You are on page 1of 19

Sabrina Sbaccanti

12º D nº 17
1º período
I. Brasão = O nascimento

II. Mar Português = A vida


Divisão
tripartida Símbolos (5)

III. O Encoberto = A morte Avisos (3)

Tempos (5) Tormenta


 Pax in Excelsis; “Paz nas alturas” ou “Paz suprema”;

 Os Símbolos (5), os Avisos (3) e os Tempos (5);

 13 poemas, três secções:

 Duas secções com 5 poemas cada; Apocalipse, 13: referências ao Falso Profeta.

 Uma secção com três poemas.

Três “profetas”: Bandarra, P.e António Vieira, Fernando Pessoa


 Temáticas escatológicas *;

 Tem em si o novo ciclo que se anuncia – O Quinto


Império;

 Carácter hermético, profético e sebastianista mais


marcado;

 O poema Tormenta deveria ser o ponto de partida do


futuro de Portugal;

 Quarto momento: “renascimento”.

* Temática escatológica:
• (éskhatos, “último” + -logia)
• Teoria acerca das coisas que hão-de suceder depois do fim do
mundo; teoria sobre o fim do mundo e da humanidade.
MENSAGEM
PARTE III– O ENCOBERTO
III.3 – OS TEMPOS
III.3.2 – TORMENTA

« Que jaz no abismo sob o mar que se ergue?

Nós, Portugal, o poder ser.

Que inquietação do fundo nos soergue?

Desejar poder querer.

Isto, e o mistério de que a noite é o fausto...

Mas súbito, onde o vento ruge,

O relâmpago, farol de Deus, um hausto

Brilha, e o mar 'scuro 'struge. »

Fernando Pessoa
 « o relâmpago, farol de Deus, um hausto brilha ».  o relâmpago reluz por um instante.

 « hausto »  aspiração, silvo (acção)

 « e o mar ‘scuro ‘struge »  o mar estrondeia, ruge.


 Duas estrofes, quatro versos cada « Quadras Portuguesas »

 Métrica: versos decassilábicos e octossilábicos alternados (1º e 3º verso, 2º e 4º verso…)

 Esquema rimático: rimas emparelhadas no 1º e 3º verso e no 2º e 4º verso


« Que jaz no abismo sob o mar que se ergue? A

Nós, Portugal, o poder ser. B

Que inquietação do fundo nos soergue? A

desejar poder querer. » B


 Dois momentos:

 1ª estrofe: Interrogações e respostas directas;


 Uso de verbos no infinitivo

 2ª estrofe: « Isto, e» : continuação de respostas às interrogações;


 Uso de verbos no presente do indicativo
 Pergunta: o que é que se
encontra no fundo do mar em
agitação?
« Que jaz no abismo sob o mar que se ergue?

Nós, Portugal, o poder ser.  Resposta: Portugal, com o seu


destino ainda por cumprir.
Que inquietação do fundo nos soergue?
 Pergunta: o que é que poderá
Desejar poder querer. levantar-nos então?

 Resposta: o desejo de ser mais,


de superar os próprios limites.
Ligação com a estrofe anterior
1º sub-
momento  Sub-momentos: critério
morfológico
Isto, e o mistério de que a noite é o fausto...
 A «inquietação» que deve
Mas súbito, onde o vento ruge,
levantar Portugal do abismo
também é feita de mistério; isto
O relâmpago, farol de Deus, um hausto
manifesta-se sobretudo de noite.
Brilha, e o mar 'scuro 'struge. »
 Inesperadamente, na direcção do
vento, surge um relâmpago
divino: a verdade, uma luz que
dura um instante.
2º sub- 3º sub-
momento momento
 Personificação: «o mar que se ergue »

 Onomatopeia: «o mar 'scuro 'struge »

 Anáfora: « Que jaz no abismo (…) Que inquietação …»

 Interrogação retórica: « Que inquietação do fundo nos soergue? »

 Pontuação expressiva: « o fausto...»

 Metáfora: « relâmpago, farol de Deus»


 Agitação íntima de Portugal, que aspira a ser o
« Que jaz no abismo sob o mar que se ergue? Quinto Império;

Nós, Portugal, o poder ser.  Abismo: infinito, contraposição com a realidade


do homem;
Que inquietação do fundo nos soergue?
 Inquietação: força latente que pode levantar o
Desejar poder querer.»
País do abismo;

 Possibilidade de poder ser mais, de querer ser


mais e sair do esquecimento = razão da
concretização do futuro de Portugal;
 A noite é o apogeu do desconhecido: é de
noite que ele se monstra em toda a sua
grandeza; * «Isto, e o mistério de que a noite é o fausto…*

Mas súbito, onde o vento ruge,


 Sinal desconhecido, cuja fonte pode ser Deus;
 Luz: fonte de vida (Deus);
O relâmpago, farol de Deus, um hausto
 A utilização do termo “hausto” sugere um ser vivo.

 Licença divina que rompe as trevas e agita o Brilha, e o mar 'scuro 'struge. »
mar escuro com a Nova Vida (Quinto
Império);

 Poderia ser o poeta o fulgor passageiro, arauto


dos desígnios de Deus, ou um dos peronagens
dos Avisos;
 * « fausto » : possível referência à lenda alemã do Faust, cujo
protagonista vende a alma ao diabo em troca do
conhecimento.

 Portugal está mergulhado na noite, ou seja, no mistério, no


desconhecido. Tal como o Fausto, precisa de fazer com que o
desconhecido passe a conhecido para conretizar o seu futuro.

 Pessoa também escreveu o “seu” Fausto (Fausto – Tragédia


Subjectiva ), no entanto a obra ficou incompleta. A abordagem de
Pessoa diferencia-se da de Goethe e de Marlowe (narração na
primeira pessoa)
 Mar – simboliza a vida e a morte; o nascimento, a transformação e o
renascimento = ciclo da vida;

 Noite – simboliza a morte; remete para um tempo de gestação como


manifestação de vida;

 O Quinto Império
 Perspectiva cultural de Pessoa;
 Quatro impérios precedentes: Grécia, Roma, Cristandade, Europa pós-renascentista;
 Domínio de Portugal mediante a sua cultura, língua e literatura («um imperialismo de
poetas»).

 Sebastianismo – sede de além, de absoluto; ânsia do impossível; loucura.


Sebastianismo messiânico e profético.
 Texto lírico
 Revelação e aprofundamento do eu poético;
 Temporalidade estática;
 Expressão priviliegiada de sentimentos atribuídos ao sujeito poético;
 Predomínio de um discurso de primeira pessoa, centrado principalmente no
eu/nós;
 Recorrência a uma linguagem subjectiva, conotativa e polissémica;

 Em Fernando Pessoa:
Continuador da poesia tradicional portuguesa

Ausência de
sentimentalismo

Modernismo (correntes
artísticas)
• Intelectualização dos sentimentos
• Sinceridade VS. Fingimento poético
• Dor de pensar
• Angústia existencial
• Evocação nostálgica da infância perdida
TEMAS • Fragmentação do eu
• Transitoriedade da vida
• Pessimismo, tédio, náusea, o inefável
• Solidão interior
• Incapacidade de desfrutar plenamente a vida

• Linguagem simples e sóbria


• Poesia lapidar
• Diversidade na pontuação
LINGUAGEM E FORMA • Preferência pela métrica curta
• Uso frequente da quadra e da quintilha
• Irregularidade métrica e estrófica
• Sobriedade rítmica e musical
• http://www.historia.com.pt/Mensagem/Encoberto/tormenta.htm
• http://www.fotolog.com/milton32/52927966http://www.historia.com.pt/Mensagem/encoberto.htm
• http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/
Sabrina Sbaccanti 12portofolio1/12portofolio1aw.htm
12º D nº 17 • http://pt.wikipedia.org/wiki/Mensagem_(livro)
1º período

You might also like