You are on page 1of 133

Unidade I

HISTÓRIA DO
PENSAMENTO FILOSÓFICO

Prof. Vladimir Fernandes


Conteúdo da primeira aula

Unidade I – Do mito à razão: as origens


da filosofia
 A consciência mítica
 Teogonia versus logos
 O surgimento da filosofia
 Os primeiros filósofos
 Tales, Heráclito e Parmênides
 Sócrates, Platão e Aristóteles
 A filosofia na Idade Média
 Patrística e escolástica
A consciência mítica

 O que você entende por mito?


 Será que os mitos são um conjunto de
histórias desconexas?
 Fantasias sem conexão com a realidade?
 Conjunto caótico de superstições?
 O mito é uma primeira forma de explicar
a realidade?
 Antes de explorar mais o que é
mito, vamos tomar um exemplo da
mitologia grega.
O mito de Cora

Personagens
 Deméter:
 Deusa da vegetação, das colheitas,
mãe de Cora.
 Cora:
 Adolescente filha de Deméter.
 Hades:
 Deus do subterrâneo, do reino dos
mortos.
 Hermes:
 Mensageiro dos deuses.
 Zeus:
 Deus dos deuses.
Bust of Zeus in the British Museum.
Disponível em
www.pt.wikipedia.org
Hades em vaso do séc. IV a.C.
Disponível em www.pt.wikipedia.org
“Cora” ou “Proserpina”, de Dante
Gabriel Rossetti, 1874. Disponível em
www.pt.wikipedia.or
O mito de Cora

 Rapto de Cora.
 Atitude de Deméter.
 Ida de Hermes ao Hades.
 Impasse.
 Proposta de Zeus.
 Significado do mito.
“O retorno de Perséfone”, Frederic
Leighton (1891). Disponível em
www. pt.wikipedia.org
A consciência mítica

 Mythos: “palavra”, “o que se diz”,


“contar”, “narrar”.
 Na Grécia antiga, quem narrava
os mitos?
 Todos, mas em especial os poetas.
 Possuem autoridade, são escolhidos dos
deuses. São cultores da memória.
 São inspirados pelas Musas (palavras
cantadas), filhas de Zeus com Memória.
Formas principais da narrativa
mítica

 Fazendo uma genealogia: encontrando o


pai e a mãe das coisas existentes (ex.: a
“Teogonia”, de Hesíodo).
 Encontrando uma rivalidade ou aliança
entre os deuses (ex.: a “Ilíada” e a
“Odisseia”, de Homero).
 Encontrando recompensas e castigos
dados pelos deuses (ex.: Prometeu e o
roubo do fogo).
 São cosmogonias e teogonias.
Origem da guerra de Troia

 Houve uma festa no Monte Olimpo.


 A deusa Éris (Discórdia) não foi
convidada.
 Lançou uma maçã de ouro com um
bilhete: “para a mais bela”.
 Grande disputa pela maçã de ouro.
 Por fim, três deusas disputam a maçã:
Hera, Atena e Afrodite.
 Perguntam para Zeus, que passa a
decisão para Páris de Troia.
Monte Olimpo – Grécia. Disponível em www.wikipedia.org
Éris, representada em uma pintura ateniense
(520 a.C.). Disponível em www.pt.wikipedia.org
O julgamento de Páris

 Deuses gregos: imortais, mas sujeitos às


paixões e aos desejos.
 As deusas aparecem para Páris e
oferecem vantagens caso escolhidas.
 Hera lhe oferece o domínio de toda a
Ásia e o trono de Troia.
 Atena lhe tornaria o guerreiro mais sábio
e valente.
 Afrodite lhe promete a mulher mais bela
da face da Terra.
 Quem Páris escolhe?
“Hera e Zeus” (Júpiter e Juno), por Carracci,
séc. XVI. Disponível em www. pt.wikipedia.org
“Atena”. Museu do Louvre. Disponível
em www.pt.wikipedia.org
“Afrodite – Vênus de Milo”. Museu
do Louvre. Disponível em
www.pt.wikipedia.org
A guerra de Troia

 Páris escolhe Afrodite.


 A mulher mais bela é Helena.
 É casada com Menelau, rei de Esparta.
 Páris e Helena fogem para Troia.
 Vários reis gregos se unem para a guerra
de Troia.
 A guerra de Troia dura dez anos. É
retratada na “Ilíada”, de Homero.
 A “Odisseia”, de Homero, retrata o
retorno de Odisseu para Ítaca.
Helena de Troia. Disponível em
www. pt.wikipedia.org
O rapto de Helena

Pintura de Guido Reni. Disponível em


http://en.wikipedia.org/wiki/Helen_of_Troy
Funções do mito

 O mito nasce do desejo de entender o


mundo para afugentar o medo e a
insegurança.
 Serve para dar sentido ao mundo e,
dessa forma, tranquilizar o ser humano.
 É uma verdade intuída que não precisa
de provas para ser aceita.
 O mito primitivo é coletivo, afetivo e
dogmático.
 Funções: acomodar e tranquilizar, fixar
modelos, dar sentido ao mundo, explicar.
Interatividade

De acordo como os conteúdos estudados, o


mito pode ser definido como:
a) Conjunto de estórias desconexas.
b) Fantasias criadas por uma mente
perturbada e sem qualquer relação com
a realidade.
c) Conhecimento objetivo e científico.
d) Uma forma de atribuir sentido ao mundo.
e) Filosofia produzida pelos pré-socráticos
para educar a população.
Resposta

De acordo como os conteúdos estudados, o


mito pode ser definido como:
a) Conjunto de estórias desconexas.
b) Fantasias criadas por uma mente
perturbada e sem qualquer relação com
a realidade.
c) Conhecimento objetivo e científico.
d) Uma forma de atribuir sentido ao mundo.
e) Filosofia produzida pelos pré-socráticos
para educar a população.
O que é filosofia?

 O que você entende por filosofia?


Para muitos, a filosofia é:
 “um jogo inútil e estéril de palavras.”
 “algo muito difícil e restrito a poucos.”
 “uma ciência com a qual ou sem a qual o
mundo continua tal qual ele é.”
A palavra filosofia vem do grego e, segundo
a tradição, foi cunhada por Pitágoras:
 Philia (φιλία) = amizade, amor fraterno.
 Sophia (σοφία) = sabedoria.
 Portanto, filosofia (φιλοσοφια) é a
“procura amorosa pela sabedoria”.
Origem do filosofar

 Platão: a filosofia nasce do thaumátzein


(admiração, espanto).
 Em relação a que ou a quais fatores?
 Fenômenos do mundo e da vida humana.
 Quais fatores possibilitaram o
surgimento da filosofia na Grécia, por
volta do século VI a.C.?
 A filosofia surge de forma repentina
ou gradativa?
Da teogonia (mito) ao logos (razão):
o nascimento da filosofia

Fatores que possibilitaram o surgimento


da filosofia
As viagens marítimas:
 Produzem um desencantamento, uma
desmistificação do mundo.
A invenção da moeda:
 Como se faz comércio sem moeda?
 A moeda é um artifício racional, uma
convenção humana.
 Implica abstração e generalização.
Ulisses e as Sereias

“Ulisses e as Sereias”, de Herbert James.


Disponível em www.pt.wikipedia.org
Da teogonia (mito) ao logos (razão):
o nascimento da filosofia

A invenção da escrita:
 O mito se mantém pela tradição oral.
 A escrita fixa palavras e ideias.
 Possibilita análise e reflexão.
A invenção da política:
 Os gregos inventaram a política.
 Cidade, em grego, é pólis.
 Político é aquele que cuida das coisas da
pólis, das coisas da cidade, dos
interesses coletivos.
Da teogonia (mito) ao logos (razão):
o nascimento da filosofia

 Daí que para Vernant: a filosofia é filha


da pólis. É filha da cidade grega.
 Os problemas de interesse comum são
discutidos na ágora, na praça pública.
 Cidadãos passam a tecer seu próprio
destino.
 O saber passa a ser objeto de discussão
e deixa de ser sagrado.
 Todos esses fatores possibilitam o
surgimento do pensamento racional
filosófico.
Características da filosofia

Segundo Dermeval Saviani: “A filosofia é


uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto
sobre os problemas que a realidade
apresenta”.
 Radical: do latim radix – “raiz”, ir até a
raiz do problema, ir a fundo.
 Rigorosa: ter rigor, metodologia,
argumentação lógica.
 De conjunto: globalizante, abrangente
contextualização dos problemas.
Os primeiros filósofos

 Viveram por volta de VI a.C.


 Fragmentos e comentários de outros
filósofos.
 Ficaram conhecidos como pré-
socráticos.
 Busca de uma explicação racional para o
existente.
 Qual a origem de tudo o que existe?
 Busca da arché (elemento primordial),
que dá origem às coisas.
 Por se preocuparem com o
conhecimento do mundo natural
(physis), os filósofos pré-socráticos
também foram denominados fisiólogos.
Tales de Mileto: primeiro filósofo

 A queda no buraco.
 Previsão de um eclipse que ocorreu em
28/05/585 a.C.
 Qual a origem de todas as coisas?
 “A água é o elemento primordial de
todas as coisas.”
 “Tudo está cheio de deuses.”
Heráclito de Éfeso: o “obscuro”

 Filósofo do devir.
 “Todas as coisas estão em movimento.”
 “Nunca entramos no mesmo rio
duas vezes.”
 “O conhecimento sensível é enganador.”
 A imobilidade é uma ilusão dos sentidos.
Parmênides de Eleia: filósofo poeta

 Revelação da verdade por uma deusa.


 Sonhou que fez uma viagem em uma
carruagem alada.
 Chegou até o templo da deusa que lhe
revelou:
 Há dois caminhos.
 O caminho da verdade (alétheia) e o
da opinião (doxa).
Parmênides de Eleia: filósofo poeta

 A verdade se obtém pelo pensamento


(noûs).
 Crítica à filosofia de Heráclito.
 Uma coisa não pode ser e não ser ao
mesmo tempo.
 Defende a imobilidade do ser.
 “O ser é uno e imutável.”
 A mobilidade é uma ilusão dos sentidos.
Heráclito x Parmênides

 A verdade (alétheia) está no pensamento


e a opinião (doxa) está nos sentidos.
 O argumento de que “os sentidos
enganam” era usado para tentar provar
teses contrárias.
Heráclito: tese do movimento
x
Parmênides: tese da imobilidade
Interatividade

Assinale a alternativa correta:


a) Podemos dizer que todo conhecimento é
sempre um conhecimento filosófico.
b) Podemos sustentar que a filosofia é um fato
tipicamente oriental.
c) A invenção da imprensa e do transporte
urbano possibilitou o surgimento
da filosofia.
d) A filosofia surgiu de forma repentina e foi
fruto de um salto, de um “milagre” realizado
por um povo escolhido e privilegiado.
e) A invenção da política representa um
dos fatores que contribuíram para o
surgimento da filosofia.
Resposta

Assinale a alternativa correta:


a) Podemos dizer que todo conhecimento é
sempre um conhecimento filosófico.
b) Podemos sustentar que a filosofia é um fato
tipicamente oriental.
c) A invenção da imprensa e do transporte
urbano possibilitou o surgimento
da filosofia.
d) A filosofia surgiu de forma repentina e foi
fruto de um salto, de um “milagre” realizado
por um povo escolhido e privilegiado.
e) A invenção da política representa um
dos fatores que contribuíram para o
surgimento da filosofia.
Sócrates: filósofo da ágora

 Considerado o patrono da filosofia.


 Nada escreveu. Por quê?
 Principais divulgadores: Platão e
Xenofonte.
 Conhecido como filósofo da ágora.
 Foi casado com Xantipa.
 Herdou do pai a profissão de escultor,
mas pouco se dedicou a tal atividade,
preferia filosofar.
Sócrates: filósofo da ágora

Disponível em www.google.com.br
Sócrates: filósofo da ágora

 Trouxe a filosofia do céu para a terra.


 Preocupação com questões
antropológicas e não mais
cosmológicas.
Tinha como lemas:
 “Só sei que nada sei.”
 “Conhece-te a ti mesmo.” (inscrição
délfica)
 “Uma vida sem exame não vale a pena
ser vivida.”
Sócrates: filósofo da ágora

Método
 Ironia: ação de interrogar.
 Maiêutica: arte do parto.
 Busca da verdade por meio da definição
dos conceitos.
 Foi condenado à morte.
 Acusação: corromper a juventude e não
acreditar nos deuses da cidade.
Vamos ver a explicação do próprio
Sócrates.
“Apologia de Sócrates”

 Discurso de Sócrates perante o tribunal


de Atenas.
 Relata a consulta que Querefonte fez ao
oráculo de Delfos.
“Uma vez, de fato, indo a Delfos,
[Querefonte] ousou interrogar o oráculo [...]
perguntou-lhe, pois, se havia alguém mais
sábio que eu. Ora, a pitonisa respondeu
que não havia ninguém mais sábio.”
 Qual a importância do oráculo de Delfos
na Grécia antiga?
Oráculo de Delfos

 Templo localizado na cidade de Delfos,


na Grécia.
 “Conhece-te a ti mesmo” (inscrição
délfica).
 A sacerdotisa (Pítia) profetizava em
nome do deus Apolo.
 Apolo: deus da luz, da razão, da
harmonia, do conhecimento.
 Algumas respostas eram dúbias e
enigmáticas.
 O oráculo (deus Apolo) declara Sócrates
o homem mais sábio.
Ruínas do oráculo de Delfos

Ruínas do Templo de Delfos.


Foto de Vladimir Fernandes (2012).
Apolo

Disponível em www.wikipedia.org
“Apologia de Sócrates”

“Ora, a pitonisa respondeu que não havia


ninguém mais sábio. Em verdade, ouvindo
isso, pensei: que queria dizer o deus e qual
é o sentido de suas palavras obscuras? Sei
bem que não sou sábio, nem muito nem
pouco: o que quer dizer, pois, afirmando
que sou o mais sábio? Certo não mente,
não é possível.”
“Apologia de Sócrates”

 Sócrates não se considera o mais sábio.


 Passou a investigar aqueles que se
diziam sábios.
“Parece, pois, que eu seja mais sábio do
que ele, nisso – ainda que seja pouca coisa:
não acredito saber aquilo que não sei.
Depois desse, fui a outro daqueles que
possuem ainda mais sabedoria que esse, e
me pareceu que todos são a mesma coisa.
Daí veio o ódio também deste e de
muitos outros.”
“Apologia de Sócrates”

 Conclui que muitos se julgam sábios


sem serem de fato.
 Com isso, irritou muitas pessoas.
 Acusado de corromper a juventude e não
acreditar nos deuses da cidade, foi
condenado à morte.
 Sobre a morte, disse:
“Ou é como um sono sem sonhos e sem
despertar ou é uma mudança para outro
lugar. Não se deve temer a morte.”
The Death of Socrates, de Jacques-
Louis David (1787)

Disponível em www. pt.wikipedia.org


Platão: discípulo de Sócrates

 Platão (428-347 a.C.) conheceu Sócrates


quando este contava com 60 anos e ele
com 20 anos.
 Seu nome era Aristócles e pertencia a
uma família aristocrática.
 Conviveu com seu mestre por quase
uma década.
 Escreveu cerca de 30 diálogos, nos
quais Sócrates aparece em sua maioria.
 Escreveu “A República”, que contém a
famosa Alegoria da Caverna.
Interatividade

Identifique a alternativa correta:


a) As preocupações de Sócrates eram
sobretudo com questões cosmológicas.
b) Sócrates não deixou nada escrito porque
ele não sabia escrever.
c) Sócrates não existiu, foi um personagem
criado por Platão.
d) Platão e Xenofonte foram os principais
opositores das ideias de Sócrates.
e) Sócrates foi acusado de corromper a
juventude e de não acreditar nos deuses
da cidade.
Resposta

Identifique a alternativa correta:


a) As preocupações de Sócrates eram
sobretudo com questões cosmológicas.
b) Sócrates não deixou nada escrito porque
ele não sabia escrever.
c) Sócrates não existiu, foi um personagem
criado por Platão.
d) Platão e Xenofonte foram os principais
opositores das ideias de Sócrates.
e) Sócrates foi acusado de corromper a
juventude e de não acreditar nos deuses
da cidade.
Platão: a Alegoria da Caverna

 Encontra-se no livro VII de “A


República”.
 Diálogo entre Sócrates e Glauco.
 Elementos: caverna, prisioneiros,
sombras, mundo externo.
 Processo de libertação de um
prisioneiro.
 Ilustra a concepção epistemológica e
política de Platão.
A Alegoria da Caverna
Platão: concepção epistemológica

 A definição das coisas está


condicionada ao princípio de identidade
e permanência.
 Uma coisa é aquilo que é e não outra e
deve ser sempre do mesmo modo.
 No mundo sensível, isso não é possível.
É múltiplo e mutável.
 É o mundo das aparências, das sombras.
 Mera cópia do mundo das ideias, do
mundo real.
Platão: concepção epistemológica

Mundo sensível (concreto)


 Mundo das aparências: múltiplo,
mutável, regido pela doxa (opinião).
 Refere-se ao devir de Heráclito.
Mundo das ideias
 Idêntico e permanente: regido pela
episteme (conhecimento).
 Refere-se ao ser de Parmênides.
 É necessário sair do mundo das
aparências e ascender até o mundo
verdadeiro das ideias.
Platão: Er e a visão do outro mundo
(“A República” – livro X)

 Er morreu em combate e, após doze dias,


ressuscitou.
 Relatou o que viu no reino dos mortos:
 As almas contemplam as ideias
verdadeiras e aguardam o momento
de reencarnar para purificar os erros
do passado.
 No retorno à Terra, devem atravessar
o rio Letes (rio do esquecimento).
 Aquelas que bebem muita água
esquecem todas as verdades
contempladas.
 Conhecer implica recordar o que
já se sabe, mas foi esquecido.
O empirismo de Aristóteles

 Foi discípulo de Platão.


 Foi professor de Alexandre.
 Fundou sua própria escola (o Liceu).
 Critica a filosofia dualista de Platão:
mundo sensível x mundo das ideias.
 Não julga o mundo aparência ou ilusão.
 Seu modo de existir é o devir.
 É possível conhecer as causas do devir
por meio do estudo do ser.
“Platão e Aristóteles”, Escola de
Atenas – Rafael

Disponível em www. pt.wikipedia.org


O empirismo de Aristóteles

“Por natureza, todos os homens desejam o


conhecimento. Uma indicação disso é o valor
que damos aos sentidos; pois, além de sua
utilidade, são valorizados por si mesmos e,
acima de tudo, o da visão.”
“É pela memória que os homens adquirem
experiência, porque as inúmeras lembranças
da mesma coisa produzem finalmente o
efeito de uma experiência única.”
(ARISTÓTELES, “Metafísica”)
Conhecimento como processo
cumulativo

 Sensação: primeiro passo para o


conhecimento (ver, ouvir, sentir etc.).
 Memória: retenção dos dados sensíveis.
 Experiência: “saber fazer” pela
repetição.
Ex.: Olho para o céu e digo: “vai chover”.
Como eu sei?
Ex.: Vou construir um novo quarto para
minha casa.
Conhecimento como processo
cumulativo

 Arte/técnica: conhecimento das regras.


Sabe-se o porquê das coisas (técnico).
 Teoria/ciência: saber teórico
contemplativo (ex.: matemática, leis da
natureza).
 Sabedoria/filosofia: conhecimento das
causas primeiras universais (ex.:
natureza do mundo, causa de todas as
coisas).
A filosofia medieval

 A Idade Média vai do século V ao


século XV.
 A Igreja Católica nasce dentro do Império
Romano.
 A princípio, é proibida e perseguida.
 Vai se fortalecendo até se tornar a
religião oficial do Império (380 d.C.).
 É detentora da escrita e do
conhecimento.
 Torna-se a força espiritual e política do
período.
 Questão discutida: relação entre teologia
e filosofia, ou seja, entre fé
e razão.
Patrística

Filosofia dos padres da Igreja (séc. II ao V)


– objetivos:
 Converter os pagãos (não batizados).
 Combater as heresias (doutrinas
contrárias às da Igreja).
 Justificar a fé.
 Recorre-se à razão.
 A razão é vista como auxiliar da fé.
 Representante: Santo Agostinho (354-
430).
 “Creio para que possa entender.”
Santo Agostinho (354-430 d.C.)

Disponível em www.consciencia.org
Escolástica

 Filosofia cristã ensinada nas escolas


clericais (século IX ao XIV).
 Continua-se a recorrer à razão para
justificar as verdades da fé.
 A filosofia é considerada serva da
teologia.
Representante:
 São Tomás de Aquino (1225-1274).
 Valorização do mundo sensível para a
aquisição de conhecimento.
 O mundo sensível é uma criação divina
e é digno de ser conhecido
pelo cristão.
São Tomás de Aquino (1225-1274)

Disponível em http://slideplayer.com/slide/4288368/
Características gerais

Idade Média:
 Teocentrismo.
 Dogmatismo.
 Geocentrismo.
Interatividade

Sobre o conhecimento na Idade Média, é


correto afirmar que:
a) É o período de maior valorização e
aceitação da filosofia grega.
b) Os padres da Igreja, durante esse
período, consideram a razão mais
importante que a fé.
c) A teologia é considerada serva
da filosofia.
d) A filosofia é considerada serva
da teologia.
e) Os mitos gregos são valorizados
e considerados portadores
da verdade.
Resposta

Sobre o conhecimento na Idade Média, é


correto afirmar que:
a) É o período de maior valorização e
aceitação da filosofia grega.
b) Os padres da Igreja, durante esse
período, consideram a razão mais
importante que a fé.
c) A teologia é considerada serva
da filosofia.
d) A filosofia é considerada serva
da teologia.
e) Os mitos gregos são valorizados
e considerados portadores
da verdade.
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade II

HISTÓRIA DO
PENSAMENTO FILOSÓFICO

Prof. Vladimir Fernandes


Conteúdos da segunda aula

Unidade II: filosofia moderna e


contemporânea

 A filosofia na história: principais


períodos.
 Da filosofia moderna à contemporânea:
racionalismo, empirismo, criticismo,
idealismo, materialismo histórico e
positivismo.
 A filosofia contemporânea: Nietzsche,
Freud, Sartre e Foucault.
 Questões atuais em filosofia.
A filosofia na história

Principais períodos da história da filosofia:

 Filosofia antiga (séc. VI a.C. - VI d.C.)


 Filosofia patrística (séc. I-VII)
 Filosofia medieval (séc. VIII-XIV)
 Filosofia da renascença (séc. XIV-XVI)
 Filosofia moderna (séc. XVII-XVIII)
 Filosofia iluminista (séc. XVIII-XIX)
 Filosofia contemporânea (meados do
séc. XIX em diante)
A filosofia na história: enfoques

Filosofia da renascença
 Renascença: marcada por grande
efervescência cultural, por críticas à
Igreja e pelo ideal de homem como
artífice (inclusive político) do seu próprio
destino – questionamento dos dogmas
em busca de um “reino humano”.
Características:
 antropocentrismo;
 heliocentrismo;
 racionalismo;
 laicização.
A filosofia na história: enfoques

Filosofia do Iluminismo
 Iluminismo: marcado pela crença na
razão como capaz de conduzir à
felicidade social e política, libertando-se
dos preconceitos religiosos e morais, da
superstição e do medo – reflexões sobre
a filosofia da vida.
Lemas do Iluminismo (segundo Kant):
 Sapere aude! (ouse saber!).
“Tem a coragem de fazer uso de teu
próprio entendimento.”
A filosofia na história: enfoques

Filosofia moderna (o marco):

 Racionalismo clássico ou cartesiano:


momento de volta do pensamento sobre
si mesmo para conhecer sua capacidade
de conhecer e de ampla confiança nos
poderes da razão.
 A razão investiga a própria razão – qual é
sua capacidade de conhecer?
 Crença de que todas as coisas exteriores
podem ser conhecidas e explicadas
desde que transformadas em conceitos,
em ideias.
O racionalismo moderno: definição

 De acordo com Hilton Japiassu:

“Doutrina que privilegia a razão dentre


todas as faculdades humanas,
considerando-a como fundamento de todo
conhecimento possível.”
“Considera que o real é racional e que a
razão é, portanto, capaz de conhecer o real
e de chegar à verdade sobre a natureza
das coisas.”
As principais correntes da filosofia
moderna (séc. XVII e XVIII)

É possível o conhecimento?
Como se processa o conhecimento?
 racionalismo (Descartes);
 empirismo (Locke e Hume);
 criticismo (Kant).
René Descartes (1596-1650);
 coloca em dúvida a capacidade humana
de conhecer;
 busca da verdade indubitável;
 estabelece a dúvida como método.
René Descartes (1596-1650)

Fonte:
http://www.citi
zenphilosoph
y.net/ReneDes
cartes
“Discurso do Método” e
“Meditações”

“Visto que os sentidos nos enganam


algumas vezes, decidi supor que nada
fosse como eles nos fazem imaginar.”
(DESCARTES. “Discurso do método”, 1637)
“Tudo o que, até o presente, aceitei como
mais verdadeiro e certo, fiquei sabendo
pelos sentidos ou através deles. Mas posso
provar que algumas vezes os sentidos me
enganam, e que é sábio não confiar
inteiramente em algo que já alguma vez nos
enganou.”
(DESCARTES. “Meditações”, 1641)
O racionalismo cartesiano

 Tese do gênio maligno.


 Se duvido, penso; se penso, existo.
 Penso, logo, existo.
 Concebe a existência de ideias inatas e
verdadeiras no espírito.
 Ideias que já nascem com a pessoa e das
quais fomos dotados por Deus.
 Prioridade da razão no processo de
conhecimento.
 Sujeito objeto.
 Analogia com a aranha.
Interatividade

Segundo Descartes, o conhecimento deve


ser fundamentado principalmente:

a) Nos sentidos.
b) Nas crenças.
c) Na imaginação.
d) Na razão.
e) Na emoção.
Resposta

Segundo Descartes, o conhecimento deve


ser fundamentado principalmente:

a) Nos sentidos.
b) Nas crenças.
c) Na imaginação.
d) Na razão.
e) Na emoção.
Empirismo: John Locke (1632-1704)

 A alma é concebida como uma tábula


rasa.
“Suponhamos que a mente é, como
dissemos, um papel em branco, desprovida
de todos os caracteres, sem quaisquer
ideias; como será suprida? [...] De onde
apreende todos os materiais da razão e do
conhecimento? A isso respondo, numa
palavra, da experiência. Todo o nosso
conhecimento está nela fundado, e dela
deriva fundamentalmente o próprio
conhecimento.”
(LOCKE. “Os pensadores”, 1973)
Empirismo

 O conhecimento começa após a


experiência sensível.

 A razão e a verdade são adquiridas pela


experiência.

 O sujeito é passivo na produção do


conhecimento.

 Sujeito objeto.

 Analogia com a formiga.


Empirismo: David Hume (1711-1776)

Afirma que boa parte de nossas certezas


são extraídas do hábito ou do costume.

Hume questiona:
 Só porque o Sol nasceu milhões de
vezes, posso afirmar que ele nascerá
amanhã?
 Só porque a água sempre ferveu a
100 ºC, posso afirmar que toda água
sempre irá ferver a 100 ºC?
Empirismo: David Hume (1711-1776)

 Hume questiona o princípio de


causalidade.

 O fato de o Sol ter nascido milhões de


vezes não garante que ele irá continuar a
nascer infinitamente.

 Por outro lado, os eventos da natureza


tendem a se repetir.

 É necessário questionar as certezas


fundadas nos hábitos e nos costumes.
Criticismo kantiano

Immanuel Kant (1724-1804):

 Busca superar a dicotomia entre


racionalismo e empirismo.
 Realiza uma análise crítica da razão.
 A matéria para o conhecimento é dada
pelos objetos, mas essa matéria se
adapta à forma da nossa razão.
 Analogia com a abelha.
Immanuel Kant (1724-1804)

Fonte:
http://www.willi
amcookwriter.c
om/2014/07/kant
s-notion-of-
genius-in-
art.html
Criticismo kantiano

 A razão é uma estrutura vazia (funciona


só como reguladora e é inata).
 Essa estrutura é universal (igual para
todos), porém seus conteúdos vêm
de fora.

Qual o engano dos inatistas?


 Supor que os conteúdos são inatos.

Qual o engano dos empiristas?


 Supor que a estrutura da razão é
causada pela experiência.
Apriorismo em Kant

 A priori – do latim prior: “precedente,


anterior” = antes da experiência.

 A posteriori – do latim posterus:


“posterior” = depois da experiência.

 Apriorismo: é a concepção segundo a


qual o conhecimento resulta da
aplicação de uma forma – a priori
(conceitos puros, entendimento) –
a uma matéria – a posteriori (as
intuições sensíveis).
Apriorismo em Kant

Para superar a contradição entre


racionalistas e empiristas, Kant explica que:

 Por um lado, o conhecimento é


constituído de algo que recebemos de
fora, da experiência (a posteriori).
 Por outro, é constituído também por algo
que já existe em nós mesmos (a priori),
anterior a qualquer experiência.
 O que vem de fora é a matéria (a coisa em
si) e o que vem de nós é a forma
(a estrutura).
Apriorismo em Kant: matéria x
forma (entendimento)

 Para conhecer as coisas, precisamos da


experiência sensível (matéria).

 Essa experiência não será nada se não


for organizada por formas de
sensibilidade e do entendimento que,
por sua vez, são a priori condição da
própria experiência.
De Kant à filosofia contemporânea

 Persiste a pergunta: como se constrói


o conhecimento?
 Idealismo dialético (Hegel).
 Materialismo histórico (Marx).
 Positivismo (Comte).

Georg Friedrich Hegel (1770-1831)


 Críticas a Kant: origem e formação da
autoconsciência ignorada.
 A razão não é abstrata, é histórica.
 O ser não é estático, é dialético.
Georg F. Hegel (1770-1831)

Fonte:
http://cienciaeteo
logia.blogspot.c
om.br/2010/10
A dialética hegeliana

 Filosofia do devir: o ser como processo,


como um vir a ser.

 Lógica da contradição: dialética.

 Dialética: do grego dialektiké = dia, “por


meio de” e logos = “razão”, “palavra”.
Arte da discussão. Em Hegel, é a
mudança pela contradição.

 O real é entendido como um processo


histórico dinâmico e contraditório.
A dialética hegeliana

Simplificação didática: três etapas


 Tese (afirmação). Ex.: o botão.
 Antítese (negação). Ex.: a flor.
 Síntese (superação). Ex.: o fruto.

“A coruja de Minerva levanta voo ao


anoitecer.”
 Dialética idealista: a realidade é
constituída pela marcha do pensamento.
 O mundo material é a encarnação do
mundo espiritual (consciência).
Interatividade

O filósofo alemão Immanuel Kant acaba por


conciliar as correntes:

a) Do comunismo e do socialismo.
b) Do empirismo e da complexidade.
c) Do catolicismo e protestantismo.
d) Do positivismo e do liberalismo.
e) Do racionalismo e do empirismo.
Resposta

O filósofo alemão Immanuel Kant acaba por


conciliar as correntes:

a) Do comunismo e do socialismo.
b) Do empirismo e da complexidade.
c) Do catolicismo e protestantismo.
d) Do positivismo e do liberalismo.
e) Do racionalismo e do empirismo.
O materialismo histórico

Defensores: Karl Marx (1818-1883) e


Friedrich Engels (1820-1895)

 Observaram que o avanço técnico


aumentou o poder humano sobre a
natureza e trouxe riqueza e progresso,
mas trouxe a exploração crescente da
classe operária.
 Inspiraram-se na dialética hegeliana,
porém inverteram-na, chegando ao
materialismo dialético.
Marx e Engels: rompimento com
o idealismo

Fonte:
http://inversocontraditorio.bl
ogspot.com.br/2013/05/karl-
marx
O materialismo histórico

 Para Marx e Engels, o pensamento e a


história se movem dialeticamente, mas o
mundo material é que determina o das
ideias, e não o contrário.

 Para sobreviver, os homens se


relacionam uns com os outros e com
a natureza.

 Suas ideias têm fundamento na realidade


concreta. O mundo material é anterior
à consciência.
O materialismo histórico

“A história de todas as sociedades que


existiram até nossos dias tem sido a
história das lutas de classes.”
(MARX; ENGELS. “Manifesto do Partido
Comunista”).
“Os homens fazem a sua própria história,
mas não a fazem como querem, não a
fazem sob circunstâncias de sua escolha e
sim sob aquelas com que se defrontam
diretamente, legadas e transmitidas pelo
passado.”
(MARX. “Dezoito Brumário de Louis
Bonaparte”).
Augusto Comte (1789-1857)

A lei dos três estados:


 Teológico – explicação sobrenatural.
 Metafísico – explicações abstratas e
noções absolutas.
 Positivo – explicação científica.
A ontogênese repete-se na filogênese.
A história do indivíduo se repete no gênero
humano.
 Infância – religioso.
 Juventude – metafísico.
 Maturidade – científico.
Augusto Comte (1789-1857)

Fonte:
http://www.port
alescolar.net/20
11/07/filosofia-
contemporanea-
augusto-comte
O positivismo

 Considerado fundador da sociologia.


 Cria o positivismo = teoria para estudar o
social. Significa: positivo, certo,
verdadeiro, real.
 A sociedade pode ser estudada pelo
mesmo método das ciências naturais.
Pressupostos:
 A sociedade é regida por leis naturais.
 A sociedade é concebida como um
organismo.
 As partes integradas e coesas garantem
a harmonia do conjunto.
O positivismo

 Identifica dois movimentos.


 Estático: preservação dos elementos
permanentes (Estado, propriedade,
religião) - produz a ordem.
 Dinâmico: passagem para formas mais
complexas (artesanato, comércio,
indústria etc.) - produz progresso.
 Causas das mudanças: aumento da
população, novas necessidades, ideias
inovadoras.
 Harmonia entre a ordem e o progresso.
A filosofia contemporânea

 A segunda metade do século XIX é o seu


ponto de referência.

 Marx e Comte, embora continuadores de


uma discussão iniciada pela filosofia
moderna, têm suas ideias ligadas à
filosofia contemporânea.

 A característica externa mais notável da


filosofia contemporânea consiste na
diversidade dos enfoques.
A filosofia contemporânea

 Dilema: qual é o papel da filosofia no


mundo atual?
 Diante da Revolução tecnológico-digital,
ainda há espaço para a filosofia?
“A Filosofia não deve imaginar como o
mundo deveria ser, mas explicá-lo. A tarefa
da Filosofia é interpretativa.”
(HEGEL)
Os filósofos se limitaram a interpretar o
mundo de diferentes maneiras; o que
importa é transformá-lo.
(MARX. “Teses sobre Feuerbach”)
A filosofia contemporânea

 Perguntar, compreender ou explicar?

“Assim, em grande medida, a incerteza da


filosofia é mais aparente que real: as
questões que são capazes de ter respostas
definitivas são abrigadas nas ciências,
enquanto aquelas para as quais, até o
presente, não podem ser dadas respostas
definitivas, continuam a formar o resíduo
que é chamado de filosofia.”
(RUSSEL, 2008)
Interatividade

Segundo as ideias de Marx e Engels:

a) A sociedade é regida por leis naturais.


b) A sociedade é concebida como um
organismo vivo.
c) O mundo material é a encarnação do
mundo espiritual (consciência).
d) A história de todas as sociedades é a
história das lutas de classes.
e) Os homens não são capazes de
transformarem a sociedade.
Resposta

Segundo as ideias de Marx e Engels:

a) A sociedade é regida por leis naturais.


b) A sociedade é concebida como um
organismo vivo.
c) O mundo material é a encarnação do
mundo espiritual (consciência).
d) A história de todas as sociedades é a
história das lutas de classes.
e) Os homens não são capazes de
transformarem a sociedade.
Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Iniciou sua obra através de uma reflexão


sobre a cultura grega. Identificou dois
elementos principais:

 espírito apolíneo: ordem, harmonia


e razão;
 espírito dionisíaco: sentimento,
ação, emoção.

No ocidente, o espírito apolíneo teria


triunfado, sufocando tudo o que é
afirmativo da vida.
Apolo

Estátua de Apolo. Academia de Atenas.


Foto de Vladimir Fernandes (2012).

Fonte:
http://www.academ
yofathens.gr/
Dionísio

Estátua de Dionísio. Museu do Vaticano.


Foto de Vladimir Fernandes (2012).

Fonte:
http://www.acade
myofathens.gr/
Nietzsche (1844-1900), o filósofo da
“morte de Deus”

Fonte:
http://rockproga
rt.wordpress.co
m/2012/06/06/nie
tzche/
Nietzsche (1844-1900)

Faz fortes críticas:

 aos valores tradicionais da cultura


ocidental que, para ele, são decadentes e
contrários à criatividade e
espontaneidade da natureza humana;
 ao racionalismo: o mundo não tem
ordem, estrutura, forma; nele tudo
“dança aos pés do acaso”.
 a verdades absolutas: inclusive
provenientes de divindades.
Nietzsche e o caos

Defesas:

 Niilismo (nada): doutrina que nega a


existência do absoluto. Usado pelo
autor para designar a ruína dos valores
tradicionais.
 A tarefa da filosofia deveria ser a de
transmutar os valores decadentes e
libertar os homens, criar um novo tipo de
homem.
 Resgate dos elementos dionisíacos
(alegria, inspiração, exaltação à vida).
Sigmund Freud (1856-1939) e os
enigmas do inconsciente

Fonte:
http://webspace.shi
p.edu/cgboer/freud.
html

 Com a descoberta do inconsciente,


Freud destrói a confiança no poder da
razão, característica marcante da
ciência moderna.
Freud e o golpe na identidade
racional cartesiana

Se tudo é possível ao homem por meio da


razão, o que dizer das ações impulsionadas
pelo inconsciente? E dos mecanismos
de censura?

 A vida civilizada implica a repressão dos


instintos e dos desejos.
 O controle dos instintos e dos desejos
se faz necessário para a harmonia social.
 Os instintos reprimidos podem ser
sublimados ou gerar frustrações.
Freud e o golpe na identidade
racional cartesiana

As feridas narcísicas:

1. Copérnico retirou a Terra do centro


do universo.
2. Darwin tirou o ser humano do centro do
reino animal.
3. O inconsciente tirou o homem do centro
de si mesmo.
4. A ideologia tirou o indivíduo do centro
da história (Marx).
Jean-Paul Sartre (1905-1980), o
existencialista

“A existência humana precede a essência,


pois o homem primeiro existe, depois se
define, enquanto todas as outras coisas são
o que são, sem se definir e por isso sem ter
uma essência posterior à existência.”
(SARTRE)

Fonte:
http://louislavache.blogspot
.com.br/2006/06/crivain-jean
Sartre, o existencialista

 A essência humana é a liberdade, por


isso, é uma filosofia humanista.
 O homem é lançado e abandonado no
mundo, devendo criar os próprios
valores por meio da liberdade.
“O homem está condenado a ser livre.”
(SARTRE)
“Não importa o que fizeram de nós, mas
sim o que fazemos com o que fizeram de
nós.”
(SARTRE)
Michel Foucault (1926-1984) e a
sociedade disciplinar

 Investigando como as ideias de loucura,


disciplina e sexualidade que foram
sendo construídas ao longo do século
XVI, busca estabelecer um nexo entre
saber e poder.

 Saber e poder se implicam mutuamente.

 À medida que a burguesia se tornou


classe dominante, precisou de uma
disciplina que transformasse o corpo em
força de trabalho.
Michel Foucault (1926-1984) e a
sociedade disciplinar

 Sociedade disciplinar: criação e


extensão progressiva de dispositivos de
disciplina em instituições fechadas,
voltadas para o controle social, tais
como prisões, orfanatos, reformatórios,
asilos de miseráveis e “vagabundos”,
hospícios, quartéis e escolas.

 Modelos disciplinares: religioso


(silêncio) e militar (hierarquia, fileiras).

 O controle submetido ao olhar


vigilante introjetou-se no
próprio indivíduo.
Michel Foucault (1926-1984) e a
sociedade disciplinar

Para Foucault, a verdade está relacionada a


práticas de poder. As obras “Vigiar e punir”
e “Microfísica do poder” possuem títulos
altamente ilustrativos de seu pensamento.

Fonte:
http://www.lastfm.com.br/m
usic/Michel+Foucault
Temas atuais em filosofia

Como a filosofia está engajada em


questionar e compreender, diversos
aspectos da atualidade lhe são pertinentes.
Destacam-se alguns:

 filosofia e ciência;
 pós-modernidade e identidade;
 globalização e tecnologia;
 meios de comunicação em massa;
 política, poder e cidadania.
Interatividade

Quando Freud mencionou as “feridas


narcísicas”, Nietzsche disse que “Deus
estava morto” e Sartre afirmou que
“estamos condenados à liberdade”, eles
quiseram dizer que:

a) A razão e a fé não existem mais.


b) A razão acabou.
c) Provou-se a inexistência de Deus.
d) Tudo que existe é a matéria.
e) Vivemos sob um profundo desconforto.
Resposta

Quando Freud mencionou as “feridas


narcísicas”, Nietzsche disse que “Deus
estava morto” e Sartre afirmou que
“estamos condenados à liberdade”, eles
quiseram dizer que:

a) A razão e a fé não existem mais.


b) A razão acabou.
c) Provou-se a inexistência de Deus.
d) Tudo que existe é a matéria.
e) Vivemos sob um profundo desconforto.
ATÉ A PRÓXIMA!

You might also like