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Aula 6 As Declarações Históricas de Direitos
Aula 6 As Declarações Históricas de Direitos
1o bimestre – Aula 6
Ensino Médio
● Declaração Inglesa de Direitos ● Identificar a trajetória histórica
de 1689 (Bill of Rights); dos direitos civis a partir das
● Declaração do Bom Povo de revoluções burguesas e suas
Virgínia e Declaração de contradições;
Independência dos EUA ● Analisar os princípios liberais
(1776); Declaração dos das declarações históricas de
Direitos do Homem e do direitos, elaboradas ao longo da
Cidadão (1789). História ocidental.
3 MINUTOS
“Todos os seres humanos
nascem livres e iguais em
dignidade e direitos.”
(Declaração Universal dos
Direitos Humanos. Artigo 1o).
Você acha que, para os direitos serem
respeitados, basta serem reconhecidos
como inerentes à humanidade, ou serem
transformados em leis? Discutam! Pessoa em situação de rua na região central da
cidade de São Paulo (Consolação). Fotografia
de Bruno Santos, 2022. Folhapress
Todos falam!
Declarações históricas de direitos humanos
“Os direitos humanos, assim como os sistemas jurídicos, são fruto da
invenção humana, uma vez que partem de contratos sociais, hoje fruto
das formas de organização democrática das sociedades. [...]. A Magna
Carta Libertatum de 1215 foi a mais célebre das cartas franquias
medievais dadas pelos reis aos vassalos e que consolidavam a concessão
de direitos aos nobres. Seu propósito era estabelecer um modus vivendi
entre monarca e barões, no qual se garantiam determinados direitos de
supremacia do rei em troca de certos direitos de liberdade dos barões.
Era o contexto da Idade Média, marcada pelo enrijecimento da hierarquia
social [...]. Continua…
Declarações históricas de direitos humanos
A Magna Carta não concedia direitos a todos os indivíduos e não se
tratava de uma declaração universal de direitos do homem. Todavia, já
sinalizava o longo caminho da transformação dos direitos estamentais –
pautados no privilégio – em direitos fundamentais, conquistados com as
revoluções burguesas.
Após a Magna Carta, seguiu-se, no sistema inglês, a elaboração da
Petition of Rights em 1628, do Habeas Corpus Amendment Act, de 1679, e
do Bill of Rights, de 1689. Com isso, a Inglaterra teve papel fundamental
na história dos direitos humanos” (LIMA, 2017).
Para saber mais
Assista!
Continua…
Art. 4o. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o
próximo. Assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por
limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o
gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela
lei. [...]
Art. 16o. A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos
nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.
Art. 17o. Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela
pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente
comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indenização” (FERREIRA
FILHO, 1978)
Correção
A Declaração de Direitos (Bill of Rights), de 1689, instituiu – após guerras
civis e mudanças nos regimes políticos ocorridos entre 1640 e 1688, a
Monarquia Constitucional na Inglaterra, na Escócia e na Irlanda. Esses
processos possibilitaram a participação da burguesia no parlamento,
sendo o Poder Executivo subordinado ao Legislativo. Considerada a
primeira revolução burguesa e influenciada pelo pensamento de John
Locke, estabeleceu princípios do liberalismo ético (direitos individuais,
como liberdade de pensamento, religião e expressão), políticos
(legitimação do poder pelo consentimento dos cidadãos) e econômicos
(defesa da propriedade privada e livre comércio). Continua…
Correção
A Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia, que precede a Constituição
dos EUA, representou um movimento pela independência, rompendo com os
laços coloniais, tendo, como pressupostos teóricos, ideias difundidas pelo
pensamento iluminista. Dentre seus fundamentos, destacam-se os direitos
naturais e inalienáveis da vida, a liberdade, a independência política e
econômica. O item V traz a ideia de separação dos poderes em Legislativo,
Executivo e Judiciário do Estado, influências do pensamento de Montesquieu
(1689-1755) da obra O Espírito das Leis, na qual o filósofo parte do
pressuposto de que as nações devem ser governadas por leis, e não pela
vontade dos soberanos, garantindo direitos e liberdades individuais.
Continua…
Correção
Ainda que juridicamente a cidadania fosse alardeada pela Declaração e,
depois, pela Constituição estadunidense, o fato era que a maioria da
população americana não detinha direitos políticos. A Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela Assembleia Constituinte
(posteriormente, Legislativa), que, no mesmo ano, instituiu o fim da servidão
e dos privilégios feudais, assegurou, em seus 17 artigos, a soberania do
povo, o direito à liberdade, à igualdade perante a lei e à defesa da
propriedade privada.
Continua…
Correção
Os estudantes devem reconhecer, na análise e em pesquisas do contexto, o
que, com A Constituição de 1791, rompeu com o absolutismo monárquico,
estabelecendo na França a monarquia constitucional. Isso fez o Rei se
sujeitar às leis, dividindo os poderes até a Proclamação da República, em
1792. A Declaração pode ser considerada uma manifestação contrária à
sociedade de estamentos, em que nobres e clero tinham privilégios. Ela
ampliou a participação política da burguesia; no entanto, ainda não
representou alterações nas condições de vida da população mais pobre, do
“povo” francês, que permaneceu sem direitos políticos.
Todo mundo escreve!
O historiador Eric Hobsbawm, na obra A Era das Revoluções, faz a
seguinte afirmação acerca da Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão de 1789: este documento é um manifesto contra a sociedade
hierárquica de privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de
uma sociedade democrática e igualitária. (HOBSBAWM, 1982).