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Z7tb Zimerman, David E. Bion: da teoria& prétia = uma Zimerman, ~ 2d. Paro Alegre Art ISBN 978-86-263.02393 1. Peieandlise— Bion. Titulo. COU 159.96426/.28 ( catalogacto na publiagio: MénicaBallejo Canto ~CRB 10/1028 BION da Teoria a Pratica Uma leitura didatica 2° edicdo DAVID E. ZIMERMAN Médico psiquatra Pricoteropeute de Grupo. Ex-pre de Peiquiatria do Rio Grande do Su Reimpressio 2008, Q 2004 iE _Uma Teoria do Conhecimento ‘A experiéncia da priticapsicanalitica dei xo claro para Bion que os pensamentos sio indissocidveis das emogdes e que, da mesma forma, é fungio vinculadora que dé sentido e signifi dos experiéncias emocionais. Esse vinculo entre os pensamentes ¢ as ‘emogées~ sempre presentes em qualquer re- lagi humana foi denominado por Bion como vinculo X (inicial de krowiedge), ou seja, ovin- culo do conhecim 4 profundidade com que Bion desenveive a sua teoria do conbecimento, Asti, Freud conectou a fungio do conhe- cimento da crianea com a8 suas pulses libidi {essa tendénlt como nina do suber ou de pesquit' «a Higa tanto a une mance sutlimada de bter dominio come a uma fer tia de ulioa a energialigadn cuioidade ta torn da setulae, especehmentea que sels so eng dace os bbe et, por suave, coneeconou a pusto de saber” com a pulse sdica de contrar@ dominar, em que © conhecimento seria um meio de controlar a ansiedade. Dessa forma, la estudow a curiosidade inata da ct izada para conhecer o mist origina do étimo grego mya, que quer dizer Fechado, eystero, que significa “tera”. Caso prevalega ima admiracéo pelas capacidades cviativas do interior materno, desenvolve-se capacidade epis- estabelece, com maior énfese, as definidas vinculagoes entre as pulsées sidicas da crianga, especialmente a ccuriosidade destrutiva, dtigida a0 interior do corpo da mie, os 05 da aprendizagem (como no “caso Dick’) e os distirbios psicét- teoria da simbolizagio ( Bion apoi ta “pulsio pis past dat, de desenvolvimento acerca da génete, not lidade e patologia do conhecimento, que, gem do Conhecimé magio de Simbolos” do Conhecimento" "Patologia do Co: ‘nhecimento (-K)”; “Situagio Psicanalitica’ ‘ORIGEM DO CONHECIMENTO. Blox concebeuaformasSodoconkecinen vo deume forma indssodada da form todtumentos sendo qe amibat so orginal, etfament, como ina reagao&expenencia sional pantva decrente da ausénca do Pie ca Bion, “conhece”é uma neta defi 1, port & na parte do “pensar, o gual & wa mpl Omahorexemplo oda ‘qed nao pode ser combed, as seed acepeasadn, © cenecmento prose EeMtaneio do pensatient, porguao, para incdgnita & desconhecida e, como tal, fez pensar e criar (0 eixo central na formagio do corheci- ‘mento, da mésma forma que na do pensemen- to, 6a msior eu menor eapacidade da crianca, em tolerar as frustragées decorrentes das pri- ‘a erianca tanto pode fugir des ,etiande mecanismos que evi- tem conheet-4as (ela evita o problema, mas nio ia e impede a solugio), como pode aprender a modificar a realidade, atra- 46: da atividade do pensar e do conhecer. Os incipientes problemas que o ego da crianga nfo quer conhecer e que, por isso, a le- varam @ formar estruturas fal tla ama os objetos prolbidos © cdeia of ama- fos; tem uma absoluta dependéncia da mie, porém a odeia,e ence inveja de quem Ine aj da; necessita de amparo ede limites, mas desa- fia cm ddio as mandatos e proibigoes. {A frustragao da expectativa de u sje arelizagio nega’, eva 16 do pensamento (cas0 0 édio ndO 5), enquanto a “reaizagéo positiva” da preconcepgio leva a formagio da ‘concepgio. AS concepedes encontram wim de~ rominador comum nos conceitos, os quais po- dem adquiriruma dimensio de generalizagio e de abetragio, propiciando a formagéo de um ‘vocabulrio e de uma linguagem verbal ‘ou menos exitozo, dependendo diretamente de no minimo wés fatores intimamente con- gregados: sion -pareona spasms to/ 1. omodelo da mi ma como esta pensar e conhecer como contém as angiistias do filho; 2. a capacidade da cranga quanto & formagio de simbolos, que depen: ie doingresso na posi- 3 quanto &for- iza 0 seu proprio fo depress ‘terceizo fatorconsiste naquilo que Bion extudou acerca do “desejo de conhecer a respeito dos contetidos ‘mentais", come estanco intimamen- te conectado com as emogies de amor e de dio. cio desses tis fatores resul- jdades, como veremos mais forme a fungao de vineulo ‘um vinculo Ke ade que YINCULOS KE -K Vimos que a descrigio do vinewlo emo cional enire a mie e bebé somente em ter lelove) ede dio (H, de hate) we, Precisavamos ter um ter cairo tipo de vinculo emocional, que era o de sejo da mae em compreender o seu bebé (K, designa uma experién: dduas pessoas, ou duas parte ai cestio relacicnadas ums com a outra. ‘0 desdobramenta do vinculo K foi con- ceituado por Bion como sendo aquele que exis te entre um sujeito que busea conhecer um ob eto (padeser ele prépriooulguém de fore) ¢ 158 osmoe zmernan nomenclatura no idioma original de Bion: L, H, K Esses trés vinculos esto intimamente sociados entre sie dependei diretamen- te tanto da disposigio heredoconstitucional de cada crianga (aioe ou menor inveja, avidez, etc.) como, ¢ principalmente, da capacidade de réverie da mae. Da correlagio desses dois Jatores, surgem trés pessibilidades. 1. Sea capacidade de réverie da mae for adequada esuliciente, a crianga terd condigées de fazer uma apren agem com as experiéncias das \g0es positivas © negativas iimpostas pelas privacdes e frustra- goes. Nesse caso, desenvolve uma fungdo K, que possibiita enrentar novos desafias em um eiteulo bené: fico de aprender com as experién- cias, & medida que introjeta a fun- Ho K da mae. 2. Caso contririo, se a capacidade de vréverie da mle para conter a angtis- tia da erianga for insuficiente, as pro- jesdes que tenta depositar na mie so obcigadas a retornar a ela sob a forma de um “terror sem nome”, 0 qual gera mais angistia emais édio, que nao consegue ser depocitado em tum continente acolhedor e, assim, retorna & propria crianca, estabele: cendo-se um eireulo vieiozo malig no que impede a introjegio de uma Fangio K. jim, em vez de K, formase wm lo -K (a mie é predominante- mente reintrojetada pela crianca ‘como uma pessoa que a despoja in vejosamence dos seus elementos va liotos eaobriga a Rear com oe mats) ‘ow um “ndorK” (nos casos mais ex- ‘a mie externa nfo ignificado, senti identificagdes proje- bebe, em deses- ga eraecente d: Projetivs, as quais conus ‘2 um esvaziamento pros: capacidades do ego de ‘pensar econhecer, como e fagm tam em miiliplos pedagos menores {que so expulsos no ambiente exte tor sob a forma do que Bion deno. Bion ilustra esses tés pos oexemplo de uma crianga que projeta em sua mio seu medo de morrer Nos casos em que no se desenvalve a partindo da crenga de que tudo sabe, tudo pods, tudo controla e tudo condena, Em nome dessa falsa moral, sio desfechados ata- ‘ques contra a busca da verdade, # importante enfatizar que ha uma dis- tingfo entre uma aquisigdo cumulative de co- hecimentos e a obtengao de um estado men- iridos mesclados com experién: cemocionais e servem para ser pensados, ela pessoa verdadeira, ¢ valorizando, sobretudo, a esséncia no lugar da aparéncia, a qual pre- domina nos casos de -K. Esse meu comenté- rio est concordante com a linha de pensa- ‘mento de Bion (19926, p. 169), pois ele afir- ma: "De forma geral, preocupamo-nos mais 5 SOMOS espertos, mas ‘Também cabe esclarecer que a fungao K no se refere& posse de um conhecimento ou saber, mas sim a um enfrentamento do "nao. Jado descobsimento edo ‘erteperiencas da vida, as boas a Igualmente, ¢ titil sublinhar que -K no sgnifea ausencia de conhecmenta,senio um Stevo ativo que visa a pavar de significado ra elagio, como pode sr a do vineulo aa io FORMACAO DE SiMBOLOS ‘A fungio do conhecimento esti jada A da formagio de simbol x Aen cso, eo ao, na verdade, ere nr revonbecinento de vrdade «de Fo precstentes eo ce sinbolo qe Der aera ‘um todo seja reconhecido nas par- seifagmenadase apenas, ego,» parte eum todo, se vena 2 desc ao pees. Gtnfoome sbema Bin (992,202), Para Sbrmagio de sinblo so neces dis fare fermagio de um treo, para bone dos tee cis poplin pala fungio ho deontalorn,ostnbs ga nid de peda rftn, pom este recon tnibeador to dve se dar nor milder og nais (40 tipo de uma regressao a uma unidade simbitica fusional mae. nore fencontro de win mesmo com um diferente, vs to que, na situacio psicanalitice, 5 consiate em captar o sentido em um vel a partir de um outro vértice, “Tudo isso que foi conceituado como sim~ .cordo com a sua etimologia, & qual mostra que a origem do termo vem de symbolon, que, na antiga Grécia, designava 0 reencontro de duas partes que pertencam a uma mesma unidade ¢ que foram separadas (Laplanche e Pontalis, 1967, p. 630). Alids, é ‘em Rezende (1993, p. 69), no belo trecho que segue transcrto! Aconteoe que com" em portugués mui 3 efiea“co": coopera olaboragio, O°D" do grego, pasar latin e para o portagués, vine Acapacidade de formar simbolos depen- de, portanto, da capacidade do ego de supor- tar perdas e subs pacidade da crianga de suportar perdas, por Sua ver, depende dofato de ter havido a pas- ‘sagem da posigo esquizoparandide para 2 po- sigao depresciva, tal como a conhecemos da teoria kleiniana, Se essa passagem nose pro- cessou exitosamente, o individuo nao tolera perdas, portanto no forma s ta por “equagées simbélicas”, que slo) Bon fo além de Hin quando 9 et cordou da crenca getalmente fe acriatividade sea umn movimen- to progressive da posigio esquizoparandide para a depressiva, endo que esta iltima é que possibilitaria uma eapacidade de sintese e de formulas de um novo conunto de is, rides posigées, processo que ele represent {$4 D, Edt! lemabrar que o in- resco na igio depressiva esta intimamen- jado & capacidade de sentir gratidio pelo de sorte que, tel como, de uma forma uit Feliz, nos mostra Muniz. de Rezende, 0 capacidade de per sar (denken, n0 lemao) decor dize tamente do reconhecimento e da gratidio Ganken) ‘Como conclusto, pode-se dizer que ¢ uni- camente através da restauragsio dos vineulos 160 mays. 20 afetivos que se toma possivel a obtencio qos vineulos simbéicos NATUREZA E UTILIZAGAO DO CONHECIMENTO A fungio “conboce:” (ou “saber” uma atividade pela qual egaa ficar constiente da experiéncia emocional, tira dela uma aprendizagem e consegue abstrair juma conceituacio e uma formulagio dessa experiéncia. advindo originalmente de cemoflica ao eonhecimento das ‘verdades, realiza-seem diferentes plans, como © individuo conhecer a si i: ‘em, © seu corpo, a sua identidade...); conhe- er os outros e 0s seus vineulos com os grupos: 08 vineulos dos grupos entre sie com a socie~ s plans: ointrapessoal (entre as s partes, dentro do individuo); o inter- pessoal (com outras pessoas do mundo exte- Flor) e 0 transpessoal (extrapola as individua- Idades e abarea as nagées, a cultura, ett) En todos os casos, hd um inter-relagio entre 0 conhecimento e a verdade, e desta com aliberdade, de modo que o conbiecer (K) ou 0 ‘o-conhiecer (-K) é equivalente 20"ser ou no set” (como em Hamlet, de Shakespeare), ou € um determinante fundamental do sen- 50 de identidade de um individuo nos planos individual, social e grapal. Na atualidade, coc- rente com o “principio da negatividade”, seria mais adequado sea frase de Hamlet fesse trans: formada em “ser ¢ no. Por outro lado, a partir da curiosicade do ro do corpo da mae e do seu pré prio, @ permanente busca e a importincia da utilizagio da pulsdo de “conhecer as verdades” expandiram-se para todos os eampos da ativi- dade humana, como o cientifico,oreligioso, 0 filoséfico (a etimologia de “filesafia” mostra verdades ~ caphe Itirie disso & uma fobosofia, ou as verdades ~ soph (como atesta a passagem ésito,creio ser itil transcrever um, interessante do trabalho de de la Puente (1992, p. 341), no qual ele assinala ignificados da palavra “conhecimen- to" estio contidos em sua etimologia derivady do termolatinocoprascere, o qual, parsua ver, 4 composto por trésétimes: co (junto com) mais g.taia do verbo gignomal (ger tender). & pari tical g do verbo, cer), pois ele rigem age nélica) ea gig (ter relagies sexuais) timo significado: smuais. Da mesina Torma, prossegue de la Puente, denalre ras. do gerador de gross Sumen nto gernio. contririode Conhe- clmento a Alcina us halos significa real’). Admitindo-se ‘mais do que um exert das palavras, repres sabedoria de um sedizer que essa dea uma curiosidade primitiva relativa go mis ‘ério do nascimento e da relagio entre os pais de cada um. Esse exemplo pode, portanto, set ie a etimologia, muito io curioso da fermagio de corta mancita, @ jologia tom a mes ma funglo que a das narrativas dos mitos. MITOS ‘Vimos como Bion gostava de utilizar © me- delo dos mitos, porque repretentam uma intersecgao entre oimaginatio eo real, oconcre toe oabstrato, e, da mesma forma, entre 0 ¢o ahecer e ono conhecer as verdades otiginais. Em seus primeiros estudos relativos 20 conhecimento, ele utilizou os ddo Eden o da ‘Torre de Babel, ‘sua obra, aevescentou as narrativas miticas das tmortes de Palinuro e do Rei de Ur Bovotttobocnt Toa, entendeu que em lato so seit sticepivao, Eaipa pagou um ao peso por suet com oi earisdade ogni, Ponkecer a verdade probida pelos deuses adverte Adio: cia do Bem e do Mal nao comeris, porque 0 a's mesa ce sree por Dom parquet nun pritsio de ceahece: fo Aesbededtda pelo seu cal de*filhos” Mito da Torre de Babel: também nesse nit, acsioidadeigada rogaine che fr peroe conhecer intmidade de Det (Che far cx, drnorada de Dens) fo pada com A ertigio de capacidade de comsnisasgo serauts de oma confisio de igs neo dos Puneras do Re det ontado soba fonaa de naraiva tia, merce geo ef sepitado cletivnmente com o# denais membros da carte, por deco des Fantamente com todo um trou, Bion ato pera euatecer or sequeaderes do dca de profanar atu frentar as prbigdes ‘ma, comparava Bion, também o paciente, em ‘uma tarefa comum com 0 seu analista, deve ter a coragem de profanar o santuario sagrado do seuinconsciente eassim conhecer seus mistér- os, Alda diss sito propicia a Bion que nos faga perguntas intigantes: "Que forgae mo- ( ( Golo cones rade fur dos cctesdis, 20 suicidio? Que saqueadores a profenar forgas teriam levaci o que era sagrade’ ‘enguanto pilotava, sozinho, onavio e, por isso, nfo péde evitar que um movimento brusco 0 niratse no mat merrendo aegedo sen que ninguém ouvisse sous gritos. Ns detalhes dessa narrativa, como nas anteriores, também encon- tramos 2 presenca de dasafio e deuses, casi 0, ete. Bion wtiliaava esse mito (1973, p. 39) para mostrar que o psicanalista e, logo, o pa porto da verdade, 2 claro que todas essas narrati comporta diferent do com o vértice ulizado, segundo Bion nos ensinou, tunicamente com o mito edipico, ereio s vel ahipétese interpretativa de que a ceguei ts atovimpés, mais do que um sim- >, pode representar uma “eegueira artifidal” para poder ver melhor, tal como apa rece na posterior sabedoria dele, tal como wansparece em Eipo em Colona. PATOLOGIA DO CONHECINENTO (K) iversais itados por Bion dei- 1a Gabusca doconhe ividusis decada ve, em graus para outro, ‘uma tendéncia a evtar 0 softimento que acom- reno aso dis picts, “nioK”. | Simplifcando, pode-se dizer que o-Kserve ‘oa para evitar a dor das verdades intoleraveis, ‘0 para nao enfrentar o medo do deseonhecido, cou para nao transgredi as pribigses, ee. Tbe duvo e ziMeRnaAN Nesses casos, em que 0 ego no quer co- abecer, ele constr estrut abusea de K p de urna “moral” de sex “super” superego, que ‘std acima de todos, nfo desenvolve a capaci: dade de discriminagao entre verdades,falsida- des e mentiras e cria uma hipertto ‘canismos defensivos ligados & negacio, como aparece com nitider nas situagées da pritica psleanaliea, SITUAGAO PSICANALITICA O objeto de conhecimento de uma deter- ‘minada situagio na pricandlise clinica foi de- rnominado por Bion com o termo “objeto psi- ‘canalitico” (no é 0 mesmo que o significado corrente, em psicanalise, do termo’ alude ao descobrimento da realidade do proprio individu e, por extenséo, também a de outra pestoa oud sistia na afirmagio de que a realidade origi nal causadora da ansiedade nfo tem cor, chei- 19, peso, ate., manifestando-se unicamente por fragmentos dessa vercade incognoscivel,atra -vés dos efeitos corporais ou verbais, tais como: ‘transparecem na cl ‘essa posigio tomando emprestaé Kanta concepsao der bém mencionada com: mo” ou “verdade abs que a verdadeira aheciéa, A tarefa do par psicanalista-analisando é chogar o mais préximo possivel dessa “reali dizer: a retirada [ suma sévie de cone serio abordada: fundadamente na terceira parte deste liv, Assim, pode-se depreender que, entre fubstitui outros aspectes, Bion destaca os descritos da sua mente por’ necessidade de compret ta", para que a abol sensorialidade dé lugar & intucéo, Tanto o analista c 0s seus proprios “wvértices” tho ocorrendo. Cabe ao psican: propiciar ao paciente véctices alterna tives, que Ihe estimulem novas inda- gagéer. tivo, éimportante a descobertado"fato selecionado” que permite dar alguma ‘dem e ccoréncia aos conhecimentos que ainda esto dispersos, sem forma sem nome, Da mesma forma, é uma éenica que o psicanalista absoluta da sua verdade. No primel- +0 ¢a50, oindivfduo chega ao conhe através de um enfrentamen: ea aquisigho da verdade lanavas descobertas; nose- 5 aspectos tém uma decisiva im- tincia em relacéo tanto a0 tipo € 20 destino das interpretagées e dos insights como a algumas resistencias que podem se manifestar no curso da andlise Entre estas resistincias, Bion destaca particularmente a forma que ele de- rnominou como “reversio da perspec- va", através da qual o paciente lesvitaliza as interpretagdes dopsica- nalista, porquanto ele as reverte para suas préprias perspectives prévias ‘Uma ontra forma importante de sesis- ‘a0 conhecimento das intolerdveis consists em um “ataque ace vinculos perceptivas” dele proprio ede seu analsta Ig mas de res de negasiio (graus e formas de-K) eo taso de uma linguagem em que preva- lega confusio e ambigtidade. Mais do que a simples resolugdo de con- flites, a psieandlise deve visar ao crescimento nunca acabida busca das verdades, indepen- dentemente do fato de a anélise formal ainda prosseguir cu jé ter sido conelufda. Comentarios Ninguém duvide ques trabalhos de Bion, sobee a crigem, a normalidade e a patologia do vineulo K representaram um significativo acréscimo & psi lamente por atrbuirem uma valorizagdo importante as for- ‘mas clinieas pelat quais 0 paciente busca ou vita os conhecimentes, como os utiliza e co Issome estimula a fazer alguns coments principalment porém ele nao fez. omesm: feréncia aos disnirbios do conh Froud acerca das varias modalida- des de negagio que o ego pode uti- lizar, desde a supresséo, passando pela repressio dos nourét pela renegacio dos pervers ‘bém conkiecida por “desm: dagados. 0 ‘wowace Prana tus | Altima consttui uma forma extre ma de negacio e equivale em tudo 1K sendo que o termo e a concei: ruagio de “for(a)clusio” foram res jos por Lacan, a partir de uma Jeitura dos textos de Freud Neuro> se e psicose (1924) ¢ Divisdo do ego 2 (1938). f pelo menos para sas que Bion utilizou camo modeloda patalogia K, ele nfo tenha incluide © Mito de Narciso, aque, além de ser conhecidissimo em picanilise, por causa de Freud, s2 encaixaria como uma 1 consideragdes, Nio cu: que, em Mecamorjess, de Ovidio, © ogo Tris profiicare gue N 3, Também causa uma certa estranhe- ‘za que Bion nunca tenha feitoame nor referdneia aos importantes tra- balhes de Piaget acerea do desen- volvimento cognitive, embora os estudos dease epistem logo suigo)d fossem bem conhesidos na época, que Bion deu, em seus es sma arrogance da curios dade pode provecar uma subes- timaglo do valor altamente estrutu rante dacutiosidade natural esadia, que nem sempre ébem entendida ¢ vvalorizada pelos edscadores do am- biente externo real Ansia por novos eonhecimentos por parte dos filhos ~ est claramente expresso nos mitos utilizados por Bion. No entanto, dois pontos merece: ser in~ ro & que, nesses relatos

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