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UNIVERSIDADE LÚRIO

Faculdade de Ciências de Saúde


Licenciatura em Farmácia; 4o Ano; Semestre – II
Cadeira de Saúde da Comunidade VIII (SCVIII)

INTRODUÇÃO À FARMACOECONOMIA

Discentes:
Amir Geraldo Mumala
Antonio Januario Tove
Argentina Maria Ramos
Hélder Francisco Jamisse
Docente:
dr. Carlos Daniel (Farmacêutico)

Nampula, setembro de 2023


Discentes:
Amir Geraldo Mumala
Antonio Januario Tove
Argentina Maria Ramos
Hélder Francisco Jamisse

INTRODUÇÃO À FARMACOECONOMIA

Docente:

-----------------------------------------------
dr. Carlos Daniel

Nampula, setembro de 2023


ÍNDICE

I. Introdução..............................................................................................................................5

I.1. Objectivo geral...............................................................................................................6

I.2. Objetivos específicos......................................................................................................6

II. Revisão Bibliográfica............................................................................................................7

II.1. Farmacoeconomia........................................................................................................7
II.1.1. Conceito de farmacoeconomia................................................................................7
II.1.2. História da Farmacoeconomia................................................................................7
II.1.3. Conceitos em Farmacoeconomia............................................................................8
II.1.4. Principios Gerais dos Métodos de Avaliacao Económica dos Medicamentos........9
II.1.4.1. Perspectiva de análise....................................................................................10
II.1.4.2. Fontes de dados.............................................................................................10
II.1.4.3. Comparadores................................................................................................10
II.1.4.4. População em estudo.....................................................................................10
II.1.4.5. Avaliação do efeito terapêutico.....................................................................10
II.1.4.6. Horizonte temporal........................................................................................10
II.1.4.7. Técnicas de análise........................................................................................11
II.1.4.8. Identificação de custos...................................................................................11
II.1.4.9. Medição e valorização dos custos.................................................................11
II.1.4.10. Medição das consequências.........................................................................11
II.1.4.11. Análise incremental e total..........................................................................12
II.1.4.12. Taxa de actualização....................................................................................12
II.1.4.13. Avaliação do impacto da incerteza sobre os resultados...............................12
II.1.4.14. Aspectos éticos e de procedimento..............................................................12
II.1.5. Tipos de análise farmacoeconômica.....................................................................12
II.1.5.1. Analise Minimização de Custo (AMC).........................................................13
II.1.5.2. A análise custo - benefício (AC B )...............................................................13
II.1.5.3. Análise custo - efetividade (ACE).................................................................13
II.1.5.4. A análise custo - utilidade (AC U )................................................................14
II.1.6. Aplicação dos estudos farmacoeconômicos..........................................................14

III. Referências Bibliográficas................................................................................................16


I. INTRODUÇÃO
A farmacoeconomia é a disciplina preocupada com a alocação ideal de recursos para maximizar a
saúde da população a partir do uso de medicamentos. A farmacoeconomia é uma disciplina nova
cujo corpo de conhecimentos está pautado na economia da saúde – especialidade surgida nos países
desenvolvidos no período pós-guerra, como estratégia para melhorar a eficiência dos gastos no
sistema de saúde (1).
A importância dos estudos nessa área provém, não de justificativas acadêmicas ou políticas, mas da
constatação de que os gastos com saúde vêm crescendo em ritmo acelerado em âmbito mundial,
preocupando usuários, governos e sociedade (2).
Nos países desenvolvidos os gastos com saúde passaram de 2% a 3% do Produto Interno Bruto
(PIB) no final dos anos 40, para aproximadamente 6% a 10% do PIB, na década de 1970. Nos
Estados Unidos, os gastos representavam 5,2% do PIB em 1960; em 1993 algo em torno de 15% do
PIB ou o equivalente a 935 bilhões de dólares com projeções preocupantes para o ano de 2030,
sugerindo que mais de 30% do PIB será empregado em serviços de saúde (2).
Os países desenvolvidos têm adotado a avaliação econômica das intervenções de saúde, justificando
que estas custam caro demais em relação aos resultados obtidos. Os países em desenvolvimento
começam a interessar-se pela avaliação econômica, porque a carência de recursos exige que sejam
alcançados melhores resultados com o pouco que possuem.
Essencial para qualquer avaliação farmacoeconómica é a necessidade de evidências de qualidade e
métodos robustos. Os requisitos regulamentares para a autorização de introdução no mercado de
medicamentos significam que os padrões probatórios são elevados quando comparados com a
maioria de outras intervenções, procedimentos e serviços de saúde. No entanto, os ensaios
regulamentares fornecem respostas precisas a questões sobre a eficácia dos tratamentos, em
oposição à eficácia relativa.
Existem, portanto, vários desafios e, sendo uma disciplina comparativamente jovem, os métodos da
economia da saúde continuam a ser refinados, particularmente os que têm a ver com a modelização
económica, que é necessária para a determinação da relação custo-eficácia.

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I.1. Objectivo geral
 Compreender a relação entre os custos e os resultados clínicos de intervenções
farmacêuticas ou de tratamento.

I.2. Objetivos específicos

 Descrever a evolucao da Farmacoeconomia


 Indicar os principais conceitos em farmacoeconomia
 Analisar os custos diretos e indiretos associados a diferentes intervenções farmacêuticas ou
tratamentos médicos.

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
II.1. Farmacoeconomia

II.1.1. Conceito de farmacoeconomia

A farmacoeconomia é a aplicação da economia ao estudo dos medicamentos com a otimização da


utilização de recursos financeiros sem prejuízo à qualidade do tratamento. Em outras palavras, é a
descrição, a análise e a comparação dos custos e das consequências de terapias medicamentosas
para os pacientes, os sistemas de saúde e a sociedade, com o objetivo de conciliar as necessidades
terapêuticas com as possibilidades de custeio (1).
É uma ferramenta que ajuda a selecionar as opções mais eficientes e que auxilia na distribuição de
recursos para a saúde de uma forma mais justa e equilibrada. Além disso, contribui para o uso
racional de medicamentos através da incorporação do custo a questões sobre segurança, eficácia e
qualidade dos diferentes tratamentos médicos, buscando uma melhor relação entre custos e
resultados.
A economia da saúde, portanto, utilizando-se de instrumentos de avaliação, busca conciliar
necessidades de ordem técnica, resultados clínicos e custos de intervenções terapêuticas, com a
finalidade de identificar entre duas ou mais alternativas, aquela mais adequada a um grupo de
indivíduos, instituição e sociedade (2).
A relação entre medicamentos e economia é estudada pela farmacoeconomia, a qual representa uma
área da economia da saúde, qu e foi utilizada intuitivamente durante muitos anos, emergindo como
disciplina no final da década de 1980, devido ao agravamento da crise financeira do setor da saúde e
dos custos com medicamentos (2).

II.1.2. História da Farmacoeconomia

A farmacoeconomia é um campo interdisciplinar que teve suas origens nos Estados Unidos nas
décadas de 1950 e 1960, com estudos pioneiros que ajudaram a lançar as bases deste campo de
estudo. Joseph B. Brady, um farmacologista da Universidade de Cincinnati, é amplamente
reconhecido como um dos primeiros a aplicar métodos econômicos à análise de terapias
farmacológicas. Brady publicou seu trabalho seminal em 1959, intitulado "Análise
Farmacoeconômica", que explorou o custo de diferentes opções de tratamento farmacológico.
No final da década de 1970, Bootman, Rowland e McGhan, da Universidade de Minnesota,
introduziram os conceitos de análise custo- benefício e custo - efetividade na área de farmácia, em

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um jornal de grande circulação entre os profissionais do ramo: o American journal of Hospital
Pharmac (3).
O termo farmacoeconomia surgiu na literatura em 1986 com a publicação do artigo "Post Marketing
Drug Research and Development" (2).
A Austrália foi o primeiro país a aplicar e elaborar diretrizes para a avaliação econômica de
medicamentos. Posteriormente, outros países, como Canadá, Inglaterra, Espanha e Itália iniciaram
estudos nesta área. A análise econômica tornou-se uma parte intrínseca da tomada de decisões em
saúde, ajudando os países a maximizar o valor de seus investimentos em saúde e a garantir o acesso
a intervenções eficazes (3).
A farmacoeconomia na África enfrenta o desafio da falta de dados econômicos e de saúde
confiáveis. A coleta de dados é muitas vezes limitada em recursos e infraestrutura, tornando difícil
realizar análises econômicas sólidas. A qualidade e disponibilidade de dados podem variar
significativamente entre os países africanos, criando desafios adicionais (4).
A África do Sul estabeleceu uma comissão de farmacoeconomia em 1997, que é responsável por
avaliar a relação custo-efetividade das intervenções em saúde no país (4).
Em Moçambique, a farmacoeconomia ainda é um campo emergente, limitado pela falta de recursos
humanos, econômicos e de saúde de alta qualidade necessários para conduzir análises econômicas
sólidas (4).

II.1.3. Conceitos em Farmacoeconomia

Os resultados dos Estudos Farmacoeconómicos podem oferecer apoio à tomada de decisões que
envolvam avaliação e direcionamento de investimentos baseados numa distribuição mais racional
de recursos disponíveis. Para atingir esta meta são utilizados métodos de análises que incluem
sistema de custos, resultados clínicos da terapia e satisfação do cliente (2).
Por utilizar terminologia técnica específica, a condução dos EFs demanda a exposição conceitual de
pontos consensuais relativos a custos, outcomes, eficácia, efetividade e eficiência (2).
O custo representa o valor de todos os insumos (trabalho, materiais, pessoal, entre outros)
utilizados na produção e distribuição de bens ou serviço. São classificados em direto, indireto e
intangível (2).
 Custos diretos são aqueles relacionados diretamente aos serviços de saúde, que implicam
dispêndios imediatos, de identificação objetiva, correspondendo aos cuidados médicos e não
médicos. Os cuidados médicos contemplam produtos e serviços desenvolvidos para

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prevenir, detectar e/ou tratar uma doença. Os cuidados não médicos são decorrentes da
doença, resultam do processo de adoecimento, mas não envolvem os serviços médicos, por
exemplo, custo de alimentação, transporte, residência temporári a, entre outros (2).
 Os custos indiretos são relacionados à perda da capacidade produtiva do indivíduo ante o
processo de adoecimento ou mortalidade precoce. Eles representam dias de trabalho
perdidos, incapacidade de realizar as atividades profissionais, tempo gasto em viagens para
receber cuidado médico e morte prematura decorrente da doença (2).
 Os intangíveis são custos de difícil mensuração monetária. Embora muito importantes para
os pacientes, ainda necessitam de significado econômico. São os custos do sofrimento, da
dor, da tristeza, da redução da qualidade de vida (2).
Outcome é um termo clássico que traduz resultados, impactos ou conseqüências de intervenções na
saúde, podendo ser expressos em unidades monetárias, clínicas e humanísticas. As investigações de
outcomes são realizadas no intuito de identificar, medir e avaliar os resultados finais dos serviços de
saúde. Na terapia medicamentosa, usualmente são adotados os outcomes relacionados à
mortalidade, razão de cura, adesão do paciente, qualidade de vida, entre outros (2).
Eficácia diz respeito aos benefícios, conseqüências, resultados, outcome do medicamento quando
utilizado em condições ideais, situação que, habitualmente, ocorre nos ensaios clínicos em que há
seleção dos pacientes mediante estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão, controle
rigoroso da evolução clínica do paciente e vigilância rigorosa do cumprimento do plano terapêutico
(2).
A efetividade é entendida como a medida dos outcomes, quando o medicamento é utilizado na
prática clínica diária, ou seja, nas condições habituais reais. Destaca-se que a efetividade é
freqüentemente menor que a eficácia (2).
Eficiência representa a relação entre os recursos financeiros (custos) e os outcomes utilizados em
determinada intervenção. Assim sendo, a farmacoeconomia busca determinar, entre alternativas
terapêuticas, qual é a mais eficiente, e qual destas produzem os melhores outcomes, segundo os
recursos investidos.

II.1.4. Principios Gerais dos Métodos de Avaliacao Económica dos Medicamentos

A avaliação económica, em medicina, pode definir-se como um conjunto de métodos de


investigação que avalia os custos e os benefíciosdas tecnologias médicas a fim decomparar
alternativas (5).

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Tem numerosas aplicações, desde a avaliação dos custos versus osbenefícios da instalação de
equipa-mentos hospitalares até à avaliação económica de um determinado medicamento em relação
a outro. Os principios gerais consistem em:
II.1.4.1. Perspectiva de análise

A perspectiva a utilizar deve ser a da sociedade o que implica considerar os custos e as


consequências para o doente e para a sua família e, ainda, para terceiros, em particular os pagadores
públicos e privados. A perspectiva da sociedade deverá ser desagregada em outras perspectivas
relevantes, com ênfase na perspectiva do terceiro pagador no caso de ser este o utilizador do estudo
(6).
II.1.4.2. Fontes de dados

O estudo deve-se basear em metodos validos e com relevância para pais, como os ensaios clinicos
ou outras fontes desde que estas sejam claramente justificadas e validadas (6).
II.1.4.3. Comparadores

A alternativa de referência deve ser a correspondente à estratégia terapêutica mais comum.


Entretanto, quando existr mais do que uma estratégia terapêutica e se a mais comum não for a mais
eficaz, a que o for deve também ser considerada. Paralelamente, se não coincidir ou com a mais
comum ou com a mais eficaz, a estratégia eficaz com menores custos também deve ser incluída (6).
II.1.4.4. População em estudo

O grupo populacional considerado para determinação dos custos e das consequências deve ser
exaustivamente descrito, nomeadamente no que se refere ao padrão de morbilidade e mortalidade.
Este grupo populacional deve ser o que mais se aproxima da população potencialmente utilizadora
da estratégia terapêutica em análise (6).
II.1.4.5. Avaliação do efeito terapêutico

O efeito terapêutico deve ser avaliado, sempre que possível, em termos de efectividade. Se esta
informação não estiver disponível aceita-se a utilização de dados de eficácia. Neste caso, as
hipóteses e os modelos utilizados para estimar a efectividade devem ser completamente descritos e
os resultados sujeitos a análise de sensibilidade apropriada (6).
II.1.4.6. Horizonte temporal

O estudo deve ser referido a um período de tempo que coincida com a duração da terapêutica e das
suas consequências. No caso de tal não ser possível, este período deve ser definido de modo a

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permitir identificar de forma inequívoca os principais custos e consequências que podem conduzir a
diferentes resultados (6).
II.1.4.7. Técnicas de análise

O método de avaliação económica deve estar reconhecido cientificamente. Se as consequências


associadas a todas as alternativas são idênticas nas características relevantes para o estudo, admite-
se a realização de uma análise de minimização de custos (AMC). Se tal não se verificar, deve ser
efectuada uma avaliação custo-efectividade (ACE). Porém, aconselha-se a que, nos casos em que tal
seja possível, seja realizado um estudo custo-utilidade (ACU) ou custo-benefício (ACB) de forma a
tornar comparáveis os resultados de estudos relativos a diferentes patologias. Neste contexto, a
análise custo-utilidade deve ser preferida (6).
II.1.4.8. Identificação de custos

Devem ser identificados todos os custos relevantes para a análise. Sempre que seja viável, deve ser
apresentada uma árvore de decisão clínica onde sejam englobados os acontecimentos relevantes
relacionados com as diferentes terapêuticas. Quando a perspectiva adoptada na análise for a da
sociedade, os custos a incluir serão os custos directos da prestação dos cuidados de saúde, os custos
dos serviços sociais e de outros sectores relacionados com a prestação de cuidados e os custos que
incidem sobre o paciente e a sua família. Os custos indirectos a incluir devem ser unicamente os
relacionados com a perda de produtividade do trabalhador. Após a sua inclusão ser devidamente
justificada, estes custos devem ser sempre relatados separadamente e o seu impacto sobre os
resultados objecto de análise (6).
II.1.4.9. Medição e valorização dos custos

Deve ser apresentada separada e detalhadamente informação sobre os recursos utilizados (medidos
em unidades físicas) e a forma como estes recursos são valorizados (preços ou custos unitários). A
informação sobre a utilização de recursos deve-se basear na prática clínica nacional. Se tal não for
possível e houver necessidade de recorrer a dados internacionais, estes devem ser validados por
prestadores nacionais (6).
II.1.4.10. Medição das consequências

A unidade utilizada na medição das consequências deve ser claramente identificada. Nos estudos
custo-efectividade, as consequências podem ser medidas através de vários indicadores,
designadamente os anos de vida ganhos associados à adopção de cada alternativa. Em todos os
casos, deve ser apresentado primeiro o indicador de eficácia e só depois o de efectividade. A

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agregação destes dois elementos deve ser feita de forma transparente. Nos estudos custobenefício, a
valorização monetária das consequências deve ser feita privilegiando-se o método da valorização
contingente (6).
II.1.4.11. Análise incremental e total

Os custos e consequências de cada alternativa devem ser apresentados em termos de variação


relativamente aos da prática clínica corrente - análise incremental. Devem também ser calculados os
respectivos valores totais de forma a permitir ao decisor apreciar a dimensão dos custos e
consequências associados a cada alternativa (6).
II.1.4.12. Taxa de actualização

Todos os custos e consequências devem ser actualizados a uma taxa de 5%. Esta taxa deve ser
sujeita a análise de sensibilidade No caso de as consequências não serem valorizadas
monetariamente, a análise de sensibilidade deverá incluir a taxa zero, correspondente à não
actualização das consequências (6).
II.1.4.13. Avaliação do impacto da incerteza sobre os resultados

Deve ser realizada a análise de sensibilidade aos parâmetros-chave cujos valores estejam sujeitos a
incerteza. Se estes valores forem obtidos através de amostragem, esta análise deverá ser feita
considerando os intervalos de confiança para cada estimativa (6).
II.1.4.14. Aspectos éticos e de procedimento

Na apresentação dos resultados do estudo, independentemente da forma que essa apresentação


revista - relatório final, apresentação pública ou publicação -, deve ser sempre feita referência à
fonte de financiamento e à contribuição real de todos os autores para a sua elaboração (6).

II.1.5. Tipos de análise farmacoeconômica

No desenho do estudo deve-se entrarem linha de conta, por um lado, coma metodologiaque se vai
empregare, por outro, com o tipo de análiseque se quer efectuar (7).
A metodologia tem a ver com omodo como são avaliados os custose as consequências e o tipo
deanálise económica a efectuar tem aver com a forma como vão ser valo-rizados os benefícios
terapêuticos (7).
Há quatro tipos principais de estudos de avaliação económica demedicamentos: minimização de
custos, custo - beneficio, custo - efetividade e custo - utilidade.

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II.1.5.1. Analise Minimização de Custo (AMC)

Os estudos de minimização de custospartem do pressuposto que as consequências do uso das


diferentes alternativas são iguais e, porisso, só é necessário comparar osseus custos. Torna-se
evidente que, nestes casos, a eficiência económica aconselha a escolha da alternativa que gera
menos custos. Somente os custos são submetidos a comparações, pois as eficácias ou efetividades
das alternativas comparáveis são iguais. Este tipo de análise é útil na comparação de doses e vias de
administração diferente do equivalente genérico para os quais os efeitos são absolutamente
semelhantes, selecionando-se o de menor custo (8).
II.1.5.2. A análise custo - benefício (AC B )

Expressa custos e outcomes reais e potenciais (individual ou coletivo) da implementação de um


programa, exclusivamente em unidades monetárias. Dentre as análises, é a que possui a mais longa
história no contexto das avaliações econômicas, pois foi amplamente utilizada no setor público
como estratégia de avaliação de viabilidade econômica de projetos sociais, quando comparados em
unidades monetárias (8).
Os resultados da ACB são expressos como proporção (quociente custo/ benefício) ou como valor do
lucro líquido (benefício menos o custo). A vantagem da ACB é permitir que tratamentos e outcomes
sejam medidos e comparados, tomando-se como referência a unidade monetária. Entretanto, são
cada vez menos utilizadas devido à dificuldade de transformar dimensões intangíveis como, por
exemplo, sofrimento, morte, em unidades monetárias (8).
II.1.5.3. Análise custo - efetividade (ACE)

Os custos (esperados ou realizados) são confrontados com seus outcomes (esperados ou


realizados ). Este tipo de análise exige a quantificação e a associação de custos e outcomes de
intervenções, sendo os custos medidos em unidades monetárias; e a efetividade, em unidades
clínicas. As medidas de efetividade são expressas em termos do custo por unidades clínicas de
sucesso, tais como custo por anos de vida ganhos, por mortes evitadas, por dias sem dor, entre
outros (8).
Os resultados da ACE são expressos por um quociente em que o numerador é o custo; e o
denominador, a efetividade (custo / efetividade) (9).
O objetivo da ACE é avaliar o impacto de distintas alternativas de intervenção à saúde, permitindo
melhorar os efeitos do tratamento em troca da aplicação de recursos adicionais. Portanto, a ACE é

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sempre comparativa e se destina à escolha da melhor estratégia para se atingir um mesmo objetivo
(9).
A ACE representa o tipo de análise mais utilizada na farmacoeconomia, porque possibilita o uso na
prática cotidiana das mesmas unidades utilizadas nos ensaios clínicos (9).
II.1.5.4. A análise custo - utilidade (AC U )

Mede a quantidade e qualidade de vida empregando o conceito de utilidade desenvolvido por


economistas, que se refere à satisfação obtida pelo paciente ante o impacto de uma intervenção de
saúde. Considerado o tipo mais complexo de análise, é, objetivamente, a ACE acrescida do ponto de
vista do paciente. Os resultados são expressos como o quociente custo/AVAQ1 (9).

II.1.6. Aplicação dos estudos farmacoeconômicos

 Autorização da comercialização de medicamentos,


 fixação de preços,
 financiamento público de medicamentos,
 suporte nas decisões sobre investigação e desenvolvimento na indústria farmacêutica,
 definição de estratégias de marketing na indústria farmacêutica,
 incorporação de medicamentos em guias farmacoterápicos
 suporte na tomada de decisões clínicas

1 anos de vida ajustados pela qualidade

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Conclusão
A farmacoeconomia constitui um motor para tomada de decisões, avaliando e direcionando os
investimentos atraves dnuma distribuição mais racional de recursos, permitindo, tanto aos
profissionais, quanto aos cidadaos, conciliar necessidades terapêuticas com possibilidades de
custeio individual. A introdução dos estudos farmacoeconomicos no cenário da saúde permite
incorporar o critério econômico na escolha de alternativas terapêuticas. A farmacoeconomia é uma
área nova pelo que os seus resultados devem ser valorizados, mas, considerando-se que existem
outros elementos que podem influenciar nas alternativas terapeuticas.

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III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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J, coord. Farmacoeconomia: princípios e métodos. Madrid: Wolters Kluwer Health Pharma
Solutions España.
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Saúde IP.
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10.1111/j.1365-2125.2012.04247.x. PMID: 22360714; PMCID: PMC3391529.
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