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Sebenta Economia II David
Sebenta Economia II David
ECONOMIA II
Cap. XI - Objetivos que não o lucro .............................................................................................. 3
Modelo Principal-Agente ......................................................................................................... 4
Mecanismos de Alinhamento de Interesses ............................................................................ 4
Cap. XII - Repartição do Rendimento e o mercado de fatores......................................................... 7
Capital ........................................................................................................................................ 7
Mercado da procura e oferta de Capitais ............................................................................... 8
Karl Marx................................................................................................................................ 8
Terra (fatores naturais) .............................................................................................................. 9
Trabalho ..................................................................................................................................... 9
Diferenças Salariais (informação imperfeita e discriminação salarial) ....................................... 10
1. Diferenças Compensatórias ............................................................................................. 10
2. Capital Humano ............................................................................................................... 11
3. Sinalização pelo trabalhador ............................................................................................ 11
4. Vencimento Transferência e Renda Económica .............................................................. 12
5. Discriminação no Mercado .............................................................................................. 12
Cap. XIII - Desigualdade e Pobreza................................................................................................ 13
Causas da Pobreza: .................................................................................................................. 13
Critérios para medir as Desigualdades: ................................................................................... 14
Critérios de Justiça ................................................................................................................... 15
Cap. XIV – Redistribuição e Tributação ......................................................................................... 16
Eficiência do Sistema Fiscal (art. 103º CRP) .............................................................................. 17
Cap. XV – Problema Ambiental ..................................................................................................... 19
Teorema de Coase ................................................................................................................... 19
Intervenção Estatal............................................................................................................... 20
Bens Públicos, Semipúblicos e Privados.................................................................................... 21
Cap. XVI – Intervenção do Estado e escolha pública ..................................................................... 23
Rent-Seeking ............................................................................................................................ 23
Teoria da Escolha Pública ......................................................................................................... 24
Teoria do Votante Mediano = princípio da diferenciação mínima....................................... 25
Mercado Político .................................................................................................................. 25
Cap. XVII – Temas básicos da Macroeconomia ............................................................................. 26
Curto Prazo e Longo Prazo ....................................................................................................... 27
Flutuações................................................................................................................................ 27
Procura Agregada e Oferta Agregada ....................................................................................... 27
Procura Agregada ................................................................................................................ 29
Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
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Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
Gera o problema da não sintonia de interesses entre Proprietário (que quer maximizar o lucro)
e Gestor (que pode querer seguir interesses individuais, que não são objetivamente finalidades
da empresa – ele fixa a própria remuneração e etc.) – Coesão formal não impede as tensões
internas e problemas relativos ao controlo das empresas.
Gestor ao seguir interesses do Proprietário gera externalidades1 positivas2 pelas quais
não é recompensado devidamente.
Gestor ao seguir interesses do Gestor gera externalidades negativas3, tem benefícios
próprios e externaliza os prejuízos para os outros. Ex: crise 2008 em que os Gestores
ganhavam prémios de curto prazo pelas hipotecas, faziam-nas a todos o que se tornou
prejudicial.
1
Externalidades – fatores exógenos ao mercado (positivos ou negativos) originado pela conduta de um
agente económico que se projeta na esfera económica de outrem, sem que esse agente tenha de pagar
pelo benefício ou indemnizar pelo prejuízo
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Positivas: A ação de uma das partes beneficia as outras
3
Negativas: Alguém tira benefícios e externaliza custos
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Modelo Principal-Agente
Teoria da Agência
Uma pessoa pretende certo objetivo e confia a outrem a persecução desse objetivo –
juridicamente equipara-se ao mandante/mandatário, comitente/comissário,
cliente/advogado.
Fundamento:
o Custos de Oportunidade4
o Especialização do Trabalho5 - Necessidade de especialização requerida pela
otimização da divisão do trabalho. Obrigados a confiar.
Gera Assimetria Informativa6: o Agente é que tem a informação pois sabe quais os
melhores meios (tem o conhecimento técnico para alcançar o resultado pretendido).
Principal não domina o que se está a passar em concreto – aquele que comete a outrem
a defesa e promoção dos seus interesses e fica desprovido de meios para avaliar
eficientemente o desempenho daquele a quem a missão foi cometida.
o Quando o gestor é contratado ele tem uma preparação académica maior que o
proprietário
o Apenas o Gestor sabe o que se está a passar na empresa e o que pode ocultar
o Com base na assimetria informativa – risco moral7 – é que há uma separação
de interesses.
Gestor sabe que o Proprietário não tem capacidade técnica para avaliar
o que ele faz – o Agente joga na assimetria informativa para retirar
benefícios
O Gestor tem margem para atuar de forma a prosseguir os seus interesses. O problema da
agência, como sistema de comando para fiscalizar o comissários, é conseguir blindar os
contratos para que o agente se cinja aos interesses do principal.
4
Valor do benefício que deixou de ser obtido – benefício que corresponde à 2ª melhor alternativa.
5
Foca-se na produção de um só bem e tem custos de oportunidade e de interdependência
6
Falha de Mercado em que uma das partes de uma transação tem mais informação que a outra e usa-a
em seu benefício.
7
“Ex Post”: é com a relação contratual já existente. Atuação negligente de um agente, por este saber que
o seu comportamento será dificilmente detetado – contraparte não detetará eficientemente essa
conduta.
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Podia-se remunerar o Gestor sobre a forma de stock options. Ao torna-lo acionista ele tem interesse em
que as coisas corram bem, mas pode fazer valorizar e desvalorizar as ações conforme lhe apraz (quase
inside trading)
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Aquisições de domínio são a resposta mais eficiente (mercado pressiona os outros para tirar
deles o máximo partido) mas em certos caso pode correr mal:
a) Canibalização dos ativos da empresa adquirida pela adquirente de forma a solver as
dívidas – extrai-se o que há de bom da empresa para depois a extinguir do mercado
b) Anúncio de takeover com finalidades especulativas – alguém tem algo a ganhar com
isso: Green Mail – extorsão – adquirente compra grande nº de ações e apresenta a
hipótese de as venderem a preço exorbitante ou então a adquirir efetivamente o
domínio
c) Substituição de um controlo informal por outro controlo informal mas de maior
dimensão
d) Não interessam aos gestores menos eficientes
Soluções:
Regulação setorial (dos mercados financeiros) – conjunto de normas setoriais para disciplinar os gestores
devido aos efeitos que a conduta desses gestores pode ter no interesse público.
Autorregulação – soft law – normas criadas por si só e que estabelecem as diretrizes sobre como melhor
agir.
Não é necessário uma regulação formal pois o próprio mecanismo do mercado é uma forma de disciplina:
se o mercado funcionar bem, os maus agentes saem naturalmente do mercado.
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Análise Neoclássica
Participação no processo produtivo deve ser vista duma ótica de mercado.
Remuneração = Preço: apenas depende da quantidade oferecida e procurada (ex: mais oferta
de trabalho, mais baixo o salário – procura). O juro será mais ou menos elevado conforme a
procura junto da oferta (capital).
Vs. Perspetiva Institucionalista
Releva o contexto institucional que afeta a remuneração, para compreender em que medida se
influencia a quantidade oferecida e procurada.
Remuneração será tanto maior quanto mais participação (maior esforço) no processo
produtivo – racionalidade processual (sem qualquer moral)
A justiça relativa é assegurada pelo mercado
Capital
Sentido Económico: conjunto de bens instrumentais que não satisfazem necessidades finais
mas que são incorporados no processo produtivo com vista a produzir os bens finais10. Ex:
canas de bambu construídas em conduta para trazer água.
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De onde tem que haver uma Redistribuição – necessidade de intervenção retificativa
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Conjunto de bens instrumentais que coadjuvam o esforço laboral, potenciando-o.
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Empresa: Procura
Locação – nas decisões de curto-prazo – sujeita à lei de rendimentos marginais
decrescentes (Rm = P): parte disponibiliza a outra o usufruto de certa coisa durante um
certo período de tempo
o Unidades sucessivas de fatores vão sendo cada vez mais caras, ao serem
adicionadas, até que chega ao ponto em que Rm = P (o preço é igual ao
acréscimo de utilidade dessa adição)
Ex: aluga-se uma máquina
Aquisição – nas decisões de longo-prazo11 - tem em conta o somatório da produtividade
do capital
o Equacionando o custo de oportunidade e o valor residual do capital (após
período de vida útil – tem em conta o valor futuro do capital ao qual aplica uma
taxa de desconto12) – Eficácia Marginal do Capital (Keynes)
Capacidade do capital se pagar a si próprio e permitir obter
determinado lucro – tem em conta o valor presente dos ganhos
esperados e o da taxa de retorno do investimento.
Ex: procura aumenta. Faz sentido comprar a máquina. Tendo em conta que a máquina
tem vida útil de 10 anos, valerá a pena comprar essa ou outra? Tem que se saber o que
se pode fazer à máquina ao fim dos 10 anos.
Karl Marx
Adota uma conceção clássica do valor dos bens – o que confere valor a um bem é a
maior ou menor quantidade de trabalho nele empregue.
CAPITALISMO: A parcela de trabalho que vai para o capitalista não é dada ao
trabalhador. O capitalista enriquece à custa da apropriação dessa mais-valia.
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Longo Prazo – horizonte temporal em que é possível alterar todos os fatores de produção
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Taxa de Desconto: corresponde ao valor da privação (valor da utilidade perdida)
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Críticas
Teoria do valor do trabalho é incompleta – não explica porque é que o trabalho
qualificado vale mais que o pouco qualificado – não permite distinguir a especialização
Há bens que ganham valor ao longo do tempo. Ex: garrafa de vinho do Porto
Produtividade e valor do trabalho dependem da qualidade do capital – legitima a
remuneração para o detentor do Capital
Desconsidera a organização dos fatores de produção – que é um risco, devendo ser
remunerado com o lucro
Inelasticidade da oferta – os recursos naturais são fixos (podem ser finitos). A produtividade
desses fatores depende do capital.
Renda depende da produtividade.
Aceção ricardiana (David Ricardo) – Renda fundiária diferencial ricardiana
o Em função das aptidões da terra
Trabalho
Fator preponderante -> maior parte da riqueza do processo produtivo é canalisada para o
trabalho: onde participa a maior parte da população.
A Empresa é encarada como “price taker”.
13
Enquanto o valor do produto marginal for superior ao nível do mercado dos salários, justificar-se-ia a
contratação, devendo a procura de novos trabalhadores terminar quando o valor do produto marginal for
já inferior ao nível salarial.
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Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
Nível salarial depende do valor que os indivíduos geram no processo produtivo – a base do
salário é a produtividade.
Incremento de produtividade é que explica uma subida de salários reais, aumento do
poder de compra e um bem-estar geral.
A remuneração acompanha o valor do produto marginal que cada um determina no
processo produtivo – rendimento das pessoas é maioritariamente fixado em função do
valor dos recursos produtivos que fornecem ao mercado.
O que determina a produtividade é o capital (físico), capital humano e a tecnologia.
1. Diferenças Compensatórias
Disparidade salarial que resulta da diversidade de características não monetárias dos diversos
empregos.
Quando as funções dos trabalhadores são as mesmas mas as condições são tão
distintas, justifica-se o diferencial.
Remuneração associada ao próprio emprego e atribuído a todos pelas características da
atividade em si – subsídios que atenuam o desprazer causado pessoalmente pelo desempenho
de certas funções (teria pouca oferta de trabalhadores sem isto). Em função dos riscos
associados às condições. Ex: trabalhar de dia vs. trabalhar de noite; lavar janelas no rés-do-chão vs. lavar janelas
no 458º andar
Enquanto o nível salarial for inferior ao rendimento marginal, a admissão de mais trabalhadores
contribuirá para aumentar os lucros do empregador.
14
Aumento do número de trabalhadores faz, ceter paribus, descer o nível salarial que se pratica no
mercado, e isso induz as empresas à contratação de mais trabalhadores ainda. Sujeita aos efeitos da
produtividade marginal decrescente.
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Procura: elasticidade da procura é determinada pelo carácter mais ou menos intensivo na exploração
do trabalho, substituibilidade de trabalho por capital e na procura dos produtos para os quais o trabalho
contribui.
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2. Capital Humano
Investimento na formação pessoal – trabalhador capacita-se para aumentar a produtividade
(adquire mais aptidões) – aumento da produtividade conexa com o incremento das aptidões.
Sendo capital, pressupõe que alguém poupe e depois invista. Ex: propinas da faculdade
Expectativa de que o que se poupou para investir, no futuro recompense16 -
compensado por incrementos remuneratórios que compensam esse investimento –
justificando os diferenciais entre trabalhadores qualificados e não-qualificados.
Custos Direitos e Custos de Oportunidade
Possibilidade de se ingressar logo no mercado de trabalho
Armadilha da Subqualificação
Pode ser apelativo entrar no mercado de trabalho para se ter
rendimento, mas, no decurso do tempo haverá uma maior
concorrência pois estas menos qualificadas concorrerão com
trabalhadores mais jovens, trabalhadores migrantes e com
pessoas mais qualificadas.
As economias com qualificação mais elevada têm um maior nível económico – a qualificação
gera externalidades positivas.
Musgrave: Bens de Mérito – saúde e educação – bens cuja provisão pelo Estado é
necessária pois os incentivos privados orientariam para o subconsumo.
o O somatório dos investimentos privados fica aquém do nível ótimo de
investimento coletivo – onde são contabilizadas as externalidades positivas que
não podem ser compensados privadamente àquele que investiu.
o Ao serem deixados à decisão de particulares seriam menos consumidos – o que
prejudicaria o bem-estar global -> contraria a ideia Smithiana de que o bem-
estar global é atingido quando cada um faz o melhor para si
Bens cujo consumo o Estado pretende alargar, presumindo que há um
subconsumo desses bens se não o fizer.
o Ex: sem escolaridade obrigatória muita gente não ia à escola pois os pais faziam-nos
ingressar no mercado de trabalho para obter rendimento; sem vacinas obrigatórias
muitos pais iriam pensar que cuidavam bem da criança e descuravam esta proteção
(hoje ainda seria beneficiado pelas externalidades positivas de todos os outros)
o Fere a lógica basilar dos mercados da soberania do consumidor e da liberdade
que é cometida a cada indivíduo (é juiz supremo dos seus próprios interesses e
as suas preferências respeitadas sem paternalismos17) – gera-se debate sobre o
porquê do Estado pagar a escola pública em vez de dar esse valor aos pais, num
cheque-educação, para eles terem liberdade de escolher.
16
Valor presente descontado do total das remunerações futuras esperadas em função de um
determinado investimento na especialização – estudos de Schultz e Becker.
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Bens de méritos remete para uma atitude paternalista – resposta adequada à circunstância dos
indivíduos nem sempre serem optimizadores face às opções disponíveis – remédio da racionalidade
limitada.
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Depende dos sinais que o candidato envia para se diferenciar dos outros – presença de indícios
que atestem, com aceitável grau de probabilidade e verosimilhança, a idoneidade profissional.
Assenta na assimetria informativa – numa dimensão de estridência, o candidato pode
persuadir o empregador
o A desvantagem da assimetria informativa é para o empregador que pode fazer
uma má escolha com base na aparência da oferta – vindo do grau de iniciativa
do candidato de persuadir o empregador quanto aos seus próprios méritos.
o O período experimental serve para aferir ex-post se fez a escolha errada com
base na assimetria informativa ex-ante.
5. Discriminação no Mercado
Fatores puramente discriminatórios. Ex: raça, género, política
18Vencimento de transferência – vencimento de equilíbrio no setor de atividade considerado, em termos de, uma
vez alcançado o respetivo nível, não existir incentivo para nele ingressar qualquer outro trabalhador, nem para sair
aqueles que nele se mantêm.
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Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
Causas da Pobreza:
1. Distribuição Irregular da Propriedade – contexto da posição em que se nasce – uns
possuem grande abundância de recursos. Acesso à riqueza significa acesso ao
rendimento (criação de riqueza nova)
2. Pobreza Voluntária – perda de oportunidades: contexto que resulta de escolhas livres
em que há um desperdício de oportunidades.
3. Fatores Profundos de Pobreza Generalizada – sociedades em que estruturalmente a
população tem rendimentos muito baixos. Os fatores de pobreza podem-se perpetuar
para as gerações seguintes. Pobreza gera pobreza e alastra se não for combatida.
a. Podem haver situações que quebrem esta situação pré-determinada à partida.
Ex: dar uma máquina de costura, cria-se rendimento a partir desse capital
b. Relaciona-se com a Distribuição Irregular da Propriedade pois a sociedade é tão
desigual que estruturalmente se perpetuam as mesmas condições de
rendimento.
Limiar da Pobreza: situação de carência grave – Banco Mundial estabelece situações abaixo do
limiar de pobreza para quem tem menos de 1 dólar por dia (em 1985, hoje 2 dólares por dia).
Serve apenas para Estados muito pouco desenvolvidos para distinguir mesmo os mais
miseráveis de todos. Como é influenciada e o que influencia:
Muita solidariedade social manifesta-se diretamente e em espécie melhorando o bem-estar dos
pobres e não nominalmente o rendimento
Rendimento pessoal varia ao longo da vida
Mobilidade social faz com que o limiar da pobreza não seja obstáculo para o enriquecimento do
self-made man
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Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
Curva de Kuznets
Curva em campânula – demonstração empírica da correlação entre crescimento e desigualdade.
Até certo ponto, a sociedade cresce e a desigualdade também, mas, depois a sociedade cresce
e a desigualdade diminui21.
A desigualdade tende a agravar-se
generalizadamente à medida do
desenvolvimento global.
Quanto mais elevada a desigualdade inicial,
maiores as dificuldades de crescimento no
longo prazo.
19
Independentemente dos motivos pelos quais há desigualdade, ela constitui um problema em si mesmo
que põe em causa a coesão, homogeneidade e subsistência da sociedade.
20
Representa graficamente. Dividindo a população em classes e verificando qual o rendimento
correspondente.
21
Pode-se relacionar com o trade off pois numa sociedade já mais eficiente consegue-se mais recursos
para a justiça
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Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
Critérios de Justiça
Ideal nivelador e igualitário esteriliza a iniciativa económica individual. Tem que se encontrar o
ponto médio de coesão sem perder o dinamismo económico.
Justiça de Resultados
1. Perspetiva Utilitarista: ao retirar-se uma parcela aos de rendimentos mais altos
(transferência de riqueza) para se dar aos mais baixos, há ganho de utilidade pois a
utilidade marginal dessa parcela nos mais baixos será maior que nos mais altos – quem
tem rendimento menor dá mais valor -> maximiza-se a utilidade total
2. Perspetiva de Rawls: a sociedade melhora quando se retifica as situações mais graves,
mesmo que se tenha de transferir rendimento. Erradica extremos de exclusão e
aumenta a coesão social. Base de autoconssentimento dos rendimentos mais elevados
ao transferir, pois não quereria estar nessa posição na sociedade -> minimizam-se as
perdas máximas22
Justiça de Meios
Ideia libertária: justiça enquanto processo – dá-se a todos igualdade de oportunidades e com
isso concretiza-se a justiça. As diferenças depois advêm do mérito de cada um: a ideia de
igualdade transfere-se do plano (desincentivador) dos resultados para o plano (neutro) das
oportunidades. A justiça é em relação ao processo pelo qual as pessoas enriquecem -> Hayeck e
Nosick
A. Alternativa é combinar o subsídio com critérios objetivos – ex: subsídio dado atendendo ao
agregado familiar.
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Princípio maximin – Levaria a um empobrecimento geral.
23
Segurança social – cada um contribui para os outros para ser segurado por eles. Pode ter problemas de
sustentabilidade em sociedades mais envelhecidas. Sistema pay-as-you-go depende da igualdade
corrente entre receitas e custos. Relação no combate à pobreza não linear embora seja um mecanismo
para efeitos redistributivos.
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Pois quem não tem rendimentos, fica desesperado ao estar desempregado
15
Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
C. Introduzir gradualismo nos dois lados – integração progressiva para não se sentir tanto
impacte.
Ex:
Pobre Médio Rico
Crédito 100 100 100
Imposto 0 80 300
Pagamento +100 (recebe) +20 (recebe) 200
Estado quer uma tributação ótima para financiar as suas atividades, mas que não seja
comprometida a eficiência (quando o valor do imposto é maior que o excedente).
Os impostos incidem:
Rendimento – riqueza nova
Despesa – em termos imediatos (atos de consumo) ou mediatos (valor acrescentado dos
produtos)
Património – riqueza acumulada
Poupança
16
Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
A tributação das empresas incide sobre o seu rendimento real (art. 104º/2 CRP) de forma a ser
mais justa.
Eficiência do sistema mede-se pelo nível de custos nos contribuintes e pelas correspondentes
distorções de atividade económica provocadas pela não-neutralidade do imposto
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Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
É regressivo ou progressivo conforme a taxa média (quociente entre rendimento total e total de
tributo pago – sacrifício suportado pelo contribuinte) aumente ou diminua com os aumentos do
rendimento tributado.
Taxa plana: não entram deduções de nível pessoal. Taxa marginal invariável, sem qualquer
propósito de igualdade horizontal (não tratam de forma diferente situações diferentes, porque
não contam as deduções que os diferenciam).
Imposto de rendimento com uma só taxa.
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Igualdade de sacrifícios pressupõe situações comparáveis o que não é realizável
18
Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
Não se pode é atribuir um preço: não é possível determinar com rigor as preferências reveladas
pelos consumidores -> tem que se recorrer a métodos indiretos de estimativa de um valor médio
ou hipotética disposição de pagar. Ex: método dos custos de viagem, método dos preços
hedónicos.
As questões ambientais estão sujeitas a uma curva de Kuznets entre Poluição e Crescimento –
há medidas que as sociedades crescem há uma inversão.
Externalidades – situações extra-mercado que o afetam para melhor ou pior, sem ser pago um
preço ou sem haver uma indemnização.
de Produção: Negativas (poluição); Positivas (Clusters – várias empresas concentradas num único
local beneficiam com a mais fácil troca de informação)
de Consumo: Negativas (fumar junto de outros); Positivas (Rede – o facto de + 1 agente entrar
aumenta a utilidade de cada utilizador)
Teorema de Coase
Ronald Coase percebeu que o problema das externalidades é bilateral: só existem porque há
um externalização recíproca26 (um causa o problema e outro ao sofrer com ele, externaliza-o)
Muitas vezes as soluções podem estar do lado da vítima e não do externalizador.
Em muitas situações minimizam-se os efeitos pela mera negociação. A solução mais eficiente
é a da negociação direta entre externalizadores e afetados pela externalidade. É uma solução
que segue a lógica do mercado e não requer a intervenção do Estado.
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Bilateralidade das relações, pois ambos são externalizadores e um pode sê-lo pelo simples facto de
existir. Da interação é que se pode identificar a externalidade em si mesma.
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Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
Na versão original do Teorema de Coase exigia-se a Concorrência Perfeita – seria inevitavelmente com
baixos custos de transação, portanto, como isto é já dito no teorema, exclui-se a situação da concorrência.
No caso das externalidades ambientais é muito difícil atribuir responsabilidade ou mesmo saber
qual o agente causador da externalidade – bem como a determinação do afetado é imprecisa.
Torna-se difícil tomar uma posição para fins de negociação – o que leva a elevados
custos de transação, pois o tal consenso é difícil de se atingir e é quase impossível
unificar uma solução.
Nestas circunstâncias, a solução de mercado pode não ser a mais viável. A existência de
elevados custos de transação, de efeito de boleia ou falta de direitos de apropriação
exige uma alternativa à negociação. Deve haver intervenção do Estado.
Intervenção Estatal
Razões: Estado tem uma legitimidade representativa e democrática, agindo seguindo os
interesses coletivos e não segundo interesses particulares. A forma de solução é única (devido
ao seu poder de coerção – impõe materialmente a sua decisão com recurso à força: evitando,
no entanto, que tal imposição leve a uma situação de subprodução ou abandono do agente
externalizador do mercado) e tem a sua posição própria, o que reduz os custos de transação
associados à negociação.
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Num mundo sem custos de transação, as afetações iniciais de quaisquer recursos são irrelevantes.
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Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
Impostos Pigouvianos – impostos ambientais/ taxa ambiental – aquele que polui, como
causa dano à sociedade, também deve compensar a sociedade (Princípio do poluidor-
pagador). Existe uma taxa sobre cada unidade produzida em montante igual à externalidade
marginal causada.
o Visa internalizar externalidades negativas.
o Impostos que não provocam a perda de bem estar nem desviam do ótimo social.
Impostos definidos na orientação para o ótimo social – à partida podem
desaparecer, se desaparecer a externalidade negativa.
o Duplo benefício/ Duplo dividendo – permite obtenção de receita mas não gera
uma perda de bem-estar (como os impostos fazem). Essa receita é usada para
compensar o custo social marginal, aumentando o bem-estar. Forma de
internalizar uma externalidade: uma parcela que era custo social passa a ser
custo de produção, logo, os preços serão mais elevados.
o Corrige a subprodução: pode falhar na determinação do nível ótimo do imposto
Se for muito baixo: internaliza o custo e não muda o comportamento
Se for muito elevado: pode levar ao cessar da atividade
Regime de quotas tributárias – Quotas Negociadas – “Cap and Trade” – Coase percebeu
que imposto pigouviano = preço da poluição; se há um preço, há mercado –> criou-se o
Direito a poluir, que aumenta o bem-estar
o Estabelece-se limite máximo de poluição. Abaixo disso pode-se negociar, mas
do volume total de poluição há diversas cotas e nunca se ultrapassa o limite. Ex:
define-se 1 bolo, dá-se uma fatia a cada um. Se apenas comer metade, posso
vender a minha metade a quem comeu a sua toda e precisa de mais. Mas será
sempre num só bolo.
Cada Estado tem um teto e se quiser poluir mais28, vai comprar a outros
que não estejam a utilizar as suas respetivas quotas – quem não utiliza
a cota atribuída à poluição (porque polui menos), vende a quem precisa
(porque vai poluir mais) dessas cotas não utilizadas.
o Criaram-se direitos bem definidos e com baixos custos de transação – indo as
quotas para aqueles que lhes dão mais valor.
o Funcionam bem enquanto for possível a transação no mercado (custos de
transação 0) – necessária uma atualização regular para adaptar o teto.
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Nem sempre os países mais ricos são os mais poluidores -> Curva de Kuznets ambiental
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Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
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Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
Problema do Monopólio Natural: Situação não ultrapassável e com custos marginais decrescentes
com a produção a uma escala de produção elevada. Justificam-se por garantia de acesso ao mercado,
liberdade de acesso, necessária nos contextos de monopólio natural (derivam da estrutura de mercado
em que um agente satisfaz todo o mercado antes da escala mínima de eficiência – daí ser necessário uma
entidade reguladora para neste contexto não agir como monopolistas). Conjunto de medidas que não
afetam o bem-estar:
Subsídios (para se praticar preços mais próximos do monopólio natural)
Apropriação estadual/nacionalização (é bom ou mau dependendo do preço aplicado. Se o
desempenho for mau o Estado pode ter que reprivatizar)
Privatização (bom se trouxer um preço mais baixo)
Regulação (há risco de corrupção ou captura do regulador)
Desregulação (para revelá-lo como um monopólio protegido)
Rent-Seeking
(Tullok e Keveger) Contexto de concorrência imperfeita29 com transferência do bem-estar do
consumidor para o do produtor (a partir do aumento de preços e não diminuição dos custos; não há
incentivos para a melhor eficiência) –> quem tem esta situação tem interesse em que esta mesma
situação se mantenha para ter uma renda assegurada: análise pressão do lobbying
Transfere-se recursos de atividades produtivas para atividades não produtivas
o Compra de direitos exclusivos (em vez de usarem a renda obtida na própria
produção, usam-na para obter mais renda)
o Atividades protegidas por barreiras anti-comerciais
o Pressão sobre poderes políticos (lobby e corrupção)
Procura de regulação favorável a manter a situação existente
Teoria das falhas de mercado legitima a regulação, que deve ser orientada para a prossecução
do interesse público.
Não é possível determinar o que é o interesse público
o Assume-se: regulador clarividente e benevolente que age altruisticamente para
prosseguir tais interesses, contexto de mão-reguladora
Teoria do Rent-Seeking: regulação fundamentada pelos interesses privados
o Mercado da Regulação – mercado especial onde há procura e oferta de
regulação. Certos agentes económicos querem regulação e os políticos e
burocratas dão a regulação especializada a troco de favores.
29
Tende a causar o desvio de meios para fins improdutivos. Essa captação de renda pelos produtores
acaba por se agrupar em confederações de informação estratégica (lobbies) que lhes garantem aquela
renda líquida
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Buchman e Tullock: O decisor público não sabe até que ponto o que a comunidade realmente
quer e como agir pelo bem comum devido ao seguinte:
Rigidez e complexidade da estrutura
Dificuldade dos agentes do Estado em ultrapassar o ciclo eleitoral dos 4 anos
Lei de Wagner – tendência para o crescimento das despesas públicas31 (num efeito de
cascata)
Influência de interesses particulares – racionalidade duma maximização de vantagens
dos envolvidos
o Soft budget constrained – como a estrutura é grande e o gasto é dificilmente
sentido32 + impossibilidade de insolvência = pouca pressão para fazerem o que
deviam fazer para gerir melhor a coisa pública.
Public Choice vem afirmar que há falhas de intervenção devido à politics33 feita em que
os interesses privados se sobrepõe ao bem-estar coletivo. Já se pressupõe que o
decisor não é clarividente nem benevolente.
Os grupos de interesse também influenciam as decisões das maiorias.
30
Sempre que no mercado da regulação a oferta seja menos atomística do que a procura e por isso seja de esperar
dela maior eficiência na pressão e no aliciamento, na substituição de votos por financiamentos dos políticos e dos
burocratas reguladores.
31
Cujas soluções seriam: imposto negativo (lógica crédito-imposto); regime transitório; micro-crédito
32
Assenta na Assimetria Informativa do Risco Moral
33
Policy – conjunto de normas básicas de aceitação de vários valores e regras procedimentais. Pacto
fundador do quadro estruturador.
Politics – domínio das opções concretas (resultado das forças que ocupam o poder e os seus interesses e
influências)
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Mercado Político
Procura: eleitores e lobbies
Oferta: políticos (eleitos) – incentivo de atuação é a maximização dos votos e a reeleição;
burocratas (não eleitos e com cargos no tecido empresarial do estado e da administração
pública – incentivo de atuação é o aumento das respetivas dotações (mais para as suas
estruturas).
Oferecem atividades em troca de obtenção de vantagens.
o Grupos de interesses investem neste mercado pois captam renda (em
detrimento do interesse geral) na medida que o poder político possa agir
concedendo-lhes benesses e oportunidades de ganho.
Como fazem para se aprovar medidas que individualmente não teriam aprovação?
Log rolling – troca de votos entre políticos para aprovação de propostas de cada um. Ex: aprovo-
te x se me aprovares y
Pork-barrel – junta-se numa mesma proposta vários interesses e objetivos, acabando por se
obter a aprovação publicitando-os.
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Estudo dos grandes agregados económicos – resultados dos processos produtivos todos
combinados, numa escala nacional e lógica de valores agregados.
Aspetos cuja compreensão deve ser em massa
Fenómenos sujeitos à lei dos grandes números
Agregados entendidos a nível geral. Ex: no meio das árvores vejo árvores; se estivesse acima via as
árvores e que era uma floresta
34
Mesmo “que a bonança venha depois da tempestade, não é razão para aceitarmos passivamente a
tempestade”
35
Políticas keynesianas num contexto de economias fechadas.
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Flutuações
Perspetiva analítica contextual – perturbações de curto-prazo que contrariam a tendência (do
longo-prazo36)
Medida única das flutuações: PIB – valor de todos os produtos transacionados ao longo
de um ano.
PIB Nominal: calculado pelos preços correntes – pode não se alterar a quantidade
transacionada dos produtos mas sim os preços, que vão variando. Variação em temos
monetários e calculado a preços correntes.
PIB Real: calculado pelos preços constantes – valor ajustado à inflação. Deduz-se
acréscimos monetários. Conjuga-se preços e quantidades transacionadas – avalia-se por
preços de um ano-base. Variação da produção em temos físicos e calculado a preços
constantes.
1. Relevância do curto-prazo – Perspetiva de flutuações (diferença entre PIB potencial e PIB real)
Keynes: maior relevância da procura agregada que da oferta
PIB Potencial: quantidade máxima de bens e serviços possível de produzir tendo em
conta os recursos existentes – alcance máximo da expansão da economia. Relacionado
com o PIB real, até que ponto está próxima ou afastada do seu potencial produtivo. É
evolutivo – FPP ao nível agregado (pode expandir – natural; ou retrair – ex: guerras)
Abel Mateus: a economia portuguesa está a aproximar-se perigosamente do PIB
potencial – que reflete a própria evolução tecnológica da sociedade (por onde ela cresce
e se expande)
Taxa natural de desemprego: desemprego de pleno emprego – em relação ao fator
trabalho é impossível toda a gente estar empregada – há uma massa de trabalhadores
entre emprego e desemprego (emprego ficcional). Haverá sempre algum nível de
desemprego que convive com o pleno emprego, onde há aproveitamento máximo de
36
Tendência do crescimento das economias – perspetiva estrutural do longo prazo. A longo prazo a
economia tenderá para equilíbrios e no curto prazo é que há disparidade entre PIB real e PIB potencial,
taxa efetiva e taxa natural de desemprego.
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2. Não neutralidade da moeda – instrumento geral de trocas, medida comum de valores e reservatório
de valores.
Existência de mais ou menos moeda em circulação altera perceções e incentivos dos agentes
económicos.
Moeda tem papel determinante no condicionamento de incentivos básicos de
produtores e consumidores.
o Pode estar a transacionar-se a mesma quantidade de bens, mas a preços mais
elevados – havendo impulso da procura.
A manipulação monetária, da quantidade oferecida, tem relevância real e é suscetível
de provocar mudanças – valores nominais têm que se adaptar.
o Flutuações podem ser devidas a perturbações que a utilização de moeda induz
na perceção dos agentes dos valores reais que envolvem as trocas (através do
instrumento nominal – moeda).
3. PIB pode enganar-nos com as suas variações nominais e deve ser corrigido de forma a chegar
a uma variável nominal.
Índices de níveis gerais de preços
A. Deflator do PIB – variação média do preço de todos os bens e serviços: vê-se apenas o
que variou ao nível do preço
B. Índice Preço do Consumidor (IPC) – cabaz de bens que corresponde a consumos típicos
da generalidade dos consumidores (ex: não entram iates de luxo pois não são
expressivos na variação do preço)
201439 2015
37
No longo-prazo a taxa efetiva e a taxa natural de desemprego vão coincidir – razão dessa previsão é a
coincidência do PIB Potencial e do PIB Real
38
Daqui calcula-se a inflação que é a diferença entre um e outro. Também se calcula o PIB nominal. Variação média
dos preços tendo em conta os bens do cabaz.
39
2014 é o ano de referencia logo tem base de índice 100 (pois 1/1 x 100 = 100)
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Procura Agregada
Tudo o que é despendido sob várias formas no mesmo intervalo de tempo e no mesmo espaço
nacional
Correlação inversa preço-quantidade – resposta em termos de quantidade procurada de PIB às
variações dos preços.
Engloba:
1. Consumo – bens e serviços que satisfazem necessidades finais;
Efeito de Pigou: preços aumentam, há menos rendimento disponível, logo há
menos procura e menor quantidade consumida. | Descida nível de preços,
aumento riqueza dos detentores de moeda (adquirem mais bens e serviços),
aumenta bens de consumo
2. Investimento – capital (necessário para a satisfação final);
Efeito de Keynes: preços aumentam, procura de moeda aumenta (com a
mesma quantidade de moeda fazem-se mais transações), menos moeda nos
bancos, taxas de juro mais altas, investimento diminui. | Descida nível de
preços, aumenta consumo e investimento, reserva-se parte para investimento,
aumentam fundos no mercado, diminuem as taxas de juro (muita gente usa
contas à ordem, o juro baixa pois há muito, se não houvesse, os bancos
aumentavam o juro para as pessoas depositarem e eles terem moeda)
3. Exportações líquidas – consumo do exterior, relação entre a exportação e a importação
Efeito Mundell-Fleming/Efeito Cambial: preços aumentam, investimento
diminui, moeda menos atrativa (os investidores preferem investir noutro lado),
desvalorização da moeda, maiores exportações (pois com menos dinheiro
adquirem mais) | Diminui nível de preços, aumenta consumo e investimento,
diminuem taxas de juro, há incentivos a fugas de capital para taxas de juro mais
apelativas, moeda estrangeira valoriza-se (atrativa de capitais), moeda nacional
desvaloriza, exportações são mais facilitadas aumentando e importações
diminuem.
4. Despesa pública – de consumo ou investimento;
Não tem efeitos associados pois não é típica nem previsível – depende de
opções políticas e tem pouco peso.
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Oferta Agregada
Tudo o que é produzido no espaço nacional durante um intervalo de tempo.
Correlação direta preço-quantidade.
Longo Prazo: variável nominal não interfere com a real – reta vertical
Independentemente do nível de preços as quantidades não se alteram -> PIB real
coincide com o potencial logo não há desperdício de recursos e uma economia está no
máximo e produz sem desperdícios.
o Oferta absolutamente inelástica – está no máximo da sua potencialidade (em
cima da FPP e a Economia não reage – situação em que há taxa de desemprego
natural)
o Se algo acontece (influências internas ou internacionais) e a FPP se expande,
tenderá para essa verticalidade no longo prazo (situação de bloqueio).
Curto Prazo: há disparidade entre o nível e preços que vigora e o que corresponderia a
expectativas dos agentes (não há neutralidade da moeda – preços aumentam, maior quantidade
oferecida)
Ilusão monetária: perceções equivocadas (Pigou) – variação do nível geral dos preços
induz os produtores a aumentarem a quantidade produzida (percebem que o preço
aumentou e isso incentiva-os a produzir mais para aumentarem a sua margem de lucro).
Antes de se aperceberem que os preços dos fatores também vão variar (rapidamente a
margem de lucro deixa de existir).
Viscosidade dos salários: teoria dos salários rígidos (Keynes) – ao contrário da
adaptação rápida, o enquadramento institucional do preço do trabalho demora mais
tempo a ajustar-se. Preços baixam, produtor não pode baixar salários (convencionados
contratualmente e estabelecidos médio ou longo prazo), têm que suportar esse custo
prescindindo de outros recursos, o que vai diminuir a produção.
Viscosidade dos preços: teoria dos preços rígidos – às vezes os preços também são
difíceis de ajustar e há custos de ajustamento. Podem ser custos tais que preferem
manter os preços, única forma de ter lucro é vender mais, logo a quantidade oferecida
vai ser maior. Ex: no supermercado teria que se alterar muito rapidamente as etiquetas
de todos os bens e todo o sistema por detrás do código de barras.
Os choques schumpeterianos40 são responsáveis pelas expansões da curva da oferta.
A expansão da oferta implica que se vai transacionar maior quantidade a preços mais
baixos.
40
Ênfase no paradigma tecnológico em que se trabalha e incentivo a inovar para se diferenciar da
concorrência e ter lucros extraordinários.
41
Keynesianos concebiam os problemas 1 de cada vez. Não viam retração da oferta agregada como uma
verdadeira possibilidade – que veio de um fato externo (crise da OPEP que racionou o petróleo a exportar)
e diminuiu a oferta
30
Sebenta Economia II – 2015/2016 DNB
Soluções:
1. Estado ajuda a resolver do lado da procura42 – demand side economics (Keynes) – dão
dinheiro à procura agregada e com isso estimula-se a oferta (aumento produção -> emprego de
fatores -> menos inflação)
Critica de que ao estimular procura criam inflação e que pode levar a uma situação de
subsistência no longo prazo de uma solução de inflação.
2. Incentivos do lado da oferta – suply side economics – não com dinheiro mas com criação de
redes de infraestruturas, desregulamentando: criação de conduções para uma maior produção
e menor inflação
Interceção curva procura agregada e curva oferta agregada (preço e quantidade) num ponto de
equilíbrio (combinação no ponto IPC-PIB)
No longo prazo o nível de produção é dado pela oferta e no curto prazo pela procura agregada.
42
Influência da procura é muito mais decisiva em termos de política macroeconómica: decisões políticas
tendem a centrar-se na gestão da procura agregada (mais consumo, incentivar investimento das
empresas) -> aumento do rendimento das famílias que vai despoletar crescimento económico.
31