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Susan King Strasinger Marjorie Schaub Di Lorenzo Urinalise e Fluidos Corporais QUINTA EDIGAo Urindalise e Fluidos Corporais Quinta Edicao Susan King Strasinger, DA, MT(ASCP) Marjorie Schaub Di Lorenzo, BS, Faculty Associate MT(ASCP)SH The University of West Florida Adjunct Instructor Pensacola, Florida Division of Laboratory Sciences Cinical Laboratory Science Program University of Nebraska Medical Center Omaha, Nebraska Phlebotomy Program Coordinator Health Professions Nebraska Methodist College (Omaha, Nebraska sae Prefacio ‘Como sera evidente para os leitores, a quinta ediglo do livto Urinalie fluidas comporais foi substanctalmente revis- ta melhorada, No enianto, o objetivo do texto ~ prover instrugao de maneira concisa, abrangente ¢ euidadosamente ‘estruturada para andlise dos fluidos corporais nao sanguine- ‘0s permanece o mesmo. Esta quinta edicao fot reformulada para atender as mu- dangas que ocorrem tanto em medicina laboratorial quanto xa metodologia instrucional Para tender & expansio das informagses téclicas exi- gidas por estudantes em medicina laboraorial, todos os capitulos foram atualizados. © Capitulo 1 € dedicado a seguranca global no laboratério e as precaugbes relativas 8 analise de urina e fluidos corporsis. O Capitulo 7 abor- daa avaliagdo e a gestdo da qualidade na urindlise, Fatores pre-analiticos, anaiticos ¢ pos-anaiticos, procedimentos tanuais, questOes regulamentares atuais, bem como méto- dos para a melhoria continua da qualidade sto sublinhados. No Capitulo 8, a mais frequente das doences glomerulares, tubulares, intersticiais ¢ de origem vascular esta0 ligadas aos exames laboratoriais correspondentes, Para atendler a0s avancos na realizacio de testes laboratoriais de Iiquidos ce- rebtospinal, seminal, sinovial, amniotico e de serosa, todos 605 capitulo indivihuais foram reforgados e secdes de anato- mia e fistologia adicionais foram acrescentadas para cada um cesses fluidos. O Apéndice A fomece cobertura da variedade ‘ada vez mator de insttumentos automatizados disponiveis no laboratério de exame de urina. © Apendice B descreve a andlise de amostras do lavado broncoalveolar, uma Ares de laboratori clinico que tem se expandida nos tkimas anes. Esta quinta edicto fol redesenlada para incluir extensa lisa de perguntas de miltplaescolha, a0 final de cada capt tulo, para a reviso do estudante. Em resposta as sugestdes dos letores, 0 numero de pranchas eoloridas foi significa ‘vamente aumentadl e a laminas sao incluldas no texto para aumentar a praticidade. O texto foi extensivamente comple mentado com tabelas, sums €tépicos de procedimento, € ‘muita figuras estao agora totalmente coloridas. Os estudos de caso, ne fovinato tradicional, e situagoes elinicas relacio- nadas com as consideracoes téenicas estao ncluidos av fal dos capitulos. Respostas as perguntas do estudo, dos estu- dos de caso e das siuuagbes clinicas também estao incluidas 40 final do livo, Termos em negro itlico aparecera no Glos- sitio; abreviaturas em nepritoestao listadas em Abrevituras “Apoio adicional é fornecido aos insturores sob a forma de ‘um programa de computador gerador de testes de acompa- nnhamento, um manual do instrutor com exercicios eriticos para cada capitulo e apresentacdes em PowerPoint Temos levado em consideragto as sugestoes anteriores dos noss0s leitores ¢ acreditamos que essas valioas suges- (Ges nos permitiram produzir um texto que responde as ne- cessidades de todos os usuatios. Susan King Strasinger Marjorie Schaub Di Lorenzo Revisores Ellen P. Digan, MA, MT (ASCP) Professora de Biclogia Cootdenadora do Medical Laboratory Technology Program Manchester Community Tech College Department of Math, Science, and Health Careers Manchester, Connecticut Brenda L. M. Franks, MT (ASCP) Coordenadora do Point of Care Testing ‘Methodist Hospital Pathology ‘Omaha, Nebraska Stephen M. Johnson, MS, MT (ASCP) Disetor de Tecnologia Medical Technology Saint Vincent Health Center Erie, Pennsylvania Rhoda S. Jost, MSH, MT (ASCP) Diretora de Tecnologia da Faculty Medical Laboratory Technology Florida Community College at Jacksonville Jacksonville, Florida Pam Kieffer, MS, CLS (MCA), MT (ASCP) Diretora de Tecnologia da Clinical Laboratory Science Rapid City Regional Hospital Rapid City, South Dakota Cynthia A. Martine, MEd, MT (ASCP) Professora Assistente do Department of Clinical Laboratory Sciences University of Texas Medical Branch ‘School of Allied Health Galveston, Texas Ulrike Otten, MT (ASCP) SC University of Nebraska Medical Center Division of Laboratory Sciences Clinical Laboratory Science Program (Omaha, Nebraska Kathleen T. Paff, MA, CLS (NCA), MT (ascP) Diretora de Tecnologia do ‘Medical Laboratory Technology Kellogg Community College Battle Creek, Michigan Kristy Shanahan, MS, NCA, MT (ASCP) Professora Associada Medical Laboratory Technelogy Oakton Commauinity College Des Plaines, Ulinois Amber G.Tuten, MEd, CLDir (NCA), MT (ASCP) Amber G. Tuten, MEd, CLDis (NCA), MT (ASCP) Diretora de Tecnologia da Medical Laboratory Technology Okefenokee Technical College Waycross, Georgia Agradecimentos Mutas pessoas merecem crédito pela dae incentivo que nos deram na preparagio desta quinta edigo, Nossos agrade- cimentos tambem se estendem a todas as pessoas que foram. fundamentais para a preparacio das edigées anteriores ‘As vallosas sugestdes dos leitores anteriores e © apoio nossos colegas da Universidade de West Florida, Nor- them Virginia Community College, The University of Ne~ braska Medical Center, Methodist Hospital e Creighton University Medical Center tem sido um grande trunfo para rnés na producao desta nova edicdo. Agradecemos a todos ¢ 2 cada um de vocts, ‘Temos de agradecer, especialmente, as pessoas que, a0 longo dos anos, forneceram tantas fotografias maravithosas para o texto: Bo Wang, MD; Donna L. Canterbury, BA, MT (ASCP) SH; Joanne M, Davis, BS, MT (ASCP) SH; M, Paula Neumann, MD; Gregory J. Swedo, MD; e Scott Di Lorenzo, DDS. Agradecemos também a Sherman Bonomeli, MS, pela contribuicdo para os conceites visuais originais que se tor nnatam o alicerce para muitas das dustracGes. Tambem agradecemos a ajuda ¢ a compreensio dos nossos editores da F A. Davis, Christa Fratantoro, Elizabeth Zygarewicz e Deborah Thorp. CTT; ex Sumario CAPITULOI Seguranga no Laboratério Clinico. © Riscos Biolégicos. 7 os Equipamento de Protecdo Individual (EP)... Lavagem das Mos Descarte de Residuos Bioldgicos.. Riscos Perfurocoreantes ox Riscos QuimMicO nnn Derrames Quimicos .... Manuseio de Substancias Plano de Higiene Quimica . Retulos de Substincias Quimicas Relatério de Dados de Seguranga dos Materials Riscos Radioativos Riscos elétricos .... Riscos de Incéndio/Explosio Risc08 FisiCOS ae CAPITULO 2 Fungo Renal Fisiologia Renal Fluxo Sanguineo Renal. Filtragio Glomerular Reabsoreio Tubular Secrecao Tubular mm © Testes de Fungo Renal... © Testes de Filtrasio Glomerular... Testes de ReabsOredO TUBULE serneennnne nA Testes de Secreclo Tubular ¢ Fluxo Sanguineo Renal 26 Refer €ncias nnn ~ ath © Histéria e Importincia 31 CAPITULO 3 Introdugao ao Exame de Urina lm © Formacio da Urina.. mm © Composi¢io da Urina. Im © Volume Urinario Mm © Coleta da Amostra.. MH © Manuseio da Amostra.. Integridade da Amostra. Preservagio da Amostra Tipos de Amostras.eem i Primeira Amostra da Manha.. i ‘Amostra de Jejum (Segunda Amostra da Manha) ‘Amostra Duas Horas Pés-Prandial ‘Amostras do Teste de Tolerdncia & Glicose ‘Amostra de 24 Horas (ou Crenometrada) ‘Amostra Cateterizada ‘Amastra de Jato Médio, com. ascepa Puncio Suprapébica ‘Amostra para Prostatite Amostra Pediatrieaenonon Coleta para Anilise de Drogas Exame Fisico da Urina, CAPITULO 4 Turvagio Nao Patolégica Turvacio Patolégica Urodensimetro Refracémetro Densitometria por Oscilagio Harménica. Correlagées clinicas me Oder... CAPITULO 5 Andlise Quimica da Urina, Tiras Reagentes am “Tecnica das Tiras Reagentes. Manuseio ¢ Armazenamento das Tiras Reagentes Controle de Qualidade das Tiras Reagentes me pH nn Sigieadoclico zs Reagdes das Tiras Reagentes .. mae Proteinas.. Significado Clinico Proteiniria Pré-Renal Proteiniria Renal Proteinuiria Pés-Renal Sumi xy ReagGes das Tiras Reagentes ... Interferéncia nas Reacdes, © Glicose . Signficado clinico Cs Reagbes dasTias Reagenees(Glcose Oxidase)... Interferéncia das ReagBes ooo a Teste de Redusio do Cobre ‘Comparagio de Glicose Oxidase e Cli Cetonas, se Significado Clinico ReasSes com Tiras Reagentes Interferéncias da REAGEO ssn Sangue ' Significado CliniC0 enn Hemattiia nn Hemoglobindria Mioglobinéria ... os Hemoglobinaria Versus Mioglobiniria. ReagSes das Tiras Reagents... Interferéncias da Read Bilrrubina Produgio de Bilirrubina a Significade Clinico ReagSes das Tiras Reagenes (Oiaz0. Comprimidos de letotestan Interferéncia nas Reacdes... © Urobilinogénio ~ Signicado Clinico ... se 76 RearGes dos Tiras Reagents ea Interferéncns. 76 Interferéncia na Reasio 16 “Teste de Ehrlich emTubo ss 7 Teste de Diferenciagio de Watson-Schwartz 7 ‘Teste Hoesch para Porfobilinogénio .. 78 Be Nitritos. ¥ 9 Signficado Clinico be ReacGes com Tiras Reagents Interferéncia na Reacio., Esterase Leucocitria, Signifeade CliMICO nnn Reagio das Tiras Reagentes ... Interferancia na Reagic Gravidade Especifica Reagio das Tiras Reagentes Interferéncia na Reacac CAPITULO 6 © Exame Microseépico de Urin mm © Triage Macroscépica ... - m6 PreparoeAndlise do Sedimento Urinario Sistemas Comerciais Preparacio da Amostra. Volume da Amostra nun Centr ifagaG80 on Preparagio do Sedimento .. Volume de Sedimento Examinado .. Exame do Sedimento .. Relatério do Exame Microscépico Correlacio de Resultados enn 1m © Técnicas de Exame do Sedimento Coloragio do Sedimento. Exames Citodiagnésticos na Urina Microscopia .. Tipos de Microscopla vn Constituintes do Sedimento .. Erierécitos.. Leucécitos CCélulas Epiteiais Bactérias .. Fungos Espermatozoides MYC Cilindros . Cristais Urinarios Artefatos do Sedimento Urinério . CAPITULO 7 Avaliagao e gestio da qualidade no Laboratério de Exame de urina.. mm © Manual de Procedimento do Exame de Urina. Fatores Pré-analiticos Fatores Analiticos Fatores Pés-analiticos... mm © Questées Regulamentares mm © Gestio da Qualidade wae Erros Médicos CAPITULO 8 Doenga Renal ss 9m © Doengas Glomerulares .. Mme Glomerulonefrite .. . Glomerulonefrite Aguda Pés-estreptocécica EE ETT Sumitio xi BE © Glomerulonetrite Rapidamente Progressiva (Crescenta) . Sindrome de Goodpasture © Glomerulonefrite Membranes: war © Glomerulonefrite Membranoproliferativa © Glomeruloneftite Crénica Nefropatia por Imunoglobina A Sindrome Nefrética Doenga de Lesio Minima .. o Glomerulosclerose Segmentar Focal Sindrome de Alpore Nefropatia Diabética © Doengas TubUIArES un me Necrose Tubular Aguda - © Doencas Tubulares Hereditrias e Metabolicas .. Sindrome de Fanconi senna Diabetes insipidus Nefrogénico ... Glicostria Renal . © Doengas Intersticiais © Pielonefrite Aguda ... © Piclonefrive Crénica.. Nefrite Intersticial Aguda Insuficiéneia Renal Litiase Renal CAPITULO 9 Thiagem Urinéria para Doengas Metabélicas 175 me Transbordamento Versus Doengas Renais '7%6 Mme Testes de Triagem para Recém-Nascidos 177 1 © Transtornos dos Aminoacidos, Distirbios Fenilalanina-Tirosina i va TT Doencas de Aminodcidos de Cadela Ramificada, 180 Doengas do Triptofano, 181 Doengas da Cistin 183 © Doengas das Porfirinas lea © Nota Histérica vo 185 © Doengas de Mucopolissacirides 7 186 Doencas das Purinas 7 187 Doengas de Carboidratos 87 CAPITULO 10 Liquido Cefalorraquidiano... sone 93 1 © Formacio e Fisiologia Bm © Coleta e Manuseio Mme Aspecto : Bm Puncdes Traumiticas Sumirio CAPITULO 11 Distribuigdo Desigual de Sangu: Formagio de Cosgulos nnn Sobrenadante Xantocrémico .. (© Contager de Clubs nnn Metodologia son Contagem de Células Totais Contagem de GBs... Correcées para Contaminag&0 smn Cone de Quadra Conagem de Cus ro 2 Ligulde Cefalorrauiiano e em Outros Fluids Corporais on 1 contngers Diaewra tacui sere Liga Callorcmpcans Citocentrifugasio vs Consteuintes Celulares do Ligudo Cetalorraguidian © Testes Quimicos .. Protelas no Liuido Cerebrospinal. Glicose no Liquido Cefalorraquidiano svn Lactato no Liquide Cefalorraquidiano Glutamina no Liquide Cefalorraquidiano © Ensaios Microbiol6gicos. Coloragio de Gram (© Testes soroldgicos © Ensino de Andlse de Liquide Ceflorraquidane Referéncias Semen © Fisiologia © Colera Manuseio da Amostra me Anilise do Sémen Aspecto... Liquefagio Volume Viscosidade pH .. . Concentra¢o/Contagem de espermatozoides.. Motilidade espermatica Morfologia espermitica Im © Realizasio de ensalos adicionais Viabilidade espermatica scone Frutose no Fluldo Seminal Anticorpos Antiespermatozoides.. Testes Microbianos ¢ Bioquimicos . Analise do Sémen Pés-Vasectomia Testes de Funcio Espermatica Controle de Qualidade da Anise do Sémen 06 Fisiologia 231 CAPITULO 12 Liquide Sinovial 21 CColeta da Amostra @ Manustio sen 232 © Cor eAspecto Viscosidade (© Contagem Celular |© Contagem Diferencial (© Identificagio de Cristats.. Tipos de Cristais Preparagio de Liminas... Polarizagio dos Crisis. © Testes Quimicos © Ensaios Microbiolégicos © Testes Sorologicos CAPITULO 13. Fluidos Serosos... © Formacio. (© Colheita © Manuseio das Amostras... © Transudatos e Exsudatos .... me Procedimentos Laboratoriais Gerais .. mime Liquido Pleural Aspecto, “Testes Hematol6gicos Testes de Bioquimica ‘Testes Sorolégicos e Microbiolégicos HH Fluido Pericardico ASPeCtO vo Testes Laboratoriais © Liquido Peritoneal ‘Transudatos Versus Exsudatos Aspecto Testes Laboratoriais .. B® FSIOIO SIA oem Fungio CAPITULO 14 Liquido Amniético 259 Volume .. 260 ’ ‘Composig0 Quimica wens _ 260 Diferenciagao de Urina Matera e Liquido Ami 261 SNL CAPITULO 15 Abreviaturas Glossério Indice Apéndice A Automagao do Exame de Urina Apéndice B Lavado broncoalveolar Respostas para Estudos de Casos e Situacdes Clinicas annum Respostas as Perguntas de Estudo mmo Coleta, 7 we 261 Indicagées para Amniocentese Indicages para a Realizagio de Amniocentese Coleta © Manipulagio © Processamento da Amostra .. © Cor CASP EEO vennnn © Os Testes de Sofrimento Fetal Agudo .. Doenga Hemolitica do Recém-Nascido Defeitos do Tubo Neural. mm © Testes de Maturidade Fetal. Macuridade Pulmonar Fetal Relagio Lecitina-Esfingomielina AmaiostacFLM . Esabldade da Espuma. Microviscosidade: Teste de Fluorescéncia Polarizad: Corpos Lamelares © Densidade Optica ... Andlise Fecal. am me Fisiologia... nis 272 Diarreia IB Esteatorreia iz MS Cole ean 274 “age Macrotc a 274 Cor 274 A SPEC sn 275 mm © Exame microscépico de fezes 25 Leucécitos Fecais. 7s Fibras musculares 276 Gorduras Fecais, Qualitativo, 276 mm © Testes Bioquimicas nas Fezes wa Sangue Ocuito «.. = ae 27 Tasca de Gordura Fecal Quaniativos me APT Test (hemoglobina fetal) enn Enzimas Fecais. Carboidratos .. Seguranca no ‘ef, CAPITULO Laboratorio Clinico OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM ‘Apos a conclusao deste capitulo, o leitor sera capaz de: 1 Listar os componentes da cadeia de infeccao e as precagdes de seguranca laboratarial que que- rama cadeia, Diferenciar ¢ relacionar as precaucdes determ tadas pelas Precaucoes Universais,islamento de subsancias corporais e Precaucnes-Padrao 3 Relacionar as especifcidades da “Occupational Exposure 10 Blooc!-Rorne Pathogens. Standard (Norma de Exposicto Ocupacional a Patogenos Sanguincos). Descrever os tipos de equipamento de protecao pessoal que os trabalhadores de laboratério uti- lizam, inclusive, quando, camo e por que cata attigo € uilizado, Realzay,comretamente, a rotina de lnvager das maos, Descrever os métodos aceitaveis para a elimina (a0 de residuos biologicos ¢ objetos cortantes no Inboratorio de urmalise, 19 u 2 Discutit componentes ¢ propdsitos dos procedl- mentes de higienizagdo quumica ¢ das fichas de materials de seguranca Relacionat os componentes do sistema de iden- tificagao de materiais perigosos da “Nattonal Fite Protection Association” Descrever'as precaugdes que a pessoal do labora torio deve tomar em relacao aos perigos elétricos e radioatives. Explicar as ages “RACE” e "PDAE” a serem to- madas quando um incendio ¢ descobert, Diferenciar as classes A, B, Ce D de Incendios, zo que diz respeito aos materiais envolyidos e 20s métodos de extingao de cada tipo, Reconhecer os simbolos-padrio de adventencia de perigo. TERMOS-CHAVE ‘adela de infeegio “Occupational Safety equipamento de protecio and Health Administration individual (EPI) (OSHAy Folha de Dados de Material de Perigo biologico Seguranga "Material Safety Data Sheet” plano de higiene quimica Precaucées-Padrio Precaug6es Universais (PU) profilaxia pés-exposi¢do (PEP) radioiséropo. CAPITULO 1 + Seguanga no Liberata Cinco (0 laboratsrio clinieo contém uma variedade de riscos para a seguranca, muitos dos quais sio capazes de produsir le- sbes graves ou doencas que podem comprometer a vida Para trabalhar com segntanca nesse ambiente, 0 pessoal de laboratorio deve saber quais riscos existem, as precaucdes basicas de seguranca a eles associadas, bem como aplicar as regras bisicas de bom senso necessérias para a segutanca no cotidiano. Como pode ser visto na Tabela 1-1, alguns riscos sio exclusives do meio ambiente laboratorial € outros $80 encontrados rotineiramente, a0 longo da vida, une Riscos Biolégicos © ambiente onde sio deservolvidos os cuida- dos a satide fornece numerosas fontes de micro- organismos potencialmente nocivos. Frequen- temente esses micro-organismos estao presentes nas amostras recebidas no labotatorio clinico, ‘Compreender como os micro-organismos sto transmitidos (Cacia de infecao) € essencial para prevenir infeccoes. A ca- deia de infecgdo requer uma conexio continuaentre uma fon- te, um metodo de transmissio e um hospedeito susceptivel. A fonte é local de micro-organismos potencialmente nocl- vos, como uma amostra clinica contaminada ou um paciente {nfectado, Micro-organismos, a partir da fonte, si transmiti- dos para 0 hospedeiro, Isso pode ocorrer pelo contato direto (por exemplo, o hospedeiro toca um paciente, uma amostra ou um objeto contaminado), pela inalacao de material infec tado (por exemplo, aerosols de gottculas de um doente ou tum tubo de centrfugaelo nao tampado), pela ingestao de Fonte uma substancia contaminacla (por exemplo, alimentos, gua, mostra) ot pela mordida ou picada de um animal ov de um inseto vetor. Uma vez que a cadela de infeccao € completa, 6 hospedeiro infectado torne-se, ent4o, outra fonte capaz de transtnitir os micro-organismas 3 outros. No laborat6rio clinico, a maioria dos contatos diretos com wma fonte de infecgao ocorre pelo contato com amos- tras de paciente, embora também possa acontecer em com tato com doentes infectados e objetos, Impedir a formacto da cadeia de infeeco € um dos principais abjetivos da segu- ranga biol6gica, A Figura 1-1 utiliza o simbolo universal de so para demonstrar como, seguindo as praticas de seguranga prescitas, pode-se quebrara cadeia de infecgdo. Ela coloca especial énfase as priticas laborato- ‘A lavagem adequada das mlos € o uso de equipaento de protecao individual (EPI) sto de grande smportancia no laboratério. A preocupacao com a exposicio @ patogenos sangutneos, principalmente o virus da hepatite B (VHB) ¢ 0 virus da imunodefieigncia humana (HIV), resultou na elabo- acto de diretrizes e regulamentos pelo “Centers for Disease Conttol and Prevention (CDC)" e da “Occupational Safety and Faith Administration (SHAY para evitar @ exposicdo. Em 1987, 0 CDC instituiu Precaudes Universais (PU). No ambito das precaucaes tmiversals, todos os pacientes sio considerados potenciais portadores de patogenos. A ditetriz recomenda 0 uso de luvas, para a coleta ou a manipulacio do sangue e de fluides corporais contarninados com sangue, de protetores para o rosto, quando houver perigo de o san- gue espirrar nas membranas mucosas, ¢ o descarte de todas material hioldgico per Risco potencial ‘Agentes infecciosos Perfurocortantes Quimicos Conservantes ¢ reagentes Radioativos Equlpamentos ¢ radioisstopos Eleticos dlesencapados Incéndio/explosio corganicos Fisicas Agulhas, lancetas, vidros quebrados Equipamento ndo aterrado ou molhado; fos Queimadores de Bunsen, produtos quimicos Pisos mothados, caixas pesadas, pacientes Tnfecgoes bacterianas,fngieas, vrais ox parasitarias Cortes, pungbes ou exposigao a patogenos sanguineos Exposigdo a substancias toxicas, cancerigenas ow agentes cduisticos Exposigao as tadiagdes Queimaduras ou choques Queimaduras ou destmembramento Quedas, entorses ou distensdes Fonte: Suasinger, SK; DiLorenzo, MA, Phlebotomy workbook forthe multisklled healthcare professional, FA Davis, Philadelphia; 1996, p.62, Usido com permisst. 6 agulhase dos objetos cortantes em reeipientes resistentes a pungao. © CDC exclutu das precaugdes universais a urina 05 fluidos corporais nao visivelmente contaminados pot sangue, apesar da possibilidade de muitas amostras possut rem quantidade considerivel de sangue antes que isso se tore vistvel. A alteragdo das PU para 0 isolamento das ss tdncias carporais (ISC) ajudou a aliviar essa preocupacdo. As oricatagées referentes as substincias corporals nao se limi- tam aos patégenos do sangue, mas consideram que todos ¢ fluidos corpora e as secregées do organistno podem ser ‘potencialmente infecciosos. Segundo as orientacdes das ISC, © pessoal deve usar luvas em todos os momentos em que orem encontradas secregbes organicas, Uma grande desvan- tagem das orientagées ISC € que elas nao recomendam a lavagem das mios apés a remogio de huvas, salvo sea conta ‘minacao visual estiver presente Em 1996, o CDC combinow as principats caracteristi- ‘as das orientagoes das PU e das ISC e estabeleceu as novas orientagdes chamadas Precaucdes-Padrao. Embora as Precau- bes-Padro, como deserito a seguir, valorizem muito ocon- lato com o paciente, os prinespies podem ser aplicados a0 ranuseio das amostras dos pacientes no laboratorio.! ‘As Precaugoes-Padrio sto deseritas a seguir: 1, Lavagem das maos: Lavar as mos apés tocar em sangue, fluids corporais, secregdes, excrecdes € itens contaminados, independentemente de serem haves utilizadas ou nfo, Lavat as mdos imediata- mente apés a remogio das luvas, apos 0 comtato com pacientes e sempre que for indicado para evi- tara transferéncia de miero-onganismos para outros pacientes ou ambientes. 4 lavagem das maos pode ser necesséria entre as tarefas ¢ os procedimentos ‘no mesmo paciente para evitar a contaminacao cr- zada de diferentes regides do corpo. 2. Luvas: Usar luvas (luvas nao estéeis, limpas, sto adequadas) quando tocar em sangue, fides corpo- mais, ecrecbes, excregées ¢itens contaminados, Pot CAPITULO | + Seguarga no Lboratéio ico 3 Figura 1-1 Cadeia de infecedo e priticas de seguranga relacionadas com © simbo- lo de risco biolSgica. (Adaptado de Stra- singer SK, Dilorenza, MA: Phebotomy werk-book for the multsklled bealtheare pprofissional, FA Davis, Philadelphia 1996. p €2,com permissio) as luvas antes de tocar em mucosas e pele lesada “Trocaras lwvas entre tarefase procedimentos no mes- mo paciente apés 0 contato com materias que pO- ‘dem conter alta concentragio de tnicro-organismos. Remover as huvas imedistamente apos 0 uso, antes de tocar em superficies do ambiente itens nao con- taminados,e antes de atender outro paciente Lavar sempre as maos smediatamente apds a re- ‘mogfo das lovas para evitar a transferéneia de ‘micro-organismos para outros pacientes ou pata 0 ambience. Mascara, deulos de protecio e proteror de face: Usar méscara e dculos de protegio ou protetor de face para protegeras membranas mucosas dos clhos, do nariz e da boca durante os procedimentos e ct dados prestados aos doentes, que sejam susceptivels dle gerar respingos ou borrifos de sangue, fhuidos comporais, sccregdes ou excrecdes, Um respitador especialmente equipado (N95) deve ser utiizado durante as atividades de assisténcia ao paciente com a suspeita de exposicho a microbactérias, Vestimenta: Usar avental (nao estérle impo su- ficiente) para proceger a pele e evitar sujar a rou- pa durante os procedimentos € as atividades que so susceptiveis de gerar respingos on boris de sangue, fluidos corporals, secregdes ou excrecdes scolher uma vestimenta que seja apropriada para a atividade e para a quantidade de fuido que poder ser encontrado (por exemplo, de material imperme- avel). Remover 0 avental sujo o miais rapidamente ppossivel ¢ lavar as mios para evitar a transferéncia dle micro-organismos para outros pacientes ow am- bientes. Equipamentos: Manusear os equipamentos wtili- zads no atendimento a0 paciente e contaminados por sangue, huidos corporais, secregves€ excrecoes, de modo que nao ocorra exposicao da pele e das CAPITULO | + Seguranga no Laborstrio Clio cosas, contaminagto do vestusrioe transferencia de micro-organismos para outros pacientes ou am- bientes. Assegurar-se dle que os equipamentos reu- tilizaveis nao sejam utiizados para o atendimento de outro paciente, até que tenham sido limpos reprocessados adequadamente,¢ de que os itens de 1uso tinico sejam descartados de maneira correta Controle ambiental: Assegurarse de que o hospi tal tem procedimentos adequaclos para atendimen- to de rotina, limpeza e desinfeccao de superficies ambientais, camas, cabeceiras, equipamentos a beira do leito ¢ owtras superficie tocadas frequen- temente, Assegurar-se de que esses procedimentos esido sendo seguidos. Roupa de cama: Manusear, transportar e proceder ‘com roupa suja com sangue, fluidos corpora, se- cragies e excregées de modo que nao ocorra ex posigao da pele ¢ da mucosa, contaminagio do vestudrio e transferéncia de miero-organismos para outros pacientes e ambiente. Saiide ocupacional e patogenos sanguineos: To- mar cuidado para evita lesdes quando utilizar agu- Tas, bisturis e outros instrumentos ou dispositivos cortantes; ao manusearinstrumentos cortantes apés osprocedimentos; quando estver fazendo a limpeza de instrumentos ¢ no descarte das agulhas usadas. ‘Nunea reencapar as agulhas usadas ou manipulé-las com as duas mios ou utilizar qualquer outra técica que envolva o direcionamento da ponta da agulha para qualquer parte do corpo, mas, sim, utilizar agulhas autoprotegidas ou um dispesitivo mecinico aque ocula a agulla. Nao remover agulhas wtilizadas cem seringas descattaveis com a mao e nao dobrar, quebrar ou manipular agulhas utilizadas com a ‘mao. Colocar seringas e aguihas descartaveis,lami- nas bisturi e outros itens cortantes em recipients apropriados, resistentes & puncdo, 05 quais devem estar em local proximo ¢ pratico a area em que os itens sto empregados, ¢ colocar seringas e agulhas reutlizaveis em recipiente resistente & pungio para transporte a rea de reprocessamento. Utilize pecas bucais, sacos de reanimacio ou outros dispositives de ventilagio como alternativa aos métodos de rea nimagio boca @ boca em éreas onde a necessidade de reanimacto ¢ previsivel, Localizagao do paciente: Manter 0 paciente que contamina o meio ambiente ou que nao (ou no se possa esperar que) colabore na manutencio de hhigiene adequada ou no controle ambiental em um quarto privade, Se um quarto privado nao estiver disponivel, consulte os profssionais especialistas em controle de infeccdo quanto a localizagto do pa- ciente ou outras alternativas A “Occupational Expositure to Blood-Borne Pathogens Standard” € urna lei monitorada e apotada pela OSHA Re- ‘quisitos esperificos dos padites OSHA incluem os seguintes passos: 1. exigirque todos 0s colaboradores pratiqueem as Pre- caugoes Universais/Precaugbes-Padrio; fornecer aventais de laboratério, oupas, protetores de rosto e respiratorios e lavas para todos os empre- gados, bem como recursos de lavanderia para todes 0s itens protetores nao descartaves, omecer recipientes adecquaos pera 0 descane de ab- |etos perfurocotantese proibir oreencape de agulhas pproibir comer, beber, fumar e aplicar cosmetics, creme labial e colocar lentes de contato na srea de trabalho; ctiquetar todos os materiais ¢ recipientes que ofere- «am risco biolégico; fornecer, gratuitamente, imunizagdo contra a hepa- tite B cestabelecer um protocolo para 0 trabalho diario de esinfecgto das superficies; um desinfetante adequa- do para patbgenos sanguineos éo hipoclorito de s3- do (agua sanitéria diluida 1:10) proporcionar acompanhamento médico para os tra- balhadores que tenham, acidentalmente, sido ex- [postos a patdgenos sanguineos; documentar os treinamentos regulares em normnas dle seguranca para trabalhadores Qualquer exposicao acidental a um possivel patogeno sanguineo deve ser imedistamente comunicada. A avalia- 40 do incidente deve comegar imediatamente para garantir adequada projilaxtapos-exposicaa (PPE). O CDC fornece, pe- riodicamente, atualizagdes das orientagdes para a gestio de riscos e recomendagées PPE.** Equipamento de Prote¢ao Individual (EP!) ‘05 EPI utilizados no laborat6rio incluem luvas, aventaisim= permetveis, protetores de othos e de face e protetores de bancadas de plexiglas. As luvas devem ser utilizadas quando em contato com os doentes, com as amostras € 08 equipa- ‘mentos ou 0s acessarios de laboratorio. Quando espécimes slo coletados, as huvas devem ser mudadas entre cada pa ciente. No laboratério, as lavas sio trocadas sempre que e3- tas se tornarem visivelmente contaminadas ou danificadas ce deverao ser sempre removidas quando se salr da area de trabalho. As lavas no sio um substituto para alavagem das rnidos ¢ estas devem ser lavadas apés a remogao das luvas. Uma variedade de luvas esta dispontvel, incluindo nao estéreis, estéreis, com taleo e sem taleo, de latex € ndo latex Alergia ao latex & cada vez maior entre os trabalhadores de satide ¢ pesseal de laboratsrio deve estar atento para 05 sintomas de reagbes assocladas com latex. Reacoes ao litex incluem dermatite de contato, a qual produz manchas seas, irritagto e prurido nas maos; reaebes de hipersensibilidade tardia, que se assemelha 8 urtiga, aparece de 24 a 48 horas apés a exposicto; reacao de hipersensibildade imediata ver. dadeita¢, frequentemente, caracterizada par rubor facial € dificuldade respiratora. Lavar as méos imediatamente apés a remocao das luvas ¢ evitar 0 uso de luvas com taleo pode ajudarna prevencio do desenvolvimento de alergia ao latex A substituigdo das luvas de ltex por luvas de vinil ou de ni- tril oferece uma alternativa. Quaisquer sintomas de alergia ao latex devem ser relatados 20 supervisor, porque a verda- dleira alergia ao latex pode colocar em risco a vida Aventais impermedveis de laboratério, com punho fecha- do, sto utilizados para proteger a roupa e a pele da exposi- to as suhstancias orginicas provenientes dos doentes, Esse aventais devem ser sempre e completamente abotoados e as Tuvas devem ser colocadas sobre os puns. Ees sfo utiliza- os durante todo o tempo em que se trabalha com as amostras do paciente e devem ser removidos antes da saida da area de trabalho, Eles sio trocados quando se tornarem visivelmente sujos. Os aventais descartaveis sao colocados em recipientes especificos para resus com risco biologico eos nao descar Laveis slo colocados em recipientes destinados lavanderia As membranas mucosas dos olhos, do nariz e da boca devem ser protegidas de respingos e aerossdis das amostras. Uma variedade de equipamentos de protecéo individual esta disponivel,incluindo dculos, mascaras de plistico para a face « ptotetores de bancadas de plexiglas. Cuidados especias de vem ser tornados para evtar respingos e aerosséis quando so removidas as tampas dos recipientes e quando as amostas fo rem decantadas-e centrifugadas, As amostras mina devem ser ‘entrifugadas ern tubos destampados ou em centrfugas aber- tas. Quando as amasiras sio recebidas em recipientes com. ‘© exterior contaminado, o frasco deve ser desinfetado ou, se necessiio, uma nova amostra podera ser soliitada. Lavagem das Maos ‘Alavagem das maos ¢ enfatizada na Figura 1-1 e nas normas das Precaugdes-Padrdo. O contato manual é meio primario de transmissio de infeec4o. O pessoal do laboratério deve sempre lavat as mos depois que as huvas sto removidas, an- tes de sair da drea de trabalho, a qualquer momento, quando as maos tiverem sido deliberadamente contaminadas, antes de ir para as areas designadas para descanso e antes e apos utilizar banbeiros. A técnica correta de lavagem das mios é mostrada na Figura 1-2 e inclu os seguintes passes 1, mothar as mtos com Agua mora; 2. apliear sabao amtisseptico; 3._ esftegar para formar espuma,criar atitoe salar de- tritos, CAPITULO | + Seguangane Laberatério Chica «5S 4. limpar bem entre os dedos, incluindo os polegares, cembaixo das unhas e dos anéis e até o punho por, pelo menos, 15 segundos; 5. enxaguar as méos em posicto para baixo: secar com papel talha; 7. fechar a torneira com papel toalha limpo para evitar a recontaminacdo, Descarte de Residuos Biolégicos Todos os residuos bidlégicns, exceto a urina, devem ser co- Jocados em recipientes adequados, marcados com o simbolo de Risco Biologico (Figura 1-1) [sso inelui as amostras e 05 materials com 0s quais as amosttas tem contato. Os residuos io, entdo, descontaminados segundo a politica institucio- nal: incineracto, autoclavagem ou coleta de resides perigo- 505 por empresa certificada, ‘A urina pode ser descartada na rede de esgoto do labo- ratori, Cuidados devem ser tomades para evitar respingos e deve-se dar a descarga apés 0 descarte das amostras. A Aesinfeccao do vaso sanitério deve ser ralizada diariamente com solugio de hipoclorito de sédio na diluigso de 1:5 ot: 1:10, As solugdes de hipoclorito de socio guardadas em gat- rafas de plistico sio eficazes durante um més, se protegidas da luz apés a preparagao. A mesma solucto também pode set utilizada, rotineiramente, para desinfeceao de balcdes € derrames acidentats. A solucio deve ser deixada secar so- bre a area contaminada. Os materials absorventes wtilizados para a limpeza das bancadas e a remogdo dos derramamen- tos devem ser descartados em recipientes especticos para nisco biologico, Recipientes vazios que contiveram urina podem ser descartados como residues biologicamente nio petigosos (Figura 1-3), Riscos Perfurocortantes Objetos perfurocortantes no laboratério, in- cluindo seringas, lancetas e videos quebrados, tepresentam sério isco bioldgico, especial- ‘mente em relagao a transmissto de patogenos do sangue. Todos 05 objetos devem ser descar- tados em recipientes resistentes & pungio. Os recipientes resistentes @ pungio devem estar conveniente- mente locakizados dentro da area de trabalho. Riscos Quimicos ‘As mesmas regras para a manipulagao dos ma- teriais que oferecem algum risco biolégico so aplicaveis a0s materiais quimicamente perigo- 508, ot seja,evitar 0 contato desses materiais om 0 corpo, com as roupas ou com a area de 6 carro. Figura 1-2 Técnica de lavagem das méos, (A) Molhar as ros. (B) Ensaboar as mics e cria”atrito, (C) Limpar entre os dedos. (D) Envaguar as miios. (E) Secar as mos. (F) Fechar a torneira. (De Strasinger SK, DiLorenzo MA, Skis for the patient care ‘technician, FA Davis, Philadelphia: 1999, p. 70, Usaco com permisséo)) trabalho. devem ser Derrames Quimicos ve 4 pele, o melhor, como pri- , € lavar a drea com grande quantidade de Figura 1-3 Técnico descartando urina (A) amostra e (B) re- cipiente, pele. Conjunto para derrame quimico, gue contém vestua- rio protetor, material absorvente nao reatvo € sacos para a climinagao de materais contaminados deve ser disponibli- zado paraalimpeza dos derramtes Manuseio de Substancias Quimicas Sulbstancias quimicas nunca devern ser misturala, a me~ ros que sejam seguidas as instrugdes especificas, ¢ clas ddevem ser adicionadas na ordem especificada, Isto € par- CAPITULO | «Seguranga no Laberntéra Cnikco 7 ticularmente importante quando se combina acido e agua © Acido sempre devers ser adicionado a agua para evitar a possibilidade de respingos stbitos causados pela ripi- da geracio de calor em algumas reagdes quimicas, © uso de culos ¢ 0 preparo dos reagentes sob uma capela sio recaugses de seguranca recomendadas, Os prodites qui- rmicos devem ser utiliados em recipientes de dimensées faciimente manusedveis. “Pipetar” coma boca ¢ inaceitavel zo laboratério, Existem regulamentos estaduais e federais para o descarte de produtos quimicos que devem ser con- sultados, Plano de Higiene Quimica A OSIIA exige, também, que todos os estabelecimentos que utiliza produtos quimicos perigosos tenham um plano de higiene quimica por escrito (PHC), disponivel para todos os empregados.* © objetivo do plano ¢ detalhar o seguinte: [iticas de trabalho apropriadas; procedimentos Operacionais-Padto, EPI, engenharia de controle, como capelas e armarios de seguranca; 5. requisites de treinamento dos empregados, 6. oriemtacdes de consultas médicas, Cada instituigio deve nomear um agente de higiene quimica, que sera responsivel pela execugio e pela docu- ‘mentagio da conformidade com o plano. Exemplos de equi- ppamentos de seguranca ¢ as informagées necessirias fo aptesentados na Figura L-4 Rotulos de Substancias Quimicas Produtos quimicos perigosos deverao ser identificados com uumna descricgfo do seu risco, como venenosos, corrosivas cou carcinogénicas, A “National Fire Protection Association NFPA)" desenvolveu um sistema-padrto para a identifica- lo de materiais com risco de incéndio, 0 “Standard Sys- tem forthe Identification of Fire Hazards of Materials, NFPA 7047 Esse sistema de simbolos ¢ utilizado para informar 0s bomibeiros dos perigos que eles podem encontrar no in- cendio em determinado local, O simbolo, em forma de dia- ‘ante, com cores codificadas, contém informacoes relativas a sate, inflamabilidade, reatividade, precaugBes especiais de protecio pessoal/precaucdes especiais. Cada categoria € classificada em uma escala de 0 a 4, com base no grau de preocupacio. Esses simbolos sao colocades em portas, ar arias e recipientes. Um exemplo desse sistema ¢ mostrado nna Figura 1-5, CAPITULO | + Sepurana no Laborato Cinco ammicat ‘il it " ie ‘ aa SLL cool KT ©. | es i ae - a Figura |-4 Suporte para seguranga cuimica.(A) Equiparnento, (®) Informacao e suprimentos. (De Strasinger SK, DiLorenzo MA. Skil for the patient care technician, FA Davis, Philadel- phia; 199, p. 70, Usado com permissio)) Relatério de Dados de Seguranca dos Materiais ‘A OSHA Federal Hazard Communication Standard exige que todos os empregados tenham direito de conhecer todos fs riscos quitnicos presentes em seu local de trabalho. As informagdes slo fornecidas sob a forma de um relatério de dados de seguranca dos materiats (Material Safety Data Sheets = MSDS) dispanivel no local de trabalho. Por lei, 08 for- necedores sio obrigados a fornecer esses relatérios para os compradotes, no entanto, a instituicdo, em si, € responsivel pela obtencao e pela disponibilizagao do MSDSs_a0s traba Thadores. As informagtes contidas no MSDS incluem: caractersticasfiscas e quimicas; potencial de incéndio e explosao, reatividade potencial; riscos a satide ¢ procedimentos de primeiros socor- 10s de emergencia, ‘métodos seguros para manipulagio e descane. CLASSIFICAGAO DE MATERIAIS PERIGOSOS ron pete: isco ESPECIFICO idanto OXY io ACID ‘caing ALK Corresivo, COR. ‘Nao Use Agua W Radiagio Figura I-5 Simbelos da NFPA para materiais perigosos. Riscos Radioativos A radioatividade ¢ encontrada no laborat6rio linico quando sto realizaclos procedimentos ‘com radioisotopes. A quantidade de radioativi- dade presente no laboratsrio clinico é muito pequeria e representa pouco perigo; entretan- to, 05 efeitos da radiagao sio cumulativos, relacionados com 1 quantidede de exposicio, A quantidade de exposicio a m- diagdo esta relacionada & combinagio de tempo, distancia & blindagem, Pessoas que trabalhvam em ambientes radioativos slo obrigadas a utilizar instrurmentos de medigao para detet~ iminar a quantidade de radiagdo que estao acurmulando, © pessoal do laboratdrio deve estar familiarizado com fo simbolo de isco de radiacao mostrado aqui. Esse simbo- To deve ser exibido em todas as portas das areas nas quais ‘materiais radioativos estdo presentes. A exposigao a radiagao durante a gravidez representa perigo para o feto; portanto, mulheres gravidas ou que possam estar gravidas devem evi- tar as areas com esse s{mbolo. uno Riscos elétricos {As instalagdes do Inboratorio contém grande {quantidade de material elétrico, com 0 qual 0s trabathadores tem contato frequente € a elas sto aplicaveis as mesmas vegras de seguranga elétrica observadas fora do local de trabalho. © petigo de comtato da agua ou de fhuidos com os equipamentos é maior no laboratotio. Os equipamentos néo devem ser operados com as mios molhadas. Pessoal designado pelo hospi tal deve monitorar 05 equipamenios eletrics de perio; no ‘entanto, 0 pessoal do laboratdrio deve observat, contims- amente, quaisquer condigdes perigosas, tais como cabos Aesgasiados ¢ citcuitos sobrecarregados, e comtnici-las as pessoas responsaveis. O equipamento molhado deve ser esconectado © completamente seco antes da reutilizacao, (Os equipamentos também devem ser desligados da tomada antes da limpeza, Todos os equipamentos eletricos devem ser atertados com tomadas de tres pins. Quando ocorrer um acidente que envolva choque elé- itico, afonte eletrica deve ser imediatamente removida, Isso deve ser feito sem tocar na pessoa ou no equipamento en- volvido, a fim de evitar a transferéncia da corrente elétrica Sao procedimentos seguras: desliger 0 disjuntor, desligar ou ‘mover o equipamento utilizando um objeto nao condutor, de vidro ou madeira Riscos de Incéndio/Explosio AA Joint Commission on Acreditation of Health- care Organizations (JCAHO) exige que todas as instituicdes de cuidados a sade tenham vias de evacuacio e planos detalhados a seguir no caso de incendio. O pessoal do laboratorio deve estar familiarizadlo coun esses procedimentos. Quando um incéndio € descoberto, esperase que todos os empregados sigam as acdes sugeridas na sigla RACE (CORRIDA}: Resgate — resgatar alguem em perigo imediato. Alarme ~ ativar o sistema institucional de alarme de in- cendlio, CContensito ~fechar todas as portas para éreas potencial- ee, ee CAPITULO | + Serena no Laboraténio Cinco 9 Extingao— tentar extinguir o incendio e, se posstvel,sair a area, Conforme foi discutido anteriormente, os trabalhadores de laboratorio utilizam, com frequencia, substancias qut micas potencialmente volateis ou explosives que requerem procedimentos especiais para o manuseio e a armazenagem, Produtos quimicos inflamaveis devem ser goardados, em armarios de seguranca a prova de explosio e frigorificos, ¢ cilindros de gas comprimido devem ser localizados longe do calor e firmemente fixados 2 um dispositive pata evitar tom- bbamento acidental. Mantas de incendio podem estar presen- tes no laboratorio, Pessoas com roupas queimadas devem ser envolvidas em cobertor para abafar as chamas. A NFPA classifica os incendios em relacio ao tipo de ‘material inflamavel e ao tipo de extintor de incéndio que é utlizado para controti-los, conforme consta da Tabela 1-2 Os extintores ABC polivalenies sto os mais comuns, mas 0 rotulo deve sempre ser verificado antes do uso, E importante ser capaz de operat os extintores de incéndio. A sigla PDAE pode ser uilzada para lembrar os passos da opetacio: pure o pino; dizecione para a base do fogo: aperte o gatilho; ‘espalhe o jato de lado a lado; Riscos Fisicos Riscos fisicos nao sto exclusives do laboratsrio. Fora do local de trabalho sao aplicaveis precau- (es gerais de totina como evitar correr em salas © comredotes, ter cuidado com pisos molhados, dobrar os joelhos ao levantar objetos. pesados, ‘manter cabelos longos presos para tris, evitar joias penden- ese manter a area de trabalho limpa e organizada. Sapatos fechaclos que proporcionem maior apoto sto essenciais para segutanga e confor. ‘Tipo de Incendio Tipo de Material Tipo de Incéndio Composicio do Extintor Classe A Madeira, papel, tecido Classe A ‘Agua Classe B Substancias quimicas Classe B Quimico seco, diexido corginicasinflamaveis de carbono, espuma ou hhalogenio Classe € Blétrico Classe C Quimico seco, diexido de carbon ou halogenio Classe D Metais combustiveis, Nenlaum Areia ou po seco Classe ABC Quimico seco De Stranger SK, DiLorenzo MA. Sails forthe patient care eclnician, FA Devi, Philadelphia; 1999, p70, Usado com permissao lo CARTULO 1 + Sguranga no Laboratria Cleo Referéncias % Centers for Diseaze Conttol and Prevention. Guideline for Iso- Jation Precautions in Hospitals, Pans Land Il, Disponivel em: cheipuiwwwede go" ‘Occupational Exposure 1o Blood-Borne Pathogens, Final Rule. Federal Register 29, Dez. 6, 1991. Centers for Disease Control and Prevention. Updated US. Public Health Service Guidelines for the Management of Oc- ceupational Exposuies to HBV, HCV and HIV and Recommen: dations for Postexposue Propylaxis, MMWR Jun, 29, 2001 S50CRRL; 1-42, Disporvel em: chup:/svww.cde,gor> Percuntas PARA EsTUDO [No laboratorio de exame de urina, a fonte primaria dla caleia de infecgao pode ser: ‘A. pacientes. BB. picadas de agulhas. C. mostra. D. riseos biologicos do descart. ‘A melhor maneira de quebrar a cadeia de infec- ao € ‘A. lavagem das maos. B. equipamento de protecto individual . prevencao de ocorréncia de aetossol D. descontaminagéo. Precaugoes-Padrao diferem de Precaugdes Univer- sais ¢ de isolamento de Substancia Corporal por exigiten: A. uso de protetores para o rosto ¢ luvas sempre «que o sangue possa ser encontrado. B. uso de luvas quando encontrar qualaier fluido corporal . Tavagem das maos apos a remocao das Invas, se hhouver contaminacio visual D. uso de luvas quando acorrer exposicae a liqui- dos corpovas ¢ lavagem das mins apds a temo- ‘eo das lavas. Um empregado que €, acidentalmente, exposto aura possivel palogeno samguineo deve, imediatamente A. relatar ao supervisor: B._ lavara drea com Agua, CC. limpar a area com desinfetante D. receber profilaxia para HIV. © pessoal do laboratorio de exame de wrina deve usar aventais de Taboratorio que: ‘A. nao teham botoes. CCenters for Disease Control and Prevention. Updated US, Public Health Service Guidelines for the Management of Oc ccupational Exposure to HIV and Recommendations fot Post exposure Prophylaxis. MMIWWR Set. 17, 2005: 54(RRO3); 1-17, Disponivel em: [NIOSH Alert, Preventing Allergic Reactions to Natural Rubber ‘Latex in the Workplace. DHHS (NIOSH) Publication 97-135, ‘Natlonal Institute for Occupational Safety and Health, inci. nati, Ohio, 1997 ‘Occupational Exposure to Hazardous Chemicals in Laborato ties, Final Rule. Federal Register 55 (Jan. 31, 1990). National Fire Protection Assocition. Hazardous Chemical Data, No. 48, Boston, NFPA, 1991 8. sejam impermedveis, C. tenham mangas curtas. D. tenham atperes Todos 05 seguintes itens devem ser descartados em recipientes para material com risco biol6gico, exceto ‘A. recipientes que contiveram urina, B, toalhas uslzadas para descontaminago. . aventals descaraveis D. twbos de coleta de sange © empregador que nao fornecer luvas suficientes para os empregados pole ser multado peo: A CoC. 3B, NFPA, . OSHA D. FDA. ‘Um desinfetante acetivel para descontaminacto de sangue ¢ luidos corporais¢: A, hidr6xido de sé. B, sabao anticetico. . peroxido de hidrogenio D, hipoctorto de socio ‘Alavagem adequada das mios inclut todas as se- gintes faces, exceto A. utilizar gua morna B. rccionar para criarespuma. C. enxaguar as maas em posicio para batxo. D. abrit a torneira com uma toalha de papel. ‘A centrifagacio de uma amostra nto tampada pode produsir um risca bioldgico, soba forma de: A, vetores B, contaminagio por ferimento. C. aerossois D, contaminacio da amostra |. Ui empregado que, acidentalmente, derrama dcido sobre o braco deve, imediatamente: |A. neutralizar oacido com uma base [CAPITULO 1 + Sopuanga no abort Cini 2, 13, 4. 16. 18. B. manter o brago em agua corrente por 15 mint tos. C. consultar 0 MSDSs, D, embrulhar o brago em gaze e ir para a sala de emergencia, ‘Quando se mistura acido e agua deve-se assegurar que: A. 0 acido € adicionado a agua, B. a dgua ¢ adicionada ao acido, . eles sto adicionados simultaneamente D. a agua ¢ lentamente adicionada ao acide. ‘Um empregado pode saber 0 potencial cancerigeno de eloreto de potissio a0 consular: A. o plano de higiene quimica B. as fchas de seguranca dos materias. . as normas OSHA. D, omanual de procedimentos para exame de urna, ‘As funcionatias nao devem teabalhar com radicisé- topos se elas: A, forem usudrias de lentes de contato. 1B. forem alérgicas 20 toda forem sensiveis a0 latex. D, estiverem gravida ‘Todos os procedimentos a seguir st0 seguros para remover a fonte de choque eletrco, exceto: A. titar a pessoa de perta do instrumento, B. desligar 0 disjuntor. . utilizar um recipieme de vidro para mover 0 instrumento, D. destigar o instrumento. A sigla PDAE se refere a A. presenca de proditos quiticos vitais. B. funcionamento dem extintor de incendio, . rotulacto de materiis perigosos D. presenca de substancias radioativas. O sistema uutlizado para comater incendios quan- do 0 Logo ocorre no laboratério & A. Mss, B. RACE. C. NFPA, D. PDAE, ‘Um extintor da classe ARC contém: A, arela B. agua, C. quimmicas secos, D. acido. a 20. 21. 22, 25, A primeira atiude a tomar quando o fogo é desco- berto & A. resgatar as pessoas em perigo. B. ativaro sistema de alarme, . fechar as portas para outras reas, D, apagar o fogo, se possivel. Se uma erupgio vermelha ¢ observada apds a emo= (plo das luvas, o funcionaio: ‘A. pode estar lavando as mos muito frequente- mente, pode ter desenvolvido alergia ao latex, deve aplicar creme de cortisona, nao deve esfregar as maos de maneira vigorosa pa Pipetar com a boca & A. aceitivel para uring, mas nao para sor, B. nfo € aceitavel, sem treinamento adequado, C. aceitavel para os reagentes, mas ndo para as amostr3s. D, nao € aceitivel no laboratério, ‘A classificagdo dos simbolos da NPFA contérn infor- Imagies sobte todas as seguintes situacoes, exceto, A. incéndios, B. riscos biologiens . reatividade. D, risco a saide A classificagdo de um incéndio que pode ser extinto, com fgua pertence & categoria’ AA BB. Ge DD, Os empregadotes sto obrigados a fornecer, gratui- tamente, imunizagio pars: AHI. B. HTLV Cc. BBY, D. VHC. (Um eventual perigo fisico no hospital é A. usar caleado fechado, BL nto usar joias, ter cabelas eurtas, D. correr para atender ao telefone. ae Funcao Renal CAPITULO OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM. ‘Apos a conclusdo deste capitulo, o leitor sert capaz de: 1. Identificar os componentes da néfran, do rim e do sistema exeretor, 2. “Tracar fluxo de sangue através do néfron e des-

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