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Farmacoeconomia G4
Farmacoeconomia G4
INTRODUÇÃO À FARMACOECONOMIA
Discentes:
Amir Geraldo Mumala
Antonio Januario Tove
Argentina Maria Ramos
Hélder Francisco Jamisse
Docente:
dr. Carlos Daniel (Farmacêutico)
INTRODUÇÃO À FARMACOECONOMIA
Docente:
-----------------------------------------------
dr. Carlos Daniel
I. Introdução..............................................................................................................................5
II.1. Farmacoeconomia........................................................................................................7
II.1.1. Conceito de farmacoeconomia................................................................................7
II.1.2. História da Farmacoeconomia................................................................................7
II.1.3. Conceitos em Farmacoeconomia............................................................................8
II.1.4. Principios Gerais dos Métodos de Avaliacao Económica dos Medicamentos........9
II.1.4.1. Perspectiva de análise....................................................................................10
II.1.4.2. Fontes de dados.............................................................................................10
II.1.4.3. Comparadores................................................................................................10
II.1.4.4. População em estudo.....................................................................................10
II.1.4.5. Avaliação do efeito terapêutico.....................................................................10
II.1.4.6. Horizonte temporal........................................................................................10
II.1.4.7. Técnicas de análise........................................................................................11
II.1.4.8. Identificação de custos...................................................................................11
II.1.4.9. Medição e valorização dos custos.................................................................11
II.1.4.10. Medição das consequências.........................................................................11
II.1.4.11. Análise incremental e total..........................................................................12
II.1.4.12. Taxa de actualização....................................................................................12
II.1.4.13. Avaliação do impacto da incerteza sobre os resultados...............................12
II.1.4.14. Aspectos éticos e de procedimento..............................................................12
II.1.5. Tipos de análise farmacoeconômica.....................................................................12
II.1.5.1. Analise Minimização de Custo (AMC).........................................................13
II.1.5.2. A análise custo - benefício (AC B )...............................................................13
II.1.5.3. Análise custo - efetividade (ACE).................................................................13
II.1.5.4. A análise custo - utilidade (AC U )................................................................14
II.1.6. Aplicação dos estudos farmacoeconômicos..........................................................14
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I.1. Objectivo geral
Compreender a relação entre os custos e os resultados clínicos de intervenções
farmacêuticas ou de tratamento.
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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
II.1. Farmacoeconomia
A farmacoeconomia é um campo interdisciplinar que teve suas origens nos Estados Unidos nas
décadas de 1950 e 1960, com estudos pioneiros que ajudaram a lançar as bases deste campo de
estudo. Joseph B. Brady, um farmacologista da Universidade de Cincinnati, é amplamente
reconhecido como um dos primeiros a aplicar métodos econômicos à análise de terapias
farmacológicas. Brady publicou seu trabalho seminal em 1959, intitulado "Análise
Farmacoeconômica", que explorou o custo de diferentes opções de tratamento farmacológico.
No final da década de 1970, Bootman, Rowland e McGhan, da Universidade de Minnesota,
introduziram os conceitos de análise custo- benefício e custo - efetividade na área de farmácia, em
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um jornal de grande circulação entre os profissionais do ramo: o American journal of Hospital
Pharmac (3).
O termo farmacoeconomia surgiu na literatura em 1986 com a publicação do artigo "Post Marketing
Drug Research and Development" (2).
A Austrália foi o primeiro país a aplicar e elaborar diretrizes para a avaliação econômica de
medicamentos. Posteriormente, outros países, como Canadá, Inglaterra, Espanha e Itália iniciaram
estudos nesta área. A análise econômica tornou-se uma parte intrínseca da tomada de decisões em
saúde, ajudando os países a maximizar o valor de seus investimentos em saúde e a garantir o acesso
a intervenções eficazes (3).
A farmacoeconomia na África enfrenta o desafio da falta de dados econômicos e de saúde
confiáveis. A coleta de dados é muitas vezes limitada em recursos e infraestrutura, tornando difícil
realizar análises econômicas sólidas. A qualidade e disponibilidade de dados podem variar
significativamente entre os países africanos, criando desafios adicionais (4).
A África do Sul estabeleceu uma comissão de farmacoeconomia em 1997, que é responsável por
avaliar a relação custo-efetividade das intervenções em saúde no país (4).
Em Moçambique, a farmacoeconomia ainda é um campo emergente, limitado pela falta de recursos
humanos, econômicos e de saúde de alta qualidade necessários para conduzir análises econômicas
sólidas (4).
Os resultados dos Estudos Farmacoeconómicos podem oferecer apoio à tomada de decisões que
envolvam avaliação e direcionamento de investimentos baseados numa distribuição mais racional
de recursos disponíveis. Para atingir esta meta são utilizados métodos de análises que incluem
sistema de custos, resultados clínicos da terapia e satisfação do cliente (2).
Por utilizar terminologia técnica específica, a condução dos EFs demanda a exposição conceitual de
pontos consensuais relativos a custos, outcomes, eficácia, efetividade e eficiência (2).
O custo representa o valor de todos os insumos (trabalho, materiais, pessoal, entre outros)
utilizados na produção e distribuição de bens ou serviço. São classificados em direto, indireto e
intangível (2).
Custos diretos são aqueles relacionados diretamente aos serviços de saúde, que implicam
dispêndios imediatos, de identificação objetiva, correspondendo aos cuidados médicos e não
médicos. Os cuidados médicos contemplam produtos e serviços desenvolvidos para
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prevenir, detectar e/ou tratar uma doença. Os cuidados não médicos são decorrentes da
doença, resultam do processo de adoecimento, mas não envolvem os serviços médicos, por
exemplo, custo de alimentação, transporte, residência temporári a, entre outros (2).
Os custos indiretos são relacionados à perda da capacidade produtiva do indivíduo ante o
processo de adoecimento ou mortalidade precoce. Eles representam dias de trabalho
perdidos, incapacidade de realizar as atividades profissionais, tempo gasto em viagens para
receber cuidado médico e morte prematura decorrente da doença (2).
Os intangíveis são custos de difícil mensuração monetária. Embora muito importantes para
os pacientes, ainda necessitam de significado econômico. São os custos do sofrimento, da
dor, da tristeza, da redução da qualidade de vida (2).
Outcome é um termo clássico que traduz resultados, impactos ou conseqüências de intervenções na
saúde, podendo ser expressos em unidades monetárias, clínicas e humanísticas. As investigações de
outcomes são realizadas no intuito de identificar, medir e avaliar os resultados finais dos serviços de
saúde. Na terapia medicamentosa, usualmente são adotados os outcomes relacionados à
mortalidade, razão de cura, adesão do paciente, qualidade de vida, entre outros (2).
Eficácia diz respeito aos benefícios, conseqüências, resultados, outcome do medicamento quando
utilizado em condições ideais, situação que, habitualmente, ocorre nos ensaios clínicos em que há
seleção dos pacientes mediante estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão, controle
rigoroso da evolução clínica do paciente e vigilância rigorosa do cumprimento do plano terapêutico
(2).
A efetividade é entendida como a medida dos outcomes, quando o medicamento é utilizado na
prática clínica diária, ou seja, nas condições habituais reais. Destaca-se que a efetividade é
freqüentemente menor que a eficácia (2).
Eficiência representa a relação entre os recursos financeiros (custos) e os outcomes utilizados em
determinada intervenção. Assim sendo, a farmacoeconomia busca determinar, entre alternativas
terapêuticas, qual é a mais eficiente, e qual destas produzem os melhores outcomes, segundo os
recursos investidos.
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Tem numerosas aplicações, desde a avaliação dos custos versus osbenefícios da instalação de
equipa-mentos hospitalares até à avaliação económica de um determinado medicamento em relação
a outro. Os principios gerais consistem em:
II.1.4.1. Perspectiva de análise
O estudo deve-se basear em metodos validos e com relevância para pais, como os ensaios clinicos
ou outras fontes desde que estas sejam claramente justificadas e validadas (6).
II.1.4.3. Comparadores
O grupo populacional considerado para determinação dos custos e das consequências deve ser
exaustivamente descrito, nomeadamente no que se refere ao padrão de morbilidade e mortalidade.
Este grupo populacional deve ser o que mais se aproxima da população potencialmente utilizadora
da estratégia terapêutica em análise (6).
II.1.4.5. Avaliação do efeito terapêutico
O efeito terapêutico deve ser avaliado, sempre que possível, em termos de efectividade. Se esta
informação não estiver disponível aceita-se a utilização de dados de eficácia. Neste caso, as
hipóteses e os modelos utilizados para estimar a efectividade devem ser completamente descritos e
os resultados sujeitos a análise de sensibilidade apropriada (6).
II.1.4.6. Horizonte temporal
O estudo deve ser referido a um período de tempo que coincida com a duração da terapêutica e das
suas consequências. No caso de tal não ser possível, este período deve ser definido de modo a
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permitir identificar de forma inequívoca os principais custos e consequências que podem conduzir a
diferentes resultados (6).
II.1.4.7. Técnicas de análise
Devem ser identificados todos os custos relevantes para a análise. Sempre que seja viável, deve ser
apresentada uma árvore de decisão clínica onde sejam englobados os acontecimentos relevantes
relacionados com as diferentes terapêuticas. Quando a perspectiva adoptada na análise for a da
sociedade, os custos a incluir serão os custos directos da prestação dos cuidados de saúde, os custos
dos serviços sociais e de outros sectores relacionados com a prestação de cuidados e os custos que
incidem sobre o paciente e a sua família. Os custos indirectos a incluir devem ser unicamente os
relacionados com a perda de produtividade do trabalhador. Após a sua inclusão ser devidamente
justificada, estes custos devem ser sempre relatados separadamente e o seu impacto sobre os
resultados objecto de análise (6).
II.1.4.9. Medição e valorização dos custos
Deve ser apresentada separada e detalhadamente informação sobre os recursos utilizados (medidos
em unidades físicas) e a forma como estes recursos são valorizados (preços ou custos unitários). A
informação sobre a utilização de recursos deve-se basear na prática clínica nacional. Se tal não for
possível e houver necessidade de recorrer a dados internacionais, estes devem ser validados por
prestadores nacionais (6).
II.1.4.10. Medição das consequências
A unidade utilizada na medição das consequências deve ser claramente identificada. Nos estudos
custo-efectividade, as consequências podem ser medidas através de vários indicadores,
designadamente os anos de vida ganhos associados à adopção de cada alternativa. Em todos os
casos, deve ser apresentado primeiro o indicador de eficácia e só depois o de efectividade. A
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agregação destes dois elementos deve ser feita de forma transparente. Nos estudos custobenefício, a
valorização monetária das consequências deve ser feita privilegiando-se o método da valorização
contingente (6).
II.1.4.11. Análise incremental e total
Todos os custos e consequências devem ser actualizados a uma taxa de 5%. Esta taxa deve ser
sujeita a análise de sensibilidade No caso de as consequências não serem valorizadas
monetariamente, a análise de sensibilidade deverá incluir a taxa zero, correspondente à não
actualização das consequências (6).
II.1.4.13. Avaliação do impacto da incerteza sobre os resultados
Deve ser realizada a análise de sensibilidade aos parâmetros-chave cujos valores estejam sujeitos a
incerteza. Se estes valores forem obtidos através de amostragem, esta análise deverá ser feita
considerando os intervalos de confiança para cada estimativa (6).
II.1.4.14. Aspectos éticos e de procedimento
No desenho do estudo deve-se entrarem linha de conta, por um lado, coma metodologiaque se vai
empregare, por outro, com o tipo de análiseque se quer efectuar (7).
A metodologia tem a ver com omodo como são avaliados os custose as consequências e o tipo
deanálise económica a efectuar tem aver com a forma como vão ser valo-rizados os benefícios
terapêuticos (7).
Há quatro tipos principais de estudos de avaliação económica demedicamentos: minimização de
custos, custo - beneficio, custo - efetividade e custo - utilidade.
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II.1.5.1. Analise Minimização de Custo (AMC)
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sempre comparativa e se destina à escolha da melhor estratégia para se atingir um mesmo objetivo
(9).
A ACE representa o tipo de análise mais utilizada na farmacoeconomia, porque possibilita o uso na
prática cotidiana das mesmas unidades utilizadas nos ensaios clínicos (9).
II.1.5.4. A análise custo - utilidade (AC U )
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Conclusão
A farmacoeconomia constitui um motor para tomada de decisões, avaliando e direcionando os
investimentos atraves dnuma distribuição mais racional de recursos, permitindo, tanto aos
profissionais, quanto aos cidadaos, conciliar necessidades terapêuticas com possibilidades de
custeio individual. A introdução dos estudos farmacoeconomicos no cenário da saúde permite
incorporar o critério econômico na escolha de alternativas terapêuticas. A farmacoeconomia é uma
área nova pelo que os seus resultados devem ser valorizados, mas, considerando-se que existem
outros elementos que podem influenciar nas alternativas terapeuticas.
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III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Pereira, J., & Barbosa, C. (2009). Avaliação económica aplicada aos medicamentos. Pereira
J, coord. Farmacoeconomia: princípios e métodos. Madrid: Wolters Kluwer Health Pharma
Solutions España.
2. da Silva, E., Pinto, C., & Sampaio, C. (1998). Orientações metodológicas para estudos de
avaliação económica de medicamentos. Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de
Saúde IP.
3. Hughes DA. Pharmacoeconomics. Br J Clin Pharmacol. 2012 Jun;73(6):968-72. doi:
10.1111/j.1365-2125.2012.04247.x. PMID: 22360714; PMCID: PMC3391529.
4. Zhao Y, Feng HM, Qu J, Luo X, Ma WJ, Tian JH. A systematic review of
pharmacoeconomic guidelines. J Med Econ. 2018 Jan;21(1):85-96. doi:
10.1080/13696998.2017.1387118. Epub 2017 Oct 15. PMID: 28959910.
5. Drummond, M. F., Sculpher, M. J., Claxton, K., Stoddart, G. L., & Torrance, G. W. (2015).
Métodos para a avaliação económica de programas de cuidados de saúde. Oxford University
Press.
6. Weinstein, M. C., Stason, W. B., & Cohen, J. W. (2020). Análise de cuidados de saúde em
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(pp. 122-179). Routledge
7. Doherty J, Kamae I, Lee KK, Li H, Li SC, Liu GG, Tarn YH, Yang BM. What is next for
pharmacoeconomics and outcomes research in Asia? Value Health. 2004 Mar-Apr;7(2):118-
32. doi: 10.1111/j.1524-4733.2004.72330.x. PMID: 15164802.
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