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COO annoy WNT oar MEANT Dy sioner Veiner ten O principal Objetivo da MARTIN CLARET. é Continuar a desenvolver uma grande e poderosa empresa editorial brasileira) para melhor servir seus leitores, Evite Oradea Mode aynVCoNN Ko e.U she consisieem criar, inovar, produzir dist gicamente, livros da melhor. quali: grafica, para o maior numero de leitores e por um reco economicamente acessivel. eS AIVISS fon nye SuINKo oe etary ts Giorno econo Pete ait i, mental, emocional e socials A MARTIN CLARET est4 empenliada em con- tribuir para a difusao da educacao eda cultura, por a da démacratizaeao do livro, usando, todos os Cac ceiger recs A MARTIN CLARET, em sua misao empresarial, Erie nr wer lare mente roc ta eestor ne re A MARTIN CLARET, em sua vocacio educacio- CCEA reine oN ete tat ats fluminar a vida das pessoas, AoC erie cette nT te esc Mariner arer © Copyright desta tadugSo: Editora Martin Claret, 2005 ‘Titulo do original inglés: Common Sense ‘Tradugto feita 2 partir da edigho de 1976 da Penguin Books, IbeaLizacio & Coonpenacko Marin Claret, Diego de Arte on José Duarte de Castro Iusagso Digtaggo Marcellin Talbot Gracia Gat Leonardo ditorago Hletdaica Mato tora Martin Cart Revisto Rosana Gill Foolitos da Copa ‘André Gomes Rebelo ose Tradugso Papel Pedro Pato Marine ea Projet Grito InpresefoeAcsbamento José Duarte. de Castro Paulus Grafica altora Martin Claret ~ Rua Alegrete, 62— Bairro Sumaxé CEP: 01254-010 ~ Sto Paulo - SP. ‘Tel: (Oxxll) 3672-8144 ~ Pax: (Osx) 3673-7146 www.martinclaret.com.br ‘Agradecemos a todos os nossos amigos ¢colaboradores — pessons ‘eas jurdicas — que dram as condiges para que fosse poste a publi- ‘ago dese lv. eae Este livro foi composto e impresso no inverno de 2005. A histéria do livro ea colegio “A Obra-Prima de Cada Autor” MARTIN CLARET ‘ue €o lio? Para fins estatisticos, na década de 1960, a UNES- CO considerou olivro “uma publicacio impressa, nfo periéai- que consta de no minimo 49 paginas, sem contar as capas”. fivro €um produto industial. ‘Mas também é mais do que um simples produto, O primero concei- to.que deveriamos reter& 0 de que o livro como objeto & 0 vefeulo, 0 suporte de uma informagio. © livro é uma das mais revolucionsias inveagdes do homem. ‘A Enciclopédia Abril (1972), publicada pelo editor e empresério Victor Civita, no verbete “Livro” traz concisas e importantes infor- rmagées sobre a histria do liv. A seguir, ranscrevemos alguns ‘6picos desse estudo diditico sobre o livro. Olivo na Antiguidade ‘Antes mesmo que © homem pensasse em utilizar determinados smaterisis para eserever (como, por exemplo, fibras vegetaise teci- dos) a8 bibliotecas da Antiguidade estavam repletas de textos gra- ‘yados em tabuinhas de barto cozido, Eram os primeiros “Tivros”, depois progressivamente modificados até chegarem a ser feitos — ‘em grandes tiragens — em papel impresso mecanicamente, pro- porcionando facilidade de leitura.e transporte, Com eles, tornou-se possivel, em todas as épocas, transmitr fotos, acontecimentos his \Grieos, descobertas, tratados, c6digos ou apenas entretenimento. ‘Como sui fabricago, a fungao do liv soften enormes modifi- cagdes dentro das mais diversas sociedades, a ponto de conitituir ‘uma mercadaria especial, com téenica, intengio ullizagio deter- ‘minadas. No modermo movimento editorial das chamadas socieda- des de consumo, o livo pode ser considerado uma mereadoria cultural, com maior ou menor significado no contexto socioecontmi- co em que € publicado. Enquanto mercadotia, pode ser comprado, vendido ou trocado. Isso ndo ocorre, porém, com sua fungointrinse- a, insubstitufvel: pode-se dizer que o liveo é essencialmente um instrumento cultural de difusio de idéias, transmissio de conceitos, ocumentacio (inclusive fotogrfica eiconogréfica), entretenimento ‘ou ainda de condensacdo e acumulagio do conhecimento. A palavra escrita venceu o tempo, ¢ 0 livro conquistou 0 espago. Teorica- mente, toda a humenidade pode ser atingida por textos que difun- ‘dem idéias que vio de Sécrates e Hordcio a Sartre e McLuhan, de Adolf Hitler a Karl Marx. Espelho da sociedade AA histéria do livro confunde-se, em muitos aspestos, com 2 histéria da fhumanidade. Sempre que escolhem frases ¢ temas, € transmitem idéias e conceitos, os escrtores esto elogenda que ‘consideram signficativo no momento histérico e cultural que vi- vem. E, assim, fornecem dados para a andlise de sua Sociedade. O conteiido de um livro — aceito, discutido ou refutado socialmente — integra a estrutua intelectual dos grupos sociais [Nos primeiros tempos, o escritor geralmente vivia em contato direto com seu pablico, que era formado por uns poucas letrados, cientes das opinises,idéias, imaginacio eteses do autor, pela prOprin cconvivéncia que tinha com ele, Muitas vezes, mesmo antes de ser redigido o texto, as idéias nele contidas jf haviam sido intensa- mente discutidas pelo escritor e parte de seus leitores. Nessa época, ‘como em vérias outras, no se pensava na enorme porcentagem de ‘analfabetos. Até 0 século XV, o livro servia exclusivamente a uma ‘pequena minoria de sibiose estudiosos que constitufam os circulos intelectuais (confinados aos mosteios durante o comeso da Idade ‘Média) © que tinham acesso as bibliotecas, cheias de manuscritos ricamente iustrados. Com oreflorescimento comercial europeu, nos fins do séeulo XIV, burgueses © comerciantes passaram a integrar o mercado livreiro dda época. A erudigho Iaicizou-se e o niimero de escritores aumen- tou, surgindo também as primeiras obras escrites em linguas que noo latim €o grego (reservadas aos textos clisicos e aos assuntos ‘considerados dignos de atengio). Nos séculos XVI e XVI, surgi- ram diversas literaturas nacionais, demonstrando, além do flores ccimento intelectual da época, que a populacdo letrada dos pafses ceuropeus estava mais capacitada a adquirir obras escritas Cultura e coméreio Com 0 desenvolvimento do sistema de impresso de Gutenberg, ‘a Europa conseguiu dinamizar a fabricacio de livros, imprimindo, em cingUenta anos, cerca de 20 milhées de exemplares para uma populacio de quase 10 milhoes de habitantes, cuja maioria era ‘analfabeta. Para a épaca, isso significou enorme revolucSo, de- monstrando que.a imprensa $6 se tormou uma realidade diante da necessidade social de ler mais. Tmpressos em papel, feitos em cadernos costurados ¢ posterior- ‘mente encapados, os livros tornaram-se empreendimento cultural © comercial: 0s editores passaram logo a se preocupar com melhor apresentagio e redugso de pregos. Tudo isso levou & comercializa- Go do livro, E 0s livreiros baseavam-se no gosto do pblico para ‘imprimir, principalmente obras religiosa, novelas, colegdes de ane~ dolas, manusis técnicos e receitas. ‘Mas a porcentagem de leitores nfo cresceu na mesma proporeo ‘que a expansio demogréfica mundial. Somente com as modifica- ‘goes socioculturais e econéimicas do século XIX — quando o livro ‘comegou a ser utlizado também como meio de divulgagao dessas rmodificagées e 0 conhecimento passou a significar uma conquista para o homem, que, segundo se acreditavs, poderia ascender s0- cialmente se lesse — houve um relative aumento no nimero de Ieitores, sobretudo na Franca e na Inglaterra, onde alguns editores passaram a produzir obras completas de autores famosos, a pregos baixos. O livro era entéo interpretado como simbolo de liberdade, cconseguida por conquistas culturais. Entretanto, na maioria dos paises, nfo houve nenhuma grande modificacio nos indices ‘poreentuais até o fim da Primeifa Guetra Mundial (1914/18), quando surgiram as primeiras grandes tirdgens de um s6 liv, principal ‘mente romances, novelas ¢ textos didaticos. O niimero elevado de pias, além de beratearo prego da unidade,difundi sinds mais a literatura. Mesmo assim, a maior parte da populaggo de muites pases continuou distanciads, em parte porgue olive, em si, tinha sido durante muitos séculos considerado objeto rao, atingivel somente por um pequeno nimero de eruitos. A grande masse da populacso mostrou maior receptividade aos jonas, eriédicos © folbetns, mais dinimicose atualizados, e acessiveis ao poder aqu- sitivo da grande maioria, Mas isso nfo chegou a ameagar 0 livro como simbolo cultural de difusio de idéias, como feria, mais tarde, 0 rdio,o cinema e a televsto. (0 advento das téenicas eletbnicas, 0 aperfeigoamento dos mé- todos fotogrifcose a pesquisa de materaispraticamente impere- civeisfazem alguns tedrcos da comunicaglo de massa pensarem ‘em um futuro sem os livros tradicionais (com seu formato quadra- do ou retangula, composto de folhas de papel, unidas umas ds outras porum dos lads). Seu cond e suas mensagens racionis ou emocionais) seriam wansmitidos por outros meies, como por exemplo microfilmes e fitas gravadas. ‘A televisio transformaria o mundo todo em uma grande dei" como afmoou Marshall MeL ahaa), no momento em que todas as sociedades decretassem sua prioridade em relagdo aos textos escritos. Mas a palavraescrita dficilmente dexara de ser conside- rada uma das mais importantes herangas cultras, entre todos 03 povos ‘través de toda a sua evolugio, olivro sempre péde ser visto como objeto cultural (manusedvel, com forma entendida e inter pretada em fungio de valores plistics) e simbolo cultural (dotado de contesdo, entendido ¢ interpretado em. fungio de valores semfnticos) As duas manciras podem fundi-se no pensamento coletvo, como um conjunto orginico (onde texto arte se comple tam, como, por exemplo, em um livro de are) ou apenas como um conjunto textual (onde mensagem escrita vem em primeiro lugar —em um liv de matemstca, or exemplo). ‘A mensagem (racionl, prética ou emocional) de um lio & Sempre intelectual e pode ser revivida a cada momento. O conteddo, «sttico em si, dinamiza-se em fungéo da asimilagio das palavras pelo leitor, que pode discuti-las-reafimi-las, negé-las ou tans- formé-as. Por isso, o livro pode ser consderadoinstrumento cule tural capaz de libertarinformag6, sons, imagens, senimentos @ idgias através do tempo e do expago, A quantdade¢ a qualidade de idéins colocadas em um texto podem ser aceitas por uma sociedad, fu por ela negadas; quando entram em chogue com conceitos ou normas culturalmente admitidos. "Nas sociedades modernas, em que a classe média tende aconsi- deraro livro como sinal de starus e cultura (erudigo), os compra-

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