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Versão 1.0
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APOSTILA DE GEOGRAFIA - CICLO 01

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História da Geografia

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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

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Sumário

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Sumário......................................................................................................................................... 2
Termos e licença de uso................................................................................................................ 3

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Como estudar usando esta apostila.............................................................................................. 4

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Introdução......................................................................................................................................5

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1. Período pré-científico da Geografia...........................................................................................5

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2. A Geografia Tradicional............................................................................................................. 7

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2.1. Humboldt e Ritter e a sistematização da Geografia Tradicional.......................................8

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2.1.1 Humboldt (1769-1859)............................................................................................ 10
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2.1.2 Ritter (1779-1859)...................................................................................................10

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2.2. Ratzel e o determinismo geográfico............................................................................... 11
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2.3. Vidal de la Blache e o possibilismo................................................................................ 12
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2.4. A proposta de Hartshorne...............................................................................................14
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3. Movimentos de Renovação na Geografia............................................................................... 15


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4. A Geografia Teorética (ou a Nova Geografia)......................................................................... 15


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5. A Geografia Crítica.................................................................................................................. 16
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5.1. Yves Lacoste.................................................................................................................. 17


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5.2. David Harvey.................................................................................................................. 18


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5.3. Milton Santos.................................................................................................................. 18


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6. A Geografia Humanista........................................................................................................... 19
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6.1. Yi-Fu Tuan...................................................................................................................... 20


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7. A Geografia e o pensamento decolonial..................................................................................21


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Exercícios de fixação...................................................................................................................21
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Bibliografia................................................................................................................................... 22
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Todos os direitos reservados ao Clipping 2
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

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Termos e licença de uso

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melhor conteúdo a preços acessíveis. Se você aprecia nosso trabalho e considera

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Entretanto, lembramos que todas as nossas apostilas são protegidas por direitos

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autorais. O compartilhamento do conteúdo disponibilizado na plataforma de

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parágrafo único, da Lei 9.610/98. Ajude-nos a preservar nosso trabalho e evite

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complicações legais.

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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

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Como estudar usando esta apostila

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Caro CACDista,

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Nós do Clipping CACD estamos muito felizes em te apresentar este novo material, feito

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especialmente para que você alcance sua aprovação.

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As apostilas Clipping são um novo produto elaborado por pessoas com vivência de

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prova, que conhecem bem o conteúdo que o CACD costuma cobrar. Isto é, as

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informações que você encontrará aqui foram selecionadas a partir do que foi cobrado

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pela banca nos últimos anos.

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Ainda que o objetivo seja apresentar o essencial que cai no CACD, o material foi feito

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visando englobar, de forma objetiva, o conteúdo das principais bibliografias
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oficiosas indicadas pelo Clipping.
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Este material não se propõe a substituir as aulas do curso extensivo, mas sim, dar
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subsídios para que o aluno possa ter um primeiro contato, ou mesmo revisar um
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conteúdo conhecido para as distintas fases do concurso.


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Cabe, entretanto, uma ressalva: este material é de construção contínua. Em outras


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palavras, a partir do seu feedback iremos melhorar cada uma das apostilas que
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disponibilizamos nos ciclos de estudos. Portanto, pedimos, humildemente, que nos


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mande sugestões de melhoramentos e pedidos de complementação. À medida que


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pudermos, iremos transformar essa apostila em um material de referência para todos


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os CACDistas que estão no início da jornada rumo à aprovação, no meio dela, ou quase
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na linha de chegada.
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Dito isso, desejamos um ótimo proveito!


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Bibliografia, questões, simulados, edital esquematizado:


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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

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Introdução

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Nesta apostila, o(a) candidato(a) entrará em contato com um dos cinco temas de

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Geografia que mais aparecem no CACD: a História da Geografia. Portanto, será

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estudada a evolução do pensamento geográfico desde o século XIX até a

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contemporaneidade. Serão abordados como o surgimento da Geografia Moderna

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esteve associado ao contexto da questão nacional na Alemanha, bem como as três

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revoluções do pensamento geográfico, promovidas pela Geografia Quantitativa, pela

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Geografia Crítica e pela Geografia Humanista.

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1. Período pré-científico da Geografia

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A Geografia é uma disciplina que estuda o espaço geográfico, ou seja, o conjunto de
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relações entre o homem e o meio ambiente. Antes de ser reconhecida como uma área
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autônoma de estudo, a Geografia passou por um período pré-científico, em que o


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conhecimento era disperso e não havia pressupostos para a sistematização da


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disciplina.
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Filósofos gregos da Antiguidade Clássica foram alguns dos primeiros a estudar o que
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se entende hoje por Geografia. Há um consenso que suas maiores contribuições para a
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construção do saber geográfico consistem em descrições de partes da Terra e


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inovações em técnicas cartográficas. Por meio do método empírico, esses filósofos


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buscavam analisar os traços naturais e sociais e os fenômenos presentes em dadas


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áreas para, a partir dessas informações, depreender o caráter singular das porções
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analisadas. Ou seja, para os gregos, a “Geografia” era baseada em descrições de


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povos e locais.
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Alguns autores da Grécia Antiga que produziram estudos geográficos foram:


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● Erastóstenes: calculou a circunferência e o áxis da terra e fez um mapa do


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mundo.
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

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● Estrabão: descreveu parte da Europa e do Mediterrâneo. Idealizou a

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perspectiva idiográfica.

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● Ptolomeu: ordenou o conhecimento geográfico greco-romano e inovou na

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cartografia.

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Nos séculos seguintes, a construção do saber geográfico continuou avançando, não

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obstante as limitações no deslocamento humano e no horizonte das ideias. O

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conhecimento geográfico ainda estava adstrito a espaços nos quais os povos, gregos,

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egípcios, entre outros, transitavam. Apenas no Século XIX que a disciplina se

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sistematizou, tornando-se científica.

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Nesse interregno, no Século XVIII, o filósofo prussiano Immanuel Kant desenvolveu

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reflexões sobre a fundamentação epistêmica da disciplina, aplicando-as em suas
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:

aulas universitárias.
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Em suas lições, ele propôs a geografia como descrição de tudo que é visível na
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superfície da terra, sendo a síntese dos conhecimentos da natureza. Para tanto,


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adotou uma perspectiva corológica: a análise da distribuição geográfica dos seres


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vivos. Kant defendia que o conhecimento geográfico deveria utilizar-se de


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observações e de dados reais de partes do planeta para descrever e compreender o


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conjunto, a Terra como um todo. Ou seja, o processo empírico, a descrição das


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individualidades dos lugares, resultaria na visão geral do planeta. Em suma, ele


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considerava a geografia uma ciência empírica, sintética, descritiva e, ao mesmo


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tempo, geral e regional.


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Além de suas considerações epistemológicas, Kant foi responsável, em grande medida,


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por unificar o conteúdo geográfico disponível até então. Foi a partir dessa unificação
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que a geografia se tornou apta a ser institucionalizada; bastava uma singularidade que
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servisse de justificativa para a construção desse saber como ciência.


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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

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2. A Geografia Tradicional

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Para que adquirisse aspectos científicos, a Geografia teve que ser sistematizada. Ela

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teve que ter seu domínio de estudo propriamente delineado e seus conceitos

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razoavelmente padronizados.

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A sistematização da geografia dependeu de certos pressupostos para ocorrer, muitos

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deles alcançados com a difusão do capitalismo europeu e do pensamento racional

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burguês. São eles:

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● O efetivo conhecimento da extensão do planeta: o avanço do sistema

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capitalista, em especial a consolidação do colonialismo europeu, expandiu o
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mundo conhecido e apropriado pelo homem; era possível haver uma reflexão

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sistematizada sobre o espaço e os fenômenos que se desenvolviam sobre ele.
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● O acúmulo de informações sobre diferentes localidades: a Europa articulava


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um espaço de relações econômicas mundializado, centralizando a produção de


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informações sobre diferentes locais, muitas delas resultantes de viagens e de


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expedições científicas.
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● O aperfeiçoamento da cartografia para a representação da superfície: as


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representações do Globo estavam desenvolvidas e difundidas pelo uso de


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mapas, que se multiplicavam.


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● O desenvolvimento do conhecimento científico-filosófico: a fé na razão


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humana, alavancada pelo iluminismo, permitia a formulação de indagações


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sobre a sociedade e o território e sobre a influência do meio sobre o homem;


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O uso de conceitos e teorias desenvolvidos pelas ciências naturais na


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formulação de método próprio para a Geografia.


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Além desses pressupostos, o sucesso das teorias evolucionistas de Darwin trouxe


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destaque para a disciplina, uma vez que o meio geográfico foi utilizado na elucidação
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

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da evolução das espécies. No darwinismo, a adaptação ao meio determinava quais os

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indivíduos que teriam mais chances de sobrevivência.

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Os pressupostos históricos e científicos forneceram as bases para a construção de

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uma ciência apta a investigar a relação entre os seres humanos e o meio. Em outros

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termos, a Geografia estava pronta para se tornar ciência, faltava apenas uma

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motivação.

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A Geografia Tradicional é identificada também por Geografia Científica ou por Geografia

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Moderna (CACD). A escolha feita aqui foi didática, em razão da frequência do termo em

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livros e artigos científicos.

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Tradicional

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A Geografia Tradicional (ou Moderna, ou Científica) teve sua gênese na Prússia


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(atual Alemanha), onde a questão do espaço era primordial para a unificação estatal.
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Em meados do Século XIX, ao contrário de boa parte da Europa, a Alemanha ainda não
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havia se unificado. Não havia um Estado alemão, mas, sim, uma série de ducados,
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principados e reinos, com algum substrato cultural comum (kultur germânica), apesar
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de politicamente fragmentados. Fatores que em outros lugares resultaram em Estados


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unificados, a exemplo da Reforma Protestante1 e do desenvolvimento comercial2 e


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urbano, na Alemanha contribuíram para a fragmentação política e para o


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Para Antônio Carlos Robert de Moraes, a Reforma Protestante foi negativa para a unidade alemã. Ele
afirma que "tanto a Reforma quanto as guerras camponesas serviram para sedimentar a fragmentação
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alemã. A primeira atua nesse sentido por semear a discórdia no seio dos dominantes alemães, à medida
u

que os vários Estados posicionam-se pró ou contra as ideias de Lutero, num processo que culmina com
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a guerra entre os príncipes protestantes e Carlos V, imperador do Sacro-Império Romano-Germânico. "


G CE o d so

(Moraes, 1989, p.29). Ele diz expressamente que "tanto o desenvolvimento comercial e urbano quanto
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quanto a Reforma e as guerras camponeses, que em outros países da Europa atuaram no sentido de
a
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consolidação do poder central e do Estado nacional, na Alemanha reforçaram a fragmentação e a


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aristocracia feudal, revigorando relações sociais típicas do feudalismo, como a servidão e a


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vassalagem." (Moraes, 1989, p.31).


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Cabe destacar que, a partir do bloqueio continental imposto por Napoleão, a região passa por um
processo de maior dinamismo no comércio interno. Já após a queda de Napoleão, inclusive, surge a
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“Zollverein” (1834), uma união aduaneira sem a presença da Áustria. Sobre a Zollverein, Roberto de
o

Moraes afirma que “Essa união foi, sem dúvida, um passo no sentido da unificação, pois representava o
us

fim dos entraves à circulação interna e, consequentemente, o estreitamento dos laços comerciais entre
de

os Estados-membros.” (Moraes, 1989, p.39). Assim, na Alemanha, a unidade econômica se fez antes da
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unidade política, sendo construída no decorrer do século XIX.


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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

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fortalecimento da aristocracia rural prussiana (junkers), em uma espécie de

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Feudalismo moderno.

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Foi apenas com o envolvimento em sucessivos conflitos, que a aristocracia junker

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compreendeu a importância da indústria para a prosperidade do Estado. A partir

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dessa constatação, uma classe burguesa, voltada para a consecução dos interesses

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do Império, foi sendo progressivamente constituída, no chamado modelo prussiano de

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industrialização3. Algo que unia todos esses estamentos, junkers e burgueses, era a

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questão territorial.

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A intelectualidade alemã discutia como regiões com uma mesma comunidade

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linguística poderiam ser articuladas entre si e como, a partir dessa articulação,

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poderia ser construído um Estado unificado. Havia, portanto, um terreno fértil para a
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e
VA B MA

l.c sv rc
sistematização da Geografia.
a
:
. C ES LO de
O

C
LE RG CE ivo

Nas palavras de Robert de Moraes:


ai ge
us

1
lo 83 : 46 LL

gm or
cl
ex

A falta da constituição de um Estado nacional, a extrema diversidade entre os


R

v4 ce

vários membros da Confederação (Germânica), a ausência de relações duráveis


G CE o d so
A
M
si a u

entre eles, a inexistência de um centro organizador do espaço, ou de um ponto


m
PF
61 . C ES LO e

de convergência das relações econômicas, todos estes aspectos conferem à


PF S V O B M xclu ar

bo 9.
O

discussão geográfica uma relevância especial para as classes dominantes da


P

VA B
v

Alemanha no início do século XIX. Temas como domínio e organização do


ce 61

rg

espaço, apropriação do território, variação regional, entre outros, estarão na


L
1 4

ordem do dia na prática da sociedade alemã dessa época. É, sem dúvida, deles
. m 76
e
: 4 AL OR AR

que se alimentará a sistematização geográfica. (Moraes, 2005, p.61)


E. GE E o d so

39 46
ar
u

18 F:
a

Da necessidade de criar a Alemanha e de fundamentar questões sobre o domínio e a


cl Par

46 P
LL OR RC siv

organização do espaço que surgiu a Geografia Tradicional pela obra de dois


67 LE
u

L
ex
G CE o d so

3
Um ponto importante aqui, que pode suscitar dúvidas, é quanto à industrialização prussiana. Sobre
A
M
u

este assunto, importa ressaltar que, durante o período napoleônico, a Prússia passou a modernizar-se
a
ES LO e

no que tange à economia, com o fim do monopólio das corporações de ofícios e a liberalização do
cl Par

comércio. Entretanto, tal modernização conviveu com a dominação da aristocracia junker, em uma
C
VA B
v

espécie de “Feudalismo modernizado”. Após a queda de Napoleão, a “via junker” de desenvolvimento


i
AR us

capitalista foi reforçada, em um contexto de avanço das forças reacionárias. Isso significou, na prática, a
convivência entre o desenvolvimento industrial e as relações servis, típicas do feudalismo. Já no âmbito
ex

das revoluções ocorridas na primeira metade do século XIX, em especial as insurreições populares de
o

1848, os setores burgueses aproximaram-se da proposta junker temendo as ações populares,


us

reforçando a via das transformações pelo alto. Tais revoluções também mudam a ótica dos setores
de

autoritários, que “tomam consciência da necessidade de forjarem uma institucionalidade baseada num
BO
o

mínimo de consenso” (Moraes, 1989. p.41).


iv
O
EL

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C
R
l .c s
ai ge
om
gm bor
Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

om 4@ elo
l.c sv arc
gm bor 9. m
pensadores prussianos: Alexandre Von Humboldt, conselheiro do rei da Prússia, e Karl

om v4@ elo 183


Ritter, egresso de uma família de banqueiros.

ai ge
6
14
2.1.1 Humboldt (1769-1859)

gm bor 9. m 76
46

r c
a
O naturalista Humboldt, cuja formação era sobretudo em botânica e geologia, foi um

l.c sv arc 461 PF:


. m 76 E. C
dos pais da Geografia Tradicional.

om 4@ elo 83

s
ai ge
46 LL
Em suas narrativas em viagens, ele concebeu a geografia como a parte terrestre da

F: VA

l.c
1
14 . CP ES
ciência do cosmos, baseada na contemplação da universalidade das coisas.

@ lob 839 46 LLE RG


Humboldt estudou o que diferenciava e o que unia as distintas áreas, observou as

9
om 4@ lo 83
es ar 146 PF S V O B
interações entre os fenômenos e o seu impacto na paisagem, para, por meio de

ai ge
61
gm or
76 E. GE EL
comparações universais, sistematizar o conhecimento. Ele buscava, assim, a "unidade

b
A
R RC

. m 76
e
na imensa variedade dos fenômenos".
VA B MA

l.c sv rc a
:
. C ES LO de

Em seu método do "empirismo raciocinado", da intuição a partir da observação da


O

C
LE RG CE ivo

ai ge
paisagem, combinada com a observação sistemática de seus elementos e filtrada pelo
us

1
lo 83 : 46 LL

gm or
cl

raciocínio lógico, seria possível chegar à explicação da causalidade das conexões


ex
R

v4 ce
G CE o d so
A

encontradas na paisagem observada.


M
si a u

m
PF
61 . C ES LO e
PF S V O B M xclu ar

bo 9.
O

Para Humboldt, a visão holística permitiria, do particular para o geral, idealizar leis de
P

VA B
v

ce 61

rg

funcionamento para os fenômenos.


L
1 4
. m 76
e
: 4 AL OR AR
E. GE E o d so

2.1.2 Ritter (1779-1859)


39 46
ar
u

18 F:
a

e
cl Par

46 P

Carl Ritter, filósofo e historiador, foi, junto a seu conterrâneo Humboldt, um dos
LL OR RC siv

67 LE

idealizadores da Geografia Tradicional.


u

L
ex

Em seus estudos, elaborados enquanto catedrático na Universidade de Berlim,


G CE o d so
A
M
u

concebeu uma Geografia possuidora de método e normatização. Sua preocupação era


a
ES LO e
cl Par

elaborar um conhecimento geográfico científico, a partir de uma abordagem


VA B
iv
AR us

comparativa ou histórica. Propôs, portanto, uma Geografia regional e antropocêntrica,


ex

isto é, uma geografia que deveria se ocupar do estudo da individualidade dos lugares
o
us

e também da relação do homem com a natureza — a compreensão da interação entre


de

R
BO

fenômenos naturais e humanos. No estudo dos arranjos individuais, ou “sistemas


o
iv
O
EL

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C
R
l .c s
ai ge
om
gm bor
Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

om 4@ elo
l.c sv arc
gm bor 9. m
naturais”, que são formados por diversos elementos, o homem surge como o principal

om v4@ elo 183


componente.

ai ge
6
14
Em decorrência de uma formação religiosa, Ritter afirmou a predestinação dos

gm bor 9. m 76
46

c
lugares. Em outras palavras, defendeu que a natureza obedece a uma finalidade

ar
l.c sv arc 461 PF:
prevista por Deus, e compreender essa finalidade seria a tarefa dos geógrafos.

. m 76 E. C

om 4@ elo 83

s
ai ge
Portanto, o conhecimento geográfico seria uma forma de contemplar a própria

46 LL
divindade.

F: VA

l.c
1
14 . CP ES
@ lob 839 46 LLE RG
2.2. Ratzel e o determinismo geográfico

9
om 4@ lo 83
es ar 146 PF S V O B

ai ge
A partir da década de 1870, os estudos geográficos foram impulsionados pelo

61
gm or
76 E. GE EL

b
A
expansionismo das potências europeias. Nesse contexto, a geografia se desenvolveu
R RC

. m 76
e
VA B MA

l.c sv rc
para fornecer instrumentos e dar legitimidade para a colonização do novo mundo.
a
:
. C ES LO de
O

C
LE RG CE ivo

Na Alemanha, Friedrich Ratzel (1844-1904), geógrafo e etnólogo, desenvolveu


ai ge
us

1
lo 83 : 46 LL

estudos conhecidos como fundantes do determinismo geográfico, teoria essencial


gm or
cl
ex

para a legitimação da expansão do Império alemão.


R

v4 ce
G CE o d so
A
M
si a u

m
PF
61 . C ES LO e

No conjunto de sua obra, Ratzel buscou examinar as relações existentes entre espaço
PF S V O B M xclu ar

bo 9.
O
P

VA B
v

e poder e a influência das condições naturais na humanidade, na cultura de um povo.


ce 61

rg
L

Para ele, o progresso de uma sociedade era medido pelo maior uso dos recursos do
1
. m 76
e
: 4 AL OR AR

meio, já que o território representava as condições de trabalho e de existência da


E. GE E o d so

39 46
ar
u

18 F:

humanidade. Da análise de como a natureza seria determinante para a evolução de um


a

e
cl Par

46 P

povo, ele elaborou o conceito de espaço-vital (ciclo 3), para o qual o Estado seria um
LL OR RC siv

67 LE
u

organismo vivo. Nesta percepção, as necessidades territoriais de uma sociedade


ex

cresceriam com o desenvolvimento cultural, e o expansionismo seria natural e


G CE o d so
A
M
u

inevitável.
a
ES LO e
cl Par

C
VA B
v

Em Antropogeografia (1882), Ratzel abordou as causas da distribuição geográfica das


i
AR us

comunidades humanas com base em suas ideias sobre cultura e recursos do meio. Para
ex
o

ele, os grupos humanos se adaptariam a regiões que correspondem às suas


us

M
de

R
BO
o
iv
O
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om
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

om 4@ elo
l.c sv arc
gm bor 9. m
habilidades e, com o desenvolvimento cultural, expandiriam seus territórios4. Isso

om v4@ elo 183


levaria à diversificação das paisagens modificadas pela ação antrópica devido à

ai ge
6
variedade de condições naturais na Terra.

14
gm bor 9. m 76
46

c
Sobre a influência das condições naturais sobre a humanidade para Ratzel, Antônio

ar
l.c sv arc 461 PF:
Carlos Robert de Moraes, em Geografia: Pequena História Crítica, discorre que

. m 76 E. C

om 4@ elo 83

s
ai ge
46 LL
(...) estas influências atuariam primeiro na fisiologia (somatismo) e na psicologia

F: VA

l.c
1
(caráter) dos indivíduos e, através destes, na sociedade (Geografia: pequena
história- Antônio Moraes). Em segundo lugar, a natureza influenciaria a própria

14 . CP ES
constituição social, pela riqueza que propicia, através dos recursos do meio em

@ lob 839 46 LLE RG


que está localizada a sociedade. A natureza também atuaria na possibilidade de

9
expansão de um povo, obstaculizando-a ou acelerando-a. (Moraes, 2005 p.69)

om 4@ lo 83
es ar 146 PF S V O B

ai ge
61
gm or
76 E. GE EL
De seus estudos sobre o território, entendido como a porção do espaço apropriado

b
A
R RC

. m 76
por um grupo, no caso o Estado, distintos autores desenvolveram teorias da

e
VA B MA

l.c sv rc a
Geopolítica (ciclo 3), a exemplo de Mackinder e Haushofer. Além de suas
:
. C ES LO de
O

contribuições para a Geopolítica, Ratzel concebeu a Geografia Política, área que


LE RG CE ivo

ai ge
us

estuda os Estados, o comércio e a guerra.


lo 83 : 46 LL

gm or
cl
ex
R

v4 ce
G CE o d so

Os sucessores diretos de Ratzel constituíram a escola determinista de Geografia.


A
M
si a u

m
PF

Distorcendo a teoria ratzeliana, eles abandonaram a abordagem da relação


61 . C ES LO e
PF S V O B M xclu ar

bo 9.
O
P

VA B

homem-meio em termos de influência, e passaram a estudar como o meio determinava


v

ce 61

rg
L

o ser humano. Huntington, por exemplo, teorizou que condições naturais hostis
1 4
. m 76
e
: 4 AL OR AR

levavam a um maior desenvolvimento humano.


E. GE E o d so

39 46
ar
u

18 F:
a

e
cl Par

46 P

2.3. Vidal de la Blache e o possibilismo


LL OR RC siv

67 LE
u

A Geografia na França se desenvolveu após sua derrota na guerra com a Prússia.


ex
G CE o d so
A
M
u

Para grande parte da sociedade francesa, essa derrota resultou da superioridade da


a
ES LO e
cl Par

Geografia prussiana, já institucionalizada, e das teses de Ratzel, que legitimavam o


C
VA B
iv
AR us

4
Sobre o pensamento de Ratzel, Guy Mercier discorre que “ Quando a humanidade era tecnicamente
ex

pouco desenvolvida, as sociedades humanas não dispunham de poderosos meios técnicos para
o

estender seus domínios sobre vastos territórios. Ademais, em virtude de aptidões técnicas pouco
us

diversificadas, cada grupo se adaptaria mais facilmente a uma região homogênea que correspondesse
de

especificamente às suas próprias habilidades. Por isso, toda comunidade pouco desenvolvida seria
BO
o

forçada a limitar sua implantação a uma única região natural.” (Mercier, 2011, p.18).
iv
O
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C
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l .c s
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gm bor
Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

om 4@ elo
l.c sv arc
gm bor 9. m
imperialismo alemão e eram consideradas uma ameaça pelo Estado francês. Como

om v4@ elo 183


resposta, visando à reconquista do prestígio da França no sistema internacional,

ai ge
6
assim como legitimar o seu expansionismo, a Geografia se tornou parte essencial do

14
gm bor 9. m 76
currículo básico e sociedades e cátedras foram criadas para desenvolver os estudos

46

r c
a
geográficos.

l.c sv arc 461 PF:


. m 76 E. C

om 4@ elo 83

s
ai ge
Nesse contexto, um nome importante foi o de Vidal de la Blache (1845-1918), geógrafo

46 LL
francês e principal formulador da escola geográfica francesa.

F: VA

l.c
1
14 . CP ES
Em contraposição ao determinismo geográfico, considerado excessivamente

@ lob 839 46 LLE RG


O

9
politizado e fatalista na relação homem-meio, la Blache idealizou uma Geografia

om 4@ lo 83
es ar 146 PF S V O B

ai ge
61
neutra, baseada no possibilismo. De acordo com essa concepção, o elemento humano

gm or
76 E. GE EL

b
A
R RC

seria livre e ativo sobre o meio, e a natureza ofereceria diferentes possibilidades de


. m 76
e
VA B MA

l.c sv rc
ação. Isto é, o homem poderia interferir, modificar o meio natural, não sendo
a
:
. C ES LO de

determinado por ele, uma vez que era o principal agente geográfico. Nos seus estudos
O

C
LE RG CE ivo

ai ge
sobre a relação homem-natureza, ele elaborou o conceito de gêneros de vida, que
us

1
lo 83 : 46 LL

gm or
cl

seria o conjunto de técnicas e hábitos que permitiriam a adaptação do homem ao


ex
R

v4 ce
G CE o d so
A

meio. Assim, o contato com outros gêneros de vida seria uma oficina de civilização,
M
si a u

m
PF
61 . C ES LO e

elemento fundamental do progresso, o que justificaria o discurso colonialista francês


PF S V O B M xclu ar

bo 9.
O
P

VA B
v

no Século XIX.
ce 61

rg
L
1 4
. m 76
e

A Geografia francesa foi notória também pela construção do conceito de região


: 4 AL OR AR
E. GE E o d so

39 46
ar

geográfica (pelos estudos com recortes regionais).


u

18 F:
a

e
cl Par

46 P

La Blache estudou a diferenciação da superfície terrestre e como as diferentes regiões


LL OR RC siv

67 LE
u

estão articuladas entre si. Em suas reflexões sobre a unidade nacional e a nação,
ex

criticou a ideia de espaço-vital defendida pelos alemães. Para Vidal de la Blache, os


G CE o d so
A
M
u

gêneros de vida e a ação antrópica sobre o meio seriam fatores que constituem uma
a
ES LO e
cl Par

região geográfica de um grupo. O homem transforma o meio, e a região geográfica é,


VA B
iv
AR us

para além dos aspectos naturais, também uma “obra geográfica do homem”. Nesse
ex

sentido, dado às vinculações econômicas e culturais, a Alsácia-Lorena, perdida na


o
us

guerra para a Alemanha, seria, para la Blache, parte da França.


de

R
BO
o
iv
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

om 4@ elo
l.c sv arc
gm bor 9. m
As ideias de Vidal de la Blache tornaram-se dominantes no pensamento geográfico e

om v4@ elo 183


influenciaram inúmeros outros geógrafos posteriores como Maximilien Sorre e Le

ai ge
6
Lannou.

14
gm bor 9. m 76
46

r c
a
2.4. A proposta de Hartshorne

l.c sv arc 461 PF:


. m 76 E. C

om 4@ elo 83

s
Como alternativa ao possibilismo e ao determinismo, Richard Hartshorne

ai ge
46 LL
(1899-1992), geógrafo estadunidense, elaborou uma proposta de estudo menos

F: VA

l.c
1
empírica e mais racional-dedutiva para a Geografia. Posicionou-se, portanto, no

14 . CP ES
@ lob 839 46 LLE RG
“meio do caminho” entre a Geografia Tradicional e os movimentos renovadores, sob a

9
influência do neokantismo.

om 4@ lo 83
es ar 146 PF S V O B

ai ge
61
gm or
76 E. GE EL

b
A
Sua abordagem inovadora, que o distinguiu de seus antecessores, foi a construção de
R RC

. m 76
e
VA B MA

l.c sv rc
uma Geografia definida por seu método próprio de análise da realidade, não por seu
a
:
. C ES LO de

objeto. A Geografia seria, assim, o estudo das inter-relações entre fenômenos


O

C
LE RG CE ivo

ai ge
heterogêneos, que, em uma visão sintética, desvendariam o caráter variável das
us

1
lo 83 : 46 LL

gm or
cl

diferentes áreas da superfície do planeta. Em outras palavras, seria a ciência da


ex
R

v4 ce
G CE o d so

diferenciação regional da superfície terrestre. Nesse quadro, adquiriu relevância o


A
M
si a u

m
PF

conceito de área, a parcela da superfície terrestre singularizada pelo observador,


61 . C ES LO e
PF S V O B M xclu ar

bo 9.
O
P

VA B

consoante critérios próprios, como instrumento de análise.


v

ce 61

rg
L
1 4

Em que pese sua proposta ser isenta de um objeto definido, ele contribuiu para a
. m 76
e
: 4 AL OR AR
E. GE E o d so

39 46

epistemologia da Geografia com a delineação de duas metodologias para o estudo da


ar
u

18 F:
a

e
cl Par

46 P

ciência geográfica: a geografia idiográfica e a geografia nomotética. A primeira


LL OR RC siv

partiria de uma análise singular e unitária, com a construção de um conhecimento


67 LE
u

profundo sobre uma área; a segunda, generalizadora apesar de parcial, partiria da


ex
G CE o d so
A

comparação de integrações, que resultaria em um “padrão de variação” dos


M
u
a
ES LO e

fenômenos em estudo.
cl Par

C
VA B
iv
AR us

A proposta de Hartshorne deu origem a novas perspectivas na análise geográfica. Da


ex

Geografia nomotética, de um conjunto articulado de fenômenos, surgiu a Geografia do


o
us

Petróleo, a Geografia da Pesca, a Geografia do Café, entre outras tantas geografias


M
de

que integram fenômenos a determinados objetos.


BO
o
iv
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om 4@ elo
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gm bor 9. m
Apesar de sua inovação epistemológica, Hartshorne não rompeu com as máximas da

om v4@ elo 183


Geografia Tradicional, que permaneceu sendo uma ciência de síntese, baseada no

ai ge
6
empirismo e no contato. Na realidade, Hartshorne teve um papel de transição: foi ele

14
gm bor 9. m 76
quem abriu o caminho para a renovação do saber geográfico.

46

r c
a
l.c sv arc 461 PF:
. m 76 E. C

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s
ai ge
46 LL
3. Movimentos de Renovação na Geografia

F: VA

l.c
1
14 . CP ES
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Na década de 1950, surgiram movimentos voltados à renovação do saber geográfico,

9
om 4@ lo 83
em substituição à geografia moderna positivista.
es ar 146 PF S V O B

ai ge
61
gm or
76 E. GE EL

b
A
Para grande parte dos geógrafos, a perspectiva tradicional se mostrava insuficiente
R RC

. m 76
e
VA B MA

l.c sv rc
para atender às mudanças estruturais no sistema internacional. A Geografia
a
:
. C ES LO de

Tradicional não conseguia gerar instrumentos de intervenção para o planejamento


O

C
LE RG CE ivo

ai ge
keynesiano, suas técnicas de análise haviam se tornado insuficientes para captar as
us

1
lo 83 : 46 LL

gm or
cl

complexidades da organização do espaço urbanizado e crescentemente globalizado,


ex
R

v4 ce
G CE o d so

havia uma crise de linguagem, e as bases do pensamento geográfico estavam


A
M
si a u

m
PF

obsoletas com a superação do positivismo. Em suma, a Geografia precisava se


61 . C ES LO e
PF S V O B M xclu ar

bo 9.
O
P

VA B

renovar.
v

ce 61

rg
L
1 4

Era necessário buscar uma nova fundamentação para o conhecimento, uma nova
. m 76
e
: 4 AL OR AR
E. GE E o d so

39 46
ar

linguagem, e um novo método.


u

18 F:
a

e
cl Par

46 P
LL OR RC siv

67 LE
u

L
ex

4. A Geografia Teorética (ou a Nova Geografia)


G CE o d so
A
M
u
a
ES LO e
cl Par

Nos Estados Unidos, a renovação tomou forma como revolução


C
VA B
iv
AR us

teorético-quantitativa da Geografia, no marco do neopositivismo.


ex

A Geografia Teorética nasceu, portanto, sob a influência das ciências da natureza,


o
us

utilizando-se do empirismo dos dados filtrados pela estatística para a construção de


de

R
BO
o
iv
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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

om 4@ elo
l.c sv arc
gm bor 9. m
modelos. Sua função principal é informar a ação do Estado e dos atores hegemônicos,

om v4@ elo 183


com o fornecimento de informações para o planejamento do espaço, e com a

ai ge
6
identificação (prognóstico) e a análise de acontecimentos futuros possíveis

14
gm bor 9. m 76
(previsões). Passa a prevalecer, dessa forma, a construção da Geografia voltada para

46

r c
a
as necessidades do capital, com a busca de novas técnicas e de nova linguagem para

l.c sv arc 461 PF:


. m 76 E. C
atender às tarefas postas pelo planejamento do Estado capitalista.

om 4@ elo 83

s
ai ge
46 LL
A Geografia Teorética é a Geografia do fim utilitário: é geradora do conhecimento

F: VA

l.c
1
14 . CP ES
operado para fins práticos.

@ lob 839 46 LLE RG


O

9
Giuseppe Dematteis, famoso geógrafo italiano, sugeriu a construção de um

om 4@ lo 83
es ar 146 PF S V O B

ai ge
61
conhecimento passível de ser expresso em termos numéricos, apesar de,

gm or
76 E. GE EL

b
A
R RC

posteriormente, ter se deslocado das abordagens quantitativas defendendo uma


. m 76
e
VA B MA

l.c sv rc
Geografia Democrática. Christaller, autor da teoria do lugar central, idealizou a
a
:
. C ES LO de

hierarquia urbana com relação à atratividade de uma metrópole. Ambos utilizaram


O

C
LE RG CE ivo

ai ge
modelos e a teoria do sistema para fazer análises geográficas.
us

1
lo 83 : 46 LL

gm or
cl
ex
R

O emprego de modelos e do método hipotético-dedutivo no trato dos dados é


v4 ce
G CE o d so
A
M
si a u

criticado por alguns geógrafos, a exemplo de Roberto Lobato Correa, devido ao


m
PF
61 . C ES LO e
PF S V O B M xclu ar

bo 9.
O

empobrecimento da concretude do pensamento geográfico. Em outros termos, o


P

VA B
v

ce 61

rg

excessivo tecnicismo e a instrumentalização da disciplina para atender às exigências


L
1 4
. m 76
e

dos atores hegemônicos não contribui para a reflexão geográfica, que se resume a
: 4 AL OR AR
E. GE E o d so

39 46
ar

relações matemáticas, desumanizadas e sem história.


u

18 F:
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e
cl Par

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LL OR RC siv

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u

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ex

5. A Geografia Crítica
G CE o d so
A
M
u
a
ES LO e
cl Par

Outra vertente dos movimentos de renovação é a Geografia Crítica.


VA B
iv
AR us

A Geografia Crítica surge, na década de 1970, para construir uma nova Geografia, sob
ex
o

influência do materialismo histórico e dialético do Marxismo, e com uma abordagem


us

M
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voltada para a transformação social.


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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

om 4@ elo
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Ela se opõe à Geografia Tradicional por identificar nela um empirismo excessivo, uma

om v4@ elo 183


fundamentação positivista ultrapassada e uma estrutura acadêmica que permite a

ai ge
6
repetição de erros pelo apego às “velhas” teorias. Além disso, aponta o conteúdo de

14
gm bor 9. m 76
classe da Geografia Moderna, vista como aliada ao imperialismo e à apologia do

46

r c
a
expansionismo, e desmistifica a suposta "objetividade" do discurso geográfico,

l.c sv arc 461 PF:


. m 76 E. C
especificando como ele esconde as contradições sociais. A Geografia Crítica é,

om 4@ elo 83

s
ai ge
portanto, uma Geografia de denúncia.

46 LL
F: VA

l.c
1
14 . CP ES
Na sua perspectiva, a realidade espacial é vista como contraditória e injusta, já que

@ lob 839 46 LLE RG


reflete as disparidades urbanas causadas pela atuação dos agentes hegemônicos. O

9
om 4@ lo 83
es ar 146 PF S V O B
espaço é, assim, identificado como o lócus da reprodução das relações sociais de

ai ge
61
gm or
76 E. GE EL
produção, e o conhecimento científico deve ser uma ferramenta para lutar por uma

b
A
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. m 76
e
sociedade mais justa.
VA B MA

l.c sv rc a
:
. C ES LO de
O

5.1. Yves Lacoste


LE RG CE ivo

ai ge
us

1
lo 83 : 46 LL

gm or
cl

Yves Lacoste (1929- ), geógrafo e geopolítico francês, é conhecido por sua crítica
ex
R

v4 ce
G CE o d so

radical à Geografia Tradicional, identificando-a como instrumento de dominação da


A
M
si a u

m
PF

burguesia.
61 . C ES LO e
PF S V O B M xclu ar

bo 9.
O
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v

ce 61

rg

Para ele, essa Geografia a serviço do capital hegemônico é dotada de alto potencial
L
1 4

prático e ideológico, e, portanto, deve ser superada. A "guerrilha epistemológica",


. m 76
e
: 4 AL OR AR
E. GE E o d so

39 46

solução para romper com o pensamento tradicional, resultaria na construção de uma


ar
u

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a

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cl Par

46 P

Geografia antagônica, uma via revolucionária de renovação do pensamento


LL OR RC siv

geográfico.
67 LE
u

L
ex

Na obra A geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra (1976), ele
G CE o d so
A
M
u

argumenta que o saber geográfico se manifesta em dois planos: a "Geografia dos


a
ES LO e
cl Par

Estados-Maiores" e a "Geografia dos Professores". A primeira é usada para


C
VA B
iv
AR us

estabelecer estratégias de ação no domínio da superfície terrestre, mas é raramente


ex

explicitada. A segunda, por outro lado, mascara a existência da "Geografia dos


o
us

Estados-Maiores" e fornece dados precisos para ela de forma camuflada.


M
de

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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

om 4@ elo
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gm bor 9. m
Lacoste também abordou o subdesenvolvimento, visto por ele como o estado de

om v4@ elo 183


atraso econômico, social e cultural, que é construído nas relações econômicas e

ai ge
6
políticas desiguais entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.

14
gm bor 9. m 76
46

r c
a
5.2. David Harvey

l.c sv arc 461 PF:


. m 76 E. C

om 4@ elo 83

s
David Harvey (1935- ), geógrafo econômico britânico, é conhecido por suas análises

ai ge
46 LL
sobre a epistemologia da geografia e sobre os impactos do capital sobre o espaço.

F: VA

l.c
1
14 . CP ES
Em suas obras sobre urbanização, ele aplica a teoria da renda fundiária na análise da

@ lob 839 46 LLE RG


valorização do espaço urbano. Harvey analisa o uso do solo sob a ótica do

9
om 4@ lo 83
es ar 146 PF S V O B

ai ge
valor-de-uso e do valor-de-troca e propõe uma dialética do espaço, a partir da

61
gm or
76 E. GE EL

b
A
ideia de que as formas espaciais são processos sociais e que os processos sociais são
R RC

. m 76
e
VA B MA

l.c sv rc
espaciais. Portanto, ele defende que o domínio do capital sobre o trabalho reorganiza
a
:
. C ES LO de

o espaço, já que a produção modifica a paisagem, tornando-a mais propícia à


O

C
LE RG CE ivo

ai ge
acumulação capitalista.
us

1
lo 83 : 46 LL

gm or
cl
ex

Um conceito relevante para compreender sua teoria é o de compressão


R

v4 ce
G CE o d so
A
M
si a u

espaço-tempo, resultado do desenvolvimento progressivo da técnica. Nele, o espaço


m
PF
61 . C ES LO e
PF S V O B M xclu ar

bo 9.
O

não é apenas um local onde as coisas acontecem e o tempo não é apenas uma medida
P

VA B
v

ce 61

rg

linear e objetiva. Ambos são produzidos e transformados pelas relações sociais e


L
1 4

econômicas.
. m 76
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: 4 AL OR AR
E. GE E o d so

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18 F:
a

5.3. Milton Santos


cl Par

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No Brasil, o principal expoente da Geografia Crítica foi Milton Santos (1926-2001).


u

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G CE o d so
A

Em suas obras ele abordou os impactos gerados pela ação humana sobre o espaço,
M
u
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ES LO e

concebendo a ideia de que o espaço tem um caráter social, histórico, e que toda
cl Par

C
VA B

produção é espacial.
iv
AR us
ex

Milton Santos entendeu o espaço como um produto da ação humana, como uma
o
us

acumulação de trabalho e capital, cujas formas duráveis na superfície terrestre são


M
de

chamadas de "rugosidades". Para ele, o espaço natural é transformado a partir da


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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

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técnica, de modo que o meio técnico-científico-informacional é a consequência

om v4@ elo 183


espacial da globalização. Uma vez que a organização do espaço é imposta pelo ritmo

ai ge
6
de acumulação do capital, há uma tendência à acumulação desigual de tempos no

14
gm bor 9. m 76
espaço, em que formas e ações do passado convivem com formas e ações do

46

r c
a
presente.

l.c sv arc 461 PF:


. m 76 E. C

om 4@ elo 83

s
ai ge
Em Por uma outra Globalização (2000), Milton Santos levanta questionamentos sobre

46 LL
a natureza da globalização capitalista, que ele vê como fábula, perversidade, ou

F: VA

l.c
1
14 . CP ES
possibilidade. A fábula seria a percepção do fenômeno como um modelo perfeito de

@ lob 839 46 LLE RG


unificação do mundo, a ideia da redução de barreiras pela criação de uma aldeia

9
om 4@ lo 83
es ar 146 PF S V O B
global. A perversidade, por sua vez, seria a percepção desse mesmo fenômeno como

ai ge
61
gm or
76 E. GE EL
um processo excludente, explorador e manipulador. A globalização seria, assim, a

b
A
R RC

. m 76
e
exploração da periferia para o desenvolvimento do centro, a manipulação das mentes
VA B MA

l.c sv rc a
pela venda da ideia da participação na aldeia global, a exclusão dos pobres dos
:
. C ES LO de
O

C
LE RG CE ivo

benefícios dessa modernização globalitária, estimulada pelo Estado e obediente ao


ai ge
us

1
lo 83 : 46 LL

capital. A possibilidade, por fim, seria o uso das bases materiais da globalização por
gm or
cl
ex

atores periféricos na criação de um espaço mais justo, humano, em que os


R

v4 ce
G CE o d so
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“subalternos” possuem visibilidade e voz.


m
PF
61 . C ES LO e
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bo 9.
O
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v

De seus estudos sobre o espaço brasileiro surgiu uma nova regionalização do território
ce 61

rg
L

nacional, em que a região mais conectada ao capital internacional, com predomínio do


1
. m 76
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: 4 AL OR AR

meio técnico-científico-informacional, é conhecida como região concentrada.


E. GE E o d so

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6. A Geografia Humanista
ex
G CE o d so
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A Geografia Humanista, ou Geografia da percepção e do comportamento, surgiu


cl Par

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VA B
v

como alternativa à Geografia lógico-positivista na década de 1970. Com influências


i
AR us

da fenomenologia, do existencialismo, do historicismo e da hermenêutica, essa


ex

corrente parte da relação intrínseca e dialética entre sujeito e objeto, buscando


o
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compreender a realidade de forma globalizada e subjetiva.


de

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Apostila de Geografia - Ciclo 01: História da Geografia

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Nesse contexto, a cultura é reflexo, meio e condição de existência e reprodução do

om v4@ elo 183


homem, existe através dos indivíduos que a recebem e a modificam, sendo construída

ai ge
6
socialmente. A paisagem possui sentido político: ela é uma paisagem cultural e exibe

14
gm bor 9. m 76
formas simbólicas da cultura dos grupos sociais que com ela se relacionam. Portanto,

46

r c
a
a simbologia adquire um significado geográfico associado à identidade e à cultura de

l.c sv arc 461 PF:


. m 76 E. C
indivíduos e grupos.

om 4@ elo 83

s
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46 LL
Como espelho da articulação entre linguagem, poder territorial e identidade, surge a

F: VA

l.c
1
14 . CP ES
toponímia, que revela o poder envolvido no processo de nomear logradouros.

@ lob 839 46 LLE RG


O

9
O lugar, conceito fundamental, adquire personalidade e é resultado da percepção do

om 4@ lo 83
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ai ge
61
espaço a partir da experiência, da intuição, e dos sentimentos, ou seja, o espaço

gm or
76 E. GE EL

b
A
R RC

vivido. Ele não é apenas um local objetivo e material, mas é repleto de significados
. m 76
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VA B MA

l.c sv rc
culturais e sociais, sendo influenciado pelas atividades humanas e pelas experiências
a
:
. C ES LO de

de quem o habita.
O

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lo 83 : 46 LL

gm or
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6.1. Yi-Fu Tuan


ex
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Yi-Fu Tuan (1930-2022), geógrafo sino-americano, é um dos principais


m
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61 . C ES LO e
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bo 9.
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representantes da Geografia Humanista.


P

VA B
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rg
L

Em suas obras, ele busca compreender a relação existente entre os seres humanos e o
1
. m 76
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: 4 AL OR AR

meio, como os indivíduos e os grupos valorizam e organizam o espaço, e como nele


E. GE E o d so

39 46
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u

18 F:

se relacionam. Para Tuan, são relevantes para o estudo geográfico a subjetividade


a

e
cl Par

46 P

humana e as emoções envolvidas na percepção e no uso do espaço, que ele aborda


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67 LE
u

como “lugar”.
ex
G CE o d so
A

Suas obras mais recentes aportam análises com enfoque cultural, partindo das
M
u
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ES LO e

afetividades, práticas e percepções que os grupos sociais constroem em relação à


cl Par

C
VA B
v

espacialidade. Em Topofilia (1974), Tuan reflete sobre a afetividade existente entre


i
AR us

os humanos e o meio ambiente material apropriado. A topofilia, que significa “amor


ex
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humano pelo lugar”, é resultado da influência da cultura de um povo e das


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experiências e memórias individuais e coletivas sobre a percepção das pessoas a

om v4@ elo 183


respeito do espaço que vivenciam.

ai ge
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7. A Geografia e o pensamento decolonial

. m 76 E. C

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46 LL
As perspectivas decoloniais na Geografia surgiram na periferia do sistema,

F: VA

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1
contestando os métodos e práticas tradicionais, identificados como discriminatórios e

14 . CP ES
@ lob 839 46 LLE RG
apagadores de identidades. O decolonialismo busca, portanto, uma nova forma de

9
construção do conhecimento, aberto à pluralidade de vozes e experiências coletivas.

om 4@ lo 83
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61
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Nesse sentido, a perspectiva decolonial na geografia não vê o homem, em seu caráter
76 E. GE EL

b
A
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. m 76
coletivo, como apenas mais um número, sem identidade. Ele é um agente de

e
VA B MA

l.c sv rc a
transformação e sua vivência é relevante, ainda mais na sua condição como
:
. C ES LO de
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subalterno dos agentes do capital.


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lo 83 : 46 LL

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Exercícios de fixação
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Bibliografia

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BECKER, Bertha. Manual do Candidato: Geografia. Brasília: FUNAG, 2012.

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BERDOULAY, Vicent. A Escola Francesa de Geografia. São Paulo: Perspectiva, 2017.

a
l.c sv arc 461 PF:
. m 76 E. C
CISOTTO, M. F. Sobre Topofilia, de Yi-Fu Tuan. Geograficidade, v. 3, n. 2, p. 94-97, 22

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46 LL
jul. 2013.

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1
14 . CP ES
CLAVAL, Paul. As abordagens da geografia cultural. In: CASTRO, Iná; GOMES, Paulo

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César; CORRÊA, Roberto Lobato (orgs). Geografia: Conceitos e Temas. 21.ed. Rio de

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es ar 146 PF S V O B
Janeiro: Bertrand, 1995.

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CORRÊA, Roberto Lobato. Sobre a Geografia Cultural. Disponível em:


. m 76
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http://ihgrgs.org.br/artigos/contibuicoes/Roberto%20Lobato%20Corr%C3%AAa%20
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:
. C ES LO de

-%20Sobre%20a%20Geografia%20Cultural.pdf. Acesso em 03/01/2023.


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DANTAS, Aldo; MEDEIROS, Tácia H. L. Introdução à Ciência Geográfica. Natal:


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EDUFRN, 2011.
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G CE o d so
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MERCIER, Guy. A região e o Estado segundo Friedrich Ratzel e Paul Vidal de la Blache.
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GEOgraphia, v. 11, n. 22, p. 7-36, 8 fev. 2011.


v

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MORAES, Antônio Carlos Robert. Geografia: Pequena História. 20. ed. São Paulo:
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Annablume, 2005.
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MORAES, Antônio Carlos Robert. A Gênese da Geografia Moderna. São Paulo:


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Hucitec, 1989.
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G CE o d so

SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1997.


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Clipping CACD

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O Clipping CACD é a maior plataforma de estudos para o Concurso de Admissão à

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Carreira de Diplomata! Acreditamos muito na democratização do ensino e por isso

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disponibilizamos ferramentas importantes para aqueles que queiram estudar de forma

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autônoma e completa!

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Na plataforma do Clipping CACD, você tem acesso a todas as ferramentas necessárias

. m 76 E. C

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para otimizar o seu estudo para o concurso.

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Confira algumas das ferramentas disponíveis:

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● Clipping diário de notícias

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● Plano de estudos

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● Edital Esquematizado A
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● Simulados semanais
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● Banco com mais de 10 mil questões
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● Discursivas com grade de correção automática


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● Edital esquematizado
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E para aqueles que queiram potencializar ainda mais o estudo, pode optar pelo
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61 . C ES LO e

upgrade que além de todas ferramentas contidas no plano básico, conta também com:
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● Apostilas de todas as matérias (exceto línguas)


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● Clipping GPT para tirar dúvidas


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● Workshops
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Planner
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Fórum do Clipping
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● Materiais Extras
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Quer conhecer mais sobre o Clipping? Clique aqui e confira!


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