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REVISÃO DE LITERATURA

Técnicas de bandagens terapêuticas em âmbito esportivo aplicadas à


ativação muscular, estabilidade e edema.

Therapeutic taping tecniques in sports applied to muscular activity, balance and


edema.

Lucas Vaz Mendes*, Hugo Barbosa dos Santos Ribeiro*, Isabelle Rodrigues
de Lira*, Bruna Neres da Silva*, Renan Santos Ramos de Oliveira **,
Fernando Campbell Bordiak***.

*Acadêmico(a) do curso de graduação em fisioterapia do Centro Universitário


IBMR.

**Preceptor de estágio obrigatório prático do Centro Universitário IBMR, no


Fluminense Football Club.

***Professor da disciplina de fisioterapia esportiva do Centro Universitário IBMR.

Trabalho apresentado como exigência para a conclusão do curso de Fisioterapia


do Centro Universitário IBMR em 05/12/2022

RESUMO

INTRODUÇÃO: O uso de bandagens terapêuticas na prática esportiva


tem se tornado uma prática cada vez mais comum nos últimos anos, com a
intenção de melhorar a performance e acelerar a recuperação de atletas de
diferentes modalidades. OBJETIVO: O presente estudo busca analisar as
evidências do uso de bandagens em atletas acerca de ativação muscular,
estabilidade articular e compressão de edemas. METODOLOGIA: As seguintes
bases de dados foram utilizadas: PubMED, PEDro, Scielo e Lilac. Apenas foram
incluídos estudos controlados randomizados. RESULTADOS: Um total de 20
estudos foram selecionados para compor este artigo de revisão, entretanto não
foram encontrados estudos relativos à compressão de edemas em atletas.
CONCLUSÃO: A evidência encontrada se mostra limitada e fraca quando
analisamos os resultados objetivos relativos à ativação muscular e estabilidade
articular.

1
PALAVRAS-CHAVE: bandagem, kinesiotape, estabilidade, ativação
muscular, esporte.

ABSTRACT

INTRODUCTION: The usage of therapeutic bandages in sports has


become more and more common in the last years, with the intent of increasing
the performance and to accelerate the rehabilitation process of athletes of
different modalities. OBJECTIVE: This study aims to analise the current evidence
on the usage of therapeutic bandages involving muscular activity, balance and
compression of edemas. METHODOLOGY: The following online databases were
used: Pubmed, PEDro, Scielo and Lilac. Only randomized controlled studies
were included. RESULTS: A total of 20 articles were selected to be a part of this
review, however no studies about compression of edemas on athletes were
found. CONCLUSION: The evidence is weak and limited when we analise the
objective results on muscular activity and balance.

KEYWORDS: bandage, kinesiotaping, balance, muscular activity, sport.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Nelson Morini Jr., “pode ser considerado bandagem todo
material flexível utilizado como auxílio externo ao corpo humano. As bandagens
são classificadas como: rígidas ou inelásticas, as quais deformam plasticamente
(esparadrapo, micropore, faixa crepe e gesso); e elásticas, que apresentam a
capacidade de se estirar (pouco ou muito) e voltar ao seu estado de repouso”. 1

A Bandagem Elástica, conhecida por muitos como Kinesio Taping, é uma


técnica que se tornou bastante conhecida nos últimos 10 anos dentro do mundo
da saúde, principalmente nos esportes, após começar a aparecerem “fitas
coloridas” em diversos atletas nas mais diversas modalidades. 2 Ela foi criada nos
anos 1970 pelo Dr. Kenzo Kase, para preencher as opções de tratamento que
eram poucas na época.3

2
Já a Bandagem Rígida, que pode ser realizada através do uso de
esparadrapos ou atadura inelásticas, possui como objetivo limitar o movimento
excessivo ou anormal de uma região que esteja lesionada e, ao mesmo tempo,
dar suporte ao músculo comprometido pela mesma lesão. 4

A bandagem consegue agir diretamente sobre estruturas superficiais por


meio da força ou pressão que se é aplicada. Ela oferece diversos benefícios para
o corpo e para a saúde de quem utiliza a mesma, como um retorno mais rápido
para as atividades que eram realizadas antes pela pessoa e até mesmo correção
e alinhamento postural ou articular.5

Dentro da reabilitação a Bandagem tem diversas funções, tais como


estabilização das articulações, modificação e controle da postura em uma
articulação, inibição da atividade muscular, redução da dor, aumento da
excitabilidade dos neurônios motores e aumento do torque articular. 5

A mesma é muito utilizada também como complemento para outros


tratamentos, tais como alongamentos de músculos que são encurtados e
exercícios de desequilíbrios musculares por exemplo. Porém é melhor utilizada
para complementar outros tratamentos quando se há uma meta definida para a
aplicação da bandagem e, também, um bom conhecimento de anatomia e
biomecânica para se tirar o melhor proveito da mesma. 5

O objetivo do presente estudo, então, é o de avaliar o uso das bandagens


terapêuticas na prática esportiva, buscando analisar a evidência atual em
relação às técnicas voltadas para a ativação muscular, a estabilidade articular e
a compressão de edemas em atletas de diferentes modalidades.

2. METODOLOGIA

A reunião dos artigos foi realizada com o intuito de demonstrar o uso de


bandagens funcionais na área esportiva e analisar o que apontam as evidências
encontradas. As seguintes bases de dados foram utilizadas: Pubmed, PEDro,
Scielo e Lilacs.

3
2.1. COLETA DE DADOS

Os termos utilizados nas plataformas foram: “taping”, “kinesiotape”,


“bandage”, “balance”, “muscular activity”, “compression”, “sports”, “athletes”.

2.2. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Foram incluídos na presente revisão: ensaios controlados randomizados


referentes ao uso de bandagens em atletas acerca de ativação muscular,
estabilidade e compressão de edemas.

2.3. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídos da presente revisão: estudos de caso; artigos na forma


de revisão de literatura; trabalhos de conclusão de curso de graduação ou pós-
graduação; artigos em que não fosse possível obter acesso à sua leitura na
íntegra, e também; artigos que não tinham como escopo o uso de bandagens
em atletas acerca de ativação muscular, estabilidade articular e compressão de
edemas.

2.4. PERIODICIDADE

O estudo foi realizado entre os meses de setembro e novembro de 2022,


sem observação de lapso de tempo relativo à data de publicação dos estudos
encontrados.

3. RESULTADOS

Um total de 67 artigos foram reunidos, sendo filtrados a partir dos critérios


de exclusão acima citados. Destes, apenas 20 ensaios clínicos randomizados
foram selecionados para compor o presente estudo, todos dentro dos critérios
de seleção estipulados. Não foi possível encontrar artigos que relacionassem o
efeito de compressão de edemas de bandagens à área esportiva. A grande
maioria é voltada para a área estética.

Foi utilizada literatura complementar, de 5 fontes bibliográficas, a fim de


gerar maior embasamento durante a construção da introdução desta revisão de
literatura.

4
4. DISCUSSÃO

O estudo de Nunes et al. (2013) teve como objetivo verificar o uso da


KinesioTape na melhora muscular durante salto vertical e horizontal e durante o
equilíbrio dinâmico em atletas universitários saudáveis. Selecionados vinte
atletas de 4 modalidades de esporte diferentes, treinando 3x/semana, conduziu-
se testes específicos por um período de um mês, utilizando 2 tipos de bandagem:
a KinesioTape e a bandagem não-elástica (rígida). Durante os mesmos, os
atletas não sabiam qual o tipo de bandagem estava sendo aplicada.6

Diferenças entre os dois tipos de bandagens não foram encontradas.


Também concluiu-se que a aplicação de bandagens com apenas a finalidade de
estimulação muscular não deve ser considerada, visto que não se mostrou
benéfico no recrutamento motor e no equilíbrio. 6

O estudo de Ataullah et al. (2021) verificou as variáveis de Força de


Contração Isométrica Máxima (FCIM) e de atividade eletromiográfica do músculo
glúteo médio antes e após a aplicação de duas faixas em “I” de KinesioTape
(grupo experimental, 15-35% de tensão) e de fita microporosa (grupo controle)
em atletas com instabilidade crônica de tornozelo. Pela análise de dados foi
constatada uma melhora de 10,27% na FCIM e redução de atividade
eletromiográfica de 8.39% no grupo experimental, enquanto no grupo controle
houve um aumento na FCIM de 2,9%, sem diferenças estatisticamente
significantes para a atividade eletromiográfica. 7

O estudo de Shih et al. (2018) reuniram 30 atletas de esportes overhead


com Síndrome do Impacto do Ombro, buscando observar mudanças na
cinemática escapular e na atividade eletromiográfica dos músculos trapézio
superior, trapézio inferior e serrátil anterior antes e após a utilização de KT ou
fita microporosa (grupo controle). Houve uma leve melhora cinemática durante
os movimentos de tilte posterior/anterior e rotação superior/inferior da escápula
no grupo experimental. Quanto à atividade muscular, não foram encontradas
diferenças estatisticamente significantes para ambos os grupos. 8

5
O estudo de Alonazi et al. (2021) teve o objetivo de analisar o uso
combinado de biofeedback por eletromiografia e taping patelar (técnica de
McConnell) em comparação a um grupo controle (sem biofeedback e com uso
de fita elástica). Trinta atletas do sexo masculino foram selecionados para
realizar um programa de treinamento para a musculatura do quadríceps, sendo
avaliados por 6 semanas. Diferenças estatisticamente significantes foram
encontradas a favor do grupo experimental na medição de força nas semanas 4
e 6 e na medição de função do joelho na semana 6. Entretanto, não é possível
dizer qual o papel individual do taping patelar nos resultados achados.9

O estudo de Chang et al. (2013) teve como objetivo analisar o uso de KT


em atletas de baseball com epicondilite lateral. Força de preensão máxima e
percepção de força foram usados como as variáveis do estudo, com resultados
estatisticamente significantes apenas para a percepção de força. 10

O estudo de Briem et al. (2011) reuniu 30 atletas profissionais para avaliar


o uso de KT e bandagem não-elástica durante uma inversão de tornozelo
provocada, e também a percepção dos indivíduos quanto ao uso de cada um.
Os atletas, após testes, foram divididos entre os 15 com maior estabilidade
(grupo 1) e os 15 com menor estabilidade (grupo 2), com o músculo fibular longo
sendo avaliado. A única diferença estatisticamente significante quanto à ativação
muscular ocorreu durante o uso da bandagem não-elástica em relação a uso de
nenhuma bandagem, porém deve ser posto em pauta se o dado é clinicamente
relevante (diferença muito pequena). Ao final, o grupo 1 preferiu utilizar a KT e o
grupo 2 preferiu usar a bandagem não-elástica.11

No artigo de Chen et al. (2009) 17 atletas de baseball foram avaliados


quanto à atividade muscular de trapézio superior, inferior e serrátil anterior, e à
movimentação cinemática do plano escapular, de modo semelhante ao estudo
de Shih et al. citado anteriormente. Foram encontradas mudanças discretas no
tilte posterior e no descolamento superior da escápula no grupo que utilizou KT,
com leve aumento de ativação muscular durante nos arcos 90-120° e 60-30° em
relação ao grupo controle.12

6
Tekin et al. (2018) reuniram 33 estudantes de ballet para avaliar a
mudança de sua estabilidade estática, semi-dinâmica e dinâmica frente a três
abordagens: uso de KT no tornozelo (abrangendo músculo fibular); treinamento
neuromuscular proprioceptivo (TNP), e; grupo controle (sem abordagem).
Durante o período de avaliação todos os participantes continuavam a frequentar
aulas de ballet normalmente, e cinco exercícios específicos foram selecionados
para avaliar as variáveis citadas, apenas na perna não-dominante. Na análise de
resultados pré-teste/pós-teste foi identificada a melhora da estabilidade em todos
os exercícios para o grupo TNP, em relação ao grupo controle. Para o grupo KT
não foi identificada melhora de estabilidade quando comparado ao grupo
controle.13

Khalili et al. (2022) reuniram 24 atletas do sexo feminino com instabilidade


funcional do tornozelo para avaliar o efeito combinado de exercícios de
estabilidade e KT comparado ao um grupo controle (apenas exercícios de
estabilidade). Um protocolo de exercícios foi seguido por ambos os grupos,
durante um período de 6 semanas, com as atletas sendo avaliadas antes e após
esse treinamento. Foram coletados dados relativos à estabilidade postural e à
severidade da instabilidade das atletas. Os resultados mostraram diferenças
estatisticamente significantes a favor do grupo experimental comparado ao
grupo controle, porém o valor absoluto dos dados traz a dúvida de se as
diferenças são clinicamente relevantes.14

O estudo de Sarvestan et al (2020) analisou os efeitos a curto prazo da


KinesioTape na biomecânica do tornozelo, durante o equilíbrio unilateral entre
atletas com histórico de entorses crônicas. Escolhidos a partir de critérios, trinta
atletas universitários (sem dor aguda) foram avaliados por meio do Single Leg
Balance Static Test, 25 minutos após a aplicação da KT e também 20 minutos
pós retirada da bandagem. Com a aplicação no tornozelo lesado, analisaram o
arco de movimento (ADM) do membro inferior, a atividade muscular durante
atividades unipodais e a influência postural. 15

7
Foi concluído que tal aplicação seria benéfica para a estabilidade articular
de indivíduos com entorses crônicas, visto que a KinesioTape melhora o suporte
mecânico lateral no tornozelo (ADM inversão) e diminui a oscilação postural
frontal e a magnitude da ativação muscular (m. fibular longo em 6%). 15

O estudo de Alawna et al. (2020) procurou ver os efeitos à curto e longo


prazos da aplicação de bandagem no tornozelo, relacionado a equilíbrio,
propriocepção e salto vertical em jogadores de vôlei com instabilidade de
tornozelo. Cem participantes foram selecionados e separados randomicamente
em 3 grupos distintos: KinesioTape, bandagem não-elástica (rígida) e sem
bandagem. Avaliaram a propriocepção (3 Steps Ankle ROM), o salto vertical
(Vertical Jump Test) e o equilíbrio (Y-Balance Test) imediatamente após a
aplicação, 2 semanas depois e 2 meses depois. Os testes foram previamente
realizados para diminuir a margem de erro e as bandagens eram reaplicadas de
2 em 2 semanas.16

Imediatamente apenas o salto vertical foi beneficiado pelo uso das


bandagens. Entretanto após 2 semanas e 2 meses os grupos de bandagens
mostraram benefícios em relação a propriocepção, ao equilíbrio e ao salto
vertical. Entre as bandagens não foram observadas nenhuma diferença.
Concluíram também, que a aplicação dessas, melhora a percepção
mecanosensorial por conta da melhora do controle postural, que afetaria a
estabilidade, confiança e tranquilidade do atleta. 16

O estudo de Jaffar et al. (2022) realizado para determinar a atividade do


m. fibular longo com diferentes bandagens funcionais e em posicionamentos do
tornozelo distintos, em 23 atletas jovens com instabilidade funcional do
tornozelo. Foi conduzido o Ankle Joint Functional Assessment Tool, para
determinar a estabilidade do tornozelo. Então, realizaram 2 testes de
estabilidade postural, seguido por um teste de perturbação de inversão repentina
em 3 situações distintas (sem bandagem; kinesiotape; rígida). Os dados foram
obtidos por meio de eletromiografia (EMG), na qual avaliaram a diferença na
ativação muscular máxima e a latência muscular (ativação tardia).17

8
Concluíram que a bandagem rígida pode ampliar a resposta do m. fibular
longo por manter um maior nível de ativação durante movimentos dinâmicos e
durante a inversão repentina. Em relação a latência muscular, tiveram melhores
resultados nos testes com o uso de bandagens, do que sem o uso. 17

O estudo de Ozer et al. (2018) foi realizado para determinar os efeitos a


curto prazo das bandagens rígida e elástica na discinesia e rotação escapular,
e na musculatura do peitoral menor em atletas assintomáticos, com o objetivo de
promover a biomecânica do ombro e escápula. Testes de discinesia escapular,
inclinômetro digital para rotação e a medição do comprimento da musculatura
foram realizados em 72 atletas de elite, imediatamente após a aplicação das
bandagens e depois de 60-72 horas de uso, considerando que as bandagens
foram reaplicadas depois de 48 horas.18

Após analisarem os 3 tipos de bandagens distintas aplicadas na região do


ombro e escápula e também sem o uso de bandagem, obtiveram os resultados
de diminuição na discinesia escapular e aumento no comprimento da
musculatura do peitoral menor nos grupos com KinesioTape e bandagem rígida.
Já a rotação escapular não teve alteração em nenhum grupo. 18

O estudo de Kim et al. (2017) observou o efeito imediato na marcha


quando a bandagem é aplicada no tornozelo de jogadores amadores de futebol
que já sofreram entorses. Avaliados 22 atletas com entorses severas, sem uso
de anti-inflamatório, observaram que a KinesioTape aplicada na forma de Ankle
Balance Taping, por ser elástica, gerou uma estabilidade que permitia
movimento, no tornozelo desses atletas, resultando na melhora da marcha.
Parâmetros de funcionalidade do tornozelo não foram avaliados. 19

Gehrke et al. (2018) realizou um estudo para verificar os efeitos das


bandagens rígida e elástica na performance unilateral funcional e no nível de
conforto de jogadores de basquete com instabilidade crônica de tornozelo. A

9
avaliação foi feita por meio do Star Excursion Balance Test (SEBT) e do Figure-
of-8 Hop Test (F8). Os resultados mostraram que não teve diferença no SEBT,
porém no F8 observou-se uma melhora, sendo a elástica considerada mais
confortável que a rígida. Ainda concluíram que as bandagens parecem gerar um
aumento na confiança e na percepção de estabilidade desses atletas,
melhorando o equilíbrio dinâmico e a performance funcional em atividades que
geram um grande estresse articular.20

O objetivo do estudo de Souza et al. (2022) foi avaliar o efeito da


bandagem elástica no tornozelo de jogadores de basquete com instabilidade
crônica. Por meio do Star Excursion Balance Test (SEBT), 13 atletas de ambos
os sexos foram avaliados quanto à presença ou não de instabilidade em 3
situações distintas: placebo, bandagem elástica e sem bandagem. Os resultados
mostraram que apesar do placebo obter um desfecho positivo, a bandagem
elástica não teve efeitos positivos sobre a estabilização articular em termos de
avaliação de funcionalidade. Os autores nos dizem que seria preciso mais estudo
para verificar essa implantação como estabilizador de tornozelo. 21

O estudo de Bicici et al. (2012) procurou investigar os efeitos de diferentes


bandagens (kinesio taping e athletic taping) em 15 atletas de basquete, do sexo
masculino, com entorse de tornozelo crônica. Classificaram a instabilidade de
acordo com o Cumberland Ankle Instability Tool (CAIT) com os atletas realizando
4x (intervalo de 1 semana) diversos testes funcionais (Hopping Test; Single Limb
Hurdle Test; Standing Heel Rise Test; Vertical Jump Test; Star Excursion
Balance Test; Kinesthetic Ability Trainer Test), para quantificar agilidade,
instabilidade, coordenação/propriocepção e força/resistência. 22

Dentre os resultados observou-se melhora em alguns testes com a


aplicação da KinesioTape e nenhum efeito negativo na funcionalidade da
performance. Já a athletic tape afetou negativamente o Vertical Jump e o
Standing Heel Rise Test por acabar limitando a plantiflexão. 22

10
O estudo de Kim et al. (2017) teve como objetivo verificar os efeitos a curto
prazo de bandagem esportiva no suporte da perna (terço médio da tíbia), durante
exercícios como agachar, levantar, andar e correr, restringindo a queda navicular
em atletas de elite. Foi calculado previamente a pressão plantar, altura navicular
normal e a queda navicular, de 24 atletas sem lesões prévias nas pernas.
Compararam assim, por meio de 10 marcadores, durante atividades dinâmicas
e passivas, o uso de 3 tipos de bandagens distintas. 23

Resultados mostraram que a bandagem rígida (RT) manteve a altura


navicular normal, podendo ser uma técnica de prevenção e tratamento para
Síndrome de Stress da Tíbia Medial.23

O objetivo do estudo de Matos et al. (2019) foi avaliar os efeitos da


aplicação em “Y” de Kinesio Taping na potência dos membros inferiores (m.
gastrocnêmio) após 24, 48 e 72 horas de aplicação da bandagem, bem como 24
horas após a sua retirada. Foram avaliados 40 atletas universitários de volleyball
sendo divididos em dois grupos, o primeiro denominado grupo Kinesio Taping
(GKT) e o segundo denominado grupo placebo (GP). Os testes específicos
utilizados para as avaliações foram: saltos horizontais, saltos em distância e
impulsão vertical. No presente estudo não houve aumento da potência dos
membros inferiores no grupo GKT ao longo dos 5 dias analisados (24, 48 e 72
horas de aplicação do KT e 24 horas após a retirada). 24

Porém quando se comparou entre os grupos, o GKT apresentou


resultados superiores na potência dos membros inferiores, no qual para Single-
Leg Hop Test houve aumento apenas 72 horas após a aplicação do KT e 24
horas após a retirada do mesmo. Para o salto em distância, houve aumento
durante todos os dias de uso do KT após a retirada da bandagem. Por fim, no
teste de impulsão vertical houve apenas durante o uso do KT.24

O estudo de Brum et al. (2012) teve o objetivo de analisar a influência da


bandagem rígida funcional na estabilidade articular do tornozelo em atletas de

11
basquetebol. Foram avaliados 11 atletas entre 12 e 16 anos da categoria sub-15
do basquete masculino. A bandagem rígida funcional foi aplicada em volta da
articulação do tornozelo, com o objetivo de alinhar a articulação, com a técnica
de bota fechada. 25

Pode-se concluir que os resultados significativos nos parâmetros de


deslocamento total, deslocamento laterolateral e velocidade de deslocamento
laterolateral, com a aplicação do método em atletas de basquetebol, são
variáveis importantes nas lesões em inversão do tornozelo e, se essas variáveis
melhoraram com a utilização da bandagem rígida funcional, considera-se que
esse dispositivo é relevante para a referida população. No estudo, observou-se
que houve aumento da estabilidade na articulação dos jogadores analisados
com o uso da bandagem e, consequentemente, redução da incidência de
lesões.25

5. CONCLUSÃO

Por meio da análise dos estudos selecionados não é possível concluir


acerca do benefício do uso de bandagens na prática esportiva. A evidência
relativa ao seu uso para ativação muscular e estabilidade articular é fraca. Muitos
dos estudos não entregam resultados estatisticamente significantes e, quando o
fazem, estes são por vezes, pequenos, o que ficaria por conta de cada
profissional a análise da viabilidade clínica de seu uso, levando em conta
também a preferência e participação do atleta no tratamento. Além disso esta
revisão é afetada por limitações dos próprios estudos analisados, devido à:
amostragens pequenas na maioria dos estudos, e; ao viés de confirmação
verificado em cerca de metade deles pelo escore oficial da escala PEDro.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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