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Geografia - Ciclo 01 - História Da Geografia1709838822.852131
Geografia - Ciclo 01 - História Da Geografia1709838822.852131
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APOSTILA DE GEOGRAFIA - CICLO 01
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História da Geografia
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia
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Sumário
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Sumário......................................................................................................................................... 2
Termos e licença de uso................................................................................................................ 3
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Como estudar usando esta apostila.............................................................................................. 4
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Introdução......................................................................................................................................5
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1. Período pré-científico da Geografia...........................................................................................5
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2. A Geografia Tradicional............................................................................................................. 7
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2.1.1 Humboldt (1769-1859)............................................................................................ 10
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2.1.2 Ritter (1779-1859)...................................................................................................10
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2.2. Ratzel e o determinismo geográfico............................................................................... 11
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2.3. Vidal de la Blache e o possibilismo................................................................................ 12
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2.4. A proposta de Hartshorne...............................................................................................14
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5. A Geografia Crítica.................................................................................................................. 16
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6. A Geografia Humanista........................................................................................................... 19
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Exercícios de fixação...................................................................................................................21
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Bibliografia................................................................................................................................... 22
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia
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Termos e licença de uso
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia
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Como estudar usando esta apostila
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Caro CACDista,
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Nós do Clipping CACD estamos muito felizes em te apresentar este novo material, feito
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especialmente para que você alcance sua aprovação.
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As apostilas Clipping são um novo produto elaborado por pessoas com vivência de
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prova, que conhecem bem o conteúdo que o CACD costuma cobrar. Isto é, as
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informações que você encontrará aqui foram selecionadas a partir do que foi cobrado
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Ainda que o objetivo seja apresentar o essencial que cai no CACD, o material foi feito
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visando englobar, de forma objetiva, o conteúdo das principais bibliografias
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oficiosas indicadas pelo Clipping.
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Este material não se propõe a substituir as aulas do curso extensivo, mas sim, dar
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subsídios para que o aluno possa ter um primeiro contato, ou mesmo revisar um
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palavras, a partir do seu feedback iremos melhorar cada uma das apostilas que
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os CACDistas que estão no início da jornada rumo à aprovação, no meio dela, ou quase
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na linha de chegada.
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia
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Introdução
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Nesta apostila, o(a) candidato(a) entrará em contato com um dos cinco temas de
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Geografia que mais aparecem no CACD: a História da Geografia. Portanto, será
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estudada a evolução do pensamento geográfico desde o século XIX até a
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esteve associado ao contexto da questão nacional na Alemanha, bem como as três
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revoluções do pensamento geográfico, promovidas pela Geografia Quantitativa, pela
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Geografia Crítica e pela Geografia Humanista.
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1. Período pré-científico da Geografia
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A Geografia é uma disciplina que estuda o espaço geográfico, ou seja, o conjunto de
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relações entre o homem e o meio ambiente. Antes de ser reconhecida como uma área
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disciplina.
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Filósofos gregos da Antiguidade Clássica foram alguns dos primeiros a estudar o que
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se entende hoje por Geografia. Há um consenso que suas maiores contribuições para a
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áreas para, a partir dessas informações, depreender o caráter singular das porções
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povos e locais.
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mundo.
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● Estrabão: descreveu parte da Europa e do Mediterrâneo. Idealizou a
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● Ptolomeu: ordenou o conhecimento geográfico greco-romano e inovou na
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cartografia.
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Nos séculos seguintes, a construção do saber geográfico continuou avançando, não
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obstante as limitações no deslocamento humano e no horizonte das ideias. O
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conhecimento geográfico ainda estava adstrito a espaços nos quais os povos, gregos,
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egípcios, entre outros, transitavam. Apenas no Século XIX que a disciplina se
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sistematizou, tornando-se científica.
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Nesse interregno, no Século XVIII, o filósofo prussiano Immanuel Kant desenvolveu
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reflexões sobre a fundamentação epistêmica da disciplina, aplicando-as em suas
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aulas universitárias.
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Em suas lições, ele propôs a geografia como descrição de tudo que é visível na
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por unificar o conteúdo geográfico disponível até então. Foi a partir dessa unificação
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que a geografia se tornou apta a ser institucionalizada; bastava uma singularidade que
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2. A Geografia Tradicional
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Para que adquirisse aspectos científicos, a Geografia teve que ser sistematizada. Ela
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teve que ter seu domínio de estudo propriamente delineado e seus conceitos
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razoavelmente padronizados.
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A sistematização da geografia dependeu de certos pressupostos para ocorrer, muitos
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deles alcançados com a difusão do capitalismo europeu e do pensamento racional
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burguês. São eles:
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● O efetivo conhecimento da extensão do planeta: o avanço do sistema
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capitalista, em especial a consolidação do colonialismo europeu, expandiu o
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mundo conhecido e apropriado pelo homem; era possível haver uma reflexão
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sistematizada sobre o espaço e os fenômenos que se desenvolviam sobre ele.
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expedições científicas.
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destaque para a disciplina, uma vez que o meio geográfico foi utilizado na elucidação
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da evolução das espécies. No darwinismo, a adaptação ao meio determinava quais os
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Os pressupostos históricos e científicos forneceram as bases para a construção de
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uma ciência apta a investigar a relação entre os seres humanos e o meio. Em outros
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termos, a Geografia estava pronta para se tornar ciência, faltava apenas uma
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motivação.
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A Geografia Tradicional é identificada também por Geografia Científica ou por Geografia
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Moderna (CACD). A escolha feita aqui foi didática, em razão da frequência do termo em
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2.1. Humboldt e Ritter e a sistematização da Geografia
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Tradicional
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(atual Alemanha), onde a questão do espaço era primordial para a unificação estatal.
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Em meados do Século XIX, ao contrário de boa parte da Europa, a Alemanha ainda não
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havia se unificado. Não havia um Estado alemão, mas, sim, uma série de ducados,
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principados e reinos, com algum substrato cultural comum (kultur germânica), apesar
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Para Antônio Carlos Robert de Moraes, a Reforma Protestante foi negativa para a unidade alemã. Ele
afirma que "tanto a Reforma quanto as guerras camponesas serviram para sedimentar a fragmentação
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alemã. A primeira atua nesse sentido por semear a discórdia no seio dos dominantes alemães, à medida
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que os vários Estados posicionam-se pró ou contra as ideias de Lutero, num processo que culmina com
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(Moraes, 1989, p.29). Ele diz expressamente que "tanto o desenvolvimento comercial e urbano quanto
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quanto a Reforma e as guerras camponeses, que em outros países da Europa atuaram no sentido de
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Cabe destacar que, a partir do bloqueio continental imposto por Napoleão, a região passa por um
processo de maior dinamismo no comércio interno. Já após a queda de Napoleão, inclusive, surge a
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“Zollverein” (1834), uma união aduaneira sem a presença da Áustria. Sobre a Zollverein, Roberto de
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Moraes afirma que “Essa união foi, sem dúvida, um passo no sentido da unificação, pois representava o
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fim dos entraves à circulação interna e, consequentemente, o estreitamento dos laços comerciais entre
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os Estados-membros.” (Moraes, 1989, p.39). Assim, na Alemanha, a unidade econômica se fez antes da
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fortalecimento da aristocracia rural prussiana (junkers), em uma espécie de
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Foi apenas com o envolvimento em sucessivos conflitos, que a aristocracia junker
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compreendeu a importância da indústria para a prosperidade do Estado. A partir
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dessa constatação, uma classe burguesa, voltada para a consecução dos interesses
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do Império, foi sendo progressivamente constituída, no chamado modelo prussiano de
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industrialização3. Algo que unia todos esses estamentos, junkers e burgueses, era a
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questão territorial.
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A intelectualidade alemã discutia como regiões com uma mesma comunidade
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linguística poderiam ser articuladas entre si e como, a partir dessa articulação,
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poderia ser construído um Estado unificado. Havia, portanto, um terreno fértil para a
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sistematização da Geografia.
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ordem do dia na prática da sociedade alemã dessa época. É, sem dúvida, deles
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Um ponto importante aqui, que pode suscitar dúvidas, é quanto à industrialização prussiana. Sobre
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este assunto, importa ressaltar que, durante o período napoleônico, a Prússia passou a modernizar-se
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no que tange à economia, com o fim do monopólio das corporações de ofícios e a liberalização do
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comércio. Entretanto, tal modernização conviveu com a dominação da aristocracia junker, em uma
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capitalista foi reforçada, em um contexto de avanço das forças reacionárias. Isso significou, na prática, a
convivência entre o desenvolvimento industrial e as relações servis, típicas do feudalismo. Já no âmbito
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das revoluções ocorridas na primeira metade do século XIX, em especial as insurreições populares de
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reforçando a via das transformações pelo alto. Tais revoluções também mudam a ótica dos setores
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autoritários, que “tomam consciência da necessidade de forjarem uma institucionalidade baseada num
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pensadores prussianos: Alexandre Von Humboldt, conselheiro do rei da Prússia, e Karl
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2.1.1 Humboldt (1769-1859)
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O naturalista Humboldt, cuja formação era sobretudo em botânica e geologia, foi um
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Em suas narrativas em viagens, ele concebeu a geografia como a parte terrestre da
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ciência do cosmos, baseada na contemplação da universalidade das coisas.
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interações entre os fenômenos e o seu impacto na paisagem, para, por meio de
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comparações universais, sistematizar o conhecimento. Ele buscava, assim, a "unidade
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na imensa variedade dos fenômenos".
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paisagem, combinada com a observação sistemática de seus elementos e filtrada pelo
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Para Humboldt, a visão holística permitiria, do particular para o geral, idealizar leis de
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Carl Ritter, filósofo e historiador, foi, junto a seu conterrâneo Humboldt, um dos
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isto é, uma geografia que deveria se ocupar do estudo da individualidade dos lugares
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naturais”, que são formados por diversos elementos, o homem surge como o principal
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Em decorrência de uma formação religiosa, Ritter afirmou a predestinação dos
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lugares. Em outras palavras, defendeu que a natureza obedece a uma finalidade
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prevista por Deus, e compreender essa finalidade seria a tarefa dos geógrafos.
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Portanto, o conhecimento geográfico seria uma forma de contemplar a própria
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divindade.
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2.2. Ratzel e o determinismo geográfico
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A partir da década de 1870, os estudos geográficos foram impulsionados pelo
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expansionismo das potências europeias. Nesse contexto, a geografia se desenvolveu
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para fornecer instrumentos e dar legitimidade para a colonização do novo mundo.
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No conjunto de sua obra, Ratzel buscou examinar as relações existentes entre espaço
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Para ele, o progresso de uma sociedade era medido pelo maior uso dos recursos do
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46 P
povo, ele elaborou o conceito de espaço-vital (ciclo 3), para o qual o Estado seria um
LL OR RC siv
67 LE
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inevitável.
a
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comunidades humanas com base em suas ideias sobre cultura e recursos do meio. Para
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habilidades e, com o desenvolvimento cultural, expandiriam seus territórios4. Isso
ai ge
6
variedade de condições naturais na Terra.
14
gm bor 9. m 76
46
c
Sobre a influência das condições naturais sobre a humanidade para Ratzel, Antônio
ar
l.c sv arc 461 PF:
Carlos Robert de Moraes, em Geografia: Pequena História Crítica, discorre que
. m 76 E. C
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46 LL
(...) estas influências atuariam primeiro na fisiologia (somatismo) e na psicologia
F: VA
l.c
1
(caráter) dos indivíduos e, através destes, na sociedade (Geografia: pequena
história- Antônio Moraes). Em segundo lugar, a natureza influenciaria a própria
14 . CP ES
constituição social, pela riqueza que propicia, através dos recursos do meio em
9
expansão de um povo, obstaculizando-a ou acelerando-a. (Moraes, 2005 p.69)
om 4@ lo 83
es ar 146 PF S V O B
ai ge
61
gm or
76 E. GE EL
De seus estudos sobre o território, entendido como a porção do espaço apropriado
b
A
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. m 76
por um grupo, no caso o Estado, distintos autores desenvolveram teorias da
e
VA B MA
l.c sv rc a
Geopolítica (ciclo 3), a exemplo de Mackinder e Haushofer. Além de suas
:
. C ES LO de
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m
PF
bo 9.
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o ser humano. Huntington, por exemplo, teorizou que condições naturais hostis
1 4
. m 76
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cl Par
46 P
67 LE
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4
Sobre o pensamento de Ratzel, Guy Mercier discorre que “ Quando a humanidade era tecnicamente
ex
pouco desenvolvida, as sociedades humanas não dispunham de poderosos meios técnicos para
o
estender seus domínios sobre vastos territórios. Ademais, em virtude de aptidões técnicas pouco
us
diversificadas, cada grupo se adaptaria mais facilmente a uma região homogênea que correspondesse
de
especificamente às suas próprias habilidades. Por isso, toda comunidade pouco desenvolvida seria
BO
o
forçada a limitar sua implantação a uma única região natural.” (Mercier, 2011, p.18).
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imperialismo alemão e eram consideradas uma ameaça pelo Estado francês. Como
ai ge
6
assim como legitimar o seu expansionismo, a Geografia se tornou parte essencial do
14
gm bor 9. m 76
currículo básico e sociedades e cátedras foram criadas para desenvolver os estudos
46
r c
a
geográficos.
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Nesse contexto, um nome importante foi o de Vidal de la Blache (1845-1918), geógrafo
46 LL
francês e principal formulador da escola geográfica francesa.
F: VA
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1
14 . CP ES
Em contraposição ao determinismo geográfico, considerado excessivamente
9
politizado e fatalista na relação homem-meio, la Blache idealizou uma Geografia
om 4@ lo 83
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61
neutra, baseada no possibilismo. De acordo com essa concepção, o elemento humano
gm or
76 E. GE EL
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ação. Isto é, o homem poderia interferir, modificar o meio natural, não sendo
a
:
. C ES LO de
determinado por ele, uma vez que era o principal agente geográfico. Nos seus estudos
O
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sobre a relação homem-natureza, ele elaborou o conceito de gêneros de vida, que
us
1
lo 83 : 46 LL
gm or
cl
v4 ce
G CE o d so
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meio. Assim, o contato com outros gêneros de vida seria uma oficina de civilização,
M
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61 . C ES LO e
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no Século XIX.
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estão articuladas entre si. Em suas reflexões sobre a unidade nacional e a nação,
ex
gêneros de vida e a ação antrópica sobre o meio seriam fatores que constituem uma
a
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para além dos aspectos naturais, também uma “obra geográfica do homem”. Nesse
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As ideias de Vidal de la Blache tornaram-se dominantes no pensamento geográfico e
ai ge
6
Lannou.
14
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46
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2.4. A proposta de Hartshorne
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s
Como alternativa ao possibilismo e ao determinismo, Richard Hartshorne
ai ge
46 LL
(1899-1992), geógrafo estadunidense, elaborou uma proposta de estudo menos
F: VA
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1
empírica e mais racional-dedutiva para a Geografia. Posicionou-se, portanto, no
14 . CP ES
@ lob 839 46 LLE RG
“meio do caminho” entre a Geografia Tradicional e os movimentos renovadores, sob a
9
influência do neokantismo.
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Sua abordagem inovadora, que o distinguiu de seus antecessores, foi a construção de
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uma Geografia definida por seu método próprio de análise da realidade, não por seu
a
:
. C ES LO de
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heterogêneos, que, em uma visão sintética, desvendariam o caráter variável das
us
1
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Em que pese sua proposta ser isenta de um objeto definido, ele contribuiu para a
. m 76
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fenômenos em estudo.
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Apesar de sua inovação epistemológica, Hartshorne não rompeu com as máximas da
ai ge
6
empirismo e no contato. Na realidade, Hartshorne teve um papel de transição: foi ele
14
gm bor 9. m 76
quem abriu o caminho para a renovação do saber geográfico.
46
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3. Movimentos de Renovação na Geografia
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14 . CP ES
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Na década de 1950, surgiram movimentos voltados à renovação do saber geográfico,
9
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em substituição à geografia moderna positivista.
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Para grande parte dos geógrafos, a perspectiva tradicional se mostrava insuficiente
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para atender às mudanças estruturais no sistema internacional. A Geografia
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. C ES LO de
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keynesiano, suas técnicas de análise haviam se tornado insuficientes para captar as
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renovar.
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Era necessário buscar uma nova fundamentação para o conhecimento, uma nova
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modelos. Sua função principal é informar a ação do Estado e dos atores hegemônicos,
ai ge
6
identificação (prognóstico) e a análise de acontecimentos futuros possíveis
14
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(previsões). Passa a prevalecer, dessa forma, a construção da Geografia voltada para
46
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a
as necessidades do capital, com a busca de novas técnicas e de nova linguagem para
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ai ge
46 LL
A Geografia Teorética é a Geografia do fim utilitário: é geradora do conhecimento
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1
14 . CP ES
operado para fins práticos.
9
Giuseppe Dematteis, famoso geógrafo italiano, sugeriu a construção de um
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61
conhecimento passível de ser expresso em termos numéricos, apesar de,
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Geografia Democrática. Christaller, autor da teoria do lugar central, idealizou a
a
:
. C ES LO de
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modelos e a teoria do sistema para fazer análises geográficas.
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dos atores hegemônicos não contribui para a reflexão geográfica, que se resume a
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5. A Geografia Crítica
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A Geografia Crítica surge, na década de 1970, para construir uma nova Geografia, sob
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Ela se opõe à Geografia Tradicional por identificar nela um empirismo excessivo, uma
ai ge
6
repetição de erros pelo apego às “velhas” teorias. Além disso, aponta o conteúdo de
14
gm bor 9. m 76
classe da Geografia Moderna, vista como aliada ao imperialismo e à apologia do
46
r c
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expansionismo, e desmistifica a suposta "objetividade" do discurso geográfico,
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s
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portanto, uma Geografia de denúncia.
46 LL
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1
14 . CP ES
Na sua perspectiva, a realidade espacial é vista como contraditória e injusta, já que
9
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espaço é, assim, identificado como o lócus da reprodução das relações sociais de
ai ge
61
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76 E. GE EL
produção, e o conhecimento científico deve ser uma ferramenta para lutar por uma
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sociedade mais justa.
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. C ES LO de
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Yves Lacoste (1929- ), geógrafo e geopolítico francês, é conhecido por sua crítica
ex
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burguesia.
61 . C ES LO e
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bo 9.
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Para ele, essa Geografia a serviço do capital hegemônico é dotada de alto potencial
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cl Par
46 P
geográfico.
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Na obra A geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra (1976), ele
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Lacoste também abordou o subdesenvolvimento, visto por ele como o estado de
ai ge
6
políticas desiguais entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.
14
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5.2. David Harvey
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David Harvey (1935- ), geógrafo econômico britânico, é conhecido por suas análises
ai ge
46 LL
sobre a epistemologia da geografia e sobre os impactos do capital sobre o espaço.
F: VA
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1
14 . CP ES
Em suas obras sobre urbanização, ele aplica a teoria da renda fundiária na análise da
9
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valor-de-uso e do valor-de-troca e propõe uma dialética do espaço, a partir da
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76 E. GE EL
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A
ideia de que as formas espaciais são processos sociais e que os processos sociais são
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espaciais. Portanto, ele defende que o domínio do capital sobre o trabalho reorganiza
a
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acumulação capitalista.
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não é apenas um local onde as coisas acontecem e o tempo não é apenas uma medida
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econômicas.
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Em suas obras ele abordou os impactos gerados pela ação humana sobre o espaço,
M
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concebendo a ideia de que o espaço tem um caráter social, histórico, e que toda
cl Par
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produção é espacial.
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Milton Santos entendeu o espaço como um produto da ação humana, como uma
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técnica, de modo que o meio técnico-científico-informacional é a consequência
ai ge
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de acumulação do capital, há uma tendência à acumulação desigual de tempos no
14
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espaço, em que formas e ações do passado convivem com formas e ações do
46
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presente.
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Em Por uma outra Globalização (2000), Milton Santos levanta questionamentos sobre
46 LL
a natureza da globalização capitalista, que ele vê como fábula, perversidade, ou
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1
14 . CP ES
possibilidade. A fábula seria a percepção do fenômeno como um modelo perfeito de
9
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global. A perversidade, por sua vez, seria a percepção desse mesmo fenômeno como
ai ge
61
gm or
76 E. GE EL
um processo excludente, explorador e manipulador. A globalização seria, assim, a
b
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. m 76
e
exploração da periferia para o desenvolvimento do centro, a manipulação das mentes
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pela venda da ideia da participação na aldeia global, a exclusão dos pobres dos
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. C ES LO de
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capital. A possibilidade, por fim, seria o uso das bases materiais da globalização por
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De seus estudos sobre o espaço brasileiro surgiu uma nova regionalização do território
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6. A Geografia Humanista
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Nesse contexto, a cultura é reflexo, meio e condição de existência e reprodução do
ai ge
6
socialmente. A paisagem possui sentido político: ela é uma paisagem cultural e exibe
14
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formas simbólicas da cultura dos grupos sociais que com ela se relacionam. Portanto,
46
r c
a
a simbologia adquire um significado geográfico associado à identidade e à cultura de
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46 LL
Como espelho da articulação entre linguagem, poder territorial e identidade, surge a
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1
14 . CP ES
toponímia, que revela o poder envolvido no processo de nomear logradouros.
9
O lugar, conceito fundamental, adquire personalidade e é resultado da percepção do
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61
espaço a partir da experiência, da intuição, e dos sentimentos, ou seja, o espaço
gm or
76 E. GE EL
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vivido. Ele não é apenas um local objetivo e material, mas é repleto de significados
. m 76
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culturais e sociais, sendo influenciado pelas atividades humanas e pelas experiências
a
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. C ES LO de
de quem o habita.
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Em suas obras, ele busca compreender a relação existente entre os seres humanos e o
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cl Par
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como “lugar”.
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Suas obras mais recentes aportam análises com enfoque cultural, partindo das
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experiências e memórias individuais e coletivas sobre a percepção das pessoas a
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7. A Geografia e o pensamento decolonial
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46 LL
As perspectivas decoloniais na Geografia surgiram na periferia do sistema,
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1
contestando os métodos e práticas tradicionais, identificados como discriminatórios e
14 . CP ES
@ lob 839 46 LLE RG
apagadores de identidades. O decolonialismo busca, portanto, uma nova forma de
9
construção do conhecimento, aberto à pluralidade de vozes e experiências coletivas.
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Nesse sentido, a perspectiva decolonial na geografia não vê o homem, em seu caráter
76 E. GE EL
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. m 76
coletivo, como apenas mais um número, sem identidade. Ele é um agente de
e
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transformação e sua vivência é relevante, ainda mais na sua condição como
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. C ES LO de
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Exercícios de fixação
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Bibliografia
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6
14
BECKER, Bertha. Manual do Candidato: Geografia. Brasília: FUNAG, 2012.
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46
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BERDOULAY, Vicent. A Escola Francesa de Geografia. São Paulo: Perspectiva, 2017.
a
l.c sv arc 461 PF:
. m 76 E. C
CISOTTO, M. F. Sobre Topofilia, de Yi-Fu Tuan. Geograficidade, v. 3, n. 2, p. 94-97, 22
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46 LL
jul. 2013.
F: VA
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1
14 . CP ES
CLAVAL, Paul. As abordagens da geografia cultural. In: CASTRO, Iná; GOMES, Paulo
9
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Janeiro: Bertrand, 1995.
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http://ihgrgs.org.br/artigos/contibuicoes/Roberto%20Lobato%20Corr%C3%AAa%20
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lo 83 : 46 LL
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EDUFRN, 2011.
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G CE o d so
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PF
61 . C ES LO e
MERCIER, Guy. A região e o Estado segundo Friedrich Ratzel e Paul Vidal de la Blache.
PF S V O B M xclu ar
bo 9.
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1 4
MORAES, Antônio Carlos Robert. Geografia: Pequena História. 20. ed. São Paulo:
. m 76
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Annablume, 2005.
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Hucitec, 1989.
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Todos os direitos reservados ao Clipping 22
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia
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Clipping CACD
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Carreira de Diplomata! Acreditamos muito na democratização do ensino e por isso
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disponibilizamos ferramentas importantes para aqueles que queiram estudar de forma
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autônoma e completa!
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Na plataforma do Clipping CACD, você tem acesso a todas as ferramentas necessárias
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para otimizar o seu estudo para o concurso.
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Confira algumas das ferramentas disponíveis:
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● Clipping diário de notícias
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● Plano de estudos
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● Edital Esquematizado A
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● Simulados semanais
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● Banco com mais de 10 mil questões
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● Edital esquematizado
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E para aqueles que queiram potencializar ainda mais o estudo, pode optar pelo
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upgrade que além de todas ferramentas contidas no plano básico, conta também com:
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● Workshops
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Fórum do Clipping
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● Materiais Extras
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