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Capitulo II Psicodiagnéstico interventivo fenomenoldgico-existencial pendo a0 psicslogo analisar esses q, ic.) coe atolégica e dar 0 encaminha, : gia pS nesse processo, estabelece, ae 50. para ee cdo, sendo esses PrOcedimeng, er it os . Ds e faz 5 sss psicoteraPi delegados (4981, p: 13) comentam: icionalmente sentia sua tarefa como o CUMPrimenty ao caracteristicas de uma demanda a ser saj. se utilizando instrumentos indicados por oa, feita,seguindo 0s P' es pediatra, neurologista etc.). 0 objetivo funds, oe ae com o paciente era, entdo, a investigacio do me eae frente aos estimulos apresentados. Fischer, nos Estados Unidos, nos anos 1970, e M. Ancona-Lorer, no Brasil, na década de 1980, foram as precursoras na introdugao do psicodiagnéstico interventivo, 0 qual, como indica o préprio nome, rompe com o modelo anterior, fazendo do atendimento um proceso ativo e cooperativo, Nao se trata apenas de um proceso investigati- Vo; a0 contrario, o que fundamentalmente o caracteriza é a possibili- dade de intervencao. No psicodiagnéstico interventivo fenomenolé- icorexistencial, as questées trazidas pelos clientes so ao mesmo Seen ¢ trabalhadas, a fim de que se possam constniit, ” Pessiveis modos de compreendé-las. As intervencdes no Psicodiaon cts, sicodiagnéstico Ini i terizam P0r propostas devolutiy, en iterventivo se caract intemo do dliente, Sag... > ON8° 40 processo, acerca do mundo ; tebantalamentos, pontuagées, clarificagdes, que CEM a Hecaac tedurant Necessidaa, oe Aleangs PFOR ie = fazer certos apontamentos a0 pa stico a balho es ‘Por considerarem que 0 tr@! Pla e compreensiva, Também argu” io pe é yd PSICODIAGNOSTICO INTERVENTIVO —— "7 See ee tama favor dé devolugdes parciais ¢ de realizar um trabalho em con junto com o paciente, No caso do psicodiagnéstico infantil, esse processo pressupée a implicagao da familia na problematica, atribuida a crianca, na queixa. Parte da ideia de que, sea crianca apresenta um comportamento que atinge os pais, mobilizando-os a procurar por um psicélogo, a familia est, de algum modo, envolvida no problema. Além disso, como diz Yehia (1995, p. 118): [..] mesmo sendo a crianga a precisar de atendimento psicolégico, sio os pais que arcam com muitos dos custos do atendimento infantil; 0 tempo para levar e buscar a crianca, o pagamento das sessoes (quando estas sao gratuitas, o pagamento das condugdes) ¢ os possiveis efeitos transformadores do atendimento infantil na dinamica da familia. Esse modo-de compreender o psicodiagndstico decorre, como. jé mencionado, da concepgao de homem e de mundo postulada pela fenomenologia existencial, isto é, considera o ser humano como um ser sempre em relaciio, cuja subjetividade se constitui pelas relacbes que o individuo estabelece no decorrer de sua existéncia. forma, 0s pais ou responsaveis também sao clientes e tém participagao ativa no referido processo. es . ico é vista, como uma pratica -conjuntamente 120, pelos pais ¢ pela crianca. Os pais e a crian- ANCONA Lop distancia suficiente que permita 5 tempo, consesuin um? Tefleti m 4 sobre a situagae- hopes (1995, P- 94), Teferindo-se @ eSS€ aspecia,«p giana conceito de intersubjetividade, © qual afm, i ade de “reconhecer © outro cOMO LM OU €U, que, poy ido em um mundo, portador de comportamen constitui a sie ao mundo”, M. Ancona’ serva que ele se aP* a possibi c suindo um corpo insel tos e construtor de significados, ntivo como pratica descritiva 0 Psicodiagnéstico, conforme concebido tradicionalmente, bus ca obter um diagnéstico do individuo, classificando- quanto as pa tologias, a partir das definig6es das caracteristicas de personalidade e fatores especificos, como nivel mental ¢ outros. O psicodiagnéstico interventivo evita classificagées. Nao preten- de montar um quadro estatico sobre o sujeito. E um modelo descri- tivo na medida em que faz um recorte na vida da pessoa, em dado momento e em determinado espaco, focalizando seu modo de estat no mundo, com os significados nele implicitos. 6. O psicodiagnéstico interventivo e o papel do psicdlogo e dos clientes Convém reiterar que os clientes, nesse atendimento, be papel ativo, participam da construcao de uma compreens#® a que acontece com eles. O psicdlogo solicita ¢ valoriza @ sua mee aco na intengao de que o esforgo conjunto possa produ entendimento para as questdes por eles trazidas. Ee Desse modo, tantoas experiéncias dociente quant0%si™™ eb do psicélogo sobre elas sao compartilhadas, cainde FSICODIAGNOSTICO INTEARVENTIVO No psicodiagéstico interventivo fe psicblogo busca compreender esse cam, explicacGes tedricas se nomenol6gico-existencial, 0 PO fenomenal ¢ evita anteponham ao se: i teres ntido dado pelo cliente. M. Ancona-Lopez (1995) comenta que, © pelo cliente mento do processo de psicodiagnéstico in equipe que 0 desenvolvia uma mudanga no a relagao entre teoria e quando do desenvolvi terventivo, ocorreu na modo de cor el lag entre teria préica. A prétca, emboraFleneiods sone de indicagoes teoricas, ultrapassa a teoria de teferéncia, ex ne : psicdlogo a experiéncias que nao sao abarcadas pelos coites 2 ricos. Desse modo, torna-se local privilegiado para apontar lacunas do conhecimento te6rico e produzir questionamentos. Segundo An- cona-Lopez, M- (1995, p. 93), No Psicodiagnéstico essa posicao trouxe como consequéncia a valori- zagao do conhecimento pessoal do cliente e de seus pais, assim como a necessidade de se trabalhar desde 0 inicio de modo conjunto e par- ticipativo, evitando guiar-se perante 0 caso apenas a partir de referén- cias teéricas. ie ae 1 A fim de que possa compreender 0 campo fenomenal, 0 psicé- logo deve, com os clientes, desconstruir a situacao apresentada e buscar seu significado principal. Ancona-Lopez (1995, p. 94) discorre: ee " A queixa deixou de ser vista de modo isolado para tomar-se via de acesso a0 mundo do sujeito, a seus objetos intencionais, e aos conflitos nele instalados, considerando-se o esclarecimento dos significados ali presentes como processo necessario para uma possivel re-significagao e-consequente modificacio do modo de estar consigo ¢ com 0 outro, Rae riéncia do outro, bem como seu signifi- que o psicélogo se ‘um envolvimen- 1 cliente, compartilhar de sentidos e, ao mes- A identificagao da expel b cado, 6 uma tarefa que exige, de alguma maneiray reconheca nesse outro. Portanto, é preciso que haja toexistencial; é preciso mergulhar no mundo d seus c6digos, deixar-se enredar por sua trama Se » construirem, juntos, possiyg, : com os clientes 70 eae een cag a e de compreensao ace és , es yi 3, Psicodiagnéstico como pratica compartilhada Oe a i C6 : ee Em tal modalidade de atendimento, 0 psicdlogo compartith, aa 6! 0 0s clientes suas impressoes, permitindo que estes as legitimen a ainda as transformem. Entende-se que éno compartilhar de experign. ciase percepgdes que pode emergit uma nova compreensio, um noy, sentido, que possbilite diminuir ou eliminar o sofrimento psiguiy da crianga e da familia. Essa é uma posicio derivada da Psicologia Fenomenolbgica, ny medida em que entendeo individuo, em seu “estar nomundo” coma fio d000 uma pessoa consciente, capaz de fazer escolhas e de responsabilizarse a necessidas por elas, diante de quem se abre um leque de possibilidades. As in fcpativore tervengoes do psicdlogo, obtidas por meio de suas percepeées, se iis tebricas oferecem como possibilidades para ampliar o campo de consciéncia da pessoa, permitindo novas experimentac6es. Alimde g ParaS. Ancona-Lopez (1991, p. 87), 0 processo de psicodiagnéstico ‘po deve, com interventivo, quando efetuado numa abordagem fenomenolégicoexs- saga sn tencial, “é uma pratica colaborativa, contextual e intervencionista’. Yehia (1995, p. 120) complementa: “A situagao do psicodiagns Aa tico torna-se entao uma situacao de cooperacao, em que a capacidade Sra de ambas as partes observarem, apreenderem, compreenderem com titui'a base indispensavel para o trabalho. 4. Psicodiagnéstico como pratica de compreensio das vivencles nee ; 0 © registro das experiéncias que as pessoas vio fend sone ida e's quais atribuem sentido constitui seu campo f" da vi pSICODIAGNOSICO INTERVENTIV de que existem aspectos que nao devem Jogo ao cliente: o importante é como di Nesse sentido, Ser mencionados pelo psicc izer, diz M. Ancona-Lopes ( © nao 0 que dizer (1995, p, 98): Pais e psicdlogo engajam-se no minuida a assimetria na relaga seu cardter de verdade, significacao. Processo de criagao de sentido e, di- ©, © conhecimento profissional perde ‘mostrando-se como uma forma possivel de DESCRICAO DO ATENDIMENTO EM PSICODIAGNOSTICO INTERVENTIVO: NA ABORDAGEM FENOMENOLOGICO-EXISTENCIAL Essa modalidade de atendimento pode ser realizada individual- mente, ou com mais frequéncia, nas instituicdes. As etapas do pro- cesso S40 as mesmas, em ambos os casos. Nesta descricio, apresento minha forma de trabalhar, individualmente, em psicodiagndstico interventivo fenomenolégico-existencial. 1, Entrevista inicial Para a entrevista inicial convoco somente os pais. Inicio com os cumprimentos e apresentacdes habituais e deixo-os falar sobre como vieram até mim, por que € 0 que esperam. Em seguida, converso sobre minha forma de trabalhar, ou seja, compartilho com eles 0 fato de 0 psicodiagnéstico ser um processo cujo objetivo feomereet aquilo que ocorre com a crianga e com eles, pais, na ee a filho, dos motives que levam a erianga a apresentar de one comportamentos, bem como 0 que é possivel fazer ae 2 ae Explico que parto da ideia de que se a crianga Ce aoe 0s pais estio implicados nela, ¢ que, por e884 Ta780, ane deles. no proceso é fundamental. Enfatizo que n0 si ‘ossamio> /ajioureanieitage epuodsou eduet9 © ose -oyMOMIpLONE ‘3850 0 wpize2} 10} stenb sojad soatjour so asayuod 9g wo woq ‘0801 ‘NDNTOSIEOROMGESS nte por mim, mas que buscaremos junigg a sstico feito somer agatice eles sao parte ativa do atendj se passa, que inder 0 que se pass’, 4 Menta, formacoes por eles fornecidas como seu mo, forma do deen, $0: Explicg fendimentg horétio,falg ito do sigilo. Certifico-me de que 05 pais compreenderan, i inka Ja e pergunto-lhes se concordam com © que apresente; Pro- a cee Busco entender os aspectos manifestos e latentes yy demanda, Deixo que eles falem sem interrupg6es. As eventuais gy vidas ou perguntas que fenha a fazer deixo para depois que os paig derem sinal de que concluiram 0 que tinham para comunicar. Progy. to observar os temores, as fantasias, as anguistias que eles demonstram ao se referir & crianga, a si mesmos e a vida de modo geral. Comego a notar quais sao as explicagdes que constroem para dar conta de sua queixa, dos sintomas apresentados pela crianea. A esse respeito, M, Ancona-Lopez (1995, p. 98) relata: preet que tanto as in! C1 ai jer a crianga 5 a visitas domiciliar e escolar que fazem parte do at ainda as visitas fo realizadas durante seu curso. Combino dia, e que serdo 10 essenciais para a efetivagao do proces, O valor atribuido a escolha, tesponsabilidade e autonomia do cliente ara imprimir direcdes & sua existéncia leva os psicdlogos a privilegiar na relacao clinica a participacao dos pais, a valorizacao do esforgo Pessoal e a abrir espaco para as crencas e construcdes explicativas que criaram para dar conta das angdistias levantadas pelos contfitos gerados Pelos papéis, fungdes e jogos familiares, No caso de comparecer o casal, tento compreender se ambos tém & Tesmas demandas ¢ se atribuem a elas os mesmos significados. Desse modo, vou sendo transportada para outro universo que nao¢ hE eal de alguna mack é aes OOS riya ae ys Cor bis ima. sf € Partcigar de um significado comum, do projeto 40 Aint os acontane tt lititagbes para o mundo, £ importante ident ssimentos.¢a forma como se desenvolveram em rela psiCODIAGNOSTICO INTERVENTIVO. a seu contexto, gerando a pergunta, precipitando a crise leva 4 pedido de atendimento, etewanda si Apés essa primeira imersao na teia de significados construidos pelos clientes, procuro fazer eventuais intervencdes de esclarecimen- toe pontuagoes, de tal forma que possa compartilhar com eles minhas impress6es ¢ eles possam ou nao legitimé-las. E nessa interacao entre oque eles me falam e o que eu apreendo do que me dizem que vamos estabelecendo um modo de trabalho que permite emergir de nés possibilidades de compreensio. Geralmente, verifico se a sessao atendeu ao objetivo, que € a contextualizagao da queixa e 0 esclarecimento da forma de trabalho e, caso ainda existam dtividas, conversamos sobre o prosseguimento da entrevista no préximo encontro, no qual pretendo também aclarar determinados pontos. Informo aos pais que o atendimento posterior seré destinado a conhecer a hist6ria de vida da crianga e que, prova- velmente, dedicaremos 4 esse tema um ou dois encontros. 2. Historia de vida da crianga O segundo encontro destina-se 4 anamnese, que pode ser feita de duas formas, Segundo M. Ancona-Lopez, (1995), é possivel entre- gar o questiondrio de anamnese aos pais, que 0 levam para casa ¢ la o respondem, Quando retornam ao atendimento, conversam com 0 profissional sobre suas respostas e sobre como responderam ao ques- tiondtio: se apenas o pai ou a mae 0 fez ou se a familia se reuniu em torno dos temas, revivendo sua histéria, se consultaram outros mem- bros da familia em relagio as informagées etc. Outra forma de enca- minhamento da questo é entrevistar 0s pais ou responsaveis duran- te o atendimento, Essa é a maneira que prefiro utilizar em meu trabalho, pois me permite ver, sentir as emogdes que os pais refletem cada pergunta ou cada etapa da vida do filho. Isso me da condicoes SIA Aheg Oh da familia; animais, indios e sold ado. pincel boneco * de pi = jomind, quebra-cabeca, mico, dara, 3 de varetasy ario, mesa, cadeiras, fogs veg Gof, armario, Mesa, 98, fOBR0, Gelade os, ow seja, panelas, garfos, facas, colhares, bel aay cases de diferentes POS, como auton i al siver €/01 € i sevelvar of Or nbuldnciay bacia © Pano: cia, a eae aeente fechada para a ee Pes me interessg a opservar se ela toma a iniciativa de a aS oe Por minha aja: da para fazé-lo, enfim, para ere see oe a eseg. cpida, Digo a ela que pode abrir a caixa € que pode brincar gy forma como quiser com o que esta 14 dentro. Se a crianca solicita que eu brinque com ela, eu a atendo, toma. do o cuidado de perguntar o que quer que eu faga, que papel devo representar ou quais sao as regras do jogo que pretende jogar. Durante a sesso, converso com a crianca a respeito de sua pro: dugao e tento estabelecer relagdes entre seu comportamento no aten- dimento e suas agdes em sua vida, de modo geral. Além disso, pro- curo observar e compreender a natureza e o contetido do seu brinear se ha criatividade; se hé agressividade; se reproduz aspectos de sua vida, ou melhor, tento entender qual é sua légica, sua realidade. Sempre que possivel, faco assinalamentos a ela, com a expectativa de que possa referendar e ampliar minhas percepces. Segundo M. Ancona-Lopez (1995, p. 108), é importante, “ao final de cada sesso, conversar com a crianca sobre as observaces feitas, icas como metdforas das situagoes sic DIAGNOSTICO INTERVENTIVO cliente, Isto €, a compreensio dos testes coconstitufd em conjunto pelo psicélogo e seu cliente [...] ia, € construida 6. Visita escolar e vista domiciliar Durante 0 processo de psicodiagnéstico, usualmente faco duas visitas: uma a escola da crianga e outra a'sua casa. Essas visitas tem por objetivo entender a crianga em relagao as circunstincias em que vive. Procure comunicar aos pais e A crianca as razes da visita esco- lar, Marco 9 contato por telefone e, geralmente, deixo a critério da escola a indicagao da pessoa com quem devo falar. Na visita, procuro observar as instalagGes da escola, suas possibilidades, sua conservacao. Pergunto ao responsavel sobre as condig6es de ensino, o desempenho escolar da crianca e seu relacionamento com colegas e professores. A visita domiciliar s6 ocorre se a familia concordar. Ela é agen- dada previamente em hordrio determinado pela familia. Peco que ela, na medida do possivel, esteja reunida. Durante a visita interesso-me Por observar a casa, suas condicées de cuidado e higiene, os méveis, enfim, a parte fisica. Entendo que ela mostia e elucida amaneira como aquela familia est4 no mundo. Acompanho as conversas durante as visitas sem deixar de considerar que elas podem estar, naquele mo- mento, influenciadas pela presenca do psicdlogo. Corréa (2004, p. 62) diz que os espacos cotidianos da vida s40 modelados ¢ modificados de acordo com a imagem do miindo que cada um carrega dentro de si e que €, Por sua vez, constitufda por pessoas, lugares, valores, experiéncias, acontecimentos associades a sentimentos. Esse mundo interno € proje- tado sobre os espacos e sobre os objetos, 0 que produz uma configura~ 40, provoca associagdes; estabelecendo uma via de mao dupla entre 0 ‘mundo interior — eu — € 0 espaco exterior mundo! Ou seja, a ligaeao entre 0 espago — mundo concreto— e subjetividade — mundo abstrato — estabelece urta felacdo de similaridade entre eles. ton org testes psicoldgicos. Acredito que os resultados de quite == podem ser compreendidos no contexto das experiéncias do : teste e que as interpretagdes podem ou nao ser legitimadas Pel wie Essa visio a respeito dos testes psicolégicos foi iPiciamente gt lada por Fischer (1979), ao propor um “diagnéstico centradgy form M. Ancona-Lopez (1987, p. 62), ao falar dos testes aes “i seu uso, considerou que os psicdlogos das abordagens fers St a . meng gicowexistenicais, na década de 1970, teceram cxtcas& mr ra try dicional como os testes eram usados e apresentaram uma ng, Visio no que diz respeito a utilizacao deles: Na avaliagao dos testes, esses psicélogos procuravam, conjuntamng como cliente, explorar o significado dado as varias partes dos tg, as avaliacbes que se podia extrair delas. Buscavam novas informa e solicitavam ajuda para compreender melhor as respostas. Os tau, dos objetivos dos testes, os escores, eram considerados como dade secundétios, validos apenas como referencias das instancias pata quais haviam sido estabelecidos, e estas eram explicadas ao suit, Ao usar um teste, minha intengio é conhecer 0 funcionamento da crianga, quais sa os mecanismos dos quais se utiliza em sua vide Valorizo a andlise qualitativa dos testes e nao tenho a intencio de? partir deles, categorizar, classificar ou definir patologias no compo tamento do cliente. Pretendo compreender o comportamento crianga no teste, articulando-o com suas experiéncias de vida. ° Assim, costumo apresentar & crianga minkas percepse poteses sobre suas producées no teste, relacionande-as com s° Procuro verificar se minhas observagbes fazem sentido pare Pode acrescentar algo ao, que foi dito. Essas percepcoes #7". discutidas com os pais. S. Ancona-Lopez e Corréa usa ferindo-se ao uso de testes psicologicos, comentam elae® ae fate cea ‘ot A caracteristica principal do uso de testes nessa ab que tanto a aplicacéio quanto a avaliacao 840 _ LFLF LATS é psiCODIAGNOSTICO INTERVENTIVO queixa de modo geral. Trabalho também os = sentimentos d. diante da situacdo, suas angistias © ie Possibilidades de ajuda a crian- Procedimentos que vou utilizar e quais as motivacoes de minha acéo. Dependendo do faco orientagées que, a meu ver, permit to da crianga. Entretanto, ga. Discuto com eles a respeito dos que percebo, iam melhor desenvolvimen- Procuro levar em consideracio a disponi- bilidade, os recursos internos e as caracteristicas de ° : comportamen- to dos pais para que tais orientagées nao tenham o tom de uma “receita médica”. Procuro fazer com que 0s pais se apropriem delas ou mesmo as sugiram, a partir da alianga que estabelecem comigo, no sentido de dar conta da situacao que os aflige. Assim, Yehia (1995, p. 119) diz: Desta forma, 0 Psicodiagnéstico Fenomenologico-Existencial envolve um trabalho de redirecionamento dos pais a partir de uma compreen- sao da crianga e da dinamica familiar, com o objetivo de facilitar 0 re- lacionamento, propiciar novas formas de interacdo e abrir novas pers- pectivas experienciais. 5, Encontros com a crianca: uso de testes psicolégicos Nas sessdes com’a crianga posso usar testes psicolégicos, obser- vacao Itidica, recursos como colagens, ou ainda intercalar esas © outras estratégias. A escolha do procedimento a ser utilizado ¢ feita caso a caso, dependendo das peculiaridades de cada crianga'e do decorrer do atendimento, nao existindo, portanto, um conjunto padrao de procedimentos definidos anteriormente. Os testes psicoldgicos, em sua maioria, foram concebidos como instrumentos objetivos, capazes de medir ¢ avaliar aspectos de per~ sonalidade, independentemente da relacao estabelecida com 9 exa= minador e da historia de vida da pessoa. Assim, seus resultados se apresentam como definigdes objetivas a respeito, do: cliente: Essa a €a forma como compreendo’as informacoes obtidas a partir Cos pais sessoes com os 7, witimas essoes COM 05 Pals, tenho cinco objetivos, Nas wltimas § 4, Alinhavar a8 Per? seja, estabelecer um palhado as Pouce, ar o desligamento do processo de psicodiagn isis, jé que nesse trabalho conjunto se estabelecetima forte aay ce rompimento produz seni. vrentos diversos que merecem ser discutidos e trabalhados epgdes ocorridas durante 0 proce fio condutor que delineie o gue produzindo uma gestalt. $50, o4 foi tra, 2. Trabalh 3, Avaliar conjuntamente 0 processo, em que aspectos atingimos nosso objetivo em comum, no que mudamos etc. 4, Apontar os aspectos importantes que podem permitir aos pais e a crianga continuar suas vidas mais fortalecidos. 5, Trabalhar eventuais encaminhamentos ou o desligamento do consult6rio ou instituicao. 8, Relatorio final is en fago um relatério escrito, do qual const dings ae oe pelos clientes, as questoes trabalhadas ce descritivore é ee tudo © que fez parte do atendimento actescentar algo ou Ra integra para os pais, que podem retire! o ota ainda sugerir modificagoes. m™opez (1995, p. 104) diz: \ Elabora pet eos deca Aescritivo do caso, contend a ‘entre Pais © profise comum, assim como os pontos de di ionais © este é |; : i lgungarn oo Slide pata os pais ® tram © Proce ie os encamin sscordane? mitido ® "m acessivel, como um modo de fechar ° Primeira:a viltima sesso. pSICOBIAGNOSTICO INTERVENTIVO Se ee 9, Devolutiva final para a crianca © fechamento do processo para a crianca pode assumir dife- rentes formas. Uma delas consiste em fazer um livro cuja historia 6 a propria historia da crianca, Esse procedimento baseia-se nas pro- postas de Fisher (1998),’ desenvolvidas no Brasil por Becker (2001, 2002); Donatelli et al. (2001, 2004); Santiago (2001) Santiago et al. (2003). Quando monto o livro, faco 0 texto acompanhado por legendas € gravuras, cujos personagens sao representados por animais pelos quais a crianga tenha manifestado preferéncia. O enredo em si con- templa a hist6ria de vida da crianca, seus conflitos e 0 proprio aten- dimento psicodiagnéstico. O livro nao contém nome do autor tam- pouco o nome da crianca, e € lido e entregue a ela no ultimo atendimento. O propésito é que a crianga leve consigo algo que Ihe permita continuar elaborando aquilo que, por alguma razao, nao pode ser elaborado até aquele momento. Asse respeito, Santiago (2001, p. 34) refere: No livro de histéria trabalhamos basicamente com analogias, 0 que permite a crianca uma compreensao de sua problematica na medida de suas possibilidades egoicas. Neste sentido, 0 livro relata a historia de um personagem com o qual a crianga possa se identificar: mas, a0 contrério de suas producdes, nao necessariamente teré que relaciona- lo consigo mesma. Supomos que o trabalho de eleboracao psiquica pode ocorrer apés 0 encerramento do psicodiagnéstico, visto que o livro 6 entregue a ela no final do processo, e seu texto ou gravuras Podem servir de estimulo para que gradativamente se aproprie das

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