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a v OF f eori v Exercicios Resolvidos Fasso a Fasso V Testes de Exame + Solucbes VY Inclui Glossario de Termos Econdmicos MICROECONOMIA LicdeSe - Exercicios MANUAL PRATICO LIDEL ~ REXCELENCIA NO ATENDIMENTO Thbel Moria ~CALCULO € PROCESSAMENTO SALARIAL -2.* ed, Act @ Aum. Paulo Reis + CRIAGAO & GESTAO DE MICRO-EMPRESAS &. PEQ, NEGOCIOS ~a2ed. Act. Horasio Costa = DIRECCRO COMERCIAL 2.* ed. Lats esting FORMAGRO PEDAGOGICA DE FORMADORES ~7.* ed. ManlaRodegues~ Luis Ferrio ~GESTAO ADMINIT. REC. HUMANOS~ 7. ed Act. € Aum. Joe Manel Sev0 ~ GESTAO DE RECURSOS HUMANOS — 6." ed. Maria} Sousa ~ Teresa Duarte ~Peda Sans ~GESTAO O DESEMPENHO- 4. ed, José Manel Seino ~ GESTAO EMPRESARIAL Manvel P- Ferrin Nano R. Reis ~Tnia Margie ~ GESTAO ESTRATEGICA~Concetose Pritca Manus Fees ~Femando Ses A, Tors MC. Tomes “1RC.~3.1 06, Rete Aum, Lande Ferra MANUAL PRATICO DA MEDIAGAO DE SEGUROS Temando Giero + MANUAL PRATICO DOS SEGUROS Feman Giteno + MARKETING PARA EMPREENDEDORES EPEQUENAS EMPRESAS Manoel P Fea ~Femanido Sera ~ Nuno Refs -NEGOCIOS INTERNACIONA'S N Manuct Ferri ~Nono R Reis “Jorge Gomes Jodo C. Santos Femando Sera ~O COMPORTAMENTO D0 CONSUMIDOR Aldelino Alves Canosa = PRATICA ADMINISTRATIVA, Carlos Nata ~ PRATICA CONTABILISTICA ~ De acordo com o SNC Carlos Nahas Francisco Nabuis ~ PRATICA FINANCEIRA~ Vols. 1 Ne it Carkos Nabi — sco Nab ~ RECRUTAMENTO & SELECGKO DE PESSOAL~7.* ed. Act, Audlino Alves Cardona * SEGURANGA E SAUDE NO TRABALHO —Em Ambiente de Esrtério ‘Alindo Moreira BIBUOTECA INDUSTRIA & seAVIGOS APOIO A DECISAO EM MANUT, NA GESTAO DE ACT. FISICOS Rui Anis ~ BALANCED SCORECARD PARA PME E PEQ. Me ~5.ted. Act. e Aum. Joo Ras - GESTAO DA MANUTENCAO. R.Cuignet P ~ GESTAO DA MANUT. DE EQUIPAM. INSTALACOES € EDIFicios. Saraiva Cabral ~GESTAO DA PRODUCAO ~5.# ed. A. Counois = M. D. INSTITUICOES let~C. Mantin-Bonnefous EO Et fete ck = GESTAO DE OPERACOES ~3.° ed. Soa Paso Pinto “ ORGANIZACAO E GESTRO DA MANUTENCAO ~6.! ed, Saraiva Cabs ~PENSAMENTO LEAN ~ A Filosofia das OrganizagSes Vencederas Sos Pal Pint QUALIDADE NA PRODUGAO ~ Da 1$0 9000 20 Sets Sigma Daniel Dutet~ Maurice Piet HOTELARIA & TURISMO “HIGIENE, SEGUR,, CONS. E CONG. ALIMENTOS —4. Ed. act ¢tun Vietor Monteiro - INSTAL. DEGAS NA RESTAURAGAO, HOTELARIA E CATERING Vietor Monteiro - INTRODUCAO A GESTAO COMERCIAL HOTELEIRA Rodrigues Costa ~ Teresa Sousa INTRODUGAO A GESTAO DA RESTAURACAO EB José Ribeiro INTRODUCKO A GESTAO HOTELEIRA Rodrigues Costa ~ MANUT. DE EQUIPAM. E SISTENAS HOTELEIROS - 2.9 ed. Rev. Vitor Monteiro - NOVAS TECNICAS DE REFRIGER. COMERC, EM HOT. Vols. le! Vietor Monteiro - VENTILACAO NA RESTAURAGKO E HOTELARIA Victor Monteiro OUTRAS OBRAS DE INTERESSE ~ CAPITAL INTELECTUAL E DESEMPENHO ORGANIZACIONAL Maria do Rositio Cabrita = €ASOS DE ESTUDO— Usar, Escrever e Estudar “Manet P. Ferreia ~ Remand Serra ~ COMO ELABORAR UMA DISSERTAGAO DE MESTRADO Felipa Lopes dos Reis ~ DISSERTAGAO E TESE EM CIENCIA E TECNOLOGIA Ni Las Adnan Olina ~ FERRAMENTAS DE COACHING ~ J0d0 A. Catalio Ana T. Peni FUNDAMENTOS DE INFORMAGAO GEOGRAFICA ~5.* ed. Joe Matos os ~ GESTAO DA FORMACAO NAS ORGANIZACOES Jose C. Carin ~ GRAFICOS E MAPAS - 2.* ed, ‘Ana Alexanding Sis IMPERIO DO LUXO ~ a Constructo do Sucesso N Crisinade Azevedo Rosa “INTRODUGAO AS MICROTECNOLOGIAS NO SILICIO oné Higine Correia ~ Joo Paulo Caro * MACROECONOMIA ~Ligées & Exercicios EP Carlos Nahais— Ricardo Viseu Perera - NEGOCIAR & VENDER - 3.* ed, Jodo A. Catal ~ Ana, Penim ~05 GRANDES DESAFIOS DA INDUSTRIA SEGURADORAN Femando Gilberts ~PRINCIPIOS DE GesTAO EB Felipa Lopes sow Reis ~ Mati Jose Silva ~ PROBABILIDADES E ESTATISTICA PARA ENGENHARIA Jorge Andes ident Tob bo wo boar INDICE GERAL NOTA PREVIA .... LicAo 1 - PoRQUE ESTUDAR ECONOMIA. A evolucao do pensamento econdmico. A dimensio social da Economi A Economia no contexto das ciéncias sociai: A.Ciéncia Econémica Ramos da Economia Glossario. FICHA DE TRABALHO.. 1 - QUESTOES DE ESCOLHA MULTIPLA... LigAo 2 - MODELO DO MERCADO COMPETITIVO. Nocao de mercado competitivo. Elementos do mercado competitivo. Acurva da procura.. Acurva da oferta O equilibrio do mercado... Alteragées na procura e na oferta Alterac&o do prego de equilibrio. FICHA DE TRABALHO. 1- Ques; 2 ES DE ESCOLHA MULTIPLA. Resotvioos. LigAo 3 - INTERVENGAO ESTATAL NO MERCADO .. Controlo dos precos.. Precos maximos .. Pregos minimo: Controlo da quantidade Taxas e impostos .. Subsidios .. FICHA DE TRABALHO... QuesTOEs DE ESCOLHA MULTIPLA. 2- EXERCICIOS RESOLVIDOS .. LicAo 4 - ELASTICIDADE .. Nogio de elasticidade.. xl euUnere 1 38 38 45 45, 46 47 48 50 52 56 59 59 63 73 23 74 75 76 76 78 79 79 82 91 91 [Wil Microeconomia - Ligé es & Exercicios Elasticidade procura-preco.. Elasticidade cruzada.... Elasticidade procura-rendimento. Elasticidade e receita total . Elasticidade oferta-preco.. A elasticidade e a incidéncia de imp. FICHA DE TRABALHO... 1- QuesToEs DE EscoLna MULTIPLA, 2- EXERCICIOS ResoLviDos ostos.... Licho S - EXCEDENTE Do consumIDOR E EXCEDENTE DO PRODUTOR. Excedente do consumidor.... Excedente do produtor Excedente total da economi Eficiéncia do mercado FICHA DE TRABALHO... 1+ QUESTOES DE EscoLHA MuLTIPLA 2 EXERCICIOS ResoLvinos....... LICAO 6 - TEoRIA Do consumIDOR Utilidade e consumo .. Fungo utilidade i Utilidade marginal. As leis de Gossen. Utilidade, eficiéncia e bem-estar. Orgamento @ consumo éptimo . Curva da indiferenga .. Restricdo orcamental A Taxa Marginal de Substituicso.. A curva da indiferenga, os bens sue FICHA DE TRABALHO. 1- Questots pe Escouna Murra, 2. EXERCICIOS Resowviogs... LIGAo 7- ATOMADA DE DECISOES: Custos de oportunidade e a Custos explicitos e custo: Lucro contabilistico e lu lecisdes econémi s implicitos. ICO econdmicg, cas... Indice ger. papel da Anélise Marginal Custo marginal Proveito marginal Andlise marginal Os custos irrecuperaveis Fronteira de Possiblidades de Producso FICHA DE TRABALHO. 1 - QuesTOEs Df ESCOLHA MULTIPLA, 2.- EXERCICIOS RESOLVIDOS .. LigAo 8 - CUSTOS DA EMPRESA Nogo de fungio de produczo Alterago dos pregos dos inputs... Comportamento dos consumidores Inovacdo tecnolégica Enquadramento legal ¢ fiscal do meio econdmico onde a empresa se insere Forma de mercado existente (concorréncia perfeita, oligopélio e monopélio) Tipos de custo... ee Curva de custo médio a curto prazo Curva do curto e médio prazo. Fungo de producao a médio e a longo prazo. Teoria da produgao e as decisdes empresariais .. A eficiéncia da economia... . Economias e deseconomias de escala FICHA DE TRABALHO 1- QUESTOES DE ESCOLHA MULTIPLA. 2 - ExeRcicios REsoLvinos Ligio 9 - MERCADO DE CONCORRENCIA PERFEITA... Nogiio de mercado .. Formas de mercado .... Caracteristicas do mercado de concorréncia perfeit Aplicagao da andlise marginal no calculo do maximo lucro Curva da oferta a curto prazo. Curva da oferta a longo prazo FICHA DE TRABALHO. 41. - QUESTOES DE ESCOLHA MULTIPLA... 2.- EXERCICIOS RESOLVIDOS..... MII Microeconomia - Licdes & Exercicios LigAo 10 - Monopouio... Caracteristicas do monopdlio. Curva da procura em monopdlio .. Maximizacao do lucro Eficiéncia do mercado Politicas anti-monopdlio.. Discriminacao de Preco. FICHA DE TRABALHO 1- QUESTOES DE ESCOLHA MULTIPLA 2.- EXERCICIOS RESOLVIDOS . LicAo 14 - OLIGOP6LIO Nogio de oligopélio Oligopslio e as outras formas de mercado . Oligopélio de concluio Oligopélio dominante Comportamento do oligopslio Modelo de Courno Modelo de Bertrand.. Modelo de Edgeworth Modelo de Stackelberg Teoria dos jogos... FICHA DE TRABALHO... 1 - QUESTOES DE ESCOLHA MULTIPLA.. 2- Exercicios RESOLVIDOS LigAo 12 - ConcoRRENCIA Monopotistica, Significado de concorréncia monopolistica.. Comparacdo entre estruturas de mercado. Diferencia¢gao do produto... Concorréncia monopolistic a curto prazo Concorréncia monopolistica a longo prazo. FICHA DE TRABALHO 1 - QuESTOES DE ESCOLHA MULTIPL 2 - EXERCICIOS RESOLVIDOS 275, 275 279 280 286 287 290 292 292 299 311 311 313 315 317 319 320 325 326 327 329 331 331 336 349 349 351 351 352 353 355 359 indice geral | LicAo 43 - TESTES DE EXAME .. Teste 1... TESTE 1 - RESOLUGAO .. TESTE 2 oooesn TESTE 2 - RESOLUGAO ... Teste 3 TESTE 3 - RESOLUCAO Teste 4 TesTE 4 - RESOLUGAO Teste S Teste 5 - RESOLUGAO Teste 6 TESTE 6 - RESOLUGKO Teste 7 TESTE 7 - RESOLUCKO Teste 8 TESTE 8 - RESOLUCAO .... INDICE REmissIvo 363 363 367 373 377 382 386 391 395 399 403 408 412 418 419 426 429 437 Nota PREVIA no nosso dia-a-dia, no emprego, na escola ou em casa, tem de fazer 5 nds estamos limitados nas nossas os e que tém reflexos no processo de Qualquer um de nés, escolhas sobre 0 que fazer e 0 que nao fazer. Todo escolhas pelo dinheiro, tempo e outros recursos escass tomada de decisées. A necessidade de compreender a actividade empresarial para se poder actuar nos seus implica que essa actividade seja quantificada com 0 objectivo de 9 comportamento do consumidor, o excedente do stos e a estrutura de mercados. varios dominios, compreender 0 mercado competitivo, consumidor ou do produtor, a evolucao dos cu: igualmente, mais um interessado, em Microeconomia, rar o processo de tomada de decisdes, mas para a teoria do consumidor, 0 mercado competitivo ou, © estudante do Ensino Superior é, nao para fazer escolhas, ou para prep: compreender as decis6es das empresas, ainda, para distinguir as diversas formas de mercado. le ser uma resposta ao apelo dos alunos € professores universita de modo que cada um deles possa satisfazer as onomia. O mercado-alvo a atingir com este ham nas empresas, nos bancos ou em uma base de apoio a fim de O presente livro pretend rios, ‘em terem mais uma ferramenta de trabalho, necessidades que sentem no ambito da Microect livro abrange ainda os profissionais que trabal organismos dos Estado. Os temas a estudar no livro serao, com certeza, para todos os que tém de analisar a actividade econémica das empresas, prepararem o processo de tomada de decisdes. O presente Livro Microeconomia — Ligdes & Exercicios aborda, entre outros, os seguintes temas: >» Modelo do mercado competitivo Ateoria do consumidor e do produtor ~ A teoria do produtor > Aanélise marginal de mercado: concorréncia perfeita, monopdlio, oligop6lio e concorréncia p Aestrutura monopolistica > Ateoria dos jogos Estes e outros temas serao estudados neste livro. Foram delineadas 13 ligdes sobre os diversos temas, estruturadas de forma que 0 leitor tenha inicialmente uma formacao tedrica que lhe permita resolver os exercicios e os testes de exame. Estes foram elaborados com base nos exames finais € intercalares de algumas Faculdades e Institutos de Economia € Gestdo do Pais, & estdio resolvidos, de modo que o aluno possa proceder a sua correccdo e Ril) Microeconomia - Ligdes & Exercicios responder as dificuldades sentidas na sua actividade estudantil, tal como ¢ expresso, no texto de contracapa, por trés alunos universitarios e por um professor. Este livro 6 0 resultado de muitos anos de ensino dos seus autores, que tentaram enriquecer os conhecimentos a transmitir, com a experiéncia de ensino e com a resolucio das dificuldades sentidas pelos alunos. ‘Agora que chegimos ao fim deste trabalho temos a plena consciéncia de que o livro esté elaborado tal como pretendiamos. E seré para nés um prazer partilhar 0 nosso trabalho e experiéncia com o leitor. Estamos abertos a sugestées. Os autores Carlos Nabais cfnabais@gmail.com Ricardo Viseu Ferreita ticardviseuferreira@gmail.com LicAo Ne ORQUE ESTUDAR ECONOMIA cs SumArio ® Aevolucdo do pensamento econémico = A dimensdo social da Economia = A Economia no contexto das ciéncias sociais @ A Ciéncia Econémica @ Ramos da Economia @ Glossario O nosso dia-a-dia 6 uma actividade econédmica, uma vez que a maioria dos actos (consumo, produco, pagamento de impostos ou aplicag3o das poupangas) que praticamos e alguns problemas (desemprego, inflacao ou crise petrolifera) que enfrentamos dizem respeito a Economia e esto interrelacionados com o objecto fundamental de qualquer sociedade: a satisfacdo das necessidades das populagdes recorrendo a utilizagéo de recursos escassos numa perspectiva ambiental. A Economia, tal como as outras Ciéncias Sociais (Direito, Histdria, Sociologia, Demografia ou Antropologia), permite interpretar e analisar a realidade social, de modo a conhecer as suas caracteristicas e as questées que surgem, com a finalidade de fornecer informagdes aos agentes econdmicos, no processo de tomada de decisdes. Esta primeira licdo centra-se na visdo econdmica do nosso viver em sociedade, na nogdo de Economia, nos seus principios e nos instrumentos que utiliza. E uma introducao ao estudo da Microeconomia, objecto deste livro, e ao estudo da Macroeconomia, a analisar no préximo livro. = Aevolucao do pensamento econémico Facamos uma viagem pela historia do pensamento econémico, percorrendo o longo caminho desde Aristételes 4 época actual. O conhecimento da histéria do pensamento econdémico é uma base importante para compreender os varios temas econdmicos. A compreensdo de conceitos econdmicos, a interpretacdo de um grafico ou de uma ideia passam pela apreensdo de como as teorias econdmicas se desenvolveram no passado. O pensamento econdmico teve inicio na Grécia, com Sdlon, Xenofonte, Platao e Aristdteles, econtinuou com os escolasticos medievais, segundo uma perspectiva normativa: prego justo ou a condenagio do juro como fonte de rendimento. O pensamento econdmico continuou com os mercantilistas, fisiocratas, classicos (Adam Smith, David Ricardo...), socialistas (Owen, Microeconomia — Ligdes & Exercicios e os neocldssicos (Walras, Marshall...). No século XX, sobressaem 0 pensamento Man) I keynesiano e as contribuigées de varios economistas contemporaneos: Milton Friedman, Robbins, Pareto, Galbraith, Pigou... A economia moderna foi muito influenciada pela contribuigéo do escocés Adam Smith que, na sua obra A Riqueza das Na¢ées, estabeleceu alguns dos principios fundamentais da economia que ainda hoje servem de guia aos economistas. Adam Smith analisou os salérios e a inflac’io, abordou a reparti¢ao dos rendimentos e a formacao dos precos e desenvolveu a doutrina da mo invisivel, onde reconheceu 0 mercado como mecanismo coordenador da economia. Malthus e David Ricardo sdo os defensores dos rendimentos decrescentes e da reparticgo do rendimento social limitado entre os intervenientes do processo produtivo. David Ricardo influenciou os neoclassicos e os economistas modernos. Analisou, entre outros temas, os padrées do comércio internacional, a teoria do valor trabalho e a reparticdo do rendimento na economia capitalista. No século XIX, Karl Marx fez a critica mais influente 4 economia de mercado e a ciéncia econémica, ao defender que esta forma de organizac3o econdmica é uma forma de exploracao do homem pelo homem. Marx defendia que toda a riqueza era produzida pelo trabalho humano e que os donos do capital se limitavam a apropriar-se da riqueza produzida pelos trabalhadores. As ideias marxistas foram criticadas por BGhm-Bawerk, Ludwig von Mises, Friedrich Hayek € outros. Estes constituiam a escola neoclassica, que dominou 0 pensamento econdmico até a decada de 30 do século XX. A decadéncia da economia classica fez surgir a economia neoclassica, que se debru : cou, sobretudo, sobre as politicas governa- mentais, no 4mbito da economia do bem-estar, e aplicouo Marginalismo 4 economia. O marginalismo surgiu, no final do século XIX, de uma série de obras que trouxeram os fun- damentos Para uma nova concepcdo da Economia, que introduz na andlise classica a formu- lagdo matemitica e a teoria subjectiva do valor, vimento da ciéncia econdmica. Carl Menger (1840-: 1910) foram a primeira gerac3o de marginalistas. as quais contribuiram para o desenvol 1921), Jevons (1835-1882), Walras (1834 O marginalismo, desenvolvido na escol@ Nos anos 30, a teoria econdmica neoclassica foi posta em causa por John Maynard Keynes. A teoria econémica defendida pelos economistas liberais nao apresentava solug6es para resolver a crise capitalista de 1929, proporcionando o aparecimento da contribuicao de John Maynard Keynes (1883-1946), com a sua Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro. A teoria keynesiana pds em causa a lei classica de Jean-Baptiste Say que sustentava que a superprodugao era impossivel. As teorias neoclassicas defendidas por Alfred Marshall e Irving Fisher, nomeadamente sobre a moeda e 0 nivel dos precos, foram reformuladas em bases keynesianas. A teoria keynesiana aceitou a Microeconomia da escola neoclassica, desenvolveu a Macroeconomia e apresentou uma nova interpretagéo da realidade econémica. Propés a intervencao do Estado na economia com o objectivo de estimular o crescimento e baixar o desemprego. A economia keynesiana é 0 principal suporte das economias dos Estados Unidos, da Europa, do Japao e, mais recentemente, dos paises da Europa do Leste. Actualmente nado se pode falar de uma economia de mercado e de uma economia de direcc&o central puras. Ambas utilizam principios da outra. Dai se designarem por economias mistas. o As ideias de Keynes foram importantes nas politicas econdmicas dos paises ocidentais até aos anos 70 do século XX. Depois a politica econémica passou a ser orientada por uma nova geracéio de economistas neoclassicos que afirmavam que o Estado empreen- dedor de Keynes era oneroso, burocratico e ineficiente e se devia permitir o livre funciona- mento do mercado. Os economistas liberalistas da escola de Chicago (Milton Friedman, Hayek, Knight, Stigler, € Gary Becker) referem 0 papel do individuo na economia e no mercado, e defendem o papel reduzido do Estado. Sao os novos defensores do laissez-faire. Pensam que 0 Estado nao deve interferir em certos dominios como a assisténcia social as classes sociais necessitadas, a prevencio rodovidria, 0 auxilio a doentes com Sida, etc. Milton Friedman, no seu livro Capitalismo e Liberdade, de 1962, critica os programas dos governos por interferirem na liberdade individual e nao serem eficazes. As ideias por eles defendidas foram bem aceites pelos conservadores, na década de 1980. Surgem igualmente outras correntes que se opdem as ideias keynesianas: > Os macroeconomistas dos mercados livres, muito ligados a escola de Chicago, fundam um grupo, em 1970, onde se destacam Robert Lucas e Thomas Sargent. Concordam com as ideias da escola de Chicago sobre a limitacdo do papel do Estado e defendem que a liberdade pessoal promovera o crescimento econdmico. (@)_Microeconomia ~ Ligdes & Exercicios » Os economistas marxistas, que afirmam que o capitalismo apresenta muitas deficiéncias, pelo que deve ser substituido, por um sistema mais justo, eficiente e equitativo. > Galbraith, da Universidade de Harvard, estudou o com © das empresas. Afirma que o consumidor é soberani €conomistas liberais do século XIX. Galbraith afirma t: ineficiente, ao contrario do que acontece no sect: portamento dos consumidores 10, sublinhando uma ideia dos ‘ambém que o sector publico ‘or privado, que considera um elemento fundamental no processo de crescimento econémico dos Paises, COMENTARIO O conhecimento da histéria do Pensamento econdmico é uma base importante Pore compreender os varios temas econémicos, nomeadamente os desenvolvidos neste livro, = Adimensao social da Economia ‘as quest6es se colocam, contudo uma delas sobressal: Preender melhor a actividade econémica, o comporta- Mento do consumidor, a estrutura do Mercado ou ter uma visio macroeconémica da actividade econémica. A palavra economia esta a associada as imagens que temos do mercado da Bolsa, de uma reunigo da Comissao Europeta, de um programa televisivo sobre « crise financeira interna- ional... Todos nés ouvimos falar em economia com Muita frequéncia. Mas afinal porque estudar Economia? Na nossa vida famili; Porqué estudar Economia [5 dos paises. a AEconomia no contexto das ciéncias sociais Aactividade didria das populagdes é uma realidade concreta abrangendo varias situagdes nos dominios social, econdmico e politico. Por ser vasta e complexa, a realidade em que vivemos é estudada por ciéncias exactas e naturais (Matematica, Fisica ou Biologia) e pelas ciéncias sociais e humanas (Demografia, Sociologia, Direito, Histéria, Antropologia ou Economia). Assim como as outras ciéncias sociais, a Economia, preocupa-se com a identificagdo e explicagdo dos fendmenos sociais. O contributo dado por estas ciéncias permite apresentar uma explicagdo mais completa e profunda da realidade social que ndo se encontra compar- timentada. Podemos falar em diversos tipos de anélise: econdmica, histérica, sociolégica, juridica ou politica. Trata-se de uma atitude metodoldgica que procura integrar o contributo das varias ciéncias sociais na compreensao da realidade social. E a partir da interdisciplina- tidade que podemos compreender as questdes e fendmenos econdmicos, como o compor- tamento do consumidor, a estrutura de mercados, as reaccdes dos concorrentes, o mercado bolsista, entre outros. Economia procurara dar resposta a estas quest6es e aos fendmenos sociais, estudando a sua dimensdo econémica, recorrendo a um conjunto de conceitos especificos que se traduzem numa terminologia propria. Nao podemos compreender os fenédmenos econémicos, recorrendo exclusivamente a Economia. E necessdrio que tenha o contributo de outras ciéncias sociais. u ACiéncia Econémica N3o € importante definir Economia, mas retirar os elementos fundamentais que a caracterizam, referindo 0 seu objecto e 0 seu dominio de actuacado. A Economia é uma ciéncia social que analisa a realidade social segundo uma determinada perspectiva. Tem Pontos comuns com a Sociologia, a Psicologia e 0 Direito, mas o que a diferencia é aquilo que os economistas estudam € 0 modo como o fazem. Os economistas colocam questdes diferentes e respondem recorrendo a medidas e conceitos que as outras ciéncias sociais desconhecem. Tal como as outras ciéncias sociais, a Economia, observa e procura explicar > [@))_ Microeconomia — Licdes & Exercicios uma realidade em mudanga. As perspectivas interdisciplinares que dai resultam S30 complementares na andlise da realidade social. A Economia é a ciéncia social que estuda a produc&o, a distribuicdo e o consumo de bens e servicos, a reparti¢ao do rendimento, os mercados, a politica de redistribuicdo dos rendimentos por parte do Estado, entre Outros temas. A palavra economia é de origem grega e foi utilizada pela primeira vez por Xenofonte (435- 354 a.C.) e por Aristételes (384-322 a.C.), significando “sabedoria pratica do governo da casa”. Para os economistas classicos, como Adam Smith, David Ricardo ou John Stuart Mill, a Economia é 0 estudo do processo de producao, distribui¢ao, circulagdo e consumo dos bens € servicos (riqueza). Para os economistas neoclassicos, a Economia pode ser definida como a ciéncia das trocas ou das escolhas. Na obra de Lionel Robbins (1918-1984), Essay on the Nature and Significance of Economic Science, a Economia é definida enquanto ciéncia que estuda 0 comportamento humano como uma relagdo entre fins e meios escassos que Possuam usos alternativos. Para Alfred Marshall (1842-1924), a Economia é a ciéncia que estuda as acc6es dos individuos e da sociedade que se relacionam com os aspectos materiais do bem-estar (Principles of Economics). Para Arthur Pigou (1877-1959) é a ciéncia que estuda a componente do bem-estar, que pode ser medida, directa ou indirectamente, em termos monetérios (Economics of Welfare). scassez de recursos e as todas as questées que estudamos er escassos, auferidos com o seu traball Rendimentos que tém que ser utilizad desejam ter o maior lucro possivel, quest6es: 0 que produzir, quanto tomadas por familias, empresas mercado e para prever o futuro. escolhas que somos forcados a fazer sao a fonte de m Economia, Os consumidores tém rendimentos ho, que utilizam na aquisigdo de bens e servicos- los de uma forma Tacional. As empresas, por seu lado, » Por isso tentam fesponder o melhor possivel # Produzir e como Produzir. A Economia estuda as decisbes © Bovernos para explicar como funciona a Economia dé _Porqué estudar Economia considerar dois grupos: técnicas de observacio e medida {Estatistica econdmica, Historia eoria econdmica. As técnicas de observacao e A Economia como ciéncia utiliza o método cientifi co, que normalmente se divide em cinco etapas: >» Observacdo da realidade; Formulacdo de hipoteses (e previsées subsequentes); Experimentacao e verificagdo das hipoteses (e das previsdes); > > » Formulacao da teoria; > Divulgacao dos resultados e sua validaco pela comunidade cientifica. A Economia actua com base em principios que permitem compreender, por exemplo, as escolhas feitas pelos consumidores. A escolha do consumo é€ a decisio tomada pelo consumidor sobre o que fazer, o que implica necessariamente uma decis%io de nao fazer. Podemos referir alguns principios basicos que sustentam as escolhas do consumidor: 1. Os recursos sao escassos. 2. No processo de escolha devemos considerar 0 custo de oportunidade. O custo real de um bem considera o custo de oportunidade. Este reflecte o que o consumidor tem de deixar de consumir quando tiver de fazer escolhas. O custo de oportunidade é de grande importancia no processo de escolha. 3. “Se” e “Quanto” so questdes a considerar na andlise marginal. As decisdes sobre se é preciso empregar mais um trabalhador ou nao, ou sobre de consumir mais uma unidade de um bem sao decisdes marginais. O estudo de tais decisdes 6 conhecido como anilise marginal e tem um papel central na Economia. 4. O consumidor escolhe as alternativas que Ihe dao maior satisfagao. O estudo de como o consumidor toma as suas decisées € um meio que permite estudo a O consumidor tenta escolher sempre a melhor portamento. compreender 0 seu CO! alternativa e responde a incentivos. Pode igualmente, considerar principios que facilitam a interaccdo no mercado: mos, ig ” ializaga tar a competitividade. oO érci i lizagdo de modo a aumen' 1. 0 comércio exige especia 2. Os mercados movem-se eM direc¢4o ao equilibrio. 3 3. Os recursos devem ser usados de forma to eficiente enquanto possivel para aumentar onivel de bem-estar da sociedade. 4. Os mercados levam normalmente a eficiéncia. 5. Quando hé falhas no mercado 0 Estado intervém na vida econdmica. le entre dois ou mais fendmenos econdmicos, Quando se observa alguma regularidad procura-se indagar a razdo disso. A teoria oferece uma explicag3o sobre esta regularidade e permite formular previsdes sobre os factos a observar. Qualquer explicagdo sobre as relacdes entre os factos constitui uma teoria. ore BEN = ner 7 = = A Teoria econémica constrdi modelos economicos, que sao instrumentos que representam aspectos da realidade econémica sob a forma de graficos, equacées, quadros ‘ou programas informaticos, de modo a compreender os fendmenos econdmicos, prever 0 seu controlo. (Ex.: A funcao de seu comportamento e fornecer informag6es que permitam 0 produc&o, a curva da indiferenca, a restricéo orgamental, a curva das possibilidades de producao ou a elasticidade da procura). Vamos iniciar 0 estudo da Microeconomia com recurso a diversos modelos matematicos, nomeadamente, o modelo da oferta e da procura no mercado de concorréncia perfeita, 4 fungado consumo, a elasticidade da procura, a curva da indiferenca e a fungao de producao, entre outros. GOMENTARIO A construcdo de modelos econdmicos pelos economistas é uma actividade didria. m Ramos da Economia dade econémica, visto que a maioria das 4 actividade & ecursos escas igos A nossa vida quotidiana identifica-se com a acti tarefas e realizacdes do Homem visam a satisfagio das necessidades. Ess: econémica porque produz bens e servicos, utilizando convenientemente os 1 sos. E, em suma, 0 conjunto de relagdes que os homens estabelecem com os bens e servi e com os recursos disponiveis, visando a satisfagao das necessidades. O funcionamento da actividade econdmica exige a realizacao e a dinamizacio de varias actividades: © consumo, 4 producao, @ distribuicao, a reparticao do rendimento e o investimento. actividade 6 dinamizada por agentes econdmicos que intervem aa é produzit Por sua vez essa ica através do desempenho de fungées econdmicas como as de actividade econom Porqué estudar Economia [Jl] bens e servigos, consumir, Pagar ordenados, cobrar impostos, conceder empréstimos e aplicar poupangas, Por exemplo. Conhecidas as fungdes desempenhadas por cada agente econdmico, é importante esquematizar as relacdes (fluxos reais e fluxos monetarios) que se estabelecem entre eles, de modo a Perceber o dinamismo eo funcionamento da economia. Essa representacao grafica designa-se por circuito economico. Neste esquema sao representadas as relacdes econémicas que se estabelecem entre as Familias, Empresas nado Financeiras, Empresas Financeiras, Administrac3o Publica e Resto do Mundo. Anecessidade de compreender a economia, implica que essa actividade seja quantifica interna, o rendimento do pais, econdmicos, o investimento e as e: , Para se poder actuar nos seus varios dominios, ida com o objectivo de calcular o PIB, a despesa © consumo das familias, a producéo dos varios ramos xportacdes, por exemplo. rARIO Este conjunto de informagées, recolhidas pela Contabilidade Nacional, interessam a0 Governo, permitindo a elaboracao de uma politica econ ‘a de desenvolvimento do pai: Este conjunto de informagées interessa 4 Economia, que deve ser considerado segundo dois ramos: Microeconomia e Macroeconomia. Cada uma delas observa e utiliza o circuito econdmico e a actividade econémica segundo perspectivas diferentes. — Vejamos entao o seu campo de acgao: A Microeconomia estuda o comportamento das familias, das empresas e do Estado, as suas decisdes e escolhas e a maneira como interagem no mercado de bens e servicos, no mercado de capitais e no mercado de trabalho. A Microeconomia estuda ainda as consequéncias dessas decisées e responde a questdes como: Quais os efeitos do aumento do rendimento na procura de um bem? Qual a intensidade desse aumento? Serd o mesmo para todos os ens? Qual o efeito da diminui¢3o do prego das matérias-primas da inovacao tecnolégica na Oferta dos bens? Se o Estado aumentar os impostos, conceder um subsidio ou fixar um Prego Minimo, quais os reflexos no prego de equilibrio do mercado? Qual o efeito que a formag3o de um cartel de empresas tem sobre o preco dos bens? Todas estas questdes sio de natu- teza ™icroeconémica, porque analisam partes individuais da economia e nao a economia como um todo. NEE e outras questdes serdo respondidas neste livro, aquando do estudo dos diversos temas que integram a Microeconomia, nomeadamente as teorias do} consumidor e © Produtor, o estudo dos mercados, as formas de mercado ea analise marginal, tendo, no Entanto, sempre um quadro tedrico comum: 0 individuo tem peceeoeadss que satisfaz com SNS OU servicos, sujeito as restrigdes que Ihe séo impostas pelo meio econémico- social em Ue se insere, 410 Microeconomia - Licdes & Exercicios A Macroeconomia estuda a economia como um todo, ou seja, a realidade econdmica dos paises. Examina o comportamento agregado da economia, ou seja, como as accGes de todas as familias e empresas se inserem no todo. Em vez de se centrar na producao da empresa téxtil sediada em Braga, por exemplo, quantifica a producdo de uma actividade econémica, Em vez de analisar e tomar medidas para combater 0 desemprego de uma empresa que fechou, tenta tomar medidas que promovam o emprego, a producdo e o investimento de uma economia como um todo. Em todas estas situages, a Macroeconomia considera o geral e desconsidera o particular e os pequenos detalhes. A Macroeconomia estuda o funcionamento da economia como um todo, actuando nos indicadores calculados pela Contabilidade Nacional: PNB, despesa interna, evolucdo dos precos, taxa de desemprego, balanca de pagamentos e outras varidveis macroeconémicas. A Macroeconomia com base nas informagées fornecidas pela Contabilidade Nacional analisa as questées como: Quais os efeitos da crise financeira internacional sobre a economia real, nomeadamente, sobre o PIB de um pais ou sobre as despesas de consumo das familias de um pais. Temas e questdes que far&o parte de um préximo livro. Vejamos as diferencas segundo as questdes que se colocam aos dois ramos da Economia. | QUESTGES MICROECONOMICAS | Questées macroeconémicas a Um desempregado vai frequentar um curso | Qual é a taxa de emprego no sector téxtil? _de formagdo ou arranjar um emprego? 4 |" O que determina a remuneracao a pagar pela | Quais os factores que condicionam a fixagao | empresa téxtildo Norte? ____| do salario minimo nacional? | | Quais os factores a considerar na fixagio de | 0 que determina o nivel de pregos de uma | [um prego de um bem? _____| economia? | Que medidas a tomar pelo governo para in- | Quais as medida. centivar a resolucdo da situacgo financeira | promover o emprego e o crescimento econd- mico em Portugal? _ [© que determina o comércio de bens @/ -servigos entre Portugal e os Estados Unidos? _ at O que determina a abertura de uma agéncia | bancdria em Paris? Por outro lado, a Economia observa a realidade segundo dois objectivos: quer conhecer & medir os factos (perspectiva positiva) ou quer melhorar a actividade econémica, a eficiéncia e 0s resultados dos agentes econémicos (perspectiva normativa) ‘ Na perspectiva positiva, a Economia nao questiona se a realidade é boa ou mé, mas refere factos. Por exemplo, a taxa de desemprego é de 5% e 0 PIB aumentou 2%. ‘ Porqué estudar Economia Na perspectiva normativa, a Economia faz um jut m juizo de valor quanto ao que é melhor é pit i 4 eoque . ee . unaioes sere 0 melhoramento, Por exemplo, a taxa de desemprego atinge valores al ; © Governo deve incentivar o investimento através de incentivos fiscais para aumentar 0 emprego. GoMENTARIO As afirmacSes positivas dizem respeito ao que é, era ou sera; as normativas dizem respeito ao que as pessoas julgam que deve ser. Deste modo, outra distingao a fazer no mundo da economia tem a ver com 0 propésito da andlise de um problema. Consideramos a Economia positiva aquela que estuda o que €e como funciona a economia. Ex.: A taxa de desemprego em Portugal, em 2009, atingiu 7,5% da populacao activa, o Estado baixou a taxa do IVA dos 21% para os 20%, o Estado fixou um prego minimo (1,32 euros) para o gasdleo a vender as empresas de distribuigéo de produtos alimentares. A Economia normativa refere-se ao que devia ser, e é utilizada para fazer julgamentos, identificar problemas e prescrever solucées. Enquanto a Economia positiva se preocupa somente com os factos, a Economia normativa sugere, por exemplo, a baixa de impostos, a tomada de medidas para combater as desigualdades. Ex.: O Estado deve reduzir os escaldes do IRS e aumentar 0 abono de familia para as familias mais carenciadas. wy, ‘As Economias normativa e a positiva estao intimamente relacionadas na pr A andlise normativa é baseada numa andlise positiva e esta pode ser o resultado de sugest6es desenvolvidas € apresentadas pela Economia normativa. & Glossario idade nao tiveram no seu curriculum do ensino ia e existem também outros que, embora a tivessem, ri eiras ligdes de Microeconomia. O presente glossario, ao . pretende ser um auxilio prévio a esses alunos. ples e ordenada. Muitos alunos que entram na Universi secundario a disciplina de Econom sentem algumas dificuldades nas pr" ir A 4si mia, incluir muitos conceitos basicos de Econo! s de uma forma sim| Vamos referir alguns desses conceit — Acumulagao jtativamente os factores produtivos de uma itativa & qualitativam' quantita Actividade que visa aumentar a Unidade produtiva ou de um pais. 2 Microeconomia — Ligdes & Exercici A Ha varios tipos: > material ou investimento: Variacao de existéncias (aumento do valor dos objectos de trabalho — matérias-primas e matérias subsididrias) e formacao bruta de capital fixo - FBCF (fabricas, maquinas, estradas, etc.); > imaterial: a aplicag3o dos recursos no progresso tecnolégico, econdmico e cultural das populacées, na formac3o profissional e na aquisigao de patentes e alvaras; > © investimento serd financeiro quando se adquirem valores mobilidrios na Bolsa ou fora dela (por exemplo accdes e obrigacdes) com o objectivo de obter um rendi- mento (0 lucro ou o juro). — Balanga de pagamentos Sistema de contas que engloba os fluxos financeiros de entrada e saida que ocorrem num periodo de um ano, correspondentes a uma diversidade de relagées econédmicas que dao origem a recebimentos (exportagées de mercadorias, despesas efectuadas no pais, por parte de turistas estrangeiros, seguros e transportes, remessas de emigrantes) e a pagamentos {importagdo de mercadorias, despesas efectuadas no pais, por parte de turistas nacionais, seguros e transportes, remessas de imigrantes). A Balanga de pagamentos é um conjunto de balancas que se pode esquematizar como se segue: » Balanga corrente ~ Balanca comercial. Ex.: Exportaco e importagao de matérias-primas e mercadorias; — Balanga de servicos. Ex.: Prémios de seguros, despesas de transporte, seguros, des- pesas e receitas do turismo; — Balanca de rendimentos. Ex.: Rendimentos do trabalho e do investimento; — Balanga de transferéncias correntes, Ex.: Remessas anst ce de emigrantes, donativos e fundos comunitarios de gestao corrente; » Balanga de capitais. Ex.: Fundos comunitarios, compra e venda de activos intangiveis (patentes, copyright e franchising) e compra de activos tangiveis {terrenos « eifiies): > Balanga financeira. Ex.: Investimentos directos " No e do exteri, le valores mobilidrios. ior e compra e venda d — Bens Meios materiais ou imateriai: ; r is que as para satisfazer as necessidades. Consumir bens no Signific n . » em termos econdmicos, é mais um bem, livres (a luz eo calor solares, 0 vento, etc.) — Bens complementares Aqueles que precisam de outros Para serem utilizados de modo a satisfazerem uma necessidade. Complementaridade vertical (na producio): vidro e caixilho Complementaridade horizontal (no consumo): automdvel e gasolina — Bens de produgao ou indirectos Aqueles que servem para a producdo de outros bens e, geralmente, tem mais de uma utilizag&o (Ex.: maquinas de costura, maquina de fazer blocos...). — Bens duradouros ios : jutomdvel, casa. Aqueles que podem ser utilizados varias vezes (Ex.: computador, a — Bens economicos E necessario pagar um prego para os obter. i imitadas : : Aqueles que existem em quantidades lim imentos vos, servigas de sade...) Ex.: Al Como so escassos devem ser poupados ( — Bens finais mago fveis (Ex.: maquina, casaco...). Aauel 5 sofreram todas as transfor agoes possiveis ( les que ja sofrerai —> Bens fungiveis e sucedaneos Bens fungiveis séo aqueles que podem ser perfeitamente substituidos na satisfagéo de uma necessidade: cerveja ibérica e cerveja do norte. Bens sucedaneos sao aqueles que podem ser imperfeitamente substituidos na satisfacao de uma necessidade: dleo e azeite ou agua e sumo. — Bens imateriais ou servicos Aqueles que nao tém existéncia fisica (Ex.: consulta médica, corte de cabelo...). — Bens independentes Aqueles cuja procura é relativamente separada ao nivel do seu comportamento, ou seja, a variag3o do prego de um nao afecta a quantidade procurada do outro, mantendo-se constantes os varios factores que afectam o consumo (Ex.: leite e televisdo). — Bens inferiores (Bens de Giffen) Aqueles cuja procura diminui quando se verifica um aumento do rendimento dos consu- midores, na medida em que os consumidores comecam a comprar bens de melhor qualidade e deixam de comprar os bens considerados inferiores. — Bens intermédios Aqueles que sao consumidos durante a produc&o dos bens: bri ‘ - 3 els s: matérias-prima: matérias subsididrias (fermento). primas (farinha) ¢ — Benslivres Aqueles que existem em quantidades ilimitadas e que pa 7 Ta OS consumir ndo é 5 algo em troca (Ex.: gua do mar, calor solar, luz do Sol... mir nao é preciso dar — Bens materiais Aqueles que tém existéncia fisica (Ex.: p30, maquin; _Porqué estudar Economia [45 — Bens nao duradouros Aqueles que s&o utilizados sé uma vez para a satisfacdo das necessidades. Extinguem-se no momento em que sao utilizados (Ex.: 0 leite, a batata...). — Bens normais S&o aqueles cujo consumo aumenta quando 0 rendimento aumenta (Ex.: carne, roupa...). — Bens privados Aqueles que sdo produzidos e utilizados privadamente (Ex.: casacos, alimentos...). — Bens piiblicos Aqueles cujo consumo é feito simultaneamente por varios individuos e cujos beneficios revertem a favor das populagées, sem que o seu custo seja superior ao que se verificaria se fosse destinado a um determinado individuo (Ex.: iluminag&o publica, estradas...). Pelas suas caracteristicas, estes bens nado podem ser comprados nem vendidos no mercado e 6 necessaria a interven¢ao do Estado para os produzir ou estimular a producdo e a oferta destes bens. — Bens superiores Sao aqueles em que um aumento do rendimento determina um aumento mais do que Proporcional do consumo (Ex.: Lazer e cultura). > Ceteris paribus econdmicas em que se consideram varios Hipotes. iderar em certas leis e funcées 1 2 considers r investigado. Esta expressdo latina é muito factores constantes, excepto aquele que esta a se Utilizada na andlise econdmica. u prego (P), do prego dos bens sucedaneos (P’), do Ex: depende do set Aprocura de um bem dep elaciona a procura desse bem em relacao ao seu Bosto (6). A lei da procura de um bem Fr ‘ Preco mantendo os outros factores constantes. [He)_Microeconomia — Licdes & Exercicios — Capital fixo Meios de produc&o utilizados varias vezes e que permitem a realizagdéo do processo produtivo por varios periodos, mas que sofrem um natural desgaste devido ao uso e ao clima. (Ex.: Edificios, maquinas, viaturas, etc.). Corresponde a formacao bruta de capital fixo (FBCF) uma das componentes da despesa interna e com grande impacto no crescimento econdmico de um Pais. — Capitalismo Sistema econdmico em que ha uma separacao dos produtores dos seus meios de producio, que sdo monopolizados pela burguesia e 0 operariado que so pode vender a sua forca de trabalho a classe burguesa. No século XVIII, com a revolucdo industrial, a economia europeia conheceu um grande crescimento econdmico, impulsionado pelo liberalismo dos economistas classicos, que facilitou 0 aparecimento e o incremento do capitalismo industrial, liberal e concorrencial. Em meados do século XIX, em consequéncia do crescimento econdmico, as empresas deixam de ter um cardcter familiar, porque ndo tém capacidade financeira para fazer face as inovacées tecnoldgicas, ao alargamento do mercado e a concorréncia. Surgem grandes empresas e a intervencdo dos bancos na industria. E a fase do capitalismo molecular e financeiro. Com a crise de 1929, surge o capitalismo ™onopolista de estado, caracterizado pela intervencao do Estado na economia, que passa a ter, para além das funcgdes administrativas e politicas, as fungées econdmicas e sociais, adoptando Para a administracdo do Estado medidas econdmicas e sociais inseridas na teoria keynesiana. — Capitalismo liberal Fase do capitalismo que se caracteriza pela nao interven econdémica, pela livre iniciativa, a livre concorréncia e pela importancia do mecanismo. coordenador da actividade econdmica, e em que a empresa mercado come empresario o motor da riqueza, tal como esta expresso nas ideias liberai ea célula e ° classicos (Adam Smith, David Ricardo e Jean-Baptiste Say), i's dos economistas 40 do Estado na actividade Segundo esta doutrina liberal (Iaissez-faire), deve ser defendi economica, a livre circulagdo da riqueza, a livre concor; oferta e da procura como mecanismo de regulacdo do cionismo do Estado e a adop¢do de medidas restritiva réncia, o fi Mercad ©, POr oposicao ao interven- iS @ prot teccionistas defendidas pelo ager Porqué estudar Economia [49] A fusao pode realizar-se por duas formas distintas: > Fusdo - Incorporagdo - Forma de concentracdo das empresas que consiste na aquisi¢éo de uma empresa por outra através da transferéncia do patrimonio de uma ou mais sociedades para outra — a sociedade incorporante. Esta, por sua vez, entrega aos sécios ou accionistas, das empresas incorporadas, quotas ou accées representa- tivas do seu capital social. » Fusao - Concentra¢gao — Forma de concentragdo das empresas mediante a consti- tui¢éo de uma nova sociedade para a qual se transferem os patriménios das empresas fundidas e se atribuem aos sécios e accionistas da nova empresa as respectivas partes de capital em fungdo do valor atribuido durante as negociacdes a cada uma das empresas a serem fundidas na nova sociedade. A fusao pode ser horizontal, quando as empresas que se fundem pertencem ao mesmo mercado (Ex.: empresas de construcao); vertical, quando as empresas se encontram em fases diferentes do processo produtivo (Ex.: planta¢do de borracha, fabrica de borracha, fabricaco de pneus e comércio de pneus); e conglomerado, quando as empresas intervenientes operam em mercados nao relacionados (Ex.: constru¢do e empreendimentos turisticos). Por sua vez, 0 conceito de aquisi¢do de empresa esta relacionado com a aquisicado total ou parcial do capital de uma empresa. A aquisic¢ao pode ser minoritaria ou de controlo. O termo “fus6es e aquisicdes” (F&A) esta relacionado com as aquisigdes que levam ao controlo de capital da empresa alvo. Neste caso seria uma anexa¢do-incorpora¢do (Empresa X + Empresa Y = Empresa X). — Concorréncia Monopolistica Forma de concorréncia imperfeita em que existem numerosas empresas no mercado mas que oferecem produtos ou servigos ndo totalmente homogéneos e, por isso, ndo totalmente substituiveis. Cada uma das empresas possui algum poder de mercado para influenciar o preco dos seus prdoprios produtos ou servicos. O modelo de concorréncia monopolistica aplica-se a mercados de bens diferenciados, mas em que qualquer dos produtos tem alguns outros que sdo seus substitutos muito proximos. A procura dirigida a cada produto é negativamente inclinada (tendo elasticidade finita), mas existe liberdade de entrada e saida de empresas e produtos. Como consequéncia directa destas duas hipdteses, em equilibrio, a receita marginal associada a cada produto deve igualar o respectivo custo marginal, mas o respectivo lucro deve ser nulo. Ex.: O mercado de certo tipo de vestudrio de marca ou o mercado dos livros. O prego varia de empresa para empresa. O controlo dos precos é facil. Nao é dificil a entrada no mercado. Contudo, nao é facil aumentar a quota de mercado.

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