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Claudio Cezar Henriques Darcilia Marindir P Simoes ce © 2002, dos autores ororan e903 = 2 eigdo a ‘Todos os direitos desta edigho reservados & Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A reprodugio integral ou parcial do texto poderd ser feita mediante autorizagaio da editora. EAUERJ Euitora da UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Rua Sdo Francisco Xavier, 524 - Maracand CEP 20550-013 - Rio de Janeiro - RI Tel./Fax.: (21) 2587-7788 | 2587-7789 ‘ww w2.uerj.beleduer} eduerj @uer.br Supervisor Editorial Coordenadar de Publicagées Coordenadora de Produgdo Revisdo Dau Bastos Renato Casimiro Rosania Rolins Renata Ozorio Projet Gréfico/Diagramacdo Gilvan F. Silva Capa Heloisa Fortes Apoio Administrativo Maria Fétima de Mattos CATALOGAGAO NA FONTE UERI/REDE SIRIUS/PROTAT A redagio de trabalhos académicos : teoria e pritiea / Claudio Cezar Henriques Darcilia Marindir P. Simbes (orgs). ~2*ed.~ Rio de Janeiro : EAUERI, 2003, 120p. R312 ISBN 85-7511.046-2 |. Redagao técnica, 2, Pesquisa - Metodologia. 1. Heariqye® (Claudio Cezar. Simées, Daria Marini P 1 So te | 4 A clareza textual nos trabalhos cientificos Vania Licia Rodrigues Dutra A clareza é uma das mais relevantes quali- dades que um texto cientifico precisa apresentar. Ela resulta de uma série de procedimentos que atestam 0 dominio das leis de organizacao e fun- cionamento do sistema lingiifstico por parte de quem escreve. ‘A ampliagéo do campo significativo, pela conotacao ou pela ambigiiidade, que se consegue por meio da escolha vocabular e do seu arranjo nas frases, é caracteristica essencial do texto lite- rario, que objetiva suscitar dubiedade ou até mul- tiplicidade de sentidos. Por sua vez, 0 texto de cunho denotativo, ou seja, 0 texto referencial, deve ter a maxima preocupacao com a clareza e a objetividade da mensagem que se quer apreendida pelo leitor, sobretudo quando se trata de um trabalho técni- co-cientifico, de natureza e fungao fundamental- mente informativas. Esse tipo especifico de texto jé pressupde um contetido que exige rija atengao ao leitor. E de maxima relevancia, entao, que ne- nhuma dificuldade ao entendimento preciso do que se quer transmitir seja provocada pelo emprego, Por exemplo, de construgdes que apresentem um. Vocabulo ou uma ordem de colocagao dos termos que ocasionem a quebra da expectativa lingiiistica. s A redagto de Wo de tabahos nating, (Os trés perfodos segui i dens ocuiociban cfd silos picid a (dentificar, mostram exemplos desse tipo de pre blama, Neles, 0X localiza onde o trecheeolseey, ‘em negrito deveria ter sido escrito: = () ANGB estabelece que 00 sio introduzidas tam conectivo, que pode ser uma conjungie coordenativa, uma conjungso subordinativa, una conjungio integrante ou um pronome reativo, tae to as oragdes coordenadas quanto as subordi- nadas. {@) Além dos fatos como a perda do-redo-santes de pausa, e das monotongacdes de /ou/ e /ei/j anotadas por Mattoso Camara Jr. no artigo antes referido, que podem ser considerados par-brasie- 10s, 00 acrescenta Miriam Lemle outros que se refletirio na escrita de alfabetizandos e escolares a camada social em causa. (@) Ease tipo de gramética, o aluno que faz 8 do dialeto popular observa (X) como caracters ca da lingua dos outros e nfo da sua propria Numa produgio literdria, 0s recursos utlr zados nessas trés frases podem ter valor express" vo, mas em um texto cientifico a preocupaslo CoP ‘© que se costuma chamar de formeado verbal sea considerada inoportuna e fator de ‘complicaga Para a apreensio de seu contetido. sen 85,0 Tago a concatenasso 4 tmanos da fase (ou construgé sintatica), devese eenvolver prefrencialmente uma ordem ogicu Ag stasenza um tipo de enunciado intelecti”? informagio da Iingua escrita josele- h ~— ‘ “a dares texts noe teabalhos cents monografias, buscando alcancar 0 que Camara Jr. {197:71) chama de “qualidade de informar ple na, nitida e conscienciosamente”. ‘Em portugués, a chamada onder direta (ou ségica)consiste em antepor-se 0 sueito 20 verboe weera seus complementos. A orden inireta—tam- fein denominada psicol6gica ou inversa ~é uma Forma de realce, uma vez que um fermo ou uma ceacio, deslocados, adquirem quase sempre valor Srfatico. Tal estrufura, por apresentar um certo eivel de subjetividade, pode suscitar uma leitura imprevista. ‘Apesar diss feréncia pelo uso 10, nio se deve considerar a pre- ida ordem direta em textos aca~ ‘Tamicos como norma imperiosa, que estamos proi- fidos de contrariar. Afinal, como afirma Gladstone Chaves de Melo (1977: 204) “o portugues é uma nua de ordem varia e livre” e construgbes hi «que, secolocadas em sequiéncia l6pica, seriam con siiceadas antiverndculas (frase 5) ou menos inci Sivas (7), como no caso das passivas pronominais das interrogacoes iniciadas por palavra ou ex: pressio interrogativa, a seguir exemplificadas: (4) Quando se dé énfase ao particular, nem sempre ters éxito. (6) Quando Anse ao particular se 8 nem sempre femos ito (6 Para que server as autlas de lingun portuguese? (7) As alas de Hngua portuguesa server para que? Nao se deve esquecer, entretanto, que @ margem de liberdade de ordenacdo que a lingua portuguesa nos oferece encontra seus limites nas A redid taba acini, s e coortine do carers, obetividade © coer, gua, ‘uma monografa acadlémica exige, an jos mais dois trechos exemplificativos Nenmaem inversa pode comprometer ¢ ae crpiidade de uma frase informativa, Par intelirodos, PYOPUSEMOS UMA reescriturs retficadora {9)Segundoa maioria dos autores, recebema deno- rinagio de aces6rios porque apenas acompanham, ‘souttos elementos para ampliar-Ihes 0 sentidoon de uma tragédia seré uma comédia. (Apud Ls estruction”. Change. Pats, n° 2, s/d) Finalmente, Prce. sivel utilizar 0 recurso de inserir notas de rodape 3 s fe roda que no conhece ou no domina os meios de arti- cular os endossos e as ilustracées com seu texto Por isso, opta por deixar o relato fluir “natural- mente”, ainda que atravessado por uma enxurra- da de indices que remetem o leitor para as notas, e referéncias, Nesse caso de uso de notas, considerando que a inteligibilidade pode ficar comprometida a partir de sucessivas interrupgbes do fluxo da lei- tura com as idas e vindas as notas ou referéncias, €recomendavel a utilizacio de: 1. indicagao imediata do sobrenome do autor, ano da publicaggo, n° da pagina (justaposta ao endosso); 2. eitagoes incorporadas ao texto (quando superiores a trés linhas) destacadas apositivamente, Nasciagoes deta nto neces (a _ Bimunioest prio) o uso deaspas ou de isc. dieciso autorizado na product * Mais a frente, no capitulo que mostraré os modelos de diagramagao do trabalho cienti- fico, o leitor poderé encontrar um bom niimero de exemplos ilustrativos de como se pode in- Cluir citagdes no texto (itens ge /r das Informa- goes Complementares). ‘Adiantamos porém que, nas citacoes desta- cadas do parégrafo normal, € muito recomenda- vel usar formatagao especial, diferente do estilo de texto que predomina no trabalho. Por exemplo: ‘ati | estlo | tamanto] recuei | reewo | entelins a fonte| da ont | exquerda | ita [do pardgrafo epee ‘oem | Neen | r2out4] san _| son _| pout ‘aa [ Nomal_[ tout | enous [de 'aaen | Seusinpes Via de regra, o excerto que ndo se adapte a essas duas normas, se analisado cuidadosamente, deve ser dispensével, as vezes até rebarbativo, convindo portanto ser desprezado. Para o momento, cremos jé ter trazido algu- ‘mas contribuigdes titeis para a producdo de futu- ras monografias, lembrando que as orientasSes aqui expostas nio tém cardter normativo, pois nosso objetive foi demonstrar fatos ¢ sugerir solugées com fundamento técnico.

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