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(© Antonio Sidslam, Antonia Carls Wolkmer« Samnel Manica Radzell organladore), 2016 contaros: edifur ators da FURS ua Ancinlo da Veg, 140, {9012-900 Blumenaw SC BRASIL Fone (047) 321-0329, 3321-0330 3321-0592 Correio letrOnea:eatora@turbbe Intern yrovefurbbr editors Distbuigo: itera da FURS a Faltora Nova Harmonia ana postal 60 98154000 Nova Petrspoi/ RS ‘oaditoranovahermonia.com by, Depo legal na Blots Nacionlconfrme Len 10994, ‘de 14 de dezembro de 2008, “impresso no Bras / Printed in Broil” Blaborada pela Biblioteca Central da FURB 23¢e Enedopétatne smercan dos distor hans /oraniadoras Antonio isha ws otal -Bhmenau Eau; Nova Petopolie: Nova Harmonia, 2016. Feoper- ISBN 976.85-69578-95.0 Incl bop 1. Discos manos. 2, Diet ncernaional-3, Cada 1. Sieum, Anon. T Thal. cop 3427 invice ArH or 0 om 2 AESSOA IO 1% 2 sssssons UNDA POPOL. = © fovostatno-nienesn s 22. eruoasaoenn “ 23, canomeskosoe “ 25. CONDIOBEEETRNCER cna 4% 26 canserUCONNLeHoRUNERTEND * Commamosrors = 2 oactangiownivenent = 23, DRSENVOLMIMENTOSEONOMED cvoness? 25. oxttoco murat utranas.. we 2, oMMUNsoEsD0s omerros:oUAvor. a BA DIEITOARC UA 2. omarroavis. 32, pinto a0 ausvo Ponce me Ica ANGOMEIAEIABEOHUMITARLTA 3 DINEETODACRANGABCOADOLISCHTE 223 binsrro senrsisrbcs Aaunemmagtonnequana.. ad ‘meros.conutcoe. srossuouanoetuismagio, HOS HOMANOS NANCE, RE (05) DIRETOS HUMANS nn 8 EONOSIASOLDARI ene OVER TOILET soueagio atremoas soueagAo unica rorviat soucaghororvtan uosorIA OA LOHRTARAD.. on socALMONDIAL. sromizagio 00s pros HuMANos. DIVERSIDADE CULTURAL ‘s¢ desenvolve plenaments em contato com utes cultures, opatriménio, em todas as auee formas, dave ser preserado, realrado e trans rmitido as gearoes futuras como testemunho dda experiincia e dae aepiagdes humanas, a fim de alimentar a criatividade om toda a sua diversidade e inspivar um verdadeiro didlogo fentve as culturas. Como o explicia o artigo 8, ‘ante daz madancar econdmicaz» taenol6gi- ‘as atuaie, que abrem vactas perspectivas para a eriagho ea inovaclo, dave se prestar particu lar atenglo i diversdade da oferta crativa, a0 justo reconhecimento dos direitos dos autores fe dos artista, assim como 20 carter eepecifco ddos bene e eervigos culturaia, que, por sere pportadores de identidade, de valores e sentido, ‘no devem ser considerados mercadorias ou bens de consumo como os demas; e segundo fo artige 9, as politias culturis, enquanto ‘gatantem a live circlacio dae ideiae e das ‘obras, devem criarcondigées propicas para a ‘producto e difusto de bens services culturals Aiversfcados, gragasa indGstriascalturais que disponham de meio para dezenvolver-e nos pplanos local e mundial. Ao mesmo tempo em que respeita suas obrigagées internacional, cada Estado deve defnir sua politica cultural f aplici-la utlizando para iss ‘os meioe de ago que julgar mais adeguades, quer so trate dds modaldades priticas de apie ou de marcos regulatérios apropriados. Notas 1181 Concordamat com a formulae heldeggeriana, ‘que, 29 menos desde Ser etonpo (1977 através de suas diversas obras, como. ex, Contrbugesparaa lose Acreads even (1996-38), "Conse hab tarpensac* (1951), Ou significepenser? 1951-52), ftey relma a peguntaexquerda pela metaisca acerca do proprio ser e, a partir dela, uma noyzo ‘mais originiia de pens, vedade, ser humano, ‘tc, a partie do que de cha de“ outo comeso {So pensar” em reapio comometaisico, quer otea ‘no ee como acontecer 182 Assumes agua peo ‘posta egeliana, Linhas fundamentals da flosoa 15 diet, ent Se propestas eontatulinr de Hobbes Rousseau, na medida em que nos parece ovement signet, a sia! stuapSo plies ‘ra, anecessdade de partirde eabucar todaaco- ‘unidade em sua plaraldede de sujelts ietricor {Tee deve evr rcenhecdon come anee plc. 183 Come rcenhece Boaventara do Sous SANTOS, Penzarel ade ylnccedd: esac (2008), aprendendo do Su sto & dos pales naBes que ‘ale soferam 0 capialsa global «dar pritest Inovadoras qu orto #9 deronvolvendo et signs doles, ex. Bolivia. 186 Pcl RICOEUR, om "2 ay ples" Educ y pola, 1986), referndor $64 aconalidade econdmic-socil em intersego om sexfera pola + a dea que coeesponde 2 ambas, asume esa reformalaio a economia feta ‘or Hannah Arend, segulndo a wadiaaarittdis mane em mo a zetinent de injurtien et onto sodas pela socedades contempe- ines entre 2 logis da industrilizayto e a antiga ‘adonalidade dependente da experiencia plies dos pres. 185 Batre outos autores, Hans JONAS, Elyrindpaderesronsebidd: ensayo de una eke para 1s clecin tecrligica 1879), Herder: Barelons, 1095, insists ning. 188 BARTOLOME PINA, 2 ‘CABRERA RODRIGUEZ, F Sodedad malteulurl Y eludadaia: Hacia una sociedad y cudadania Inqerutuales Revita de Educa, Buenos Ale: Direcin General de Becaelas, 1-4, 387 Dente as Inlctivas neve sentido abe meniona 2 10 ant do Férum Social Mundial em que sed un espoyo ‘ada ver male compartlhtdoe numero de hate emecrtin de ideas, aprofundamante da refeso, Tormulago de propostas, toca de experince © ticagto de movimentes seal, reds, ONGs © ‘utras organises da eotedade cl que optern 430 neolberalemo e a0 dominio do nda pelo ‘lle por qualquer forma de impriatomo, Depts fo primero encontro und eazado ers 2001, ‘ers Dota Alegre, rar ele en configuos como um ‘proceso mundial permanente debuseaeconstruio Ge alerativas as politica necliberis. Ess defn (lo esta na Creede prin, se pencil doce ‘eno. Caracteren-eetambim pela purlidade © pela dlverstdade, tendo um carster ni confessional, ‘ho goveramental e no partido, propendose fuaitar a artclato, de forma descentelizada © fem rede, de entidades e movimento: inserides er ‘ites concetas, do nivel Teel 20 iteracional, pla construpzo de outro mundo, mas nio pretnde Ser uma iatinciarepresentativa da scedade el ‘mundial, dado que o FSM nzo€ uma entidade nem ‘rn organiza. 188 O Projet Diversidade Calera ¢ lnertalealiade em Eacado Superior ra Andree ‘atin do Istcato Univeral da UNESCO para 2 [Edueagio Superior na América Latin e no Caribe (UNESCO TESALC) incu suse atividades em jako 4e 2007 « contou com a valions eaaboraio de 58 pesgussdores, de 5 incites de educagio ir eror (IES), em 11 patses latino american, gue produseam 52 arta dca. Bibliografia Come resultado dessus pesquisa fram publicados tates, em verso digitale rmpracs: 0 piel fol Diversidad culurale intreulurtiad en edi= cccién superior experonciae on andrea Latina, publicade om 2008 e reeitado em 2009 enn coe ‘ipo com a Universidad Vercruana; 0 segundo, Instuclones ierculurles de educocin eiprion fen dmirice Lathe: procetos de consruciin, ries 1 oportinidadss os de 2008; treo, Edie ‘acin Seren Colaoracin intreulra y dsa roll sosteniblobuen vir eperiencas on Américas 1 Ve Picotti DIVERSIDADE CULTURAL RELIGIOSA ‘As rflexce, sinaliagbes, quigs breves (pré) voeardesimersas nerte verbete buscam cami har eresprar a partir com as sie abertas da ‘bya Vala - América Latina", historiamente explorada e violentada, Ferida e mutilada fem suas entranhas 2o ver seus filhos ¢flhae sucumbirem em suceesives genocidios etno- ‘idios com intuito de desmantelar saberes, ‘onhecimentos, cultura e veligisidades que finda continuam resistindo valororamente dante do jugo opreser, (Rejconhecer a diversidade cultural religis Jatino-americana¢intrinsecamente eeJconle- ‘era sua histéria de ressténcias, Resistincas contra todos os tipos de ignominins# violén cas que se configuram em um (.] processo de Jt profundamente ancorado na ca. Deluta contra qualquer tipo de violénca, De violencia ‘contra vida das arvores, dos ros, dos peises, das montanhas, dae. cidades, daz marcas fisicas de memériae culturais e historcas. De violénca conta os facos, os indefesos, contra as minorias ofendidas. De violéncia contra o discriminades nao importa a razio da diseri- ‘minacio. Deluta contra aimpunidade que et ‘mula no momento entre néso crime, ¢ abuso, © desrespeito aos mais fracor, 0 desrespelto ‘ostensivo a vida (.] Luta contra o esrespeito coisa publica, contra amentira, contra falta de ercripulo. E tudo izeo, com momentos, ‘apenas, de desencanto, mas sem jamais perder ‘aesperanca (MAGRI, 2008, p47) Essa éuma ua por dieito edeveres para com, ‘a Mie Terra em sua multplicidade de elturae, DIVERSIDADE CULTURAL RELIGIOSA simbolos, mits, rtos e historias Tatarse de compreender e defender as forgas simbélices ‘que revitalizam constantemente culturas, territériose teritorilidades como um poder Imanente as préprias dversdades culturas, ‘que, em seu interior, abrigam ae dversidades religiosss, ara Bonnemaison « Cambrézy (1996) apud Costa (2006, p. 72), [.] 6 poder da ago tersi= torial revela que o espago esté investido de valores nio apenas materiais, mat também icoe, esprituals, simbélicos e afetivos. & ‘ssim que territrio cultural precede o tert to politico e com ainda male rao precede 0 espago econsmico’. Enquanto seres s6cio-hstérco-culturals, os sujeitos se singularizam na trama de rela- 8es entre © universal ¢ o particular onde fem continuo (e)eaboram conhecimentos, simbolos, sentidos esignifiades, bem como se spropriam e produzem elementos de atoiden- tifeagdo, pertencimentos e esisténcaeindivi- duals e/ou coltivos. Av diferentes vivincss, percep¢6es,claboragées em relagio a0 sagrado integra 6 substrato cultural dos povos se ‘onstinuem em um rico manancial de esberes © ‘onhecimentos a fomentar, confltaredesafar terrtérios hegemonlcamente forjados. A dlscussio © 0 (eeleonhecimento da diversi= dade cultural religiosa na Amétca Latina sto recentes se comparadas A evisténda desta diversidade que perpasea os aéculas © jé se facia presente antes das navegacdes coloniza- doras no final do século XIV. (Re)conhacer & diversidade cultural raligiss ltino-americana também reconhecer a resistncia ea lta dos ‘mals divesos povos em suas foras de conti- imusrem a vivencar as suse cultura dentida- es, saberes ereligiosidades. Registros orais © escritor - presengas da cultura material e material dos milhates de ppovos origindrios da América Latina ~ sto testemunhos vives de embates, opressdes silenciamentos histéricos. Conguistas e atos de poder quando nio diimaram suas histérias e culturas hacearam mutilr sae ontranhae [para que seus suspros mio mais exalasser ligdes de sabedoris, perigoso combustvel para DIVERSIDADE CULTURAL RELIGIOSA rebelibase possvels levantes de ignorantes ¢ incultes, Escravizades, estes powos civeram seus saberes e couhecimentes invsiilizadoe fe suas Hnguas e religiosdades foram mini rmizadst o trinsfguradas em atos de magia € ‘ocultsmo (RAMPINELLT; OURIQUES 1996) Exemplosio o5reglstros que advém dare ‘conhecida por Brasil a0 apentarem que antes ‘Us chegids dos. coloniradoresportugueses festima-se que ali viviam cerca de 6.000.000 pessoas (INER, 2007), distrbuldas em 1.400 povos distintes, pertencentes a 40 familias linguisticas (HOORNAERT, 1992) com seus respectivos saberes, conheciments, vivéncas fe eeligiosidades, A rica diversldade pode ser ropresentada pelos povos como os Yanoma- smi, Tukina, Maribo, Tenete-rs, Canela, ‘Mndruks, Urubu Kaapér, Kaingang, Guara- ti Kadiveu, Xokleng entre muitos outs (5 processes de colonizasio especialmente portuguesa eespanhola, nos palseslatino-ame- ricanos valerarmae da concepeio etnocéntics, ‘ovientada pelo ideal ocidental-eurcpeu-cis- to, para justfcar a escravizario, 0 etnecidio ‘0 genocidio dos povos jt pertencentas&Abya ‘Yala. No campo religioro,Crst6vio Colombo dedlarou que por estas terras no existia reliiso, mas com 0 passar do tempo os colo nizadores(r)conhecerama presencadeoutras ‘expresséeatligiosas (MELA, 1992), Contudo, este (teonhecimento ndosignifcouaconstar tag da divesidedereligioss, mas a acusagho de priticas rtuallticas idlatas © pagis, portanco, era necessirio crstianiztlos para tornaremn-se humanos. Nas palavras de Bato- ‘meu Mali, profundo pesquisador da historia {ndigenalatino-amaricana,critianizr era cil= lisarecvlcar era crstlanizar (MBLIA, 1979). ‘A rasistincia dos diferentes povos em e com seus sbores,tadiedes erligiosdsdes Ingo A lnefidcia parcial do projeto erst civilizats- so colontzador. Apesar das sequels deixadas por este modelo que negava culturalmente ¢ religioamenta, estes mesmos povos ainda hoje baseam reconbecer-se em suas identida- ides ancestris e construtralternativas para recuperat ot saberesqueistoricamente foram sculturades/ineslewrados, 322 A dversidade cultural religiosalatino-ameriae za presente desde os tempos das calonieagoes st8ce dias ate nfo ce atém s multplicdade de milenares povos indigenss, portuguases 2 ‘espanhis. As matrizes aeianas, do qual part cipam diferentes povos como os sudaneses, yorubée, mages, gegis, ewes, hauss, bantos © tantos outros, outros povor de matizes ‘europeiae como ositlianee,slemfes, ingles, Ibingaros,franceses, para cltar alguns; poste: rormente povos de outros lugares do planets, ‘como 0s japonese, sriollbaneses, turcos, fentre tantos outros conetituem a riea divers dade cultural eeligioes da América Latina (0 fundamente da dversidade cultural ests tna multicultralidade. Todo legado humano dicse na multipliidade de suas culuras. As rmileplas formas de um povo ser faz dele tum pove divereo e diferente outro pove e ‘utes cultura, Todos io diferentes 0 que nos ‘compde sto as nosrasdiferengas. Nessesent- do, diversos nfo sto apenas os individuos, mas também os seus modas dese, pensar eagir. A diversidade cultural religisa, uma das vta- lidades das manifestagbechumanae, épermea- da pelasriquezas ques constituem sesim como pales confites, que decorsem em virtude de fa Taiz ontoldgica problematizadora. Dife- renter #80 o8 quertianamentese miltiplos 0s eslencontees, que entrossaberesepriticas dag rultas elturas, contextoe e aujltos vie construinda dialeicamente conjuntos de ppercepges, territrios e teritrilidades fem relagio ao imanente eo transcendente, 0 sagrado eo profano,e humana eo divine, ‘Todo espayo de diversidade & também um empo/agar de e para a alteridade.O ser eutro como um diferente nas suas diferengas 60 ethos da. dversidade cultural -viver a cultura dos ‘iferentes, das dentidadese das construgoes ‘ubjetivaseinteroubjativas. As clturas na ua onstrugo mltcatural compsem © eampo da alteridade. (© preimbulo da Decaragto Universal sobre a Diversidade Cultural - DUDC (2001), afi tna que as culture devem ser consideradas como “[uJ © conjunto dos tragor dstintivos ‘eepiituas e materia intelectualse afetivos ‘que caracterizam uma sodiadade ou um grupo social ¢ que abrange, além das artes © das letras, os modes de vida, as manelra de viver juntos, os sistemas de valores, as wadicces eas cengas" Exist um diet intinseco« cada indviduo 0 direto de ter drstor. Eo dito deter Aireits coloca-se come condo de universal- dade - todos tem o diclto de sever reconhe- cides como diferentes em suas diferngas. © peessuposto de enitincis da diversidade cultural religiose & 9 mitue reconheckmento ra experincia da vida social e comunitirin como um direto de pertencimento e diferen- 2 riquezae patriménio de um dado grupo socal. A DUDC (2001) afirma em seu artigo primeiro que, (.) a eulura squire formas diversas através do tempo e do expayo. Essa diversidade ce manifesta na oiginaldade ena pluralidadedeidentidades que caracteizam os _rupos eas sociedades que compdem a huma- nidade. Fonte de intercimbios, de inovagio © de ciatvidade, a dversidae cultural, pare 0 género humano, tio necestiio como a divers- dade biolegica para 2 natura, Nese sentido, ‘constitu patrimdniocomum da humanidade edeve ser reconhecia econsolidada em bene ficio das geragbes presenter e future, As diversidades cultural religisas~ relages tecidas em e com diferentes culturss em espa {9s vvidas e memorizados - efletem diferen- tesethos do buscar ser/etar/farar mano ern Dbusea de um constante humanisare. O set Jhumano éum ser cultural e social na qual dese constitul como saber episeemicae valorativo. ‘A diversdade de culturs, lsu onde também se dio as relagdes e interelages na abran- sincia dos fenémenoe reigiogos, ge apresenta fenquanto tempor/espera/lugaree para outa vivdndaseGicas, Neste sentido encontramos ‘pa DUDG, art. 2, (2003) que, [1 em nossas sociedades cadaver mals diveriicadss, torna-se indispensivel granticuma interario Iarmoniosa entre pessease gropos com idea- ‘idades culturais a um e6 tempo paras, vaia™ as © dinkmics, assim como sua vontade de

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