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ci 1 Se julgar interessan- te, leia para os alunos os textos a seguir, escritos, pelos principais historia ores de duas das esco- las apresentadas nesta se¢do, 2 Metédica e a Nova Histéria, respec tivamente, Auxile-os a comparar esses textos, questionando-os sobre ae diferentes aborda- (gens de cada um. [i Dereee oboervas que exigenciae dat resultam paraa pesquisa histérica L.A primeira delas & © amor pela verdade. Na tedida em que teconhe cemos noseo objetivo mais elevado na evento, fo estado momentines de algoma coisa ou no in Aividuo que queremos co- shecer, adgulrimos uma consideragaa elevada por aguilo que aconteceu se passou se manifestoa.(_) 2. Uma investigacao de cumental, prmencrizada eaprofundada, (C) Primeiramente, de vee nvestigar 9 mae Somos capazes de desco. brinas verdadeirasrazbes nas informagées verde deiras. Mais comumente Ado que se pens iso se possivel: (1) ‘io hd realidade hits rica acabada, que ce em tregatia por «i prépria 20 historiader. Como todo hhomem de cigneis, ete, conforme a expressio de Mare Bloch, deve, “diante da tmensa ¢confisa real dade, fazer a ‘sua oppo" To que, evidentemente, nfo significa nem arbitra tedade, nem simples co Teta, mas sim construgio cientfica do documento tuja analise deve possib Tiara reconstiesigio ou & explicagio do passado. 26 AM Escolas historiograficas A interpretagdes criadas pelos historiadores para explicar 0s processos histéricos variam muito, pois elas so orientadas pelos métodos, por fontes selecionadas e pe- lo proprio universo cultural do pesquisador. Quando os historiadores escrever, eles produzem historiografia, e essa producao costuma seguir orientacées e principios que fazem parte de alguma ‘escola" ou tendéncia historiografica. Conheca a seguir algumas dessas escolas. Escola meté No século XIX, a Histria tornou-se uma disciplina aca- mica, isto 6, comecou a ser ensinada nas universidades, Os historiadores responsiveis por essa fase da disciplina pertenciam & chamada escola metédica, pois o seu inte- resse centrava-se na busca da “verdade historia’, que, segundo eles, poderia ser atingida por meio da andlise ri- gorosa dos documentos. Para isso, elaboraram 0 método de critica das fontes, cujo objetivo era extrair dos docu- ‘mentos “o que propriamente aconteceu’, como escreveu o historiador alemao Leopold von Ranke (1795-1886), ‘Fotrato de Leopold von Ranke, cleo sobre ts de Aa Sebo. 1876. Materialismo histérica utra excola historiogrsfica que ee tornou muito in- fluente no século XX é 0 materialismo histérico, Orien- tagosypelas teorias sociais e filosdficas de Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), os adeptos Boxmaterialismo hist6rico acreditam que os aspectos econdmicos so determinantes no pracesso histérico, Esse principio se baseia em uma ideia central de Marx: 'as peséoas n3o usufruem das mesmas condicdes eco- rémicas para viver e, por isso, podem ser divididas em {uas classes sociais antagénicas, a dos proprietarios 0s meios de producao (burguesia) e 2 dos n3o pro- prietatios (proletariado). Assim, seria a luta de classes, 04 Seja, © conflito de interesses entre elas, que movi- mentaria a historia, FFtcrumonto em nomenagem a Marko Engels rcuitors om bron de Ludi Engle 1986, said om Berti, aman * Lucien Febvre (1878- 1956) nasceu em Nancy, Franga. Estudou na Ecole Normale Supérieure, on- e se formou em Historia © Geogratia, Tornou-se professor de Historiamo- Serna na Universidade de Estrasburgo, Franca Febvre, ao lado de Marc Bloch, apresentou novos. horizontes para a His- teria © 2 historiografia com base em suas pes aquisas, criando 0 con- crite metodolégico de “Historia-problemst,cujo pressuposte € a critica 0 documento. Busca- ram dialogar com outras reas do conhecimento, como Economia e Geo- gratia, utiizando os con- Ceitos dessae areas para produair Historia, Entre suas obras esta Comba- tes pela Histria (1953). ' Mory Lucy Murray Del Priore ¢ natural do Rio e Janeiro, possui gra- uacio em Histéria pela Pontificia Universidade Catolica de Sa0 Paulo (9983) e doutorado em Historia Socal pela Uni- versidade de So Paulo, especializagao (1993) & 1p6s-doutorado (1996) na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales Atualmente, & profes- sora do Programa de Pés-Graduacao Stricto Sensu em Histéria da Universidade Salgado e Oliveira (Universo/ Niterdi) @ desenvolve pesquisa inttulada “Cul- tura, mentalidade e vida social no Rio de Janeiro 4o século XIX". Tem pes- quisas naarea dehistoria colonial, historia da cul- _ tura, historia de género, LB F Escola dos Annales No século XX, também se desenvolveu a chamada escola dos Annales, come ficarar conhecidos os membros de uma revista francesa chamiada Anais de Histéria Econémica e Social, {undada ern 1929 por Marc Bloch (1886-1944) e Lucien Febvre. (0878-1956) 0s historiadores da escola dos Annales pracuraram dialo- {g3r com outras dreas das chamadas Ciéncias Humanas. Além, disso, deram maior atengao as relacdes entre presente e pas- ‘sado, admitindo que o historiador deve partir das questées de ‘seu tempo presente para analsar os acontecimentos passados. Uma das maiares contribuigaes dessa escola foi 2 ampliagio do universo docurnental, ou seja, com base nas investigacoes, dos Annales, praticamente tudo passou a ser considerado fonte histérica em potencial Nova Histéria Na segunda metade do século XX, a influéncia dos Annales se estendeu a historiadores das mais variadas tendéncias, Dentro do proprio ndcleo francés dos Annales, os historiadores Jacques Le Goff (1924-2014) e Georges Duby {1919-1996} cria- ram uma vertente chamada Nova Histéria (Nouvelle Histoire), que di énfase aos aspectos sociais, culturais e, também, simbélicos da histéria, aprofundando algumas das questoes, iniciadas pelos Annales. Uma das principais contribuigées atribuida 30s historiadores dda Nova Histéria foi a ampliagio das fronteiras do estudo da, Historia, a0 abordar novos temas, como a infSnca, os direitos hhumanos, os sonhos, 0 corpo, a moda e 0 amor e se aproximar ainda mais de outras dreas do conhecimento, como a Sociologia, 2 Antropologia, a Psicologia e a Filosofia. Atualmente, entre 05. historiadores da Nova Histéria podemos destacar Peter Burke, Lynn Hunt, Ulinka Rublack e Mary Del Priore. "tar Bo Pre, 1997 Histéria Social Inglesa A infiuéncia dos Annales afetou também alguns historiadores materialistas liga~ dos & Histéria Social Inglesa. Dentre eles, destacou-s® Edward Palmer Thompson (0924-1993), que incorporou questdes ligadas'® cultura e 20 eotidiano enfseus estu- dos sobre a formagao da classe operaria inglesa Wurante,a Revolucae Industrial a) Quais escolas historiograticas proéuramialogar‘coM outras d¥eas do conhe: Cimento? esc oe Annciese a NaS HAG 'b) Em sua opinio, qual éa contribuigae desse dialogo para a consttucao da Mistéria? epost eres irs qu x alunos teptom cove pctv a pronogag dati com otras ra ‘dtocheCmenta om ce nngatce os eadorhitonco era prssnaris pase aoa otro so oar can gese denne geen ass enc s ingen compen Gos rns ‘A obra da historiadara € volumosa, tendo publicade mais Ge 40 livros, entre eles: Hstéria das eriangas no Brasil (1990), Histria das mutheres no Brasil 1997) e Histéria ‘do amor no Brasil (2005). Em 2010, ancous lvra Hi rias intimas: sexuaidade eerotismo na historia do Brasil Por sua contribuigo literéria,recebeu varios prémios. Del Priore buscou em seus trabalhos dedicar-se a aspectos culturis da Histéria do Brasil, como € possivl perceber pelos titulos de suas obras. As contribuigbes sobre a His- {ria das mulheres ea Histéria das criangas no Brasil fo- ‘am inéditas, possibiitando problemaizarhistoricamente ‘papel desses sujet.

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