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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1°

VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS

DANIEL, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, residente e


domiciliado na......, por seu advogado infra-assinado, mediante procuração judicial em
anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer

MEMORIAIS (ou ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS),

com supedâneo no artigo 403, §3º, do CPP ou art. 404, p.ú, do CPP, pelos fatos e
fundamentos jurídicos expostos a seguir.

I. DOS FATOS

Conforme relatado nos autos do processo, Daniel é filho da Dona Rita,


empregada doméstica que presta serviços para a família Souza. No dia 02 de janeiro de
2010, quando tinha apenas 19 anos de idade, aproveitou o fato dos patrões de sua mãe
terem ido viajar para pegar emprestado um veículo automotor na intenção de fazer uma
passeio com sua namorada.

Acontece que ao voltar ao local para devolver, a polícia estava na entrada


da garagem e após uma série de questionamentos e revisão das câmeras do local,
constataram que o veículo nao era de Daniel e que ele havia pegado-o sem autorização
do proprietário.

Diante disso, Daniel foi denunciado pela prática do crime de Furto simples,
art 155, caput do Código Penal.

II. DO DIREITO

II. a. Da preliminar – Prescrição

Conforme descrito no tópico anterior, o suposto crime ocorreu no dia 02


de janeiro de 2010. O crime de furto é tipificado pelo art 155 caput do Código Penal, pena
de 2 a 4 anos, sendo prazo prescricional de 8 anos.

Levando em consideração que quando foi praticado o ato o réu ainda não
tinha completado 21 anos e segundo o disposto no art 115 do Código Penal, o prazo
prescricional deve ser reduzido pela metade.

A denúncia foi recebida no dia 18 de março de 2010 e o processo ainda


não recebeu sentença definitiva, ou seja, já se passaram mais de 5 anos, estando a
pretensão, portanto, prescrita.

Diante disso, deve ser reconhecida a preliminar de extinção de


punibilidade, segundo o art. 107, IV do código penal.

II.b. Do mérito
Diante do fato narrado na exordial, nota-se que o réu “subtraiu” o veículo
apenas para dar uma volta com sua namorada, não era sua intenção subtrair para si o bem,
ademais, até colocou a gasolina de volta.

Um dos elementos para o crime do furto é a vontade do agente de subtrair


para si a coisa móvel, portanto, a situação fática não se aplica ao caso, vez que a intenção
do réu era devolver após usar.

Desta forma, requer a absorvição do acusado, com fundamento no artigo


386, IV do Código de Processo Penal, haja vista que o fato é atípico, o réu nao tinha a
intenção de pegar para si o automóvel.

III. DAS TESES SUBSÍDIÁRIA

Em eventual condenação do acusado, na primeira fase, tendo em vista que


ações em curso não podem justificar reconhecimento de maus antecedentes, requer a
fixação da pena-base no mínimo legal.

Na segunda fase, ausente agraventes e presente de atenuante da


menoridade relativa, segundo o art 65, I, CP, haja vista que na data do fato Daniel era
menor de 21 anos. E, também, se o entendimento for pela condenação, deve ser
reconhecida a atenuante da confissão, nos termos do art.65, III, alínea D, CP, já que
Daniel confessou ter pegado o automóvel sem permissão dos proprietários.

Tendo em vista que o réu é primário, a pena final não ultrapassa 4 anos o
regime adequado para o cumprimento de pena é o aberto, na forma do Art.33, parágrafo
2, alínea c. E também, a conversão de pena privativa de liberdade em restritiva de direito,
pois estão preenchidos os requisitos do art.44 do CP.

IV. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:


a).- Preliminarmente, requer a extinção de punibilidade com base na
prescrição punitiva do estado, segundo o art. 107, IV do código penal.

b).- Do mérito, requer a a absorvição do acusado segundo o art. 386, IV


do Código de Processo Penal, haja vista que o fato é atípico, o réu nao tinha a intenção
de pegar para si o automóvel.

c).- Subsidiáriamente, aplicação da pena fixada no mínimo legal, pois


ações em curso não podem ser usadas para caracterizar maus antecedentes.

d).- Reconhecimento das atenuante de menoridade relativa e confissão do


agente.

e).- A aplicação do regime aberto para ínicio de cumprimento de pena, com


base no art.33, 2, alínea c,do código penal.

f).- A conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direito,


segundo o art.44 do código penal.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local, 24 de julho de 2015.

Advogado, OAB...

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