You are on page 1of 16
Novo | de At (Um auto de Natal para © Amannaiy Cangio em torn de 26s) cCENARIO No aloo, elomentos.varlados do folcore de diversas regiges, do deve Sor riston, embora colorido. ‘Deum indo, @ direita, porta para uma lupin, entel ‘ada em erepom; mats pera 6 dentro, um jancla com viral que ‘contrasts com os demais tiemenios. Atnis da janeka deve {star ise! um exslgal com ponta ein aguoena, &esquerds, ‘um peaeno esiabnlo ot pail, Ristieo. No eenizo do paleo, patio” com tm ewan em madeira corraida. Ouleos Slementos expands! plo, tanque, tous, pare Tous ("be fedouro"), vara, et. ‘Bandolrinhas caldas nos cantos, prontes para serem utiigadas na oena devia, ‘Alves, na booa de cena, uma rede com varandas, Ao lado’ dover permineeer “0 eantador. Boral perdurado. (Coapéu Un Yanco. Tame Fut. PALCO AS ESCURAS om la tas mason ser verso eantador: — sad "Rot mum momento de esiato de pouca prost: fassubt 9 fezbo preciso aie Grau eu aisse ¢ guise: feats no poco Lago ‘hein: Bo seta espa, o ‘Som, continua: — ‘cantador quando me peatram. Dra ou falar do amor or dlsses tao Dore, embora nfo soubessem, Sempre do amor fale. Faido Mas, ainda mals premente falar agora —e hora; festa ¢ horanoie, noite, hela mais existe no a, ‘Mas tide nascer uma eancio is cm tomo de nes Ccantador: ao viotio canta ovo" 40 pé da porta mea eachorzo engatinhando, ‘40 pe do Ingo mew cavalo reinehando, ‘Ao pe do pesta' 0 men galo esta cantando, [Ro BS do fstiuo teu ator me reclamando. 14 for, 305 a da rae ft gra, 9 Ina bis deni 420 pda pall tou sorriso me sed, (eu entro ¢ rez 0 "pelo sinal da ert”, ‘Te enlago e faco ets dois Novo JESUS, nquanto o cantador interpreta, desce uma pequena Is vvermelh no fund do paleo, esquerda. "No sbis"'« meiea defaa'o andamento lento para entrar ‘mum movimento acelorad. Ad inilo ‘desse” movimento, tomdemse es uses ‘As pastorinias entram pela lapinha © dangam ao som ia mis, Terminada a danga, as taxes se apegam. As pastorinnas ‘sae pela lpn Fea apenas n Tar wermelia qu irk Der. Ianecer duraato iodo 0 expeticuo, © ator que faz 0 “eantador”, deiza sun posigéo, eam ia até tvesuerdn, no fundo do paleo, onde ex © pecueno “estdbuio™ ou "ptiol” Hs entze’ 0 ator de Wrance una attiz ‘vestida em. negro ‘(hudaiena) time eonjuneae arnal‘simbdlica, Despedeman wagarosaments, A atti Sl, (ator foma sua por Sniia. AAs luzes se acendem, © povo entia (aio pela pina) «¢caminha vagurosamente pele paleo. As tilleres Jeng) na aoca. Os omens, cabect curvada, Nao se comuniit. cantador: Gente triste que gente triste fea na esquina aera mening — ra deseansar Jnelaabert, eu pussando, pra me encontrar, ue gente triste tin este mando ‘querendo fund, fneonerer pad Vivendo a sorte, e tsporando « morte bis § nem ssbendo ‘ue gente triste due ¢ todo mando, sual a mim aque eho Mas 6 precisa fora & gente, Sorsir contente fue eu me eicontre Enavinto o cantador interpreta, 0 povo vai saindo cam apenas dois ou trés stores no’ palo, nira Gabriel, do publeo,saltande como um “angino, sins abertas, anulando para 0 ator stores no baled 26 GABRIEL — (ALEGRE). Madsiona ‘6 grévida! Madalena, ‘ints iad a grid! ATRIZ— Madalona? Quem te contou essa besteira, Cabri? Ganiie, “"nu‘oet Bu seit ATRIZ — Mas ques falot, Molequs? GABRIE, —"(AFOBADO = ALEGRE, TOCANDO A FLAU: "TA) — No sel. Mas eu sel Nao sel quem fol sas fu self 2 sent, Hla td gravida. Hla td com arriga! Thi (D4 PULINGIOS, “COM AS *ASINIEAS™ ABE "TAS, ANUNGIANDO). Hla tgrévidn. Vat ast va ATRIZ.— (CONVENCENDOSR), Madatena, grvida?? (SAE, PRA CONTAR), D. Neng, su Bento! Madalona. 1 trivida. (ALVOROGO NOS BASTIDORES) Madara term bareiga de’ ovo! ENTRAM ALGUNS ATORES NO. PALCo, ‘COMUNICANDOSE, ATOR — Quesn? Madalona?! Vingem Mio! No falei quo ia dar isso? ATRIZ — Usi, © nio ¢ bom, sou Pedra? Madalens té buch ‘da, i Duchdal Isso & to Povo, ® nosso! Antz “ CENTRANDO). E'nosse 0 qu D. Nata? ATRIZ — ‘0 Flo. da talons, Aadslena ta com bacho na barrisat (GABRISL. ESTA “TOCANDO. FLAUTA ‘E DANDO PULINHOS), ATRIZ — Madalena! Mule de Deus! quem € 0 pai? ATRIZ — x precisa se sabe 0 nome do deagracado, D. Mar tal? Precisa nao. Hlo ¢ nosso, #0 da stadalens, ‘ATRIZ — Vou contd pro Maneoo, Ele val fied tare. de Invoja. Quem sae, hole ele resolves nossa sit, Sab: (NO PALCO CONTINUAME ALGUNS aTORES. AOS POUCOS VAO SAINDO) (ENTRA MANUEL) ‘MANUEL — (COM A MAO NA BOCA, ESPAWTADO). Ser que ea escutel dizeto 0 que 0° povo aude dente? Madulena 1 gravidat (PAUSA, RESOLUTO, BATE O Pe OE SE ALEGRA) Madalena ts grivica! redo, que gostosol-GINCISIVO). Mas eu ni quero ‘oem sabe Eu nfo fui, tenho cevteza disso (SAT APIIMANDO) ‘Madalena ts grivida... mas eu ‘nio ful." et nso Fn a (ENTRARAME AS PASTORINHAS. UM COR- DAO AZUL, OUTRO. ENCARNADO, PANDE. Ros BNFEITADOS NA MAO. CANTAM E DANCAM UM AUTO PASTORIL). (DENTRE ELAS ESTA TAMBEM A CIGAN®). Rosnoite meus senbores ‘Viemos eumprinentar sstora ja vem raiando, io poriemos demorar [és somos as pastoris CCantamos um Nove nascido No ventre de Madalona ‘Tho pobre e sent to grande Pen deabr noses pees Acotak nossa Romenagern Oeaito de nosso amor, 8 fino do Asaatena ‘Pri reaimir nossa dor ‘Agora vamos emibora Gio 9 gato i canton amos seguir pra finn Que Tt nique fio. (AS PASTORAS SAEM PRLA LAPINEA) (eNTRANC UM ATOR E UMA ATRIZ — EN- FEXTADOS — COLORIDOS ~~ POLCLORICOS) [ATRIZ — Bos noite mous sennores ‘Meus senhores minhas senhoras Nos vans spresentar ‘Uma ‘estela Sem demoras Mas pra ioso vamos gastar Plo menos eat horas ATOR — Boe note minha senhores, ‘Minhas senboras, meus senhores, Nés vamos apresentar Uma estéria de louvores, Estria de fore ¢ sede, Mas também do mil mores. ATRIZ— GRUDANDO © RETMO DA PALA), Esta estdria tem tuo, ‘Tem isos, tn coin séria fin do. bem © 0 mal dia quem e-da misria, ‘ATOR Pain dos campos, dos montes, fata de gente e do Povo Dorgul fala sempre’ do NOVO! (© FOVO ENTRA ALEGRE, GRITANDO: Novor Novo! NOVO!) (CANTADOR — JUNTAMENTE COM 0 povor “cangio do meu pore" Met ovo. mestien fe vida been pobre ‘Rsquoca’o lamento f vamos cantar hinguam 6 10 rico (aae flea nn esta Dov mats vale @ ora fe sempre cantar (ENTRAM AS PASTORINHAS, PICAM CAN. ANDO E DANCANDO NO PALCO. 0 POVO ‘VAT AO POBLICO) Do peito ¢ da, aime palavra sem ehoro" mul notes em caro hos vamos rar cantar pelo mundo fauenda.¢ esta ponte ‘Sem verses. plangentos iver de sorriso ‘crime de erenca fevando Sentence amor cance ‘iver de sorriso Tarimo e de erenga fevando 1 sensonge o amor 6 cago, (A CANGAO # REPETIDA. 0 POVO E AS Pas. ‘TORAS CANTAM. AOS POUCOS VAO SAINDO ‘TODOS. AS PASTORAS ‘PELA LAPINEA). (CANTADOR CANTA So) ‘Madatens, Madaiena fom a flor da aqueena 20, 68 Madalena, 6, 6, Madalena, Madalena fem sou entre eu quero morar (TERMINANDO DE CANTAR, PAZ: PAUSA) (ENTRA PELO FUNDO DO PuBLICO, DONA D, MATILDE. — (BACIA DE: ROUPA NA CABECA. BRAVA.) rauela cael! Dena ela entrar em casa quo eu v0 emf tranca na Duda ‘deat Spit, (SOBE NO, PALO, COLCA A'ROUPA NO TANGUE, VAI, DEPOIS, PENDURAN- Do AIGUsIAS NO VARA, N/DIREITA B OFALCO) ‘Nto set porque o patie mandou agus taladeira mo: ar pareicemeln com o meu rancho, Tava bem eu, euitha, Agora, fica h note itera, ela, conversands ‘om os que eiggam pra no set 0 qué, © sem dela "fete Gorml soaseaada. 1 depois Wve. disdo” oo batt que eu é que fogo das minhas. Que eu € que Sou Toon, Deis Uma hora ew peso ela de fo, ‘evo trd 0 couro dela Ermplaiot (VAL PENDURAN. BO'AS ROUPAS). Bla valve onde ta mun toucurat ‘Td vont de czas eadloe dat (PAUSA). Guipado & 0 patrto, aquele gordo, vagebundo, que 20 fae macdar, mas foo sng msemo, qu bom, ‘Mo faz. Aindn teve 0. descaramento de me promiet Xuma caainha, pra et mora, sem scr paredeo mea [Aereito, han? Bou fonta? But Ele penea, Desa ‘You mostrar pra ele com quanta trancas se fan ‘canoa'¢ com gusstos pas 56 despraga Uma banda! (ENTRAM OS MOLEQUES, DENTRE ELE, © GABRIEL). D. Minti, do sala ro, fovanta w sala (® MATILDE PICA PURIOSA E COMECA A SOGAR ROUPA NA MOLECADA QUE BRINCAD, D. Maite fe saa peta Fevanta @ sa ‘emostra a» pemota! D. MATILDE — Desgracados. Lowes 6 mite do tinhosot Vio ‘watnli, sous vigabundos. to pensan que S80 due ‘etm o patio 67! (D- MATILDE ESCORRAGR & MOLE CADA).(CONTINUA.-A. PALAR, ESTERDENDO. AS ROUPAS). Mas eu pes. Ela et pogo. Fa Des quae, uma hora eu fago 6 dabo eam eee Tuberio vogue 6, fag fy so tag GADRIEL — CSNTRANDO) — 0, D. Matildet D.MATILDE = YBRAVAY gue fei, moleaue! GADRIEL — CTOCANDO A FLAUTA, PULANDO COMO UAE ANJINHO), A senhora sabia? D, MATIEDE — 0 que, moleque? Ve se tala! GABRIEL ~ (ALEGRE) Madalena ta evdvida, 6 oom. Yoatriga, Ta buchuda D. MATILDE —"CINTERESSADA). Mudalena? quem fa: Tou? Quem ‘for? GABRIEL — Bu nio sot $6 set que eu si D. MATILDE — (VOLTANDO AG SERVICO) — 74 6 com syed ng cat, Gail. Cote ino dea GaDRIBL —~ Mas € verdade, D, Matilde! Até 0 patrio ja ‘abe! D. MATIEDE — E quem 6 0 pat? GABRIFT, — Nao sel no, Perguntel, mas Madalena mio dix, ‘Se meu pal ou mie foscam vivs, eles me talerath Bem que eu eueria siber. D, MATILDE — saber pri qué, 6 moleaue? C8 ach que ‘menino precisa saber dessts Costs? GaBnIDt — Saber pri conté pros outros, ué! a D. MATILDE — Fj no eontou! 34 contou que ela 4 de Meigs © io ia € bantam, Prossa eer do psi?! Deve ere 2 GAMRIEL.—Néo 6 nfo, Acho que nfo, Madalens nio diz GAMRTItDE ““'Madalena # ladina. Por isso eu gosto deli. Pur ns coisas e a0 lz pri minguém. Faz © pronto. Te tito. Gost, gosto, nun gost, se dan. apne. Msdatona ¢ resolvida, D.MATILDE Eo palrao? GABRIEL Diz que cla to vn parar do servigo, nfo, “Arar Hela, falou ele, Sennora hao acha que ele devia ter ‘Smeldnela da barge dela, D. Matilde?! D. MATILDE — (BRAVA). Que consciéncia moteque! le MrT comancin do tarrigho dee Barricade MS titeon, pra ele ¢ problema grande. He quer € scabar fom sep Sua fora que nao. se culde, ni! GABRIEL — Mas ele devia, no devia? Eta no xa poder GSRRIIEDE (CORTANDO) — Conseténea deles, mole quel Conscieneia ¢ tangs de galinn gorda ni mesa isso que ¢ a comseinela daquele. vagxbundo mat Gator, (0OTA"ABAGIA NO. QUINTAL © SAT). Mas Sinus eabega € qe nao se erga, Fase negocio de ‘onseltneia no tne pega mals ato. Depois da, morte fan Joao eu que desconfio. Promessa ¢ ferr0, Tas Ag Torro se toner, Eu quero € terra na (err, que {rea no cou ext jo tenho, Uma hora eu prgo de jito ety tun alo. SAI, FALANDOY, ale ds feegado, agate yagabtando.-. Poveio... Peo 08 dois Bream... Mat (MANUEL ENTRA CANTANDO) ‘Um motivo bem bresietro ‘vou mostrar no estrangeiro ‘quero boar pra quebrar Ser nove Carmen Miranda fauero catourar como a band {Bi quero desabatar, GABRIEL — 6, Manvel. MANUEL — 0 que ¢, moleque? GABRIEL — Vout sabe que a Madalena t8 grivida? SGNtrer — Ta Bu sei Mas nao quero nem saber. Esse ‘esoal vive fazendo asalres e a gente € Gem pA BSaro, Bu td eontente com tudo. Muito em, mesmo. ero '¢ curt uma bos. 2 Games. — ates nko ¢ bom iso? SENGEC — ahs a eu io. Numa bom tote. vs the manda po stangete pr Brot {PAU Same posal dagul penta que we reformat {do coma gun, EAs Ba Salo or Bes See eet s rene ic a sae commis Mas faint go fb a, MANUEL, — Noo vein tot At vock, CM Of 1 Tein eo ml dtememy asia crea te TELAT basin como dine cn “tars ‘evo peal nies at delat Si Geo orto cn Ds, enous da canna hts fils dea Cua Nove! MANUEL — el gus coors, Cabri, Um novo o a, Taskague? Wack freien owes pore da! Pore oe fetes € gem de oe! 0 pes lo nara ‘Shoot peo gun to asunder hook SOAP cit oR Waa an ey ie 2S Ghgrage inca Ccavetet aft voc no tab pra er MANUEL — for nso men leh sa da eas li teh emcee haan td ae ad © ca a, equ to fr ore 9 ese tran. id's nic! aie eke a slabs cat ui wort aro GABRIEL — No tno de Masters? Sian — BE HG Totten 6 wm tang, moleaut. ole tem au dened ropeano. Neri rt Serinds bd Stat ot es nate ane ES eng oeid'von' Tobs a So TiS Eis tc un fein te sone Sabai oer gt ne wea a ee coanmi Mc i nll eee SIRNUEL — (SENTA NO PHLAO)"AL ste saplo 6 me Tico OO, Buh ale fll aoe 1 neue to Gi foe? wu nde Bess nls omit ok Sp tuna, Saat fh, Bios tel Hes Yolo dt ‘la isis gir pale inana, one a ee Sten petal iar ia us a Se Sa i cd oa." ty mine a na stand qmiguor a0 pest tt Gace Por ns, loge loge, eu me mano. Vou pro estrangelr, Geant tin asin qo oe vl tina at (MANUEL — (IRRITADO). Mas, mas, mast... Ib, Gabriel ‘que tontelra. Voob 6 sibe falar raas, mas) mas. Doyou a mania do pessoal,

You might also like