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DEDALUS - Acervo - FD IO A 20400003340 A LEI DAS XII TABUAS FONTE DO DIREITO PUBLICO E PRIVADO VINOD SILVIO A. B. MEIRA CATEDRATICO, DE DIREITO, ROMANO DA FAGULDADE DE DIREITO "DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAR. DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ROMANISTAS. DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA. PRESIDENTE DA ASSOCIAGAO INTERAMERICANA DE DIREITO ROMANO, 32 EDICAO REVISTA E AUMENTADA E mn {UNVERSIDADE DE 8. PRELG PACULDADE Oz DIREMTO ECA FORENSE R r ° 166 sitvio a, n, MErRA Anhang (Suplemento) — Tabellarische Ubersicht der ein- zelnen XI Tafel — ¥ragmente. (Quadro sinético dos finicos fragmentos da Lel das XII ‘Tabuas) Esse o plano geral do notavel livro de Direksen “tibersicht der bisheringen Versuche zur Kritik und Herstellung der Zwoelf- tafel — Fragmente”. (Inspecio sébre as Investigagoes até hoje realizadas para critica e reconstituledo dos fragmentos da Lei das XIT Tabuas).? Rstudou primeiramente toda a literatuca referente 4 maté ria, fazendo um retrospecto hist6rieo dos autores que se refe~ rem & lei decenviral. Em seguida fez observacdes sobre o sis tema geral da lel, no seu conjunto organico, analisando uma a uma as doze tabuas, através dos fragmentos collides em nume~ rosas fontes. — Ao fazer comentérios sdbre 0 direito piblico inserto na nona tabua, assim se manifesta 0 romanista germénico, as pa- ginas 630: Auf dieser Voraussetzung beruht das Verfahren von J. Go- trofredus, welcher die auf das ius publicus Bezug habenden Bruschstuecke, deren Stellung unentschieden war, und bel denen auch nicht Gruende der Warscheinlichkeit fuer ihre nachtrae- gliche Aufnahme in eine der beiden Supplementtafeln stritten wiez. B. bei den von ihm dic cilite Tafel versctzten Bestimmun- gon ueber das Vorzugsrecht der jungsten Volksbeschlusse (S. unten Tab, XII fr. 5) und weber die Unzulaessigkeit der Civile- hen zwischen Patriziern und Plebejern (S. unten Tab. XI, Fr. 0, der nounten Tafel ueberwiesen hat, Allein zwei von diesen Frag- menten, nehmlich das ueber die sanates und nezo solutos, so wie das ucber das Verbot nacehtlicher Versammlunger in Rom, scheinen, aus den zuvor in Cap. 13 entwickelten Gruenden, jenes der ersten (Fr. 10), dieses der achten Tafel (Fr. 26) ‘anzu- gehoeren”, Prossegue as paginas 631: “Auf der andern Seite entsteht dagegen die Frage; ob J. Gothofvedus vielleleht eluige von seinen Vorgaengern erwachnte Saetze publiseitschen Inhaits, welche an- geblich den XII. Tafeln zugehoert haben solien, mit Recht ue- bergangen hat? Fuer die von den aeltesten Recensenten hierher gezogenen Saetze aus Cicero De Legib. Lib. 2c. 8c. 9 lib. 3c. 4 bedarf das Verahren des J. Gothofredus keiner Rechtfertigung: indem Cicero selbst das in diesen Stellen seiner Schrift enthalte- ne Schema einer Gesetzgebung fuer das oeffentliche Recht nur als inen aus seiner Feder hervorgegangenen Gesetzentwurf geltend macht, und fuer denselben durchaus nicht den historis- 7 Apontamentos cclhidos na pitiiotees do Tnstituto de Direite Romano da Universidade de Bown Sex Ithetn, Aleman, 4 EEL Das xIr TABuAS 167 chen Glauben in Auspruch nimmt, wie fuer dic von ihm genatt bezeichneten aechten Stuecke der Decemviral —° Compilation. Eben so sehr fehit es auch der Behauntung desjenigen Recen- senten an der noethigen Begruendung, welche mit Rivallius Cap. 48 dem XII Tafel — Gesetz diese Sanction beilegen: IOVE TO- NANTE FULGURANTE COMITIA NE SUNTO; wie 2. B. Olden- dorp, tit. 7 fr. 2, Piglius, Cap, 29 u. a. m. gethan haben; denn keine Quelle gedenkt dieses Statzes mit bestimmter Hinweisung auf die XIT Tafeln Bedenklich duefte es ferner sein, mit Bal- duin Cap. fin, den’ Ausdruck proquiritare blos deshalb unsern Gesetze belzuiegen, well sich bei Sidonius Apollinarius Lib. 8. Epistol. 6 die Ausserung findet: PER IPSUM FERE TEMPUS, UT DECEMVIRALITER LOQUAR, LEX DER PRAESCRIPTIONE: TRIENNTI (oder TRICENNI, nach der Emendation von Rad. Fornerius, in Dessen Rer. quotidianar. Lib, 3 ¢. 1. In Ott's THESAUR Bd. 2'S. 175) fuerat proquiritata; wenigstens geht daraus noch nichts fuer den Zusammenhang dieses Bezelehnunz mit irgend einer uns bekannten Vorschrift der XII Tafeln her- Vor, und J. Gothofredus, der in den Text von Tab. VIE Fr. 13 einschiebt: quiritato, hat keine hinreichende Beglaubigung da- fuer beizubringen vérmocht”. FRAGMENTOS DA LEI DAS XII TABUAS (Com base na reconstituigsio de J. Godefroy) TABUA PRIMEIRA Do chamamento a Juizo Se alguém é chamado a Juizo, compareca. Se nao comparece, aquéle que o citou tome testemunbas ¢ prenda. Se procurar enganar ou fugir, o que o citou pode lanear mao sobre (segurar) 0 citado. So uma doonga ow a volhice o Impede de andar, 6 que o eitou, Ine forneca um cavalo. Se no aceita-lo, que fornega um carro, sem a obrigagio de dé-lo coberto. Se se apresenta alguém para defender o citado, que éste seja solo. © rico sera fiador do rico; para o pobre qualquer um podera servir de fiador. ® » ‘mala f Se as partes entram em acérdo em caminho, a causa esti encer- rada, 10. u. | 10. ne et) sitvio A. 8. MEIA Se nfo entram em acérdo, que o pretor as ouga no comitium ou no forum e conhega da causa antes do melo dia, ambas as partes presentes. Depois do meio dia, se apenas uma parte comparece, 0 Pretor decida a favor da que esta presente, © por do sol seré o térmo final da audiéncia. TABUA SEGUNDA Dos julgamentos e dos furtos = .caugées.. .subcaugées... a ndo ser que uma doenga grave..., um voto..., uma auséncia a servigo da republica, ou uma cl tagao por parte de estrangeiro, déem margem ao impediment. pols se o cltado, o fulz ou o arbitro, sofre qualquer désses im. pedimentos, que seja adiado o julgamento. Aquéle que nao tiver testemunhas ira, por trés dias de feira, para a porta da casa da parte contraria, anunclar a sua causa em altas vozes injurlosas, para que ela se defenda. Se alguém comete furto & nolte e é morto em flagrante, 0 que matou ndo sera punido. Se 0 furto ocorre durante o dia e 0 ladrio é flagrado, que seja fustigado e entregue como escravo & vitima. Se é escravo, que seja fustigado e precipitado do alto da rocha Tarpél Se ainda nfo atinglu a puberdade, que soja fustigado com varas eritério do pretor, e que indentze 0 dano. ‘Se 0 ladréo durante o dia defende-se com arma, que a vitima Pega socorro em altas vozes e se, depois disso, mata 0 ladrao, que fique impune. Se, pela procura cum lance liciogue, a coisa furtada é encontrada na casa de alguém, que seja punido como se fora um furto manifesto, Se alguém intenta acéo por furto néo manifesto, que o ladréo seJa condenado no débro, Se alguém, sem razGo, cortou arvores de outrem, que seja con- denado a indenizar f razio de 25 asses por 4rvore cortada. Se alguém se conformou (ou se acomodou, transigiu com um furto, que a seja considerada extinta. A coisa furtada nunca poderd ser adquirida por usucapiio, A ner pas 2x11 Tésuas 169 TABUA TERCEIRA Dos direitos de crédito 1, Se © depositario, de ma {é, pratica alguma falta com relacéo ao depésito, que'seja condenado em dobro, 2. Se alguém coloca o seu dinheiro a juros superiores a um por cento a0 ano, que seja condenado a devolver o quédruplo. 3. © estrangeiro jamais poderd adquirir bem algum por usucapiao. 4. Aquéle que confessa divida perante o magistrado ou é conde- nado, tera 30 dias para pagar. agarrado e Bsgotados os 30 dias e nao tendo pago, que sej levado & presenga do magistrado, 6. Se nao paga e ninguém se apresenta como fiador, que o deve- dor seja levado pelo seu credor e amarrado pelo pescogo e pes com cadeias com péso até o maximo de 15 lbras; ou menos, se assim o quiser ¢ credor. 7. © devedor préso viveré 4 sua custa, se quiser; se ndo quiser, 0 eredor que o mantém préso dar-Ihe-a por dia uma libra dé pao ou mais, a sex eritério. 9. Se néo ha conelliazao, que o devedor tique préso por 60 dias, durante os auais sera'conduzido em 3 dias de feira ao comi- tium, onde sv proclamara, em altas vozes, 0 valor da divida, 9. Se sio muitos os credores, é permitido, depois do terceiro dia de feira, dividir 0 corpo do devedor em tantos pedacos quantos sejam 0s credores, nao importando cortar mais ou menos; se ‘05 credores preferirem, poderao vender o devedor a um estran- geiro, além do Tibre. TABUA QUARTA Do pétrio poder e do casamento 1. BE’ permitido ao pai matar o filho que nasceu disforme, mediante © julgamento de cinco vizinhos. 2. © pai tera sobre os filhos nascidos de casamento legitimo o direito de vida e de morte e o poder de vendé-los. 3. Seo pai vendeu o ‘ilho 3 vézes, que ésse fllho no recala mais sob 0 poder paterzo. 4. Se um filho péstumo nasceu até 0 décimo més apés a dissolugio do matriménio, que ésse filho seja reputado legitimo. 170 siuvio a, 8, meETRa TABUA QUINTA Das herancas e tutelas ‘As disposigdes testamentirias de um pal de familia sbre os ‘seus bens ou a tutela dos filhos, terdo a forca de lel. Se o pai de familia morre intestado, néo deixando herdelro seu (necessirio), que 0 agnado mais préximo seja o herdelro. Se nfo ha agnados, que a heranga seja entregue aos gentis. Se um liberto morre intestado, sem deixar herdelros seus, mas © patrono ou os filhos do patrono a éle sobrevivem, que @ su- cessio désse liberto se transfira ao parente mals proximo na familia do patrono. Que as dividas ativas e passivas sejam divididas entre os her- deiros, segundo o quinhao de cada um. ‘Quanto aos demais bens da sucesso indivisa, os herdeiros po- derao partilha-los, se assim o desejarem; para ésse fim o pretor Podera indicar 3 arbitros. Se 0 pai de familia morre sem deixar testamento, ficando um ferdelro seu impdbere, que o agnado mais préximo seja o seu putor. Se alguém torna-se louco ou prédigo e néo tem tutor, que a ‘Sua pessoa e seus bens sejam confiados & curatela dos agnados €, Se ndo ha agnados, & dos gentis. TABUA SEXTA Do direito de propriedade e da posse Se alguém empenha a sua coisa ou vende em presenga de tes- temunhas, o que prometeu tem forga de lel, Se ndo cumpre o que prometeu, que seja condenado em débro. © escravo a quem foi concedido a liberdade por testamento sob @ condicéo de pagar uma certa quantia, e que é vendido em seguida, tornar-se-d livre se pagar a mesma quantla ao com- prador. A coisa vendida, embora entregue, s6 sera adquirida pelo com- prador depois de pago o prego. As terras serio adguiridas por usucaplio depois de dois anos de posse, as coisas mévels depois de um ano, (A LEE pas xIr ThBuAS im 6. 10. A mulher que residiu durante um ano em casa de um homem, como se féra sua espésa, é adquirida por ésse homem e cai sob o seu poder, salvo se se ausentar da casa por 3 noites. Se uma colsa € litigiosa, que o pretor a entregue provisdria- mente aquele que detém a posse; mas se se tratar da liberdade de um homem que est4 em escravidio, que o pretor Ihe conceda a liberdade proviséria. Que a madeira utilizada para a construcéo de uma casa, ou para amparar a videira, no seja retirada s6 porque o proprieta- rio a reivindica; mas ‘aquéle que utllizou a madeira que nao the pertencia, seja condenado a pagar 0 dobro do valor; ¢ se @ madeira 6 destacada da construgao ou do vinhédo, que seja Permitido ao proprietario reivindicd-la. Se alguém quer repudiar a sua mulher, que apresente as razdes désse repidio. TABUA SETIMA Dos delitos Se um quadripede causa qualquer dano, que o seu proprietario indentze o valor désse dano ou abandone o animal ao prejudi- cado, ‘Se alguém causa um dano premeditadamente, que o repare. Aquéle que féz encantamentos contra a colhelta de outrem; ow a colher furtivamente & noite antes de amadurecer ou a cor- tou depois de madura, ser suerificado a Céres. Se o autor do dano é impitbere, que seja fustigado a critério do pretor e indenize o prejuizo em débro. Aquéle que féz pastar o seu rebanho em terrero alheio; © 0 que intenclonalmente incendiou uma casa ou um monte de trigo perto de uma casa, seja fustigado com varas e em se- guida lancado ao fogo; mas se assim agiu por imprudéneia, que repare o dano; se nio tem recursos para isso, que seja punido menos severamente do que se tivesse agido intencionalmente. Aquéle que causar dano leve indenizara 25 asses. Se alguém difama outrem com palavras ou cAnticos, que seja fustigado. a a a a | | a2 a. 12. 13. 4. 18. 16. a. 38. SiLVIO A. a. MEIRA Se alguém fere a outrem, que sofra a pena de Tallio, salvo Se houver acérdc. Aqueie que arrancar ou quebrar um osso a outrem deve ser condenado a uma muita de 300 asses, se o ofendido é um ho- amem livre; e de 150 asses, se 0 ofendido é um escravo. Se o tutor administra com dolo, que seja distituido como sus- peito e com infamia; se causou algum prejulzo ao tutelado, Gue seja Condenado a pagar 0 dobro ao fim da gestao, Se um patrono causa dano a seu cliente, que seja declarade sacer (podendo set morto como vitima devotada aos deuses). Se alguém participou de um ato como testemunha ou desem- penhou nesse ato as fungoes de lbripende, e recusa dar o seu testernunho, que recaia sobre éle a infamla’e ninguém Ihe sirva de testemunha. Se alguém profere um falso testemunho, que seja precipitado da rocha Tarpéla. Se alguém matou um homem livre e empregou feiticaria e ve- meno, que seja sacrificado com o ultimo suplicio. Se alguém matou o pai ou a mie, que se Ihe envolva a cabeca, e seja colocado em um saco costurado e lancado ao rio. TABUA OITAVA Dos direitos prediais ‘A distancia entre as construgdes vizinhas deve ser de dois pés e melo. Que os soldados (sécios) facam para si os regulamentos que en- tenderem, contanto que nao prejudiquem o pablico, A ditea de cinco pés delxado livre entre os campos limitrofes, nio pode ser adquirida por usucapiao. Se surgem divergénclas entre possuidores de campos vizinhos, que o pretor nomele trés arbitros para estabelecerem os lmites Tespectivos. Let incerta sobre limites Jardim - herdade se Choupana 0... cee oe A LEE Das xr TAsuas 173 10. ul 12. 13. Se uma Arvore se inclina sobre o terreno alheio, que os seus galhos sejam podados & altura de mais de 15 pés, Se cnem frutos sobre o terreno vizinho, 0 proprietétio da arvore tem o direito de colhér ésses frutos. Se a agua da chuva retida ou dirigida por trabalho humano, causa prejuizo ao vizinho, que o pretor nomele 3 arbitros, ¢ gue éstes exijam, do dond da obra, garantias contra o dano Que o caminho em reta tenha olto pés de largura ¢ 0 em curva tenha dezesseis. ised Se aquéles que possuem terrenos vizinhos a estradas, nfo os cercam que seja permitido delxar pastar o rebanho a vontade. (Nesses terrenos). TABUA NONA Do direito piblico Que nfo se estabelecam privilégios em leis. (Qu: que nio fagam leis contra inaividuos). © . - Aquéles que foram presos por dividas e as pagaram, gozam dos mesmos direitos como se nao tivessem sido presos; 0s povos que foram sempre fiéis e aquéles cuja defeccao fol apenas momen tanea gozaréo de igual direito, Se um juiz ou um arbitro indicado pelo magistrado recebeu di- nhelro para julgar a favor de uma das partes em prejuizo de outrem, que seja. morto. Que os comicios por centirlas sejam os Unicos a decidir sbbre o estado de um cldadio (vida, ilberdade, cidadania, familia) Os questores de homlcidio. .. Se alguém promove em Roma assembiéias noturnas, que seja morto, Se alguém insuflou 9 inimigo contra a sua Patria ou entregou um coneidadao ao inimigo, que seja morte. TABUA DECIMA Do direito sacro do juramento, Nao ¢ permitido sepultar nem incinerar um homem morto na cidade. 174 10. a. 12, 1. 14, 15. 16. sfLvI0 A.B. MEIRA ‘Moderal as despesas com os funerals. Fazel apenas 0 que é permitido. Nao deveis polir a madeira que vai servir & incineragio. Que 0 cadaver seja vestido com trés roupas e o entérro se faga acompanhar de dez tocadores de instrumentos. Que gs mulheres nfo arranhem as faces nem soltem gritos imodérados. Nao retirels da pira os restos dos ossos de um morto, para Ihe dar segundos funerais, a menos que tenha morrido na guerra ou em pais estrangeiro. Que os corpos dos escravos no sejam embalsamados e que seja abolido dos seus funerals 0 uso da bebida em térno do cadaver. Que néo se lancem lcéres sébre a pira de incineragio nem sd- bre as cinzas do morto. Que no se usem Iongas coroas nem turibulos nos funerals. Que aquéle que mereceu uma coroa pelo préprio esférgo ou a quem ‘seus escravos ou seus cavalos fizeram sobressair nos Jogos, traga a coroa como prova do seu valor, assim como os ‘seus parentes, enquanto o cadaver esté em casa e durante o cortejo. Nie € permitido fazer muitas exéquias nem muitos leitos fu- nebres para. o mesmo morto. Nao € permitide enterrar ouro com o cadaver; mas se seus dentes sao presos com ouro, pode-se enterrar ou ineinerar com ésse ouro. Nao é permitido, sem o consentimento do proprietario, levantar uma pira ou cavar névo sepulero, a menos de sessenta pés de distancia da casa, Que o vestibulo de uma témulo jamais possa ser adquirido por usucapiio, assim como o proprio timulo. TABUA DECIMA PRIMEIRA Que a altima vontade do povo tenha forea de let. No ¢ permitido o casamento entre patricios e plebeus. Da declaragao publica de novas consecragées. A LET DAS xin TABUAS 175 82. TABUA DECIMA SEGUNDA + do penbor ........ Se alguém féz consagrar uma coisa Itigiosa, bro do valor da coisa consagrada, NOS GNe Prue o dé. Se alguém obtém de mé fé a posse proviséria de uma 7 coisa, que © pretor, para por fim ao Itigio, nomele trés arbitros, que éstes condenem 0 possuldor de mé fé a restituir o dobro Se um eseravo comete um furto, ou causa algum dano, sabendo-o atrono, que seja obrigado ésce patrono a ent como indenizacao, a0 prejudicado. eee ite Fragmentos néo Clasificados Extraidos de Hotomano Que os sacrifictos religiosos domésticos selam perpétuos. de leg., lib. 2). perms core. Que o més de fevereiro, que era o ditimo do ano segundo 0 ca- lendario de Numa, passe a ser o segundo. ine segundo 0 | Qe se intereile neste més, depols das festas ao deus Ter- mino, os dias que faltardo a cada ano, pare completar 0 ciclo solar, ‘Que ninguém se arrogue o direito de matar um homem que no fol condenado, nem de conduzir arma com ésse intento. (Sal- vianus, lib. 8, de jud. et provid. — Cic., pro Milone, n. 11). Que a filha e outros decendentes salam do poder paterno por uma tnica mancipagio. Aquéle que adotou como filho um filho que o pai Ihe vendeu, tenha sobre éle o poder de vida e de morte e que ésse filho adotivo seja considerado como se fosse nascido do adotante e sua mulher, Que os filhos e filhas familias herdem de seu pai como her- deiros seus (necessarios) . Se um dos herdeiros seus, do sexo masculino, renuncla os di- reitos hereditarlos, que seus filhos e outros descendentes, na mesma qualidade, ‘0 sucecam; mas por estirpes ¢ nfo por’ ca- becas. 176 10. u 12. 13. 14. sitvio A. m. MEIRA Que 2 muther sob 0 poder do marido seja a mie de familia (mater familias) ; que ela se assocle as propriedades e 205 sa- crificios religiosos; que se torne herdelra sua (necesséria), © dle, herdelro seu. Se uma mulher bebe vinho ou comete um ato vergonhoso om homem estrangelro, que o marido e a familta dessa mulher a Julguem e a punam; e se é surpreendida em adultérlo, que o marido tenha o direito de mata-la, Que as mulheres érfiis ¢ soltetras fiquem sob a tutela de seu irm&o ou do agnado mais préximo. Que o pretor possa interditar o prédigo tomando conhecimento dos motivos ¢ coloque a sua pessoa e seus bens sob o poder de seus agnados ou de seus gentis. Que o pai de familia (Paterfamilias), que fizesse legado de seus bens, os empenhasse ou os vendesse pelo bronze e balan- a (per aes et lbram) o testemunhasse com pelo menos cinco Pessoas, cidadios romanos piiberes, além do libripende. Que aquéle que vendesse as coisas mancipt, as empenhasse e as allenasse, no o fizesse se no pelo bronze e bdalanca, na presenga’de cinco testemunhas, cldadiios romanos e piiberes. Que © escravo causador de um dano e em segulda Iberto, inde- nize éle proprio o dano que causou. Extraido de Mareitio Quando duas pessoas itigam em jufzo, disputando uma posse, que seja feita a concesséo provisoria da posse, presentes as tes- temunhas. Declaro que esta coisa ¢ minha pelo direito dos cldadaos roma- nos e que eu a compre! com éste dinheiro (bronze) e esta ba- langa... Tocal a balanga com o dinheiro (bronze). Do muro comum. ue se puna aquéle que procura informar-se sobre o nome de Sia ide de fainiia Uotaterfanttars Do direito dos feciais. | CAPITULO VII A LEI DAS XII TABUAS — FONTES DO DIREITO PUBLICO E PRIVADO 53 — Devemos inicialmente examinar alguns aspectos da legislacgao e questdes que tém surgido, isto 6, se foi uma sim- ples codificagéo de costumes ou um verdadeiro ato constitu- cional “destinado a fixar de maneira uniforme os direitos dos cidadaos” (Cug). Como codificacao de costumes teria por fi- nalidade instituir normas de direito privado, atualizando og usos anteriores; como ato constitucional possuiria carater mais amplo, abrangendo normas gerais de direito publico, entremeadas de direito privado, com o fim de dar organi- zagao sociedade e as instituicées politicas. Os romanistas nao tém sido acordes na apreciagiio désse aspecto da lei de- cenviral. Segundo Orrotan, ela reduzira a escrito os co‘-umes. 1 Conceito semelhante encontramos em numerosos escri. tores,? que véem nela uma condensagio de todo 0 direito privado. Outros, porém, entendem que a lei decenviral no teve o alcance que se Ihe quer emprestar, nem fora elaborada no século V a. C.. Ha os que negam a sua propria autenticidade, conforme jé exposto no capitulo IV. 1 OrroLan — Histoire de la Législation Romaine — vol. 1, P. 123: “La lol des Douze Tables écrit évidemment tune coutume. Elie Jalsse de cOté les détails, supposés connus, et pratiqués par les pon— tifes et par les patriciens, a qui revient l'application du droit. Elle Re pose que les prineipes”. 2° TERRASSON, ob. clt., p. 123 — “On salt que les décemvirs firent entrer dans leurs lols ‘quelques-unes d’entre les lois royales qui nvavalent point rapport au gouvernement monarchique, et qui avatent passé en contume & Rome” samme 2

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