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Cruzadas e Heresias
Cruzadas e Heresias
turcas em território bizantino – O papa Urbano II, em 1095 (concílio de Clermont Ferrand),
responde a esse apelo e simultaneamente coloca um interesse da cristandade – recuperação
de Jerusalém, conquistada pelos turcos seljúcidas – área de influência papal – projeto de
expansão da cristandade – convoca Normandos para que se dirijam a Bizâncio (que por sua vez
tiveram interesses de conquista no território das Cruzadas) – projeção da influência da igreja
latina sobre a ortodoxa, desde o Cisma – além disso, a crise existencial dos bellatores serviu
como forma de levar hostilidades para o espaço extra-latino
As demais Cruzadas não surgem com objetivo específico, mas como consequências da 1ª –
continuação dos objetivos da primeira
Dois fatos para entender a segunda cruzada (1147 – 1149) – tomada do principado de
antioquia por Manuel I Comneno, que gera ruptura com venezianos e que terá ecos na quarta
cruzada; união feita por Saladino, que permite em 1114 a conquista do Condado de Edessa –
participam o imperador do Sacro Império, Luís VII de França e outras autoridades
Projeto de hegemonia do Adriático por Manuel I – venezianos resistem por ver seu território
ameaçado – imperador revoga os benefícios concedidos aos venezianos e confisca
propriedades daqueles que viviam dentro do Império – o fracasso do projeto de Manuel I
permite a ascenção ao poder dos Angelos, e as hostilidades aos venezianos explicam a Quarta
cruzada e o saque de Constantinopla
Terceira Cruzada (1189 – 1192) – tentam recuperar a Terra Santa das mãos de Saladino –
Felipe Augusto, Frederico Barbarruiva e Ricardo Coração de Leão – não conseguem hegemonia
cristã sobre a região mas conseguem acordo com Saladino, permitindo que se estabelecesse
uma faixa no litoral de autoridade cristã, e que Jerusalém fosse aberta à peregruinação
Quarta cruzada (1202 – 1204) – motivo mais econômico e menos religioso – recuperação dos
territórios perdidos – hostilidades entre Veneza e Bizâncio – havia revogado os tratados de
comércio com Veneza – Hungrianos tomam Zara e ferram Venezianos – decidem patrocinar e
bancar a Cruzada, que até então ninguém tinha atendido à convocação – retomam Zara, e
Isaque II Angelo pede ajuda a eles para que o colocasse de volta ao trono bizantino, pois havia
sido deposto por ser considerado pró-latinista – não só pagaria pela ação como também
restauraria os acordos comerciais – Colocam ele no trono em 1203, porém é assassinado e
Aleixo V Ducas é colocado em seu lugar – este se recusa a pagar os venezianos, que em 1204
invadem e saqueiam constantinopla por 10 dias seguidos – surgem focos de resistência em
estados menores do que era o Império Bizantino (por exemplo, Niceia, apoiada pelos
genoveses)
Ricardo some misteriosamente ao retornar ao seu reino, o que causa a subida ao trono de seu
irmão João Sem Terra, que tenta aplicar governo despótico, que não cabia na pequena
Inglaterra – Felipe Augusto usa da crise institucional para tomar territórios antes vassalos da
Inglaterra, e o rei é coagido a assinar a Magna Carta.
Enquanto isso, na quarta cruzada, a fragmentação do mundo islâmico permite sua retomada
Quinta Cruzada (1213 – 1221) – Quarto concílio de latrão – combate às heresias – Frederico II
responde – metáfora para as seguintes cruzadas: pilhagens, conquistas de próprios interesses,
alianças com infiéis
Heresia – inflexão dos dogmas do catolicismo – segundo José Barros, uma heresia pode ser
“negação da verdade original e aceitas, ou como pregação de um evangelho diferente daquele
que foi divulgado pelas verdades apostólicas.” - herético acreditava que o que pregava era útil
e verdadeiro, e ia contra a autoridade da Igreja, contra seu princípio de ser universal e única –
colocavam em risco a própria instituição universal que a Igreja se propunha a ser – tirava da
Igreja seu monopólio do conhecimento. As heresias surgem em especial quando se definem os
dogmas da Igreja, que não eram muito bem definidos até o IV Concílio de Latrão – definiu a
posição da Igreja e o que eram os heréticos, listando as práticas heréticas – exemplo: cátaros e
valdenses
Cátaros – albigenses – Albi, região de onde vinham – segundo Nachmann Falbel, as heresias
podem assumir duas “personalidades”: podem ter caráter social, como a dos valdenses, ou
dogmático, como a dos cátaros, que apresentavam divergências de ordem teológica e
filosófica.
Valdenses – Pedro Valdo de Lyon – pregava nas cidades, humildade e abstenção de bens
materiais, e adquire muitos seguidores – assume posições cada vez mais contrárias à Igreja, o
que impede que o movimento, tal como o Franciscanismo, fosse convertido em ordem –
heresia social