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Ayé: Revista de Antropalogia p°l,¥ 1(2019) Tradugio A politica da ontologia: posigdes antropolégicas* ‘Martin Holbraad Departamento de Antropologin ~ University College London Morten Axel Pedersen ‘Departamento de Antropologia — University of Copenhagen Ednardo Viveiros de Castro sew Nacional - Uairestidade Fedectl do Rio de Janciso Taaducio Rainel Antunes Almeida Instituto de Humanidades — Universidade da Integra¢io Internacional da Lusofonia Afto-Brasleisa Andeessa Lewandowski Tnstinto de Hmanidades — Universidade da Integraeio Internacional da Lusofonia Aféo-Brasleica ‘Numa primeira imptessio, “ontologia” e “politica” sto uma companhia improvivel. Enguanto a ontologia evoca a esséncia, a politica, tal como os cidadiios modemnos, democriticos ¢ multiculturais tendem a concebé-ta, se caractetiza por desmascarar esséncias ¢ por afirmar em seu lugaras capacidades dos coletivos hmmanos de constmnir mundos. Ainda assim, a nocio de uma constmucio social da realidade comporta uma ontologia particular muito podezosa — e aqui nos referimos também ao aspecto politico do sen poder. A despeito disso, como antropélogos, estamos sintonizados com “os poderes dos fiacos”* e com as es complesas ~ algumas delas cruciaimente negativas — entre as diferencas de poder (politica) ¢ os poderes da diferenca (ontologia). Entio, para os propésitos da discussio, comecaremos com uma distingio ampla entre tés diferentes maneitas por meio das quais a ontologia e a politica estio cortelacionadas nas Ciéncias Sociais ¢ disciplinas cognatas, cada uma delas associadas a puescrigées metodolégicas, injungées analiticas ¢ visées morais: 1) 0 conceito filoséfico ttadicional de ontologia, para o qual a politica toma a forma implicita de uma injunedo pata descobsir ¢ disseminar uma tinica verdade absoluta sobre como as coitar sie; 2) a cxitica "Tiadusido de HOLBRAAD, Mastin; PEDERSEN, oe! ; VIVEIROS DE CASTRO, Edo, “The Polis of Ontlogy: Anihopologa Postons” Theorizing the Comempony. Cx Antiropolosy Website. Disponvel ent pn east ong/ Geldights/462 he polises-ofoatology atopologial EXIT exprento ogi! é “powes of the weal”, apacatemeate mur taduide pox “podests dot sbaleaoy"s Entetnt, decidsos santa taduch ital pasa ena ae poses coasts oem tH0 a eee de naesno cn ua age de pensamenta ace povelon 95 Ayé: Revista de Antropologia pl, ¥ 1(2019) sociolégica deste essencislismo e de outnos, a qual, ao desmascarar todos os projetos ontolégicos para revelar a sua insidiosa natureza politica, termina afitmando a politica critica do desmascazamento como a sua préptia versio de “cone as cosas deverian ser”; 3) 0 conceito antsopolégico de ontologia, entendido como 2 multiplicidade de modos de existéncia materializados em priticas concretas nas quais a politica se tora o conjucar ndo cético dos numerosos potenciais para a questio de saber como as coisas poderiam ser ~ aqnilo que Elizabeth Povinelli (2012b), tal como a entendemos, chama de “the otherwise” Como “the otherwise” pode se manifestar etnograficamente? Neste ponto, precisamos nos lembuar de que as descrigées etnoguitficas, como todas as traducdes cultnznis, envolvem necessasiamente tim elemento de transformacio on mesmo de destiguracio. Uma dada anilice antsopolégica equivale a uma “equivocacio contsolada” (Viveitos de Castzo 2004) que, longe de mapear de modo transparente uma ordem social especifica ou uma totalidade culmaral em outta, depende de “equivocos produtivos” (Tsing 2005), mais ou menos deliberados e reflexivos, para operar as tradhucdes € comparagdes nao apenas entre contestos, mundos e escalas diferentes, mas também dentro deles. Se alguma coisa distingue a vieada ontolégica de ontras orientacdes metodolégicas e tedricas, nio é a assuncio durvidosa que permite a alguém levar a pessoas e coisas “mais a séxio” do que as outias fazem on desejam fazé-lo', mas a ambicio, ¢ idealmente a habilidade de atravessar aquilo que estudamos, assim como faz uma artista que conjura uma nova forma a partir das possibilidades que o seu material a permite tomar livre, liberando formas ¢ forgas que dio acesso Aquilo que podetia ser chamado do lado sombtio das coisas.? Consequentemente, na medida em que a virada ontolégica na Antropologia tomon © estudo da diferenca etnogrifica ou da “alteridade” uma de suas marcas, ela esti menos interessada nas diferencas entve as coisas que na diferenca conportada nas coisas: a politica da ontologia consiste na questio de saber camo pessoas e coisas podem ser alteradas (Holbaad, SN A expeessio “the otherwise, tl como aparece ao tabalho de Elizabeth Povinell, € uma traducio da palavia flancesa “atement” que, por seu nino, ego a propa autora observa, figusa na expressio “penser fuatement”, wtllanda por Michel Fosemit ao conjsata de eaafeséacias publicndas 205 o acme de “Le govemment de soi et des autes." FOUCAULT, Michel. “Le government de soi et des antes "Pasis: Gallimard, 2008, A sua teadusio, portanto, tem alga de sinuoso, uma vez o exeiccio cousisteprecisamente em “uaduais tama adupia”. Ademiis, a expressio, assim coma € utlizada, compocta uma consteligla concsinial que 4 palavia escolhida deve captar. Dada a dfieuldede, decimos por manter a expressio original. Ente as oprdes cogitadas pais “the otherwise”, pensou-se em “a dfcrenga”, “o outro modo”, “s outrs va". Recentemente, Adana Miznuda da Cunla Paloma Biachi, so teaditem 0 comentisio de Elisabeth Povinell sobre o corrente testo, optaram pela expressio “aquilo-outio™, Ver: POVINELL, Elizabeth. Geoutologias do aquilo-osteo. Vediaeate Reviets de Esoodos ema cates Céaniens, 1.2, 0.27, p 418-422, 2017, © Ainds assim, algoém pode srgumentar de forma incontroversa que Ivar outias ontologias a sério & péecisamente, sacar as implicacées paliteas de como as caisas podesiam sec pasa “nés", considesaad coma fe colsse so pats aqueles “outsor” que, de fat, levam a seo este ontologiss SN.T: No oxiginal: "Dack side of things 6 Ayé: Revista de Antropologia pl, ¥ 1(2019) and Pedersen 2009; Pedersen 2012b). A ontologia, até onde a Antropologia em nosso entendimento esta implicada, é a decucio transcendental comparativa etnograficamente situada do Ser (0 oximoro é deliberado) tal como ele difere de si (0 dito) — ser-como-outro como imanente a ser-como-é. A antropologia da ontologia é antropologia como ontologia; no a comparacio de ontologias, mas a comparacio como ontologia, Tal como compreendemos, este é 0 elemento central da virada ontolégica: trata-se de uma tecnologia da descricio (Pedersen 2012a) formulada a partir da intencio otimista (nio-cética) de tomar 0 “otherwise” visivel por meio de experimentos com as possibilidades conceituais (Holbraad, no prelo) presentes em um dado corpo de matetiais etnograticos. Né enfatizamos que este material pode ser reticado de qualquer lngas, de qualquer tempo e de qualquer pessoa; alo ha limites para os tipos de priticas, discussos e attefatos que sto passiveis da anilise ontol ea. Alids, articular “o que podetia see” nesse sentido implica em. uma atitude nio-normativa on antinormativa, que tem implicacdes politicas em vitios sentidos, De inicio, apresentar altemativas em modo subjuntivo para declaracdes sobre o que “€ on imperativos sobre como “deveria ser”, é em si, um ato politico — um ato radical, na medida em que nos libera do relativismo simplista que meramente aponta para possibilidades alternativas (“visées de mundo”, etc), passa ousadamente a emprestar ao “otherwise” todo © peso ontol6gico pata torné-lo vide come wma alternatva reat, Pox exemplo: o relativista relata que naquele € naquele contexto etnogrifico o tempo é “cielico”, com “o passado sempre retomando para se tomar o presente.” Certamente, esta é uma ideia evocativa. Mas filando estritamente, ela nio faz sentido. Sec “pasado” 6, precisamente, “‘nio retornar para 0 puesente”, entio um passado que assim o faz no é propriamente um passado (no mesmo sentido que em que solteiso casado nio é um solteiro). Por contraste, com um tipo de “tarbo- selativismo”, o antropélogo inclinado para a ontologia toma essa forma de e(qui)vocacio como um ponto de paitida para um expetimento etnograficamente-controlado com © conceito de tempo, reconceitualizando “passado”, “presente”, “ser”, etc., de tal maneira a tomar “o tempo ciclico” uma forma real de existéncia. Neste experimento em modo subjuntivo com o “podetia ser”, a énfase se ditige tanto ao “sex” como ao “poderia”: “Imagine tim tempo ciclico!” o relativista se maravilha; “Sim, ¢ isto € o que ele podesia ser!”, sesponde 0 antropélogo comprometido com a visada ontolégica. Além do mais, qnando essas experimentagdes ontogrificas Holbraad 2012) sto precipitadas pelas revelagdes etnogriticas de pessoas cnjas préprias vidas sio, de um modo ou de ontro, impedidas por uma das ordens hegeménicas reinantes (Estado, Impétio e o Ayé: Revista de Antropalogia p°l,¥ 1(2019) Mercado, em suas combinagdes sempre voliteis ¢ violentas), entio as politicas da ontologia ressoam no seu nticleo com as politicas das pessoas que as produzem, Neste iiltimo caso, a politica de ma anilise antropolégica ontologicamente orientada nfo € meramente contingente do ponto de vista ldgico, mas constitnida internamente, e moralmente imbricada com as dinimicas politicas nas quais as pessoas que os antropélogos estudam estio envolvidas, incluindo os posicionamentos politicos que aquelas pessoas podem assumir, para inio falar da questio de saber 0 que a politica em si “\poderia sec”. Como se sabe, um dos mais citados (¢ criticados) motes da virada ontolégica na Antropologia 6 a famosa frase: “A antropologia é a ciéncia da autodeterminagio ontolégica dos povos do mundo”, e seu corolitio, a saber: que a missio da disciplina ¢ promover a “descolonizacio permanente do pensamento” (Viveitos de Castro 2009; para uma versio anterior do argument, ver Viveitos de Castro 2013( 2002). 0 ptimeio mal-entendido (improdntivo) que deveria ser dissipado é a ideia de que a conexio entre esses dois enunciados equivale 4 Inta pelos diseitos dos povos indigenas diante das poténcias mundiais: no é preciso muita antropologia para se juntar a essas Intas contra dominagio politica e exploracio econémica dos povos indigenas em todo mundo — parece suficiente ser uma pessoa minimamente informada e decente. Quantidade nenhuma de relativismo antropolégico e ceticismo profissional poderia servir de desculpa para sao se juntar a essas lutas. Em segundo lugar, a ideia de autodeterminacio ontolégica dos povos io deve ser confundida com um tipo de apoio a essencializacio étnica, um primordialismo Blut snd Beden (Terra e Sangue), on outras formas de realismo sociocultural. A autodeterminacio ontolégica significa devalver 0 ontolégico “20s povos” e no os povos a0 “ontolégico”. A politica da ontologia como autodeterminacio do outro € a ontologia da politica como descolonizacio de toda pensamenta em face de outro feusanento— pensar no pensamento ele mesmo como “sempre jé” em selacio ao pensamento dos outros. Em terceico lugar, a ideia de autodeterminacio do ontro significa que um principio fandamental da ética epistemologica dos antropélogos deveria ser: sempre deixe wma sada para as pessoas que se esta desoraenda, Nio expliqne demais, no tente atvalizar as possibilidades imanentes a0 pensamento dos ontros, mas faca um esforeo para sustenté-las © méximo possivel indefinidamente (sto € 0 que “permanente” quer dizer na fase: “permanente descolonizacio do pensamento”), evitando trati-las como fantasia dos outros ou fantasiando que elas possam ganhar a mesma realidade para si. Blas nio iro, Pelo menos no "enquanto tal", apenas como ontra. A autodeterminagio do outio é a outta determinagio do en, 98 Ayé: Revista de Antropologia pl, ¥ 1(2019) Isso nos leva a um ponto final em relagao A promessa politica sustentada por abordagens ontologicamente-orientadas na antropologia e nas disciplinas cognatas, a saber: que essa promessa pode ser concebida nfo apenas em rela¢io ao giau com que tals abordagens estio em afinidade com(ou mesmo ativamente promovem) objetivos politicos particulates, ou com a permanente necessidade de uma ctitica do Estado e as viradas do pensamento que as snstentam, mas também em relagZo a sua capacidade de constituir uma forma de politica que esti implicada em sua proptia operacio. Concebida dessa maneira, a virnda ontolégica nio é tanto um meio para fins politicos extenamente definidos, mas um fim politico em si mesmo, Recapitulando, até cexto ponto, nos debates sobre eficécia politica da “vida intelectual” (por exemplo, a posicio ambivalente da intelligentsia marxista aos apelos dos partidos comnnistas & militincia politica no século XX — Adorno, Sartre, Magsite, etc), a questio é se as anilises ontologicamente otientadas tornam politica o préprio modo de pensar que elas envolvem, de tal maneita que “ser politico” se toma uma propriedade imanente da préptia forma do pensamento antropologico. Se isso é verdade, entio a politica da ontografia nfo reside apenas nas maneitas pelas quais ela pode ajudar a promover determinados finmros, mas também na maneira como ela “configusa” o futuro (Kroijes, no prelo) em sua propria constimicio, ‘A premissa maior desse argumento pode estar na apoditicidade semelhante ao cogito (Huser): pensar € diferir. Aqui, um pensamento que nao faz diferenca para si mesmo nio é ‘um pensamento: os pensamentos tomam a forma de movimentos que vio de uma posicio a outta, portanto, se esse movimento no se cealiza, nenlum pensamento se realizou. Note que isso nio é um credo ontolégico (por exemplo, compare com o “principio éntico”(2011) de Levi Bryant, que é bem similar, mas lancado na chave filoséfica das reivindicagdes etatisicas), 20 contrisio, isso aparece como ima declaracio da forma légica do pensamento, uma fenomenologia, no sentido de Simon Caitchley (2012,55) que é, além disso, apodicts nna medida em que se instancia em sen préptio enunciado. A premissa menor, entio, seria a dela (mais discutivel) de que difrir é er si wm ato poltce. Isso exigitia que aceitéssemos que nogées politicas nio controversas como poder, dominagio ou antoridade so instincias sslativas & possibilidade de diferenca e seu controle, Falando diretamente (grosseixamente, talvez) a dominacio é uma questio de manter a capacidade de diferic sob controle — colocar limites sobte a altetidade e, portanto, ipso facto (isto 6, por implicacio interna da premissa cima: pensar é difetit) também sobre o pensamento, ‘Se aceitamos essas duas premissas, entio um certo tipo de politica toma-se imanente 4 virada ontolégica, Pois, se ¢ correto dizer que a virada ontologica “visa”, precisamente, 99 Ayé: Revista de Antropalogia al, + 1(2019) transmutando recursivamente as exposigdes etnogrificas em criativas experimentagdes conceituais, entio uma antropologia ontologicamente flexionada é orientada para produgio da diferenca ou “alteridade” enquanto tais. Independentemente (neste nivel de anilise) dos objetivos politicos aos quais ela pode se puestar, a antropologia é ontoogicamente politica tanto quanto sna opesacio pressupde, ¢ é uma tentativa experimental de “fazer” a diferenca como tal. Trata-se de uma antropologia constitutivamente antiautoritiria, que toma seu empreendimento para gerar vantagens alternativas a partir das quais as formas de pensamento estabelecidas sio submetidas & pressio implacivel da propria alteridade e talvez, com isso, alteradas, Poderiamos até chamar de empreendimento intelectual revolucionitio, se com isso queremos dizer uma revolucio que é “permanente”, no sentido proposto acima: a politica de sustentar indefinidamente 0 possivel, ow sea, © que “podetia ser” Referéncias Bibliogriifieas: ALBERTI, Benjamin; MARSHALL, Yvonne. Animating Archaeology: Local Theories and Conceptually Open-Ended Methodologies. Cambridge Archaeological Journal, v. 19, 1° 3, p. 344-56, 2009. BRYANT, Levi R. 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