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E9 - Resíduos, Cogeração e Novas Alternativas - Aln
E9 - Resíduos, Cogeração e Novas Alternativas - Aln
Prof Robmilson
Data de entrega:
Conforme definido no
BB
Nome: RGM:
INTRODUÇÃO
Desde a organização da União Europeia, ganhou força a prática de implantar planos de gestão
de RSU no planeta que, apesar de realidades diferentes, têm como prioridade a diminuição e
compensação de impactos ambientais, promovendo a minimização da geração de resíduos, o
incentivo à reciclagem e às novas tecnologias, com a possibilidade de geração de energia.
Assim, temos a transformação de um passivo ambiental em um insumo para o
desenvolvimento econômico e social. Com o tratamento de resíduos sólidos urbanos podemos
reduzir o volume de transporte e armazenagem, e obter fontes para geração térmica e vapor,
em que vários produtos podem ser utilizados, como biomassa, carvão e gás.
Além dos resíduos domésticos após triagem, temos os oriundos de poda da arborização,
embalagens e pallets, restos de manufaturas, comércio e outros. Processos como secagem,
fracionamento, purificação, condensação, compactação e peletização aumentam o poder
calorífico e a eficiência energética. Além da queima dos sólidos, temos o aproveitamento nos
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aterros dos resíduos úmidos e orgânicos que geram gases por biodigestão. Já se aplica
tecnologia de gaseificação que permite utilizar praticamente todos os resíduos, restando no
final do processo algumas cinzas inertes de volume mínimo (cerca de 10%), que ainda podem
ser utilizadas por indústrias como a de cimento; mas pode haver necessidade de se tratarem
sólidos e lixiviados que possam permanecer, combinando com um sistema de remoção de
alcatrão e filtros secos para não gerar água nem gases poluentes. Na gaseificação, a matéria a
ser tratada é submetida a uma temperatura compreendida entre 700 e 900 °C em uma
pequena quantidade de oxigênio, geralmente em um reator cilíndrico horizontal rotativo.
Como resultado, obtém-se um gás combustível que pode ser usado para gerar energia elétrica
e vapor. As variáveis que determinam sua eficiência energética são: a composição, o poder
calorífico, a umidade e o teor inerte do material a ser tratado.
Além dos urbanos, outros resíduos também podem ser fontes para geração de energia: os de
florestas renováveis e da agropecuária; de agroindústrias e outras fábricas que utilizam
madeira, papéis, papelão; efluentes, etc. Caso selecionados, não contaminantes e viáveis
econômica e ecologicamente, podem alimentar termelétricas e, em alguns casos, ter a energia
calorífica que seria despendida, aproveitada como cogeração.
De origem rural ou do entorno de perímetros urbanos, vários outros resíduos não residenciais
também podem ser utilizados na geração de energia, inclusive de fontes renováveis, como os
oriundos de desbastes, galhadas, costaneiras e raízes de florestas de replantio de pinus e
eucalipto. Outros subprodutos da agropecuária também, como bagaço de cana, casca de coco,
palhas, capim, lenha, dejetos animais e ainda resíduos da agroindústria e de outras fábricas
como restos da movelaria, de beneficiamento de chapas e outras manufaturas, embalagens. E
inclusive de resíduos não sólidos: efluentes e chorume de algumas indústrias e de estações de
tratamento, que na forma de lodo após flotação e secagem servem para queima ou
potencializadores no processo de gaseificação, ao acelerar o processo de decomposição, como
vinhaça e chorumes.
Cogeração
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Considerando que, devido à eficiência parcial dos geradores termelétricos, grande parte da
energia contida na fonte ao ser transformada em calor é perdida para o meio ambiente, na
cogeração essa energia é utilizada. Cogeração é uma tecnologia de produção simultânea de
mais de uma forma de energia, sendo que em muitas atividades, geralmente industriais e
comerciais, utilizam a energia calorífica em forma de vapor ou água quente. Podemos assim
reduzir uma perda de energia, dependendo da fonte utilizada, de 70% para até 10%, com
aumento da eficiência energética que torna útil até cerca de 85% do combustível. Essa forma
de reutilização do calor pode ser aproveitada para aquecimento de ar, água, controlar a
temperatura de granjas, na secagem de produtos agropecuários como grãos e silagem; em
indústrias de alimentos e bebidas podem se reduzir custos com energia em até 10%. Pode ser
usada em hospitais, hotéis, lavanderias, condomínios multifinalitários e outros.
No Brasil, a cogeração por meio de biomassa e biogás é mais comum: apresenta baixo custo,
tem baixas emissões de poluentes, além de haver grande disponibilidade. Bons exemplos são
os dejetos de suínos com geração por meio de biodigestores anaeróbios, e o bagaço da cana,
incluindo a vinhaça, resíduos anteriormente desprezados por criadores e usinas
sucroalcooleiras. Rico em metano, o biogás é processado por motores e microturbinas,
gerando energia elétrica e calor, em forma de vapor ou água quente, usada no processo
produtivo ou nas atividades anteriormente citadas.
Tecnologias novas e em evolução continuam buscando explorar a energia contida nos oceanos,
proveniente das marés, ondas, gradiente térmico, salinidade, correntes e biomassa marítima,
mas ainda pouco se pode aproveitar, além de que alguns locais geográficos são áreas distantes
de grandes centros de consumo.
Maremotriz
As marés são criadas pela atração gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra, relacionadas
com a posição da Lua e do Sol e do movimento de rotação da Terra. A Energia Maremotriz é
gerada pelo potencial energético que o fluxo das marés possui, por isso também denominada
Energia das Marés. Apesar de pouco conhecida e ainda não haver no Brasil complexos
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maremotrizes para geração de energia elétrica, já na década de 60 a França havia construído
uma usina nesse sistema e hoje outros países a utilizam, como Japão, EUA, Coreia do Sul,
Canadá, Austrália e Inglaterra.
Ondas
Energia das Ondas é a energia obtida do movimento das ondas dos oceanos, por meio da
variação do perfil da superfície e de variações de pressões abaixo da superfície, e do
movimento orbital de partículas fluidas abaixo da superfície. Algumas variáveis de influência
são a pressão, atividades sísmicas, temperatura e salinidade, e potencial proporcional à
densidade da água do mar, da gravidade e do período e amplitude total da onda.
Existem diversas tecnologias que exploram essa energia proveniente das ondas, e os
dispositivos podem ser categorizados de acordo com a localização e profundidade para as
quais estão designados, se na linha costeira, perto da costa ou em alto-mar; ou categorias de
acordo com o método de obtenção da energia, sendo os principais tipos a Coluna Oscilatória
de Água; o Dispositivo de Alagamento; as Hélices Subaquáticas; o Flutuadores Articulados; os
Atenuadores e outros. Como exemplo, em Portugal temos Atenuadores do tipo Pelamis, que
se constituem como aparelhos cilíndricos flutuantes com orientação paralela à do movimento
da onda e que são conectados uns aos outros por dobradiças. Com as ondas, dobram
sucessivamente nas juntas, movimentando aríetes hidráulicos nas seções conectadas, que
acionam um gerador elétrico. Esse sistema se conecta por cabos até o piso do alto-mar e
transmite eletricidade à terra firme, a 5 km da costa, e em 2010 já produzia energia para 1,5
mil residências da região de Aguçadoura.
Como impacto Ambiental da Utilização da Energia das Ondas, temos vantagens como não
emissão de CO2 ou de resíduos sólidos na atmosfera e equipamentos incentivadores do
aumento da vida marinha, e como desvantagens a extração da energia alterando o clima
marítimo da região; a difícil manutenção dos equipamentos pouco resistentes a tempestades e
ao mar revolto.
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ENERGIA GEOTÉRMICA
A tubulação conduz o vapor até a central elétrica geotérmica e acionara turbina cuja energia é
transformada em Energia Elétrica por um gerador. Reutiliza-se a água por meio de um poço de
injeção para ser reaquecida, mantendo a pressão e a temperatura no reservatório. Além
dessas Centrais Geotérmicas, quando aproveitamos fluidos geotérmicos em centrais a altas
temperaturas (> 150 °C), para movimentar uma turbina e produzir energia elétrica, podemos
ter outros usos da energia geotérmica produzida: ou por Utilização Direta, quando
reservatórios geotérmicos de temperaturas baixas a moderadas (20 °C-150 °C) fornecem
diretamente calor para a indústria, aquecimento ambiente, termas e outros aproveitamentos
comerciais; ou por Bombas de Calor Geotérmicas (BCG) que aproveitam as diferenças de
temperatura entre o solo e o ambiente. fornecendo calor e frio, como visto anteriormente.
Esse uso para adequar a temperatura ambiente de edificações e estufas é o mais difundido no
Brasil, país em que ainda não há usinas de geração de eletricidade geotérmica, mas em países
como a Nova Zelândia, Estados Unidos, México, Japão, Filipinas, Quênia e Islândia já existem
em pleno funcionamento. No caso, alguns cuidados são importantes no processo para evitar
problemas, como um adequado tratamento da água proveniente do interior da Terra, que
pode conter minerais prejudiciais à saúde, e que possíveis despejos não poluam recursos
hídricos.
É preciso atentar também para os gases dissolvidos presentes nos fluxos de água geotérmicos
enviados para a central de geração de energia junto com vapor de água, pois são liberados na
atmosfera, até havendo o risco de exalarem odor desagradável ou apresentarem propriedade
corrosiva e nociva. Mas Energia Geotérmica apresenta muitas vantagens, por ser renovável e
inesgotável, causando menos poluição, sendo uma alternativa para substituir a queima de
combustíveis fósseis. Além da necessidade de apenas uma pequena quantidade de solo para
implantar uma central geotérmica, que pode ser utilizada 24 h/dia com baixos custos de
administração.
CÉLULAS DE HIDROGÊNIO
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O hidrogênio é um elemento químico abundante na natureza, mas não encontrado em sua
forma pura. Seu uso para a produção de energia depende de uma série de espécies químicas
que possui hidrogênio presente predominantemente em sua composição. O hidrogênio pode
ser obtido da gasolina, do metanol e do etanol, o álcool usado nos automóveis no Brasil, por
meio de um processo denominado reforma a vapor, com catalisadores, ou ainda da eletrólise
da água, quando por meio de descarga elétrica são separados o hidrogênio e o oxigênio.
Mesmo assim, das novas tecnologias que surgem em busca de um sistema energético não
poluente e de fontes limpas e renováveis, o hidrogênio é considerado promissor contribuinte
para a geração de energia sustentável, com impacto ambiental mínimo se comparado a outras
formas de produção de energia. Alimentada apenas com hidrogênio, uma célula combustível
tem poluição zero.
Para produzir energia com base no hidrogênio, são usadas células a combustível que
combinam hidrogênio com oxigênio, em um processo eletroquímico. Estas células
requerem alimentação continua de hidrogênio pelo ânodo e de catodo. A conversão a
partir da reação átomos de hidrogênio com átomos de oxigênio, formam eletricidade,
calor e água. Sendo assim, o processo obtenção de energia por este meio não produz
subprodutos nocivos à natureza. As células a combustível são consideradas o melhor
modo de aproveitamento da conversão de H2 em energia. (Oliveira, 2004)
Diferentemente dos geradores que funcionam com diesel ou gasolina, o processo de geração
com as células a combustível é silencioso e não poluente: por não apresentar flutuação,
dispensa estabilizadores de voltagem e no breaks, sendo adequado para sistemas de
segurança e de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) equipamentos eletrônicos e
centros cirúrgicos. Com tais vantagens, as células a combustível estão em pesquisas e testes
para aprimoramento e certificações de uso, bem como manutenção, a exemplo dos eletrodos,
catalisadores e membranas, que, dependendo do tipo, devem ser trocados periodicamente; e
para diminuição de custo, pois tanto o custo dos projetos para implementação como o preço
de uma célula a combustível ainda são superiores se comparados com os tradicionais
geradores de energia. E apesar de funcionarem baseadas nos mesmos fundamentos,
dependendo do tipo do eletrólito, dos catalisadores e da temperatura de operação, temos
diferentes células a combustível, em processo de pesquisas tecnológicas e estudos de
confiabilidade de componentes e módulos visando ao aperfeiçoamento de materiais
componentes para fabricação e utilização em larga escala.
Mesmo assim, vem sendo adotado o uso em meios de transporte, principalmente públicos,
como ônibus urbanos livres de emissão de poluentes, produzindo apenas vapor d'agua: além
do Brasil, já há em países como Estados Unidos, Canadá e Alemanha, circulando pelas ruas,
transportes coletivos que utilizam o hidrogênio como combustível. Também se amplia o uso
em eletrônicos portáteis e em unidades estacionárias de geração de energia.
NA PRÁTICA
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Um sistema híbrido está sendo experimentado e considerado viável para o Brasil, mesmo em
regiões distantes, que se trata de produzir hidrogênio usando a água, por meio da eletrólise,
com a eletricidade da energia solar gerada durante o dia e estocando o gás em cilindros; esse
hidrogênio é usado à noite para a geração da demanda momentânea, ou quando não houver
captação de energia solar suficiente no inverno ou nos dias muito nublados, evitando o
processo oneroso e temporário de armazenar a energia elétrica obtida, da energia solar ou
eólica, por exemplo, por meio do uso de baterias.
FINALIZANDO
Para reverter em geração de renda o que era passivo ambiental, já temos tecnologias
comprovadas. Exemplo de caso exitoso em São Paulo é a usina termoelétrica do Aterro São
João, que recebeu 28 milhões de toneladas de RSU entre 1992 e 2007 e produz energia para
400 mil habitantes por meio do biogás gerado. A operação é composta por duas plantas
interligadas: a usina de captação de gás, composta por uma rede de poços e dutos de
polietileno instalados no aterro, e a usina de energia que succiona o metano dos poços até
trocadores de calor, onde é resfriado, desumidificado e purificado de algumas das toxinas,
depois elevado à pressão ideal para combustão em motores e geração de energia elétrica por
processo mecânico. A usina tem capacidade de geração de 200 GWh por ano. No caso de
substituir fontes convencionais não renováveis por outras mais adequadas, as novas
tecnologias podem ter alguma resistência, mas se demonstra que é só uma questão de tempo
para a necessidade de adotarmos as energias oceânicas, geotérmicas e químicas.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, J. et al. Energias alternativas e renováveis: energia do hidrogênio, das marés e das
ondas. Abr. 2010 Disponível em: <htts://www.ebah.com.br/content/ABAAAAtE0AH/trabalho-
energia-das- ondas>. Acesso em: 31 mar. 2019. Mares
OLIVEIRA, M. de. Eletricidade do hidrogênio, Revista Pesquisa Fapesp, ed. 103, set. 2004.
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2004/09/01/eletricidade-do-hidrog
%C3%AAniol>. Acesso em: 31 mar. de 2019. SCHWANGART, D. R. Usina transforma lixo em
energia. Revista PINI, ed. 33.
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Situação Desafiadora – E9 – Resíduos, Cogeração e Novas Alternativas
Link 1:
https://youtu.be/7R_6dGjxrlk - Acesso em 18 abr 23
Link 2:
https://www.gruposalmeron.com.br/hist%C3%B3ria-salmeron - Acesso em 18 abr 23
O estudo apresentado aborda a utilização de resíduos como uma alternativa para a geração de
energia. Alguns dos principais dados e fatos apresentados são:
O Brasil produz cerca de 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano.
Os resíduos orgânicos representam cerca de 50% desse total e podem ser utilizados
para a produção de biogás por meio da técnica de digestão anaeróbia.
O biogás pode ser utilizado para a geração de energia elétrica e térmica.
A geração de energia a partir de resíduos pode reduzir a emissão de gases de efeito
estufa e contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.
Existem tecnologias disponíveis para a geração de energia a partir de resíduos, como a
digestão anaeróbia, a incineração e a gasificação.
Além disso, o estudo também apresenta alternativas para a geração de energia que não
envolvem a utilização de resíduos, como a energia solar e a energia eólica, e destaca a
importância da adoção de fontes renováveis para a mitigação das mudanças climáticas.
Na minha opinião, a principal razão que dificulta a melhor utilização de resíduos e novas
alternativas para geração de energia é a falta de investimento em pesquisa e desenvolvimento
de tecnologias mais eficientes e econômicas. Além disso, a falta de incentivos e políticas
públicas que estimulem a adoção de fontes renováveis de energia também é um fator que
contribui para a baixa utilização dessas alternativas. Por outro lado, a crescente
conscientização da sociedade em relação aos impactos ambientais da geração de energia a
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partir de fontes não renováveis pode impulsionar a busca por soluções mais sustentáveis e
contribuir para a adoção de novas tecnologias.
a. defina biomassa;
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de resíduos e ocorre baixa emissão de gases poluentes, sendo menos agressiva ao
meio ambiente que as provenientes de combustíveis fosseis, diminuindo assim o
risco ambiental.
f. quais resíduos agrícolas também podem ser utilizados como fonte de energia;
5. Além disso, base nos estudos realizados, elabore quatro questões de múltipla escolha
com 4 (quatro) alternativas cada, sendo somente 1 (uma) a correta. Apresente o
gabarito.
Atenção: Não utilizar como resposta: “NDA”, nem “todas as alternativas são corretas”, “todas
as alternativas são incorretas”.
1)Qual é o combustível produzido na usina termoelétrica do Aterro São João em São Paulo?
a) Petróleo
b) Carvão mineral
c) Biogás
d) Hidrogênio
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2)Qual é uma possível fonte alternativa de energia renovável?
a) Combustíveis fósseis
b) Energia nuclear
c) Energia geotérmica
d) Energia de biomassa
3)Qual é a tecnologia utilizada pela usina termoelétrica do Aterro São João em São Paulo para
produzir energia a partir de resíduos sólidos urbanos?
a) Energia solar
b) Energia eólica
4)Qual é a capacidade de geração de energia elétrica por ano da usina termoelétrica do Aterro
São João em São Paulo?
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