria.

4.3) Sanção ou veto

Explicita Leite (2020, p. 197/198):

Seguindo o trâmite comum das demais leis, o Executivo terá o prazo de 15 (quinze) dias úteis,
a contar da data do recebimento do projeto, para sancioná-lo. Poderá também vetá-lo, no
todo ou em parte, comunicando o fato em 48 (quarenta e oito) horas ao Presidente do Senado
Federal, expondo seus motivos. O silêncio importa sanção. Na ocorrência de veto, ele será
apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 (trinta) dias de seu recebimento. Não havendo
deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
proposições, até sua votação final, com exceção das medidas provisórias. Para que o veto seja

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rejeitado, isto é, para que se restabeleça o texto aprovado originalmente pelo Plenário, é ne-
cessária maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio aberto (art. 66, § 4º, da
CF, com a redação dada pela EC n. 76/13). Se o veto for derrubado, o projeto será enviado,
para promulgação, ao Presidente da República. Se o veto for mantido, o projeto será promul-
gado pelo Executivo sem a parte que foi vetada.

4.4) Execução

Com a aprovação e publicação da lei orçamentária, passará a lei a vigorar, devendo ser cumprida.
Assim o executivo poderá utilizar os recursos conforme o disposto na lei orçamentária.

Neste sentido, a LRF em seu art. 8º dispões que o Executivo estabeleça, em até 30 (trinta) dias após
a publicação dos orçamentos, a programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso. Com essa programação, os administradores começam a executar o orçamento.

4.5) Controle

O gasto público necessita passar por rigoroso controle para que possa ser devidamente efetuado.
Dessa forma, tanto os gastos quanto as receitas são passíveis de efetiva fiscalização e de controle.

Aos órgãos de controle, principalmente o Tribunal de Contas, incumbe apreciar e julgar a correta ou
incorreta aplicação dos recursos públicos, de acordo com as normas que disciplinam o controle das
contas públicas.

4.6) Orçamento-programa

O chamado orçamento-programa refere-se ao orçamento que interliga o planejamento e as funções


executivas da organização. A estrutura deste orçamento mira nos aspectos administrativos e de pla-
nejamento.

Dessa forma, a execução orçamentária é um indicador efetivo e fundamental da eficácia do planeja-


mento (caso o orçamento seja bem feito), uma vez que os gastos estarão sendo direcionados ao que
foi previamente concebido, ou seja, planos de governo e políticas sociais de caráter geral.

4.7) Orçamento na Constituição Federal de 1988

O orçamento e o planejamento do governo são dispostos de forma efetiva na Constituição de 1988,


através de três leis/instrumentos: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e
a Lei Orçamentária Anual (LOA).

Dispõe a CF/88 que:

Art. 165 (...) § 9º - Cabe à lei complementar:

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I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
planoplurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta


bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão ado-
tados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limi-
tação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12
do art. 166.

Os projetos de lei apresentados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo serão analisados por uma
comissão mista de deputados e senadores e apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional,
na forma do seu regimento comum. Os projetos, após aprovados, terão status de Leis Ordinárias.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orça-
mento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Naci-
onal, na forma do regimento comum.

§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apre-
sentadas anualmente pelo Presidente da República

II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais


previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de
acordo com o art. 58.

Conforme se verifica, cabe ao Poder Executivo elaborar e ao Poder Legislativo discutir e aprovar
(após, necessita de sansão presidencial). Já em relação à fiscalização, incumbe ao Poder Legislativo,
com auxílio do Tribunal de Contas. Vejamos cada uma destas leis:

4.7.1) Plano Plurianual

Trata-se de peça orçamentária que estabelece as metas e prioridades da Administração em longo


prazo, somente podendo dispor sobre, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e despesas de duração continuada (aquelas
com duração igual ou superior a dois exercícios).

Caso não ocorre o envio do PPA pelo Chefe do Executivo implica em crime de responsabilidade.

Conforme dispõe o art. 165, § 9º, da CF que cabe à lei complementar:

“I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano


plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; ”.

Na ausência dessa lei complementar, que ainda não foi editada, o ADCT é aplicado:

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Art. 35. (...)

§ 2º ADCT Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II,
serão obedecidas as seguintes normas:

I – o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerra-
mento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa;

Assim, o PPA terá vigência durante os três últimos anos do mandato de um Presidente e o primeiro
ano do mandato do Presidente seguinte.

O prazo para o envio é o mesmo da Lei orçamentária, até 31 de agosto (quatro meses antes do
término do primeiro exercício do Presidente) e tem que ser aprovada até o final da sessão legislativa,
cuja data é 22 de dezembro.

Assim, depreende-se que o plano plurianual tem duração de 4 anos.

4.7.2) Lei de Diretrizes Orçamentárias

A LDO determinará as metas e diretrizes da Administração Pública, bem como estabelecerá as dire-
trizes de política fiscal e respectivas metas, em observância à trajetória sustentável da dívida pública.
Orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tribu-
tária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Atente-se sempre para o fato de que é uma lei que visa a direcionar a elaboração da LOA. A LDO
deverá ser encaminhada pelo Chefe do Executivo até 15 de abril, e devolvida para sanção até o
término do primeiro período da sessão legislativa - 17 de julho. Atualmente, a principal lei orça-
mentária é a LDO.

Neste sentido:

Art.35. (...) § 2º, II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento do primeiro período da sessão legislativa; (até 17 de julho é necessário aprová-
la, art. 57, CF/88).

Caso o prazo de devolução seja descumprido, os Congressistas não poderão entrar de férias, até que
aprovem a LDO e remetam para sanção. É o que prevê a CF/88:

Art.57. (...) § 2º – A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de
lei de diretrizes orçamentárias.

Por fim, o art. 165, § 2º, da CF, conceitua a LDO:

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Art. 165. (...) § 2º. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas,
em consonância com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a polí-
tica de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

4.7.3) Lei Orçamentária Anual

A LOA deverá compreender todas as receitas e despesas estatais, incluindo os orçamentos de in-
vestimento, fiscal e da seguridade social, devendo ainda guardar compatibilidade com a LDO.

O projeto da LOA deverá ser encaminhado ao Congresso até 30 de agosto, e deverá ser devolvido
para sanção até o término da sessão legislativa. Sua vigência será de 1 ano, correspondendo ao
exercício civil;

Conforme decidiu o STF, são inconstitucionais as decisões judiciais que determinam a constrição de
verbas públicas oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES) — que devem ter aplicação compulsória
na área de saúde — para atendimento de outras finalidades específicas:

São inconstitucionais as decisões judiciais que determinam a constrição de verbas públicas


oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES) — que devem ter aplicação compulsória na área
de saúde — para atendimento de outras finalidades específicas A Justiça do Trabalho proferiu
diversas decisões judiciais determinando o bloqueio, arresto, penhora e sequestro de valores
que estavam das contas administradas pelo Poder Executivo. Foram bloqueadas verbas pú-
blicas oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES). Os bloqueios foram realizados para o pa-
gamento de condenações proferidas pela Justiça do Trabalho contra o Estado-membro. O
Governador ajuizou ADPF contra esse conjunto de decisões judiciais alegando que houve vi-
olação a diversos preceitos fundamentais, em especial àqueles referentes ao sistema orça-
mentário. O STF entendeu que decisões judiciais que determinam o bloqueio, penhora ou
liberação, para satisfação de créditos trabalhistas, de receitas públicas oriundas do Fundo Es-
tadual de Saúde objeto de contratos de gestão firmados entre o Estado-membro e entidades
de terceiro setor, violam o princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88), o pre-
ceito da separação funcional de poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III, da CF/88), o princípio da
eficiência da Administração Pública (art. 37, caput, da CF/88) e o princípio da continuidade
dos serviços públicos (art. 175 da CF/88). STF. Plenário. ADPF 664/ES, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).

Da mesma forma, o STF já reconheceu a inconstitucionalidade de decisão judicial que determina a


constrição de verbas de empresa estatal que desempenha serviço público essencial, em regime não
concorrencial e sem intuito de lucro:

É inconstitucional decisão judicial que determina a constrição de verbas de empresa estatal


que desempenha serviço público essencial, em regime não concorrencial e s em intuito de
lucro. Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço pú-
blico essencial, em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, não podem ser
bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para pagamento de verbas trabalhistas, em
virtude do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos princípios da legalidade orçamentária (art.

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167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2º, 60, § 4º, III, da CF) e da eficiência da admi-
nistração pública (art. 37, ‘caput’, da CF). STF. Plenário. ADPF 588/PB, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 26/4/2021 (Info 1014).

Lembre-se sempre que na LOA não poderá constar previsão de dotação para despesa com duração
superior a um exercício financeiro não constante no PPA. Ademais, também é vedada a consignação
de crédito com finalidade imprecisa ou dotação ilimitada. A LOA, no âmbito federal, será apreciada
por Comissão Mista Permanente.

4.8) Crédito Orçamentário Inicial

Entende-se como crédito orçamentário inicial ou ordinário aquele crédito aprovado pela lei orça-
mentária anual, constante dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empre-
sas estatais.

A LOA é organizada na forma de créditos orçamentários, aos quais estão consignadas dotações,
institui-se o crédito orçamentário através do conjunto de categorias classificatórias e contas que
especificam as ações e operações autorizadas pela lei orçamentária, com a finalidade de executar os
programas governamentais. Por sua vez, a dotação é o montante de recursos financeiros com que
conta o crédito orçamentário.

Dessa forma, o crédito orçamentário é portador de uma dotação e esta define o limite de recurso
financeiro autorizado.

4.9) Estágios Da Despesa Orçamentária

A despesa pública é conceituada como a aplicação do dinheiro arrecadado no custeio dos serviços
públicos. Possui 3 estágios, os quais estão presentes na Lei nº 4.320/64: empenho, liquidação e
pagamento.

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etapa em que o governo
reserva o dinheiro que será
Empenho pago quando o bem for
entregue ou o serviço
concluído.

quando se verifica que o


Estágios da despesa
Liquidação governo recebeu aquilo que
orçamentária comprou.

realizado após se verificar se


Pagamento o cumprimento de todas as
fases anteriores

4.10) Dívida Pública

As receitas e despesas da União estão diretamente ligadas ao orçamento público, uma vez que a Lei
Orçamentária Anual (LOA) estima as receitas e fixa as despesas de todo o Governo Federal.

Quanto a receita pública, pode-se definir como toda entrada de recursos que possa ser integrada ao
patrimônio público. Logo, receita pública é qualquer quantia recebida pelos cobres públicos e que
gere um aumento do patrimônio público.

Segundo a Lei 4.320/64, a receita poderá ser classificada em Correntes e de Capital:

Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e


Receitas de Capital.

§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuá-


ria, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos
de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas clas-
sificáveis em Despesas Correntes.

§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos


de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos
de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis
em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

Já quanto a despesa pública, nos dizeres de Aliomar Baleeiro: “é a aplicação de certa quantia em
dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro duma autorização legisla-
tiva, para execução de fim a cargo do Governo”.

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A lei n. 4.320/64 classifica as despesas públicas em dois grandes grupos: despesas correntes e des-
pesas de capital.

As Despesas Correntes são subdivididas em Despesas de Custeio e Transferências Correntes, assim


definindo a Lei 4.320/64:

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Inversões Financeiras

Transferências de Capital

§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços


anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação
de bens imóveis.

§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não


corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e sub-
venções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou pri-
vado.

§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir


despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:

I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assis-


tencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter


industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de


obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização
destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações,
equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que
não sejam de caráter comercial ou financeiro.

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer es-


pécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos


comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

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§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras
que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de con-
traprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contri-
buições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior,
bem como as dotações para amortização da dívida pública.

Despesas de Custeio

Correntes
Transferências Correntes

DESPESAS
Investimentos

Dissimulação Inversões Financeiras

Transferências de Capital

4.10.1) Dívida, Resultado Primário e Resultado Nominal

O déficit público se concretiza quando os investimentos e gastos do governo em geral superam às


receitas ou à poupança pública, que por sua vez trata-se da diferença existente entre as receitas
líquidas de transferências e os investimentos, conforme apresentado pelas Contas Nacionais.

O superávit se dará justamente quando esse resultado for positivo, caso o resultado seja negativa se
concretizará o déficit.

Havendo déficit público/fiscal, surge a necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP). A


cobertura dessa necessidade de financiamento se dará de duas formas:

Emissão de moeda: Banco Central ou


autoridade equivalente emite a moeda e
deposita na conta do Tesouro Nacional, e
em troca pode receber títulos de dívida do
Tesouro ou não.
Formas da necessidade de
financiamento

Operações de Mercado Aberto (Open


Market): frente ao deficit fiscal, o Tesouro
Nacional pode emitir títulos de dívida ao
setor privado.

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4.10.2) Déficit/Resultado Primário, Operacional e Nominal

Corresponde
Resultado Primário as Receitas não-financeiras – Despesas
não-financeiras.

Corresponde ao Resultado primário –


Resultado Nominal
despesas financeiras + receitas financeiras

Corresponde ao Resultado nominal – juros


Resultado Operacional reais da dívida pública.

4.11) Noções De Títulos Públicos

São responsáveis pela emissão dos títulos públicos:

Secretaria do Tesouro Nacional (STN): trata-se de órgão do Governo Federal ligado ao Ministério
da Economia. A STN visa administrar a dívida pública, operacionalizando no mercado financeiro atra-
vés da emissão de títulos de dívidas, bem como gerando informações sobre as finanças públicas.

Banco Central do Brasil (Bacen): autoridade monetária brasileira, que possui competência para
manter a estabilidade da moeda, sendo considerado o Banco dos bancos. Possui poder regulamentar
do mercado financeiro e monetário, bem como negociando títulos de dívida para execução de Polí-
tica Monetária.

O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) é uma infraestrutura do mercado financeiro


brasileiro que faz parte do Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB), sendo responsável por efetuar
a custódia e o registro de transações de maioria dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. Assim,
o SELIC é responsável por grande parte da execução da Política Monetária no Brasil.

Do Sistema Especial de Liquidação e Custódia também deriva a chamada Taxa Selic, uma taxa de
juros básica da economia.

Com a finalidade de manter a inflação dentro da meta, o Bacen opera no mercado de títulos públicos
a fim de que a taxa Selic esteja de acordo com a meta definida em reunião do Comitê de Política
Monetária do Bacen, o chamado Copom.

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Existem diversos títulos que são ofertados pelo Tesouro Nacional, vejamos:

Títulos prefixados: preste sempre bastante atenção na nomenclatura dos títulos, pois costumam
ser bastante indicativos. Os títulos prefixados, por exemplo, são aqueles em que a taxa de juros estão
prefixados desde o momento da compra do título.

Títulos pós-fixados: fixa-se a taxa de juros após o período de compra ou apenas no vencimento.

Títulos híbridos: trata-se de combinação dos títulos anteriores.

Vejamos alguns exemplos de títulos em negociação pela STN:

Tesouro Selic: trata-se de título pós-fixado atrelado à taxa Selic. Possui como característica a
baixa volatilidade, ou seja, seu valor de face se mantém quase constante já que envolve a taxa Selic,
também possui alta liquidez, sendo vendido e comprado sempre que o mercado está aberto.

Tesouro Prefixado: trata-se de título prefixado, o qual possui taxa fixa já previamente definida
quando da contratação do título.

Tesouro Prefixado com juros semestrais: trata-se de título prefixado, assim como o anterior.
Porém, nesse caso os juros sobre o capital são pagos semestralmente.

Tesouro IPCA+: trata-se de título misto, no qual uma parte da rentabilidade é uma taxa de juros
prefixada e outra parte é variação da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA).

Tesouro IPCA+ com juros semestrais: trata-se de título bem semelhante ao anterior, porém,
neste caso há o pagamento de juros semestralmente.

PRODUTOS BANCÁRIOS: PROGRAMAS SOCIAIS E BENEFÍCIOS DO TRABALHADOR; NOÇÕES


DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL,
POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS

1) Programas Sociais e Benefícios do Trabalhador

Segundo dados oficiais, a Caixa opera mais de 30 programas voltados à inclusão social, à cidadania
e à proteção ao trabalhador nas três esferas governamentais.

Além disso, saiba que a CAIXA não restringe as suas atividades à oferta de produtos e serviços ban-
cários. A responsabilidade pela operação de diversos benefícios, programas sociais e trabalhistas,
como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o Seguro Desemprego, o Programa Bolsa
Família e o Minha Casa Minha Vida, também compõem as atividades da CAIXA.

Como principal agente de políticas públicas do governo federal, a CAIXA contribui ativamente para
a erradicação da pobreza e a melhoria na distribuição de renda junto à população brasileira.

Quanto aos benefícios do trabalhador, são os seguintes, segundo a própria CAIXA:

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FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço: O benefício que ajuda o trabalhador a formar
um patrimônio e comprar a casa própria.

Abono Salarial: Instituído pela Lei n° 7.998/90, o Abono Salarial equivale ao valor de, no máximo,
um salário mínimo a ser pago conforme calendário anual estabelecido pelo CODEFAT aos trabalha-
dores que satisfaçam os requisitos previstos em lei. A CAIXA atua como Agente Pagador do Abono
Salarial, sob gestão do Ministério do Trabalho e Emprego. A origem dos recursos para pagamento é
do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador.

INSS - Pagamentos da Previdência Social: Pagamento dos benefícios devidos pela Previdência
Social aos seus segurados.

Seguro-Desemprego: O Seguro que permite uma assistência financeira temporária ao trabalha-


dor brasileiro.

PIS: Com o Programa de Integração Social (PIS), o empregado da iniciativa privada tem acesso
aos benefícios determinados por lei e ainda colabora para o desenvolvimento das empresas do setor.

Por meio da Lei Complementar n° 7/1970, foi criado o Programa de Integração Social (PIS). O pro-
grama buscava a integração do empregado do setor privado com o desenvolvimento da empresa.
O pagamento do PIS é de responsabilidade da CAIXA.

Paralelamente à criação do PIS, a Lei Complementar n° 8/1970 instituiu o Programa de Formação do


Patrimônio do Servidor Público (PASEP), com o qual União, Estados, Municípios, Distrito Federal e
territórios contribuíam com o fundo destinado aos empregados do setor público. O pagamento do
PASEP é feito pelo Banco do Brasil.

Bem - Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda: O Bem é um benefício


financeiro destinado aos trabalhadores que tiveram redução de jornada de trabalho e de salário ou
suspensão temporária do contrato de trabalho em função da crise causada pela pandemia do Coro-
navírus – COVID-19.

2) Cartões De Crédito e Débito

Os cartões também são conhecidos como “dinheiro de plástico”, sendo produto bastante usado
atualmente, sobretudo por sua praticidade.

O cartão de débito é um meio utilizado para a realização de compras/pagamentos à vista, também


sendo utilizado para movimentação das contas bancárias, haja vista que através do cartão de débito
é possível que o pagamento seja realizado debitando diretamente a quantia da conta do usuário.

Além disso, trata-se de serviço considerado essencial pela legislação brasileira, devendo ser ofertado
de forma gratuita pelas instituições bancárias.

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Por sua vez, o cartão de crédito permite ao usuário que realize compras/pagamentos a prazo, me-
diante a utilização de limite de crédito.

Existem dois tipos de cartão de crédito:

Cartão básico: utilizado exclusivamente para fins de pagamento de compras/serviços, por ser um
cartão mais simples, possui menor tarifa de anuidade em relação aos demais.

Cartão diferenciado: permite um tratamento diferenciado dos clientes, com a oferta de serviços
não existentes no básico, como por exemplo, os serviços de benefícios ou recompensas.

3) Crédito Direto ao Consumidor

O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) trata-se de modalidade de crédito destinado a consumidores,


seja pessoa física ou pessoa jurídica, com o objetivo de aquisição de bens e serviços, com pagamento
parcelado.

Há cobrança de juros e IOF.

Cartões de crédito também


concedem.

A garantia, geralmente, é
o próprio bem - alienação
fiduciária.

CDC Destinado a consumidores

Aquisição de bens e serviços

CDC-i: empresa vendedora


é a interveniente da operação.

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5.3) Crédito Rural

O Crédito Rural refere-se a modalidade de crédito concedida por instituições integrantes do cha-
mado Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).

A Lei nº 4829/65, assim define o crédito rural:

Art. 2º Considera-se crédito rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas
e estabelecimentos de crédito particulares a produtores rurais ou a suas cooperativas para
aplicação exclusiva em atividades que se enquadrem nos objetivos indicados na legislação em
vigor.

A referida lei também trata das modalidades de crédito rural, assim dispondo:

Art. 8º O crédito rural restringe-se ao campo específico do financiamento das atividades rurais
e adotará, basicamente, as modalidades de operações indicadas nesta Lei, para suprir as ne-
cessidades financeiras do custeio e da comercialização da produção própria, como também
as de capital para investimentos e industrialização de produtos agropecuários, quando efetu-
ada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural.

Art. 9º Para os efeitos desta Lei, os financiamentos rurais caracterizam-se, segundo a finali-
dade, como de:

I - custeio, quando destinados a cobrir despesas normais de um ou mais períodos de produ-


ção agrícola ou pecuária;

II - investimento, quando se destinarem a inversões em bens e serviços cujos desfrutes se


realizem no curso de vários períodos;

III - comercialização, quando destinados, isoladamente, ou como extensão do custeio, a cobrir


despesas próprias da fase sucessiva à coleta da produção, sua estocagem, transporte ou à
monetização de títulos oriundos da venda pelos produtores;

IV - industrialização de produtos agropecuários, quando efetuada por cooperativas ou pelo


produtor na sua propriedade rural.

Art. 10. As operações de crédito rural subordinam-se às seguintes exigências essenciais:

I - idoneidade do proponente;

Il - apresentação de orçamento de aplicação nas atividades específicas;

III - fiscalização pelo financiador.

Art. 11. Constituem modalidade de operações:

I - Crédito Rural Corrente a produtores rurais de capacidade técnica e substância econômica


reconhecidas;

II - Crédito Rural Orientado, como forma de crédito tecnificado, com assistência técnica pres-
tada pelo financiador, diretamente ou através de entidade especializada em extensão rural,
com o objetivo de elevar os níveis de produtividade e melhorar o padrão de vida do produtor
e sua família;

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III - Crédito às cooperativas de produtores rurais, como antecipação de recursos para funcio-
namento e aparelhamento, inclusive para integralização de cotas-partes de capital social, des-
tinado a programas de investimento e outras finalidades, prestação de serviços aos coopera-
dos, bem como para financiar estes, nas mesmas condições estabelecidas para as operações
diretas de crédito rural, os trabalhos de custeio, coleta, transportes, estocagem e a comercia-
lização da produção respectiva e os gastos com melhoramento de suas propriedades.

IV - Crédito para Comercialização com o fim de garantir aos produtores agrícolas preços re-
muneradores para a colocação de suas safras e industrialização de produtos agropecuários,
quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural;

V - Crédito aos programas de colonização e reforma agrária, para financiar projetos de colo-
nização e reforma agrária como as definidas na Lei número 4.5)04, de 30 de novembro de
1964.

Art. 12. As operações de crédito rural que forem realizadas pelo Instituto Brasileiro de Re-
forma Agrária, pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário e pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico, diretamente ou através de convênios, obedecerão às modalida-
des do crédito orientado, aplicadas às finalidades previstas na Lei nº 4.5)04, de 30 de novem-
bro de 1964.

Art. 13. As entidades financiadoras participantes do sistema de crédito rural poderão designar
representantes para acompanhar a execução de convênios relativos à aplicação de recursos
por intermédio de órgãos intervenientes.

§ 1º Em caso de crédito a cooperativas, poderão os representantes mencionados neste artigo


prestar assistência técnica e administrativa, como também orientar e fiscalizar a aplicação dos
recursos.

§ 2º Quando se tratar de cooperativa integral de reforma agrária, aplicar-se-á o disposto no §


2º do art. 79 da Lei nº 4.5)04, de 30 de novembro de 1964.

Art. 14. Os termos, prazos, juros e demais condições das operações de crédito rural, sob
quaisquer de suas modalidades, serão estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional, ob-
servadas as disposições legais específicas, não expressamente revogadas pela presente Lei,
inclusive o favorecimento previsto no art. 4º, inciso IX, da Lei nº 4.5)95, de 31 de dezembro de
1964, ficando revogado o art. 4º do Decreto-lei nº 2.6)11, de 20 de setembro de 1940.

5.4) Poupança

Conforme denomina o próprio Banco do Brasil, a poupança é uma reserva financeira, guardada para
uma finalidade futura, com rentabilidade definida por lei e que varia de acordo com a taxa Selic. Com
relação ao seu rendimento, este é creditado de acordo com a data-base, também chamada de “ani-
versário”. Essa data refere-se ao dia em que foi feito o depósito ou transferência. O valor do rendi-
mento, então, é creditado na mesma data ou no dia útil subsequente. Isso ocorre a cada mês, para
pessoa física, ou três meses, para pessoa jurídica.

No Banco do Brasil, caso o cliente já seja correntista, consequentemente já irá possuir uma conta
poupança vinculada, podendo utilizar o mesmo cartão e senhas para movimentar ambas. Caso con-
trário, é possível ter somente a conta poupança e usufruir de todas as suas facilidades, como o cartão
de débito para saques e compras, pagamento de contas no débito e até saque no exterior.

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5.5) Capitalização

Capitalização é mais um produto bancário que possui como finalidade poupar dinheiro, tendo como
vantagem o fato de concorrer a prêmios, bem como, ao final do plano, recebe todo o seu dinheiro
de volta corrigido monetariamente.

Trata-se de produto regulado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), um órgão ligado
ao Ministério da Fazenda que também regula o mercado de seguros e a previdência privada.

5.6) Previdência

Previdência é uma espécie de reserva financeira que se faz no presente focando no futuro. Assim,
possui como objetivo ter um dinheiro acumulado para utilização quando o trabalhador se aposentar,
ou mesmo em caso de perda da capacidade laborativa.

Segundo dispõe o próprio site oficial do governo brasileiro, o Sistema Previdenciário Brasileiro é
composto por três regimes:

O Regime Geral de Previdência Social (RGPS/INSS): é um regime público administrado pelo


Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que engloba os trabalhadores da iniciativa privada e ser-
vidores não filiados a regimes próprios;

O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): como o nome diz, é um regime público espe-
cífico para servidores públicos concursados, titulares de cargo efetivo; e

O Regime de Previdência Complementar (RPC): que é um regime privado, complementar à


previdência pública e de contribuição facultativa, com a finalidade de suprir a necessidade de renda
adicional na aposentadoria.

5.7 Consórcio

Segundo definição dada pelo Banco Central do Brasil,

Consórcio é a reunião de pessoas naturais ou jurídicas em grupo, promovida por administra-


dora de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, por meio de autofinanci-
amento, a aquisição de bens e serviços. O grupo de consórcio tem prazo de duração e número
de cotas previamente determinados.

O Consórcio pode ser utilizado para os mais diversos bens e serviços como veículos, imóveis, móveis,
agropecuária etc.

Em regra, o consórcio possui as seguintes etapas:

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1 - Simulação

2 - Contratação

3 - Assembleia: contemplação das cotas por meio de


Etapas do Consórcio sorteio ou lance, ocorrendo geralmente de forma
mensal.

4 - Oferta de Lance

5 - Contemplação: momento em que o crédito é


disponibilizado

5.8) Investimentos

Investimento, a grosso modo, pode ser conceituado como a aplicação de determinado capital com
a expectativa de retorno futuro.

O investimento pode ser classificado em

Produtivo: trata-se de investimento no qual há a aplicação de recursos na produção de determi-


nado bem ou serviço para comercialização;

Financeiro: trata-se de investimento voltado para a aplicação de recursos em ativos do mercado


financeiro e de capitais. Pode ser subdividida em:

(i) Renda fixa: investidor possui informações já no momento da aplicação acerca do rendimento
ou mesmo o índice que será utilizado para avaliar a rentabilidade do seu investimento, além
do prazo. Trata-se assim de investimento mais seguro, tendo em vista sua maior previsibili-
dade.

(ii) Renda variável: não há informações prévias acerca do rendimento, dependendo de elemen-
tos futuros.

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5.9) Seguros

Inicialmente vamos trabalhar alguns conceitos e explicações acerca do seguro que você deve ter em
mente para a sua prova:

Prêmio: valor que é pago pelo segurado (cliente) à seguradora nos contratos de seguros.

Apólice: documento emitido pela seguradora, que formaliza a aceitação da cobertura solicitada pelo
cliente.

Sinistro: é a ocorrência de um risco coberto, durante o prazo de vigência do seguro.

Indenização: o valor pago pela seguradora ao cliente, para cobrir os prejuízos causados pelo sinistro.

Franquia: é a quantia fixa expressa na apólice, a qual o segurado deve pagar para acionar o seguro
em caso de sinistro. É, na prática, um valor que a seguradora deixa de pagar.

Além disso, tenha sempre em mente que os seguros podem ser para proteção de risco às pessoas
ou de bens. Ademais, necessita que sejam riscos predeterminados, ou seja, os riscos que a segura-
dora assume e que são fixados na apólice.

No Brasil, os seguros são normatizados pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e fisca-
lizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Por fim, importante salientar que o contrato de seguro possui expressa previsão no Código Civil,
sendo importante para a sua prova ter o conhecimento das disposições gerais, vejamos:

Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio,
a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeter-
minados.

Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade
para tal fim legalmente autorizada.

Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro,
e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.

Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a declaração dos
elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco.

Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou ao portador, e


mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o
prêmio devido, e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário.

Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não podem ser ao portador.

Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro, a apólice indicará o segurador que
administrará o contrato e representará os demais, para todos os seus efeitos.

Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado,
do beneficiário, ou de representante de um ou de outro.

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Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do
prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.

Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previsão do
qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio.

Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do


contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das circunstân-
cias e declarações a ele concernentes.

Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o
direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.

Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do segu-
rado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a
diferença do prêmio.

Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao segurado quaisquer defe-
sas que tenha contra o estipulante, por descumprimento das normas de conclusão do con-
trato, ou de pagamento do prêmio.

Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto
do contrato.

Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente
suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à ga-
rantia, se provar que silenciou de má-fé.

§ 1º O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da
agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão
de resolver o contrato.

§ 2º A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser restituída pelo se-
gurador a diferença do prêmio.

Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso do contrato não acar-
reta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução do risco for considerável, o segurado
poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do contrato.

Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado participará o sinistro ao
segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas para minorar-lhe as conse-
quências.

Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado no contrato, as despesas
de salvamento consequente ao sinistro.

Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à atualização monetária da indeni-
zação devida segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, sem prejuízo dos juros mo-
ratórios.

Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o segu-
rado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio esti-
pulado.

Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante expressa cláusula
contratual, não poderá operar mais de uma vez.
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Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos
os atos relativos aos contratos que agenciarem.

Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido,
salvo se convencionada a reposição da coisa.

Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que couber, aos seguros regidos por
leis próprias.

NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS

1) Noções Introdutórias

O mercado de capitais é um mercado financeiro onde são negociados títulos de renda fixa e variá-
vel, como ações, debêntures, títulos públicos e outros. Ele é composto por diversos segmentos, como
o mercado primário, onde as empresas emitem novos títulos, e o mercado secundário, onde os títu-
los já emitidos são negociados entre os investidores.

O mercado de capitais permite aos investidores aplicar seu dinheiro em diversas opções, com dife-
rentes graus de risco e retorno, e permite às empresas acessar recursos financeiros para investir em
seus negócios. Ele é regulado por órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil
e a Securities and Exchange Commission (SEC) nos Estados Unidos.

2) Segmentos do mercado de capitais

Os segmentos do mercado de capitais incluem:

Mercado Primário: É o segmento onde as empresas emitem novos títulos, como ações e debêntu-
res, para captar recursos financeiros. Esse segmento é regulado por órgãos como a Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) e as emissões de títulos só podem ser feitas mediante registro e aprovação
desses órgãos.

Mercado Secundário: É o segmento onde os títulos já emitidos são negociados entre os investido-
res. Esse segmento é composto por diversas bolsas de valores e corretoras, onde as ações são ne-
gociadas, e por mercados de títulos privados, onde as debêntures são negociadas.

Mercado de Derivativos: É o segmento onde são negociados contratos futuros e opções, que são
instrumentos financeiros cujos valores são derivados de outros ativos, como ações, taxas de juros e
moedas. Esse segmento é regulado por órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

Mercado de títulos públicos: É o segmento onde são negociados títulos emitidos pelo governo,
como os títulos públicos federais, estaduais e municipais. Esses títulos são considerados de baixo
risco e geralmente pagam juros periódicos.

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Mercado Monetário: é o segmento onde os investidores aplicam em títulos de curto prazo, como
CDBs, LCIs, LCAs e outros. Esse mercado é regulado por órgãos como o Banco Central do Brasil e as
aplicações são geralmente de baixo risco e rendimento.

NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO

1) Noções Introdutórias

O mercado de câmbio é o mercado onde as moedas são compradas e vendidas. Ele permite que as
empresas, investidores e governos comprem e vendam moedas estrangeiras para se proteger contra
o risco cambial ou para obter lucro com as variações das taxas de câmbio.

O mercado de câmbio é composto por diversos segmentos, como o mercado à vista, onde as moe-
das são compradas e vendidas para serem entregues imediatamente, e o mercado de futuros, onde
as moedas são compradas e vendidas para serem entregues em uma data futura.

Esse mercado é regulado por órgãos como o Banco Central do Brasil e é altamente líquido, sendo
que as principais moedas são negociadas 24 horas por dia.

2) Segmentos do mercado de câmbio

Os segmentos do mercado de câmbio incluem:

Mercado à vista: É o segmento onde as moedas são compradas e vendidas para serem entregues
imediatamente. Esse mercado é altamente líquido, e as taxas de câmbio são estabelecidas pelo mer-
cado.

Mercado de futuros: É o segmento onde as moedas são compradas e vendidas para serem entre-
gues em uma data futura. Esse mercado é regulado por órgãos como a Comissão de Valores Mobi-
liários (CVM) e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

Mercado de opções: É o segmento onde os investidores compram ou vendem opções de compra


ou venda de moedas, permitindo que eles se protejam contra o risco cambial ou tentem lucrar com
as variações das taxas de câmbio.

Mercado de câmbio fixo: É o segmento onde as taxas de câmbio são estabelecidas pelo Banco
Central, e as transações de moedas são realizadas com essas taxas fixas.

Mercado de câmbio flutuante: É o segmento onde as taxas de câmbio são determinadas pelo
mercado e variam de acordo com a oferta e demanda das moedas. É o tipo de mercado de câmbio
mais comum atualmente.

REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS


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1) Noções Introdutórias

Regimes de taxa de câmbio são os mecanismos pelos quais a taxa de câmbio (o valor de uma
moeda em relação a outra) é determinada. Têm o objetivo de equilibrar a economia de um país. No
Brasil, o Banco Central (Bacen) é a autoridade responsável pelo controle dos regimes cambiais que
devem ser seguidos pelas empresas brasileiras.

Existem três principais tipos de regimes de taxa de câmbio: flutuante, fixo e intermediário (misto).

2) Regimes de Taxas de Câmbio Fixas

O regime de taxa de câmbio fixo é aquele no qual o valor da moeda é fixado em relação a outra
moeda ou a um grupo de moedas. Nesse regime, o banco central tem que intervier regularmente
para manter a taxa de câmbio estabilizada.

As taxas de câmbio fixas são comuns em países com economias menos desenvolvidas, onde o mer-
cado financeiro é menos maduro e as instituições econômicas são menos fortes. Isso permite que o
governo tenha mais controle sobre a economia.

A vantagem do regime de taxa de câmbio fixo é que ele pode ajudar a manter a estabilidade eco-
nômica, evitando grandes flutuações na taxa de câmbio e ajudando a evitar a inflação. Ele também
pode ajudar a evitar problemas de balanço de pagamentos.

No entanto, o regime de taxa de câmbio fixo também tem desvantagens, como a necessidade de
intervenção constante do banco central para manter a taxa de câmbio estabilizada, o que pode levar
a problemas de inflação e desvalorização excessiva da moeda. Além disso, impede a economia de se
adaptar automaticamente às condições internas e externas

O regime de taxa de câmbio fixo é aquele no qual o valor da moeda é fixado em relação a outra
moeda ou a um grupo de moedas. Nesse regime, o banco central tem que intervier regularmente
para manter a taxa de câmbio estabilizada.

A taxa de câmbio fixa é usada para manter a estabilidade econômica e evitar a volatilidade excessiva
da taxa de câmbio. Isso pode ser particularmente importante para países com economias menos
desenvolvidas ou menos estáveis, onde grandes flutuações na taxa de câmbio podem causar pro-
blemas econômicos graves.

O banco central pode usar diversas ferramentas para manter a taxa de câmbio estabilizada, como
intervenções no mercado cambial, ajustes nas taxas de juros, ou a implementação de medidas ad-
ministrativas para controlar a demanda por moedas estrangeiras.

A principal vantagem do regime de taxa de câmbio fixa é a estabilidade e previsibilidade que ele
oferece. Isso pode ajudar a manter a inflação baixa e evitar grandes flutuações na economia. N o
entanto, o regime de taxa de câmbio fixa também tem desvantagens, como a possibilidade de a taxa
de câmbio fixa não ser mais adequada às condições econômicas atuais, o que pode levar a problemas

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de balanço de pagamentos e inflação. Além disso, o banco central tem que gastar reservas para
manter a taxa de câmbio fixa, o que pode levar a problemas de insuficiência de reservas.

3) Regimes de Taxas de Câmbio Flutuantes

O regime de taxa de câmbio flutuante é aquele no qual a taxa de câmbio é determinada pelo mer-
cado e pode variar livremente. Nesse regime, a oferta e a demanda de moedas são os principais
fatores que determinam o valor da moeda. É considerado o mais eficiente pois permite que a eco-
nomia se adapte automaticamente às condições internas e externas.

As taxas de câmbio flutuantes são mais comuns em países desenvolvidos, onde o mercado financeiro
é maduro e as instituições econômicas são fortes. Isso permite que a economia responda de forma
eficiente às variações na oferta e demanda de moedas.

A vantagem do regime de taxa de câmbio flutuante é que ele permite que a economia se adapte
automaticamente às condições internas e externas, sem a necessidade de intervenção do banco
central. Isso pode ajudar a evitar a inflação e a desvalorização excessiva da moeda.

No entanto, o regime de taxa de câmbio flutuante também tem desvantagens, como a possibilidade
de grandes flutuações na taxa de câmbio, o que pode afetar negativamente a economia e causar
incerteza para as empresas. Também pode levar a problemas de balanço de pagamentos.

4) Regimes de Taxas de Câmbio Intermediários

O regime de taxa de câmbio intermediário é um tipo de regime de taxa de câmbio que se situa entre
os regimes de taxa de câmbio flutuante e fixo. Ele permite uma certa flexibilidade na taxa de câmbio,
mas também inclui alguma intervenção do banco central para evitar grandes flutuações e manter a
estabilidade econômica.

Neste regime, o banco central pode usar diversas ferramentas para influenciar a taxa de câmbio,
como intervenções no mercado cambial, ajustes nas taxas de juros, ou a implementação de medidas
administrativas para controlar a demanda por moedas estrangeiras. O objetivo é evitar a volatilidade
excessiva, sem comprometer a capacidade da economia de se adaptar às condições internas e ex-
ternas.

Este tipo de regime é muito utilizado em países emergentes, onde o governo quer evitar a volatili-
dade do câmbio, mas ao mesmo tempo, precisa deixar a economia se adaptar às condições internas
e externas, e manter a estabilidade econômica.

TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS

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1) Noções Introdutórias

As taxas de câmbio são as taxas nas quais uma moeda é trocada por outra. Elas determinam o valor
relativo de diferentes moedas e são usadas para calcular o custo de uma moeda em relação a outra.
Essas taxas são geralmente expressas como a quantidade de moeda estrangeira que pode ser com-
prada com uma unidade de moeda nacional. Elas são influenciadas por uma série de fatores, inclu-
indo a oferta e demanda, as taxas de juros e as condições econômicas gerais. As taxas de câmbio
são usadas em uma variedade de transações, como viagens internacionais, investimentos e comércio
internacional.

2) Taxas de Câmbio Nominais

As taxas de câmbio nominais são as taxas de câmbio entre duas moedas medidas em termos de suas
respectivas unidades monetárias. Elas refletem os preços das moedas uns em relação aos outros e
são determinadas pelo mercado de câmbio. A taxa de câmbio nominal é a taxa atual no mercado de
câmbio, e é frequentemente utilizada como uma medida de curto prazo para comparar a desvalori-
zação ou valorização de uma moeda.

3) Taxas de Câmbio Reais

As taxas de câmbio reais são as taxas de câmbio entre duas moedas medidas em termos de sua
capacidade de compra. Elas refletem o poder aquisitivo das moedas uns em relação aos outros e são
calculadas com base em dados de preços de bens e serviços. A taxa de câmbio real é utilizada para
medir o impacto da inflação sobre a taxa de câmbio nominal e para comparar o custo de vida entre
dois países. A taxa de câmbio real é frequentemente utilizada como uma medida de longo prazo
para comparar a desvalorização ou valorização de uma moeda.

IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES

1) Noções Gerais

As taxas de câmbio têm um impacto significativo sobre as exportações e importações de um país.


Quando a moeda local se aprecia em relação a outras moedas, as exportações tendem a ficar mais
caras no mercado estrangeiro, o que pode afetar negativamente as vendas de exportação e, conse-
quentemente, afetar o crescimento econômico. Por outro lado, quando a moeda local se desvaloriza
em relação a outras moedas, as exportações tendem a ficar mais baratas no mercado estrangeiro, o
que pode aumentar as vendas de exportação e, consequentemente, ajudar a impulsionar o cresci-
mento econômico.

Quanto as importações, uma valorização da moeda local pode tornar as importações mais baratas,
o que pode aumentar a competitividade das empresas nacionais e beneficiar os consumidores, mas
também pode contribuir para o aumento do déficit comercial. Por outro lado, uma desvalorização

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da moeda local pode tornar as importações mais caras, o que pode afetar negativamente a compe-
titividade das empresas nacionais e pode aumentar os preços para os consumidores, mas também
pode contribuir para a redução do déficit comercial.

Além disso, as taxas de câmbio também afetam a atratividade dos investimentos estrangeiros e a
capacidade do país de financiar sua dívida externa. Portanto, é importante para os governos e bancos
centrais monitorarem e gerenciar as taxas de câmbio de forma a equilibrar os impactos sobre as
exportações e importações, bem como sobre a economia geral. O objetivo é encontrar um equilíbrio
entre competitividade, estabilidade econômica e balanço de pagamentos sustentável. Isso pode ser
alcançado através de políticas cambiais, como a intervenção no mercado cambial, taxas de juros e
medidas administrativas. Além disso, é importante levar em consideração as tendências econômicas
globais e as relações comerciais com outros países ao tomar decisões sobre as taxas de câmbio.

DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E


SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO

1) Noções Gerais

O diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre
as taxas de câmbio estão estreitamente relacionados.

O diferencial de juros interno e externo é a diferença entre as taxas de juros de um país e as taxas
de juros de outros países. Quando as taxas de juros de um país são mais altas do que as taxas de
juros de outros países, isso pode atrair investidores estrangeiros em busca de rendimentos mais
elevados, o que pode levar a uma valorização da moeda local. Por outro lado, quando as taxas de
juros de um país são mais baixas do que as taxas de juros de outros países, isso pode afastar os
investidores estrangeiros, o que pode levar a uma desvalorização da moeda local.

Os prêmios de risco são outro fator que afeta o fluxo de capitais e as taxas de câmbio. Os prêmios
de risco são a diferença entre as taxas de juros de um país e as taxas de juros de outros países,
levando em conta o risco de investir nesse país. Quando os investidores consideram que um país é
mais arriscado do que outros países, eles exigem prêmios de risco mais elevados para investir nesse
país, o que pode desestimular o fluxo de capitais e levar a uma desvalorização da moeda local.

O fluxo de capitais é a movimentação de recursos financeiros entre países, como investimentos es-
trangeiros diretos, empréstimos internacionais e investimentos em títulos. O fluxo de capitais pode
afetar significativamente as taxas de câmbio de um país. Quando há um aumento no fluxo de capitais
para um país, isso pode levar a uma valorização da moeda local, pois há maior demanda por ela. Por
outro lado, quando há uma saída de capitais de um país, isso pode levar a uma desvalorização da
moeda local, pois há menor demanda por ela.

Em resumo, o diferencial de juros interno e externo, os prêmios de risco e o fluxo de capitais são
importantes fatores que afetam as taxas de câmbio de um país. Os governos e bancos centrais pre-
cisam levar esses fatores em conta ao tomar decisões sobre políticas cambiais e taxas de juros, a fim
de manter a estabilidade econômica e o equilíbrio nas contas externas.

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DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO

1) Noções gerais

As operações no mercado interbancário de câmbio são realizadas entre bancos e outras institui-
ções financeiras, como corretoras e investidores institucionais. Essas operações visam a atender às
necessidades de câmbio dos clientes e às necessidades de gestão de riscos das instituições financei-
ras.

Os bancos e outras instituições financeiras podem atuar como compradores ou vendedores de mo-
eda estrangeira, dependendo da demanda de seus clientes e de sua própria necessidade de geren-
ciamento de riscos. Essas operações são realizadas através de contratos a termo, contratos futuros e
opções de câmbio.

Os contratos a termo são acordos para comprar ou vender uma determinada quantidade de moeda
estrangeira em uma data futura específica, a um preço previamente estabelecido. Os contratos fu-
turos são similares aos contratos a termo, mas são negociados em bolsas de valores especializadas.
As opções de câmbio permitem que os compradores adquiram o direito, mas não a obrigação, de
comprar ou vender uma determinada quantidade de moeda estrangeira a um preço específico em
uma data futura.

Além disso, os bancos e outras instituições financeiras também podem realizar operações de swap
cambial, que é um acordo para trocar uma moeda por outra por um período de tempo específico,
com o objetivo de gerenciar o risco cambial.

Em resumo, as operações no mercado interbancário de câmbio são realizadas entre bancos e outras
instituições financeiras para atender às necessidades de câmbio dos clientes e às necessidades de
gestão de riscos das instituições financeiras, através de contratos a termo, contratos futuros e opções
de câmbio e operações de swap cambial.

MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO


DE CRÉDITO

1) Noções Introdutórias

O mercado bancário é um setor financeiro composto por bancos e instituições financeiras que ofe-
recem uma variedade de serviços financeiros, incluindo depósitos, empréstimos, pagamentos e
transferências, investimentos e gerenciamento de risco.

Os bancos comerciais são os principais participantes do mercado bancário, e eles oferecem serviços
bancários tradicionais, como contas correntes, empréstimos e cartões de crédito. Eles também po-
dem oferecer serviços de investimento, como a gestão de carteiras e aplicações em títulos.

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Os bancos de investimento são outro tipo de instituição financeira presente no mercado bancário, e
eles oferecem serviços de investimento mais avançados, como assessoria financeira, operações de
mercado financeiro e emissão de títulos.

Além disso, existem outras instituições financeiras, como cooperativas de crédito, sociedades de cré-
dito ao consumidor, sociedades de crédito imobiliário, sociedades de crédito ao microempreendedor
e instituições financeiras não bancárias (IFNBs), que também fazem parte do mercado bancário.

Em resumo, o mercado bancário é composto por bancos e instituições financeiras que oferecem uma
variedade de serviços financeiros, incluindo depósitos, empréstimos, pagamentos e transferências,
investimentos e gerenciamento de risco, os bancos comerciais são os principais participantes do
mercado bancário e os bancos de investimento oferecem serviços de investimento mais avançados.

2) Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito

As operações de tesouraria são realizadas pelos bancos com o objetivo de gerenciar sua posição
de caixa e sua exposição ao risco cambial. Isso inclui atividades como a compra e venda de ativos
financeiros, como títulos do governo e moeda estrangeira, e a realização de operações de swap
cambial.

O varejo bancário envolve as operações bancárias realizadas com indivíduos e pequenas empresas,
incluindo contas correntes, empréstimos, cartões de crédito e outros produtos financeiros. Os bancos
oferecem esses produtos e serviços para atrair e manter clientes, bem como para obter receita de
juros e taxas.

A recuperação de crédito é o processo pelo qual os bancos tentam recuperar fundos de clientes
inadimplentes. Isso pode incluir ações judiciais, acordos de pagamento e outras medidas. Essas ope-
rações são importantes para minimizar as perdas dos bancos e proteger sua saúde financeira.

Em resumo, as operações de tesouraria são realizadas pelos bancos para gerenciar sua posição de
caixa e sua exposição ao risco cambial, o varejo bancário envolve as operações bancárias realizadas
com indivíduos e pequenas empresas e a recuperação de crédito é o processo pelo qual os bancos
tentam recuperar fundos de clientes inadimplentes.

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E


REAIS

1) Noções gerais

As taxas de juros de curto prazo são as taxas de juros aplicadas em empréstimos e investimentos
com duração menor que um ano. Elas são geralmente determinadas pelo mercado e podem ser
influenciadas por fatores como a oferta e demanda de crédito, a política monetária do banco central
e a inflação.

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A curva de juros é uma representação gráfica da relação entre as taxas de juros de curto prazo e as
taxas de juros de longo prazo. Normalmente, a curva de juros tem uma forma crescente, o que
significa que as taxas de juros de longo prazo são geralmente maiores do que as taxas de juros de
curto prazo. Isso ocorre porque os investimentos de longo prazo são considerados mais arriscados
do que os investimentos de curto prazo.

As taxas de juros nominais são as taxas de juros expressas em termos monetários correntes. Elas
não levam em conta a inflação e, portanto, podem ser distorcidas quando comparadas ao longo do
tempo.

As taxas de juros reais, por outro lado, são as taxas de juros nominais menos a taxa de inflação. Elas
refletem o poder de compra real do dinheiro e, portanto, são uma medida mais precisa da taxa de
juros. As taxas de juros reais são importantes para avaliar o retorno real de um investimento e para
compreender a relação entre as taxas de juros e a inflação.

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL;


ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA; HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS

1) Noções gerais

As garantias do Sistema Financeiro Nacional são instrumentos utilizados pelas instituições finan-
ceiras para garantir o pagamento de dívidas contratadas por seus clientes. Essas garantias são
utilizadas para reduzir o risco de inadimplência e aumentar a confiança das instituições financeiras
em relação ao pagamento das dívidas contratadas.

2) Aval

Aval é uma garantia de crédito oferecida por uma pessoa ou instituição financeira que se compro-
mete a pagar uma dívida em caso de inadimplência do devedor principal. Isso permite que o credor
tenha mais segurança ao conceder um empréstimo ou financiamento.

Um avalista precisa ter uma boa situação financeira e creditícia para ser aceito como aval. Além disso,
ele precisa compreender os riscos envolvidos na garantia de crédito e estar disposto a arcar com as
consequências de uma eventual inadimplência. É importante que o avalista leia cuidadosamente o
contrato antes de assiná-lo.

Em caso de inadimplência, o credor pode cobrar a dívida do avalista, que passa a ser responsável
pelo pagamento. Isso pode ter impacto negativo na sua situação financeira e creditícia, incluindo
restrições ao acesso a crédito no futuro. Por isso, é importante que o avalista avalie cuidadosamente
se tem condições financeiras e disponibilidade para atuar como aval antes de assinar o contrato.

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3) Fiança

Fiança é uma garantia de crédito oferecida por uma pessoa que se compromete a pagar uma dívida
em caso de inadimplência do devedor principal. Isso permite que o credor tenha mais segurança ao
conceder um empréstimo ou financiamento. A fiança é frequentemente utilizada em contratos de
aluguel, por exemplo.

Um fiador precisa ter uma boa situação financeira e creditícia para ser aceito como fiador. Além
disso, ele precisa compreender os riscos envolvidos na garantia de crédito e estar disposto a arcar
com as consequências de uma eventual inadimplência. É importante que o fiador leia cuidadosa-
mente o contrato antes de assiná-lo.

Em caso de inadimplência, o credor pode cobrar a dívida do fiador, que passa a ser responsável pelo
pagamento. Isso pode ter impacto negativo na sua situação financeira e creditícia, incluindo restri-
ções ao acesso a crédito no futuro. Por isso, é importante que o fiador avalie cuidadosamente se tem
condições financeiras e disponibilidade para atuar como fiador antes de assinar o contrato.

4) Penhor Mercantil

Penhor Mercantil é uma garantia de crédito que consiste na entrega de bens móveis, como joias,
artigos de ouro, prata ou platina, para garantir o pagamento de uma dívida. O bem fica retido pelo
credor até que a dívida seja quitada. Se o devedor não cumprir com suas obrigações financeiras, o
credor pode vender o bem penhorado para cobrir o valor devido.

O penhor mercantil é uma opção de garantia de crédito mais acessível do que outras formas, como
aval ou fiança, pois não requer que o devedor tenha uma boa situação financeira ou creditícia. Além
disso, a entrega do bem para penhora é geralmente mais rápida e fácil do que outras formas de
garantia.

No entanto, é importante que o devedor tenha conhecimento do valor de mercado do bem penho-
rado e do risco de perdê-lo caso não cumpra com suas obrigações financeiras. Além disso, é impor-
tante verificar as taxas de juros e as condições de pagamento antes de aceitar o penhor mercantil
como garantia de crédito, para evitar surpresas desagradáveis no futuro.

5) Alienação Fiduciária

Alienação Fiduciária é uma forma de garantia de crédito em que o bem é entregue ao credor como
garantia, mas mantém a propriedade do devedor. O credor tem o direito de vender o bem em caso
de inadimplência, mas o valor obtido com a venda deve ser utilizado para cobrir o valor devido. Essa
forma de garantia é comumente utilizada em financiamentos imobiliários.

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A Alienação Fiduciária permite que o devedor tenha acesso a crédito sem precisar vender seu bem,
como é o caso do penhor mercantil. Além disso, o devedor pode continuar usufruindo do bem en-
quanto cumpre com suas obrigações financeiras, o que pode ser uma vantagem em relação a outras
formas de garantia.

No entanto, é importante que o devedor compreenda as condições do contrato de Alienação Fidu-


ciária, incluindo as taxas de juros, as condições de pagamento e as consequências da eventual ina-
dimplência, para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Além disso, é importante verificar se o
bem está registrado corretamente para evitar problemas futuros com a transferência de propriedade.

6) Hipoteca

Hipoteca é uma forma de garantia de crédito em que o devedor entrega ao credor o direito de
penhor sobre um imóvel como garantia de pagamento de uma dívida. O credor tem o direito de
vender o imóvel em caso de inadimplência para cobrir o valor devido. A hipoteca é registrada em
cartório de imóveis, tornando o direito de penhor sobre o imóvel oficial e vinculante.

A hipoteca é uma forma de garantia comumente utilizada em financiamentos imobiliários, pois per-
mite ao devedor obter crédito com taxas de juros mais baixas do que outras formas de garantia.
Além disso, a hipoteca oferece uma garantia sólida ao credor, já que o imóvel é um bem de alto
valor e duradouro.

No entanto, é importante que o devedor compreenda as condições do contrato de hipoteca, inclu-


indo as taxas de juros, as condições de pagamento e as consequências da eventual inadimplência,
para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Além disso, é importante verificar se o imóvel está
registrado corretamente para evitar problemas futuros com a transferência de propriedade.

7) Fianças Bancárias

Fianças Bancárias são instrumentos financeiros utilizados para garantir contratos e obrigações de
terceiros. Nesse tipo de fiança, o banco é o instituidor da garantia e se responsabiliza perante a outra
parte pelo cumprimento das obrigações assumidas pelo fiador principal.

As Fianças Bancárias são amplamente utilizadas em contratos comerciais, construções, licitações pú-
blicas, entre outros. A emissão dessa fiança requer a aprovação do banco e o pagamento de uma
taxa de juros.

É importante que o solicitante da Fiança Bancária leia cuidadosamente os termos e condições do


contrato antes de assiná-lo, incluindo as responsabilidades do fiador, as condições de liberação da
fiança e as eventuais taxas adicionais. Além disso, é importante verificar se a instituição financeira é
confiável e tem experiência no mercado de fianças bancárias.

Resumindo o conteúdo
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Aval é uma garantia pessoal emitida por uma pessoa, geralmente com bom histórico creditício, que
se compromete a pagar a dívida caso o devedor não cumpra com seus compromissos.

Fiança é uma garantia pessoal onde uma pessoa ou empresa se compromete a pagar a dívida em
caso de inadimplência do devedor.

Penhor Mercantil é uma garantia real onde uma mercadoria é dada como garantia para o paga-
mento de uma dívida.

Alienação Fiduciária é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um bem para
o credor, que passa a ter o direito de vender o bem caso o devedor não cumpra com seus compro-
missos.

Hipoteca é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um imóvel para o credor,
que passa a ter o direito de vender o imóvel caso o devedor não cumpra com seus compromissos.

Fianças bancárias são garantias emitidas por bancos, geralmente utilizadas em contratos comerci-
ais, onde o banco se compromete a pagar o valor da dívida em caso de inadimplência do devedor.

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO


CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES; CIRCULAR Nº
3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 E CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
E SUAS ALTERAÇÕES

1) Introdução

Nesse momento, iremos estudar o tópico 16 do edital do Banco do Brasil, um tema de especial
relevância para provas bancárias:

Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem


de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações; circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 e
Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações.

Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu em-
penho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não é
algo impossível. Mas não se esqueça: Nós acreditamos em você!

2) Crime De Lavagem De Dinheiro (Lei Nº 9.613/98 e Suas Alterações)

2.1) Conceito

A lavagem de capitais é a conduta praticada para dar aparência de legalidade aos bens, direitos ou
valores oriundos de uma infração penal.

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Com sua conduta, o agente oculta ou dissimula a natureza, origem, localização, disposição, movi-
mentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
infração penal. Trata-se de disposição do art. 1º da Lei 9.6)13/98:

Art. 1º. Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou


propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração
penal. Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.

Esta expressão lavagem de dinheiro originou-se do direito norte-americano (money laundering), por
volta do ano de 1920, fazendo alusão aos mafiosos que utilizavam lavanderias de fachada para da-
rem aparência de legalidade ao dinheiro obtido com as práticas criminosas. Em outros países como
Portugal e Espanha, utiliza-se a expressão branqueamento de capitais.

2.2) Etapas ou fases da lavagem de dinheiro

A lavagem de capitais, doutrinariamente é composta das seguintes etapas/fases:

a) Fase da colocação (placement)

Trata-se da fase de introdução do dinheiro ilícito no sistema financeiro. Uma das técnicas de intro-
dução do capital ilícito no sistema financeiro é denominada de smurfing, a qual se caracteriza pela
realização de vários depósitos fracionados, em pequenas quantias, em uma ou diversas contas ban-
cárias, as quais podem estar em nome de uma mesma pessoa ou de várias. Totalizando este valor
fracionado representa uma quantia expressiva.

b) Fase da dissimulação/mascaramento) (layering)

Trata-se de etapa na qual são realizados negócios ou movimentações financeiras de modo a dificul-
tar o rastreamento dos valores ilícitos.

c) Fase da Integração (integration)

Trata-se de etapa na qual os bens são incorporados ao sistema econômico.

É necessário ter em mente que não há necessidade do preenchimento dessas três fases para a con-
sumação do crime de lavagem de dinheiro.

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Colocação

Fases da Lavagem de Dinheiro Dissimulação

Integração

2.3) Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro

A criminalização da lavagem de capitais no Brasil foi consequência da Convenção contra o tráfico


ilícito de entorpecentes e substância psicotrópicas - Convenção de Viena -, celebrada em Viena no
ano de 1988. A Convenção foi promulgada no Brasil por meio do Decreto nº 154/1991. Nela, o Brasil
se comprometeu a reprimir ao crime de lavagem de dinheiro.

No mesmo sentido foram a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional
(Convenção de Palermo, de 15 de novembro de 2000) e a Convenção das Nações Unidas contra a
Corrupção (Convenção de Mérida, de 31 de outubro de 2003), ambas ratificadas pelo Brasil e que
possuem relação com a repressão à lavagem de capitais.

Por fim, foi criada a Lei 9.613/98 a fim de tipificar a lavagem de capitais. Após, a Lei 12.6)83/12
promoveu relevantes alterações no sistema de punição.

Noutro giro, a Lei 13.974/2020, tratou sobre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(COAF).

Quanto a persecução penal em relação ao crime de lavagem de capitais, faz-se necessária, para que
seja eficiente, uma perfeita interação entre os três subsistemas a seguir:

a) Prevenção

É composta pelos sujeitos obrigados (art. 9º da Lei 9.6)13/98) e pelos órgãos de inteligência finan-
ceira, especialmente o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), dotado de autonomia
técnica e operacional, atualmente vinculado administrativamente ao Banco Central do Brasil (art. 2º
da Lei 13.974/20).

Neste sentido, o art. 1º, da Resolução 24/2013 do COAF prevê que:

Art. 1º A presente Resolução tem por objetivo estabelecer normas gerais de prevenção à
lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, sujeitando-se ao seu cumprimento as

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pessoas físicas ou jurídicas não submetidas à regulação de órgão próprio regulador que pres-
tem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria,
aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, nas seguintes operações.

b) Repressão (ou persecução)

Realizado através da Polícia e do Ministério Público.

c) Recuperação de ativos

Trata-se de tarefa desempenhada pelo Ministério Público e por órgãos do Poder Executivo, notada-
mente o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI).

Os chamados torres de vigia ou gatekeepers são pessoas, físicas ou jurídicas, que possuem a obri-
gação de contribuir nas atividades de inteligência e vigilância do poder público, bem como prestar
informações sobre atos que possam caracterizar o branqueamento do dinheiro. A comunicação de
operações suspeitas deve ser realizada ao COAF.

Importa destacar a Resolução no 36 do COAF que disciplina a forma de adoção de políticas, proce-
dimentos e controles internos de prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo
e ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa que permitam o atendimento
ao disposto nos arts. 10 e 11 da Lei no 9.6)13/98, por aqueles que se sujeitem, nos termos do seu
art. 14, § 1º à supervisão do Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF.

Art. 14, § 1º. As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º,
para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF,
competindo-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplicação das san-
ções enumeradas no art. 12.

Por sua vez, a Instrução Normativa DPF nº 196/21, normatiza o procedimento de comunicação de
operações suspeitas ou que contenham indícios de crimes de lavagem de dinheiro ou de financia-
mento ao terrorismo efetuadas por empresas de transporte de valores, bem como os mecanismos
dos processos administrativos instaurados contra empresas de transporte de valores em razão do
descumprimento das obrigações de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento de terro-
rismo.

3) Circular nº 3.978, De 23 De Janeiro De 2020

A Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 dispõe sobre a política, os procedimentos e os contro-


les internos que devem ser realizados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil com o objetivo de prevenir a utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de
lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.

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Trata-se de Circular aplicável a todas as Instituições Financeiras que tiverem seu funcionamento au-
torizado pelo Banco Central.

Além disso, a Circular nº 3.978/2020 é preventiva, tendo em vista que estabelece medidas a serem
adotadas a fim de que o sistema financeiro brasileiro não seja utilizado como meio para a prática de
lavagem de dinheiro e de financiamento ao terrorismo.

3.1) Da Governança da política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do


terrorismo

Todas as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem dispor de estrutura
de governança visando a assegurar o cumprimento da política formulada com base em princípios e
diretrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas de lavagem de dinheiro e de fi-
nanciamento do terrorismo, bem como também dos procedimentos e controles internos de preven-
ção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo previstos na Circular 3.978/20.

3.2) Da Avaliação Interna de Risco

Conforme o art. 10 da Circular 3978/20, também é dever das instituições a realização de avaliação
interna, vejamos:

Art. 10. As instituições referidas no art. 1º devem realizar avaliação interna com o objetivo de
identificar e mensurar o risco de utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem
de dinheiro e do financiamento do terrorismo.

Para identificação do risco de que trata o caput, a avaliação interna deve considerar, no mínimo, os
perfis de risco:

Dos clientes;

Da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geográfica de atuação;

Das operações, transações, produtos e serviços, abrangendo todos os canais de distribuição e a


utilização de novas tecnologias; e

Das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.

Neste sentido, dispõe a Circular 3978/20:

§ 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a avaliação interna deve considerar, no
mínimo, os perfis de risco:

I - dos clientes;

II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geográfica de atuação;

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III - das operações, transações, produtos e serviços, abrangendo todos os canais de distribui-
ção e a utilização de novas tecnologias; e

IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceiri-


zados.

§ 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua probabilidade de ocorrência e à mag-
nitude dos impactos financeiro, jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição.

§ 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibilitem a adoção de controles de ge-
renciamento e de mitigação reforçados para as situações de maior risco e a adoção de con-
troles simplificados nas situações de menor risco.

§ 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna de risco, quando disponíveis,
avaliações realizadas por entidades públicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro
e de financiamento do terrorismo.

Art. 11. A avaliação interna de risco pode ser realizada de forma centralizada em instituição
do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito.

Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar a avaliação interna de risco na
forma do caput devem formalizar essa opção em reunião do conselho de administração ou,
se inexistente, da diretoria da instituição.

Art. 12. A avaliação interna de risco deve ser:

I - documentada e aprovada pelo diretor referido no art. 9º;

II - encaminhada para ciência:

a) ao comitê de risco, quando houver;

b) ao comitê de auditoria, quando houver; e

c) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria da instituição; e

III - revisada a cada dois anos, bem como quando ocorrerem alterações significativas nos
perfis de risco mencionados no art. 10, § 1º.

3.3) Dos Procedimentos Destinados a Conhecer os Clientes

As instituições também possuem o dever de implementar os procedimentos destinados a conhecer


seus clientes, incluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na sua identificação,
qualificação e classificação.

Estes procedimentos devem ser compatíveis:

Com o perfil de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes classificados em
categorias de maior risco, de acordo com a avaliação interna de risco;

Com a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo; e

Com a avaliação interna de risco.

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Estes procedimentos devem ser formalizados em manual específico, o qual deve ser aprovado pela
diretoria da instituição e mantido atualizado.

a) Da Identificação dos Clientes

As instituições devem adotar procedimentos de identificação que permitam verificar e validar a iden-
tidade do cliente.

Estes procedimentos de identificação devem incluir a obtenção, a verificação e a validação da auten-


ticidade de informações de identificação do cliente, inclusive, se necessário, mediante confrontação
dessas informações com as disponíveis em bancos de dados de caráter público e privado.

o nome completo e o número de registro


no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF),
no caso de pessoa natural;

No processo de identificação do cliente


devem ser coletados, no mínimo:

a firma ou denominação social e o número


de registro no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa
jurídica.

Sendo o cliente pessoa natural residente no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma
definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, admite -se a utilização de documento de viagem
na forma da Lei, devendo ser coletados, no mínimo, o país emissor, o número e o tipo do documento.

Da mesma forma, em caso de o cliente ser pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior deso-
brigada de inscrição no CNPJ, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as ins-
tituições devem coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da sede e o número de identi-
ficação ou de registro da empresa no respectivo país de origem.

b) Da Qualificação dos Clientes

As instituições também devem adotar procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio
da coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o perfil de risco do cliente e com
a natureza da relação de negócio.
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identificar o local de residência, no
caso de pessoa natural

Os procedimentos de qualificação
devem incluir a coleta identificar o local da sede ou filial, no
de informações que permitam: caso de pessoa jurídica

avaliar a capacidade financeira do


cliente, incluindo a renda, no caso de
pessoa
natural, ou o faturamento, no caso de
pessoa jurídica.

A necessidade de verificação e de validação das informações deve ser avaliada pelas instituições de
acordo com o perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de negócio, além disso, devem
ser coletadas informações adicionais do cliente compatíveis com o risco de utilização de produtos e
serviços na prática da lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo.

Ademais, é necessária a reavaliação permanente quanto à qualificação do cliente, de acordo com a


evolução da relação de negócio e do perfil de risco, sendo que as informações coletadas deverão
ser mantidas em atualizadas.

Ao Banco Central do Brasil é permitido a divulgação de rol de informações a serem coletadas, veri-
ficadas e validadas em procedimentos específicos de qualificação de clientes.

Por outro lado, os referidos procedimentos de qualificação devem incluir a verificação da condição
do cliente como pessoa exposta politicamente, bem como ainda a verificação da condição de repre-
sentante, familiar ou estreito colaborador dessas pessoas.

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familiar: os parentes, na linha reta ou colateral, até o segundo grau,
o cônjuge,
o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada.

Para os fins da Circular


3978/20, consideram-se: estreito colaborador:
- pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estreita
relação com pessoa exposta politicamente, inclusive por:
1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito
privado;
2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento
particular da pessoa
mencionada no item 1; ou
3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade
jurídica; e
- pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou de
arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem sido
criados para o benefício de pessoa exposta
politicamente

Em relação a estes clientes qualificados como pessoa exposta politicamente ou como representante,
familiar ou estreito colaborador dessas pessoas, as instituições devem:

Adotar procedimentos e controles internos compatíveis com essa qualificação;

Considerar essa qualificação na classificação do cliente nas categorias de; e

Avaliar o interesse no início ou na manutenção do relacionamento com o cliente. (Esta avaliação


deverá ser realizada por detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao do responsável
pela autorização do relacionamento com o cliente).

c) Da Classificação dos Clientes

As instituições devem classificar seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação interna
de risco, tomando como base as informações obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente
referidos.

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realizada com base no perfil de risco do
cliente e na natureza da relação de
negócio

A classificação mencionada no caput


deve ser:

revista sempre que houver alterações no perfil


de risco do cliente e na natureza
da relação de negócio.

As instituições devem adotar os procedimentos de identificação, de qualificação e de classificação


previstos para os administradores de clientes pessoas jurídicas e para os representantes de clientes.

Os procedimentos referidos devem ser compatíveis com a função exercida pelo administrador e com
a abrangência da representação.

Ademais, os critérios utilizados para a definição das informações necessárias e dos procedimentos
de verificação, validação e atualização das informações para cada categoria de risco devem ser pre-
vistos no manual tratado no item 3.3).

Às instituições é vedado iniciar relação de negócios sem que os procedimentos de identificação e


de qualificação do cliente estejam concluídos.

Entretanto, admite-se, por um período máximo de 30 dias, o início da relação de negócios em caso
de insuficiência de informações relativas à qualificação do cliente, desde que não haja prejuízo aos
procedimentos de monitoramento e seleção.

d) Da Identificação e da Qualificação do Beneficiário final

Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa jurídica devem incluir a análise da cadeia de


participação societária até a identificação da pessoa natural caracterizada como seu beneficiário final,
a qual devem ser aplicados, no mínimo, os procedimentos de qualificação definidos para a categoria
de risco do cliente pessoa jurídica na qual o beneficiário final detenha participação societária.

As instituições devem estabelecer valor mínimo de referência de participação societária para a iden-
tificação de beneficiário final, o qual deve ser estabelecido com base no risco e não pode ser superior
a 25% (vinte e cinco por cento), considerada, em qualquer caso, a participação direta e a indireta.

O referido valor de referência deve ser justificado e documentado no manual de procedimentos.

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Ademais, no caso de relação de negócio com cliente residente no exterior, que também seja cliente
de instituição do mesmo grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o
Banco Central do Brasil mantenha convênio para a troca de informações, admite-se que as informa-
ções relativas ao beneficiário final sejam obtidas da instituição no exterior, desde que assegurado ao
Banco Central do Brasil o acesso às informações e aos procedimentos adotados.

NÃO SE DEVE INCLUIR NOS PROCEDIMENTOS DE QUALIFICAÇÃO ACIMA DELINEADOS:

As pessoas jurídicas caracterizadas como companhia aberta;

As entidades sem fins lucrativos;

As cooperativas;

Os fundos e clubes de investimento registrados na Comissão de Valores Mobiliários, desde que, cumu-
lativamente:

(i) não sejam fundos exclusivos;

(ii) obtenham recursos de investidores com o propósito de atribuir o desenvolvimento e a gestão de


uma carteira de investimento a um gestor qualificado que deve ter plena discricionariedade na re-
presentação e na tomada de decisão perante as entidades investidas, não sendo obrigado a consultar
os cotistas para essas decisões e tampouco indicar os cotistas ou partes a eles ligadas para atuar nas
entidades investidas; e

(iii) seja informado o número de registro no CPF, no caso de pessoa natural, ou do número de registro
no CNPJ, no caso de pessoa jurídica, de todos os cotistas para a Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil (RFB), na forma por esta definida em regulamentação específica;

Os fundos de investimento registrados na Comissão de Valores Mobiliários, constituídos na forma de


condomínio fechado, cujas cotas sejam negociadas em mercado organizado; e

Os investidores não residentes classificados como:

(i) governos, entidades governamentais e bancos centrais, assim como fundos soberanos ou compa-
nhias de investimento controladas por fundos soberanos e similares;

(ii) organismos multilaterais;

(iii) companhias abertas ou equivalentes;

(iv) instituições financeiras ou similares, operando por conta própria;

(v) administradores de carteiras, operando por conta própria;

(vi) sociedades seguradoras e entidades de previdência privada; e

(vii) fundos de investimento, desde que, cumulativamente:

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- O número de cotistas seja igual ou superior a cem e nenhum deles detenha mais de 25% (vinte
e cinco por cento) das cotas; e

- A administração da carteira de ativos seja feita de forma discricionária por administrador profis-
sional sujeito à fiscalização de autoridade supervisora com a qual o Banco Central do Brasil man-
tenha convênio para a troca de informações relativas à prevenção da utilização do sistema finan-
ceiro para a prática dos crimes de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.

As informações coletadas em relação as entidades acima descritas, devem abranger as das pessoas naturais
autorizadas a representá-las, bem como as de seus controladores, administradores ou gestores, e diretores,
se houve

e) Da Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente

Trata-se de obrigação das instituições financeiras a implementação de procedimentos que permitam


qualificar seus clientes como pessoa exposta politicamente.

SÃO CONSIDERADAS PESSOAS EXPOSTAS POLITICAMENTE:

Consideram-se pessoas expostas politicamente:

Os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União;

Os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de:

(i) Ministro de Estado ou equiparado;

(ii) Natureza Especial ou equivalente;

(iii) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de entidades da administração pública in-


direta; e

(iv) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6, ou equivalente;

Os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores,
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais Regionais Eleitorais,
do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal;

Os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República, o Vice-


Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justiça Militar, os
Subprocuradores-Gerais da República e os Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;

Os membros do Tribunal de Contas da União, o Procurador-Geral e os Subprocuradores-Gerais do Mi-


nistério Público junto ao Tribunal de Contas da União;

Os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalentes, de partidos políticos;

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Os Governadores e os Secretários de Estado e do Distrito Federal, os Deputados Estaduais e Distritais,
os presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração pública indireta estadual e distrital e os
presidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Estados e
do Distrito Federal; e

Os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades da


administração pública indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Contas ou equivalentes dos Mu-
nicípios.

São também consideradas expostas politicamente as pessoas que, no exterior, sejam:

Chefes de estado ou de governo;

Políticos de escalões superiores;

Ocupantes de cargos governamentais de escalões superiores;

Oficiais-generais e membros de escalões superiores do Poder Judiciário;

Executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou

Dirigentes de partidos políticos.

Finalmente, também são consideradas pessoas expostas politicamente os dirigentes de escalões superiores
de entidades de direito internacional público ou privado.

solicitar declaração expressa do cliente a


respeito da sua qualificação

No caso de clientes residentes no


exterior, para fins do disposto
acima, as instituições devem adotar recorrer a informações públicas
pelo menos duas das seguintes disponíveis
providências:

consultar bases de dados públicas ou


privadas sobre pessoas expostas
politicamente.

A condição de pessoa exposta politicamente deve ser aplicada pelos 5 anos seguintes à data em
que a pessoa deixou de se enquadrar nas categorias previstas.

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De igual modo, em caso de relação de negócio com cliente residente no exterior que também seja
cliente de instituição do mesmo grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual
o Banco Central do Brasil mantenha convênio para troca de informações, admite –se que as infor-
mações de qualificação de pessoa exposta politicamente sejam obtidas da instituição no exterior,
desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos dados e procedimentos
adotados.

3.4) Do Registro de Operações

Dispõe a Circular 3978/20 ser imperioso às instituições financeiras que elas mantenham registros de
todas as operações realizadas, produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes,
pagamentos, recebimentos e transferências de recursos.

tipo

valor, quando aplicável

Os registros devem conter, no


mínimo, as seguintes informações data de realização
sobre cada operação:

nome e número de inscrição no CPF ou no


CNPJ do titular e do beneficiário
da operação, no caso de pessoa residente ou
sediada no País

canal utilizado

No caso de operações envolvendo pessoa natural residente no exterior desobrigada de inscrição no


CPF, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem incluir no
registro as seguintes informações:

Nome;

Tipo e número do documento de viagem e respectivo país emissor; e

Organismo internacional de que seja representante para o exercício de funções específicas no


País, quando for o caso.

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No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior desobrigada
de inscrição no CNPJ, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições
devem incluir no registro as seguintes informações:

Nome da empresa; e

Número de identificação ou de registro da empresa no respectivo país de origem.

a) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos

Em relação às operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, por


meio de qualquer instrumento, as instituições deverão incluir nos registros mencionados no art. 28
as informações necessárias à identificação da origem e do destino dos recursos.

A origem refere-se à instituição pagadora, sacada ou remetente e à pessoa sacada ou remetente


dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de pagamento utilizado na transação.

Já o destino refere-se à instituição recebedora ou destinatária e à pessoa recebedora ou destinatária


dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de pagamento utilizado na transação.

nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do


remetente ou sacado

nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do


recebedor ou beneficiário
devem ser incluídas no
registro das operações, no mínimo, as
seguintes informações, quando
couber: códigos de identificação, no sistema de liquidação de
pagamentos ou de
transferência de fundos, das instituições envolvidas na
operação

números das dependências e das contas envolvidas na


operação.

No caso de transferência de recursos por meio de cheque, as instituições devem incluir no registro
da operação, além das informações referidas acima, o respectivo número do cheque.

Caso as instituições estabeleçam relação de negócio com terceiros não sujeitos a autorização para
funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de pagamento do qual a instituição

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também participe, deve ser estipulado em contrato o acesso da instituição à identificação dos des-
tinatários finais dos recursos, para fins de prevenção à lavagem de dinheiro e do financiamento do
terrorismo, inclusive no caso de relação de negócio que envolva a interoperabilidade com arranjo de
pagamento não sujeito a autorização pelo Banco Central do Brasil, do qual as instituições financeiras
não participem.

Em caso de transferência de recursos por meio da compensação interbancária de cheque, a institui-


ção sacada deve informar à instituição depositária, e a instituição depositária deve informar à insti-
tuição sacada, os números de inscrição no CPF ou no CNPJ dos titulares da conta sacada e da conta
depositária, respectivamente.

b) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos

A partir de agora, vamos compreender que, quando se tratar de operações financeiras realizadas
com dinheiro em espécie, além das informações já mencionadas o registro deve conter ainda outras
informações imprescindíveis.

Nas operações em que se há a utilização de recursos em espécie de valor individual superior a


R$2.000,00 (dois mil reais), as instituições financeiras devem incluir no registro, além das informa-
ções tratadas nos tópicos anteriores, o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador
dos recursos.

Além disso, caso essas operações sejam realizadas por empresa de transporte de valores devida-
mente autorizada e registrada na autoridade competente, nos termos da legislação em vigor, consi-
dera-se essa empresa como a portadora dos recursos, a qual será identificada por meio do registro
do número de inscrição no CNPJ e da firma ou denominação social.

No caso de operações de depósito ou aporte em espécie de valor individual igual ou superior a


R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições financeiras devem incluir no registro também:

o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do


proprietário dos recursos;

o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos;

a origem dos recursos depositados ou aportados;

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Atente-se para o fato de que, ocorrendo a recusa do cliente ou do portador dos recursos sem prestar
a informação acerca da origem dos recursos depositados ou aportados, a instituição deve registrar
o fato e utilizar essa informação nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise.

Ademais, as instituições financeiras devem requerer dos sacadores clientes e não clientes solicitação
de provisionamento com, no mínimo, 3 dias úteis de antecedência, das operações de saque, inclu-
sive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais).

Essas operações de saque devem ser consideradas individualmente, para efeitos de observação do
citado limite.

As instituições devem:

possibilitar a solicitação de provisionamento por meio do sítio eletrônico da instituição na


internet e das agências ou Postos de Atendimento;

emitir protocolo de atendimento ao cliente ou ao sacador não cliente, no qual devem ser
informados o valor da operação, a dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a
data programada para o saque;

registrar, no ato da solicitação de provisionamento, as informações indicadas, conforme o


caso.

Em se tratando de saque em espécie a ser realizado por meio de cheque por sacador não cliente, a
solicitação de provisionamento acima referida deve ser realizada exclusivamente em agências ou em
Postos de Atendimento.

É necessário ainda que as instituições financeiras mantenham registro específico de recebimentos


de boleto de pagamento pagos com recursos em espécie. A instituição que receber boleto de pa-
gamento que não seja de sua emissão deve remeter à instituição emissora a informação de que o
boleto foi pago em espécie.

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3.5) Do Monitoramento, Da Seleção e Da Análise De Operações e Situações Suspeitas

a) Dos Procedimentos de Monitoramento, Seleção e Análise de Operações e Situações Suspei-


tas

As instituições financeiras devem implementar procedimentos de monitoramento, seleção e análise


de operações e situações com o objetivo de identificar e dispensar especial atenção às suspeitas de
lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.

Os referidos procedimentos devem ser aplicados, inclusive, às propostas de operações, bem como
também devem:

ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do


terrorismo ;

ser definidos com base na avaliação interna de risco;

considerar a condição de pessoa exposta politicamente, bem como a condição de


representante, familiar ou estreito colaborador da pessoa exposta politicamente;

estar descritos em manual específico, aprovado pela diretoria da instituição

As operações e situações suspeitas referem-se a qualquer operação ou situação que apresente indí-
cios de utilização da instituição para a prática dos crimes de lavagem de dinheiro e de financiamento
do terrorismo.

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b) Do Monitoramento e da Seleção de Operações e Situações Suspeitas

operações realizadas ou os serviços prestados


que, por sua habitualidade, valor ou forma,
configurem artifício que objetive burlar os
procedimentos de identificação, qualificação,
registro, monitoramento e seleção previstos
nesta Circular

as operações de depósito ou aporte em


espécie, saque em espécie, ou pedido de
provisionamento para saque que apresentem
indícios de ocultação ou dissimulação da
natureza, da origem, da localização, da
disposição, da movimentação ou da
propriedade de bens, direitos e valores;a

as operações realizadas e os produtos e


serviços contratados que, considerando as
partes e os valores envolvidos, apresentem
incompatibilidade com a capacidade
financeira do cliente, incluindo a renda, no
as operações realizadas e
caso de pessoa natural, ou o faturamento, no
os produtos e serviços
caso de pessoa
contratados que,
jurídica, e o patrimônio;
considerando
as partes envolvidas, os
valores, as formas de as operações com pessoas expostas
realização, os politicamente de nacionalidade brasileira e
instrumentos utilizados ou com representantes, familiares ou estreitos
a falta de fundamento colaboradores de pessoas expostas
econômico ou legal, politicamente
possam configurar a
existência de indícios de
lavagem de dinheiro ou as operações com pessoas expostas
de financiamento do politicamente estrangeiras
terrorismo, inclusive:
os clientes e as operações em relação aos quais
não seja possível identificar o beneficiário final
As instituições financeiras devem
implementar procedimentos de
monitoramento e seleção que as operações oriundas ou destinadas a países
permitam identificar operações e ou territórios com deficiências estratégicas na
situações que possam indicar implementação das recomendações do Grupo
suspeitas de lavagem de dinheiro e de Ação Financeira (Gafi)
de financiamento do terrorismo,
especialmente: as situações em que não seja possível manter
atualizadas as informações
cadastrais de seus clientesa
as operações e
situações que possam
indicar suspeitas de
financiamento do
terrorismo

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O período para a execução dos procedimentos de monitoramento e de seleção das operações e
situações suspeitas não pode exceder o prazo de 45 dias, contados a partir da data de ocorrência
da operação ou da situação.

Além disso, as instituições financeiras necessitam assegurar que os sistemas utilizados no monitora-
mento e na seleção de operações e situações suspeitas contenham informações detalhadas das ope-
rações realizadas e das situações ocorridas, inclusive informações sobre a identificação e a qualifica-
ção dos envolvidos.

Também é dever das instituições manter documentação detalhada dos parâmetros, variáveis, regras
e cenários utilizados no monitoramento e seleção de operações e situações que possam indicar
suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.

Estes sistemas e procedimentos utilizados no monitoramento e na seleção de operações e situações


suspeitas devem ser passíveis de verificação quanto à sua adequação e efetividade.

Ao manual de procedimentos tratado no item 3.3), devem ser incluídos:

Os critérios de definição da periodicidade de execução dos procedimentos de monitoramento e


seleção para os diferentes tipos de operações e situações monitoradas; e

Os parâmetros, as variáveis, as regras e os cenários utilizados no monitoramento e seleção para


os diferentes tipos de operações e situações.

Os procedimentos de monitoramento e seleção podem ser realizados de forma centralizada em ins-


tituição do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito. As instituições que opta-
rem por realizar os procedimentos de monitoramento e seleção devem formalizar essa opção em
reunião do conselho de administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição.

c) Dos Procedimentos de Análise de Operações e Situações Suspeitas

As instituições referidas devem implementar procedimentos de análise das operações e situações


selecionadas por meio dos procedimentos de monitoramento e seleção (esta análise mencionada
deve ser formalizada em dossiê, independentemente da comunicação ao COAF) com o objetivo de
caracterizá-las ou não como suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. O
período para a execução dos procedimentos de análise das operações e situações selecionadas não
pode exceder o prazo de 45 dias, contados a partir da data da seleção da operação ou situação.

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a contratação de terceiros para a realização da
análise

É vedada:

a realização da análise no exterior

A vedação mencionada acima não inclui a contratação de terceiros para a prestação de serviços
auxiliares à análise.

As instituições financeiras devem dispor, no País, de recursos e competências necessários à análise


de operações e situações suspeitas, podendo os procedimentos serem realizados de forma centrali-
zada em instituição do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito.

Por fim, as instituições que optarem por realizar os procedimentos de análise devem formalizar a
opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição.

3.6) Dos Procedimentos de Comunicação ao COAF

As instituições financeiras devem comunicar ao COAF as operações ou situações suspeitas de lava-


gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.

Tal decisão de comunicação da operação ou situação ao COAF deve ser fundamentada com base
nas informações contidas no dossiê, deve ainda ser registrada de forma detalhada, bem como tam-
bém ocorrer até o final do prazo de análise.

A comunicação da operação ou situação suspeita ao COAF deve ser realizada até o dia útil seguinte
ao da decisão de comunicação.

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as operações de depósito ou aporte em espécie ou
saque em espécie de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais);

as operações relativas a pagamentos, recebimentos


e transferências de recursos, por meio de qualquer
As instituições financeiras devem
instrumento, contra pagamento em espécie, de
comunicar ao COAF:
valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil
reais);

a solicitação de provisionamento de saques em


espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00
(cinquenta mil reais.)

As comunicações alteradas ou canceladas após o 5º dia útil seguinte ao da sua realização devem
ser acompanhadas de justificativa da ocorrência.

As comunicações podem ser realizadas de forma centralizada por meio de instituição do conglome-
rado prudencial e de sistema cooperativo de crédito, em nome da instituição na qual ocorreu a
operação ou a situação. As instituições que optarem por realizar as comunicações de forma centra-
lizada, devem formalizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente, da
diretoria da instituição.

é pessoa exposta politicamente ou representante,


familiar ou estreito colaborador dessa pessoa;

As comunicações devem especificar, é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou


quando for o caso, se a pessoa objeto da tenha intentado praticar atos terroristas ou deles
comunicação: participado ou facilitado o seu cometimento;

é pessoa que possui ou controla, direta ou


indiretamente, recursos na instituição.

As instituições financeiras que não tiverem efetuado comunicações ao COAF em cada ano civil de-
verão prestar declaração, até 10 dias úteis após o encerramento do referido ano, atestando a não
ocorrência de operações ou situações passíveis de comunicação.

As instituições referidas devem se habilitar para realizar as comunicações no Sistema de Controle de


Atividades Financeiras (Siscoaf), do COAF.

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3.7) Dos Procedimentos Destinados a Conhecer Funcionários, Parceiros E Prestadores de Ser-
viços Terceirizados

É dever das instituições financeiras a implementação de procedimentos destinados a conhecer seus


funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos de identifi-
cação e qualificação. Tais procedimentos devem ser compatíveis com a política de prevenção à la-
vagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e com a avaliação interna de risco.

Estes procedimentos devem ser formalizados em documento específico aprovado pela diretoria da
instituição, devendo o documento ser mantido atualizado.

A classificação das atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e prestadores de serviços
terceirizados nas categorias de risco definidas na avaliação interna de risco deve ser realizada pela
instituição financeira. A classificação em categorias de risco deve ser mantida atualizada e os critérios
para a classificação em categorias de risco devem estar previstos no documento.

De igual modo, as informações relativas aos funcionários, parceiros e prestadores de serviços tercei-
rizados devem ser mantidas atualizadas, considerando inclusive eventuais alterações que impliquem
mudança de classificação nas categorias de risco.

As instituições financeiras, na celebração de contratos com instituições financeiras sediadas no ex-


terior, devem:

obter informações sobre o contratado que permitam compreender a natureza de sua


atividade e a sua reputação;

verificar se o contratado foi objeto de investigação ou de ação de autoridade supervisora


relacionada com lavagem de dinheiro ou com financiamento do terrorismo;

certificar que o contratado tem presença física no país onde está constituído ou licenciado;

conhecer os controles adotados pelo contratado relativos à prevenção à lavagem de dinheiro e


ao financiamento do terrorismo;

obter a aprovação do detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao do


responsável pela contratação;

dar ciência do contrato de parceria ao diretor .

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As instituições financeiras, na celebração de contratos com terceiros não sujeitos a autorização para
funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de pagamento do qual a instituição
também participe, devem:

Obter informações sobre o terceiro que permitam compreender a natureza de sua atividade e a
sua reputação;

Verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de ação de autoridade supervisora relacionada


com lavagem de dinheiro ou com financiamento do terrorismo;

Certificar que o terceiro tem licença do instituidor do arranjo para operar, quando for o caso;

Conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos à prevenção à lavagem de dinheiro e ao


financiamento do terrorismo; e

Dar ciência do contrato ao diretor.

3.8) Dos Mecanismos de Acompanhamento e de Controle

As instituições financeiras devem instituir mecanismos de acompanhamento e de controle de modo


a assegurar a implementação e a adequação da política, dos procedimentos e dos controles internos
de que trata esta Circular, incluindo:

A definição de processos, testes e trilhas de auditoria;

A definição de métricas e indicadores adequados; e

A identificação e a correção de eventuais deficiências.

Os mecanismos acima referidos devem ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna,
quando aplicáveis, compatíveis com os controles internos da instituição.

3.9) Da Avaliação de Efetividade

As instituições financeiras que possuem autorização de funcionamento pelo Banco Central devem
avaliar a efetividade da política, dos procedimentos e dos controles internos, além disso, devem
documentar a avaliação em relatório específico.

O relatório deve ser elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezembro, bem como encami-
nhado, para ciência, até 31 de março do ano seguinte ao da data-base ao comitê de auditoria,
quando houver e ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria da instituição.

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Da mesma forma, o relatório deve conter informações que descrevam a metodologia adotada na
avaliação de efetividade; os testes aplicados; a qualificação dos avaliadores; e as deficiências identi-
ficadas; e

Além disso, também deve conter, no mínimo, a avaliação:

Dos procedimentos destinados a conhecer clientes, incluindo a verificação e a validação das


informações dos clientes e a adequação dos dados cadastrais;

Dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e comunicação ao COAF, incluindo a


avaliação de efetividade dos parâmetros de seleção de operações e de situações suspeitas;

Da governança da política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo;

Das medidas de desenvolvimento da cultura organizacional voltadas à prevenção da lavagem de


dinheiro e ao financiamento do terrorismo;

Dos programas de capacitação periódica de pessoal;

Dos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços


terceirizados; e

Das ações de regularização dos apontamentos oriundos da auditoria interna e da supervisão do


Banco Central do Brasil.

É possível que seja elaborado um único relatório de avaliação de efetividade relativo às instituições
do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito, as instituições que optarem por
realizar o relatório de avaliação de efetividade desta forma devem formalizar a opção em reunião do
conselho de administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição.

As instituições financeiras liberadas pelo BACEN devem elaborar plano de ação destinado a solucio-
nar as deficiências identificadas por meio da avaliação de efetividade, sendo que o acompanhamento
da implementação do plano de ação referido será documentado por meio de relatório de acompa-
nhamento.

O plano de ação e o respectivo relatório de acompanhamento devem ser encaminhados para ciência
e avaliação, até 30 de junho do ano seguinte ao da data-base do relatório da avaliação de efetivi-
dade:

Do comitê de auditoria, quando houver;

Da diretoria da instituição; e

Do conselho de administração, quando existente.

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De acordo com o art. 66:

Art. 66. Devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil:

I - o documento de que trata o art. 7º, inciso I, relativo à política de prevenção à lavagem de
dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º;

II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da


instituição, no caso de ser formalizada a opção de que trata o caput do art. 4º;

III - o relatório de que trata o art. 5º, parágrafo único, se existente;

IV - o documento relativo à avaliação interna de risco de que trata o art. 12, inciso I, junta-
mente com a documentação de suporte à sua elaboração;

V - o contrato referido no art. 31;

VI - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da


instituição, no caso de serem formalizadas as opções mencionadas nos arts. 11, 42, 46, 52 e
64;

VII - o relatório de avaliação de efetividade de que trata o art. 62, § 1º;

VIII - as versões anteriores da avaliação interna de risco de que trata o art. 10;

IX - o manual relativo aos procedimentos destinados a conhecer os clientes referido no art.


13, § 2º;

X - o manual relativo aos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de operações


e situações suspeitas mencionado no art. 38, § 3º, inciso IV;

XI - o documento relativo aos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, parcei-


ros e prestadores de serviços terceirizados mencionado no art. 57;

XII - as versões anteriores do relatório de avaliação de efetividade de que trata o art. 62, § 1º;

XIII - os dados, os registros e as informações relativas aos mecanismos de acompanhamento


e de controle de que trata o art. 61; e

XIV - os documentos relativos ao plano de ação e ao respectivo relatório de acompanhamento


mencionados no art. 65.

§1º O contrato referido no inciso V do caput deve permanecer à disposição do Banco Central
do Brasil pelo prazo mínimo de 5 anos após o encerramento da relação contratual.

§ 2º Os documentos e informações referidos nos incisos VIII a XIV do caput devem permanecer
à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de 5 anos.

Ademais, conforme aduz o Art. 67:

Art. 67. As instituições referidas no art. 1º devem manter à disposição do Banco Central do
Brasil e conservar pelo período mínimo de dez anos:

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I - as informações coletadas nos procedimentos destinados a conhecer os clientes de que
tratam os arts. 13, 16 e 18, contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano
seguinte ao término do relacionamento com o cliente;

II - as informações coletadas nos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, par-


ceiros e prestadores de serviços terceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo referido
no caput a partir da data de encerramento da relação contratual;

III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a 37, contado o prazo referido no
caput a partir do primeiro dia do ano seguinte ao da realização da operação; e

IV - o dossiê referido no art. 43, § 2º.

4) Carta Circular Nº 4.001, de 29 De janeiro De 2020 e Suas Alterações

A Carta Circular nº 4001/20 do Banco Central possui como fundamento a divulgação da relação de
operações e situações que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes de “lavagem” ou
ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.6)13, de 3 de março de 1998, e de
financiamento ao terrorismo, previstos na Lei nº 13.2)60, de 16 de março de 2016, passíveis de co-
municação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Portanto, trata-se de mais uma importante ferramenta criada com a finalidade de se intensificar o
combate ao crime de lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo.

Tome nota!

Atenção! Tenha sempre em mente que a Carta Circular, assim como outros normativos do BACEN,
se presta tão somente em auxiliar o combate do crime de lavagem de dinheiro naquelas situações
em que há o indício da pratica delituoso. Estes normativos não criam figuras criminosas, as quais
somente podem ser criadas por Lei.

Neste sentido, o art. 1º da Carta Circular 4001/20 enumera diversas operações que caracterizam
indícios da pratica criminosa. Apesar de ser extensa a lista, trata-se de matéria de grande relevância
para seu concurso, haja vista que o bancário tende a se deparar com tais condutas na prática. Assim,
leia e releia com bastante atenção a fim de que tenha boa compreensão das situações/operações:

Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir exemplificam a ocorrência de indícios


de suspeita para fins dos procedimentos de monitoramento e seleção previstos na Circular nº
3.978, de 23 de janeiro de 2020:

I - situações relacionadas com operações em espécie em moeda nacional com a utiliza-


ção de contas de depósitos ou de contas de pagamento:

a) depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer outro ins-
trumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à
atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;

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b) movimentações em espécie realizadas por clientes cujas atividades possuam como carac-
terística a utilização de outros instrumentos de transferência de recursos, tais como cheques,
cartões de débito ou crédito;

c) aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie de qualquer pessoa


natural ou jurídica, sem causa aparente, nos casos em que tais depósitos ou aportes forem
posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo, a destino não relacionado
com o cliente;

d) fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em espécie,


inclusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da movimentação;

e) fragmentação de saques em espécie, a fim de burlar limites regulatórios de reportes;

f) depósitos ou aportes de grandes valores em espécie, de forma parcelada, principalmente


nos mesmos caixas ou terminais de autoatendimento próximos, destinados a uma única conta
ou a várias contas em municípios ou agências distintas;

g) depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que exerçam atividade comercial


relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis,
barcos, joias, automóveis ou aeronaves;

h) saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência eletrônica de
várias origens em curto período de tempo;

i) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou com as-
pecto de que foram armazenadas em local impróprio ou ainda que apresentem marcas, sím-
bolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e não uniformes;

j) depósitos, aportes ou troca de grandes quantidades de cédulas de pequeno valor, por pes-
soa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha como característica recebimentos
de grandes quantias de recursos em espécie;

k) saques no período de cinco dias úteis em valores inferiores aos limites estabelecidos, de
forma a dissimular o valor total da operação e evitar comunicações de operações em espécie;

l) dois ou mais saques em espécie no caixa no mesmo dia, com indícios de tentativa de burla
para evitar a identificação do sacador;

m) dois ou mais depósitos em terminais de autoatendimento em espécie, no período de cinco


dias úteis, com indícios de tentativa de burla para evitar a identificação do depositante;

n) depósitos em espécie relevantes em contas de servidores públicos e de qualquer tipo de


Pessoas Expostas Politicamente (PEP), conforme elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de
2020, bem como seu representante, familiar ou estreito colaborador;

II - situações relacionadas com operações em espécie e cartões pré-pagos em moeda


estrangeira e cheques de viagem:

a) movimentações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados


em moeda estrangeira, que apresentem atipicidade em relação à atividade econômica do cli-
ente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;

b) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados em


moeda estrangeira, que não apresentem compatibilidade com a natureza declarada da ope-
ração;

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c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados em
moeda estrangeira, realizadas por diferentes pessoas naturais, não relacionadas entre si, que
informem o mesmo endereço residencial, telefone de contato ou possuam o mesmo repre-
sentante legal;

d) negociações envolvendo taxas de câmbio com variação significativa em relação às pratica-


das pelo mercado;

e) negociações de moeda estrangeira em espécie envolvendo cédulas úmidas, malcheirosas,


mofadas, ou com aspecto de terem sido armazenadas em local impróprio, ou ainda que apre-
sentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e
não uniformes;

f) negociações de moeda estrangeira em espécie ou troca de grandes quantidades de cédulas


de pequeno valor, realizadas por pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não
tenha como característica o recebimento desse tipo de recurso;

g) utilização, carga ou recarga de cartão pré-pago em valor não compatível com a capacidade
financeira, atividade ou perfil do cliente;

h) utilização de diversas fontes de recursos para carga e recarga de cartões pré-pagos;

i) carga e recarga de cartões pré-pagos seguidas imediatamente por saques em caixas eletrô-
nicos;

III - situações relacionadas com a identificação e qualificação de clientes:

a) resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de relacionamento ou


para a atualização cadastral;

b) oferecimento de informação falsa;

c) prestação de informação de difícil ou onerosa verificação;

d) abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de procuração


ou de qualquer outro tipo de mandato;

e) ocorrência de irregularidades relacionadas aos procedimentos de identificação e registro


das operações exigidos pela regulamentação vigente;

f) cadastramento de várias contas em uma mesma data, ou em curto período, com depósitos
de valores idênticos ou aproximados, ou com outros elementos em comum, tais como origem
dos recursos, titulares, procuradores, sócios, endereço, número de telefone, etc.;

g) operações em que não seja possível identificar o beneficiário final, observados os procedi-
mentos definidos na regulamentação vigente;

h) representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos procuradores


ou representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;

i) informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais, sem de-
monstração da existência de relação familiar ou comercial;

j) incompatibilidade da atividade econômica ou faturamento informados com o padrão apre-


sentado por clientes com o mesmo perfil;

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k) registro de mesmo endereço de e-mail ou de Internet Protocol (IP) por diferentes pessoas
jurídicas ou organizações, sem justificativa razoável para tal ocorrência;

l) registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Protocol (IP) por pessoas naturais, sem
justificativa razoável para tal ocorrência;

m) informações e documentos apresentados pelos clientes conflitantes com as informações


públicas disponíveis;

n) sócios de empresas sem aparente capacidade financeira para o porte da atividade empre-
sarial declarada;

IV - situações relacionadas com a movimentação de contas de depósito e de contas de


pagamento em moeda nacional, que digam respeito a:

a) movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a


ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente;

b) transferências de valores arredondados na unidade de milhar ou que estejam um pouco


abaixo do limite para notificação de operações;

c) movimentação de recursos de alto valor, de forma contumaz, em benefício de terceiros;

d) manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhimento de depósitos em nome de


um mesmo cliente, cujos valores, somados, resultem em quantia significativa;

e) movimentação de quantia significativa por meio de conta até então pouco movimentada
ou de conta que acolha depósito inusitado;

f) ausência repentina de movimentação financeira em conta que anteriormente apresentava


grande movimentação;

g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica em relação ao perfil do cliente;

h) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas como recebimento de crédito, de juros


remuneratórios para grandes saldos ou, ainda, de outros serviços bancários especiais que, em
circunstâncias normais, sejam valiosas para qualquer cliente;

i) mudança repentina e injustificada na forma de movimentação de recursos ou nos tipos de


transação utilizados;

j) solicitação de não observância ou atuação no sentido de induzir funcionários da instituição


a não seguirem os procedimentos regulamentares ou formais para a realização de uma ope-
ração;

k) recebimento de recursos com imediata compra de instrumentos para a realização de pa-


gamentos ou de transferências a terceiros, sem justificativa;

l) operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem artifício para burla da iden-
tificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos destinatários finais;

m) existência de contas que apresentem créditos e débitos com a utilização de instrumentos


de transferência de recursos não característicos para a ocupação ou o ramo de atividade de-
senvolvida pelo cliente;

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n) recebimento de depósitos provenientes de diversas origens, sem fundamentação econô-
mico-financeira, especialmente provenientes de regiões distantes do local de atuação da pes-
soa jurídica ou distantes do domicílio da pessoa natural;

o) pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários que não apresentem ligação com a


atividade ou ramo de negócio da pessoa jurídica;

p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para fornecedor distante de seu local de
atuação, sem fundamentação econômico-financeira;

q) depósitos de cheques endossados totalizando valores significativos;

r) existência de conta de depósitos à vista ou de conta de pagamento de organizações sem


fins lucrativos cujos saldos ou movimentações financeiras não apresentem fundamentação
econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a atividade declarada da
organização e as outras partes envolvidas nas transações;

s) movimentação habitual de recursos financeiros de ou para qualquer tipo de PEP, conforme


elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de 2020, bem como seu representante, familiar ou
estreito colaborador, não justificada por eventos econômicos;

t) existência de contas em nome de menores ou incapazes, cujos representantes realizem


grande número de operações e/ou operações de valores relevantes;

u) transações significativas e incomuns por meio de contas de depósitos ou de contas de


pagamento de investidores não residentes constituídos sob a forma de trust;

v) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal de pagamento (Point of Sale - POS),


que apresentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a capacidade financeira
do estabelecimento comercial credenciado;

w) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal de pagamento (Point of sale - POS),


que apresentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com o perfil do estabeleci-
mento comercial credenciado;

x) desvios frequentes em padrões adotados por cada administradora de cartões de credenci-


amento ou de cartões de crédito, verificados no monitoramento das compras de seus titulares;

y) transações em horário considerado incompatível com a atividade do estabelecimento co-


mercial credenciado;

z) transações em terminal (Point of sale - POS) realizadas em localização geográfica distante


do local de atuação do estabelecimento comercial credenciado;

aa) operações atípicas em contas de clientes que exerçam atividade comercial relacionada
com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos,
joias, automóveis ou aeronaves;

ab) utilização de instrumento financeiro de forma a ocultar patrimônio e/ou evitar a realização
de bloqueios judiciais, inclusive cheque administrativo;

ac) movimentação de valores incompatíveis com o faturamento mensal das pessoas jurídicas;

ad) recebimento de créditos com o imediato débito dos valores;

ae) movimentações de valores com empresas sem atividade regulamentada pelos órgãos
competentes;

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V - situações relacionadas com operações de investimento no País:

a) operações ou conjunto de operações de compra ou de venda de ativos financeiros a preços


incompatíveis com os praticados no mercado ou quando realizadas por pessoa natural ou
jurídica cuja atividade declarada e perfil não se coadunem ao tipo de negociação realizada;

b) operações atípicas que resultem em elevados ganhos para os agentes intermediários, em


desproporção com a natureza dos serviços efetivamente prestados;

c) investimentos significativos em produtos de baixa rentabilidade e liquidez;

d) investimentos significativos não proporcionais à capacidade financeira do cliente, ou cuja


origem não seja claramente conhecida;

e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, independentemente do resultado auferido;

VI - situações relacionadas com operações de crédito no País:

a) operações de crédito no País liquidadas com recursos aparentemente incompatíveis com a


situação financeira do cliente;

b) solicitação de concessão de crédito no País incompatível com a atividade econômica ou


com a capacidade financeira do cliente;

c) operação de crédito no País seguida de remessa de recursos ao exterior, sem fundamento


econômico ou legal, e sem relacionamento com a operação de crédito;

d) operações de crédito no País, simultâneas ou consecutivas, liquidadas antecipadamente ou


em prazo muito curto;

e) liquidação de operações de crédito ou assunção de dívida no País por terceiros, sem justi-
ficativa aparente;

f) concessão de garantias de operações de crédito no País por terceiros não relacionados ao


tomador;

g) operação de crédito no País com oferecimento de garantia no exterior por cliente sem
tradição de realização de operações no exterior;

h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o objeto da pessoa jurídica, especialmente


quando os recursos forem originados de crédito no País;

VII - situações relacionadas com a movimentação de recursos oriundos de contratos com


o setor público:

a) movimentações atípicas de recursos por agentes públicos, conforme definidos no art. 2º da


Lei nº 8.4)29, de 2 de junho de 1992;

b) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionadas a patrocí-


nio, propaganda, marketing, consultorias, assessorias e capacitação;

c) movimentações atípicas de recursos por organizações sem fins lucrativos;

d) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionadas a licitações;

VIII - situações relacionadas a consórcios:

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a) existência de consorciados detentores de elevado número de cotas, incompatível com sua
capacidade financeira ou com o objeto da pessoa jurídica;

b) aumento expressivo do número de cotas pertencentes a um mesmo consorciado;

c) oferecimento de lances incompatíveis com a capacidade financeira do consorciado;

d) oferecimento de lances muito próximos ao valor do bem;

e) pagamento antecipado de quantidade expressiva de prestações vincendas, não condizente


com a capacidade financeira do consorciado;

f) aquisição de cotas previamente contempladas, seguida de quitação das prestações vincen-


das;

g) utilização de documentos falsificados na adesão ou tentativa de adesão a grupo de con-


sórcio;

h) pagamentos realizados em localidades diferentes ao do endereço do cadastro;

i) informe de conta de depósito à vista ou de poupança para pagamento de crédito em espé-


cie, em agência/localidade diferente da inicialmente fornecida ou remessa de eventual Ordem
de Pagamento (OP) para conta de depósito à vista ou de poupança divergente da inicialmente
fornecida;

IX - situações relacionadas a pessoas ou entidades suspeitas de envolvimento com fi-


nanciamento ao terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa:

a) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou entidades relacionadas a atividades ter-


roristas listadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU);

b) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a pessoas ou entidades que reco-


nhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado
ou facilitado o seu cometimento;

c) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas


ou entidades que reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas,
ou deles participado ou facilitado o seu cometimento;

d) movimentações com indícios de financiamento ao terrorismo;

e) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou entidades relacionadas à proliferação


de armas de destruição em massa listadas pelo CSNU;

f) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a pessoas ou entidades que reco-


nhecidamente tenham cometido ou intentado cometer crimes de proliferação de armas de
destruição em massa, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento;

g) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas


ou entidades que reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer crimes de pro-
liferação de armas de destruição em massa, ou deles participado ou facilitado o seu cometi-
mento;

h) movimentações com indícios de financiamento da proliferação de armas de destruição em


massa;

X - situações relacionadas com atividades internacionais:

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a) operação com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive sociedades e instituições financeiras,
situadas em países que não apliquem ou apliquem insuficientemente as recomendações do
Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), ou que
tenham sede em países ou dependências com tributação favorecida ou regimes fiscais privi-
legiados, ou em locais onde seja observada a prática contumaz dos crimes previstos na Lei nº
9.6)13, de 3 de março de 1998, não claramente caracterizadas em sua legalidade e fundamen-
tação econômica;

b) operações complexas e com custos mais elevados que visem a dificultar o rastreamento
dos recursos ou a identificação da natureza da operação; c) pagamentos de importação e
recebimentos de exportação, antecipados ou não, por empresa sem tradição ou cuja capaci-
dade financeira seja incompatível com o montante negociado;

d) pagamentos a terceiros não relacionados a operações de importação ou de exportação;

e) transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou


apresentem atipicidade;

f) transferências internacionais, inclusive a título de disponibilidade no exterior, nas quais não


se justifique a origem dos fundos envolvidos ou que se mostrem incompatíveis com a capa-
cidade financeira ou com o perfil do cliente;

g) exportações ou importações aparentemente fictícias ou com indícios de superfaturamento


ou subfaturamento, ou ainda em situações que não seja possível obter informações sobre o
desembaraço aduaneiro das mercadorias;

h) existência de informações na carta de crédito com discrepâncias em relação a outros do-


cumentos da operação de comércio internacional;

i) pagamentos ao exterior após créditos em reais efetuados nas contas de depósitos dos titu-
lares das operações de câmbio por pessoas naturais ou jurídicas que não demonstrem a exis-
tência de vínculo comercial ou econômico;

j) movimentações decorrentes de programa de repatriação de recursos que apresentem in-


consistências relacionadas à identificação do titular ou do beneficiário final, bem como ausên-
cia de informações confiáveis sobre a origem e a fundamentação econômica ou legal;

k) pagamentos de frete ou de outros serviços que apresentem indícios de atipicidade ou de


incompatibilidade com a atividade ou capacidade econômico-financeira do cliente;

l) transferências internacionais por uma ou mais pessoas naturais ou jurídicas com indícios de
fragmentação, como forma de ocultar a real origem ou destino dos recursos;

m) transações em uma mesma data, ou em curto período, de valores idênticos ou aproxima-


dos, ou com outros elementos em comum, tais como origem ou destino dos recursos, titula-
res, procuradores, endereço, número de telefone, que configurem artifício de burla do limite
máximo de operação;

n) transferência via facilitadora de pagamentos ou com a utilização do cartão de crédito de


uso internacional, que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem
atipicidade;

o) transferências relacionadas a investimentos não convencionais que, pela habitualidade, va-


lor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade;

p) pagamento de frete internacional sem amparo em documentação que evidencie vínculo


com operação comercial;
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XI - situações relacionadas com operações de crédito contratadas no exterior:

a) contratação de operações de crédito no exterior com cláusulas que estabeleçam condições


incompatíveis com as praticadas no mercado, como juros destoantes da prática ou prazo
muito longo;

b) contratação, no exterior, de várias operações de crédito consecutivas, sem que a instituição


tome conhecimento da quitação das anteriores;

c) contratação, no exterior, de operações de crédito que não sejam quitadas por intermédio
de operações na mesma instituição;

d) contratação, no exterior, de operações de crédito, quitadas sem explicação aparente para


a origem dos recursos;

e) contratação de empréstimos ou financiamentos no exterior, oferecendo garantias em valo-


res ou formas incompatíveis com a atividade ou capacidade financeira do cliente ou em valo-
res muito superiores ao valor das operações contratadas ou cuja origem não seja claramente
conhecida;

f) contratação de operações de crédito no exterior, cujo credor seja de difícil identificação e


sem que exista relação ou fundamentação para a operação entre as partes;

XII - situações relacionadas com operações de investimento externo:

a) recebimento de investimento externo direto, cujos recursos retornem imediatamente a tí-


tulo de disponibilidade no exterior;

b) recebimento de investimento externo direto, com realização quase imediata de remessas


de recursos para o exterior a título de lucros e dividendos;

c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em valores incompatíveis com o valor investido;

d) remessas ao exterior a título de investimento em montantes incompatíveis com a capaci-


dade financeira do cliente;

e) remessas de recursos de um mesmo investidor situado no exterior para várias empresas no


País;

f) remessas de recursos de vários investidores situados no exterior para uma mesma empresa
no País;

g) recebimento de aporte de capital desproporcional ao porte ou à natureza empresarial do


cliente, ou em valores incompatíveis com a capacidade financeira dos sócios;

h) retorno de investimento feito no exterior sem comprovação da remessa que lhe tenha dado
origem;

XIII - situações relacionadas com funcionários, parceiros e prestadores de serviços ter-


ceirizados:

a) alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento do empregado, do parceiro


ou de prestador de serviços terceirizados, sem causa aparente;

b) modificação inusitada do resultado operacional da pessoa jurídica do parceiro, incluído


correspondente no País, sem causa aparente;

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c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao procedimento formal da instituição por
funcionário, parceiro, incluído correspondente no País, ou prestador de serviços terceirizados;

d) fornecimento de auxílio ou informações, remunerados ou não, a cliente em prejuízo do


programa de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo da institui-
ção, ou de auxílio para estruturar ou fracionar operações, burlar limites regulamentares ou
operacionais;

XIV - situações relacionadas a campanhas eleitorais:

a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou não) de candidatos, contas de estreito


colaborador dessas pessoas ou em contas de partidos políticos, de valores que desrespeitem
as vedações ou extrapolem os limites definidos na legislação em vigor;

b) uso incompatível com as exigências regulatórias do fundo de caixa do partido eleitoral;

c) recebimento de doações, em contas de candidatos, de valores que desrespeitem as veda-


ções ou extrapolem os limites definidos na legislação em vigor, inclusive mediante uso de
terceiros e/ou de contas de terceiros;

d) transferências, a partir das contas de candidatos, para pessoas naturais ou jurídicas cuja
atividade não guarde aparente relação com contas de campanha;

XV - situações relacionadas a BNDU e outros ativos não financeiros:

a) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro para pessoas naturais ou jurídicas sem
capacidade financeira;

b) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro mediante pagamento em espécie;

c) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro por preço significativamente superior
ao de avaliação;

d) negociação de outro ativo não financeiro em benefício de terceiros;

XVI - situações relacionadas com a movimentação de contas correntes em moeda es-


trangeira (CCME):

a) movimentação de recursos incompatível com a atividade econômica e a capacidade finan-


ceira do cliente;

b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros cujas movimentações financeiras não apre-


sentem fundamentação econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a
atividade declarada do titular da CCME e as outras partes envolvidas nas transações;

c) movimentação de recursos, em especial nas contas tituladas por agentes autorizados a


operar no mercado de câmbio, que denotem inobservância a limites por operação cambial ou
qualquer outra situação em que não se justifiquem ou apresentem atipicidade, pela habitua-
lidade, valor, forma ou ausência de aderência às normas cambiais;

d) transações atípicas em CCME de movimentação restrita. Exemplos: contas de agências de


turismo e contas de administradoras de cartão de crédito;

XVII - situações relacionadas com operações realizadas em municípios localizados em


regiões de risco:

a) operação atípica em municípios localizados em regiões de fronteira;

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b) operação atípica em municípios localizados em regiões de extração mineral;

c) operação atípica em municípios localizados em outras regiões de risco.

Essas operações/situações descritas devem ser comunicadas somente nos casos em que os indícios
forem confirmados ao término da execução dos procedimentos de análise de operações e situações
suspeitas.

Além disso, os procedimentos referidos devem considerar todas as informações disponíveis, inclu-
sive aquelas obtidas por meio dos procedimentos destinados a conhecer clientes, funcionários, par-
ceiros e prestadores de serviços terceirizados.

AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA

1) Noções Introdutórias

A autorregulação bancária refere-se ao conjunto de normas instituídas conjuntamente pelas institui-


ções bancárias, sendo facultativa a associação a ela, porém, de observância obrigatória para aqueles
que aderirem.

Dessa forma, as instituições financeiras possuem a faculdade de aderir ao Sistema de Autorregulação


Bancária (SARB), obrigando-se, contudo ao seu cumprimento aqueles que optarem pela adesão.

O Banco Central não realiza nenhum tipo de interferência na autorregulação e, portanto, são as
próprias instituições bancárias que regulam suas atividades.

A Federação Brasileira de Banco (FEBRABAN), instituição sem finalidade lucrativa e fundada em 1967,
foi quem estabeleceu normas de Autorregulação Bancária, sendo uma federação pautada no com-
promisso de fortalecer o sistema financeiro brasileiro, além do desenvolvimento econômico, social
e sustentável.

O SARB foi criado por deliberação do Conselho Diretor da FEBRABAN, em 28 de agosto de 2008,
tendo estabelecido padrões elevados de conduta a serem seguidos pelas Instituições Financeiras.

Além do Código de Conduta Ética e Autorregulação, o Sistema de Autorregulação Bancária também


é regido por outros Normativos.

2) Aplicabilidade Do Código De Conduta Ética e Autorregulação Bancária

O Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária é aplicável a todas as Instituições Financeiras


associadas à Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN.

Sendo a instituição financeira associada ou tendo expressamente aderido ao Código citado, deve ter
estrita observância aos conceitos e condutas dispostas nele.
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O presente Código não se sobrepõe à legislação e regulamentação vigentes, ainda que venham a
ser editadas normas, após o início de sua vigência, que sejam contrárias às disposições ora trazidas.
Caso haja contradição entre regras estabelecidas neste Código e normas legais ou regulamentares,
essas últimas prevalecerão, sem prejuízo das demais regras contidas neste Código.

3) Conceitos Presentes No Código De Ética e Autorregulação Bancária

Para os efeitos Do Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária, considera-se:

Ética - virtude caracterizada pela orientação dos atos das associadas segundo os valores do bem
e da decência pública.

Conduta - manifestação do modo como uma associada se comporta perante a sociedade, tendo
como base as crenças, culturas, valores morais e éticos que seguem.

Conflito de Interesse - qualquer situação na qual a associada possa ter sua capacidade de jul-
gamento e decisão afetada, podendo incorrer ou sugerir quebra do princípio de imparcialidade e
favorecer seu próprio interesses, de terceiros ou, ainda, de cunho político, em detrimento dos inte-
resses e princípios da FEBRABAN.

Compliance - dever de cumprir, de estar em conformidade e fazer cumprir leis, diretrizes, regu-
lamentos internos e externos, buscando mitigar o risco atrelado à reputação, ao risco legal ou regu-
latório.

Corrupção - toda e qualquer ação, culposa ou dolosa, que implique sugestão, oferta, promessa,
concessão (forma ativa) ou solicitação, exigência, aceitação ou recebimento (forma passiva), de van-
tagens indevidas, de natureza financeira ou não, tais como: propina, tráfico de influência e favoreci-
mentos, em troca de realização ou omissão de atos inerentes as suas atribuições, operações ou ati-
vidades, ou visando a benefícios para si ou para terceiros.

Instituições Financeiras – pessoa jurídica de direito público ou privado, conforme Lei nº


7.4)92/86, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação,
intermediação ou aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira,
ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobi-
liários.

Signatárias – todas as Instituições Financeiras associadas à FEBRABAN.

Signatárias nível I – Instituições Financeiras Signatárias a este Código de Conduta Ética e Autor-
regulação.

Signatárias nível II – Instituições Financeiras Signatárias que aderiram a pelo menos um dos
eixos normativos do SARB.

Signatárias nível III – Instituições Financeiras Signatárias que aderiram a todos os eixos norma-
tivos do SARB.

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4) Princípios Éticos

As Signatárias deverão observar aos seguintes princípios éticos:

Integridade - Adotar em todas suas atividades, processos e relacionamentos as boas práticas de


conduta, honestidade e retidão.

Equidade - Desenvolver um ambiente profissional e de mercado justo, digno e imparcial.

Respeito ao consumidor – Tratar o consumidor de forma justa e transparente, com atendimento


cortês e digno, de forma a garantir a sua liberdade de escolha e a tomada de decisões conscientes,
bem como atender suas necessidades e as possíveis convergências de interesses.

Transparência - Prestar informações claras, exatas e suficientes em todos os relacionamentos e


decisões tomadas, sempre em conformidade com as leis e regulamentações aplicáveis.

Excelência - Aperfeiçoar padrões de conduta, elevar a qualidade dos produtos e serviços de


forma contínua e permanente.

Sustentabilidade - Atuar com responsabilidade ambiental, econômica, social e cultural, respei-


tando leis e regulamentações e contribuindo para o desenvolvimento sustentável.

Confiança - Manter em todos os relacionamentos, práticas que proporcionem um ambiente de


credibilidade, segurança, boa-fé e lealdade.

5) Relacionamento Com o Consumidor

Quanto ao relacionamento com o consumidor, assim dispõe o Código de Conduta Ética e Autorre-
gulação Bancária:

Art. 2º. As Signatárias reconhecem a vulnerabilidade do consumidor e, na implementação de


suas políticas de Relacionamento com Clientes e Usuários, comprometem-se com a conver-
gência de suas práticas comerciais em relação às leis de proteção e defesa do consumidor,
notadamente ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor e legislação complementar em
matéria consumerista.

Art. 3º. As Signatárias, em suas relações com consumidores e clientes, pautarão suas ações
em valores organizacionais baseados na boa-fé, no tratamento justo, na transparência, no
respeito à dignidade e harmonização de interesses, devendo oferecer produtos e serviços
adequados ao seu perfil.

Art. 4º. As Signatárias garantirão a liberdade de escolha dos consumidores, provendo infor-
mações completas e adequadas que permitam a aquisição consciente e refletida de produtos
ou serviços e, de forma facilitada, garantir-lhes acesso aos processos de portabilidade quando
de seu interesse.

Art. 5º. As Signatárias comprometem-se com o cuidado permanente para que as peças pu-
blicitárias e anúncios estejam livres de informações ambíguas, exageradas, capazes de induzir

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o consumidor em erro ou, ainda, que promovam a discriminação, desrespeito a valores ambi-
entais ou explore a deficiência de julgamento.

Art. 6º. As Signatárias observarão o mais estrito dever de cuidado e sigilo no tratamento de
informações cadastrais, confidencialidade de dados pessoais, financeiros ou de qualquer na-
tureza dos consumidores.

Art. 7º. As Signatárias disponibilizarão canais de atendimento acessíveis a consumidores e


clientes, atenderão suas demandas de forma tempestiva e atuarão de maneira a estimular os
mecanismos alternativos de solução de conflitos e fortalecer a mediação por meio de seus
canais de atendimento, destacadamente os canais de SAC (Serviço de Atendimento ao Con-
sumidor) e Ouvidoria.

6) Da Livre Concorrência

As Signatárias, em conformidade com a Política de Defesa da Concorrência da FEBRABAN, compro-


meter-se-ão com a promoção de um ambiente de concorrência livre, honesta, justa e correta, vi-
sando o aprimoramento contínuo de produtos, serviços e eficiência e não admitirão impedimentos
artificiais ou ilegais à entrada de novos concorrentes no mercado ou à manutenção da atividade
econômica de cada uma.

De igual modo, as Signatárias coibirão e impedirão quaisquer infrações à ordem econômica que
possam causar prejuízos aos fundamentos da livre concorrência no mercado financeiro.

7) Da Responsabilidade Socioambiental

As Signatárias deverão valorizar e incentivar a preservação ambiental e o desenvolvimento social,


estimulando um ambiente harmonioso, sustentável e inclusivo.

Ademais, assim dispõe o Código:

Art. 15. As Signatárias se empenharão na prevenção e não aceitarão quaisquer formas de


trabalho forçado, involuntário, escravo ou em condição análoga, tampouco o uso de mão de
obra infantil, em desacordo com a legislação e regulamentação vigentes, ou qualquer outra
forma de trabalho contra a livre vontade ou escolha do indivíduo, bem como contribuirão
ativamente para o combate e a erradicação de formas degradantes de trabalho.

Art. 16. Não serão toleradas nenhuma forma de discriminação, desrespeito e preconceito de
qualquer natureza, seja de gênero, raça, religião, faixa etária, convicção política, nacionalidade,
estado civil, posição social, condição física, entre outras.

Art. 17. Todas as formas de abuso de poder, condutas hostis e/ou de intimidações como
assédios (moral, físico, psicológico, judicial, entre outros), constrangimentos, depreciações,
ofensas e/ou ameaças não serão toleradas.

Art. 18. As Signatárias se comprometem a promover ações de educação financeira voltadas


ao crédito consciente e ao uso dos recursos disponíveis.

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8) Da Conformidade com as Leis

As Signatárias devem se comprometer ainda a trabalhar num ambiente ético, de respeito às leis,
nacionais e internacionais, e às autoridades de todas as instâncias dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário, bem como também com a manutenção de políticas e práticas institucionais atualizadas
e disseminadas de prevenção e combate a todas as formas de atos ilegais ou criminosos.

9) Da Prevenção a Fraudes e Lavagem De Dinheiro

A FEBRABAN atuará no auxílio ao combate a fraudes e a lavagem de dinheiro, sendo vedada a ade-
são pelas instituições de práticas que tenham como finalidade a ocultação ou dissimulação de bens,
direitos ou valores provenientes direta ou indiretamente de infrações penais.

Dessa forma, as instituições bancárias signatárias deverão adotar os seguintes procedimentos:

Implementar e aprimorar continuamente mecanismos para evitar a realização de negócios


com terceiros de reputação inidônea, incluindo agentes, consultores e parceiros de negócio
que possam estar envolvidos em atividades ilícitas e cujos recursos sejam de origem
ilegítima;

Assegurar a existência de políticas e de controles que coíbam falsificações ou adulterações de


documentos, registros e aprovações;

Realizar o reporte de transações suspeitas para os órgãos competentes de acordo com os


procedimentos vigentes, conforme diretrizes do COAF (Conselho de Controle de Atividades
Financeiras);

Enfatizar a importância de conhecer os clientes e colaboradores, bem como a notificação de


atividades suspeitas.;

10) Da Prevenção e Combate à Corrupção

As instituições bancárias cooperarão com as iniciativas nacionais e internacionais de prevenção e


combate à corrupção utilizando-se, para tanto, dos valores da Honestidade e Integridade.

Neste sentido dispõe o Código:

Art. 24. As Signatárias não tolerarão e repudiarão quaisquer atos de corrupção, de qualquer
natureza, em prejuízo do interesse público ou privado, nacional ou estrangeiro.

Art. 25. As Signatárias manterão políticas e adotarão práticas institucionais de prevenção e


combate à corrupção, em conformidade com elevados padrões de honestidade e integridade.

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Art. 26. As Signatárias cooperarão com as iniciativas nacionais e internacionais de prevenção
e combate à corrupção.

Art. 27. As Signatárias adotarão ações de prevenção e manterão controles para que aqueles
que ajam em seu nome não pratiquem atos de corrupção.

Art. 28. As Signatárias adotarão medidas corretivas em caso de suspeita ou identificação de


algum ilícito cometido por aqueles que ajam em seu nome, comprometendo-se a aprimorar
suas ações de prevenção.

11) Do Relacionamento entre Associadas

Os participantes do Sistema de Autorregulação Bancária da FEBRABAN devem agir entre si de forma


respeitosa, igualitária e imparcial, para isso deverão buscar:

Expressar opiniões livremente, cooperar, praticar o diálogo e acolher opiniões divergentes de


caráter construtivo;

Promover o ambiente de respeito mútuo quanto à manifestação de opiniões, à liberdade


de escolha e às posições dos representantes, independentemente da Instituição Financeira
associada, da função ou cargo que ocupem;

Não constranger e não se impor de forma autoritária nas discussões e tomadas de decisão;

Respeitar os princípios de lealdade, cordialidade, boa-fé e transparência;

Fornecer informações claras, objetivas, corretas e transparentes para que as discussões


e tomadas de decisão contribuam para o fortalecimento da Autorregulação Bancária.

12) Das Relações Externas e Interação Com o Poder Público e Autoridades

O diálogo é algo primordial entre as Signatárias, dessa forma, devem se comprometer a manter
diálogo, sempre que solicitado ou necessário, com as autoridades constituídas, em especial as que
atuam na regulação, proteção e defesa dos consumidores, atentando-se às questões apresentadas
e demonstrando postura construtiva na avaliação dos temas tratados, primando pelo aprimora-
mento contínuo da relação com os consumidores e cidadãos na prestação de serviços bancários.

Salvo se estiverem na condição de mandatária, as Signatárias não deverão tomar quaisquer decisões
ou assumir compromissos perante fóruns, mídia, Poder Público ou Autoridades, em nome do Sistema
de Autorregulação Bancária.

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13) Do Controle da Informação e Confidencialidade

As instituições bancárias que pertencem ao SARB devem necessitam possuir e manter atualizado
periodicamente as políticas, procedimentos e controles que assegurem a integridade, legitimidade,
confiabilidade, segurança e sigilo das transações.

É possível o compartilhamento de informações pessoais de clientes/ex-clientes nos casos de deter-


minação judicial ou se o consumidor solicitar ou permitir revelar as suas informações.

14) Do Conflito De Interesses

Os conflitos de interesse devem ser evitados, devendo as Signatárias agir de modo a prevenir ou
impedir quaisquer situações que possam configurar conflito de interesses.

15) Do Sistema de Autorregulação Bancária

O Sistema de Autorregulação Bancária é regido pelos seguintes instrumentos normativos:

Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária;

Normativos aprovados pelo Conselho de Autorregulação; e

Decisões da Diretoria de Autorregulação e do Conselho de Autorregulação.

16) Da Responsabilidades Das Signatárias

Dispõe o art. 39 do Código que são responsabilidades das Signatárias do Sistema de Autorregulação
Bancária:

Art. 39: I - respeitar e fazer com que suas controladas e coligadas sujeitas a este Código
respeitem as normas da Autorregulação;

II – indicar um profissional com cargo estatutário, preferencialmente das áreas de ouvidoria,


compliance, riscos, controles internos ou jurídico, para ser o interlocutor com a Diretoria de
Autorregulação;

III - disponibilizar e permitir acesso a informações para fins de verificação da aderência às


normas do Sistema de Autorregulação Bancária, sempre que solicitado.

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17) Do Conselho das Signatárias

O Conselho das Signatárias do Sistema de Autorregulação Bancária é composto pelos membros do


Conselho Diretor da FEBRABAN representantes das Instituições Financeiras, ao qual compete:

deliberar sobre a composição do Conselho de Autorregulação e o modelo de adesão ao


Sistema de Autorregulação Bancária;

nomear os Conselheiros Setoriais e os Conselheiros Independentes;

estabelecer eventual verba remuneratória para os Conselheiros Independentes;

A convocação do Conselho das Signatárias será feita pelo Presidente do Conselho de Autorregulação
com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, por intermédio de mensagem eletrônica para o ende-
reço cadastrado junto à Diretoria de Autorregulação, devendo mencionar o dia, hora, local e assuntos
da pauta. O Conselho das Signatárias poderá ser convocado por iniciativa de ½ (metade) das Sig-
natárias.

Para a instalação em primeira convocação é necessário a presença de, no mínimo, 1/4 (um quarto)
das Signatárias e, em segunda convocação, com qualquer número, sendo as deliberações tomadas
por maioria de votos dos membros presentes à reunião, tendo cada Signatária direito a 1 (um) voto.

18) Do Conselho De Autorregulação

8 (oito) Conselheiros Setoriais


Compõem o Conselho de
Autorregulação (órgão normativo e
de administraçção do SARB):
8 (oito) Conselheiros Independentes.

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5 (cinco) Conselheiros indicados
respectivamente pelas 5 (cinco) maiores
Signatárias, segundo seu patrimônio
líquido
São Conselheiros SETORIAIS
(indicados pelas Signatárias):
3 (três) Conselheiros indicados mediante
alternância entre as demais signatárias que
tenham aderido voluntariamente aos eixos
Normativos

O Conselheiro Setorial indicado deverá ser profissional estatutário da respectiva Signatária.

Por outro lado, os Conselheiros Independentes são representantes da sociedade civil, de ilibada re-
putação e notório conhecimento dos temas tratados nas normas da Autorregulação.

Os Conselheiros Setoriais nomeados pelo Conselho das Signatárias indicarão o presidente do Con-
selho de Autorregulação e o vice-presidente, que terão mandato de 2 (dois) anos, sendo permitida
a recondução.

O mandato dos 03 Conselheiros nomeados por indicação mediante alternância e dos Conselheiros
Independentes será de 2 (dois) anos, e a recondução admitida apenas para os Conselheiros Inde-
pendentes.

A solicitação de ingresso de novas Signatárias no Conselho ocorrerá mediante solicitação formal à


Diretoria de Autorregulação e observará a ordem cronológica dos pedidos.

Caso um Conselheiro Setorial renuncie ou seja destituído do Conselho de Autorregulação, ele será
substituído por outro representante da Signatária que o indicou em até 30 (trinta) dias após o
evento e completará o restante do mandato outorgado.

§ 2º Caso a Signatária renuncie ou seja destituída do Conselho de Autorregulação, a escolha da nova


Signatária respeitará a regra de alternância.

A ausência sem justificativa por parte de um Conselheiro, a mais de 2 (duas) reuniões consecutivas
ou a mais de 3 (três) reuniões alternadas em um período de 12 (doze) meses, implicará a perda do
mandato.

Os Conselheiros Setoriais não farão jus a qualquer verba remuneratória ou reembolso em razão do
desempenho de suas funções. Já os Conselheiros Independentes poderão receber verba remunera-
tória e ser reembolsados por despesas diretamente relacionadas ao desempenho de suas funções,
conforme determinado pelo Conselho das Signatárias.

Quanto as competências do Conselho de Autorregulação, prevê o Código:

Art. 52. Compete ao Conselho de Autorregulação:

I - aprovar e deliberar alterações a este Código;

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II – aprovar e instituir novos Normativos, bem como deliberar sobre a alteração de Normativos
vigentes;

III- estabelecer, por meio de resoluções, as diretrizes, políticas e procedimentos do Sistema


de Autorregulação Bancária, incluindo:

a) o modelo monitoramento e supervisão do Sistema de Autorregulação Bancária;

b) o Selo da Autorregulação; e

c) o relatório anual contendo informações sobre as atividades desempenhadas e resultados


alcançados pelo Conselho de Autorregulação e pela Diretoria de Autorregulação.

IV - nomear e destituir o responsável pela Diretoria de Autorregulação;

V - firmar convênios com entidades setoriais;

VI – decidir pela aplicação das sanções previstas neste Código;

VII – atuar como última instância decisória em procedimentos disciplinares iniciados em ou-
tros sistemas de autorregulação em que a FEBRABAN participe e demonstre interesse, desde
que haja previsão expressa para tal nas regras que disciplinam estes sistemas de autorregula-
ção; e

VIII - deliberar sobre assuntos que entenda relevantes ao Sistema de Autorregulação.

Art. 53. O Conselho de Autorregulação reunir-se-á, ordinariamente, no mínimo 4 (quatro)


vezes ao ano e, extraordinariamente, sempre que os interesses do Sistema de Autorregulação
Bancária assim o exigirem.

Já quanto a convocação do Conselho de Autorregulação, esta se realizará pelo Presidente do Con-


selho com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, através de mensagem eletrônica para o endereço
cadastrado junto à Diretoria de Autorregulação.

O Conselho de Autorregulação poderá ser convocado por iniciativa de 3/5 (três quintos) dos Con-
selheiros.

O Conselho de Autorregulação instalar-se-á com a presença de no mínimo 3/5 (três quintos) dos
Conselheiros, sendo as deliberações tomadas por maioria de votos dos membros presentes à reu-
nião, tendo cada Conselheiro direito a 1 (um) voto.

Havendo empate, o Presidente do Conselho de Autorregulação ou, em caso de impedimento deste,


o Vice-Presidente, proferirá o voto de qualidade/desempate.

Nas reuniões do Conselho de Autorregulação terão assento, porém sem direito a voto, o Vice-Presi-
dente Executivo da FEBRABAN e o responsável pela Diretoria de Autorregulação, cabendo a este
último elaborar as pautas e secretariar as reuniões.

Ao Presidente do Conselho de Autorregulação compete convocar e presidir as reuniões ordinárias e


extraordinárias do Conselho de Autorregulação. E ao Vice-Presidente do Conselho de Autorregula-
ção compete substituir o Presidente do Conselho de Autorregulação em caso de impedimento.

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19) Da Comissão De Autorregulação

Os membros da Comissão de Autorregulação Bancária são responsáveis pela representação das Sig-
natárias junto ao Sistema de Autorregulação Bancária, bem como também pela interlocução com a
Diretoria de Autorregulação da FEBRABAN e com o Conselho de Autorregulação.

Compete a Comissão de Autorregulação:

Fazer cumprir as deliberações do Conselho;

Realizar estudos e promover discussões relacionadas ao aperfeiçoamento do SARB, incluindo temas


para futuros Normativos;

Atuar de forma proativa e propositiva em temas relacionados à Autorregulação, visando a representação


dos interesses das Signatárias perante o Estado, a sociedade e as entidades de regulação, supervisão e
controle, bem como o fortalecimento do SARB;

Aprovar o Plano de Trabalho da Diretoria de Autorregulação;

Aprovar o Plano de Monitoramento e Supervisão do SARB;

Aprovar os critérios para abertura de Averiguações Preliminares;

Ouvida a Diretoria de Autorregulação, manifestar-se conclusivamente sobre a instauração de processos


administrativos disciplinares por violação das normas de Autorregulação Bancária.

A Comissão será composta por 18 (dezoito) Signatárias, sendo:

5 (cinco) representantes indicados pelas 5 (cinco) maiores Signatárias, segundo seu patrimônio líquido;

13 (treze) representantes indicados ad referendum do Conselho, em regime de alternância.

Os representantes submetidos ao regime de alternância terão mandato de 1 (um) ano, admitida até uma
recondução por igual período, caso não haja interesse de ingresso na Comissão por novas Signatárias.

20) Da Diretoria De Autorregulação

A Diretoria de Autorregulação é o órgão executivo do Sistema de Autorregulação Bancária, subordi-


nado ao Conselho de Autorregulação Bancária. À Diretoria Executiva da FEBRABAN compete prover
infraestrutura operacional à Diretoria de Autorregulação.

À Diretoria de Autorregulação compete de acordo com o Código:

Art. 63. Compete à Diretoria de Autorregulação Bancária:

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I - executar as deliberações do Conselho de Autorregulação Bancária;

II - elaborar propostas para o desenvolvimento do Sistema de Autorregulação Bancária;

III - orientar as Signatárias quanto ao correto preenchimento dos Relatórios de Conformidade;


aprovar o teor dos Relatórios de Conformidade, monitorando o cumprimento das obrigações
ali consignadas, de acordo com a política definida pelo Conselho de Autorregulação;

IV - desenvolver e gerenciar processos e sistemas para monitorar a aderência das Signatárias


às normas da Autorregulação;

V - registrar denúncias por parte dos consumidores, órgãos de proteção do consumidor e das
Instituições Financeiras Signatárias; notificar, ao Presidente do Conselho de Autorregulação,
indícios de violação ao Código de Conduta Ética, normas da Autorregulação e inadequação
nos Relatórios de Conformidade;

VI - estruturar e manter, em página eletrônica própria, uma área especificamente destinada


ao Sistema de Autorregulação, de forma a disponibilizar (a) a lista das Signatárias ativas e
suspensas, (b) o Código, as Regras e demais Normativos, (c) os pareceres e orientações sobre
o Código e as Regras, (d) o ementário dos julgados dos Comitês Disciplinares, (e) as informa-
ções relativas aos sistemas das Signatárias para atendimento a consumidores, e (f) um sistema
para receber denúncias e manifestações do público em geral;

VII - participar de atividades e eventos relevantes ao Sistema de Autorregulação Bancária;

VIII - secretariar o processo de renovação do Conselho de Autorregulação;

IX - elaborar o orçamento referente ao Sistema de Autorregulação Bancária, que comporá o


orçamento da FEBRABAN.

Art. 64. A Diretoria de Autorregulação, ouvido o Conselho de Autorregulação, poderá instituir


e coordenar grupos de trabalho para efetuar estudos e promover discussões relacionados
com o aperfeiçoamento e conhecimento do Sistema de Autorregulação, incluindo o conteúdo
e a interpretação do Código e das Regras, e temas para futuros Normativos.

Parágrafo único. Os Grupos de Trabalho poderão ser compostos por representantes das Sig-
natárias, por membros de Comissões Técnicas da FEBRABAN e por outros convidados, con-
forme a conveniência e os temas a serem tratados.

21) Dos Selos De Autorregulação

Os selos de Autorregulação Bancária poderão ser concedidos às Signatárias de nível II e III, e sua
concessão e manutenção serão disciplinadas em Normativo específico da Autorregulação Bancária
instituído pelo Conselho de Autorregulação.

22) Do Canal De Registro De Demandas

O Sistema de Autorregulação Bancária contará com um canal de registro de demandas denominado


“Conte Aqui”.

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23) Do Procedimento Disciplinar

O procedimento disciplinar aplicável às infrações a este Código e aos Normativos do Sistema de


Autorregulação Bancária observará o disposto no Normativo SARB 006.

Nos procedimentos de Supervisão e Controle, serão observados a isonomia entre as Signatárias e o


devido processo legal, especialmente quanto ao contraditório e à ampla defesa, ficando assegurado
às Signatárias o direito de emitir manifestação, de oferecer provas e acompanhar sua produção, de
obter vista e pedir a revisão de decisões.

Somente poderão ser recusados, mediante decisão fundamentada, os argumentos e as provas pro-
postas pelas Signatárias quando ilícitas, impertinentes ou protelatórias.

Quanto aos procedimentos de supervisão e controle de normas prevê o Código:

Art. 72. Os procedimentos de supervisão e controle das normas da Autorregulação Bancária


serão desenvolvidos mediante os seguintes atos:

I – Averiguação Preliminar (AP);

II – Processo Disciplinar (PD); e

III – Revisão do Processo Disciplinar (RPD).

24) Das Sanções

Nos termos do art. 73, o descumprimento do Código de Conduta Ética e Autorregulação, bem como
dos normativos do Sistema de Autorregulação Bancária sujeitam as Signatárias à:

Art. 73. I - recomendação para o ajuste de sua conduta, encaminhada por meio de carta
reservada;

II - recomendação para o ajuste de sua conduta, encaminhada por meio de carta com o co-
nhecimento de todas as Signatárias, cumulada com a obrigação de pagar uma contribuição
entre 1 (uma) e 10 (dez) vezes o valor da menor anuidade recolhida por uma Associada da
FEBRABAN;

III - suspensão de sua participação no Sistema de Autorregulação Bancária, com a suspensão


do uso do Selo da Autorregulação e do mandato de seu Conselheiro no Conselho de Autor-
regulação, cumulada com a obrigação de pagar uma contribuição entre 5 (cinco) e 15 (quinze)
vezes o valor da menor anuidade recolhida por uma Associada da FEBRABAN; e

IV - exclusão de sua participação no Sistema de Autorregulação Bancária.

§ 1º A decisão levará em conta a gravidade da conduta, o impacto para o mercado, para a


imagem da Signatária e para o Sistema de Autorregulação Bancária, além da reincidência.

§ 2º Na imposição de suspensão ou exclusão, o Conselho de Autorregulação estabelecerá o


prazo e as condições a serem observadas pela Instituição.

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SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001 E SUAS ALTE-
RAÇÕES

A Lei Complementar 105/2001 dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras e dá
outras providências, ou seja, é o que comumente entendemos por sigilo bancário.

É dever das instituições financeiras manter o sigilo em seus serviços ou em suas operações, sejam
elas ativas ou passivas.

Caso você esteja se perguntando o que é considerada uma instituição financeira, a LC 105/2001
possui a resposta.

De acordo com esta lei, são consideradas instituições financeiras:

Os bancos de qualquer espécie;

Distribuidoras de valores mobiliários;

Corretoras de câmbio e de valores mobiliários;

Sociedades de crédito, financiamento e investimentos;

Sociedades de crédito imobiliário;

Administradoras de cartões de crédito;

Sociedades de arrendamento mercantil;

Administradoras de mercado de balcão organizado;

Cooperativas de crédito;

Associações de poupança e empréstimo;

Bolsas de valores e de mercadorias e futuros;

Entidades de liquidação e compensação;

Outras sociedades que, em razão da natureza de suas operações, assim venham a ser considera-
das pelo Conselho Monetário Nacional.

Quanto as empresas de fomento comercial ou factoring (que nada mais é que uma operação
financeira pela qual uma empresa vende seus direitos creditórios, os quais seriam pagos a prazo,
através de títulos a um terceiro, que compra estes à vista, porém, por um preço menor) dispõe a Lei
Complementar 105/2001 que estas deverão obedecer às normas aplicáveis às instituições financeiras
acima descritas.

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Da mesma forma, a LC 105/01 explicita o que não configura como violação do dever de sigilo, veja-
mos:

Art. 1º (...) § 3º Não constitui violação do dever de sigilo:

I – a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por in-
termédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Na-
cional e pelo Banco Central do Brasil;

II - o fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem


provisão de fundos e de devedores inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, obser-
vadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil;

III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do art. 11 da Lei no 9.3)11, de 24 de


outubro de 1996;

IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou administra-


tivos, abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que envolvam recursos
provenientes de qualquer prática criminosa;

V – a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos interessados;

VI – a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2º, 3, 4o,
5o, 6o, 7º e 9 desta Lei Complementar.

VII - o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos, relativos a operações de crédito


e obrigações de pagamento adimplidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas, a
gestores de bancos de dados, para formação de histórico de crédito, nos termos de lei espe-
cífica.

§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de ocorrência
de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente
nos seguintes crimes:

I – de terrorismo;

II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;

III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado a sua produção;

IV – de extorsão mediante sequestro;

V – contra o sistema financeiro nacional;

VI – contra a Administração Pública;

VII – contra a ordem tributária e a previdência social;

VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores;

IX – praticado por organização criminosa.

Ademais, o dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil, em relação às operações que
realizar e às informações que obtiver no exercício de suas atribuições.
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Por outro lado, o sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplicações e investimentos mantidos
em instituições financeiras, não pode ser oposto ao Banco Central do Brasil nos casos elencados pela
LC 105/01:

Art. 2º §1º I – no desempenho de suas funções de fiscalização, compreendendo a apuração,


a qualquer tempo, de ilícitos praticados por controladores, administradores, membros de con-
selhos estatutários, gerentes, mandatários e prepostos de instituições financeiras;

II – ao proceder a inquérito em instituição financeira submetida a regime especial.

§ 2º As comissões encarregadas dos inquéritos a que se refere o inciso II do § 1o poderão


examinar quaisquer documentos relativos a bens, direitos e obrigações das instituições finan-
ceiras, de seus controladores, administradores, membros de conselhos estatutários, gerentes,
mandatários e prepostos, inclusive contas correntes e operações com outras instituições fi-
nanceiras.

§ 3º O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valores Mobiliários, quando se tratar de


fiscalização de operações e serviços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas institui-
ções financeiras que sejam companhias abertas.

§ 4º O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, em suas áreas de compe-


tência, poderão firmar convênios:

I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições financeiras, objetivando a reali-


zação de fiscalizações conjuntas, observadas as respectivas competências;

II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de outros países, objetivando:

a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições financeiras estrangeiras, em funciona-


mento no Brasil e de filiais e subsidiárias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras;

b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a investigação de atividades ou


operações que impliquem aplicação, negociação, ocultação ou transferência de ativos finan-
ceiros e de valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas.

§ 5º O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar estende-se aos órgãos fiscalizado-
res mencionados no § 4o e a seus agentes.

§ 6º O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e os demais órgãos de


fiscalização, nas áreas de suas atribuições, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades
Financeiras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.6)13, de 3 de março de 1998, as infor-
mações cadastrais e de movimento de valores relativos às operações previstas no inciso I do
art. 11 da referida Lei.

As informações ordenadas pelo Poder Judiciário, desde que preservadas o seu caráter sigiloso me-
diante acesso restrito às partes, que delas não poderão servir-se para fins estranhos à lide, serão
prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições
financeiras

Ademais, dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a prestação de informações e o for-


necimento de documentos sigilosos solicitados por comissão de inquérito administrativo destinada
a apurar responsabilidade de servidor público por infração praticada no exercício de suas atribuições,

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ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido, hipótese em que o
requerimento de quebra de sigilo independe da existência de processo judicial em curso.

Além disso, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários deverão fornecer à Advo-
cacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações em
que seja parte.

O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, e as
instituições financeiras fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informações e os documentos
sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem necessários ao exercício de suas respectivas compe-
tências constitucionais e legais, sendo que tais solicitações deverão ser previamente aprovadas pelo
Plenário da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ou do plenário de suas respectivas comis-
sões parlamentares de inquérito.

Além disso, as comissões parlamentares de inquérito, no exercício de sua competência constitucional


e legal de ampla investigação, obterão as informações e documentos sigilosos de que necessitarem,
diretamente das instituições financeiras, ou por intermédio do Banco Central do Brasil ou da Comis-
são de Valores Mobiliários.

Dispõe ainda o art. 5º da LC 105/2001 que:

Art. 5º O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor,
os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária
da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços.

§ 1º Consideram-se operações financeiras, para os efeitos deste artigo:

I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de poupança;

II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques;

III – emissão de ordens de crédito ou documentos assemelhados;

IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, inclusive de poupança;

V – contratos de mútuo;

VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros títulos de crédito;

VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável;

VIII – aplicações em fundos de investimentos;

IX – aquisições de moeda estrangeira;

X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional;

XI – transferências de moeda e outros valores para o exterior;

XII – operações com ouro, ativo financeiro;

XIII - operações com cartão de crédito;

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XIV - operações de arrendamento mercantil; e

XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante que venham a ser autorizadas pelo
Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários ou outro órgão competente.

§ 2º As informações transferidas na forma do caput deste artigo restringir-se-ão a informes


relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensal-
mente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a sua
origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados.

§ 3º Não se incluem entre as informações de que trata este artigo as operações financeiras
efetuadas pelas administrações direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.

§ 4º Recebidas as informações de que trata este artigo, se detectados indícios de falhas, in-
correções ou omissões, ou de cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá
requisitar as informações e os documentos de que necessitar, bem como realizar fiscalização
ou auditoria para a adequada apuração dos fatos.

§ 5º As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da
legislação em vigor.

Prescreve ainda a referida Lei Complementar que as autoridades e os agentes fiscais tributários da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos,
livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações
financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e
tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente, sendo
que o resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão
conservados em sigilo, observada a legislação tributária.

O Art. 7º da LC 105/01 prevê que, sem prejuízo do disposto no § 3º do art. 2º, a Comissão de Valores
Mobiliários, instaurado inquérito administrativo, poderá solicitar à autoridade judiciária competente
o levantamento do sigilo junto às instituições financeiras de informações e documentos relativos a
bens, direitos e obrigações de pessoa física ou jurídica submetida ao seu poder disciplinar.

Sendo que o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, manterão permanente
intercâmbio de informações acerca dos resultados das inspeções que realizarem, dos inquéritos que
instaurarem e das penalidades que aplicarem, sempre que as informações forem necessárias ao de-
sempenho de suas atividades.

Quanto as exigências e formalidades previstas na LC 105/01, prevê ainda a referida lei, nestes termos:

Art. 8º O cumprimento das exigências e formalidades previstas nos artigos 4º, 6º e 7º, será
expressamente declarado pelas autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco
Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às instituições financeiras.

Art. 9º Quando, no exercício de suas atribuições, o Banco Central do Brasil e a Comissão de


Valores Mobiliários verificarem a ocorrência de crime definido em lei como de ação pública,
ou indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério Público, juntando à comunica-
ção os documentos necessários à apuração ou comprovação dos fatos.

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§ 1º A comunicação de que trata este artigo será efetuada pelos Presidentes do Banco Central
do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários, admitida delegação de competência, no prazo
máximo de quinze dias, a contar do recebimento do processo, com manifestação dos respec-
tivos serviços jurídicos.

§ 2º Independentemente do disposto no caput deste artigo, o Banco Central do Brasil e a


Comissão de Valores Mobiliários comunicarão aos órgãos públicos competentes as irregula-
ridades e os ilícitos administrativos de que tenham conhecimento, ou indícios de sua prática,
anexando os documentos pertinentes.

Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas nesta Lei Complementar, constitui
crime e sujeita os responsáveis à pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplicando-
se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem omitir, retardar injustificadamente ou pres-
tar falsamente as informações requeridas nos termos desta Lei Complementar.

Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utilização de qualquer informação obtida
em decorrência da quebra de sigilo de que trata esta Lei Complementar responde pessoal e
diretamente pelos danos decorrentes, sem prejuízo da responsabilidade objetiva da entidade
pública, quando comprovado que o servidor agiu de acordo com orientação oficial.

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E


SUAS ALTERAÇÕES

1) Disposições Preliminares

A Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/18 - LGPD) dispõe sobre o tratamento de dados pes-
soais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou
privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre
desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.

As normas gerais contidas na LGPD são de interesse nacional e devem ser observadas pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.

O art. 2º da LGPD prevê os fundamentos da disciplina da proteção de dados pessoais:

Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos:

I - o respeito à privacidade;

II - a autodeterminação informativa;

III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;

IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;

V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;

VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e

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VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício
da cidadania pelas pessoas naturais.

O art. 3º da LGPD determina que a lei se aplica a qualquer operação de tratamento de dados reali-
zada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, independentemente
do meio, do país de sua sede ou do país onde estejam localizados os dados, desde que:

A operação de tratamento seja realizada no território nacional;

A atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou


o tratamento de dados de indivíduos localizados no território nacional; ou

Os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido coletados no território nacional.

Por sua vez, o art. 4º da LGPD traz hipóteses em que a lei não será aplicada. Vejamos:

Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:

I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente particulares e não econômicos;

II - realizado para fins exclusivamente:

a) jornalístico e artísticos; ou

b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 desta Lei;

III - realizado para fins exclusivos de:

a) segurança pública;

b) defesa nacional;

c) segurança do Estado; ou

d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; ou

IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam objeto de comunicação, uso
compartilhado de dados com agentes de tratamento brasileiros ou objeto de transferência
internacional de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o país de pro-
veniência proporcione grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei.

§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será regido por legislação específica,
que deverá prever medidas proporcionais e estritamente necessárias ao atendimento do in-
teresse público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de proteção e os
direitos do titular previstos nesta Lei.

§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso III do caput deste artigo por
pessoa de direito privado, exceto em procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito
público, que serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que deverão observar
a limitação imposta no § 4º deste artigo.

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§ 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou recomendações referentes às exceções
previstas no inciso III do caput deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de
impacto à proteção de dados pessoais.

§ 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco de dados de que trata o
inciso III do caput deste artigo poderá ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por
aquela que possua capital integralmente constituído pelo poder público.

A LGPD considera dado pessoal a informação relacionada à pessoa natural identificada ou identifi-
cável.

Por sua vez, dado pessoal sensível é todo dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção
religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou
político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a
uma pessoa natural.

O dado pode ser, ainda, anonimizado, que é aquele dado relativo a titular que não possa ser identi-
ficado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu trata-
mento.

Já o Banco de dados é o conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em vários


locais, em suporte eletrônico ou físico.

O art. 6º da LGPD prescreve que as atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a
boa-fé e os seguintes princípios:

Art. 6º. I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos, explí-
citos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de forma incompatí-
vel com essas finalidades;

II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas ao titular, de


acordo com o contexto do tratamento;

III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de suas


finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em rela-
ção às finalidades do tratamento de dados;

IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma e a
duração do tratamento, bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais;

V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e atualização
dos dados, de acordo com a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu trata-
mento;

VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente acessí-


veis sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os
segredos comercial e industrial;

VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os dados


pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda,
alteração, comunicação ou difusão;

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VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude do tra-
tamento de dados pessoais;

IX - não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para fins discriminatórios


ilícitos ou abusivos;

X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de me-


didas eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das normas de prote-
ção de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.

2) Do Tratamento De Dados Pessoais

O tratamento é toda operação realizada com dados pessoais, como as que se referem a coleta,
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, proces-
samento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle da informação, modifi-
cação, comunicação, transferência, difusão ou extração.

O art. 7º da LGPD trata dos requisitos para que seja realizado o tratamento de dados pessoais:

Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes hipóte-
ses:

I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;

II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

III - pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de dados necessários
à execução de políticas públicas previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contra-
tos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do Capítulo IV desta
Lei;

IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a
anonimização dos dados pessoais;

V - quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos preliminares relaci-


onados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos dados;

VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou arbitral, esse


último nos termos da Lei nº 9.3)07, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem);

VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;

VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de


saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária;

IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de terceiro,


exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a
proteção dos dados pessoais; ou

X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na legislação pertinente.

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O consentimento dado pelo titular dos dados somente autoriza ao agente que o obteve, a não ser
que haja alguma hipótese legal justificando o seu compartilhamento.

Ademais, o consentimento deverá ser fornecido por escrito (por meio de cláusula destacada das
demais) ou por outro meio que demonstre a manifestação de vontade do titular, sendo vedado o
tratamento de dados pessoais mediante vício de consentimento.

O consentimento também poderá ser revogado a qualquer tempo por manifestação expressa do
titular.

O art. 9º da LGPD trata do princípio do livre acesso:

Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações sobre o tratamento de seus
dados, que deverão ser disponibilizadas de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre
outras características previstas em regulamentação para o atendimento do princípio do livre
acesso:

I - finalidade específica do tratamento;

II - forma e duração do tratamento, observados os segredos comercial e industrial;

III - identificação do controlador;

IV - informações de contato do controlador;

V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo controlador e a finalidade;

VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamento; e

VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos contidos no art. 18 desta Lei.

Ademais, prevê o art. 10 da LGPD, que o legítimo interesse do controlador somente poderá funda-
mentar tratamento de dados pessoais para finalidades legítimas, consideradas a partir de situações
concretas, que incluem, mas não se limitam a: apoio e promoção de atividades do controlador; e
proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus direitos ou prestação de serviços que o
beneficiem, respeitadas as legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais, nos
termos da LGPD.

Quanto ao dado pessoal sensível, dispõe a LGPD:

Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente poderá ocorrer nas seguintes hi-
póteses:

I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma específica e destacada, para
finalidades específicas;

II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóteses em que for indispensável


para:

a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

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b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, pela administração pública,
de políticas públicas previstas em leis ou regulamentos;

c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimiza-
ção dos dados pessoais sensíveis;

d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em processo judicial, administrativo e


arbitral, este último nos termos da Lei nº 9.3)07, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitra-
gem);

e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;

f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde,


serviços de saúde ou autoridade sanitária; ou

g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos processos de identificação e


autenticação de cadastro em sistemas eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no
art. 9º desta Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do
titular que exijam a proteção dos dados pessoais.

Os dados anonimizados não serão considerados dados pessoais, salvo quando o processo de ano-
nimização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusivamente meios próprios, ou
quando, com esforços razoáveis, puder ser revertido, nos termos do art. 12 da LGPD.

O art. 14 da LGPD versa sobre o tratamento de dados pessoais de crianças e adolescentes. Vejamos:

Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de adolescentes deverá ser realizado
em seu melhor interesse, nos termos deste artigo e da legislação pertinente.

§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser realizado com o consentimento


específico e em destaque dado por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.

§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo, os controladores deverão man-


ter pública a informação sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os
procedimentos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.

§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o consentimento a que se refere
o § 1º deste artigo quando a coleta for necessária para contatar os pais ou o responsável legal,
utilizados uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e em nenhum caso
poderão ser repassados a terceiro sem o consentimento de que trata o § 1º deste artigo.

§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação dos titulares de que trata o §


1º deste artigo em jogos, aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de in-
formações pessoais além das estritamente necessárias à atividade.

§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis para verificar que o consenti-
mento a que se refere o § 1º deste artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas
as tecnologias disponíveis.

§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas neste artigo deverão ser fornecidas
de maneira simples, clara e acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti-
vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos audiovisuais quando
adequado, de forma a proporcionar a informação necessária aos pais ou ao responsável legal
e adequada ao entendimento da criança.
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Conforme o art. 15, o término do tratamento de dados pessoais ocorrerá nas seguintes hipóteses:

I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os dados deixaram de ser necessá-
rios ou pertinentes ao alcance da finalidade específica almejada;

II - fim do período de tratamento;

III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito de revogação do consenti-


mento conforme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou

IV - determinação da autoridade nacional, quando houver violação ao disposto nesta Lei.

Já os dados os dados pessoais, nos termos do art. 16, serão eliminados após o término de seu trata-
mento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, autorizada a conservação para as seguintes
finalidades:

I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos dados
pessoais;

III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisitos de tratamento de dados


dispostos nesta Lei; ou

IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por terceiro, e desde que anonimizados
os dados.

3) Dos Direitos do Titular

A LGPD A lei fala em titularidade dos dados pessoais e não propriedade, já que os dados pessoais
não são disponíveis. Trata-se de um direito da personalidade. Veja o que dispõe o art. 18 da LGPD:

Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do controlador, em relação aos dados do
titular por ele tratados, a qualquer momento e mediante requisição:

I - confirmação da existência de tratamento;

II - acesso aos dados;

III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados;

IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários, excessivos ou tratados


em des- conformidade com o disposto nesta Lei;

V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, mediante requisição


expressa, de acordo com a regulamentação da autoridade nacional, observados os segredos
comercial e industrial;

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VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consentimento do titular, exceto nas hi-
póteses previstas no art. 16 da LGPD;

VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais o controlador realizou uso
compartilhado de dados;

VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consentimento e sobre as consequên-


cias da negativa;

IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. 8º da LGPD.

4) Tratamento De Dados Pessoais Pelo Poder Público

Conforme o art. 23 da LGPD, o tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas de direito pú-
blico deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, na persecução do interesse
público, com o objetivo de executar as competências legais ou cumprir as atribuições legais do ser-
viço público, desde que:

Sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas competências, realizam o tratamento


de dados pessoais, fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade,
os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução dessas atividades, em veículos de fácil
acesso, preferencialmente em seus sítios eletrônicos;

Seja indicado um encarregado quando realizarem operações de tratamento de dados pessoais,


nos termos do art. 39 da LGPD.

Ademais, conforme art. 24 da LGPD, as empresas públicas e as sociedades de economia mista que
atuam em regime de concorrência terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas jurídicas de
direito privado particulares. Por outro lado, quando estiverem operacionalizando políticas públicas
e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento dispensado aos órgãos e às entidades
do Poder Público.

Além disso, os dados deverão ser mantidos em formato interoperável e estruturado para o uso com-
partilhado, com vistas à execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen-
tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das informações pelo público em geral,
nos termos do art. 25 da LGPD.

De acordo com o art. 26 da LGPD, o uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Público deve
atender a finalidades específicas de execução de políticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e
pelas entidades públicas. É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas dados pessoais
constantes de bases de dados a que tenha acesso, exceto:

Em casos de execução descentralizada de atividade pública que exija a transferência, exclusiva-


mente para esse fim específico e determinado;

Nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente;

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Quando houver previsão legal ou a transferência for respaldada em contratos, convênios ou ins-
trumentos congêneres; ou

Na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusivamente a prevenção de fraudes e


irregularidades, ou proteger e resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde
que vedado o tratamento para outras finalidades.

Quando a LGPD não for respeitada e houver infração em decorrência do tratamento de dados pes-
soais por órgãos públicos, a autoridade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para
fazer cessar a violação. Isso porque os órgãos públicos não estão sujeitos às sanções pecuniárias.

A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Poder Público a publicação de relatórios de


impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para os
tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público, nos termos do art. 31 da LGDP.

Os relatórios de impacto à proteção de dados, por mais que apareça como uma exigência de libera-
lidade da autoridade nacional, deveria ser regra, visto que ao se efetuar uma análise preventiva de
todo “ciclo de vida” do dado pessoal, bem como de todas as suas peculiaridades, poderá evitar
incidentes e prever medidas mitigatórias de possíveis danos.

5) Transferência Internacional De Dados

De acordo com o art. 33 da LGPD, a transferência internacional de dados pessoais somente é permi-
tida nos seguintes casos:

I - para países ou organismos internacionais que proporcionem grau de proteção de dados


pessoais adequado ao previsto nesta Lei;

II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de cumprimento dos princípios, dos


direitos do titular e do regime de proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de:

a) cláusulas contratuais específicas para determinada transferência;

b) cláusulas-padrão contratuais;

c) normas corporativas globais;

d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emitidos;

III - quando a transferência for necessária para a cooperação jurídica internacional entre ór-
gãos públicos de inteligência, de investigação e de persecução, de acordo com os instrumen-
tos de direito internacional;

IV - quando a transferência for necessária para a proteção da vida ou da incolumidade física


do titular ou de terceiro;

V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;

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VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido em acordo de cooperação
internacional;

VII - quando a transferência for necessária para a execução de política pública ou atribuição
legal do serviço público, sendo dada publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23
desta Lei;

VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento específico e em destaque para a
transferência, com informação prévia sobre o caráter internacional da operação, distinguindo
claramente esta de outras finalidades; ou

IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos incisos II, V e VI do art. 7º
desta Lei.

Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas jurídicas de direito público
referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.5)27, de 18 de novembro de 2011 (Lei de
Acesso à Informação), no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no âmbito de
suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional a avaliação do nível de proteção a
dados pessoais conferido por país ou organismo internacional.

6) Agentes De Tratamento De Dados Pessoais

O controlador e o operador devem manter registro das operações de tratamento de dados pessoais
que realizarem, especialmente quando baseado no legítimo interesse, de acordo com o art. 37 da
LGPD. Segundo o princípio da accountability, é necessário documentar tudo o que foi feito para dar
cumprimento à lei. Trata-se dos princípios da transparência e da responsabilização e prestação de
contas, em que não basta cumprir a lei, é necessário que se deixe registrado que a lei foi cumprida.

O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais. A identidade e as


informações de contato do encarregado deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e ob-
jetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.

As atividades do encarregado consistem em aceitar reclamações e comunicações dos titulares, pres-


tar esclarecimentos e adotar providências; receber comunicações da autoridade nacional e adotar
providências; orientar os funcionários e os contratados da entidade a respeito das práticas a serem
tomadas em relação à proteção de dados pessoais; e executar as demais atribuições determinadas
pelo controlador ou estabelecidas em normas complementares.

O § 3º do art. 40 atribui à autoridade nacional a possibilidade de editar normas complementares


sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusive hipóteses de dispensa da necessidade
de sua indicação, conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de trata-
mento de dados.

Atente-se que o encarregado pelo tratamento de dados pessoais pode ser pessoa física ou jurídica.

O controlador ou o operador que, em razão do exercício de atividade de tratamento de dados pes-


soais, causar a outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legislação de
proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo, conforme art. 42, caput, da LGPD.

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O operador responde solidariamente pelos danos causados pelo tratamento quando descumprir as
obrigações da legislação de proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas do
controlador, hipótese em que o operador se equipara ao controlador, salvo nos casos de exclusão
previstos no art. 43 da LGPD.

Ademais, os controladores que estiverem diretamente envolvidos no tratamento do qual decorreram


danos ao titular dos dados respondem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art.
43 da LGPD.

Assim dispõe os arts. 43 a 45 da LGPD:

Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabilizados quando provarem:

I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído;

II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído, não
houve violação à legislação de proteção de dados; ou

III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos dados ou de terceiros.

Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando deixar de observar a legislação
ou quando não fornecer a segurança que o titular dele pode esperar, consideradas as circuns-
tâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo pelo qual é realizado;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à época em que foi realizado.

Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da violação da segurança dos dados o
controlador ou o operador que, ao deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art.
46 desta Lei, der causa ao dano.

Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito das relações de consumo
permanecem sujeitas às regras de responsabilidade previstas na legislação pertinente.

7) Da Segurança e Das Boas Práticas

Dispõe o art. 46 que os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e
administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações aci-
dentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento
inadequado ou ilícito.

Quanto ao tema, prescreve a LGPD:

Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa que intervenha em uma das fases
do tratamento obriga-se a garantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação
aos dados pessoais, mesmo após o seu término.

Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional e ao titular a ocorrência de


incidente de segurança que possa acarretar risco ou dano relevante aos titulares.

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§ 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme definido pela autoridade nacional,
e deverá mencionar, no mínimo:

I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;

II - as informações sobre os titulares envolvidos;

III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas para a proteção dos dados,
observados os segredos comercial e industrial;

IV - os riscos relacionados ao incidente;

V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter sido imediata; e

VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter ou mitigar os efeitos do pre-
juízo.

§ 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente e poderá, caso necessário para


a salvaguarda dos direitos dos titulares, determinar ao controlador a adoção de providências,
tais como:

I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e

II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.

§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual comprovação de que foram


adotadas medidas técnicas adequadas que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis,
no âmbito e nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados a acessá-los.

Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados pessoais devem ser estruturados
de forma a atender aos requisitos de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança
e aos princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamentares.

Já em relação a necessidade de boas práticas, bem como da governança, dispõe a LGPD:

Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas competências, pelo tratamento de


dados pessoais, individualmente ou por meio de associações, poderão formular regras de
boas práticas e de governança que estabeleçam as condições de organização, o regime de
funcionamento, os procedimentos, incluindo reclamações e petições de titulares, as normas
de segurança, os padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no
tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de supervisão e de mitigação de
riscos e outros aspectos relacionados ao tratamento de dados pessoais.

§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e o operador levarão em conside-


ração, em relação ao tratamento e aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabi-
lidade e a gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de dados do titular.

§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII do caput do art. 6º desta Lei,
o controlador, observados a estrutura, a escala e o volume de suas operações, bem como a
sensibilidade dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para os titulares
dos dados, poderá:

I - implementar programa de governança em privacidade que, no mínimo:

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a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar processos e políticas internas
que assegurem o cumprimento, de forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à
proteção de dados pessoais;

b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que estejam sob seu controle, indepen-
dentemente do modo como se realizou sua coleta;

c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas operações, bem como à sensibili-
dade dos dados tratados;

d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em processo de avaliação siste-


mática de impactos e riscos à privacidade;

e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o titular, por meio de atuação
transparente e que assegure mecanismos de participação do titular;

f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e estabeleça e aplique mecanismos de


supervisão internos e externos;

g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e

h) seja atualizado constantemente com base em informações obtidas a partir de monitora-


mento contínuo e avaliações periódicas;

II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança em privacidade quando apro-


priado e, em especial, a pedido da autoridade nacional ou de outra entidade responsável por
promover o cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de forma inde-
pendente, promovam o cumprimento desta Lei.

§ 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser publicadas e atualizadas perio-


dicamente e poderão ser reconhecidas e divulgadas pela autoridade nacional.

Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões técnicos que facilitem o con-
trole pelos titulares dos seus dados pessoais.

8) Da Fiscalização

O art. 52 da LGPD prevê as sanções administrativas que podem ser aplicadas aos agentes de trata-
mento de dados:

Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das infrações cometidas às normas
previstas nesta Lei, ficam sujeitos às seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autori-
dade nacional:

I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas;

II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da pessoa jurídica de direito
privado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limi-
tada, no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração;

III - multa diária, observado o limite total a que se refere o inciso II;

IV - publicização da infração após devidamente apurada e confirmada a sua ocorrência;

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V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até a sua regularização;

VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; (...)

X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a que se refere a infração pelo


período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período, até a regularização da ati-
vidade de trata- mento pelo controlador;

XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos dados pessoais a que se refere a


infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período;

XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacionadas a tratamento de dados.

As penas previstas no art. 52 são de caráter administrativo, mas não impedem a aplicação de san-
ções de caráter civil e penal, bem como de outras também de conteúdo administrativo. A LGPD não
prevê tipo penal que tutele proteção de dados, todavia, nada impede que se punam condutas en-
volvendo dados pessoais tipificadas como crimes em outras normas de cunho penal.

Faz-se necessário ainda analisar os arts. 53 e 54 da LGPD os quais podem ser cobrados na sua lite-
ralidade:

Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamento próprio sobre sanções ad-
ministrativas a infrações a esta Lei, que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias
que orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa.

§ 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo devem ser previamente publicadas,
para ciência dos agentes de tratamento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosi-
metrias para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão conter fundamenta-
ção detalhada de todos os seus elementos, demonstrando a observância dos critérios previs-
tos nesta Lei.

§ 2º O regulamento de sanções e metodologias correspondentes deve estabelecer as circuns-


tâncias e as condições para a adoção de multa simples ou diária.

Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações a esta Lei deve observar a
gravidade da falta e a extensão do dano ou prejuízo causado e ser fundamentado pela auto-
ridade nacional.

Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá conter, no mínimo, a descrição
da obrigação imposta, o prazo razoável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o
valor da multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.

9) Autoridade Nacional De Proteção De Dados (ANPD)

O art. 55-A, com redação dada pela Medida Provisória 1.1)24/2022, cria a Autoridade Nacional de
Proteção de Dados - ANPD, autarquia de natureza especial, dotada de autonomia técnica e decisória,
com patrimônio próprio e com sede e foro no Distrito Federal.

Os arts. 55-C a 55-I tratam da composição da ANPD:

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Art. 55-C. A ANPD é composta de:

I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção;

II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade;

III - Corregedoria;

IV - Ouvidoria;

V - Procuradoria; e

VI - unidades administrativas e unidades especializadas necessárias à aplicação do disposto


nesta Lei.

Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 (cinco) diretores, incluído o Di-
retor-Presidente.

§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhidos pelo Presidente da República


e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso
III do art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de nível 5.

§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre brasileiros que tenham repu-
tação ilibada, nível superior de educação e elevado conceito no campo de especialidade dos
cargos para os quais serão nomeados.

§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 (quatro) anos.

§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor nomeados serão de 2 (dois),


de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de
nomeação.

§ 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de membro do Conselho Diretor,


o prazo remanescente será completado pelo sucessor.

Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão seus cargos em virtude de
renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou pena de demissão decorrente de pro-
cesso administrativo disciplinar.

§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da
Presidência da República instaurar o processo administrativo disciplinar, que será conduzido
por comissão especial constituída por servidores públicos federais estáveis.

§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afastamento preventivo, somente


quando assim recomendado pela comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir
o julgamento.

Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o exercício do cargo, o disposto
no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013.

Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo caracteriza ato de improbidade
administrativa.

Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a estrutura regimental da ANPD.

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§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimental, a ANPD receberá o apoio
técnico e administrativo da Casa Civil da Presidência da República para o exercício de suas
atividades.

§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da ANPD.

Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da ANPD serão remanejados de


outros órgãos e entidades do Poder Executivo federal.

Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções de confiança da ANPD serão
indicados pelo Conselho Diretor e nomeados ou designados pelo Diretor-Presidente.

Por sua vez, o art. 55-J estabelece quais são as competências da ANPD. Vejamos:

Art. 55-J. Compete à ANPD:

I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legislação;

II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, observada a proteção de dados
pessoais e do sigilo das informações quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo
violar os fundamentos do art. 2º desta Lei;

III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privaci-
dade;

IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados realizado em descumpri-


mento à legislação, mediante processo administrativo que assegure o contraditório, a ampla
defesa e o direito de recurso;

V - apreciar petições de titular contra controlador após comprovada pelo titular a apresenta-
ção de reclamação ao controlador não solucionada no prazo estabelecido em regulamenta-
ção;

VI - promover na população o conhecimento das normas e das políticas públicas sobre pro-
teção de dados pessoais e das medidas de segurança;

VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e internacionais de proteção de


dados pessoais e privacidade;

VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos que facilitem o exercício de
controle dos titulares sobre seus dados pessoais, os quais deverão levar em consideração as
especificidades das atividades e o porte dos responsáveis;

IX - promover ações de cooperação com autoridades de proteção de dados pessoais de ou-


tros países, de natureza internacional ou transnacional;

X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tratamento de dados pessoais,


respeitados os segredos comercial e industrial;

XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder público que realizem operações de


tratamento de dados pessoais informe específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os
demais detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir parecer técnico com-
plementar para garantir o cumprimento desta Lei;

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XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas atividades;

XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de dados pessoais e privacidade,


bem como sobre relatórios de impacto à proteção de dados pessoais para os casos em que o
tratamento representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção de dados pes-
soais previstos nesta Lei;

XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias de interesse relevante e


prestar contas sobre suas atividades e planejamento;

XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de gestão a que se refere o inciso
XII do caput deste artigo, o detalhamento de suas receitas e despesas;

XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âmbito da atividade de fiscalização


de que trata o inciso IV e com a devida observância do disposto no inciso II do caput deste
artigo, sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de tratamento, incluído
o poder público;

XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agentes de tratamento para eliminar
irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa no âmbito de processos administra-
tivos, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.6)57, de 4 de setembro de 1942;

XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplificados e diferenciados, inclusive


quanto aos prazos, para que microempresas e empresas de pequeno porte, bem como inici-
ativas empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autodeclarem startups ou em-
presas de inovação, possam adequar-se a esta Lei;

XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetuado de maneira simples, clara,
acessível e adequada ao seu entendimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de
outubro de 2003 (Estatuto do Idoso);

XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo, sobre a interpretação desta


Lei, as suas competências e os casos omissos;

XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações penais das quais tiver conheci-
mento;

XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumprimento do disposto nesta Lei por
órgãos e entidades da administração pública federal;

XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas para exercer suas competências
em setores específicos de atividades econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e

XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por meio eletrônico, para o registro
de reclamações sobre o tratamento de dados pessoais em desconformidade com esta Lei.

§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento de dados pessoais por agente


de tratamento privado, sejam eles limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a
exigência de mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e os direitos dos
titulares previstos no art. 170 da Constituição Federal e nesta Lei.

§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem ser precedidos de consulta e


audiência públicas, bem como de análises de impacto regulatório.

§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela regulação de setores espe-


cíficos da atividade econômica e governamental devem coordenar suas atividades, nas cor-
respondentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas atribuições
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com a maior eficiência e promover o adequado funcionamento dos setores regulados, con-
forme legislação específica, e o tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei.

§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, inclusive por meio de cooperação


técnica, com órgãos e entidades da administração pública responsáveis pela regulação de
setores específicos da atividade econômica e governamental, a fim de facilitar as competên-
cias regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.

§ 5º No exercício das competências de que trata o caput deste artigo, a autoridade compe-
tente deverá zelar pela preservação do segredo empresarial e do sigilo das informações, nos
termos da lei.

§ 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V do caput deste artigo poderão


ser analisadas de forma agregada, e as eventuais providências delas decorrentes poderão ser
adotadas de forma padronizada.

A aplicação das sanções previstas na LGPD compete exclusivamente à ANPD, e suas competências
prevalecerão, no que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências correlatas de
outras entidades ou órgãos da administração pública.

10) Conselho Nacional De Proteção De Dados Pessoais e Da Privacidade

Sobre o Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade, os arts. 58-A e 58-B
dispõem, respectivamente, sobre a sua composição e a sua competência:

Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade será com-
posto de 23 (vinte e três) representantes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos:

I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal;

II - 1 (um) do Senado Federal;

III - 1 (um) da Câmara dos Deputados;

IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça;

V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público;

VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil;

VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação relacionada a proteção de dados
pessoais;

VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inovação;

IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das categorias econômicas do setor


produtivo;

X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial relacionado à área de trata-


mento de dados pessoais; e

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XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral.

§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente da República, permitida a


delegação.

§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e VI do caput deste artigo e seus
suplentes serão indicados pelos titulares dos respectivos órgãos e entidades da administração
pública.

§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X e XI do caput deste artigo e seus
suplentes:

I - serão indicados na forma de regulamento;

II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no Brasil;

III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução.

§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade


será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.

Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade:

I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a elaboração da Política Nacional


de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade e para a atuação da ANPD;

II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das ações da Política Nacional de


Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade;

III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD;

IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas sobre a proteção de dados pes-
soais e da privacidade; e

V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade à popu-


lação.

11) Disposições Finais e Transitórias

A LGPD determina que a empresa estrangeira deverá ser notificada e intimada de todos os atos
processuais previstos na Lei, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou es-
tatutária, na pessoa do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, agência, sucur-
sal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.

A LGPD entrou em vigor no dia 28/12/2018 quanto aos art. 55-A, art. 55-B, art. 55-C, art. 55-D, art.
55-E, art. 55-F, art. 55-G, art. 55-H, art. 55-I, art. 55-J, art. 55-K, art. 55-L, art. 58-A e art. 58-B. Quanto
aos demais artigos, entrou em vigor no dia 15/07/2020. Por fim, os arts. 52, 53 e 54 entraram em
vigor mais recentemente, no dia 01/08/2021.

LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013 E DECRETO Nº 11.129/2022

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O edital trouxe expressamente a cobrança de legislação anticorrupção, outro tema muito importante
dentro do universo bancário.

Dentro deste assunto elencou a chamada Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) e o Decreto nº
8.420/2015 e suas alterações. Porém, este decreto foi revogado recentemente pelo Decreto
11.129/22 que regulamenta a referida lei. Assim focaremos no Decreto mais atual, em que pese a
previsão do edital.

Além disso, trabalharemos de forma conjunta a Lei Anticorrupção e o Decreto nº 11.129/22, mas não
se esqueça de realizar a leitura do conteúdo literal integralmente a fim de aumentar o seu conheci-
mento acerca deste tema.

Até mesmo devido a mudança citada, este tema ganhou especial relevância, aumentando a chance
de ser cobrado, portanto, fique atento!

1) Disposições Preliminares

A Lei 12.846/13 dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prá-
tica de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.

Esta Lei se aplica:

Sociedades Empresárias

Sociedades Simples

Aplicação da Lei Anticorrupção Fundações

Associações de Entidades ou Pessoas

Sociedades Estrangeiras

Estas pessoas jurídicas serão responsabilizadas de forma OBJETIVA, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção praticados em seu interesse ou benefício, ex-
clusivo ou não.

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Contudo, esta responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito.

Para a responsabilização da pessoa jurídica não é necessário que também ocorra a responsabilização
individual das pessoas naturais referidas. A chamada teoria da dupla imputação é, portanto, dispen-
sável na Lei Anticorrupção.

Aqueles dirigentes ou administradores que forem responsabilizados por atos ilícitos, somente o se-
rão na medida da sua culpabilidade.

Outro ponto importante diz respeito a subsistência da responsabilidade da pessoa jurídica na hipó-
tese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão societária, ficando a res-
ponsabilidade da sucessora restrita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do
dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções
previstas na Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto
no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.

No caso das chamadas sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo
contrato, as consorciadas, tem-se que serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos pre-
vistos na Lei Anticorrupção, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa
e reparação integral do dano causado.

Conforme dispõe o Decreto nº 11.129/22:

Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas


jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, de que
trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.

§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos praticados:

I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública estrangeira, ainda que cometi-
dos no exterior;

II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele produzam ou possam produzir


efeitos; ou

III - no exterior, quando praticados contra a administração pública nacional.

§ 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto na Lei nº 12.846, de 2013, as


pessoas jurídicas que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas
de fato ou de direito.

Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica, decorrente do exer-


cício do poder sancionador da administração pública, será efetuada por meio de Processo
Administrativo de Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência.

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2) Dos Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira

Conforme o art. 5º da Lei Anticorrupção, constituem atos lesivos à administração pública, nacional
ou estrangeira todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas acima mencionadas que atentem
contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou
contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:

I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público,


ou a terceira pessoa a ele relacionada;

II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a


prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;

III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dis-
simular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;

IV - no tocante a licitações e contratos:

a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter


competitivo de procedimento licitatório público;

b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório pú-


blico;

c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de


qualquer tipo;

d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;

e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública
ou celebrar contrato administrativo;

f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorro-


gações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato
convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou

g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a


administração pública;

V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públi-


cos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos
de fiscalização do sistema financeiro nacional.

§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou repre-


sentações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem
como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país
estrangeiro.

§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as organiza-


ções públicas internacionais.

§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que transi-
toriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, enti-
dades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em pes-
soas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou
em organizações públicas internacionais.
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3) Da Responsabilização Administrativa e Do Processo Administrativo de Responsabilização

Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos
lesivos na Lei Anticorrupção as seguintes sanções:

multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do
faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo
administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem
auferida, quando for possível sua estimação

publicação extraordinária da decisão condenatória.

Estas sanções ao serem aplicadas deverão ser fundamentadas, podendo ainda a aplicação ocorrer
de forma isolada ou cumulativa, a depender das peculiaridades do caso concreto e da gravidade e
natureza das infrações. Contudo, a aplicação destas sanções, não exclui, em qualquer hipótese, a
obrigação da reparação integral do dano causado.

A Advocacia Pública ou o órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público deverão


elaborar manifestação jurídica antes da aplicação das sanções.

No caso da sanção de multa, caso haja impossibilidade em se utilizar o critério do valor do fatura-
mento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00
(sessenta milhões de reais).

Quanto à publicação extraordinária da decisão condenatória, tem-se que esta ocorrerá na forma de
extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação
na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de
circulação nacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta)
dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público,
e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.

Quanto as penalidades, estabelece o Decreto 11.129/22:

Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes sanções administrativas, nos termos
do disposto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013:

I - multa; e

II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora.

Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infrações administrativas à Lei nº
14.1)33, de 2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública e
tenha ocorrido a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também estará sujeita

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a sanções administrativas que tenham como efeito a restrição ao direito de participar em lici-
tações ou de celebrar contratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.

Para aplicação das sanções deverá se considerar, nos termos da Lei Anticorrupção:

Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:

I - a gravidade da infração;

II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;

III - a consumação ou não da infração;

IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;

V - o efeito negativo produzido pela infração;

VI - a situação econômica do infrator;

VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;

VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incen-


tivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no
âmbito da pessoa jurídica;

IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública
lesados; e

Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos previstos no


inciso VIII do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.

Ademais, de acordo com o art. 8º da Lei Anticorrupção, a instauração e o julgamento de processo


administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima
de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou
mediante provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.

A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de res-


ponsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação. Caso seja no âmbito
do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU terá competência concorrente
para instaurar processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas ou para avocar
os processos instaurados, para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhe o andamento.

Ademais, competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apuração, o processo e o julgamento


dos atos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção, quando praticados contra a administração pública
estrangeira, observado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da Corrupção de
Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais (Decreto nº 3.6)78, de
30 de novembro de 2000).

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Para que se apure a responsabilização da pessoa jurídica, será instaurado processo administrativo, o
qual será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois)
ou mais servidores estáveis.

Tome nota!

Atenção! O mínimo é 2, o que não impede que a comissão seja composta de mais servidores está-
veis.

A pedido dessa comissão, poderá o ente público, por meio do seu órgão de representação judicial,
ou equivalente, requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação e o processamento das
infrações, inclusive de busca e apreensão.

É possível ainda que a comissão, de forma cautelar, proponha à autoridade instauradora que sus-
penda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.

O citado processo deverá ser concluído no prazo de 180 (cento e oitenta) dias (prorrogável) con-
tados da data da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos
apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções
a serem aplicadas.

A defesa deverá ser apresentada pela pessoa jurídica no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir
da intimação.

A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano não prejudica a


aplicação imediata das sanções estabelecidas na Lei Anticorrupção, sendo que concluído o processo
e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda pública.

A Lei Anticorrupção possibilita em seu art. 14 que seja desconsiderada a personalidade jurídica, sem-
pre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos
previstos na Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das san-
ções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração,
observados o contraditório e a ampla defesa.

Quanto ao procedimento administrativo de responsabilização, dispõe o Decreto 11.129/22:

Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento do PAR é da autoridade máxima


da entidade em face da qual foi praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração
pública federal direta, do respectivo Ministro de Estado.

Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exercida de ofício ou mediante
provocação e poderá ser delegada, vedada a subdelegação.

Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará comissão, composta por dois
ou mais servidores estáveis.

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§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos quadros funcionais não sejam for-
mados por servidores estatutários, a comissão a que se refere o caput será composta por dois
ou mais empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo, três anos de tempo
de serviço na entidade.

§ 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas atividades com imparcialidade e obser-
vará a legislação, os regulamentos e as orientações técnicas vigentes.

§ 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário à elucidação do fato ou quando
exigido pelo interesse da administração pública, garantido à pessoa jurídica processada o di-
reito à ampla defesa e ao contraditório.

§ 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de PAR não excederá cento e oitenta
dias, admitida a prorrogação, mediante solicitação justificada do presidente da comissão à
autoridade instauradora, que decidirá de maneira fundamentada.

Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as circunstâncias conhecidas e indici-


ará e intimará a pessoa jurídica processada para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa
escrita e especificar eventuais provas que pretenda produzir.

§ 1º A intimação prevista no caput:

I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de apresentar informações e pro-


vas que subsidiem a análise da comissão de PAR no que se refere aos elementos que atenuam
o valor da multa, previstos no art. 23; e

II - solicitará a apresentação de informações e documentos, nos termos estabelecidos pela


Controladoria-Geral da União, que permitam a análise do programa de integridade da pessoa
jurídica.

§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo:

I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa jurídica, com a descrição das
circunstâncias relevantes;

II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento da comissão pela ocorrência


do ato lesivo imputado; e

III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa jurídica processada.

§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será feita nova intimação por meio
de edital publicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apresentação de defesa
escrita será contado a partir da última data de publicação do edital.

§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua defesa escrita no prazo estabelecido
no caput, contra ela correrão os demais prazos, independentemente de notificação ou intima-
ção, podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repetição de qualquer ato
processual já praticado.

Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou eletrônico que assegure a cer-
teza de ciência da pessoa jurídica processada.

§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da


contagem o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento, observado o disposto no
Capítulo XVI da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.

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§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as demais intimações processuais,
até que a pessoa jurídica interessada se manifeste nos autos.

§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e intimada de todos os atos proces-
suais, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pes-
soa do gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, sucursal, estabeleci-
mento ou escritório instalado no Brasil.

Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a pertinência de produzir as provas


eventualmente requeridas pela pessoa jurídica processada, podendo indeferir de forma moti-
vada os pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias, pro-
telatórias ou intempestivas.

§ 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação, a comissão poderá:

I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez dias, sobre as novas provas
juntadas aos autos, caso tais provas não justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou

II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as novas provas juntadas aos
autos justifiquem alterações na nota de indiciação inicial, devendo ser observado o disposto
no caput do art. 6º.

§ 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informações e documentos referentes à


existência e ao funcionamento de programa de integridade, a comissão processante deverá
examiná-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosimetria das sanções a
serem aplicadas.

Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais
ou procuradores, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos.

Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repartição pública, sendo autorizada
a obtenção de cópias, preferencialmente em meio digital, mediante requerimento.

Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas funções, poderá praticar os
atos necessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidos todos os meios proba-
tórios admitidos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.

Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a comissão elaborará relatório a res-
peito dos fatos apurados e da eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no
qual sugerirá, de forma motivada:

I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da dosimetria, ou o arquivamento


do processo;

II - o encaminhamento do relatório final à autoridade competente para instrução de processo


administrativo específico para reparação de danos, quando houver indícios de que do ato
lesivo tenha resultado dano ao erário;

III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da União, para ajuizamento da


ação de que trata o art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso
concreto, da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição complementar
às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos;

IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos termos do disposto no art. 15


da Lei nº 12.846, de 2013; e

V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação, quando cabível.


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Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de encerramento dos seus traba-
lhos, que formalizará sua desconstituição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora,
que determinará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final para, querendo,
manifestar-se no prazo máximo de dez dias.

Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a autoridade instauradora deter-


minará à corregedoria da entidade ou à unidade competente que analise a regularidade e o
mérito do PAR.

Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será encaminhado à autoridade com-
petente para julgamento, o qual será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo ór-
gão de assistência jurídica competente.

Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório da comissão, esta deverá ser
fundamentada com base nas provas produzidas no PAR.

Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade julgadora ao final do PAR será
publicada no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pelo julgamento do PAR.

Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido de reconsideração com efeito
suspensivo, no prazo de dez dias, contado da data de publicação da decisão.

§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no PAR e que não apresentar
pedido de reconsideração deverá cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo
para interposição do pedido de reconsideração.

§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para decidir sobre a matéria alegada
no pedido de reconsideração e publicar nova decisão.

§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será concedido à pessoa jurídica novo


prazo de trinta dias para o cumprimento das sanções que lhe foram impostas, contado da
data de publicação da nova decisão.

Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei nº 14.1)33, de 1º de abril de
2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública que também
sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados e julgados con-
juntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito procedimental previsto neste Capítulo.

§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo autoridades distintas competentes


para o julgamento, o processo será encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado,
para que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o julgamento pelo Minis-
tro de Estado competente.

§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade responsável no órgão ou na entidade


pela gestão de licitações e contratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do
art. 3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de
2013.

Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do Poder Executivo federal, com-
petência:

I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e

II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame de sua regularidade ou para
lhes corrigir o andamento, inclusive promovendo a aplicação da penalidade administrativa
cabível.
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§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qualquer tempo, a competência pre-
vista no caput, se presentes quaisquer das seguintes circunstâncias:

I - caracterização de omissão da autoridade originariamente competente;

II - inexistência de condições objetivas para sua realização no órgão ou na entidade de origem;

III - complexidade, repercussão e relevância da matéria;

IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou com a entidade atin-
gida; ou

V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de um órgão ou entidade da
administração pública federal.

§ 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública obrigados a encaminhar à Con-


troladoria-Geral da União todos os documentos e informações que lhes forem solicitados,
incluídos os autos originais dos processos que eventualmente estejam em curso.

Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, apurar e julgar PAR pela prática
de atos lesivos a administração pública estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito pro-
cedimental previsto neste Capítulo.

Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e indireta


deverão comunicar à Controladoria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a
administração pública estrangeira, identificados no exercício de suas atribuições, juntando à
comunicação os documentos já disponíveis e necessários à apuração ou à comprovação dos
fatos, sem prejuízo do envio de documentação complementar, na hipótese de novas provas
ou informações relevantes, sob pena de responsabilização.

4) Do Acordo De Leniência

Conforme dispõe o art. 16 da Lei Anticorrupção, a autoridade máxima de cada órgão ou entidade
pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administra-
tivo, sendo que dessa colaboração resulte:

a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber;

a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.

Para que o acordo seja celebrado, é necessário o preenchimento de forma cumulativo de alguns
requisitos:

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a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito;

a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da


data de propositura do acordo;

a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente


com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas,
sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.

A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções de publicação extraordi-
nária da decisão condenatória e proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou
empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas
pelo poder público. Além disso, reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.

A obrigação de reparar integralmente o dano causado continuará subsistindo, não ficando a pessoa
jurídica eximida de seu cumprimento.

Os efeitos provenientes do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram
o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respei-
tadas as condições nele estabelecidas.

Lado outro, a proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do
respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo. Contudo, não
importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência
rejeitada.

Sendo descumprido o acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo
pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do referido des-
cumprimento.

O prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção será interrompido com o
acordo.

Quanto ao acordo de leniência, analisemos os dispositivos do Decreto 11.129/22:

Art. 32. O acordo de leniência é ato administrativo negocial decorrente do exercício do


poder sancionador do Estado, que visa à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática
de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estrangeira.

Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos da lei:

I - o incremento da capacidade investigativa da administração pública;

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II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de ativos; e

III - o fomento da cultura de integridade no setor privado.

Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas jurídicas responsáveis pela
prática dos atos lesivos previstos na Lei nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos pre-
vistos na Lei nº 14.1)33, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com vistas à
isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que colaborem efetivamente com as
investigações e o PAR, devendo resultar dessa colaboração:

I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando couber; e

II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem a infração sob apuração.

Art. 34. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar acordos de leniência no âmbito


do Poder Executivo federal e nos casos de atos lesivos contra a administração pública estran-
geira.

Art. 35. Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União e do Advogado-


Geral da União:

I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral da União nos processos de


negociação e de acompanhamento do cumprimento dos acordos de leniência; e

II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Ministro de Estado da Controla-


doria-Geral da União conjuntamente com o Advogado-Geral da União.

Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União nos acordos de leniência, con-


sideradas as condições neles estabelecidas e observados os termos da Lei Complementar nº
73, de 10 de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.1)40, de 26 de junho de 2015, poderá ensejar a
resolução consensual das penalidades previstas no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013.

Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delegação para negociar, celebrar e
monitorar o cumprimento de acordos de leniência relativos a atos lesivos contra outros Po-
deres e entes federativos.

Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de leniência deverá:

I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo específico,
quando tal circunstância for relevante;

II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo a partir da data da propositura
do acordo;

III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos lesivos;

IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo e


comparecer, sob suas expensas e sempre que solicitada, aos atos processuais, até o seu en-
cerramento;

V - fornecer informações, documentos e elementos que comprovem o ato ilícito;

VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano causado; e

VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o caso, os valores correspon-
dentes ao acréscimo patrimonial indevido ou ao enriquecimento ilícito direta ou indireta-
mente obtido da infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação.

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§ 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput serão avaliados em face da boa-
fé da pessoa jurídica proponente em reportar à administração a descrição e a comprovação
da integralidade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o momento da
propositura do acordo até o seu total cumprimento.

§ 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI do caput corresponde aos valo-
res dos danos admitidos pela pessoa jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no
âmbito do devido processo administrativo ou judicial.

§ 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decorra, simultaneamente, dano ao ente
lesado e acréscimo patrimonial indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e
haja identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão:

I - computados uma única vez para fins de quantificação do valor a ser adimplido a partir do
acordo de leniência; e

II - classificados como ressarcimento de danos para fins contábeis, orçamentários e de sua


destinação para o ente lesado.

Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deverá ser feita de forma escrita,
oportunidade em que a pessoa jurídica proponente declarará expressamente que foi orien-
tada a respeito de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendimento às
determinações e às solicitações durante a etapa de negociação importará a desistência da
proposta.

§ 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes da pessoa jurídica, na forma de


seu estatuto ou contrato social, ou por meio de procurador com poderes específicos para tal
ato, observado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013.

§ 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR.

§ 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o acesso ao seu conteúdo será


restrito no âmbito da Controladoria-Geral da União.

§ 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existência da proposta ou de seu con-


teúdo, desde que haja prévia anuência da Controladoria-Geral da União.

§ 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instruída em processo administrativo


específico, que conterá o registro dos atos praticados na negociação.

Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será submetida à análise de juízo
de admissibilidade, para verificação da existência dos elementos mínimos que justifiquem o
início da negociação.

§ 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de entendimentos com a pessoa jurídica


proponente, definindo os parâmetros da negociação do acordo de leniência.

§ 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a qualquer momento, a pedido da


pessoa jurídica proponente ou a critério da administração pública federal.

§ 3º A assinatura do memorando de entendimentos:

I - interrompe a prescrição; e

II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado, em qualquer hipótese, a tre-


zentos e sessenta dias.

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Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR instaurado em face de pessoa
jurídica que esteja negociando a celebração de acordo de leniência poderá ser suspenso.

Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo:

I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para o esclarecimento dos fatos; e

II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecuratórias indispensáveis para se evitar


perecimento de direito ou garantir a instrução processual.

Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos de processos administrativos


em curso em outros órgãos ou entidades da administração pública federal relacionados com
os fatos objeto do acordo em negociação.

Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leniência deverá ser concluída no
prazo de cento e oitenta dias, contado da data da assinatura do memorando de entendimen-
tos.

Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado, caso presentes cir-
cunstâncias que o exijam.

Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a sua rejeição não importará em
reconhecimento da prática do ato lesivo.

§ 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da proposta do acordo de leniência,


ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.

§ 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública federal não poderá utilizar os


documentos recebidos durante o processo de negociação de acordo de leniência.

§ 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos relacionados com a proposta de


acordo de leniência, quando decorrer de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou
levados ao conhecimento da autoridade por qualquer outro meio.

Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para assegurar a efetividade da cola-
boração e o resultado útil do processo e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das
circunstâncias do caso concreto, reputem-se necessárias.

Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposições, cláusulas que versem sobre:

I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos incisos II a VII do caput do


art. 37;

II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumprimento do acordo;

III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento do acordo, nos termos do


disposto no inciso II do caput do art. 784 da Lei nº 13.1)05, de 16 de março de 2015 - Código
de Processo Civil;

IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade, conforme os


parâmetros estabelecidos no Capítulo V, bem como o prazo e as condições de monitora-
mento;

V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se refere o inciso VI do caput do


art. 37; e

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VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o inciso VI do caput do art. 37 para
compensação com outros valores porventura apurados em outros processos sancionatórios
ou de prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que compõem o escopo do
acordo.

Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e julgar os processos administrati-


vos que apurem infrações administrativas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na Lei nº 14.1)33,
de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham sido noticiados por
meio do acordo de leniência.

Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável de que trata o § 2º do art. 16 da
Lei nº 12.846, de 2013, levará em consideração os seguintes critérios:

I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos lesivos;

II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e

III - o compromisso de assumir condições relevantes para o cumprimento do acordo.

Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto de ato normativo a ser editado
pelo Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União.

Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercialmente sensíveis da pessoa


jurídica será mantido restrito durante a negociação e após a celebração do acordo de leniên-
cia.

§ 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da pessoa jurídica signatária do


acordo não será divulgada ao público, ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.

§ 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência da celebração de acordos de


leniência poderão ser compartilhados com outras autoridades, mediante compromisso de sua
não utilização para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mesmos fatos objeto
do acordo de leniência, ou com concordância da própria pessoa jurídica.

Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional da pretensão


punitiva em relação aos atos ilícitos objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art.
16 da Lei nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento dos compromis-
sos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos termos do disposto no art. 34 da Lei nº
13.1)40, de 2015.

Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão concedidos em favor da pessoa
jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes
efeitos:

I - isenção da publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora;

II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou emprésti-


mos de órgãos ou entidades públicos e de instituições financeiras públicas ou controladas
pelo Poder Público;

III - redução do valor final da multa aplicável, observado o disposto no art. 27; ou

IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previstas no art. 156 da Lei nº 14.1)33,
de 2021, ou em outras normas de licitações e contratos.

§ 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução de ações judiciais que tenham
por objeto os fatos que componham o escopo do acordo.
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§ 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integrarem
o mesmo grupo econômico, de fato ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em
conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas.

Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, implementação e aperfeiçoamento do


programa de integridade de que trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou
indiretamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispensado, a depender das
características do ato lesivo, das medidas de remediação adotadas pela pessoa jurídica e do
interesse público.

§ 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado, dentre outras formas, pela aná-
lise de relatórios, documentos e informações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de forma
independente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas e de conformidade
com as políticas e visitas técnicas.

§ 2º As informações relativas às etapas do processo de monitoramento serão publicadas em


transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos
legais e o interesse das investigações.

Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica colaboradora, a autoridade
competente declarará:

I - o cumprimento das obrigações nele constantes;

II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art. 6º e no inciso IV do caput do


art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem como das demais sanções aplicáveis ao caso;

III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei nº 12.846, de


2013; e

IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tratam os incisos II a VII do caput


do art. 37 deste Decreto.

Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela autoridade competente, decorrente
do seu injustificado descumprimento:

I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará impedida de celebrar novo


acordo pelo prazo de três anos, contado da data em que se tornar definitiva a decisão admi-
nistrativa que julgar rescindido o acordo;

II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e serão executados:

a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventualmente já pagas; e

b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento indevido e a outros valores


porventura pactuados no acordo, descontando-se as frações eventualmente já pagas; e

III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências previstas nos termos dos acordos
de leniência e na legislação aplicável.

Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência será registrado pela Controla-


doria-Geral da União, pelo prazo de três anos, no Cadastro Nacional de Empresas Punidas -
CNEP.

Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão deferir pedido de alteração


ou de substituição de obrigações pactuadas no acordo de leniência, desde que presentes os
seguintes requisitos:
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I - manutenção dos resultados e requisitos originais que fundamentaram o acordo de leniên-
cia, nos termos do disposto no art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013;

II - maior vantagem para a administração, de maneira que sejam alcançadas melhores conse-
quências para o interesse público do que a declaração de descumprimento e a rescisão do
acordo;

III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de modificação ou à impossibilidade


de cumprimento das condições originalmente pactuadas;

IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a impossibilidade do cumprimento


de uma obrigação antes do vencimento do prazo para seu adimplemento; e

V - higidez das garantias apresentadas no acordo.

Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput considerará o grau de adimplência
da pessoa jurídica com as demais condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de aperfei-
çoamento do programa de integridade.

Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados em transparência ativa no sítio
eletrônico da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o interesse das
investigações.

5) Da Responsabilização Judicial

Conforme prevê o art. 18 da Lei Anticorrupção, na esfera administrativa, a responsabilidade da pes-


soa jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial.

Ademais, possibilita o art. 19 que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio
das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Minis-
tério Público, ajuízem ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infra-
toras:

perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;

suspensão ou interdição parcial de suas atividades;

dissolução compulsória da pessoa jurídica;

proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos


ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder
público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.

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As sanções acima citadas poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.

Para que haja a dissolução compulsória da pessoa jurídica deverá ser comprovado:

Ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática
de atos ilícitos; ou

Ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários
dos atos praticados.

É possível ainda que o Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial,
ou equivalente, do ente público requeira a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessá-
rios à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, ressalvado o
direito do terceiro de boa-fé.

6) Disposições Finais

A Lei Anticorrupção, em seu art. 22 cria, no âmbito do Poder Executivo federal, o chamado Cadastro
Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reúne e dá publicidade às sanções aplicadas pelos
órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo.

Quanto ao CNEP, necessário trazer para análise os seguintes dispositivos da Lei Anticorrupção:

Art. 22 (...) § 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e manter atuali-
zados, no Cnep, os dados relativos às sanções por eles aplicadas.

§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:

I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da


Pessoa Jurídica - CNPJ;

II - tipo de sanção; e

III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
quando for o caso.

§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos de leniência previstos nesta Lei,


também deverão prestar e manter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo
acordo, as informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse procedimento
vier a causar prejuízo às investigações e ao processo administrativo.

§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além das informa-
ções previstas no § 3º, deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.

§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de decorrido o


prazo previamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo
de leniência e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou
entidade sancionadora.

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Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as
esferas de governo deverão informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no Ca-
dastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído no
âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos ter-
mos do disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.6)66, de 21 de junho de 1993.

Quanto à multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados, estes serão destinados pre-
ferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.

Um tema muito importante que você deve levar para a prova diz respeito à prescrição das infrações
previstas na Lei Anticorrupção, a qual se dará em 5 (cinco) anos, contados da data da ciência da
infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

Ademais, interrompe-se a prescrição na esfera administrativa ou judicial, com a instauração de pro-


cesso que tenha por objeto a apuração da infração.

ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES, VIRTUDES; NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E


PROFISSIONAL. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS. CÓDIGO DE
ÉTICA DACAIXA ECONÔMICA FEDERAL; CÓDIGO DE CONDUTA DA CAIXA ECONÔMICA FE-
DERAL

1) Ética Aplicada: Ética, Moral, Valores, Virtudes

A Ética vem do grego “ethos”, que possui como significado o modo de ser, o caráter. Posteriormente,
os romanos traduziram “ethos” como “mos”, cujo significado é costume, comportamento, estando
ligado à moral. Dessa forma, passou-se a tratar ética como algo ligado diretamente ao costume, bem
como passou a ser vista como indissociável da moral.

A ética é tida como uma ciência, ligada à filosofia e que se preocupa com o comportamento moral
humano. Como ciência, visa esclarecer, explicar e conceituar determinada realidade.

Por sua vez, moral são normas que regulam o comportamento individual dos seres humanos. Assim,
visa regulamentar as relações sociais.

Há ainda que se ter em mente a presença dos valores e das virtudes.

Valores são os padrões de conduta de cada ser humano e, portanto, estão ligados à subjetividade
de cada um, ou seja, o que é um valor ético para determinada pessoa pode não ser para outra. A
cultural em que está inserida o indivíduo causa influência direta em seus valores.

Por outro lado, virtudes, estão ligadas à capacidade de decisão do indivíduo. De acordo com as
virtudes que possui, o indivíduo será capaz ou não de tomar decisões tidas como corretas e honestas.

Para Aristóteles, as virtudes podem ser definidas como intelectuais e morais:

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Intelectuais - tem a ver com o aprendizado ao longo da vida.
Aquele que possui maior grau de instrução escolar, tende a
tomar decisões com mais virtudes intelectuais;

Virtudes para
Aristóteles

Morais - não possuem relação com o estudo ou o aprendizado


adquirido, estão ligadas mais aos hábitos tidos ao longo da vida;

2) Noções De Ética Empresarial e Profissional

A Ética Empresarial relaciona-se com o conjunto de valores e normas que vigoram em uma empresa
(ou entidade) e que respondem por meio de sua interação com o mercado e a sociedade.

Segundo Diogo Leite de Campos: A ética na atividade empresarial é este olhar desperto para o outro,
sem o qual o eu não se humaniza; a atividade dirigida para o outro. (...) A atividade empresarial é
eticamente fundada e orientada, quando se cria emprego, se proporciona habitação, alimentação,
vestuário e educação, detendo os bens como quem os administra.

Por seu turno, a Ética Profissional baseia-se em uma reflexão acerca da profissão escolhida por cada
indivíduo. A partir dessa escolha nasce os deveres profissionais que lhes são inerentes, por exemplo
no caso do juramento feito em determinadas profissões como advogado e médico.

3) A Gestão Da Ética Nas Empresas Públicas e Privadas

Conforme visto, a ética faz parte do cotidiano, estando presente nas relações sociais. O ser humano
sempre se utiliza de valores éticos para a prática de atos. Não é diferente em relação às relações
existentes no serviço público.

Assim, a ética é algo essencial no serviço público, motivo pelo qual a administração pública, assim
como também as administrações privadas passaram a instituir códigos e outras normatizações rela-
cionadas à ética a serem seguidas por todos os servidores/colaboradores.

O princípio da moralidade, previsto na Constituição Federal, é o fundamento de todos os instrumen-


tos normativos relativos à ética no serviço público.

Necessário esclarecer, porém, que a moralidade administrativa é bem mais ampla do que a moral
adotada em outros aspectos da sociedade.

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Quando o assunto é a chamada moralidade administrativa, está-se diante da boa ou má administra-
ção de acordo com preceitos relacionados à boa-fé, probidade, honestidade e decoro, diferente-
mente da moral comum que se restringe ao bem e ao mal.

Logo, havendo desrespeito ao princípio da moralidade, será caso de anulação do ato administra-
tivo, a qual é um verdadeiro controle de legalidade. Não bastando a mera revogação (que analisa
tão somente o mérito administrativo - conveniência e oportunidade).

A gestão de ética nas empresas públicas, portanto, baseia-se em tudo aquilo que a lei permite (prin-
cípio da legalidade), já nas empresas privadas baseia-se naquilo que a lei não proíbe.

Não obstante algumas diferenças entre a gestão da ética nas empresas públicas e nas empresas
privadas, é certo que em ambas se faz necessário a observância da ética como pilar das relações
organizacionais.

Conforme trazido pelo próprio Banco do Brasil em seu Código de Ética: A ética não atrapalha o lucro,
ela traz confiança. A confiabilidade é um dos maiores bens do mercado. Empresa transparente e
ética atrai investidores e clientes. A ética cria senso de pertencimento nos funcionários. Investir em
ética é investir no maior bem da empresa: a confiança no seu nome.

4) Código De Ética da Caixa Econômica Federal

4.1) Objetivo

Sistematizar os valores éticos que devem nortear a condução dos negócios da CAIXA Conglomerado,
orientar as ações e o relacionamento com os interlocutores internos e externos.

4.2) Definições

CEP – Comissão de Ética Pública;

Colaborador – prestador de serviço, fornecedor, parceiro, estagiário e aprendiz, não empregado,


que presta algum tipo de serviço para a CAIXA ou qualquer empresa do Conglomerado ou FUNCEF;

Conglomerado CAIXA – é o conjunto de empresas formado pela CAIXA e pelas empresas onde
ela possui participação societária direta ou por meio de suas subsidiárias;

Dirigente – ocupante de cargo estatutário, a saber: Presidente, Vice-Presidentes e Diretores da


CAIXA;

Empregado – trabalhador com contrato de trabalho e vínculo empregatício válido com a CAIXA,
considerando as situações de contrato ativo, contrato suspenso, contrato interrompido, bem como
empr egado cedido, liberado, contratado a termo e requisitado;

Ética – conjunto de princípios morais que se deve observar no exercício de uma profissão;

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FUNCEF – Fundação dos Economiários Federais;

Membros estatutários – todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato na CA IXA, no Conglomerado e na FUNCEF;

Representantes em órgãos estatutários – empregado que participe, ainda que transitoriamente


ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato empresas públicas ou privadas

5) Normas

5.1) Código De Ética Da Caixa

Constitui o Código de Ética da CAIXA o documento constante do ANEXO I.

O Código expressa o sentimento ético dos empregados e dirigentes, e contempla os valores:

Respeito;

Honestidade;

Compromisso;

Transparência;

Responsabilidade.

Devem observância ao Código de Ética da CAIXA todos os empregados, colaboradores, dirigentes,


membros estatutários e representantes em órgãos estatutários de empresas de que participe.

De acordo com o Decreto 1.171/1994, os empregados da administração pública indireta também


estão sujeitos ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
o qual se encontra apensado a este manual normativo.

O Termo de Ciência do Código de Ética da CAIXA (ANEXO II) é assinado eletronicamente pelos em-
pregados e dirigentes no Portal Integra Mais, endereço eletrônico integramais.caixa, e renovado
anualmente.

Para aprimorar o conhecimento e observância ao Código de Ética da CAIXA, o gestor da Unidade de


lotação faz reunião anual para estudo e disseminação da norma junto à equipe.

A reunião citada no item anterior é registrada em Ata, assinada por todos os presentes, e inserida
no sistema de Gestão das Ocorrências Éticas – SIETI, pelo gestor da unidade, no endereço eletrônico
http://sieti.caixa/jsp/index.jsf.

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A denúncia de infringência a valores do Código de Ética será tratada conforme competência descrita
abaixo:

Se atribuída a dirigente é apreciada pela CEP;

Se atribuída a membros estatutários é encaminhada à CEP para avaliação e ao órgão de origem


para as providências administrativas cabíveis;

Se atribuída a colaborador é encaminhada para a unidade gestora do contrato com a respectiva


empresa de vínculo para adoção das providências pertinentes;

Se atribuída a empregado e/ou ex-empregado, durante o vínculo com a CAIXA, é encaminhada


para apreciação da Comissão de Ética da CAIXA, conforme rito previsto no AE103.

Os canais de denúncia estão definidos no ANEXO III.

O Conselho de Administração é a instância responsável pela aprovação de alterações no Código de


Ética da CAIXA.

O Conselho Diretor é a instância responsável pela aprovação de alterações no Regimento Interno da


Comissão de Ética da CAIXA.

5.2) Comissão De Ética

A Comissão de Ética é um órgão autônomo de caráter deliberativo, com a finalidade de orien tar,
aconselhar e atuar na gestão sobre a ética profissional dos dirigentes e empregados da CAIXA, bem
como no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, cabendo-lhe ainda deliberar sobre
condutas antiéticas e sobre transgressões das normas da CAIXA levadas ao seu conhecimento.

A Comissão de Ética da CAIXA será integrada por três membros titulares e três suplentes, escol hidos
entre os empregados do quadro permanente e designados pelo Presidente da CAIXA, sendo um
deles indicado como Presidente.

Os membros da Comissão de Ética cumprirão mandatos, não coincidentes, de três anos, permitida
uma única recondução.

Os mandatos dos primeiros membros e dos respectivos suplentes serão de um, dois e três anos,
estabelecidos no ato de designação e, à medida que vencerem, as novas designações serão por 3
anos.

A Comissão de Ética da CAIXA pode convocar empregados ou gestores de Unida de para assesso-
ramento técnico-operacional, conforme indique a situação, sem direito a voto.

A CORED presta o apoio administrativo à Comissão de Ética.

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A regulamentação da Comissão de Ética está contemplada em seu Regimento Interno, disposto no
OR182.

6) Procedimentos

Não se aplica.

7) Arquivamento De Documentos

Não se aplica.

8) Anexos

Páginas subsequentes.

8.1) Anexo I – Código De Ética Da Caixa

Propósito, Visão e Valores

PROPÓSITO: Ser o banco de todos os brasileiros.

VISÃO: Ser o maior parceiro dos brasileiros, reconhecido pela capacidade de


transformação, com eficiência e rentabilidade.

VALORES:
Meritocracia
Foco no cliente
Responsabilidade socioambiental
Integridade
Ética

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Valores Do Código De Ética Da Caixa

RESPEITO

As pessoas na CAIXA são tratadas com ética, justiça, respeito, cortesia, igualdade e dignidade. Exigi-
mos de empregados, colaboradores, dirigentes, membros estatutários e representantes em órgãos
estatutários de empresas de que participe, absoluto respeito pelo ser humano, pelo bem público,
pela sociedade e pelo meio ambiente.

Repudiamos todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem, raça, gênero, cor, idade, reli-
gião, credo, classe social, incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação.

Respeitamos e valorizamos nossos clientes e seus direitos de consumidores, com a prestação de


informações corretas, cumprimento dos prazos acordados e oferecimento de alternativa para satis-
fação de suas necessidades de negócios com a CAIXA.

Preservamos a dignidade de empregados, colaboradores, dirigentes, membros estatutários e repre-


sentantes em órgãos estatutários de empresas de que participe, em qualquer circunstância, com a
determinação de eliminar situações de provocação e constrangimento no ambiente de trabalho que
diminuam o seu amor próprio e a sua integridade moral.

Os nossos patrocínios atentam para o respeito aos costumes, tradições e valore s da sociedade, bem
como a preservação do meio ambiente.

HONESTIDADE

No exercício profissional, os interesses da CAIXA estão em 1º lugar nas mentes dos nossos empre-
gados, colaboradores, dirigentes, membros estatutários e representantes em órgãos estatutários de
empresas de que participe, em detrimento de interesses pessoais, de grupos ou de terceiros, de
forma a resguardar a lisura dos seus processos e de sua imagem.

Gerimos com honestidade nossos negócios, os recursos da sociedade e dos fundos e programas que
administramos, oferecendo oportunidades iguais nas transações e relações de emprego.

Não admitimos qualquer relacionamento ou prática desleal de comportamento que resulte em con-
flito de interesses e que estejam em desacordo com o mais alto padrão ético.

Não admitimos práticas que fragilizem a imagem da CAIXA e comprometam o seu corpo funcional.

Condenamos atitudes que privilegiem fornecedores e prestadores de serviços, sob qualquer pre-
texto.

Condenamos a solicitação de doações, contribuições de bens materiais ou valores a parceiros co-


merciais ou institucionais em nome da CAIXA, sob qualquer pretexto.

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COMPROMISSO

Os empregados, colaboradores, dirigentes, membros estatutários e representantes em órgãos esta-


tutários de empresas de que participe, estão comprometidos com a uniformidade de procedimentos
e com o mais elevado padrão ético no exercício de suas atribuições profissionais.

Temos compromisso permanente com o cumprimento das leis, das normas e dos regulamentos in-
ternos e externos que regem a nossa Instituição.

Pautamos nosso relacionamento com clientes, fornecedores, correspondentes, coligadas, controla-


das, patrocinadas, associações e entidades de classe dentro dos princípios deste Código de Ética.

Temos o compromisso de oferecer produtos e serviços de qualidade que atendam ou superem as


expectativas dos nossos clientes.

Prestamos orientações e informações corretas aos nossos clientes para que tomem decisões consci-
entes em seus negócios.

Preservamos o sigilo e a segurança das informações.

Buscamos a melhoria das condições de segurança e saúde do ambiente de trabalho, preservando a


qualidade de vida dos que nele convivem.

Incentivamos a participação voluntária em atividades sociais destinadas a resgatar a cidadania do


povo brasileiro.

TRANSPARÊNCIA

As relações da CAIXA com os segmentos da sociedade são pautadas no princípio da transparência e


na adoção de critérios técnicos.

Como empresa pública, estamos comprometidos com a prestação de contas de nossas atividades,
dos recursos por nós geridos e com a integridade dos nossos controles.

Aos nossos clientes, parceiros comerciais, fornecedores e à mídia dispensamos tratamento equânime
na disponibilidade de informações claras e tempestivas, por meio de fontes autorizadas e no estrito
cumprimento dos normativos a que estamos subordinados.

Oferecemos aos nossos empregados oportunidades de ascensão profissional, com critérios claros e
do conhecimento de todos.

Valorizamos o processo de comunicação interna, disseminando informações relevantes relacionadas


aos negócios e às decisões corporativas.

RESPONSABILIDADE

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Devemos pautar nossas ações nos preceitos e valores éticos deste Código, de forma a resguardar a
CAIXA de ações e atitudes inadequadas à sua missão e imagem e a não prejudicar ou comprometer,
direta ou indiretamente, empregados, colaboradores, dirigentes, membros estatutários e represen-
tantes em órgãos estatutários de empresas de que participe.

Zelamos pela proteção do patrimônio público, com a adequada utilização das informações, dos bens,
equipamentos e demais recursos colocados à nossa disposição para a gestão eficaz dos nossos ne-
gócios.

Buscamos a preservação ambiental nos projetos dos quais participamos, por entendermos que a
vida depende diretamente da qualidade do meio ambiente.

Garantimos proteção contra qualquer forma de represália ou discriminação profissional a quem de-
nunciar as violações a este Código, como forma de preservar os valores da CAIXA.

Anexo II – Termo De Ciência

TERMO DE CIÊNCIA DO CÓDIGO DE ÉTICA E DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR


PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL

Eu, , Matrícula , lotado(a) na , declaro haver lido e compreendido todos os termos do Código de Ética
da CAIXA e do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
anexo do Decreto 1.171 de 22/06/1994.

Data da última assinatura: / /

Ass. Empregado: (Informe sua senha)

Anexo III – Dos Canais De Denúncia Caixa

O Canal de Denúncia CAIXA objetiva o recebimento de denúncias que, de acordo com o assunto,
são direcionadas para a Comissão de Ética.

O Canal de Denúncia está disponível em período integral para receber registros, por qualquer cida-
dão, pelos seguintes meios:

Website: https://portal.contatoseguro.com.br/

Internet CAIXA: www.caixa.gov.br/denuncia

Intranet:https://caixa.sharepoint.com/sites/pessoas/SitePages/Empregado-Canais-de Atendimento-
Canal-de-Denuncia.aspx.

Telefone: 0800 512 66 77

App "Contato Seguro" disponível para smartphones Android e IOS


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Endereço postal "Contato Seguro - Caixa postal 18533 - CEP: 90480-970 / Porto Alegre/RS".

9) Código de Conduta da Caixa Econômica Federal

OBJETIVO

Nortear o comportamento dos agentes públicos na execução das atividades administrativas e negó-
cios realizados em nome da CAIXA, em suas dependências ou fora delas;

Resguardar a imagem institucional e a reputação dos agentes públicos, cujas condutas estejam de
acordo com as normas estabelecidas neste Código e nos demais normativos;

Servir como instrumento de consulta destinado a possibilitar o prévio e pronto esclarecimento de


dúvidas quanto à conduta ética exigida;

Tornar claras as regras éticas de conduta dos agentes públicos para que a sociedade possa aferir a
integridade e a lisura do processo decisório na CAIXA;

Contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões éticos da CAIXA, a partir do exemplo dado pelas
autoridades de nível hierárquico superior;

Estabelecer regras básicas para prevenir situações que possam suscitar conflitos entre os interesses
públicos e privados e limitações às atividades profissionais paralelas e posteriores ao exercício de
cargo;

Estabelecer regras e normas que possibilitem a fundamentação das decisões da Comissão de Ética
da CAIXA e da Comissão de Conflito de Interesses na CAIXA;

Estabelecer regras e normas que possibilitem a abertura e instrução de processos administrativos


disciplinares.

NORMAS

Constitui o Código de Conduta da CAIXA o documento constante no Anexo l.

A existência de Códigos de Conduta específicos em áreas da CAIXA e nas subsidiárias não exime a
observância do Código previsto no Anexo I.

Na hipótese de disposições conflitantes eventualmente existentes entre o Código de Conduta das


subsidiárias e o Código da CAIXA, prevalece este sobre aquele.

As subsidiárias que não tenham Código de Conduta próprio devem seguir os termos deste Código.

A CAIXA dispõe de canais para recepção de denúncias sobre eventuais infringências a este Código,
que estão disciplinados em normas internas.

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É vedada retaliação à pessoa que utilize os canais de denúncia, sendo admitido também o registro
de denúncia de forma anônima.

Na ocorrência de ato de retaliação a quem utilize os canais de denúncia, seu responsável responderá
à apuração de responsabilidade disciplinar e civil.

O Termo de Ciência do Código de Conduta é assinado eletronicamente pelos empregados e pelos


dirigentes em sistema interno, e renovado anualmente.

Os membros estatutários devem assinar termo conforme previsto em norma interna, com renovação
anual.

Anualmente, os agentes públicos devem participar de ação educacional de verificação de conheci-


mento sobre o Código de Conduta, disponibilizada pela CAIXA.

Além do disposto acima, os dirigentes e demais membros estatutários devem, anualmente, participar
de ação educacional sobre política de gestão de riscos.

Todas as reuniões com agentes públicos ou outras pessoas deverão ser registradas em ata.

A ata deverá conter no mínimo: data, local, participantes e resumo dos assuntos tratados.

Quando houver a participação de mais de uma área da CAIXA, fica responsável pela ata a unidade
que organizar a reunião.

9.1) Anexo I – Código De Conduta Da Caixa

NORMAS

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Este código de conduta aplica-se a todos os agentes públicos, inclusive em atuação no conglome-
rado e na FUNCEF, fundos por ela administrados, fora da gestão da Vice-Presidência de Fundos de
Investimento, ou outras indicações que venha a fazer, seja em órgãos estatutários, conselhos, comi-
tês ou outros cargos em empresas ou outras entidades.

Devem ser observadas as disposições contidas neste normativo, sem prejuízo da aplicação do dis-
posto no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Feder al e, quando
for o caso, o Código de Conduta da Alta Administração Federal.

No exercício das atribuições profissionais, a conduta deve ser pautada por elevados padrões de ética,
baseados no respeito, honestidade, compromisso, transparência e responsabilidade.

A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais devem nortear toda e
qualquer conduta, seja no exercício das atribuições profissionais ou fora dele.

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As condutas devem levar em consideração não somente o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente o honesto e o de-
sonesto, tendo como fim o bem comum.

O exercício profissional na CAIXA é equiparado à função pública.

Os agentes públicos, inclusive do conglomerado e da FUNCEF devem obedecer às normas legais ou


regulamentares e os manuais normativos que regem suas atividades.

PADRÃO GERAL DE CONDUTA

CONFLITO DE INTERESSES

Conflito de interesses é a situação gerada pelo confronto entre interesses da CAIXA, inclusive quando
atuando por mandato de terceiros, diverso do mandato de fundos de investimento/carteiras admi-
nistradas, e interesse pessoal, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar de maneira
imprópria o desempenho da função pública.

Ocorre sempre que interesses pessoais influenciam ou possam influenciar, direta ou indiretamente,
nas análises e decisões tomadas quando do exercício das atividades na CAIXA ou na sua represen-
tação.

O interesse pessoal é caracterizado pela vontade do agente público em obter qualquer vantagem,
imediata ou não, material ou não, em favor próprio ou de parentes, amigos, ou outras pessoas com
as quais tenham ou tiveram relações pessoais, comerciais ou políticas em detrimento da CAIXA ou
de terceiros quando a CAIXA atue por mandato.

A ocorrência de conflito de interesses independe da existência de lesão ao patrimônio público, bem


como do alcance efetivo do benefício, econômico ou não, pelo agente público ou por terceiro.

A consulta sobre existência de conflito de interesses e o pedido de autorização para o exercício de


atividade privada estão normatizados em norma interna.

Configura conflito de interesses na relação de trabalho com a CAIXA:

Divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito próprio ou de terceiros, obtida em


razão das atividades exercidas;

Exercer atividade que implique a prestação de serviços ou a manutenção de relação de negócio


com pessoa física ou jurídica, nessa incluindo o correspondente bancário e o permissionário lotérico,
que tenha interesse em decisão do agente público ou de colegiado do qual este participe;

Exercer, direta ou indiretamente, atividade que, em razão da sua natureza, seja incompatível com
as atribuições do cargo ou emprego, considerando-se como tal, inclusive, a atividade desenvolvida
em áreas ou matérias correlatas;

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Atuar, ainda que informalmente, como procurador, consultor, assessor ou intermediário de inte-
resses privados nos órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de que participe o agente público, seu
cônjuge, companheiro ou parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau, e que possa ser por ele beneficiada ou influir em seus atos de gestão;

Receber presente de quem tenha interesse em decisão do agente público ou de colegiado do


qual este participe fora dos limites e condições estabelecidos em regulamento;

Prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa cuja atividade seja controlada, fiscalizada ou
regulada pelo ente ao qual o agente público está vinculado.

Para prevenir ou impedir conflito de interesses na relação de trabalho na CAIXA ou fora dela, o
agente público obriga-se a adotar, considerando-se a situação concreta, uma ou mais das seguintes
providências em até 6 meses a partir da data da publicação deste Código:

Abrir mão da atividade particular, ou solicitar a destituição da função, ou retorno ao órgão de


origem, ou destituição da função de representante ou ainda solicitar alteração de lotação;

Alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio que possam dar causa ao conflito;

Na hipótese de conflito de interesses, inclusive em caráter específico e transitório, o agente público


deve formalizar sua ocorrência ao superior hierárquico e aos demais membros de órgão colegiado
do qual faça parte, em se tratando de decisão coletiva, abstendo-se de votar ou participar da dis-
cussão do assunto.

No caso de adoção das providências referidas no item acima, o empregado deve informar a situação
e a providência adotada, de maneira detalhada, à Comissão de Conflito de Interesses por meio da
caixa postal CORED02.

No caso de adoção das providências referidas no item acima o dirigente e o membro estatutário
devem informar a situação e a providência adotada, de maneira detalhada, à Comissão de Ética Pú-
blica que opinará sobre a suficiência da medida adotada.

Havendo dúvida sobre como prevenir ou impedir uma situação potencialmente causadora de con-
flito de interesses, o empregado deve efetuar consulta sobre caso concreto, por meio do SeCI, dis-
ponibilizado pela CGU no endereço https://seci.cgu.gov.br.

Caso o dirigente e o membro estatutário tenham dúvida sobre como prevenir ou impedir uma situ-
ação potencialmente causadora de conflito de interesses, deverão formalizar consulta à Comissão
de Ética Pública, assim como informá-la sobre as medidas adotadas de acordo com disposto acima.

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Caso o dirigente e o membro estatutário tenham dúvida sobre possível conflito de interesses no
exercício de uma atividade profissional paralela que pretendam exercer, devem efetuar consulta so-
bre caso concreto diretamente à Comissão de Ética Pública.

Caso o empregado pretenda exercer alguma atividade profissional paralela deve formalizar a con-
sulta ao seu gestor imediato.

Em caso de dúvida ou quando orientado pelo gestor imediato, o empregado deve efetuar pedido
de autorização para o exercício da atividade profissional paralela, por meio do SeCI, disponibilizado
pela CGU no endereço http://seci.cgu.gov.br.

No caso do dirigente e do membro estatutário que pretendam exercer atividade profissional para-
lela, devem efetuar pedido de autorização diretamente à Comissão de Ética Pública.

No trabalho voluntário em organizações do terceiro setor, sem finalidade de lucro, também deve ser
observada possível existência de conflito de interesses.

Agente público que ocupe cargo ou função em outra instituição não pode praticar ato em benefício
de interesse da CAIXA em prejuízo do órgão cessionário, devendo se ater às premissas de norma
interna.

USO, DIVULGAÇÃO E SIGILO DE INFORMAÇÕES

São de uso exclusivo e de propriedade da CAIXA as informações, programas, modelos, documentos


e metodologias, desenvolvidos ou em uso pela instituição, mesmo que o agente público tenha par-
ticipado de seu desenvolvimento.

No uso, divulgação e sigilo das informações devem ser observadas, ainda, as diretrizes estabelecidas
nas normas internas, sem prejuízo das demais normas internas.

Os assuntos referentes à CAIXA são tratados com a imprensa, exclusivamente, pelos dirigentes ou
empregado por esses delegados.

É dever do agente público:

Guardar sigilo sobre dados, informações e operações da CAIXA, de seus clientes, de empresas
coligadas ou subsidiárias, de prestadores de serviços e de fornecedores, ou de empresa/entidade
que participe enquanto representante da CAIXA em fundos, em órgãos estatutários, conselhos ou
comitês, que ainda não sejam públicas e das quais tenha conhecimento em razão de sua atuação
profissional;

Fornecer informações, nos casos legais e de determinação judicial, antecedido de orientação da


área jurídica da CAIXA;

Obter prévia e expressa autorização da área gestora do produto ou serviço para publicação de
estudos, pareceres, pesquisas e demais trabalhos de caráter particular, que envolvam assuntos e/ou
informações restritos ou sigilosos;
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Comunicar qualquer informação privilegiada que possa vir a se tornar ato ou fato relevante ao
Vice-Presidente de Finanças, observando o mandato da Vice-Presidência de Finanças e Controladoria
e a eventual segregação de atividades;

Não fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço ou enquanto
representante em fundos, órgãos estatutários, conselhos e comitês, em benefício próprio, de paren-
tes, de amigos ou de terceiros;

Não veicular junto à imprensa ou disponibilização à terceiros de informação sigilosa, privilegiada,


de ato ou fato relevante concernente à CAIXA, que ainda não tenha sido divulgado de maneira oficial
pelos canais da Instituição caracterizando o vazamento da informação;

Não disseminar informações difamatórias;

Não permitir o acesso de terceiros a sistemas de informações, operações e bancos de dados de


responsabilidade e/ou propriedade da CAIXA, salvo se expressamente autorizado pelo gestor com-
petente.

Não utilizar informações privilegiadas a que tenha acesso para obter vantagens para si ou para
terceiros, em especial nas negociações dos títulos de valores mobiliários emitidos pela CAIXA, sendo
responsável por evitar, no âmbito da sua atuação, que os investidores sejam prejudicados pela prá-
tica de insider trading.

ATIVIDADE PROFISSIONAL PARALELA

Qualquer atividade profissional paralela deve ser formalizada à chefia imediata.

É vedado ao agente público:

Prestar assessoria/consultoria ou outro tipo de serviços à pessoa jurídica ou física, que possa se
beneficiar dos conhecimentos internos e específicos, adquiridos em qualquer área da CAIXA, exceto
nos casos autorizados pela CAIXA;

Estabelecer relações comerciais ou profissionais, diretamente ou por terceiros, com cliente da


CAIXA, seus controladores e empresas do mesmo grupo econômico, quando o agente público tenha
poder de decisão sobre os interesses do cliente no relacionamento com a CAIXA;

Exercer atividade que viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante do cargo de dirigente,
presidente de comitê de auditoria, auditor chefe, ouvidor e corregedor, que exige a precedência das
atribuições do cargo ou função gratificada sobre quaisquer outras atividades;

Transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integridade, moralidade, clareza de posições e


decoro do empregado e dirigente;

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A acumulação de cargo ou emprego público na CAIXA poderá ocorrer no s casos do cargo de pro-
fessor; ou cargo ou emprego privativo de profissional da saúde com profissões regulamentadas; ou
outros casos previstos pelo ordenamento constitucional ou legal.

Atividade de magistério dispensa a consulta acerca da existência de conflito de interesses e o pedido


de autorização para o exercício de atividade paralela, excetuadas as situações que possam suscitar
conflito de interesses.

É permitido o exercício de atividades de magistério pelos dirigentes, respeitadas, além do disposto


na Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013:

A compatibilidade de horários;

As normas atinentes à acumulação de cargos e empregos públicos; e

A legislação específica aplicável ao regime jurídico do cargo ou emprego público ocupado.

O exercício de atividades de magistério para público específico que possa ter interesse em decisão
do agente público, da instituição ou do colegiado do qual participe deve ser precedido de consulta
acerca da existência de conflito de interesses conforme norma interna.

Entende-se por atividade de magistério, ainda que exercida de forma esporádica ou não remunerada:

Docência em instituições de ensino, de pesquisa ou de ciência e tecnologia, públicas ou privadas,


nacionais ou estrangeiras;

Capacitação ou treinamento, mediante cursos, palestras ou conferências para público específico


ou não;

Outras correlatas tais como funções de coordenador, monitor, avaliador, integrante de banca
examinadora de discente, redator ou debatedor.

É também vedado ao agente público o exercício de atividade paralela como:

Consultor financeiro, independentemente da função ou unidade de lotação, incluindo-se nesse


conceito agente de investimentos, corretor de bolsa de valores, analista de mercado, coach finan-
ceiro e demais profissionais de orientação a investimentos financeiros;

Corretor de seguros, independentemente da função ou unidade de lotação;

Corretor de imóveis, independentemente da função ou unidade de lotação;

Sócio, empregado, consultor ou administrador de construtora/incorporadora, independente-


mente do cargo, carreira profissional, função ou unidade de lotação;

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As vedações dispostas no item acima não se aplicam aos dirigentes e demais membros estatutá-
rios do Conglomerado CAIXA quando o ramo do exercício da atividade paralela não guardar relação
direta com os processos e negócios da unidade ou empresa do Conglomerado em que atua, ou
ainda com sua competência decisória.

É vedado negociar por conta própria ou alheia, produtos ou serviços que constituam ato de concor-
rência com a CAIXA ou com o Conglomerado.

A advocacia é incompatível com a atividade de ocupantes de cargo de direção e gerência na CAIXA.

Os ocupantes de cargos de direção e de gerência correspondentes à chefia das Unidades Jurídicas


da CAIXA são exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exer-
çam na CAIXA, durante o período da investidura; em causa própria ou em favor de parentes até 3º
grau, em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou afinidade, desde que a atuação não repre-
sente atividade profissional regular.

É permitido o exercício de advocacia aos empregados e aos membros estatutários do conglo-


merado e da FUNCEF ressalvadas as restrições legais e normativas.

O escritório/banca de advocacia do qual o empregado e o membro estatutário do conglomerado e


da FUNCEF sejam sócios, consultores, administradores ou mesmo empregados, não poderá prestar
serviços para a CAIXA, nem patrocinar ações contra a CAIXA e nem possuir relacionamento bancário
com esta Instituição Financeira, incluindo-se, nesta proibição, a manutenção de conta corrente e/ou
poupança e linhas de crédito.

É incompatível com a atividade na CAIXA, por parte do empregado e do membro estatutário do


conglomerado e da FUNCEF, o exercício de advocacia:

Contra a CAIXA e seu conglomerado, contra a FUNCEF ou contra a União;

Em ações envolvendo a CAIXA quando não decorrer de sua atribuição na condição de advogado
CAIXA;

Em sociedade de escritório que possua ações envolvendo a CAIXA.

É proibido ao agente público manter relação de emprego ou prestação de serviço de advocacia em


organização bancária ou em empresa concorrente da CAIXA.

É permitido o exercício de engenharia e arquitetura ao agente público, ressalvadas as restrições


legais e normativas.

É proibido ao agente público manter relação de emprego ou prestação de serviço de engenharia/ar-


quitetura em organização bancária ou em empresa concorrente da CAIXA.

Estando o agente público nas situações vedadas nos itens acima, o prazo para se desincompatibilizar
é de 6 meses a partir da publicação deste Código, sob informe à Comissão de Conflito de Interesses
para o empregado e Comissão de Ética Pública para o dirigente e o membro estatutário do conglo-
merado e da FUNCEF.

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PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS E ATIVIDADES CUSTEADAS POR TERCEIROS E PELA CAIXA

A participação de agente público em atividades externas, tais como seminários, congressos, pales-
tras, visitas, reuniões técnicas e eventos semelhantes, no Brasil ou no exterior, pode ser de interesse
institucional ou pessoal.

No caso de interesse institucional, o convite para a participação em eventos custeados por instituição
privada deve ser encaminhado à Presidência da CAIXA ou a outra instância ou autoridade por ela
designada, que indica, em caso de aceitação, o representante adequado, tendo em vista a natureza
e os assuntos a serem tratados no evento.

As despesas relacionadas à participação de agente público tais como transporte, estada, alimentação
e taxa de inscrição em eventos que guardem relação com as atribuições de seu cargo, emprego ou
função, promovidos por instituição privada devem ser custeadas pela CAIXA.

No interesse institucional, as despesas de transporte, estada e alimentação, bem como as taxas de


inscrição, podem ser custeadas no todo ou em parte pelo patrocinador do evento, vedado o rece-
bimento de remuneração, se este for:

Organismo internacional do qual o Brasil faça parte;

Governo estrangeiro e suas instituições;

Instituição acadêmica, científica e cultural;

Empresa, entidade ou associação de classe que não mantenha ou pretenda manter relação de
negócio e que não possa ser beneficiária de decisão da qual participe o agente público, seja indivi-
dualmente, seja em caráter coletivo;

Por pessoa física ou jurídica com a qual a CAIXA mantenha relação de negócio, desde que decorra
da natureza de obrigação contratual previamente assumida perante a CAIXA.

Quando o assunto a ser tratado estiver relacionado com suas funções institucionais, o empregado
chefe de unidade, o dirigente e o membro estatutário não podem aceitar convites para jantares,
almoços, cafés da manhã e atividades de natureza similar custeados por terceiros.

O agente público deve sempre informar ao seu superior hierárquico sobre a participação em ativi-
dades de que trata o item acima.

Quando se tratar de evento de interesse pessoal, a participação do agente público em cursos, semi-
nários, congressos ou eventos semelhantes, deve ser custeada pelo próprio interessado, desde que
a atividade não conflite com o exercício do cargo ou função de confiança, nem se valha de informa-
ções privilegiadas, sendo, nestes casos, necessária a comunicação ao gestor, na forma de norma
interna, quando do recebimento do convite pelo empregado e à Comissão de Ética Pública pelo
dirigente e pelo membro estatutário.
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Excepcionalmente, as despesas de remuneração, transporte e estada poderão ser custeadas pelo
patrocinador, desde que:

O empregado comunique à Comissão de Conflito de Interesses, na forma da norma interna, e o


dirigente e o membro estatutário comuniquem à Comissão de Ética Pública, antes do evento, as
condições aplicáveis à sua participação, inclusive o valor da remuneração, se for o caso;

O promotor do evento não tenha interesse em decisão que possa ser tomada pelo agente pú-
blico, seja individualmente, seja de caráter coletivo;

Não haja conflito de interesses com o exercício do cargo ou da função;

Não se trate de instituição que mantenha relacionamento ou interesse comercial com a CAIXA;

O agente público não se valha de informações privilegiadas.

É vedado aceitar convites ou ingressos para atividades de entretenimento como shows, apresenta-
ções e atividades esportivas. Excluem-se dessa vedação:

Os casos em que o agente público se encontre no exercício de representação institucional, hipó-


tese em que fica vedada a transferência dos convites ou ingressos a terceiros alheios à instituição;

Os convites ou ingressos originários de promoções ou sorteios de acesso público, ou de relação


consumerista privada, sem vinculação, em qualquer caso, com a condição de agente público;

Os convites ou ingressos distribuídos por órgão ou entidade pública de qualquer esfera de poder,
desde que observado limite de valor fixado pela Comissão de Ética Pública.

Os convites ou ingressos para atividades de entretenimento, como shows, apresentações, festas,


desfiles carnavalescos e atividades esportivas promovidos pela CAIXA ou decorrente de contrapar-
tida de patrocínio pela CAIXA, desde que a unidade promotora do evento defina os critérios de
distribuição dos convites e ingressos entre os agentes públicos.

As atividades externas de interesse pessoal não podem ser exercidas em prejuízo das atividades na
CAIXA, exceto quando expressamente autorizadas pelo gestor.

A publicidade da remuneração e das despesas de transporte, alimentação e estada será assegurada


mediante registro do compromisso na respectiva agenda de trabalho do dirigente com explicitação
das condições de sua participação.

Os dados sobre despesas com "Diárias, Hotel e Passagens" de eventos externos e internos, realizados
no Brasil e no exterior e custeados pela CAIXA, são publicados no Portal da Transparência do Poder
Executivo Federal.

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Nas participações em eventos de interesse pessoal o agente público deve abster-se de comentar
fatos ou emitir opiniões de assuntos relacionados à CAIXA.

Quando em representação externa, o agente público deve pautar a realização das atividades do
cargo pelo atendimento da missão e dos interesses institucionais.

REDES SOCIAIS

É vedado ao agente público:

Publicar nas redes sociais qualquer assunto ofensivo à imagem da CAIXA e à imagem/reputação
de seus agentes públicos;

Utilizar nas redes sociais as logomarcas da CAIXA;

Comentar/compartilhar nas redes sociais quaisquer assuntos de caráter restrito ou sigiloso rela-
tivo à CAIXA;

Publicar/compartilhar nas redes sociais rotinas de trabalho na CAIXA e do funcionamento das


unidades da CAIXA;

Publicar nas redes sociais fotos e imagens do interior das unidades da CAIXA que fragilizem a
segurança e exponham informações;

Manifestar-se em nome da CAIXA nas redes sociais, salvo nas condições previstas em norma.

BRINDES E PRESENTES

É vedado ao agente público, em razão de suas atribuições, aceitar favores, comissões, gratificações,
vantagens financeiras ou materiais, doações, brindes ou presentes de qualquer natureza, para si ou
para outras pessoas, oferecidos de forma direta ou indireta, resultantes ou não de relacionamentos
com a CAIXA e que influenciam em decisões, facilitação de negócios, beneficiamento de terceiros,
ou causar prejuízo de imagem à Empresa.

Incluem-se como itens vedados: convites de caráter pessoal para viagens, hospedagens e outras
atrações.

As vedações previstas nos itens acima se aplicam igualmente ao cônjuge, companheiro ou parente
por consanguinidade ou afinidade, em linha reta ou colateral até terceiro grau.

A vedação de que trata o Código de Conduta se refere ao recebimento de presente de qualquer


valor, em razão do cargo ou função que ocupa o agente público, quando o ofertante for pessoa,
empresa ou entidade que:

Tenha interesse pessoal, profissional ou empresarial em decisão que possa ser tomada pelo
agente público, individualmente ou de caráter coletivo, em razão do cargo;
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Que seja ofertado de pessoa física ou jurídica que tenha relacionamento com a CAIXA e que
possa representar relacionamento impróprio ou prejuízo financeiro ou de reputação para a CAIXA;

Mantenha relação comercial com a CAIXA e suas subsidiárias;

Represente interesse de terceiros, como procurador ou preposto de pessoas, empresas ou enti-


dades compreendidas nos itens anteriores.

Não se considera presente, para os fins deste Código de Conduta, aquilo que:

Represente prêmio em dinheiro ou bens concedidos por entidade acadêmica, científica ou cul-
tural, em reconhecimento por sua contribuição de caráter intelectual;

Represente prêmio concedido em razão de concurso de acesso público a trabalho de natureza


acadêmica, científica, tecnológica ou cultural;

Seja bolsa de estudo vinculada ao aperfeiçoamento profissional ou técnico, desde que o patro-
cinador não tenha interesse em decisão que possa ser tomada pelo agente público, em razão do
cargo que ocupa.

Seja prêmio recebido da CAIXA ou de suas empresas coligadas, subsidiárias e parceiras como
reconhecimento ao desempenho para obtenção de resultados empresariais, desde que previamente
estabelecido em campanha de incentivo e que seja aprovada nas instâncias decisórias da CAIXA.

É permitida a aceitação de brindes, como tal entendidos aqueles que:

não tenham valor comercial;

sejam distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia,


propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas
comemorativas de caráter histórico ou cultural, e que não ultrapassem o valor
definido em Resolução da CEP ou outra autoridade;

cuja periodicidade de distribuição não seja inferior a 12 meses;

que sejam de caráter geral e, portanto, não se destinem a agraciar exclusivamente


determinado agente público.

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É permitida a aceitação de presentes que sejam recebidos em situação protocolar, quando o agente
público estiver representando a CAIXA e quando houver reciprocidade.

Havendo dúvida se o brinde tem valor comercial de até R$ 100,00, o agente público pode realizar
sua avaliação junto ao comércio, podendo ainda, se julgar conveniente, dar-lhe desde logo o trata-
mento de presente.

Para o presente que, por qualquer razão, não possa ser recusado ou devolvido sem ônus para o
agente público, devem ser adotadas uma das seguintes providências, em razão da natureza do bem:

Tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico, incorporar ao acervo cultural da


CAIXA;

Encaminhar ao acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN para que
este lhe dê o destino legal adequado;

Nos demais casos, promover a sua doação a entidade de caráter assistencial ou filantrópico,
reconhecida como de utilidade pública, desde que, tratando-se de bem não perecível, esta se com-
prometa a aplicar o bem ou o produto da sua alienação em suas atividades fim;

No caso de bem perecível, esse também deve ser doado à entidade de caráter assistencial ou
filantrópico, reconhecida como de utilidade pública, para consumo por aquela;

A incorporação de presente ao patrimônio histórico cultural e artístico, assim como a sua doação
a entidade de caráter assistencial ou filantrópico, reconhecida como de utilidade pública, deve cons-
tar na página de Acesso à Informação, para fins de eventual controle.

USO DE BENS E PATRIMÔNIO DA CAIXA

Todo agente público, deve zelar pela proteção do patrimônio público, com a adequada utilização
das informações, dos bens, equipamentos e demais recursos colocados à disposição para a gestão
eficaz dos negócios realizados em nome da CAIXA.

Os recursos materiais e meios de comunicação e instalações colocados à disposição não devem ser
utilizados para fins estranhos às suas atividades profissionais.

É vedado ao agente público usar tecnologias, metodologias, modelos, know-how e outras informa-
ções de propriedade da CAIXA ou por ela desenvolvidas ou obtidas, para fins particulares ou repassar
a terceiros, mesmo que o agente público tenha participado de seu desenvolvimento.

INVESTIMENTOS PESSOAIS

É vedado ao agente público realizar investimentos pessoais cuja remuneração, ou cotação, possa
ser afetada por decisão ou fato em que tenha tido participação, ou conhecimento, ou ainda que

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tenha obtido informação privilegiada, no exercício de suas atribuições na CAIXA, no conglomerado
e na FUNCEF.

As aplicações em produtos bancários ou financeiros com padrões e normas pré-estabelecidas e ofer-


tadas ao público em geral podem ser mantidas pelo agente público.

RELACIONAMENTO COM CLIENTES, FORNECEDORES, PARCEIROS, UNIDADES DO CONGLO-


MERADO CAIXA, AGENTES PÚBLICOS DE ÓRGÃOS/ENTIDADES E DEMAIS INSTITUIÇÕES

O relacionamento com clientes, fornecedores, parceiros, unidades do conglomerado CAIXA, agentes


públicos de órgãos/entidades e demais instituições deve ser pautado pelos valores éticos e social-
mente responsáveis, estabelecidos pela CAIXA, evitando-se situações que possam caracterizar con-
flito de interesses.

Nos contatos profissionais com representantes de fornecedores, prestadores de serviço, inclusive


empresas de marketing, entidades e empresas patrocinadas ou clientes, o empregado deve estar
obrigatoriamente acompanhado por um segundo empregado, indicado pela chefia imediata e,
quando dirigente e membro estatutário, devem estar obrigatoriamente acompanhados por outro
dirigente, membro estatutário ou empregado.

Em reuniões com clientes que envolvam áreas da matriz e filiais deverá ser obrigatória a presença
de representante da Vice-Presidência Rede de Varejo, quando se tratar de cliente de Varejo, da Vice
Presidência da Habitação, quando se tratar de Médio ou Grande Cliente da Construção Civil, da Vice-
Presidência de Governo, quando se tratar de clientes PJ Pública, empresas estatais, judiciário, bem
como empresas de saneamento, infraestrutura, telecomunicações, óleo e gás e indústria naval e da
Vice-Presidência Negócios de Atacado, quando se tratar dos demais clientes Média e Grande Em-
presas.

Nos contatos profissionais com representantes citados acima e com os clientes na situação descrita
supra deverá ser adotado o registro de ata conforme disposto nesta Norma.

É vedado ao agente público reunir-se sozinho com agentes públicos de órgãos e entidades ou pes-
soas expostas politicamente.

Nas reuniões em que o anfitrião agente público de órgão e entidade ou pessoa exposta politica-
mente não permita a presença de todos os representantes da CAIXA, esta situação deverá ser con-
signada na ata do referido encontro, participando da reunião o representante institucional autori-
zado pelo anfitrião. É dever do agente público, no que couber:

Observar as Diretrizes de Responsabilidade Socioambiental e a Política de Compras Sustentáveis


e Relacionamento com Fornecedores nas suas ações de negociação com fornecedores;

Atuar com isenção e profissionalismo, rejeitando qualquer tentativa ou mesmo aparência de fa-
vorecimento no trato com fornecedores;

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Comunicar-se com fornecedores nas dependências da CAIXA, de forma clara e objetiva ou utili-
zando o telefone ou e-mail comercial;

Observar a Política de Relacionamento com Clientes e Usuários de Produtos e Serviços CAIXA


nas ações de negociação com clientes e usuários de produtos e de serviços;

Manter relacionamento cooperativo e equilibrado com clientes e usuários;

Oferecer tratamento justo e equitativo a clientes e usuários;

Assegurar a conformidade e a legitimidade de produtos e de serviços;

Prestar informações a clientes e usuários de forma clara e precisa, a respeito de produtos e ser-
viços;

Atender demandas de clientes e usuários de forma tempestiva; e

Primar pela inexistência de barreiras, critérios ou procedimentos desarrazoados para a extinção


da relação contratual relativa a produtos e serviços, bem como para a transferência de relaciona-
mento para outra instituição, a pedido do cliente.

Observar a Política de Prevenção ao Conflito de Interesses no relacionamento com/entre as empre-


sas em que a CAIXA participe e nos processos de aquisição; as áreas de risco e de negócios; na
gestão de recursos próprios e na gestão de recursos de terceiros; empresas contratadas, profissionais
contratados e empregados/servidores cedidos para/pela CAIXA.

NEPOTISMO

É vedado nomear para o exercício de Função Gratificada, empregado familiar da autoridade com-
petente pela designação ou ter empregado familiar com ou sem função gratificada sob sua subor-
dinação direta inclusive na eventualidade.

É considerado familiar o cônjuge, o companheiro ou o parente em linha reta ou colateral, por


consanguinidade ou afinidade, até o terceiro grau:

Filho, enteado, neto, bisneto, pais, avôs e bisavôs;

Irmão, tio e sobrinho;

Irmão do cônjuge ou do companheiro;

Sogros, genro e nora;

Cônjuge de: irmão, tio, sobrinho, neto e bisneto.

É vedada, ainda, a nomeação de familiar para o exercício de função gratificada, mediante o ajuste
de designações recíprocas, inclusive nas empresas subsidiárias.

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CORRUPÇÃO, SUBORNO, ASSÉDIO

É dever do agente público, no que couber:

Pautar o relacionamento com órgãos, entidades e empresas na observação dos princípios da


legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, assegurando ampla transparência
de informação à sociedade;

Jamais atrair clientes, ou manter os atuais, mediante o oferecimento de benefícios não permitidos
pelos normativos vigentes;

Denunciar, por meio dos canais disponibilizados pela CAIXA, quaisquer atos contrários ao inte-
resse público, a esse Código e ao Código de Ética da CAIXA, comportamentos que revelem indícios
de corrupção e situações irregulares que favoreçam conflito de interesses, praticados por superiores
hierárquicos, colegas, contratados ou prestadores de serviços.

No caso de denúncia, serão garantidos o sigilo e a confidencialidade das informações prestadas.

É vedado ao agente público:

Adotar práticas de corrupção e a lavagem de dinheiro;

Oferecer ou receber suborno, inclusive em relacionamentos internacionais, mesmo que a prática


não seja vedada no país onde se desenvolve o relacionamento comercial;

Praticar qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física d e humilhação, coação ou
ameaça;

Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação,
prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro empregador para o mesmo fim.

Receber transporte, hospedagem, refeições ou quaisquer favores de particulares, inclusive de


clientes, fornecedores ou prestadores de serviços, de forma a permitir situação que possa gerar dú-
vida sobre a sua probidade ou honorabilidade.

CRÍTICAS À REPUTAÇÃO DE EMPREGADO E À IMAGEM DA CAIXA, ATENDIMENTO DE INTE-


RESSE PARTICULAR, DÚVIDA QUANTO À INTEGRIDADE

É dever do agente público:

Não apresentar comportamento que prejudique o ambiente de trabalho e a formulação de críti-


cas à reputação de colegas, superiores e à CAIXA;

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Utilizar os canais corporativos adequados para suas eventuais manifestações, de maneira cordial
e fundamentada.

É vedado ao agente público:

Desviar colega, prestador de serviço, estagiário ou jovem aprendiz para atendimento a interesse
particular;

Exercer atividade paralela que provoque dúvida a respeito da integridade, moralidade, clareza de
posições e decoro do empregado ou dirigente;

Dar causa à instauração de Análise Preliminar, Processo Disciplinar e Civil ou Processo de Apura-
ção Ética contra alguém de fato irregular de que o sabe inocente ou inexistente;

Adotar conduta discriminatória relacionada à origem, raça, gênero, cor, idade, religião, credo,
classe social, incapacidade física;

Participar de licitações e de ser contratada pela CAIXA, a empresa, cujo administrador ou sócio
seja, agente público.

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Constitui em enriquecimento ilícito e, portanto, é vedado ao agente público, no que couber:

Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem
tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decor-
rente das atribuições do agente público;

Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para:

a) facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços


pelas empresas do conglomerado CAIXA;

b) facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente
estatal;

c) intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material d e qualquer


natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das empresas do conglomerado CAIXA, bem
como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas empresas;

Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para:

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a) tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando,
de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

b) fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço,
ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos
a qualquer das empresas do conglomerado CAIXA;

c) omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

Adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública,
bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do
agente público;

Incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das empresas do conglomerado CAIXA;

Usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
empresas do conglomerado CAIXA.

PREJUÍZO AO ERÁRIO

Constitui em prejuízo ao erário e, portanto, é vedado ao agente público, no que couber:

Facilitar ou concorrer por qualquer forma e fora das hipóteses legais para:

a) a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou


valores integrantes do acervo patrimonial das empresas do conglomerado CAIXA;

b) a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou


valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

Permitir ou concorrer para:

a) que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das empresas do conglomerado CAIXA, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

b) que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ai nda que de fins educa-
tivos ou assistenciais, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das empresas do
conglomerado CAIXA, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espé-
cie;

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Permitir ou facilitar fora das hipóteses legais:

a) a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das empresas do


conglomerado CAIXA, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de
mercado;

b) a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

Realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;

Conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regu-
lamentares aplicáveis à espécie;

Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias


com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

Ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

Agir negligentemente na:

a) arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio
público;

b) celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administra-
ção pública com entidades privadas;

Liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular;

Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

Permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma-
terial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das empresas do conglo-
merado CAIXA, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por
essas entidades;

Celebrar:

a) contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio
da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

b) contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem
observar as formalidades previstas na lei;

c) parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.

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ATOS CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

É proibido ao agente público, no que couber:

Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto na regra de
competência;

Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer
em segredo;

Negar publicidade aos atos oficiais;

Frustrar a licitude de concurso público;

Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo.

RESPONSABILIDADE SÓCIO EMPRESARIAL

É vedado ao agente público:

Contratar fornecedores e/ou estabelecer parcerias que pratiquem trabalho infantil, escravo ou
análogo, que adotem práticas contrárias à Carta Internacional dos Direitos Humanos, assim como os
Estatutos do Idoso e da Criança e do Adolescente.

ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA

Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, que atentem contra o pa-
trimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil e, portanto, vedados ao agente público:

Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a


terceira pessoa a ele relacionada;

Comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática


dos atos ilícitos previstos nesta Lei;

Comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular


seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;

Dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou


intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização
do sistema financeiro nacional.

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No tocante a licitações e contratos é vedado ao agente público:

Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter com-
petitivo de procedimento licitatório público;

Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;

Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qual-
quer tipo;

Fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;

Criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou
celebrar contrato administrativo;

Obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações


de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório
da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou

Manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a admi-


nistração pública.

PADRÕES ESPECÍFICOS DE CONDUTA

O agente público, para o exercício de suas atividades na administração e gestão de ativos de tercei-
ros, no risco, nas operações de tesouraria, nas típicas de banco de investimento, nas ofertas públicas
pela emissora ou ofertante, sem prejuízo da aplicação do disposto no Padrão Geral de Conduta
previsto neste código, devem observar as normas reguladoras, autorreguladoras e internas que lhes
sejam aplicáveis.

DIRIGENTES E MEMBROS ESTATUTÁRIOS DO CONGLOMERADO

Cientes de todos os termos e consequências do presente Código, os dirigentes e membros estatu-


tários devem pautar suas ações como exemplo de conduta proba, honesta, eficiente, ética e moral
para todos os empregados, clientes e cidadãos.

Por ocasião de eventual procedimento administrativo com intuito de apurar situações de possível
conflito de interesses ou descumprimento de normas ou leis, os dirigentes e os membros estatutários
autorizam acesso aos seus dados fiscais, bancários, telefônicos e de dados, pertinentes ao objeto da
apuração, sempre que a autoridade responsável pela instauração do procedimento administrativo
assim determinar, nos estritos limites do necessário para os esclarecimentos dos fatos.

As informações obtidas restarão protegidas por sigilo e não serão reveladas sem o consentimento
dos interessados, salvo os casos legalmente previstos.

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O dirigente e o membro estatutário que mantiverem participação superior a cinco por cento do
capital de qualquer sociedade devem informar tal fato à Comissão de Ética Pública.

O dirigente e o membro estatutário que receberem salário ou qualquer outra remuneração de fonte
privada deve informar tal fato à Comissão de Ética Pública, exceto remuneração proveniente de par-
ticipação em conselhos de empresas em que a CAIXA detenha participação societária ou direito de
indicar representantes; e prêmio recebido da CAIXA ou de suas empresas coligadas, subsidiárias e
parceiras conforme descrito acima.

O dirigente deve abster-se de exercer trabalho ou prestar serviços de consultoria, de assessoria, de


assistência técnica e de treinamento, exceto nas atividades de magistério e nas situações analisa das
e aprovadas pela Comissão de Ética Pública.

O membro estatutário deve abster-se de exercer trabalho ou prestar serviços de consultoria, de as-
sessoria, de assistência técnica e de treinamento, exceto nas atividades de magistério e nas situações
analisadas e aprovadas pela Comissão de Ética Pública, considerando ainda o disposto em item
acima deste Código.

É expressamente vedado:

O investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política gover-
namental ou relacionamentos comerciais mantidos pela CAIXA a respeito do qual tenha informações
privilegiadas, em razão da ocupação do cargo de dirigente e de membro estatutário;

Utilizar informações privilegiadas para qualquer fim, ou se valer do ca rgo de dirigente e de


membro estatutário em benefício próprio ou de terceiros;

Comentar com terceiros assuntos internos que envolvam informações confidenciais ou que pos-
sam vir a antecipar algum comportamento do mercado;

Usar ou divulgar, a qualquer tempo, em proveito próprio ou de terceiros, informação privilegiada


obtida em razão das atividades exercidas, ainda que após seu desligamento das atividades de diri-
gente e de membro estatutário;

Receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de particulares de forma a permitir situ-


ação que possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade;

Utilizar-se de membro de sua equipe para tratar de assuntos particulares.

Em relação aos investimentos pessoais, o dirigente e o membro estatutário devem, ainda, observar
a Resolução CVM nº 44, de 23/08/2021, e outras que vierem substituir e/ou complementá-la, bem
como as diretrizes contidas em norma interna; devem ainda atender integralmente ao CCAAF e ao
disposto na Resolução nº 15, de 1º de fevereiro de 2020.

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Além das medidas descritas em item acima, o dirigente e o membro estatutário poderão prevenir a
ocorrência de conflito de interesses, adotando a seguinte providência em até 6 meses a partir da
publicação deste Código:

transferir a administração dos bens e direitos que possam suscitar conflito de interesses para
instituição financeira ou administradora de carteira de valores mobiliários autorizada a funcionar
pelo BACEN ou pela CVM, conforme o caso, mediante instrumento contratual que contenha cláusula
que vede a interferência do dirigente e do membro estatutário em qualquer decisão de investimento,
assim como o seu prévio conhecimento de decisões tomadas pela instituição administradora a res-
peito da gestão dos bens e direitos.

O dirigente e o membro estatutário devem guardar sigilo das informações privilegiadas e ato ou fato
relevante aos quais tenham acesso em razão do cargo ou posição que ocupam, até sua efetiva di-
vulgação ao mercado.

O dirigente e o membro estatutário devem divulgar e manter arquivadas nas respectivas Consultorias
as agendas de reuniões e encontros com pessoas físicas e jurídicas que tenham qualquer tipo de
interesse junto à CAIXA, mantendo registro sumário das matérias tratadas, bem como informando
necessariamente o nome do acompanhante e relação das pessoas presentes, que ficarão disponíveis
aos interessados.

No relacionamento com outros órgãos públicos e privados, empresas e outras entidades, o dirigente
e o membro estatutário devem esclarecer a existência de eventual conflito de interesses, bem como
comunicar ao colegiado qualquer circunstância ou fato impeditivo de sua participação em decisão
coletiva ou em órgão colegiado.

As eventuais divergências entre os dirigentes e os membros estatutários serão resolvidas interna-


mente, mediante coordenação administrativa, não lhes cabendo manifestar-se publicamente sobre
matéria que não seja afeta a sua área de competência.

É vedado ao dirigente e ao membro estatutário opinarem publicamente a respeito:

Dá honorabilidade e do desempenho funcional de outros membros ou das autoridades públicas


federais e;

Do mérito de questão que lhe será submetida para decisão individual ou em órgão colegiado.

É também vedado aos dirigentes e aos demais membros estatutários divulgar, sem autorização do
órgão competente da CAIXA, informação que possa causar impacto na cotação dos títulos da em-
presa e em suas relações com o mercado ou com consumidores e fornecedores, à qual caberá:

Resguardar o sigilo das informações relativas a ato ou fato relevante às quais tenha acesso pri-
vilegiado em razão do cargo, função ou emprego público que ocupe até a divulgação ao mercado;
e

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Comunicar qualquer ato ou fato relevante de que tenha conhecimento ao Diretor de Relações
com Investidores da CAIXA, que promoverá sua divulgação, ou na hipótese de omissão deste, à
Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

As propostas de trabalho ou de negócio futuro no setor privado destinadas aos dirigentes e mem-
bros estatutários, bem como qualquer negociação que envolva conflito de interesses, devem ser
imediatamente informadas a Comissão de Ética Pública, independentemente da sua aceitação ou
rejeição.

Após deixar o cargo de dirigente e de membro estatutário, no período de seis meses, não poderá
desenvolver nenhum tipo de atividade profissional que eventualmente possa ensejar conflito de in-
teresses com as atividades da CAIXA.

No período de seis meses, contado da data da dispensa, exoneração, destituição, demissão ou apo-
sentadoria de cargo de dirigente e de membro estatutário, configura conflito de interesses, salvo
quando expressamente autorizado pela Comissão de Ética Pública:

Prestar, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço a pessoa física ou jurídica com quem
tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo de dirigente e de mem-
bro estatutário na CAIXA;

Aceitar cargo de administrador ou conselheiro ou estabelecer vínculo profissional com pessoa


física ou jurídica que desempenhe atividade relacionada à área de competência do cargo de dirigente
anteriormente ocupado;

Celebrar com as empresas do conglomerado CAIXA contratos de serviço, consultoria, assessora-


mento ou atividades similares;

Intervir, direta ou indiretamente, em favor de interesse privado perante a CAIXA ou órgão com o
qual tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo de dirigente.

Todo ato de posse ou investidura em função de dirigente e de membro estatutário deve ser acom-
panhado da assinatura do termo de ciência e concordância com as normas estabelecidas pelo Có-
digo de Conduta da Alta Administração Federal (arquivo apensado à norma), pelo Código de Ética
da CAIXA e por este Código.

Em caso de dúvida, o dirigente e o membro estatutário devem solicitar informações adicionais e


esclarecimentos à Comissão de Ética Pública.

Os Vice-Presidentes e Diretores da CAIXA podem atuar em, no máximo, 03 Conselhos/Comitês de


empresas participadas, coligadas, investidas e/ou FUNCEF, sendo, no máximo, 02 remunerados.

VICE-PRESIDÊNCIA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO


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Os empregados e dirigentes lotados na Vice-Presidência e nas unidades subordinadas à Vice-Presi-
dência de Fundos de Investimento, observam, além das normas expressas neste Código, ao disposto
no Código de Conduta da Vice-Presidência de Fundos de Investimento.

VICE-PRESIDÊNCIA RISCOS

Os empregados envolvidos nos processos de análise de risco de crédito e renegociação não devem
se manifestar previamente sobre matéria sujeita a sua decisão ou de cujo processo decisório venha
a participar, a não ser com as pessoas que participam ou participarão conjuntamente da análise da
matéria.

As atividades da Vice-Presidência de Riscos não devem ser desempenhadas por empregado que
atue em atividades negociais, de modo a resguardar a isenção de opinião e a integridade do empre-
gado e da CAIXA.

Apenas os Agentes de Compliance podem ter lotação física em unidades não vinculadas à Vice-
Presidência Riscos Eventual lotação física temporária de empregado da Vice-Presidência Riscos para
participar de projetos estratégicos, grupos de trabalho e/ou outras atividades corporativas, poderá
ser autorizada excepcionalmente em decisão conjunta do Superintendente Nacional de vinculação
do empregado, Diretor Executivo e Vice-Presidente da Vice-Presidência Riscos.

Os empregados da Vice-Presidência Riscos lotados na matriz, incluindo Vice-Presidente e Diretor


Executivo, são impedidos de realizar atendimento a clientes da CAIXA e PEP (pessoas expostas poli-
ticamente) para tratar de assuntos relacionados a operações de crédito e renegociações.

O atendimento pessoal a clientes da CAIXA, seja visitando-os ou sendo visitado por eles, quando
necessário, será feito exclusivamente por empregados das Centralizadoras Nacionais de Risco de
Crédito e Recuperação de Ativos de Crédito, sendo no mínimo dois e um deles com função gerencial,
obrigatoriamente acompanhados de representante da área negocial.

Eventual atendimento, conforme definido acima, realizado por representantes das Centralizadoras
Nacionais de Risco de Crédito e Recuperação de Ativos de Crédito, deverá ser registrado em sistema
de ata eletrônico, com numeração sequencial em âmbito nacional.

O empregado da área de avaliação de riscos que participa das decisões para atribuição de rating e
limites para empresas e operações de crédito não deve participar de negociações e estruturação de
operações com clientes.

Todas as reuniões entre empregados da Vice-Presidência Riscos e empregados de outras unidades


do conglomerado CAIXA deverão ser registradas em sistema de ata eletrônico, com numeração se-
quencial em âmbito nacional, e deverá ter mais de um representante da VICOR.

A ata deverá conter no mínimo: data, local, participantes e resumo dos assuntos tratados.

Em relação ao processo de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD):

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a) As informações obtidas no processo de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD) não devem ser
utilizadas/compartilhadas externa ou internamente;

b) O empregado que atua na PLD deve preservar o sigilo das comunicações efetuadas às autoridades
responsáveis, sem revelar ou dar ciência da ocorrência aos clientes ou envolvidos;

c) O empregado que atua na PLD deve preservar o sigilo das partes envolvidas em denúncias.

As solicitações de informações e esclarecimentos acerca de avaliações de risco de crédito deverão


ser solicitadas via sistema interno.

SUPERINTENDÊNCIA OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Os padrões de conduta a seguir definidos se destinam aos empregados lotados na Superintendência


Operações Financeiras e nas áreas subordinadas (Gerências Nacionais), no desempenho das ativida-
des administrativas e de negócios realizados em nome da CAIXA, em suas de pendências ou fora
dela, no intuito de preservar a excelência da qualidade, a ética e o profissionalismo na gestão e
administração dos recursos de tesouraria, câmbio e mercado de capitais.

As condutas relacionadas abaixo ferem a preservação dos padrões éticos, profissionais e das boas
práticas de mercado e governança corporativa, sendo caracterizados, ainda, como impedimentos:

a) realizar diretamente ou por meio de terceiros, operações com instrumentos financeiros derivativos
ou derivativos embutidos, ações de qualquer espécie e cotas de fundos cotados em bolsa para inte-
resse próprio com prazo mínimo de retenção do instrumento inferior a 90 dias corridos;

b) alienar ou resgatar títulos privados, adquiridos por meio de Oferta Pública, antes do prazo mínimo
de 90 dias corridos de retenção dos títulos, a fim de evitar possíveis questionamentos relacionados
à manipulação do mercado de valores mobiliários e ao uso indevido de informações privilegiadas;

c) realizar diretamente ou por meio de terceiros, operações de day trade de qualquer espécie para
interesse próprio;

d) realizar operações com corretoras cadastradas a operar com a Superintendência Operações Fi-
nanceiras para interesse próprio, exceto no caso de aquisição de ações e cotas de fundos fechados
com distribuição em oferta pública, desde que as ações sejam mantidas pelo prazo mínimo de 90
dias corridos;

e) participar de almoços, jantares, reuniões, solenidades, seminários ou encontros patrocinados por


clientes, instituições concorrentes ou quaisquer pessoas que tenham interesse junto à CAIXA, sem a
devida observância ao disposto no Código;

f) comentar com pessoas não relacionadas sobre os assuntos da Superintendência, sobre as opera-
ções proprietárias ou de clientes, assim como as estratégias de atuação da Superintendência Ope-
rações Financeiras;

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g) divulgar ou repassar qualquer informação sigilosa de clientes ou operações do mercado financeiro
e de capitais realizadas no âmbito desta Superintendência Nacional;

h) divulgar informações sobre as operações em estruturação durante o período de silêncio até que
a oferta pública seja divulgada ao mercado;

i) concretizar ou negociar operações da CAIXA, por mensagens de texto, celular, tablets ou similares;

j) utilizar-se de informações ou bens sob administração da Superintendência em proveito próprio


ou de terceiros, mesmo após desligar-se da área;

k) ter participação societária em empresas que tenham como objetivo serviços ou produtos ligados
ao mercado financeiro ou de capitais, ou em atividades correlatas ao mercado financeiro ou de ca-
pitais, que gerem conflitos ou potenciais conflitos de interesses, em relação às atividades exercidas
na CAIXA;

l) transitar informações por fora das Caixas Postais das Unidades, de natureza corporativa ou inerente
às atividades, sem observância do contido em normas internas;

m) realizar análises de títulos e valores mobiliários sem a devida certificação profissional requerida.

Não se aplicam restrições à:

a) aplicação em Fundos de Investimento abertos, constituídos com base na Instrução CVM 409, Tí-
tulos de renda fixa, tais como Títulos de Emissão do Tesouro Nacional por meio da ferramenta Te-
souro Direto, LCI, CDB, RDB, CRI e Debêntures;

b) realização de operações com instrumentos derivativos e ações de qualquer espécie e cotas de


fundos fechados para interesse próprio, com prazo mínimo de retenção do instrumento superior a
90 dias corridos;

Cabe aos empregados lotados na Superintendência Operações Financeiras e nas áreas subordinadas
(Gerências Nacionais):

a) atender às ligações telefônicas com cortesia;

b) evitar a utilização de procedimentos que possam vir a configurar a criação de condições artificiais
de mercado, manipulação de preços, realização de operações fraudulentas e uso de práticas não
equitativas em operações de mercado financeiro;

c) identificar com precisão os objetivos e intenções dos clientes, a fim de auxiliar adequadamente às
SR e Agências/PA a recomendarem os produtos e serviços mais adequados aos clientes;

d) manter em perfeita ordem o registro das operações realizadas, a fim de possibilitar consulta pos-
terior ao mesmo;

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e) manter em sigilo informações referentes aos clientes e à CAIXA, exceto no caso de requisição
formal de órgão externo após devidamente autorizado pela CAIXA, tais como BACEN, CMN, CVM,
TCU, CGU, ANBIMA, dentre outros, ou ante cumprimento de ordem judicial;

f) obedecer às normas legais ou regulamentares que regem suas atividades, bem como os manuais
normativos;

g) obter prévia e expressa autorização da Superintendência Nacional de Operações de Tesouraria


para publicação de estudos, pareceres, pesquisas e demais trabalhos, de sua autoria ou não, que
envolvam assuntos relacionados às atividades da área;

h) cumprir estritamente todas as normas legais e regulamentares emanadas de entidades governa-


mentais, tais como, CMN, BACEN, CVM, Tesouro Nacional, e das não governamentais, tais como,
ANBIMA, B3SA, e demais entidades que regulem suas atividades profissionais.

i) notificar seu Gerente Nacional ou seu Superintendente Nacional (no caso de empregados com
função gratificada de Gerente Nacional ou lotados na SUOPE), sobre situações ou comportamentos
que possam, de alguma forma, configurar conflitos ou potenciais conflitos de interesse ou inobser-
vância ao presente Código.

Cabe aos Gerentes Nacionais e/ou seus substitutos eventuais:

a) realizar reunião anual com os empregados lotados na respectiva Gerência Nacional para reforço
das orientações contidas neste Código;

b) realizar reunião periódica com os empregados lotados na respectiva Gerência Nacional sempre
que houver atualizações relevantes deste capítulo;

c) registrar em Ata as reuniões citadas nos itens anteriores e incluí-las no Sistema de Gestão da Ética
– SIETI;

d) disponibilizar exemplar deste normativo a todos os empregados sob sua gestão, orientando a
assinatura do Termo de Ciência do Código de Conduta da CAIXA;

e) dar ciência imediata deste normativo aos novos empregados sob sua gestão, orientando a assi-
natura do Termo de Ciência do Código de Conduta da CAIXA;

f) proceder conforme disposto nesta norma no caso de recusa por parte de qualquer empregado
em assinar Termo de Ciência do Código de Conduta da CAIXA;

g) levar ao conhecimento do Superintendente Nacional as notificações recebidas de seus emprega-


dos, mencionadas na alínea “i” acima, e, em conjunto, decidir qual procedimento deve ser adotado,
tomando por base o disposto neste normativo e todos os outros relacionados;

h) dar conhecimento ao empregado que efetuou a notificação sobre o acatamento ou não das ra-
zões da notificação;

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i) em sendo procedente a notificação recebida, apurar os fatos, tomando por base normas internas,
conforme o caso, e garantindo, sob qualquer hipótese, o sigilo quanto a identificação do denunci-
ante;

j) efetuar correções tempestivas dos desvios de condutas identificados no desempenho das ativida-
des dos empregados sob sua gestão.

Cabe ao Superintendente Nacional da Superintendência Nacional Operações Financeiras:

a) mediar e conciliar situações que envolvam questões para as quais este Código seja omisso;

b) realizar reunião anual ou sempre que houver novas atualizações deste Código, com os Gerentes
Nacionais da Gerência Nacional Suporte Tesouraria e da Gerência Nacional Tesouraria, e com os
empregados lotados na Superintendência Nacional Operações Financeiras, repassando e reforçando
todas as orientações contidas neste normativo;

c) registrar em Ata as reuniões citadas no item anterior e incluí-las no Sistema de Gestão da Ética –
SIETI;

d) disponibilizar exemplar deste normativo para todos os empregados sob sua gestão, orientando
sobre a assinatura do Termo de Ciência do Código de Conduta da CAIXA.

e) dar ciência imediata deste normativo aos novos empregados sob sua gestão, orientando a assi-
natura do Termo de Ciência do Código de Conduta da CAIXA;

f) proceder conforme disposto nesta norma no caso de recusa por parte de qualquer empregado
em assinar o Anexo II;

g) decidir sobre as situações descritas nos itens acima, alíneas “i” e “g” respectivamente e, sendo
procedentes, solicitar ou apurar os fatos, tomando por base norma interna, conforme o caso, e ga-
rantindo, sob qualquer hipótese, o sigilo quanto a identificação do denunciante;

h) efetuar correções tempestivas dos desvios de condutas identificados no desempenho das ativi-
dades dos empregados sob sua gestão.

A recusa em assinar o Termo de Ciência do Código de Conduta da CAIXA” não exime o empregado
da observância do contido neste normativo, podendo o ateste ocorrer por aposição de assinatura
do gestor da Gerência Nacional ou Superintendência Nacional de lotação do empregado na pre-
sença de 2 testemunhas.

Após a assinatura do Termo de Ciência, o empregado terá o prazo de 60 dias corridos para o en-
quadramento de suas atividades em cumprimento de todas as exigências contidas neste Código.

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DISPOSIÇÕES FINAIS

As violações a este Código de Conduta cometidas por empregado serão submetidas à avaliação do
gestor que deliberará sobre o encaminhamento da ocorrência para abertura de procedimento de
apuração de responsabilidade disciplinar e civil, e de processo de apuração ética, conforme normas
internas.

As violações a este Código de Conduta cometidas por Presidente, Vice-Presidentes e Diretores serão
submetidas à apreciação do Comitê de Correição.

As violações a este Código de Conduta cometidas por membro estatutário serão submetidas à apre-
ciação do Conselho de Administração.

A responsabilização do agente público em situação de conflito de interesses é considerada impro-


bidade administrativa e a penalização é a de rescisão do contrato de trabalho conforme os termos
da Lei 12.813/13.

Cabe aos gestores manterem os empregados devidamente informados e esclarecidos sobre o con-
teúdo do presente Código de Conduta, orientando-os sobre a necessidade de leitura e reflexão
constantes sobre as prescrições nele estabelecidas.

Este Código de Conduta deve constar como anexo nos contratos de prestação de serviços da CAIXA,
de forma a também orientar a conduta dos prestadores de serviço.

O Conselho de Administração é competente para discutir, aprovar e monitorar decisões relativas ao


Código de Conduta da CAIXA.

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Vamos agora tratar sobre a Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) da
Caixa Econômica Federal.

1) Objetivos

A Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) visa orientar a atuação da


CAIXA e das empresas que compõem o seu Conglomerado Prudencial, incorporando a responsabi-
lidade social, ambiental e climática na estratégia, gestão, negócios, produtos, serviços, processos,
operações, atividades e no relacionamento com as partes interessadas, no intuito de promover a
sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável.

Além das orientações desta Política, a atuação da CAIXA respeita o disposto na legislação referente
a responsabilidade e risco social, ambiental e climático, inclusive no que diz respeito à elaboração e
celebração de contratos identificados pela CAIXA como de significativa exposição a risco social, am-
biental e/ou climático.

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2) Motivação

A elaboração da PRSAC CAIXA atende à Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) nº 4.945,
de 15 de setembro de 2021, no que se refere ao estabelecimento e implementação da PRSAC, bem
como aos objetivos estratégicos de “Fortalecer a CAIXA como Banco Social” e de “Fortalecer a Go-
vernança, Rentabilidade e Eficiência”.

A PRSAC alinha-se, ainda, ao posicionamento corporativo de “Sustentabilidade”, que visa maximizar


a geração de valor à sociedade e ao meio ambiente, assegurando o equilíbrio econômico, social e
ambiental em suas atividades, produtos e serviços.

3) Revisão da PRSAC

A PRSAC é revisada, no mínimo, a cada 3 (três) anos ou quando da ocorrência de eventos relevantes,
incluindo:

Oferta de novos produtos ou serviços relevantes;

Modificações relevantes nos produtos, serviços, atividades ou processos da Instituição;

Mudanças significativas no modelo de negócios da Instituição ou no planejamento estratégico


corporativo;

Reorganizações societárias significativas;

Mudanças políticas, legais, regulamentares, tecnológicas ou de mercado, incluindo alterações


significativas nas preferências de consumo, que impactem de forma relevantes negócios da institui-
ção, tanto positiva quanto negativamente; e

Alterações relevantes em relação à dimensão e à exposição aos riscos social, ambiental e climá-
tico.

4) Diretrizes da PRSAC

A Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (RSAC) consiste em modelo de gestão e realização


de negócios da empresa, que incorpora considerações sociais (respeito, proteção, promoção de di-
reitos e garantias fundamentais e de interesse comum), ambientais (preservação e reparação do meio
ambiente, incluindo sua recuperação) e climáticas (contribuições institucionais para uma economia
de baixo carbono – redução/compensação – e redução dos impactos ocasionados por intempéries
e alterações ambientais de longo prazo) em seus processos decisórios, bem como a responsabilidade
pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente.

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A CAIXA mantém, aprimora e implementa sua Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Cli-
mática, visando garantir que:

Os negócios, processos, atividades e relacionamentos com as partes interessadas incorporem a


responsabilidade social, ambiental e climática, de modo a assegurar a atuação e o desenvolvimento
sustentável, prezando pelo respeito ao meio ambiente, pela proteção e conservação dos ecossiste-
mas, dos recursos hídricos, da biodiversidade e da adaptação às mudanças climáticas do País;

As estratégias sejam direcionadas a estimular a adesão das partes interessadas a boas práticas
sociais, ambientais e climáticas, além da legislação inerente ao tema;

A atuação seja pautada na redução das desigualdades sociais e erradicação da pobreza, com
foco em disponibilizar acesso a oportunidades de desenvolvimento socioeconômico para grupos
e/ou indivíduos em situação de vulnerabilidade;

A promoção da cidadania e do acesso a serviços financeiros impulsionem a inclusão socioeco-


nômica e financeira da população, por meio do fomento à bancarização, da oferta de produtos ade-
quados às suas necessidades e do estímulo à educação financeira para o consumo responsável e
consciente;

A acessibilidade ao ambiente físico da CAIXA, à informação, à comunicação, a sistemas, tecnolo-


gias, serviços e produtos seja promovida, garantindo a segurança, a autonomia e a igualdade de
oportunidade;

As ações sociais voluntárias promovidas por empregados CAIXA sejam incentivadas como meio
de gerar valor para a sociedade;

Seja repelida toda e qualquer violação de direitos e garantias fundamentais, atos lesivos a inte-
resse comum e práticas de atos discriminatórios e reprovada toda e qualquer prática que descumpra
a legislação ambiental ou climática ou ameace a integridade e o equilíbrio dos ecossistemas naturais;

A estrutura de gerenciamento de riscos identifique, mensure, avalie, monitore, reporte, controle


e mitigue os riscos sociais, ambientais e climáticos, garantindo o alinhamento à legislação vigente, à
estratégia corporativa e às boas práticas de mercado, sendo vedado o relacionamento com partes
interessadas para as quais sejam evidenciadas práticas que não estejam aderentes às exigências de
caráter social, ambiental e climático;

O envolvimento com entidades e órgãos governamentais e com reguladores seja realizado de


modo transparente e colaborativo, assegurando a atuação da CAIXA como um dos principais agentes
financiadores e promotores de políticas públicas em prol do desenvolvimento sustentável do País,
observando, para tanto, os instrumentos e formalidades legais pertinentes;

Os pactos, compromissos e acordos firmados pela CAIXA voltados para a responsabilidade social,
ambiental e climática sejam firmados em conformidade aos princípios e diretrizes da PRSAC CAIXA.

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As empresas integrantes do Conglomerado Prudencial da CAIXA adotam estas diretrizes de Respon-
sabilidade Social, Ambiental e Climática em sua estratégia e em seus processos, atividades, negócios
e relacionamentos.

Para a implantação das diretrizes socioambientais e climáticas são adotadas ações proporcionais ao
modelo de negócio, à natureza das operações e à complexidade dos produtos, dos serviços, das
atividades e dos processos da instituição, as quais são transparentes e amplamente divulgadas pela
CAIXA.

5) RSAC Nos Negócios Processos, Atividades e Relacionamentos com Partes Interessadas

Nos negócios, processos, atividades e relacionamentos com partes interessadas, a CAIXA:

Atua para promover melhorias contínuas em processos para redução e mitigação dos impactos
econômicos, sociais, ambientais e climáticos diretos e indiretos em suas atividades;

Atua, por meio da Alta Administração, para assegurar que a estrutura remuneratória adotada
pela Instituição não incentive comportamentos incompatíveis com a PRSAC;

Atua na capacitação de empregados, dirigentes, parceiros, estagiários e aprendizes, bem como


dos prestadores de serviços, por meio dos prepostos das empresas terceirizadas, para a implemen-
tação da PRSAC;

Adota indicadores de eficiência corporativa que consideram o uso de recursos naturais e mate-
riais (água, energia, resíduos) em sua mensuração;

Promove programas e ações que visem estimular a preservação do meio ambiente e a neutrali-
zação de gases de efeito estufa emitidos pelo banco e/ou por seus negócios; atua para promover
ambiente de trabalho saudável e seguro para seus colaboradores;

Adota estratégias para o engajamento de seus fornecedores, induzindo a adoção de práticas que
visem à mitigação das mudanças climáticas e à segurança hídrica, como a análise dos riscos e opor-
tunidades e a ampliação de conhecimentos e experiências;

Avalia a definição de setores restritos em decorrência de aspectos de natureza social, ambiental


ou climática, para realização de negócios pela Instituição;

Aplica regras específicas para aprovação de crédito, a depender do cliente, do setor e da opera-
ção pretendida, ofertando apoio financeiro condicionado à avaliação de risco social ambiental e cli-
mático, dentre outras avaliações, além do cumprimento de requisitos previstos por lei;

Observa a legislação pertinente à responsabilidade social, ambiental e climática em seus negócios


com empresas ou pessoas;

Avalia, na criação ou revisão de produtos e serviços, a existência de impactos sociais, ambientais


e climáticos e a possibilidade de criação de condições diferenciadas que gerem engajamento em
aspectos ESG;
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Realiza o inventário de emissão de gases causadores do efeito estufa e considera seu resultado
em seu planejamento estratégico;

Atua com vistas a contribuir para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, consi-
derando, na aquisição de bens, serviços e obras e no relacionamento com fornecedores, os aspectos
relacionados a seguir:

Valorização do ser humano, do equilíbrio econômico-financeiro e do meio ambiente;

Promoção da máxima eficiência no uso dos recursos naturais e de materiais deles derivados;

Geração de resultados sustentáveis ao longo do tempo;

Incentivo à redução, reutilização, reciclagem e destinação adequada de resíduos, bem como à


aquisição de bens cujos materiais sejam atóxicos ou biodegradáveis, que favoreçam a economia de
insumos e energia, produzam menos poluentes e utilizem o conceito de tecnologia ou produção
mais limpa, buscando minimizar os potenciais impactos ambientais negativos;

Incentivo à logística inversa e logística reversa;

Economia da manutenção e operacionalização da edificação e redução do consumo de energia


e água nas contratações de obras e serviços de engenharia, por meio de tecnologias, práticas e
materiais que reduzam o impacto ambiental.

6) Acesso - Serviços Financeiros e a Oportunidades de Desenvolvimento Socioeconômico

Visando expandir a inclusão financeira e as oportunidades de desenvolvimento socioeconômico,


a CAIXA:

Promove o acesso da população de baixa renda e/ou em situação de vulnerabilidade à bancari-


zação, estimulando a inclusão financeira e socioeconômica;

Busca mitigar as desigualdades ampliando o acesso ao crédito para famílias com baixa renda
e/ou em situação de vulnerabilidade em todo o país e por meio da gestão de programas de trans-
ferência direta e indireta de renda, com o objetivo de promover a superação da situação de vulne-
rabilidade social;

Realiza investimento socioambiental, por meio de recursos próprios, priorizando o apoio a pro-
jetos que beneficiem indivíduos e/ou grupos em situação de vulnerabilidade;

Disponibiliza aos públicos interno e externo, por meio do seu sítio na internet, portal da intranet
e Universidade CAIXA, material informativo de educação financeira oportunizando conhecimentos
que promovam organização das finanças e melhora da saúde financeira dos usuários;

Promove o jogo responsável, disponibilizando instruções preventivas e de tratamento aos danos


relacionados a jogos;

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Promove o acesso à moradia segura, adequada e a preço acessível, por meio da operacionaliza-
ção de programas sociais e produtos de crédito imobiliário;

Atua na viabilização da expansão e modernização da infraestrutura do país.

7) Promoção da Acessibilidade

A CAIXA atua para que suas dependências, informações, comunicações, sistemas, tecnologias, pro-
dutos e serviços sejam acessíveis a toda sociedade em igualdade de oportunidades, prezando pela
segurança e autonomia.

8) Incentivo ao Voluntariado

A CAIXA incentiva o exercício de ações de serviço voluntário por parte dos seus empregados e cola-
boradores, viabilizando o desenvolvimento de ações de engajamento na prática de atividades que
promovam a cidadania, a inclusão social, a responsabilidade socioambiental e a sustentabilidade de
comunidades em situação de vulnerabilidade socioambiental.

9) Repúdio à Violação de Direitos e Garantias Fundamentais e a Atos Lesivos a Interesse Co-


mum

A CAIXA fomenta cultura organizacional de respeito e valorização das diferenças das pessoas, esti-
mulando práticas de gestão que promovam a inclusão, a equidade e a mitigação de todas as formas
de preconceito e discriminação, e estabelece impedimentos normativos para contratação com clien-
tes e fornecedores em caso de violação de direitos e garantias fundamentais e atos lesivos a interesse
comum.

10) Gerenciamento do Risco Social, Ambiental e Climático

A avaliação e o gerenciamento do risco social, ambiental e climático garantem o alinhamento à le-


gislação vigente, à estratégia corporativa, e às boas práticas de mercado, sendo vedado no relacio-
namento com Partes Interessadas, práticas que não estejam aderentes às exigências de caráter social,
ambiental e climático.

A CAIXA se reserva ao direito de avaliar os riscos sociais, ambientais e climáticos em seus relaciona-
mentos, e definir sobre o fornecimento ou não de crédito, financiamento ou relacionamento com
empresas, pessoas e fornecedores de acordo os riscos identificados.

A análise e o monitoramento de risco social, ambiental e climático para operações consideram cri-
térios e mecanismos específicos de avaliação de risco para clientes cujas atividades econômicas pos-
suem maior potencial de danos sociais, ambientais e climáticos.

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O gerenciamento de riscos sociais, ambientais e climáticos deverá refletir aspectos relacionados
aos impactos decorrentes das atividades, processos, produtos e/ou serviços da CAIXA, considerando:

A eficiência no consumo de energia e de recursos naturais;

A utilização de fontes renováveis de energia;

A gestão adequada de resíduos;

O combate ao trabalho análogo a escravo, ao trabalho infantil, à exploração sexual e à violação


dos direitos e garantias fundamentais;

A promoção de práticas de diversidade e inclusão;

O cumprimento das obrigações trabalhistas e Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança


Ocupacional;

Os aspectos sociais, ambientais e climáticos nos processos de contratação de fornecedores e


prestadores de serviços;

A utilização de técnicas de construção ou reformas sustentáveis dos imóveis que forem de pro-
priedade das signatárias, consideradas as particularidades e peculiaridades dos prédios onde este-
jam alocados seus centros administrativos e agências.

Em relação a seus fornecedores a CAIXA:

Preza pela conduta ética no relacionamento, especialmente em relação ao combate à corrupção;

Adota mecanismos que mitiguem o não atendimento às normas e requisitos de segurança no


trabalho e/ou ao descumprimento de obrigações trabalhistas;

Não contrata ou realiza parcerias com empresas que utilizem, em quaisquer de suas atividades,
mão de obra infantil, que mantenham relação de emprego/trabalho, de forma direta ou indireta,
com menor de 18 anos de idade em trabalho noturno, perigoso e insalubre, nem menor de 16 anos
de idade em qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos;

Não contrata ou realiza parcerias com empresas que utilizem, em quaisquer de suas atividades,
mão de obra em condição de trabalho degradante ou análoga à escravidão, práticas discriminatórias
em razão de crença religiosa, deficiência, raça, cor, sexo, orientação sexual, partido político, classe
social, nacionalidade;

Exige de todos os fornecedores a assinatura do termo de recebimento, ciência e adesão ao Có-


digo de Conduta do Fornecedor CAIXA;

Dá ciência às empresas participadas dos termos do Código de Conduta dos Fornecedor CAIXA e
recomenda a adoção de práticas alinhadas.

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Não são admitidas exceções às ocorrências impeditivas retromencionadas, sendo requisito para a
retomada do relacionamento integral com a CAIXA o tratamento e resolução do fator impeditivo.

Os novos investimentos a serem realizados pela CAIXA em companhias em que detenha direitos de
sócio, que assegurem à instituição preponderância nas deliberações sociais, poder de eleger ou des-
tituir a maioria dos administradores, controle operacional efetivo ou controle societário, devem ser
precedidos de avaliação para verificar o grau de aderência à PRSAC.

O gerenciamento de riscos sociais, ambientais e climáticos prevê mecanismos para a identificação e


o monitoramento destes riscos incorridos pela Instituição em decorrência dos seus produtos, servi-
ços, atividades ou processos e das atividades desempenhadas por contrapartes e fornecedores.

11) Monitoramento e Avaliação de Efetividade da PRSAC

A CAIXA assegura a transparência no cumprimento de sua Política Institucional e das diretrizes de


responsabilidade social, ambiental e climática, por meio da divulgação eficaz, oportuna, clara, ver-
dadeira, precisa e tempestiva de informações que proporcionem às partes interessadas o acompa-
nhamento e o entendimento da atuação e do desempenho da Empresa nos aspectos econômico-
financeiro, social, ambiental e climático.

O monitoramento da PRSAC é realizado por meio do acompanhamento da tempestividade e cum-


primento das ações com vistas à Efetividade da Política na CAIXA.

A partir das informações recebidas pelas áreas responsáveis pelas ações, é elaborado Informe se-
mestral à Alta Administração, a respeito da:

Aderência da instituição líder e das empresas do conglomerado prudencial à PRSAC e às ações


com vistas à sua efetividade;

Compatibilidade e a integração da PRSAC às demais políticas estabelecidas pela Instituição, in-


cluindo, quando existentes, políticas de crédito, de gestão de recursos humanos, de gerenciamento
de riscos, de gerenciamento de capital e de conformidade;

Correção tempestiva de deficiências relacionadas à PRSAC;

Do não incentivo a comportamentos incompatíveis com a PRSAC;

Disseminação interna da PRSAC e das ações com vistas à sua efetividade; e

Demais informações relacionadas a aspectos de sustentabilidade, a exemplo de produtos e ser-


viços ESG, compras e contratações ESG, consumo de energia e água, emissões, gestão de resíduos,
gestão de pessoas, governança, e critérios para concessão de crédito.

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A avaliação da aderência e efetividade da PRSAC subsidia discussões acerca da responsabilidade
social, ambiental e climática na CAIXA, possibilitando a revisão e correção tempestivas de deficiências
relacionadas à PRSAC.

12) Responsabilidades

É de responsabilidade dos dirigentes, conselheiros e empregados CAIXA, e dos parceiros, estagiários,


aprendizes e prestadores, no que couber, observar as diretrizes desta Política.

É responsabilidade de todas as unidades da CAIXA e do Conglomerado Prudencial, no que couber,


aplicar as diretrizes da PRSAC em seus negócios, produtos, serviços, processos, operações, ativida-
des, normas, gestão e no relacionamento com as partes interessadas.

O cumprimento das diretrizes de responsabilidade social, ambiental e climática não se restringe a


condutas e ações tipificadas nos normativos e/ou documentos internos, cabendo a todos os empre-
gados e dirigentes da CAIXA a atuação ativa em quaisquer situações que possam resultar em não
conformidade aos princípios vigentes.

ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRA-


ÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICI-
DADE E EFICIÊNCIA)

1) Introdução

Este tema é afeto ao direito administrativo, que é um ramo dentro do Direito e que aprofunda bas-
tante a análise destes princípios. Aqui, porém, traremos apenas os conceitos básicos acerca deste
assunto, trazendo o tema de forma conceitual.

Embora existam outros importantes princípios, os princípios norteadores da Administração Pública


são aqueles previstos no art. 37 da CF/88:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

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Legalidade

Impessoalidade

Princípios expressos da Adm. Pública Moralidade

Publicidade

Eficiência

Para facilitar a fixação dos princípios, lembre-se do Mnemônico LIMPE: Legalidade, Impessoali-
dade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Vejamos agora detalhes de cada um destes princípios.

2) Princípio da Legalidade

O princípio da legalidade preceitua que a Administração Pública está subordinada à lei, ou seja, só
atua quando a lei permite.

Dessa forma, cabe ao administrador público atuar somente conforme determina a lei, amplamente
considerada.

3) Princípio da Impessoalidade

O princípio da impessoalidade sintetiza a igualdade e isonomia. Perante à Administração Pública,


todos devem ser devem ser tratados de forma neutra, sendo vedada a promoção pessoal.

Cabe ao gestor ficar alheio de subjetividades e nunca agir visando interesses pessoais, de parentes,
amigos, conhecidos etc, ou seja, nunca visando beneficiar ou prejudicar ninguém.

4) Princípio da Moralidade

O princípio da moralidade é a exigência de uma atuação ética dos agentes da Administração Pública.

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A moral administrativa liga-se à ideia de probidade e boa-fé, estando diretamente relacionado à
ideia de honestidade, de boa conduta, de obediência aos princípios éticos e às normas morais, à
correção de atitude, à boa-fé.

5) Princípio da Publicidade

Este princípio possui como finalidade garantir o conhecimento público acerca das atividades prati-
cadas no exercício da função administrativa.

O princípio da publicidade diz respeito não apenas à publicação, mas, também, à transparência dos
atos administrativos.

6) Princípio da Eficiência

Referido princípio foi inserido na Constituição pela EC nº 19/98, tendo como finalidade assegurar
que os serviços públicos sejam executados com adequação à sociedade que os custeia, gerando a
melhor relação custo-benefício e levando em conta o ótimo aproveitamento dos recursos e a boa
qualidade dos serviços.

Assim sendo, cabe à Administração melhor atender à consecução dos fins de interesse público com
o menor custo.

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL - LEI COMPLEMENTAR Nº 7/1970 (PIS)

A Lei Complementar nº 7/1970 institui o Programa de Integração Social, e dá outras providências.


Trata-se de uma lei não muito extensa e, para a sua prova, basta a leitura atenta dos dispositivos
legais da referida lei. Vejamos:

Art. 1.º - É instituído, na forma prevista nesta Lei, o Programa de Integração Social, destinado
a promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas.

§ 1º - Para os fins desta Lei, entende-se por empresa a pessoa jurídica, nos termos da legisla-
ção do Imposto de Renda, e por empregado todo aquele assim definido pela Legislação Tra-
balhista.

§ 2º - A participação dos trabalhadores avulsos, assim definidos os que prestam serviços a


diversas empresas, sem relação empregatícia, no Programa de Integração Social, far-se-á nos
termos do Regulamento a ser baixado, de acordo com o art. 11 desta Lei.

Art. 2º - O Programa de que trata o artigo anterior será executado mediante Fundo de Parti-
cipação, constituído por depósitos efetuados pelas empresas na Caixa Econômica Federal.

Parágrafo único - A Caixa Econômica Federal poderá celebrar convênios com estabelecimen-
tos da rede bancária nacional, para o fim de receber os depósitos a que se refere este artigo.

Art. 3º - O Fundo de Participação será constituído por duas parcelas:


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a) a primeira, mediante dedução do Imposto de Renda devido, na forma estabelecida no § 1º
deste artigo, processando-se o seu recolhimento ao Fundo juntamente com o pagamento do
Imposto de Renda;

b) a segunda, com recursos próprios da empresa, calculados com base no faturamento, como
segue:

1) no exercício de 1971, 0,15%;

2) no exercício de 1972, 0,25%;

3) no exercício de 1973, 0,40%;

4) no exercício de 1974 e subsequentes, 0,50%.

§ 1º - A dedução a que se refere a alínea a deste artigo será feita sem prejuízo do direito de
utilização dos incentivos fiscais previstos na legislação em vigor e calculada com base no valor
do Imposto de Renda devido, nas seguintes proporções:

a) no exercício de 1971 -> 2%;

b) no exercício de 1972 - 3%;

c) no exercício de 1973 e subsequentes - 5%.

§ 2.º - As instituições financeiras, sociedades seguradoras e outras empresas que não realizam
operações de vendas de mercadorias participarão do Programa de Integração Social com uma
contribuição ao Fundo de Participação de recursos próprios de valor idêntico do que for apu-
rado na forma do parágrafo anterior.

§ 3º- As empresas a título de incentivos fiscais estejam isentas, ou venham a ser isentadas, do
pagamento do Imposto de Renda, contribuirão para o Fundo de Participação, na base de cál-
culo como se aquele tributo fosse devido, obedecidas as percentagens previstas neste artigo.

§ 4º - As entidades de fins não lucrativos, que tenham empregados assim definidos pela le-
gislação trabalhista, contribuirão para o Fundo na forma da lei.

§ 5º - A Caixa Econômica Federal resolverá os casos omissos, de acordo com os critérios fixa-
dos pelo Conselho Monetário Nacional.

Art. 4.º - O Conselho Nacional poderá alterar, até 50% (cinquenta por cento), para mais ou
para menos, os percentuais de contribuição de que trata o § 2º do art. 3º, tendo em vista a
proporcionalidade das contribuições.

Art. 5º - A Caixa Econômica Federal emitirá, em nome de cada empregado, uma Caderneta
de Participação - Programa de Integração Social - movimentável na forma dos arts. 8º e 9º
desta Lei.

Art. 6.º - A efetivação dos depósitos no Fundo correspondente à contribuição referida na


alínea b do art. 3º será processada mensalmente a partir de 1º de julho de 1971.

Parágrafo único - A contribuição de julho será calculada com base no faturamento de janeiro;
a de agosto, com base no faturamento de fevereiro; e assim sucessivamente.

Art. 7º - A participação do empregado no Fundo far-se-á mediante depósitos efetuados em


contas individuais abertas em nome de cada empregado, obedecidos os seguintes critérios:

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a) 50% (cinquenta por cento) do valor destinado ao Fundo será dividido em partes proporci-
onais ao montante de salários recebidos no período);

b) os 50% (cinquenta por cento) restantes serão divididos em partes proporcionais aos quin-
quênios de serviços prestados pelo empregado.

§ 1º - Para os fins deste artigo, a Caixa Econômica Federal, com base nas Informações forne-
cidas pelas empresas, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da publicação desta
Lei, organizará um Cadastro - Geral dos participantes do Fundo, na forma que for estabelecida
em regulamento.

§ 2º - A omissão dolosa de nome de empregado entre os participantes do Fundo sujeitará a


empresa a multa, em benefício do Fundo, no valor de 10 (dez) meses de salários, devidos ao
empregado cujo nome houver sido omitido.

§ 3º - Igual penalidade será aplicada em caso de declaração falsa sobre o valor do salário e
do tempo de serviço do empregado na empresa.

Art. 8º e 9º - Revogados.

Art. 10 - As obrigações das empresas, decorrentes desta Lei, são de caráter exclusivamente
fiscal, não gerando direitos de natureza trabalhista nem incidência de qualquer contribuição
previdenciária em relação a quaisquer prestações devidas, por lei ou por sentença judicial, ao
empregado.

Parágrafo único - As importâncias incorporadas ao Fundo não se classificam como rendi-


mento do trabalho, para qualquer efeito da legislação trabalhista, de Previdência Social ou
Fiscal e não se incorporam aos salários ou gratificações, nem estão sujeitas ao imposto sobre
a renda e proventos de qualquer natureza.

Art. 11 - Dentro de 120 (cento e vinte) dias, a contar da vigência desta Lei, a Caixa Econô-
mica Federal submeterá à aprovação do Conselho Monetário Nacional o regulamento do
Fundo, fixando as normas para o recolhimento e a distribuição dos recursos, assim como as
diretrizes e os critérios para a sua aplicação.

Parágrafo único - O Conselho Monetário Nacional pronunciar-se-á, no prazo de 60 (ses-


senta) dias, a contar do seu recebimento, sobre o projeto de regulamento do Fundo.

Art. 12 - As disposições desta Lei não se aplicam a quaisquer entidades integrantes da Admi-
nistração Pública federal, estadual ou municipal, dos Territórios e do Distrito Federal, Direta
ou Indireta adotando-se, em todos os níveis, para efeito de conceituação, como entidades da
Administração Indireta, os critérios constantes dos Decretos-Leis nºs 200, de 25 de fevereiro
de 1967, e 900, de 29 de setembro de 1969.

Art. 13 - Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 14 - Revogam-se as disposições em contrário.

LEI Nº 8.036/1990 (FGTS): POSSIBILIDADES E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO/SAQUE; CERTIFI-


CADO DE REGULARIDADE DO FGTS; GUIA DE RECOLHIMENTO (GRF)

A Lei nº 8.036/90 dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências.
Trabalharemos os aspectos mais importantes da referida lei para a sua prova.

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Segundo a Lei em comento, o FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se
refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização mo-
netária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.

Constituem recursos incorporados ao FGTS:

Eventuais saldos apurados nos termos do art. 12, § 4º;

Dotações orçamentárias específicas;

Resultados das aplicações dos recursos do FGTS;

Multas, correção monetária e juros moratórios devidos;

Demais receitas patrimoniais e financeiras.

Dispõe ainda a Lei 8.036/90 que as contas vinculadas em nome dos trabalhadores são absoluta-
mente impenhoráveis.

Além disso, o FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador,
composto por representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamentais,
na forma estabelecida pelo Poder Executivo.

A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo Ministro de Estado do Trabalho e Pre-
vidência ou representante por ele indicado.

Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus suplentes serão indicados pelas
respectivas centrais sindicais e confederações nacionais, sendo nomeados pelo Poder Executivo, com
mandato de 2 (dois) anos e poderão ser reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de
uma mesma pessoa como membro titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e
suplente, por período consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.

§ 4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada bimestre, por convocação de seu Presi-
dente. Esgotado esse período, não tendo ocorrido convocação, qualquer de seus membros poderá
fazê-la, no prazo de 15 (quinze) dias. Havendo necessidade, qualquer membro poderá convocar
reunião extraordinária, na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.

Quanto as reuniões do Conselho Curador, elas serão públicas, bem como ainda gravadas e transmi-
tidas ao vivo por meio do sítio do FGTS na internet, o qual também possibilitará acesso a todas as
gravações que tiverem sido efetuadas dessas reuniões, resguardada a possibilidade de tratamento
sigiloso de matérias assim classificadas na forma da lei.

Já as decisões do Conselho serão tomadas com a presença da maioria simples de seus membros,
tendo o Presidente voto de qualidade. As despesas porventura exigidas para o comparecimento às
reuniões do Conselho constituirão ônus das respectivas entidades representadas.

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As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores no Conselho Curador, decorrentes
das atividades desse órgão, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada
para todos os fins e efeitos legais.

O Poder Executivo designará, entre os órgãos governamentais com representação no Conselho Cu-
rador do FGTS, aquele que lhe proporcionará estrutura administrativa de suporte para o exercício de
sua competência e que atuará na função de Secretaria Executiva do colegiado, não permitido ao
Presidente do Conselho Curador acumular a titularidade dessa Secretaria Executiva.

Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes dos trabalhadores, efetivos e suplen-
tes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do man-
dato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente
comprovada através de processo sindical.

Os membros do Conselho Curador do FGTS serão escolhidos dentre cidadãos de reputação ilibada
e de notório conhecimento, e deverão ser atendidos os seguintes requisitos:

Ter formação acadêmica superior; e

Não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas “a” a “q” do inciso I do
caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.

O gestor da aplicação dos recursos do FGTS será o órgão do Poder Executivo responsável pela polí-
tica de habitação, e caberá à Caixa Econômica Federal (CEF) o papel de agente operador.

Ao Conselho Curador do FGTS compete:

Estabelecer as diretrizes e os programas de alocação dos recursos do FGTS, de acordo com os


critérios definidos nesta Lei, em conformidade com a política nacional de desenvolvimento urbano
e as políticas setoriais de habitação popular, saneamento básico, microcrédito e infraestrutura ur-
bana estabelecidas pelo governo federal;

Acompanhar e avaliar a gestão econômica e financeira dos recursos, bem como os ganhos sociais
e o desempenho dos programas aprovados;

Apreciar e aprovar os programas anuais e plurianuais do FGTS;

Aprovar as demonstrações financeiras do FGTS, com base em parecer de auditoria externa inde-
pendente, antes de sua publicação e encaminhamento aos órgãos de controle, bem como da distri-
buição de resultados;

Adotar as providências cabíveis para a correção de atos e fatos do gestor da aplicação e da CEF
que prejudiquem o desempenho e o cumprimento das finalidades no que concerne aos recursos do
FGTS;

Dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas regulamentares, relativas ao FGTS, nas matérias
de sua competência;

Aprovar seu regimento interno;


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Fixar as normas e valores de remuneração do agente operador e dos agentes financeiros;

Fixar critérios para parcelamento de recolhimentos em atraso;

Fixar critério e valor de remuneração para o exercício da fiscalização;

Divulgar, no Diário Oficial da União, todas as decisões proferidas pelo Conselho, bem como as
contas do FGTS e os respectivos pareceres emitidos.

Fixar critérios e condições para compensação entre créditos do empregador, decorrentes de de-
pósitos relativos a trabalhadores não optantes, com contratos extintos, e débitos resultantes de com-
petências em atraso, inclusive aqueles que forem objeto de composição de dívida com o FGTS.

Em relação ao Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FI-FGTS:

a) aprovar a política de investimento do FI-FGTS por proposta do Comitê de Investimento;

b) decidir sobre o reinvestimento ou distribuição dos resultados positivos aos cotistas do FI-FGTS,
em cada exercício;

c) definir a forma de deliberação, de funcionamento e a composição do Comitê de Investimento;

d) estabelecer o valor da remuneração da Caixa Econômica Federal pela administração e gestão do


FI-FGTS, inclusive a taxa de risco;

e) definir a exposição máxima de risco dos investimentos do FI-FGTS;

f) estabelecer o limite máximo de participação dos recursos do FI-FGTS por setor, por empreendi-
mento e por classe de ativo, observados os requisitos técnicos aplicáveis

g) estabelecer o prazo mínimo de resgate das cotas e de retorno dos recursos à conta vinculada,
observado o disposto no § 19 do art. 20 desta Lei;

h) aprovar o regulamento do FI-FGTS, elaborado pela Caixa Econômica Federal; e

i) autorizar a integralização de cotas do FI-FGTS pelos trabalhadores, estabelecendo previamente os


limites globais e individuais, parâmetros e condições de aplicação e resgate.

Autorizar a aplicação de recursos do FGTS em outros fundos de investimento, no mercado de


capitais e em títulos públicos e privados, com base em proposta elaborada pelo agente operador,
devendo o Conselho Curador regulamentar as formas e condições do investimento, vedado o aporte
em fundos nos quais o FGTS seja o único cotista;

XVI - estipular limites às tarifas cobradas pelo agente operador ou pelos agentes financeiros na
intermediação da movimentação dos recursos da conta vinculada do FGTS, inclusive nas hipóteses
de que tratam os incisos V, VI e VII do caput do art. 20 desta Lei.

XVII - estabelecer, em relação à autorização de aplicação de recursos do FGTS em fundos garanti-


dores de crédito e sua regulamentação quanto às formas e condições:

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a) o valor da aplicação com fundamento em proposta elaborada pelo gestor da aplicação; e

b) a cada 3 (três) anos, percentual mínimo do valor proposto para aplicação na política setorial do
microcrédito, respeitado o piso de 30% (trinta por cento). Este piso poderá ser revisto pelo Conselho
Curador a cada 3 (três) anos.

O Conselho Curador será assistido por um Comitê de Auditoria e Riscos, constituído na forma do
Regimento Interno, cujas atribuições e condições abrangerão, no mínimo, aquelas estipuladas nos
arts. 24 e 25, §§ 1º a 3º, da Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, ao Comitê de Auditoria Estatutário
das empresas públicas e sociedades de economia mista que forem aplicáveis, ainda que por simila-
ridade, ao FGTS, e cujas despesas serão custeadas pelo Fundo, por meio de sua Secretaria Executiva,
observado o disposto no § 3º deste artigo.

O Conselho Curador poderá ser assistido regularmente por pessoas naturais ou jurídicas especiali-
zadas em planejamento, em gestão de investimentos, em avaliação de programas e políticas, em
tecnologia da informação ou em qualquer outra especialização julgada necessária para subsidiá-lo
no exercício de suas atribuições, e as despesas decorrentes ficarão a cargo do FGTS, observado o
disposto no § 3º deste artigo.

Os custos e despesas incorridos pelo FGTS não poderão superar limite a ser estabelecido pelo Con-
selho Curador, o qual observará, no mínimo, os custos por atividades, os ganhos de escala e produ-
tividade, os avanços tecnológicos e a remuneração praticada por outros fundos no mercado de ca-
pitais, excluídos da base de cálculo aqueles cuja administradora receba remuneração específica, e
incluirão:

Os serviços de fiscalização, as atividades de arrecadação, de cobrança administrativa e de emissão


de certidões;

Os serviços de cobrança judicial dos créditos inscritos em dívida ativa;

Os serviços contratados pela Secretaria Executiva para suporte às ações e decisões do Conselho
Curador e do Comitê de Auditoria e Riscos, bem como os valores despendidos com terceiros;

A capacitação dos gestores.

O Conselho Curador especificará os serviços de suporte à gestão e à operação que poderão ser
contratados pela Secretaria Executiva com recursos do FGTS, cabendo-lhe aprovar o montante des-
tinado a tal finalidade no orçamento anual.

As auditorias externas contratadas pelo Comitê não poderão prestar serviços ao agente operador
durante a execução dos contratos de auditoria com o FGTS.

O limite de custos e despesas não inclui taxas de risco de crédito e demais custos e despesas devidos
ao agente operador e aos agentes financeiros.

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O limite será, em cada exercício, de até 0,06% (seis centésimos por cento) do valor dos ativos do
FGTS ao final do exercício anterior e, até a publicação das demonstrações financeiras, esse limite será
calculado a partir de estimativas divulgadas pelo Conselho Curador para o valor dos ativos do FGTS
ao final daquele exercício.

A taxa de administração do FGTS devida ao agente operador não será superior a 0,5% (cinco décimos
por cento) ao ano do valor total dos ativos do Fundo.

A taxa de administração de que trata a alínea “d” do inciso XIII do caput deste artigo não será superior
a 0,5% (cinco décimos por cento) ao ano do valor total dos ativos do FI-FGTS.

Ao gestor da aplicação compete:

Praticar todos os atos necessários à gestão da aplicação do Fundo, de acordo com as diretrizes
e programas estabelecidos pelo Conselho Curador;

Expedir atos normativos relativos à alocação dos recursos para implementação dos programas
aprovados pelo Conselho Curador;

Elaborar orçamentos anuais e planos plurianuais de aplicação dos recursos, discriminados por
região geográfica, e submetê-los até 31 de julho ao Conselho Curador do FGTS;

Acompanhar a execução dos programas de habitação popular, saneamento básico e infraestru-


tura urbana previstos no orçamento do FGTS e implementados pela CEF, no papel de agente opera-
dor;

Submeter à apreciação do Conselho Curador as contas do FGTS;

Subsidiar o Conselho Curador com estudos técnicos necessários ao aprimoramento operacional


dos programas de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana;

Definir as metas a serem alcançadas nos programas de habitação popular, saneamento básico e
infraestrutura urbana.

Caberá ao Ministério da Saúde regulamentar, acompanhar a execução, subsidiar o Conselho Curador


com estudos técnicos necessários ao seu aprimoramento operacional e definir as metas a serem
alcançadas nas operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como
a instituições que atuem no campo para pessoas com deficiência, sem fins lucrativos, que participem
de forma complementar do Sistema Único de Saúde (SUS).

Caberá ao Ministério do Trabalho e Previdência regulamentar, acompanhar a execução e subsidiar o


Conselho Curador com os estudos técnicos necessários ao seu aprimoramento operacional e esta-
belecer as metas a serem alcançadas nas operações de microcrédito.

À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:

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Centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar as contas vinculadas, e emitir regularmente
os extratos individuais correspondentes às contas vinculadas e participar da rede arrecadadora dos
recursos do FGTS;

Expedir atos normativos referentes aos procedimentos administrativo-operacionais dos bancos


depositários, dos agentes financeiros, dos empregadores e dos trabalhadores, integrantes do sis-
tema do FGTS;

Definir procedimentos operacionais necessários à execução dos programas estabelecidos pelo


Conselho Curador, com base nas normas e diretrizes de aplicação elaboradas pelo gestor da aplica-
ção;

Elaborar as análises jurídica e econômico-financeira dos projetos de habitação popular, infraes-


trutura urbana e saneamento básico a serem financiados com recursos do FGTS;

Emitir Certificado de Regularidade do FGTS;

Elaborar as demonstrações financeiras do FGTS, incluídos o Balanço Patrimonial, a Demonstração


do Resultado do Exercício e a Demonstração de Fluxo de Caixa, em conformidade com as Normas
Contábeis Brasileiras, e encaminhá-las, até 30 de junho do exercício subsequente, ao gestor de apli-
cação;

Implementar atos emanados do gestor da aplicação relativos à alocação e à aplicação dos recur-
sos do FGTS, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador;

Garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cotas de titularidade do FGTS, a remuneração


aplicável às contas vinculadas, na forma do caput do art. 13 desta Lei.

Realizar todas as aplicações com recursos do FGTS por meio de sistemas informatizados e audi-
táveis;

Colocar à disposição do Conselho Curador, em formato digital, as informações gerenciais que


estejam sob gestão do agente operador e que sejam necessárias ao desempenho das atribuições
daquele colegiado.

O gestor da aplicação e o agente operador deverão dar pleno cumprimento aos programas anuais
em andamento, aprovados pelo Conselho Curador, e eventuais alterações somente poderão ser pro-
cessadas mediante prévia anuência daquele colegiado.

O gestor da aplicação, o agente operador e o Conselho Curador do FGTS serão responsáveis pelo
fiel cumprimento e observância dos critérios estabelecidos nesta Lei.

As aplicações com recursos do FGTS serão realizadas exclusivamente segundo critérios fixados pelo
Conselho Curador do FGTS e em operações que preencham os seguintes requisitos:

Garantias:

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a) hipotecária;

b) caução de Créditos hipotecários próprios, relativos a financiamentos concedidos com recursos do


agente financeiro;

c) caução dos créditos hipotecários vinculados aos imóveis objeto de financiamento;

d) hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do agente financeiro, desde que livres e desem-
baraçados de quaisquer ônus;

e) cessão de créditos do agente financeiro, derivados de financiamentos concedidos com recursos


próprios, garantidos por penhor ou hipoteca;

f) hipoteca sobre imóvel de propriedade de terceiros

g) seguro de crédito;

h) garantia real ou vinculação de receitas, inclusive tarifárias, nas aplicações contratadas com pessoa
jurídica de direito público ou de direito privado a ela vinculada;

i) aval em nota promissória;

j) fiança pessoal;

l) alienação fiduciária de bens móveis em garantia;

m) fiança bancária;

n) consignação de recebíveis, exclusivamente para operações de crédito destinadas às entidades


hospitalares filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas com defici-
ência, e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do Sistema Único de Saúde (SUS),
em percentual máximo a ser definido pelo Ministério da Saúde; e

o) outras, a critério do Conselho Curador do FGTS;

Correção monetária igual à das contas vinculadas;

Taxa de juros média mínima, por projeto, de 3 (três) por cento ao ano;

Prazo máximo de 35 (trinta e cinco) anos.

A rentabilidade média das aplicações deverá ser suficiente à cobertura de todos os custos incorridos
pelo Fundo e ainda à formação de reserva técnica para o atendimento de gastos eventuais não
previstos, e caberá ao agente operador o risco de crédito.

Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em habitação, saneamento básico, infraestrutura urbana,
operações de microcrédito e operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas,

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às instituições que atuem com pessoas com deficiência e às entidades sem fins lucrativos que parti-
cipem do SUS de forma complementar, desde que as disponibilidades financeiras sejam mantidas
em volume que satisfaça as condições de liquidez e de remuneração mínima necessárias à preserva-
ção do poder aquisitivo da moeda.

O programa de aplicações deverá destinar:

No mínimo, 60% (sessenta por cento) para investimentos em habitação popular; e

5% (cinco por cento) para operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantró-
picas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem fins lucra-
tivos que participem de forma complementar do SUS. Quando não utilizados pelas entidades hos-
pitalares filantrópicas, bem como pelas instituições que atuam no campo para pessoas com defici-
ência, e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS poderão ser destinados
a aplicações em habitação, em saneamento básico e em infraestrutura urbana

No mínimo, 5% (cinco por cento) para instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central
do Brasil a operar com microcrédito. Estes recursos terão o seu limite mínimo revisto pelo Conselho
Curador a cada 3 (três) anos. Sendo que, o montante não utilizado pelas instituições autorizadas
pelo Banco Central do Brasil a operar com microcrédito, poderá ser destinado a aplicações em habi-
tação, saneamento básico e infraestrutura urbana.

Os projetos de saneamento básico e infraestrutura urbana financiados com recursos do FGTS serão,
preferencialmente, complementares aos programas habitacionais.

As garantias, nas diversas modalidades discriminadas acima, serão admitidas singular ou supletiva-
mente, considerada a suficiência de cobertura para os empréstimos e financiamentos concedidos.

Mantida a rentabilidade média acima tratada, as aplicações em habitação popular poderão contem-
plar sistemática de desconto, direcionada em função da renda familiar do beneficiário, onde o valor
do benefício seja concedido mediante redução no valor das prestações a serem pagas pelo mutuário
ou pagamento de parte da aquisição ou construção de imóvel, dentre outras, a critério do Conselho
Curador do FGTS.

Além disso, os recursos necessários para a consecução da sistemática de desconto serão destacados,
anualmente, do orçamento de aplicação de recursos do FGTS, constituindo reserva específica, com
contabilização própria.

É da União o risco de crédito nas aplicações efetuadas até 1º de junho de 2001 pelos demais órgãos
integrantes do Sistema Financeiro da Habitação - SFH e pelas entidades credenciadas pelo Banco
Central do Brasil como agentes financeiros, sub-rogando-se nas garantias prestadas à Caixa Econô-
mica Federal.

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A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil S.A. e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
mico e Social - BNDES poderão atuar como agentes financeiros autorizados para aplicação dos re-
cursos do FGTS em operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas e sem
fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS.

Nas operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a instituições
que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma
complementar do SUS, serão observadas as seguintes condições:

A taxa de juros efetiva não será superior àquela cobrada para o financiamento habitacional na
modalidade pró-cotista ou a outra que venha a substituí-la;

A tarifa operacional única não será superior a 0,5% (cinco décimos por cento) do valor da opera-
ção; e

O risco das operações de crédito ficará a cargo dos agentes financeiros de que trata o § 9º deste
artigo.

As entidades hospitalares filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas
com deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS deverão, para
contratar operações de crédito com recursos do FGTS, atender ao disposto na Lei do FGTS.

Nas operações de crédito destinadas à aplicação de recursos em microcrédito, a taxa de juros efetiva
não será superior àquela cobrada para o financiamento habitacional na área da habitação popular.

Para garantir o risco em operações de microcrédito e em operações de crédito de habitação popular


para famílias com renda mensal de até 2 (dois) salários mínimos, o FGTS poderá destinar, na forma
estabelecida por seu Conselho Curador, parte dos recursos para a aquisição de cotas de fundos
garantidores que observem o seguinte:

Tenham natureza privada e patrimônio segregado do patrimônio dos cotistas e da própria ad-
ministradora do fundo garantidor e estejam sujeitos a direitos e obrigações próprios;

Respondam por suas obrigações até o limite dos bens e direitos que integram o seu patrimônio,
vedado qualquer tipo de garantia ou aval por parte do FGTS; e

Não paguem rendimentos a seus cotistas, assegurado o direito de resgate total ou parcial das
cotas com base na situação patrimonial dos fundos em valor não superior ao montante de recursos
financeiros ainda não vinculados às garantias contratadas.

Aos recursos do FGTS destinados à aquisição de cota de fundos garantidores não se aplicam os
requisitos de correção monetária, taxa de juros mínima e prazo máximo previstos na Lei do FGTS,
bem como a rentabilidade prevista.

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Fica autorizada a destinação do montante de R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais) do patrimô-
nio líquido do FGTS para aquisição de cotas em fundo garantidor de microfinanças, para mitigar os
riscos das operações de microcrédito concedidas a pessoas naturais e a microempreendedores indi-
viduais, permitida a ampliação posterior desse montante por meio de ato do Conselho Curador.

Na hipótese prevista acima, o aporte será destinado ao Programa de Simplificação do Microcrédito


Digital para Empreendedores (SIM Digital), na forma da legislação própria, e a representação do
FGTS na assembleia de cotistas ocorrerá por indicação do Presidente do Conselho Curador.

Os contratos ativos formalizados sob a vigência do prazo máximo de amortização fixado em 30


(trinta) anos que forem objeto de renegociação pelas instituições financeiras poderão ser benefici-
ados com o prazo máximo de prazo máximo de 35 (trinta e cinco) anos.

A fim de enriquecer sua preparação, vejamos agora na íntegra os demais pontos da lei em estudo.

Art. 9º-A. O risco das operações de crédito de que trata o § 10 do art. 9º desta Lei ficará a
cargo dos agentes financeiros referidos no § 9º do art. 9º desta Lei, hipótese em que o Con-
selho Curador poderá definir o percentual da taxa de risco, limitado a 3% (três por cento), a
ser acrescido à taxa de juros de que trata o inciso I do § 10 do art. 9º desta Lei.

Art. 9º-B. As garantias de que trata o inciso I do caput do art. 9º desta Lei podem ser exigidas
isolada ou cumulativamente.

Art. 9º-C. As aplicações do FGTS em operações de crédito destinadas às entidades hospita-


lares filantrópicas, bem como a instituições que atuem no campo para pessoas com deficiên-
cia, sem fins lucrativos e que participem de forma complementar do SUS, ocorrerão até o final
do exercício de 2022.

Art. 10. O Conselho Curador fixará diretrizes e estabelecerá critérios técnicos para as aplica-
ções dos recursos do FGTS, visando:

I - exigir a participação dos contratantes de financiamentos nos investimentos a serem reali-


zados;

II - assegurar o cumprimento, por parte dos contratantes inadimplentes, das obrigações de-
correntes dos financiamentos obtidos;

III - evitar distorções na aplicação entre as regiões do País, considerando para tanto a de-
manda habitacional, a população e outros indicadores sociais.

Art. 11. Os recolhimentos efetuados na rede arrecadadora relativos ao FGTS serão transferidos
à Caixa Econômica Federal até o primeiro dia útil subsequente à data do recolhimento, obser-
vada a regra do meio de pagamento utilizado, data em que os respectivos valores serão in-
corporados ao FGTS. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

Art. 12. No prazo de um ano, a contar da promulgação desta lei, a Caixa Econômica Federal
assumirá o controle de todas as contas vinculadas, nos termos do item I do art. 7º, passando
os demais estabelecimentos bancários, findo esse prazo, à condição de agentes recebedores
e pagadores do FGTS, mediante recebimento de tarifa, a ser fixada pelo Conselho Curador.

§1º Enquanto não ocorrer a centralização prevista no caput deste artigo, o depósito efetuado
no decorrer do mês será contabilizado no saldo da conta vinculada do trabalhador, no pri-
meiro dia útil do mês subsequente.

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§2º Até que a Caixa Econômica Federal implemente as disposições do caput deste artigo, as
contas vinculadas continuarão sendo abertas em estabelecimento bancário escolhido pelo
empregador, dentre os para tanto autorizados pelo Banco Central do Brasil, em nome do tra-
balhador.

§3º Verificando-se mudança de emprego, até que venha a ser implementada a centralização
no caput deste artigo, a conta vinculada será transferida para o estabelecimento bancário da
escolha do novo empregador.

§4º Os resultados financeiros auferidos pela Caixa Econômica Federal no período entre o re-
passe dos bancos e o depósito nas contas vinculadas dos trabalhadores destinar-se-ão à co-
bertura das despesas de administração do FGTS e ao pagamento da tarifa aos bancos depo-
sitários, devendo os eventuais saldos ser incorporados ao patrimônio do Fundo nos termos
do art. 2º, § 1º.

§5º (Revogado pela Lei nº 14.438, de 2022)

Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com
base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capi-
talização juros de (três) por cento ao ano.

§ 1º A atualização monetária e a capitalização de juros nas contas vinculadas correrão à conta


do FGTS, e a Caixa Econômica Federal efetuará o crédito respectivo no vigésimo primeiro dia
de cada mês, com base no saldo existente no vigésimo primeiro dia do mês anterior, deduzi-
dos os débitos ocorridos no período. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 1º-A. Para fins do disposto no § 1º deste artigo, o depósito realizado no prazo legal será
contabilizado no saldo da conta vinculada no vigésimo primeiro dia do mês de sua ocorrência.
(Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 1º-B. Na hipótese de depósito realizado intempestivamente, a atualização monetária e a


parcela de juros devida ao empregado comporão o saldo-base no vigésimo primeiro dia do
mês imediatamente anterior, ou comporão o saldo no vigésimo primeiro dia do mês do de-
pósito, se o depósito ocorrer nesta data. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 2º No primeiro mês em que for exigível o recolhimento do FGTS no vigésimo dia, na forma
prevista no art. 15 desta Lei, a atualização monetária e os juros correspondentes da conta
vinculada serão realizados: (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

I - no décimo dia, com base no saldo existente no décimo dia do mês anterior, deduzidos os
débitos ocorridos no período; e (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

II - no vigésimo primeiro dia, com base no saldo existente no décimo dia do mesmo mês,
atualizado na forma prevista no inciso I deste parágrafo, deduzidos os débitos ocorridos no
período, com a atualização monetária pro rata die e os juros correspondentes. (Incluído pela
Lei nº 14.438, de 2022)

§3º Para as contas vinculadas dos trabalhadores optantes existentes à data de 22 de setembro
de 1971, a capitalização dos juros dos depósitos continuará a ser feita na seguinte progressão,
salvo no caso de mudança de empresa, quando a capitalização dos juros passará a ser feita à
taxa de 3 (três) por cento ao ano:

I - 3 (três) por cento, durante os dois primeiros anos de permanência na mesma empresa;

II - 4 (quatro) por cento, do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;

III - 5 (cinco) por cento, do sexto ao décimo ano de permanência na mesma empresa;
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IV - 6 (seis) por cento, a partir do décimo primeiro ano de permanência na mesma empresa.

§4º O saldo das contas vinculadas é garantido pelo Governo Federal, podendo ser instituído
seguro especial para esse fim.

§ 5º O Conselho Curador autorizará a distribuição de parte do resultado positivo auferido pelo


FGTS, mediante crédito nas contas vinculadas de titularidade dos trabalhadores, observadas
as seguintes condições, entre outras a seu critério:

I - a distribuição alcançará todas as contas vinculadas que apresentarem saldo positivo em 31


de dezembro do exercício-base do resultado auferido, inclusive as contas vinculadas de que
trata o art. 21 desta Lei;

II - a distribuição será proporcional ao saldo de cada conta vinculada em 31 de dezembro do


exercício-base e deverá ocorrer até 31 de agosto do ano seguinte ao exercício de apuração
do resultado; e

III - (Revogado pela Lei nº 13.932, de 2019)

§ 6º O valor de distribuição do resultado auferido será calculado posteriormente ao valor


desembolsado com o desconto realizado no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida
(PMCMV), de que trata a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009.

§ 7º O valor creditado nas contas vinculadas a título de distribuição de resultado, acrescido


de juros e atualização monetária, não integrará a base de cálculo do depósito da multa resci-
sória de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 18 desta Lei.

Art. 14. Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhadores que, à data da promulgação da
Constituição Federal de 1988, já tinham o direito à estabilidade no emprego nos termos do
Capítulo V do Título IV da CLT.

§1º O tempo do trabalhador não optante do FGTS, anterior a 5 de outubro de 1988, em caso
de rescisão sem justa causa pelo empregador, reger-se-á pelos dispositivos constantes dos
arts. 477, 478 e 497 da CLT.

§2º O tempo de serviço anterior à atual Constituição poderá ser transacionado entre empre-
gador e empregado, respeitado o limite mínimo de 60 (sessenta) por cento da indenização
prevista.

§3º É facultado ao empregador desobrigar-se da responsabilidade da indenização relativa ao


tempo de serviço anterior à opção, depositando na conta vinculada do trabalhador, até o
último dia útil do mês previsto em lei para o pagamento de salário, o valor correspondente à
indenização, aplicando-se ao depósito, no que couber, todas as disposições desta lei.

§4º Os trabalhadores poderão a qualquer momento optar pelo FGTS com efeito retroativo a
1º de janeiro de 1967 ou à data de sua admissão, quando posterior àquela.

Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar,
até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância correspondente a 8% (oito
por cento) da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na
remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da Consolidação das Leis do Traba-
lho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a Gratificação de Natal
de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de
2022)

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§ 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou de
direito público, da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Po-
deres, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que admitir trabalhadores
a seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação especial, encontrar-se nessa con-
dição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de-obra, independente da responsa-
bilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se.

§ 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços a empregador, a locador
ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos
civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio.

§ 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma que vier
a ser prevista em lei.

§ 4º Considera-se remuneração as retiradas de diretores não empregados, quando haja deli-


beração da empresa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho de que
trata o art. 16.

§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para
prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho.

§ 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as parcelas elencadas no § 9º do


art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

§ 7o Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o caput deste artigo


reduzida para dois por cento.

Art. 16. Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão
equiparar seus diretores não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do
FGTS. Considera-se diretor aquele que exerça cargo de administração previsto em lei, estatuto
ou contrato social, independente da denominação do cargo.

Art. 17. O Poder Executivo assegurará a prestação de serviços digitais:

I - aos trabalhadores, que incluam a prestação de informações sobre seus créditos perante o
Fundo e o acionamento imediato da inspeção do trabalho em caso de inadimplemento do
empregador, de forma que seja possível acompanhar a evolução de eventuais cobranças ad-
ministrativas e judiciais dos valores não recolhidos;

II - aos empregadores, que facilitem e desburocratizem o cumprimento de suas obrigações


perante o Fundo, incluídos a geração de guias, o parcelamento de débitos, a emissão sem
ônus do Certificado de Regularidade do FGTS e a realização de procedimentos de restituição
e compensação.

Parágrafo único. O desenvolvimento, a manutenção e a evolução dos sistemas e ferramentas


necessários à prestação dos serviços a que se refere o caput deste artigo serão custeados com
recursos do FGTS.

Art. 17-A. O empregador ou o responsável fica obrigado a elaborar folha de pagamento e a


declarar os dados relacionados aos valores do FGTS e outras informações de interesse do
poder público por meio de sistema de escrituração digital, na forma, no prazo e nas condições
estabelecidos em ato do Ministro de Estado do Trabalho e Previdência.

§ 1º As informações prestadas na forma do caput deste artigo constituem declaração e reco-


nhecimento dos créditos delas decorrentes, caracterizam confissão de débito e constituem
instrumento hábil e suficiente para a cobrança do crédito de FGTS.

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§ 2º O lançamento da obrigação principal e das obrigações acessórias relativas ao FGTS será
efetuado de ofício pela autoridade competente, no caso de o empregador não apresentar a
declaração na forma do caput deste artigo, e será revisto de ofício, nas hipóteses de omissão,
erro, fraude ou sonegação.

Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este
obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos de-
pósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido
recolhido, sem prejuízo das cominações legais.

§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta
vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de
todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho,
atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.

§ 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça
do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento.

§ 3° As importâncias de que trata este artigo deverão constar da documentação comproba-


tória do recolhimento dos valores devidos a título de rescisão do contrato de trabalho, obser-
vado o disposto no art. 477 da CLT, eximindo o empregador, exclusivamente, quanto aos va-
lores discriminados.

Art. 19. No caso de extinção do contrato de trabalho prevista no art. 14 desta lei, serão ob-
servados os seguintes critérios:

I - havendo indenização a ser paga, o empregador, mediante comprovação do pagamento


daquela, poderá sacar o saldo dos valores por ele depositados na conta individualizada do
trabalhador;

II - não havendo indenização a ser paga, ou decorrido o prazo prescricional para a reclamação
de direitos por parte do trabalhador, o empregador poderá levantar em seu favor o saldo da
respectiva conta individualizada, mediante comprovação perante o órgão competente do Mi-
nistério do Trabalho e da Previdência Social.

Art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador cujo contrato de
trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2o, da Constituição Federal,
quando mantido o direito ao salário.

Parágrafo único. O saldo existente em conta vinculada, oriundo de contrato declarado nulo
até 28 de julho de 2001, nas condições do caput, que não tenha sido levantado até essa data,
será liberado ao trabalhador a partir do mês de agosto de 2002.

Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes
situações:

I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;

I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943;

II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, filiais ou


agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de nulidade do contrato de tra-
balho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do empregador individual sempre que

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qualquer dessas ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho, comprovada por de-
claração escrita da empresa, suprida, quando for o caso, por decisão judicial transitada em
julgado;

III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;

IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim habi-
litados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de pensões
por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os
seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento do
interessado, independente de inventário ou arrolamento;

V - pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento habitacional concedido


no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), desde que:

a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na
mesma empresa ou em empresas diferentes;

b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o prazo de 12 (doze) meses;

c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por cento do montante da prestação;

VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo devedor de financiamento imobiliário,


observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre elas a de que o finan-
ciamento seja concedido no âmbito do SFH e haja interstício mínimo de 2 (dois) anos para
cada movimentação;

VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de moradia própria, ou lote urbanizado
de interesse social não construído, observadas as seguintes condições:

a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do
FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes;

b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o SFH;

VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos fora do regime do FGTS;

IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores temporários regidos


pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974;

X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 (noventa) dias,
comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional.

XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de neoplasia ma-


ligna.

XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de 7
de dezembro de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % (cinquenta por cento) do saldo
existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na
data em que exercer a opção.

XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;

XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes estiver em estágio terminal,


em razão de doença grave, nos termos do regulamento;

XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta anos.

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XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, conforme
disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:

a) o trabalhador deverá ser residente em áreas comprovadamente atingidas de Município ou


do Distrito Federal em situação de emergência ou em estado de calamidade pública, formal-
mente reconhecidos pelo Governo Federal;

b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será admitida até 90 (noventa) dias após
a publicação do ato de reconhecimento, pelo Governo Federal, da situação de emergência ou
de estado de calamidade pública; e

c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido na forma do regulamento.

XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o disposto na alínea i do inciso XIII do


art. 5o desta Lei, permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) do saldo existente e
disponível na data em que exercer a opção.

XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite adquirir órtese ou
prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.

XIX - pagamento total ou parcial do preço de aquisição de imóveis da União inscritos em


regime de ocupação ou aforamento, a que se referem o art. 4o da Lei no 13.240, de 30 de
dezembro de 2015, e o art. 16-A da Lei no 9.636, de 15 de maio de 1998, respectivamente,
observadas as seguintes condições:

a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS,
na mesma empresa ou em empresas diferentes;

b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o Sistema Financeiro da Habitação
(SFH) ou ainda por intermédio de parcelamento efetuado pela Secretaria do Patrimônio da
União (SPU), mediante a contratação da Caixa Econômica Federal como agente financeiro dos
contratos de parcelamento;

c) sejam observadas as demais regras e condições estabelecidas para uso do FGTS.

XX - anualmente, no mês de aniversário do trabalhador, por meio da aplicação dos valores


constantes do Anexo desta Lei, observado o disposto no art. 20-D desta Lei;

XXI - a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a R$ 80,00 (oitenta reais) e não houver
ocorrido depósitos ou saques por, no mínimo, 1 (um) ano, exceto na hipótese prevista no
inciso I do § 5º do art. 13 desta Lei;

XXII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for, nos termos do regula-
mento, pessoa com doença rara, consideradas doenças raras aquelas assim reconhecidas pelo
Ministério da Saúde, que apresentará, em seu sítio na internet, a relação atualizada dessas
doenças.

§ 1º A regulamentação das situações previstas nos incisos I e II assegurar que a retirada a que
faz jus o trabalhador corresponda aos depósitos efetuados na conta vinculada durante o pe-
ríodo de vigência do último contrato de trabalho, acrescida de juros e atualização monetária,
deduzidos os saques.

§ 2º O Conselho Curador disciplinará o disposto no inciso V, visando beneficiar os trabalha-


dores de baixa renda e preservar o equilíbrio financeiro do FGTS.

§ 3º O direito de adquirir moradia com recursos do FGTS, pelo trabalhador, só poderá ser
exercido para um único imóvel.
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§ 4º O imóvel objeto de utilização do FGTS somente poderá ser objeto de outra transação
com recursos do fundo, na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.

§ 5º O pagamento da retirada após o período previsto em regulamento, implicará atualização


monetária dos valores devidos.

§ 6o Os recursos aplicados em cotas de fundos Mútuos de Privatização, referidos no inciso XII,


serão destinados, nas condições aprovadas pelo CND, a aquisições de valores mobiliários, no
âmbito do Programa Nacional de Desestatização, de que trata a Lei no 9.491, de 1997, e de
programas estaduais de desestatização, desde que, em ambos os casos, tais destinações sejam
aprovadas pelo CND.

§ 7o Ressalvadas as alienações decorrentes das hipóteses de que trata o § 8o, os valores mo-
biliários a que se refere o parágrafo anterior só poderão ser integralmente vendidos, pelos
respectivos Fundos, seis meses após a sua aquisição, podendo ser alienada em prazo inferior
parcela equivalente a 10% (dez por cento) do valor adquirido, autorizada a livre aplicação do
produto dessa alienação, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.

§ 8o As aplicações em Fundos Mútuos de Privatização e no FI-FGTS são nominativas, impe-


nhoráveis e, salvo as hipóteses previstas nos incisos I a XI e XIII a XVI do caput deste artigo,
indisponíveis por seus titulares.

§ 9° Decorrido o prazo mínimo de doze meses, contados da efetiva transferência das quotas
para os Fundos Mútuos de Privatização, os titulares poderão optar pelo retorno para sua conta
vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

§ 10. A cada período de seis meses, os titulares das aplicações em Fundos Mútuos de Privati-
zação poderão transferi-las para outro fundo de mesma natureza.

§ 11. O montante das aplicações de que trata o § 6° deste artigo ficará limitado ao valor dos
créditos contra o Tesouro Nacional de que seja titular o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço.

§ 12. Desde que preservada a participação individual dos quotistas, será permitida a consti-
tuição de clubes de investimento, visando a aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Priva-
tização.

§ 13. A garantia a que alude o § 4o do art. 13 desta Lei não compreende as aplicações a que
se referem os incisos XII e XVII do caput deste artigo.

§ 14. Ficam isentos do imposto de renda:

I - a parcela dos ganhos nos Fundos Mútuos de Privatização até o limite da remuneração das
contas vinculadas de que trata o art. 13 desta Lei, no mesmo período; e

II - os ganhos do FI-FGTS e do Fundo de Investimento em Cotas - FIC, de que trata o § 19


deste artigo.

§ 15. A transferência de recursos da conta do titular no Fundo de Garantia do Tempo de


Serviço em razão da aquisição de ações, nos termos do inciso XII do caput deste artigo, ou de
cotas do FI-FGTS não afetará a base de cálculo da multa rescisória de que tratam os §§ 1o e
2o do art. 18 desta Lei.

§ 16. Os clubes de investimento a que se refere o § 12 poderão resgatar, durante os seis


primeiros meses da sua constituição, parcela equivalente a 5% (cinco por cento) das cotas
adquiridas, para atendimento de seus desembolsos, autorizada a livre aplicação do produto
dessa venda, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.
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§ 17. Fica vedada a movimentação da conta vinculada do FGTS nas modalidades previstas
nos incisos V, VI e VII deste artigo, nas operações firmadas, a partir de 25 de junho de 1998,
no caso em que o adquirente já seja proprietário ou promitente comprador de imóvel locali-
zado no Município onde resida, bem como no caso em que o adquirente já detenha, em qual-
quer parte do País, pelo menos um financiamento nas condições do SFH.

§ 18. É indispensável o comparecimento pessoal do titular da conta vinculada para o paga-


mento da retirada nas hipóteses previstas nos incisos I, II, III, VIII, IX e X deste artigo, salvo em
caso de grave moléstia comprovada por perícia médica, quando será paga a procurador es-
pecialmente constituído para esse fim.

§ 19. A integralização das cotas previstas no inciso XVII do caput deste artigo será realizada
por meio de Fundo de Investimento em Cotas - FIC, constituído pela Caixa Econômica Federal
especificamente para essa finalidade.

§ 20. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá os requisitos para a integralização das


cotas referidas no § 19 deste artigo, devendo condicioná-la pelo menos ao atendimento das
seguintes exigências:

I - elaboração e entrega de prospecto ao trabalhador; e

II - declaração por escrito, individual e específica, pelo trabalhador de sua ciência quanto aos
riscos do investimento que está realizando.

§ 21. As movimentações autorizadas nos incisos V e VI do caput serão estendidas aos con-
tratos de participação de grupo de consórcio para aquisição de imóvel residencial, cujo bem
já tenha sido adquirido pelo consorciado, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Cura-
dor do FGTS.

§ 22. Na movimentação das contas vinculadas a contrato de trabalho extinto até 31 de de-
zembro de 2015, ficam isentas as exigências de que trata o inciso VIII do caput deste artigo,
podendo o saque, nesta hipótese, ser efetuado segundo cronograma de atendimento esta-
belecido pelo agente operador do FGTS.

§ 23. As movimentações das contas vinculadas nas situações previstas nos incisos V, VI e VII
do caput deste artigo poderão ser realizadas fora do âmbito do SFH, observados os mesmos
limites financeiros das operações realizadas no âmbito desse sistema, no que se refere ao
valor máximo de movimentação da conta vinculada, e os limites, critérios e condições estabe-
lecidos pelo Conselho Curador.

§ 24. O trabalhador poderá sacar os valores decorrentes da situação de movimentação de que


trata o inciso XX do caput deste artigo até o último dia útil do segundo mês subsequente ao
da aquisição do direito de saque.

§ 25. O agente operador deverá oferecer, nos termos do regulamento do Conselho Curador,
em plataformas de interação com o titular da conta, inclusive por meio de dispositivos móveis,
opções para consulta e transferência, a critério do trabalhador, para conta de depósitos de
sua titularidade em qualquer instituição financeira do Sistema Financeiro Nacional, dos recur-
sos disponíveis para movimentação em decorrência das situações previstas neste artigo, ca-
bendo ao agente operador estabelecer os procedimentos operacionais a serem observados.
§ 26. As transferências de que trata o § 25 deste artigo não acarretarão a cobrança de tarifas
pelo agente operador ou pelas demais instituições financeiras.

§ 27. A critério do titular da conta vinculada do FGTS, em ato formalizado no momento da


contratação do financiamento habitacional, os direitos aos saques de que trata o caput deste
artigo poderão ser objeto de alienação ou cessão fiduciária para pagamento de parte das

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prestações decorrentes de financiamento habitacional concedido no âmbito do SFH, obser-
vadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, mediante caucionamento dos de-
pósitos a serem realizados na conta vinculada do trabalhador, exceto o previsto no art. 18
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

Art. 20-A. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujeito a somente uma das seguintes
sistemáticas de saque:

I - saque-rescisão; ou

II - saque-aniversário.

§ 1º Todas as contas do mesmo titular estarão sujeitas à mesma sistemática de saque.

§ 2º São aplicáveis às sistemáticas de saque de que trata o caput deste artigo as seguintes
situações de movimentação de conta:

I - para a sistemática de saque-rescisão, as previstas no art. 20 desta Lei, à exceção da estabe-


lecida no inciso XX do caput do referido artigo; e

II - para a sistemática de saque-aniversário, as previstas no art. 20 desta Lei, à exceção das


estabelecidas nos incisos I, I-A, II, IX e X do caput do referido artigo.

Art. 20-B. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujeito originalmente à sistemática
de saque-rescisão e poderá optar por alterá-la, observado o disposto no art. 20-C desta Lei.

Art. 20-C. A primeira opção pela sistemática de saque-aniversário poderá ser feita a qualquer
tempo e terá efeitos imediatos.

§ 1º Caso o titular solicite novas alterações de sistemática será observado o seguinte:

I - a alteração será efetivada no primeiro dia do vigésimo quinto mês subsequente ao da


solicitação, desde que não haja cessão ou alienação de direitos futuros aos saques anuais de
que trata o § 3º do art. 20-D desta Lei;

II - a solicitação poderá ser cancelada pelo titular antes da sua efetivação; e

III - na hipótese de cancelamento, a nova solicitação estará sujeita ao disposto no inciso I do


caput deste artigo.

§ 2º Para fins do disposto no § 2º do art. 20-A desta Lei, as situações de movimentação obe-
decerão à sistemática a que o titular estiver sujeito no momento dos eventos que as enseja-
rem.

Art. 20-D. Na situação de movimentação de que trata o inciso XX do caput do art. 20 desta
Lei, o valor do saque será determinado:

I - pela aplicação da alíquota correspondente, estabelecida no Anexo desta Lei, à soma de


todos os saldos das contas vinculadas do titular, apurados na data do débito; e

II - pelo acréscimo da parcela adicional correspondente, estabelecida no Anexo desta Lei, ao


valor apurado de acordo com o disposto no inciso I do caput deste artigo.

§ 1º Na hipótese de o titular possuir mais de uma conta vinculada, o saque de que trata este
artigo será feito na seguinte ordem:

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I - contas vinculadas relativas a contratos de trabalho extintos, com início pela conta que tiver
o menor saldo; e

II - demais contas vinculadas, com início pela conta que tiver o menor saldo.

§ 2º O Poder Executivo federal, respeitada a alíquota mínima de 5% (cinco por cento), poderá
alterar, até o dia 30 de junho de cada ano, os valores das faixas, das alíquotas e das parcelas
adicionais constantes do Anexo desta Lei para vigência no primeiro dia do ano subsequente.

§ 3º A critério do titular da conta vinculada do FGTS, os direitos aos saques anuais de que
trata o caput deste artigo poderão ser objeto de alienação ou cessão fiduciária, nos termos
do art. 66-B da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, em favor de qualquer instituição financeira
do Sistema Financeiro Nacional, sujeitas as taxas de juros praticadas nessas operações aos
limites estipulados pelo Conselho Curador, os quais serão inferiores aos limites de taxas de
juros estipulados para os empréstimos consignados dos servidores públicos federais do Poder
Executivo.

§ 3º-A. A critério do titular da conta vinculada do FGTS, os direitos aos saques anuais de que
trata o caput deste artigo poderão ser objeto de caução para operações de microcrédito, nos
termos da legislação do SIM Digital, em favor de qualquer instituição financeira do Sistema
Financeiro Nacional. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 4º O Conselho Curador poderá regulamentar o disposto no § 3º deste artigo, com vistas ao


cumprimento das obrigações financeiras de seu titular, inclusive quanto ao:

I - bloqueio de percentual do saldo total existente nas contas vinculadas;

II - impedimento da efetivação da opção pela sistemática de saque-rescisão prevista no inciso


I do § 1º do art. 20-C desta Lei; e

III - saque em favor do credor.

§ 5º As situações de movimentação de que trata o § 2º do art. 20-A desta Lei serão efetuadas
com observância ao limite decorrente do bloqueio referido no § 4º deste artigo.

§ 6º A vedação prevista no § 2º do art. 2º desta Lei não se aplica às disposições dos §§ 3º, 4º
e 5º deste artigo.

§ 7º Na hipótese de despedida sem justa causa, o trabalhador que optar pela sistemática
saque-aniversário também fará jus à movimentação da multa rescisória de que tratam os §§
1º e 2º do art. 18 desta Lei.

Art. 21. Os saldos das contas não individualizadas e das contas vinculadas que se conservem
ininterruptamente sem créditos de depósitos por mais de cinco anos, a partir de 1º de junho
de 1990, em razão de o seu titular ter estado fora do regime do FGTS, serão incorporados ao
patrimônio do fundo, resguardado o direito do beneficiário reclamar, a qualquer tempo, a
reposição do valor transferido.

Parágrafo único. O valor, quando reclamado, será pago ao trabalhador acrescido da remu-
neração prevista no § 2º do art. 13 desta lei.

Art. 22. O empregador que não realizar os depósitos nos termos dos arts. 15 e 18 desta Lei
responderá pela incidência da Taxa Referencial (TR) sobre a importância correspondente.
(Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

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§ 1o Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão, ainda, juros de mora de 0,5% a.m.
(cinco décimos por cento ao mês) ou fração e multa, sujeitando-se, também, às obrigações e
sanções previstas no Decreto-Lei no 368, de 19 de dezembro de 1968.

§ 2o A incidência da TR de que trata o caput deste artigo será cobrada por dia de atraso,
tomando-se por base o índice de atualização das contas vinculadas do FGTS.

§ 2o-A. A multa referida no § 1o deste artigo será cobrada nas condições que se seguem:

I – 5% (cinco por cento) no mês de vencimento da obrigação;

II – 10% (dez por cento) a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação.

§ 3o Para efeito de levantamento de débito para com o FGTS, o percentual de 8% (oito por
cento) incidirá sobre o valor acrescido da TR até a data da respectiva operação.

Art. 23. Compete ao Ministério do Trabalho e Previdência a verificação do cumprimento do


disposto nesta Lei, especialmente quanto à apuração dos débitos e das infrações praticadas
pelos empregadores ou tomadores de serviço, que serão notificados para efetuar e comprovar
os depósitos correspondentes e cumprir as demais determinações legais. (Redação dada pela
Lei nº 14.438, de 2022)

§ 1º Constituem infrações para efeito desta lei:

I - não depositar mensalmente o percentual referente ao FGTS, bem como os valores previstos
no art. 18 desta Lei, nos prazos de que trata o § 6o do art. 477 da Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT;

II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos do FGTS, parcela componente
da remuneração;

V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos legais do FGTS constituído em notificação


de débito, no prazo concedido pelo ato de notificação da decisão definitiva exarada no pro-
cesso administrativo; (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

VI - deixar de apresentar, ou apresentar com erros ou omissões, as informações de que trata


o art. 17-A desta Lei e as demais informações legalmente exigíveis; e (Redação dada pela Lei
nº 14.438, de 2022)

VII - deixar de apresentar ou de promover a retificação das informações de que trata o art.
17-A desta Lei no prazo concedido na notificação da decisão definitiva exarada no processo
administrativo que reconheceu a procedência da notificação de débito decorrente de omissão,
de erro, de fraude ou de sonegação constatados. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 1º-A. A formalização de parcelamento da integralidade do débito suspende a ação punitiva


da infração prevista: (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

I - no inciso I do § 1º deste artigo, quando realizada anteriormente ao início de qualquer


processo administrativo ou medida de fiscalização; e (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

II - no inciso V do § 1º deste artigo, quando realizada no prazo nele referido. (Incluído pela
Lei nº 14.438, de 2022)

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§ 1º-B. A suspensão da ação punitiva prevista no § 1º-A deste artigo será mantida durante a
vigência do parcelamento, e a quitação integral dos valores parcelados extinguirá a infração.
(Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 2º Pela infração ao disposto no § 1º deste artigo, o infrator estará sujeito às seguintes multas:
(Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

b) 30% (trinta por cento) sobre o débito atualizado apurado pela inspeção do trabalho, con-
fessado pelo empregador ou lançado de ofício, nas hipóteses previstas nos incisos I, IV e V do
§ 1º deste artigo; e (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

c) de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 (trezentos reais) por trabalhador prejudicado, nas
hipóteses previstas nos incisos VI e VII do § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.438,
de 2022)

§ 3º Nos casos de fraude, simulação, artifício, ardil, resistência, embaraço ou desacato à fisca-
lização, assim como na reincidência, a multa especificada no parágrafo anterior será duplicada,
sem prejuízo das demais cominações legais.

§ 3º-A. Estabelecidas a multa-base e a majoração na forma prevista nos §§ 2º e 3º deste artigo,


o valor final será reduzido pela metade quando o infrator for empregador doméstico, mi-
croempresa ou empresa de pequeno porte. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)

§ 4º Os valores das multas, quando não recolhidas no prazo legal, serão atualizados moneta-
riamente até a data de seu efetivo pagamento, através de sua conversão pelo BTN Fiscal.

§ 5º O processo de fiscalização, de autuação e de imposição de multas reger-se-á pelo dis-


posto no Título VII da CLT.

§ 6º Quando julgado procedente o recurso interposto na forma do Título VII da CLT, os de-
pósitos efetuados para garantia de instância serão restituídos com os valores atualizados na
forma de lei.

§ 7º A rede arrecadadora e a Caixa Econômica Federal deverão prestar ao Ministério do Tra-


balho e da Previdência Social as informações necessárias à fiscalização.

Art. 23-A. A notificação do empregador relativa aos débitos com o FGTS, o início de procedi-
mento administrativo ou a medida de fiscalização interrompem o prazo prescricional.

§ 1º O contencioso administrativo é causa de suspensão do prazo prescricional.

§ 2º A data de publicação da liquidação do crédito será considerada como a data de sua


constituição definitiva, a partir da qual será retomada a contagem do prazo prescricional.

§ 3º Todos os documentos relativos às obrigações perante o FGTS, referentes a todo o con-


trato de trabalho de cada trabalhador, devem ser mantidos à disposição da fiscalização por
até 5 (cinco) anos após o fim de cada contrato.

Art. 24. Por descumprimento ou inobservância de quaisquer das obrigações que lhe compete
como agente arrecadador, pagador e mantenedor do cadastro de contas vinculadas, na forma
que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador, fica o banco depositário sujeito ao pa-
gamento de multa equivalente a 10 (dez) por cento do montante da conta do empregado,
independentemente das demais cominações legais.

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Art. 25. Poderá o próprio trabalhador, seus dependentes e sucessores, ou ainda o Sindicato a
que estiver vinculado, acionar diretamente a empresa por intermédio da Justiça do Trabalho,
para compeli-la a efetuar o depósito das importâncias devidas nos termos desta lei.

Parágrafo único. A Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho e da Previdência


Social deverão ser notificados da propositura da reclamação.

Art. 26. É competente a Justiça do Trabalho para julgar os dissídios entre os trabalhadores e
os empregadores decorrentes da aplicação desta lei, mesmo quando a Caixa Econômica Fe-
deral e o Ministério do Trabalho e da Previdência Social figurarem como litisconsortes.

Parágrafo único. Nas reclamatórias trabalhistas que objetivam o ressarcimento de parcelas


relativas ao FGTS, ou que, direta ou indiretamente, impliquem essa obrigação de fazer, o juiz
determinará que a empresa sucumbente proceda ao recolhimento imediato das importâncias
devidas a tal título.

Art. 26-A. Para fins de apuração e lançamento, considera-se não quitado o valor relativo ao
FGTS pago diretamente ao trabalhador, vedada a sua conversão em indenização compensa-
tória.

§ 1º Os débitos reconhecidos e declarados por meio de sistema de escrituração digital serão


recolhidos integralmente, acrescidos dos encargos devidos.

§ 2º Para a geração das guias de depósito, os valores devidos a título de FGTS e o período
laboral a que se referem serão expressamente identificados.

Art. 27. A apresentação do Certificado de Regularidade do FGTS, fornecido na forma do re-


gulamento, é obrigatória nas seguintes situações:

a) habilitação e licitação promovida por órgão da Administração Federal, Estadual e Municipal,


direta, indireta ou fundacional ou por entidade controlada direta ou indiretamente pela União,
Estado e Município;

b) obtenção, por parte da União, dos Estados ou dos Municípios, ou por órgãos da Adminis-
tração federal, estadual ou municipal, direta, indireta ou fundacional, ou indiretamente pela
União, pelos Estados ou pelos Municípios, de empréstimos ou financiamentos realizados com
lastro em recursos públicos ou oriundos do FGTS perante quaisquer instituições de crédito;

c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxílios, outorga ou concessão de ser-


viços ou quaisquer outros benefícios concedidos por órgão da Administração Federal, Esta-
dual e Municipal, salvo quando destinados a saldar débitos para com o FGTS;

d) transferência de domicílio para o exterior;

e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de alteração ou distrato de contrato


social, de estatuto, ou de qualquer documento que implique modificação na estrutura jurídica
do empregador ou na sua extinção.

Art. 28. São isentos de tributos federais os atos e operações necessários à aplicação desta lei,
quando praticados pela Caixa Econômica Federal, pelos trabalhadores e seus dependentes ou
sucessores, pelos empregadores e pelos estabelecimentos bancários.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo às importâncias devidas, nos termos desta
lei, aos trabalhadores e seus dependentes ou sucessores.

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Art. 29. Os depósitos em conta vinculada, efetuados nos termos desta lei, constituirão despe-
sas dedutíveis do lucro operacional dos empregadores e as importâncias levantadas a seu
favor implicarão receita tributável.

Art. 29-A. Quaisquer créditos relativos à correção dos saldos das contas vinculadas do FGTS
serão liquidados mediante lançamento pelo agente operador na respectiva conta do traba-
lhador.

Art. 29-B. Não será cabível medida liminar em mandado de segurança, no procedimento
cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, nem a tutela ante-
cipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil que impliquem saque ou
movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS.

Art. 29-C. Nas ações entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas
em que figurem os respectivos representantes ou substitutos processuais, não haverá conde-
nação em honorários advocatícios.

Art. 29-D. A penhora em dinheiro, na execução fundada em título judicial em que se deter-
mine crédito complementar de saldo de conta vinculada do FGTS, será feita mediante depó-
sito de recursos do Fundo em conta vinculada em nome do exequente, à disposição do juízo.
Parágrafo único. O valor do depósito só poderá ser movimentado, após liberação judicial, nas
hipóteses previstas no art. 20 ou para reversão ao Fundo.

Art. 30. Fica reduzida para 1 1/2 (um e meio) por cento a contribuição devida pelas empresas
ao Serviço Social do Comércio e ao Serviço Social da Indústria e dispensadas estas entidades
da subscrição compulsória a que alude o art. 21 da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.

Art. 31. O Poder Executivo expedirá o Regulamento desta lei no prazo de 60 (sessenta) dias a
contar da data de sua promulgação.

Art. 32. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogada a Lei nº 7.839, de 12 de
outubro de 1989, e as demais disposições em contrário.

PRODUTOS: ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTOS BÁSICOS

1) Introdução

Conforme a Resolução n° 2.025 do BCB, para a abertura de conta é necessária a observância dos
seguintes requisitos:

Art. 1º Para abertura de conta de depósitos é obrigatória a completa identificação do depo-


sitante, mediante preenchimento de ficha-proposta contendo, no mínimo, as seguintes infor-
mações, que deverão ser mantidas atualizadas pela instituição financeira:

I - qualificação do depositante:

a) pessoas físicas: nome completo, filiação, nacionalidade, data e local do nascimento, sexo,
estado civil, nome do cônjuge, se casado, profissão, documento de identificação (tipo, nú-
mero, data de emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas - CPF;

b) pessoas jurídicas: razão social, atividade principal, forma e data de constituição, documen-
tos, contendo as informações referidas na alínea anterior, que qualifiquem e autorizem os

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representantes, mandatários ou prepostos a movimentar a conta, número de inscrição no Ca-
dastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ e atos constitutivos, devidamente registrados, na
forma da lei, na autoridade competente;

II - endereços residencial e comercial completos;

III - número do telefone e código DDD;

IV - fontes de referência consultadas;

V - data da abertura da conta e respectivo número;

VI - assinatura do depositante.

Parágrafo 1º Se a conta de depósitos for titulada por menor ou por pessoa incapaz, além de
sua qualificação, também deverá ser identificado o responsável que o assistir ou o representar.

2) Ficha Proposta

Quanto à chamada ficha proposta, assim prevê a referida Resolução:

Art. 2º A ficha-proposta relativa a conta de depósitos à vista deverá conter, ainda, cláusulas
tratando, entre outros, dos seguintes assuntos:

I - saldo exigido para manutenção da conta;

II - condições estipuladas para fornecimento de talonário de cheques;

III - (Revogado pela Resolução nº 2.303, de 25/7/1996.)

IV - obrigatoriedade de comunicação, devidamente formalizada pelo depositante, sobre qual-


quer alteração nos dados cadastrais e nos documentos referidos no art. 1º desta Resolução;

V - inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF),


nos termos da regulamentação em vigor, no caso de emissão de cheques sem fundos, com a
devolução dos cheques em poder do depositante à instituição financeira;

VI - informação de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão ser destruí-
dos;

VII - procedimentos a serem observados com vistas ao encerramento da conta de depósitos,


respeitado o disposto no art. 12 desta Resolução.

Parágrafo único. (Revogado pela Resolução nº 2.303, de 25/7/1996.)

Art. 3º As informações constantes da ficha-proposta, bem como os elementos de identifica-


ção e localização do proponente, devem ser conferidas à vista de documentação competente,
observada a responsabilidade da instituição pela verificação acerca da exatidão das informa-
ções prestadas.

Parágrafo 1º A execução dos procedimentos de que trata este artigo pode ser atribuída a
correspondentes contratados nos termos da Resolução 2.707, de 30 de março de 2000, e re-
gulamentação posterior, não desonerando o gerente responsável pela abertura da conta de
depósito e o diretor designado nos termos do art. 15 desta resolução da responsabilidade
pelo cumprimento das disposições previstas na legislação e na regulamentação em vigor.
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Parágrafo 2º A instituição deve adequar seus sistemas de controles internos voltados para as
atividades de abertura e acompanhamento de contas de depósitos, implantados nos termos
da Resolução 2.554, de 24 de setembro de 1998, com vistas a prever o monitoramento das
atribuições conferidas na forma do parágrafo 1º, bem como adotar políticas e procedimentos,
incluindo regras rígidas do tipo "conheça seu cliente", que previnam a utilização das respec-
tivas instituições, intencionalmente ou não, para fins de práticas ilícitas ou fraudulentas.

Parágrafo 3º A prerrogativa de atribuir a execução dos procedimentos pertinentes à abertura


de contas de depósitos a correspondentes, na forma prevista no parágrafo 1º, dependerá da
prévia adequação dos sistemas de controles internos referida no parágrafo 2º.

Parágrafo 4º A instituição deve manter arquivadas, junto à ficha-proposta de abertura da


conta de depósitos, cópias legíveis e em bom estado da documentação referida neste artigo.

Art. 4º As fichas-proposta, bem como as cópias da documentação referida no artigo anterior,


poderão ser microfilmadas, decorrido o prazo mínimo de 5 (cinco) anos, observada a regula-
mentação vigente.

Art. 5º É proibida a abertura de conta sob nome abreviado ou de qualquer forma alterado,
inclusive mediante supressão de parte ou partes do nome do depositante.

Art. 6º É vedado o fornecimento de talonário de cheques ao depositante enquanto não veri-


ficadas as informações constantes da ficha-proposta ou quando, a qualquer tempo, forem
constatadas irregularidades nos dados de identificação do depositante ou de seu procurador.

Por fim, ainda dispõe a Resolução do Banco Central que:

Art. 11. A instituição financeira deve manter cartão com autógrafos atualizados do deposi-
tante, podendo a ficha-proposta de conta de depósitos à vista servir para este fim.

Art. 12. Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante acerca das condições exigidas
para a rescisão do contrato de conta de depósitos à vista por iniciativa de qualquer das partes,
devendo ser incluídas na ficha-proposta as seguintes disposições mínimas: (Redação dada
pela Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)

I - comunicação prévia, por escrito, da intenção de rescindir o contrato;

II - prazo para adoção das providências relacionadas à rescisão do contrato;

III - devolução, à instituição financeira, das folhas de cheque em poder do correntista, ou de


apresentação de declaração, por esse último, de que as inutilizou;

IV - manutenção de fundos suficientes, por parte do correntista, para o pagamento de com-


promissos assumidos com a instituição financeira ou decorrentes de disposições legais;

V - expedição de aviso da instituição financeira ao correntista, admitida a utilização de meio


eletrônico, com a data do efetivo encerramento da conta de depósitos à vista.

Parágrafo 1º A instituição financeira deve manter registro da ocorrência relativa ao encerra-


mento da conta de depósitos à vista.

Parágrafo 2º O pedido de encerramento de conta de depósitos deve ser acatado mesmo na


hipótese de existência de cheques sustados, revogados ou cancelados por qualquer causa, os

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quais, se apresentados dentro do prazo de prescrição, deverão ser devolvidos pelos respecti-
vos motivos, mesmo após o encerramento da conta, não eximindo o emitente de suas obri-
gações legais.

Art. 13. A instituição financeira deverá encerrar conta de depósito em relação à qual verificar
irregularidades nas informações prestadas, julgadas de natureza grave, comunicando o fato,
de imediato, ao Banco Central do Brasil.

Art. 14. As disposições desta resolução se aplicam a contas de depósitos existentes, inclusive
a contas de depósito de que trata a Carta-Circular nº 5, de 27.02.69, no que couber, devendo
a ficha-proposta conter a qualificação e identificação do responsável, no País, pela movimen-
tação da conta, quando for o caso.

Parágrafo único. Os cadastros relativos às contas referidas neste artigo deverão ser objeto
de verificação e atualização até 31.12.94.

Art. 15. As instituições financeiras deverão designar, expressamente, um diretor que deverá
zelar pelo cumprimento das normas de abertura, manutenção e movimentação das contas de
que trata esta resolução.

Parágrafo único. O nome do diretor designado nos termos deste artigo deverá ser informado
ao Banco Central do Brasil, no prazo máximo de 30 (trinta) dias da data de publicação desta
resolução.

PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL, REPRESENTAÇÃO


E DOMICÍLIO

1) Pessoa Natural

A pessoa física ou pessoa natural, é aquela que possui personalidade jurídica, ou seja, possui a apti-
dão para ser titular de direitos e contrair obrigações na órbita jurídica. Conforme o art. 2º do Código
Civil:

Art. 2º do CC. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe
a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

NASCITURO CONCEPTURO NATIMORTO

É o ente de vida intrauterina. Também chamado de prole O feto nascido morto. Nesse
eventual, é aquele que não che- caso, ele deverá ser registrado
gou a ser concebido. em livro próprio do cartório de
pessoas naturais.

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2) Pessoa Jurídica

A pessoa jurídica configura a soma de esforços humanos (corporação) ou patrimoniais (fundação),


visando a finalidade lícita e específica, sendo constituída na forma da lei e obedece à função social.

As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

Direito Público Interno (União, Estados, Distrito Federal,


Territórios., Municípios, Autarquias, demais entidades de
caráter público criadas por lei).

Direito Público Externo (Estados estrangeiros e todas as


Pessoas Jurídicas pessoas que forem regidas pelo direito internacional
público)

Direito Privado (Associações, Sociedades, Fundações,


Organizações Religiosas, Partidos Políticos).

A pessoa jurídica nasce efetivamente somente com o registro, que possui natureza constitutiva, pois
é ele que dá personalidade jurídica a elas.

O art. 45 do Código Civil prevê que o registro da pessoa jurídica é constitutivo (a personalidade só
surge com o registro), já que por ele se inicia a existência da pessoa jurídica.

O art. 46 do CC elenca os requisitos necessários à constituição de uma pessoa jurídica.

Art. 46. O registro declarará:

I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;

II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores e dos diretores;

III – o modo porque se administra e representa ativa e passivamente, judicial e extrajudicial-


mente;

IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;

V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;

VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

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3) Domicílio

De acordo com o art. 70 do CC, o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.

No caso de haver pluralidade de residências, estabelece o art. 71 que será considerado domicílio
qualquer delas.

De acordo com o art. Art. 72 do Código Civil:

Art. 72 do Código Civil: É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concer-
nentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles consti-
tuirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

O chamado domicilio aparente encontra-se tipificado no art. 73 do CC que prevê que se terá por
domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.

Haverá mudança de domicílio quando for transferida a residência, com a intenção manifesta de se
mudar.

Por fim, o domicílio necessário, legal ou compulsório: é aquele que, em razão de uma qualidade da
pessoa, será estabelecido por lei. Possuem domicílio necessário:

Incapaz: domicílio será o do representante ou assistente;

Servidor público: local em que exerce suas atividades;

Militar: local onde serve;

Marítimo: onde o navio estiver matriculado ou ancorado;

Preso: lugar onde cumpre sua condenação definitiva. Logo, se a prisão for provisória, não há
domicílio necessário.

SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO

Conforme definição dada pelo Banco Central do Brasil, o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos relacionados com o processamento e a
liquidação de operações de transferência de fundos, de operações com moeda estrangeira ou com
ativos financeiros e valores mobiliários, chamados, coletivamente, de entidades operadoras de Infra-
estruturas do Mercado Financeiro (IMF). Além das IMF, os arranjos e as instituições de pagamento
também integram o SPB.

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Zelar pelo funcionamento normal, seguro e eficiente do sistema de pagamentos é função essencial
de um banco central. Tal função tem como objetivo primordial garantir a eficiência e a segurança no
uso de instrumentos de pagamento por meio dos quais a moeda é movimentada.

Como forma de atingir esses objetivos, o BC tem as competências de regulamentar e exercer a vigi-
lância e a supervisão sobre os sistemas de compensação e de liquidação, os arranjos e as instituições
de pagamento.

As IMF desempenham um papel fundamental para o sistema financeiro e para a economia de uma
forma geral. É importante que os mercados financeiros confiem na qualidade e na continuidade dos
serviços prestados pelas IMF. Seu funcionamento adequado é essencial para a estabilidade financeira
e condição necessária para salvaguardar os canais de transmissão da política monetária. Assim, cum-
pre ao BC atuar no sentido de promover sua solidez, seu normal funcionamento e seu contínuo
aperfeiçoamento.

No caso dos pagamentos de varejo, o BC direciona suas ações no sentido de promover a interope-
rabilidade, a inovação, a solidez, a eficiência, a competição, o acesso não discriminatório aos serviços
e às infraestruturas, o atendimento às necessidades dos usuários finais e a inclusão financeira.

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