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A AUTORA
Luana Machado dos Santos

Docente no Centro Universitário UniAraguaia nos cursos de Administração,


Ciências Contábeis e Tecnologia em Gestão Comercial. Bacharela em Administração
pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás); Especialista em Gestão
Empresarial com Ênfase em Consultoria pelo Centro Universitário Anhanguera; Pós-
Graduanda em Metodologias Ativas e Mestra em Engenharia de Produção e Sistemas
pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), ênfase em Industria 4.0.

E-mail: luanasantos@uniaraguaia.edu.br

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ARAGUAIA - UNIARAGUAIA
1º Edição – 2021

É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer
fim. Obra protegida pela Lei de Direitos Autorais

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DIRETORIA FINANCEIRA
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COORDENAÇÃO GERAL DOS CURSOS TÉCNICOS
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NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


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SUMÁRIO

UNIDADE II – TEORIA E PRÁTICA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM --------------- 23


2. Teoria e Prática de Mediação e Arbitragem ------------------------------------- 23
2.1 Conceito de práticas de mediação e arbitragem ------------------------------ 24
2.2 As fases do processo de mediação e arbitragem ---------------------------- 26
2.3 Modelos e técnicas de mediação e arbitragem -------------------------------- 27
2.4 Mediação socioambiental ------------------------------------------------------------ 31
RESUMO ------------------------------------------------------------------------------------------- 33
ATIVIDADES -------------------------------------------------------------------------------------- 34
REFERÊNCIAS ----------------------------------------------------------------------------------- 35

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APRESENTAÇÃO
Caro Estudante!

Estimado (a) Acadêmico (a), com o avanço da tecnologia e o uso contínuo da


internet, esta vem fazendo parte do cotidiano diário da população. Fazendo bom uso
desta tecnologia, este curso será ofertado à distância, uma vez que esta modalidade
de ensino vem crescendo gradativamente.

Dessa forma, a educação a distância se torna interessante, possibilitando o


discente em realizar os estudos no aconchego do lar, no ambiente de trabalho e até
mesmo fora da cidade ou país, sendo necessário apenas um ambiente virtual com
computador e internet, adequando o tempo com as atividades pessoais,
profissionais e de estudo.

Meu nome é Luana Machado dos Santos, sou a professora responsável pela
disciplina de Desenvolvimento de Equipes e Mediações de Conflitos e, ao longo
do nosso estudo vamos visualizar que o sucesso de uma empresa depende do
desempenho de seus colaboradores e, portanto, da eficiência da gestão de
pessoas. Por isso, exercer o desenvolvimento de uma equipe é fundamental para
que o empreendimento se mantenha no mercado.

Por meio do estudo à disciplina Desenvolvimento de Equipes e Mediações


de Conflitos, nosso principal objetivo é que, após o término da disciplina, o aluno
poderá compreender a importância de formar uma equipe para o ambiente
organizacional, como resolver problemas organizacionais baseado nas negociações
e mediações de conflitos.

Para alcançar tais objetivos, a disciplina será dividida em cinco unidades


abordando os seguintes conteúdos: na UNIDADE I – INTEGRAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES, o conceito de desenvolvimento de equipes,
os principais desafios para formação de equipes, o impacto da diversidade na
equipe de trabalho e a importância da inclusão da cultura Afro-Brasileira, Africana e
Indígena no desenvolvimento de equipe nas organizações.

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Na UNIDADE II – TEORIA E PRÁTICA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM, o
assunto abordado levará o conceito de práticas de mediação e arbitragem, as fases
do processo de mediação e arbitragem, quais são as estruturas de mediação e
arbitragem e a importância da mediação socioambiental.

Já na UNIDADE III – TEORIA DE NEGOCIAÇÃO, será realizado uma breve


introdução à negociação, e os benefícios e como desenvolver o planejamento e
preparação de negociação, quais são os estilos de negociadores e a dinâmica da
negociação e processos decisórios.

Por fim, a UNIDADE IV – GESTÃO DE CONFLITOS possibilitará o


conhecimento sobre o conceito de conflitos, os diferentes tipos de percepções do
conflito, as habilidades na resolução de conflitos e quais são os estilos de gestão de
conflitos.

O conteúdo aqui proposto dará suporte a todas as discussões e reflexões do


módulo: Desenvolvimento de Equipes e Mediação de Conflitos do curso de Gestão
de Recursos Humanos do Núcleo de Tecnologia em Educação à Distância (NUTEC)
do Centro Universitário UniAraguaia. Não se esqueça de assistir aos vídeos que
acompanham cada unidade! Eles são imprescindíveis para auxiliar na compreensão
de cada conteúdo aqui discutido.

Bons estudos!

A autora

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UNIDADE II – TEORIA E PRÁTICA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM

Este módulo tem por objetivo oferecer o entendimento a respeito da teoria e


prática de mediação e arbitragem.
Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
⮚ Conceituar as práticas de mediação e arbitragem;
⮚ Compreender as fases do processo de medicação e arbitragem;
⮚ Perceber os tipos de procedimentos e estruturas de mediação e arbitragem;
⮚ Entender a importância da mediação socioambiental.

2. Teoria e Prática de Mediação e Arbitragem

Precisamos compreender o conceito e as práticas do processo de mediação e


arbitragem, antes de adentrar no aspecto de como solucionar os conflitos no dia a
dia das organizações.

Com isso, te convido para realizar uma boa leitura, com objetivo de esclarecer
todas as dúvidas quanto a essas duas modalidades.

“O conflito é algo criativo, o que é negativo é o confronto.


O conflito é a divergência de postura, o confronto é a

tentativa de anular a outra pessoa.”

Mário Sérgio Cortella

“Um mediador de conflitos é um arquiteto da paz.”

Jean Carlos Dal Bianco

Segundo Capachuz (2003), a mediação é uma prática bem antiga, sua


existência remonta em meados de 3.000 a.C. na Grécia. Os representantes da igreja
católica ortodoxa atuavam como mediadores entre seus seguidores, o qual ficava para
o clero a tarefa de mediar casos familiares, criminais e disputas diplomáticas entre a
nobreza.

Para Spengler (2021), a sociedade brasileira tem cultura pacífica, contudo


vem se transformando nos últimos tempos. Cabe às instituições sérias e competentes
promover treinamentos e formação de mediadores, conciliadores e arbitrários, com a
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finalidade de resgatar uma prática corrente no período monárquico e nos primórdios
da República, que visava à busca prévia conciliação entre as partes e a preservação
da paz.

Muitos gestores não tem o conhecimento a respeito da importância da


mediação e arbitragem, porém cada dia que passa, as organizações estão precisando
destes profissionais buscando solucionar alguns problemas que acontece no decorrer
do dia a dia das empresas.

Agora que conhecemos algumas informações a respeito da mediação, vamos


estudar o conceito de mediação e arbitragem e as principais fases do processo de
mediação envolvidas na organização.

2.1 Conceito de práticas de mediação e arbitragem

No Brasil, o alicerce da mediação está fundamentado no princípio da soberania


da vontade, propondo uma reorganização e reformulação da situação geradora do
conflito e da controvérsia. Como deve se originar das partes a tendência de rever a
causa que provocou o desajuste, o processo está contemplando a autodeterminação
de cada indivíduo. A partir do momento que houver conscientização do problema e
uma nova maneira de visualizá-lo com empatia, os resultados estarão sendo
construídos respeitosamente e humanamente. Dessa forma afastam-se as antigas
ideias e concepções errôneas e dar-se-á lugar a novas perspectivas e expectativas
de vida.

Segundo a obra de Capachuz (2003), a mediação é exatamente o mecanismo


que irá ensinar ou transformar litígio em algo positivo, redimensionando em
parâmetros adequados ao desenvolvimento e bom relacionamento entre os membros.
Sendo usada na prevenção de um conflito, que poderá certamente, impedir que este
alastre causando prejuízos emocionais irreparáveis.

Já Six (2001) apresenta que o principal objetivo da mediação e incentivar as


pessoas a encontrarem seu próprio caminho visando garantir o bem-estar.

O sucesso da mediação não resulta apenas o acordo, mas também da forma


como age sobre o aspecto emocional das pessoas, desenvolvendo a maturidade para
buscar algo justo, eliminando vinganças, ressentimentos e ódio. Em geral, a mediação

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no Brasil é procurada quando as partes não estão conseguindo administrar seus
conflitos, sentindo-se encarceradas dentro do próprio eu, sem conseguir buscar uma
solução.

Neste cenário, a mediação propõe mudanças culturais na forma de enfrentar o


conflito, não exigindo resposta imediata, buscando as verdadeiras causas que possam
atingir a expectativa dos envolvidos. Além disso, o papel do mediador envolve como
competência básica a capacidade de criar condições para que as partes possam obter
uma solução e, principalmente, estabelecer o diálogo.

Para Capachuz (2003), é possível concluir que a mediação visa


fundamentalmente dar um fim efetivo ao conflito e emocional, pois busca as causas
internalizadas, muitas vezes inconscientes, que os levou aos desentendimentos, e
encontrar uma solução, onde as partes não se sintam lesadas.

Agora que entendemos o conceito de mediação, vamos compreender a


definição de arbitragem e como eles se complementam.

O Marco Regulatório da Arbitragem, no Brasil, é a Lei número 9.307 de 1996


no artigo 41 foi realizado uma modificação no artigo 267 do Código de Processo Civil,
incluindo a convenção de arbitragem no rol das situações que causam a extinção do
processo judicial sem julgamento de mérito.·.

Segundo Kamel (2017) arbitragem é considerada como um modelo extrajudicial


de resolução de conflito, muito utilizada quando não querem prolongar uma
determinada situação e levar o caso ao poder judiciário.

Outra definição apresenta por Martinelli e Guisi (2006, p.202):


“A arbitragem é um sistema de solução pacífica de controvérsias
nacionais e internacionais, rápida e discreta, quer de direito público
quer de direito privado. Consiste na criação de um julgador não
pertencente à jurisdição normal, escolhido pelas partes conflitantes
para dirimir divergências entre elas. É a escolha pelas partes de um
juiz não togado, ou de um tribunal não constituído por magistrados,
mas de advogados avulsos ou pessoas consideradas como capazes
de conhecer e decidir uma questão preste a ser submetida à Justiça.
Podemos dizer que seja uma justiça privada a fazer o que faria a justiça
pública: solucionar lides entre duas ou mais pessoas. “
Ressaltamos que a arbitragem é uma das estratégias a serem utilizadas que
possui algumas características que facilita toda a transação, fazendo um comparativo
desta modalidade com o poder judiciário, entende-se que ela é mais rápida que o
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poder judiciário, outro ponto de extrema relevância e a facilidade de escolher um
profissional especializado na resolução do problema em questão.

Agora que compreendemos o conceito de mediação e arbitragem que são


definidos como instrumentos utilizados com o principal objetivo de auxiliar na
resolução dos conflitos encontrando as melhores soluções.

Sugestão de Vídeos
Assista ao vídeo explicativo sobre mediação, como é simples usar o diálogo para
solucionar problemas, desenvolvido pela Câmara Mediação e Arbitragem
Empresarial.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Kr13qBAPA9k

2.2 As fases do processo de mediação e arbitragem

Atualmente, o processo de mediação tende para o relacionamento


interpessoal, por isso é importante entender as peculiaridades de cada situação
considerando a natureza de cada conflito. As principais habilidades de um
mediador, é promover a reflexão e o diálogo, gerencia os conflitos e identificar os
problemas.

Segundo Kamel (2013), foi apresentado as principais fases que compõem o


processo de mediação, como podemos visualizar na figura 2 abaixo.

Figura 2 – Fases no processo de mediação

Fonte: Adaptado por Kamel (2017) 26


A primeira fase neste processo é a abertura, o mediador começa explicando a
finalidade da mediação, o processo seguido e o papel do mediador. O mediador fixa
as regras a seguir e pede às partes que aceitem este processo específico.

Já a segunda fase é a descrição do problema, o mediador ouve toda exposição


de cada uma das partes. Em seguida o mediador acolhe as emoções expressas e
sossega as partes, se necessário, identificando cabalmente os receios de cada uma
delas.

A terceira fase é a identificação das questões a debater e fixação do conteúdo


das negociações, neste momento o mediador necessita fixar o objetivo da negociação,
apresentando os domínios e consultando as partes e questões visando o debate.

A quarta fase e procurar diversas soluções, neste momento o mediador busca


encontrar possíveis alternativas para resolver o problema em questão.

A quinta fase é ponderar as opções e selecionar a melhor solução, e neste


momento que o mediador ajuda as partes a chegar a um acordo, sendo aceito por
ambas as partes.

E a sexta é última fase é o fim da mediação, é o momento que finaliza todo o


processo.

Após toda as etapas que foram percorridas, Martineli e Guisi (2006) apresentou
o processo arbitral, durante o qual as partes apresentaram suas posições aos árbitros,
visando estabelecer as regras se podiam usar ou não usar suas sugestões.

Estas modalidades não são consideradas apenas alternativas teóricas. Cada vez
mais tem visto um crescimento de empresas especializadas em mediação e
arbitragem, que desta forma acumulam experiência, criam códigos de ética,
aprofundam conhecimentos e desenvolvem princípios e metodologias que tendem a
qualificar processos.

2.3 Modelos e técnicas de mediação e arbitragem

A Lei de número 9.307 apresentou que, mesmo sabendo que a mediação e


arbitragem sendo um modelo utilizado para resolução de conflitos, somente pode ser
aplicado quando se tem um valor definido e que possa ser negociado, cedidos ou

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renunciados. Ou seja, questões criminais, de família, tributária, falência não se pode
aplicar nestas modalidades.

Este processo tem sido muito utilizado nos setores imobiliários, questões
comerciais, prestação de serviços e inclusive contribuindo para os direitos dos
consumidores (GRAU, 2002).

Fonte: http://genjuridico.com.br/2019/07/17/a-arbitragem-litigios/

De acordo com a UCV (2009), foi apresentado alguns tipos de mediação:

Mediação técnica - este processo está relacionado com a empresa. Nesse


caso, “os mediadores geralmente são técnicos recrutados por uma organização que
recebem treinamento específico e atuam em nome da organização para mediar
conflitos”. (UCB, 2009). Os mediadores receberam treinamento especializado (direito,
psicologia e educação) e muitos têm vínculo empregatício.

Mediação da comunidade - este processo parece estar relacionado ao conflito


da comunidade. O mediador é um membro da própria comunidade e frequentemente
recebe treinamento especial para lidar com o processo de mediação.

Mediação forense - refere-se ao processo de mediação conduzido pelo


departamento judicial como uma unidade.

Mediação criminal - realizada em determinados países / regiões para resolver


problemas existentes nas prisões, como a superlotação nas prisões.

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Mediação familiar - esse processo proporciona à família crises, estrutura e
suporte profissional para a resolução de conflitos, assumindo compromissos da
estrutura psicológica e emocional de seus membros de forma mínima.

Além dos tipos acima, outros exemplos podem ser citados: mediação
educacional ou questões ambientais em escolas, instituições de saúde, mediação
corporativa na organização e no trabalho.

Mediação intercultural e política - em um ambiente familiar, seja


intergeracional ou contemporâneo, isso vale para o casamento, parentes,
compartilhamento de ativos e, mais importante, conflitos de custódia.

A Lei número 13.140 de 2015 apresenta duas modalidades de mediação:


mediação judicial e por meio de instituições judiciais, ou seja, mediação por meio de
pedidos aprovados acompanhada por instituições judiciais; mediação extrajudicial e
fora do judiciário.

Além dos processos de mediação apresentados anteriormente, temos outros


modelos que apontam e fortalecem o campo de uso, esses modelos envolvem
diversos aspectos teórico-metodológicos e são um meio de subsidiar o processo de
mediação.

De acordo com Vasconcelos (2008) são três modelos de mediação muito


utilizada nos Estados Unidos, como:·.

● Modelo tradicional - linear – e um modelo que tem como foco a solução de


problemas ou a obtenção de acordos. Enfrenta o passado, ou seja, o que
causou o conflito e como podemos resolvê-lo.
● Modelo transformativo - o objetivo não é apenas exclusivo, mas possibilita
diversas possibilidades criadas pela mediação. Seu rumo é o futuro, ou seja, a
determinação como solução ajudará no futuro da relação entre as duas partes.
● Modelo circular - Busca unificar o modelo linear e transformador tradicional
porque enfoca tanto o relacionamento das pessoas em conflito quanto o
acordo. De acordo com este modelo, conflito, pessoas e contexto (história) não
podem ser vistos isoladamente, mas de forma interligada.

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Vale ressaltar que o mediador, é importante entender que o processo de
mediação envolve conflito interpessoal, portanto, o mediador irá lidar com diferentes
pontos de vista sobre um mesmo conflito durante o processo. O papel do mediador
inclui a habilidade como habilidade básica que cria condições para as partes obterem
soluções e, principalmente, estabelecerem o diálogo.

Da mesma forma que temos os modelos de mediação, temos também alguns


modelos de arbitragem que foram apresentados por diversos autores como, Bacellar
(2016) e Kamel (2017) podemos visualizar a seguinte classificação:

Arbitragem voluntária - é a prática de ambas as partes tomarem a iniciativa


de resolver suas divergências por meio da arbitragem, o que prejudica o processo
judicial.

Arbitragem compulsória - independente da vontade das partes, é arbitragem


obrigatória.

Arbitragem informal - é uma arbitragem que é realizada apenas pelo bom


senso dos participantes e não possui regras definidas.

Arbitragem formal – é legal e amparada pela Lei Federal número 9.307 de


1996, podendo ser utilizada em qualquer instituição pública ou mesmo policial quando
for necessária a execução de uma sentença.

Arbitragem de direito - é uma forma de os árbitros tomarem decisões com


base nas normas legais vigentes.

Arbitragem equitativa - neste caso, o árbitro pode tomar uma decisão com
base em seu próprio senso de justiça e considerar as circunstâncias especiais do caso
a serem arbitradas.

Arbitragem “ad hoc” – é um processo em que os participantes determinam


as regras do procedimento, claro que está diretamente relacionado com a lei de
arbitragem.

Arbitragem institucional - é o procedimento em que uma organização não


governamental constituída especificamente para esse fim determina as regras
processuais.

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Arbitragem interna - é a forma de proferir sentenças em território nacional.

Arbitragem internacional - é uma sentença proferida em outro país, mas deve


ser executada no Brasil.
Agora que já conhecemos que existem diversos modelos de negociação e
arbitragem, entende-se que o líder do processo de mediação não deve atuar como
juiz ou arbitrário na tomada de decisões, mas deve participar de forma plena, buscar
a reconciliação por meio da convergência de interesses e negociar com as partes para
substituir o ambiente de disputa criando uma atmosfera mais cooperativa.

2.4 Mediação socioambiental

Após compreender o conceito, as fases e os processos de mediação e


arbitragem, ressalte-se que, nestes processos é importante o consenso de ambas as
partes em conflito sobre a aceitação de agentes intermediários, só assim o processo
poderá ser realizado em ambiente de fiabilidade e disponibilidade.

Outro ponto que podemos visualizar é que esta mediação é considerada como
uma atividade de parceria, que assente as regras de conduta pautadas na ética, no
respeito mútuo, no compromisso com a verdade, na transparência e no
profissionalismo, devendo o líder da mediação fornecer elementos que apontem para
estas novas perspectivas. Podendo chegar a um consenso, determinando a solução
mais promissora e determinar o fim do conflito.

Mas, ao verificar os aspectos de mediação, não podemos deixar de


compreender este processo de mediação com o aspecto socioambiental.

De acordo com Pires (2020) apresentou um estudo ressaltando exatamente a


pratica da mediação socioambiental como podemos visualizar no quadro 2 a seguir:

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Quadro 2 – Mediação Socioambiental

Para verificar a perspectiva de implementação da mediação socioambiental e a


perspectiva de enfrentamento da desigualdade e vulnerabilidade de pessoas de todas
as etnias do planeta como forma alternativa de resolução de conflitos, todas as partes
em conflito são estimuladas a participar da sociedade e resolver requisitos ambientais
voluntariamente.

Este é um tema que vem sendo muito discutido diante da crise ambiental vivida nas
últimas décadas, esta crise ambiental atinge a todos de forma indiscriminada. É um
indício da relação entre a biologia e a natureza a partir da tecnologia e da globalização.
Seguem-se múltiplos desafios relacionados com o ambiente, apelando à prevenção de
escolhas inovadoras e conscientes dos cidadãos à escala global.

O objetivo é que a mediação deva apenas enfatizar o conteúdo que seja eficaz para o
seu propósito, a fim de filtrar a informação e eliminar todas as influências externas
negativas sobre o fato, e focar nos interesses, necessidades e visões polêmicas, que
vão ganhando corpo aos poucos.

Nessa perspectiva, ao buscar novos mecanismos ou meios para resolver os problemas


ambientais, além de incorporar as normas ecológicas aos processos econômicos, o
estado tem a obrigação de se organizar de forma mais eficaz e conduzir da melhor
forma a gestão ambiental. A gestão, buscando novas opções para isso, apresentou
uma proposta para mediar conflitos socioambientais.

Mecanismos como a mediação têm se mostrado eficazes e podem ser utilizados como
alternativa à resolução de conflitos socioambientais, pois possibilita às partes
envolvidas coordenar e concordar com a solicitação, implementando práticas que vão
além do objetivo imediato. A compreensão mútua, o diálogo e a dignidade humana são
usados como uma forma de superar a vulnerabilidade das pessoas, construindo
relacionamentos complexos e elevando-se ao nível de cidadãos da terra.

Fonte: Adaptado por Pires (2020)

Após todo o entendimento nestas modalidades, percebemos quanto à


arbitragem são instrumentos utilizados com o principal objetivo de auxiliar na
resolução dos conflitos encontrando as melhores soluções.

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Faça a leitura do artigo sobre Mediação Socioambiental: uma nova alternativa
para a gestão ambiental, de Taise Rabelo Dutra Trentin e Nara Stairn Pires
publicado na Revista Direito em Debate volume 21, número 37, 2012. Este artigo
abordar sobre a importância da mediação como meio alternativo para o tratamento
de conflitos socioambientais.

Disponível em:https://revistas.unijui.edu.br/index.php/revistadireitoemdebate/article/view/501

Sugestões para síntese da Unidade

Assista ao vídeo da Unidade II – Teoria e Prática de Mediação e Arbitragem

RESUMO

Organizando as ideias

Nesta unidade discutimos sobre o conceito de mediação e arbitragem, que é


exatamente o mecanismo que irá auxiliar na resolução dos conflitos encontrando as
melhores soluções.

Apresentou também as seis fases do processo de mediação como: abertura,


descrição do problema, identificação das emoções e causas, procurar soluções,
ponderar a melhor alternativa e por fim finalizar o processo de mediação entrando em
acordo que ambos estejam de acordos.

Foram abordadas as estruturas do procedimento de mediação como: técnica,


comunidade, forense, criminal, familiar, intercultural, politica, judicial e extrajudicial.

Outro ponto, as classificações de tipos de arbitragens como: voluntária,


obrigatória, informal, formal, direito, equidade, ad hoc, institucional, interna e
internacional.

No que condiz a respeito à mediação socioambiental, vimos que vem sendo


debatido no dia a dia, buscando proporcionar o desenvolvimento sustentável para o
bem de toda comunidade.

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ATIVIDADES

Questão 1 - Com base no material estudado até aqui, responda ao que se pede:
Explique a diferença entre Mediação e Arbitragem?

Questão 2 - Para esta atividade, você deverá assistir ao vídeo referente à unidade
II e reler o texto desta unidade. Em seguida, explique são os principais tipos de
mediação.

Questão 3 - Para esta atividade, você deverá assistir ao vídeo referente à unidade
II e reler o texto desta unidade. Em seguida, explique quais são as principais
classificações de arbitragem.

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REFERÊNCIAS

BACELLAR, Roberto Portugal. Mediação e arbitragem. Editora Saraiva, 2016.

BRASIL. Lei número 9.307 - Arbitragem de 23 de setembro de 1996.

BRASIL. Lei número 13.140 – Mediação de 26 de junho de 2015.

CACHAPUZ, Rozane da Rosa. Mediação nos conflitos & Direito de Família. Curitiba:
Juruá, p. 24, 2003.

GRAU, Eros Roberto. Arbitragem e contrato administrativo. Revista da Faculdade de


Direito da UFRGS, v. 21, n. 21, 2002.

KAMEL, Antoine Youssef. Mediação e arbitragem. Curitiba: InterSaberes, 2017.

MARTINELLI, Dante P.; GHISI, Flávia A. Negociação – aplicações práticas de uma


abordagem sistêmica. São Paulo: Saraiva, 2006.

PIRES, Nara. Mediação socioambiental, 2020. Disponível em:


https://revistastatto.com.br/paginas/statto-19/mediacao-socioambiental/

SPENGLER, Fabiana Marion. Mediação de conflitos: da teoria à prática. Livraria


do Advogado Editora, 2021.

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. UCB Virtual. Curso Superior de


Tecnologia em Segurança e Ordem Pública. Prevenção, mediação e resolução de
conflito. 2009.

VASCONCELOS, Carlos Eduardo. Mediação de conflitos e práticas restaurativas.


2008.

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